Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Departamento de Produção Vegetal Plantas Extrativas Cultura da Mandioca Luis Fernando Sanglade Marchiori - substituindo Marcos Silveira Bernardes Preço de mandioca de indústria no Estado de São Paulo, corrigidos pelo CPI-U (1975-94) e pelo IGP (1994-2009), apresentando declínio de aprox R$6/ano Fonte: AgraFNP, 1995, 2009 •Preço de mandioca de indústria no Estado de São Paulo •Preços nominais •Preços corrigidos pelo IGP Fonte: AgraFNP, 2009, 2010 Produção de Mandioca no Brasil Safra 2007: 27,5 milhões de toneladas Pará (24%) Bahia (17%) Paraná (14%) Maranhão (6,6%) Rio Grande do Sul (5%) São Paulo (4%) •A região Nordeste se destaca com 35,9% •Receita anual de 3,3 bilhões de Reais. PRINCIPAIS USOS DA MANDIOCA Destino Alimentação humana Alimentação animal Indústria Tipo de uso específico Processamento/Variedade/ Particularidades raízes "in natura" cozer / var. de mesa processamento caseiro ralar, espremer, masserar, de raízes fervura, torrar, fermentação folhas torrar e triturar raspas de raízes picação pellets picação, trituração e prensagem / menor umidade que raspas silagem trituração e fermentação parte aérea picação e desidratação farelo de bagaço + secagem farelo de farinha de + secagem mesa farelo de raspas + secagem ALIMENTÍCIA farinhas descascar, ralar, prensar, triturar, secar/torrar / película clara féculas doce e azeda + decantar espessantes geleificantes estabilizantes emulsificantes retentores de água NÃO ALIMENTÍCIA têxtil papel, plástico adesivos medicinal (veículo) mineradora limpar impurezas petrolífera abrasivo na perfuração álcool fermentar, destilar Fontes: Câmara et al., 1982; Globo Ciência, 1998; Lorenzi e Monteiro, 1980. Cuim é nome indígena do Brasil que era bebida fermentada com cereais e mandioca ÁLCOOL DE MANDIOCA X ÁLCOOL DE CANA-DE-AÇÚCAR Mandioca Cana-de-açúcar (C6 H10 O5)n + H2 O = (C6 H12 O6) n (C12 H22 O11) n + H2 O = 2(C6 H12 O6 ) amido glucose sacarose ou 162 kg 180 kg açúcar comum glucose ou levulose 342 kg (C6 H12 O6) = 2(C2 H5 OH) + 2CO2 180 kg 162 kg amido 2(C6 H12 O6) = 4(C 2 H5 OH) + 4CO2 92 kg 360 kg 360 kg 92 kg de álcool 342 kg açúcar 184 kg 184 kg de álcool 92 kg álcool / 0,797 (dens.) = 115,43 litros de álcool a 15°C (padrão) 184 kg álcool / 0,797 (dens.) = 230,86 litros de álcool a 15°C (padrão) 1 t raízes (30% amido) = 300 kg amido 1 t colmos (14%POL) = 140 kg açúcar (300 x 115,43) / 162 = 213,76 L álcool (140 x 230,86) / 342 = 94,5 L álcool RI1 RI1 = 213,76 L álcool/t raízes = 94,50 L álcool/ t colmos RT 2 = 0,95 RI = 203,07 L álc./t raízes RT 2 = 0,90 RI = 85,05 L álc./ t colmos RP3 = 0,95 RT = 192,92 L álc./t raízes RP3 = 0,90 RT = 76,54 L álc./ t colmos Rind4 = 0,95 RP = 183,27 L álc./t raízes Rind4 = 0,90 RP = 68,89 L álc./t colmos 30 t raízes/ha = 5.498,1 L álcool/ha 80 t colmos/ha = 5.511,2 L álcool/ha Porém: 30 t raízes/ha em 2 anos Logo, são 2.749,05 L álcool/ha/ano 1 2 3 4 RI = Rendimento Ideal RP = Rendimento Prático RT = Rendimento Teórico Rind = Rendimento Industrial PRODUÇÃO OBTIDA, ÁREA COLHIDA E RENDIMENTO DOS PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE MANDIOCA ANO BASE: 1994 Produção 1 Países Relação (%) (1.000 t) P/M 2 PAC 3 Área Colhida Rendimento (1.000 ha) (kg/ha) 01. Brasil 24.009 15,7 15,7 1.838 13.062 02. Nigéria 21.000 13,8 29,5 2.000 10.500 03. Zaire 19.600 12,9 42,4 2.430 8.066 04. Tailândia 19.091 12,5 54,9 1.383 13.807 05. Indonésia 15.000 9,8 64,7 1.295 11.587 06. Tanzânia 7.209 4,7 69,4 693 10.400 07. Índia 5.340 3,5 72,9 235 22.773 08. Gana 4.378 2,9 75,8 607 7.208 09. China 3.503 2,3 78,1 231 15.197 10. Uganda 3.420 2,2 80,3 380 9.000 MUNDO 152.473 100.0 15.819 9.639 - 1 Países classificados por quantidade produzida. P/M = participação porcentual do pais em relação ao mundo. 3 PAC = participação porcentual acumulada dos países em relação ao mundo. 2 Fonte: Production Yearbook - 1994, v. 48, p. 153, 1995. PRODUÇÃO OBTIDA, ÁREA COLHIDA E RENDIMENTO DOS PRINCIPAIS ESTADOS BRASILEIROS PRODUTORES DE MANDIOCA ANO BASE: 1993 Produção 1 Estados Relação (%) (1.000 t) E/P2 EAC 3 Área Colhida Rendimento (ha) (kg/ha) 01. PA 3.329 15,2 15,2 249.013 13.369 02. PR 3.095 14,1 29,3 141.425 21.881 03. BA 2.971 13,6 42,9 256.125 11.601 04. MA 1.958 8,9 51,8 238.576 8.208 05. RS 1.621 7,4 59,2 107.654 15.058 06. MG 1.021 4,7 63,9 78.503 13.004 07. SC 1.018 4,6 68,5 56.429 18.033 08. PE 769 3,5 72,0 94.682 8.124 09. PI 628 2,9 74,9 101.462 6.192 10. SP 627 2,9 77,8 26.540 23.648 100.0 1.814.434 12.076 BRASIL 21.911 - 1 Estados classificados por quantidade produzida. E/P = participação porcentual do estado em relação ao Brasil. 3 EAC = participação porcentual acumulada dos estados em relação ao Brasil. 2 Fonte: Anuário Estatístico do Brasil - 1994, v. 54, p. 3-29, 1994. PRODUÇÃO OBTIDA, ÁREA COLHIDA E RENDIMENTO DAS PRINCIPAIS DIRAs DO ESTADO DE SÃO PAULO PRODUTORAS DE MANDIOCA ANO BASE: 1992 Produção 1 DIRAs Relação (%) (t) D/E2 DAC 3 Área Colhida Rendimento (ha) (kg/ha) 01. Marília 258.990 43,5 43,5 18.140 14.277 02. Campinas 144.800 24,3 67,8 7.945 18.225 03. Sorocaba 42.250 7,1 74,9 2.240 18.862 04. Bauru 42.025 7,1 82,0 2.640 15.919 05. Pres. Prudente 31.080 5,2 87,2 3.895 7.980 06. Ribeirão Preto 25.700 4,3 91,5 1.790 14.358 07. S. J. Rio Preto 21.240 3,6 95,1 1.970 10.782 08. S. J. Campos 15.425 2,6 97,7 1.030 14.976 09. Registro 10.400 1,7 99,4 1.230 8.455 10. Araçatuba 3.050 0,6 100,0 220 13.864 - 100,0 41.100 14.476 SÃO PAULO 594.960 1 DIRAs classificadas por quantidade produzida. D/E = participação porcentual da DIRA em relação ao estado de São Paulo. 3 DAC = participação porcentual acumulada das DIRAs em relação ao estado de São Paulo. 2 Fonte: Anuário Estatítico do Estado de São Paulo - 1992, v. 1, p. 201-211, 1992. PAM = Produção agrícola municipal 2001/2002 Levantamento sistemático da produção agrícola IBGE http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_200909_5.s htm Produção obtida na safra 2008 = 26.336.652 t Produção esperada para safra 2009 = 26.271.947 t FONTE - Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias - GCEA/IBGE, DPE, COAGRO - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, Setembro 2009. Aspectos Gerais Família - Euphorbiaceae Nome científico - Manihot esculenta Crantz Origem – América do Sul (Tipicamente tropical) • O Cultivo da Mandioca está associado ao Brasil desde seu descobrimento; • Planta-se mandioca em todas as unidades da nação; • Importante na Alimentação humana e animal; • Utilizado como matéria-prima em inúmeros produtos industriais. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA DA MANDIOCA Nível de taxon DIVISÃO Subdivisão CLASSE Subclasse ORDEM FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE Especificação Spermatophyta Magnoliophytina (Angiospermae) Magnoliatae (Dicotyledoneae) Magnoliidae (Polycarpicae) Euphorbiales (Tricoccae) Euphorbiaceae Manihot (Andason et Mill, 1763) Manihot esculenta Crantz (1766) F o n t e: C O N C E I Ç Ã O, 1981 Esculenta (do latim, substantivo feminino) = em português adjetivo "que é bom para comer", "que serve de alimento" - O gênero apresenta mais de 200 espécies - Cruzamentos com M. glaziovii (maniçoba), M. dichotoma, M. catingea, M. saxicola e M. melanobasis, principalmente visando tolerância a pragas, porém ocorre elevação na quantidade de ácido cianídrico no tecido das progênies. SINÔNIMOS VULGARES: - Mandioca: (nome geral), no NE brasileiro significa "mandioca brava" - Aipim: no NE brasileiro (Bahia) significa "mandioca mansa" - Macaxeira: no NE brasileiro (Ceará) significa "mandioca mansa" - Mandioca mansa: mandioca com baixo teor de ácido cianídrico na raíz ou mandioca-doce ou mandioca de mesa - Mandioca brava: mandioca com alto teor de ácido cianídrico na raíz ou mandioca de indústria - Cassava: (Inglês) - Yuca: (Espanhol da América Espanhola) Maior número de espécies de Manihot: Cerrado e NE Clareira com variedades de mesa, mingau e farinha Parque Nacional do Xingu Foto: MSB Variedade de mesa Raiz cilíndrica macia PN Xingu Foto: MSB Raízes de variedades de mesa e mingau e haste de variedade para farinha e mingau Parque Nacional do Xingu Foto: MSB Equipamentos básico de indústria de farinha de mandioca MANDIOCA: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS RAÍZES Componentes Teores Autores Umidade (%) Amido (CHO)n (%) Proteína (%) (60 - 77) (60 - 65) (19 - 36) (21 - 33) (0,20 - 2,30) (1,00 - 1,50) (1) (2) (1) (2) (1) (2) Lipídios (%) (0,18 - 0,43) (0,18 - 0,24) (1) (2) Fibras (%) (0,77 - 3,46) (0,70 - 1,06) (1) (2) Minerais (%) (0,90 - 2,50) (0,60 - 0,90) (1) (2) (1) ANÔNIMO (COLÔMBIA), s/d. (2) VITTI, s/d. Dicionário Aurélio Eletrônico – fécula [Do lat. faecula, 'sarro'.] S. f. 1. Substância pulverulenta, farinácea, extraída de tubérculos e raízes e usado como alimento 2. Pop. Amido, polvilho. Copyright © Editora Nova Fronteira MANDIOCA: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS FOLHAS Componentes Teores Autores (28) (16 - 28) (28 - 32) (7,5 - 15,3) (2) (3) (5) (3) Carboidratos (%) (40 - 45) (3) Fibras (%) Vitamina A (UI/lb) (9 - 15) (9.000-13.000) (300.000) (3) (1) (3) Vitamina C (mg/100g (100 - 320) (1) (2) de folha fresca) B-Caroteno (mg/100g f.f.) (100 - 500) (52 - 113) (5,43) (4,91 - 6,31) (3) (4) (2) (4) Ca (mg/100g f.f.) (100 - 210) (1) (2) Proteína (%) Lipídios (%) Ca (%) Fe (mg/100 g f.f.) (1) NORMANHA, 1966 (3) ALBUQUERQUE, 1980 (126) (0,80 - 2,30) (4) (280) (2) (0,23 - 0,31) (4) P (mg/100g f.f.) P (%) (78,5) (12,40) (8,67 - 16,52) (2) Muller citado por MONTALDO, 1977 (4) CARVALHO et al., 1986 (5) CARVALHO, 1994 (2) (4) Fonte: Carvalho, 1983, Embrapa Amazônia Oriental, 200X PRINCÍPIO TÓXICO DA MANDIOCA CLASSIFICAÇÃO DA PLANTA Classe1 mg de HCN/kg2 ppm de HCN2 ppm de HCN3 Inócua ou Mansa < 50 < 50 < 100 Moderadamente Venenosa 50 a 100 50 a 100 100 a 200 Venenosa > 100 > 100 > 200 1 Com base na concentração de HCN presente na polpa fresca da raiz. Classificação proposta por KOCK (1933); OLHUIS (1954); BRUIYN (1971). 3 Classificação proposta por LORENZI & DIAS (1993). 2 PLANTA E FATORES DE AMBIENTE E DE MANEJO Fator Concentração de G. C. Acidez do solo nas folhas Sombreamento nas raízes Adubação com N na planta Adubação com K na planta Fonte: BRUIJN (1973) citado por CÂMARA (s/d). MANDIOCA: TEMPERATURAS E PROCESSOS FISIOLÓGICOS Temperaturas (oC) Processo Fisiológico Boa Amplitude Depreciativa Brotação - - < 15 (2) 25-29 (1) 20-27 (2) 16 - 38 (1) < 15 (2) < 10 (4) Crescimento 23 - 25 (6) 10 - 40 (6) Formação de Folhas 20 - 28 (3) - < 15 (2) Duração da Folha 24 - 28 (1) - - FS - Taxa Máxima - 25 - 35 (5) < 15 (5) ; 50 (5) (1) MOTA, 1974 (4) CONCEIÇÃO, 1981 (1993) (2) COCK & ROSAS, 1975 (5) EL-SHARKAWY et al., 1992 (3) IRIKURA et al., 1979 (6) LORENZI & DIAS RENDIMENTO DE RAÍZES (t/ha) DE 4 CULTIVARES DE MANDIOCA CULTIVADAS SOB TRÊS REGIMES DE TEMPERATURA, COLHIDAS 12 MESES APÓS O PLANTIO Temperaturas (oC) Cultivares 20 24 28 Mcol 22 9,3 27,7 39,4 Mmex 59 22,8 38,8 30,4 Mcol 113 24,2 26,1 23,9 Popayán 28,9 15,7 9,4 Fonte: IRIKURA et al., 1979 Efeito do déficit hídrico nos diferentes períodos de crescimento na produção de raízes Fonte: Oliveira et al, 1982 Relação entre produção e radiação interceptada. Não tolera sombreamento Fonte: Oliveira et al, 1982 Fotoperíodo contínuo > 14 hs reduz alocação para raíz. 11 a 12 horas garantem aprox. 45% a 55% de I.C. Fonte: Lowe et al, 1976 MANDIOCA: CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS EM CULTIVARES PARA INDÚSTRIA 01. Resistência à bacteriose e a pragas. 02. Alto teor de amido (Rendimento Industrial). 03. Longo período de maturação. 04. Alta produtividade. 05. Elevado índice de colheita. 06. Conformação de raiz (transporte). 07. Cor da película suberosa da raiz. 08. Facilidade de arranquio. MANDIOCA: CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS EM CULTIVARES PARA MESA 01. Resistência à bacteriose e a pragas. 02. Longo período de maturação ( fácil cozimento). 03. Alta produtividade. 04. Baixo teor de linamarina na polpa da raiz. 05. Baixo teor de fibras na polpa da raiz. 06. “Película escura”. 07. Fácil descascamento. 08. Boa qualidade de massa cozida. 09. Polpa amarela (ß - caroteno). 10. Elevado índice de colheita. 11. Facilidade de arranquio. 12. Conformação da raiz: cilíndrica e retilínea MANDIOCA PARA INDÚSTRIA CARACTERÍSTICAS DOS CULTIVARES Características Rendimento (t/ha) 1 cv Matéria seca (%) 1 cv Matéria seca (%) 2 cv Cor da película da raiz Cor do feloderma Cor da polpa Brotação média (%) Arquitetura1 Altura 1a Ramificação Distância do entrenó Cobertura do solo Resistência à bacteriose Ácido cianídrico Ácido cianídrico (ppm) 1 IAC 13 24,4 39,6 43,0 branca branca branca 92,0 RT Média Média Ótima Média Baixo < 100 IAC 14 27,5 42,8 43,2 marrom branca branca 93,0 RT Alta Média Boa Alta Alto > 200 BSC Mico 21,6 21,3 38,8 35,6 36,6 33,5 branca marrom branca branca branca branca 81,0 76,0 E U/PR Média Média Longa Média Média Média Média Média Alto Médio > 200 100 a 200 Arquitetura: RT = Ramificada em forma de Taça E = Esgalhada U/PR = Unicaule, as vezes com Ponteiro Ramificado. Fibra 21,5 34,8 36,3 branca branca branca 89,0 E Alta Curta Baixa Média Médio 100 a 200 IAC 12 22,6 41,3 40,0 marrom branca branca 87,0 E Média Média Ótima Média Médio 100 a 200 MANDIOCA PARA MESA - CARACTERÍSTICAS DOS CULTIVARES Características IAC M1 IAC 14-18 IAC 59-210 IAC J2 IAC 576-70 Rendimento (t/ha) 1 cv 26,1 20,0 25,4 21,2 29,9 Cor da película da raiz marrom marrom marrom marrom marrom Cor do feloderma rósea branca branca branca creme Cor da polpa branca branca branca branca creme Brotação média (%) 93,0 90,0 92,0 90,0 93,0 Arquitetura3 R R R E RT Altura 1a Ramificação Alta Alta Alta Alta Alta Distância do entrenó Alta Alta Alta Alta Média Cobertura do solo Ótima Boa Boa Boa Ótima Tipo de solo Médio Fértil Fértil Médio Fértil Raízes sésseis Não Não Não Sim Não Tempo de cozimento 45,9 33,8 41,8 31,6 31,6 (min) Resistência à bacteriose Resistente Resistente Resistente Resistente Média Ácido cianídrico Médio Baixo Baixo Baixo Baixo Ácido cianídrico (ppm) 100 a 200 < 100 < 100 < 100 < 100 1 2 IAC Mantiqueira IAC Jaçanã 3 Arquitetura: R = Ramificada RT = Ramificada em forma de Taça E = Esgalhada MANDIOCA ÉPOCAS DE PLANTIO X PRODUÇÃO DE RAÍZES Épocas de Plantio Rendimento em Raízes (t/ha) Diferenças sobre o Plantio de Outubro (%) Maio Junho 25,8 23,4 + 66,4 + 50,9 Julho Agosto Setembro 27,1 23,4 16,6 + 74,8 + 49,7 + 7,1 Outubro 15,5 0,0 Fonte: NORMANHA & PEREIRA, 1950. Plantios mais cedo aumenta risco de danos por geada. Plantios posteriores podem necessitar de armazenagem de ramas ou coincidir com colheita. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO DE RAMAS DE MANDIOCA Sistema Vertical Horizontal Colhida e plantada em seguida Tempo de Armazenamento até 90 dias 45 a 60 dias _ Fonte: Manual Técnico para Mandioca no Nordeste (1979). % Brotação das Manivas 70 50 100 MANDIOCA: VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA DE BROTOS (VEB), PORCENTAGEM DE EMERGÊNCIA DOS BROTOS (PEB), POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS (PIP), NÚMERO INICIAL DE HASTES POR PLANTA (HI/P), POPULAÇÃO FINAL DE PLANTAS (PFP) E NÚMERO FINAL DE HASTES POR PLANTA (HF/P), EM FUNÇÃO DOS DIAS DE ARMAZENAMENTO DE RAMAS (DA), DO CULTIVAR IAC 59-210. PIRACICABA-SP, 1993/94 DA VEB 00 15 30 0,99 ab 1,05 a 1,05 a 45 60 75 PEB (%) HI/P PFP (pl/ha) HF/P 98,5 a 12.305 a 100,0 a 12.500 a 98,5 a 12.305 a 2,5 a 2,4 a 2,4 a 12.305 a 12.500 a 12.305 a 2,5 a 2,4 a 2,5 a 1,05 a 1,08 a 0,92 ab 100,0 a 12.500 a 100,0 a 12.500 a 98,5 a 12.305 a 2,4 a 2,4 a 2,2 a 12.500 a 12.500 a 12.305 a 2,5 a 2,4 a 2,4 a 90 105 0,84 b 0,85 b 98,5 a 12.305 a 98,5 a 12.305 a 2,2 a 2,3 a 12.305 a 12.305 a 2,2 a 2,3 a C.V.(%) 7,6 14,9 9,4 10,2 Fonte: CÂMARA et al. (1996). 8,6 PIP (pl/ha) 9,4 MANDIOCA: RAÍZES TOTAIS FORMADAS POR PLANTA (RT/P), RENDIMENTO EM PARTE AÉREA (RPA), RENDIMENTO EM RAÍZES (RR) E ÍNDICE DE COLHEITA (IC), EM FUNÇÃO DOS DIAS DE ARMAZENAMENTO DE RAMAS (DA), DO CULTIVAR IAC 59-210. PIRACICABA-SP, 1993/94 DA RT/P RPA (t/ha) RR (t/ha) IC 00 15 8,0 a 8,6 a 33,8 a 34,5 a 32,9 a 33,2 a 49,3 a 49,2 a 30 45 60 8,7 a 9,0 a 9,0 a 34,7 a 38,8 a 35,5 a 35,9 a 33,8 a 30,2 a 50,9 a 47,1 a 46,1 a 75 90 105 8,2 a 8,3 a 7,7 a 33,1 a 33,0 a 32,6 a 33,3 a 30,4 a 33,9 a 50,2 a 48,2 a 50,8 a C.V.(%) 12,0 12,3 9,5 6,8 Fonte: CÂMARA et al. (1996). Perda de 20% a 30% com 2 a 3 meses de armazenagem. Depois perdas crescem muito. Qualidade da maniva depende do descarte das pontas. 1 ano ou 1 ciclo vegetativo EFEITO DA POSIÇÃO DA MANIVA NA PLANTA DE ORIGEM SOBRE O RENDIMENTO DE RAÍZES E DE FÉCULA DE MANDIOCA Posição Brotação Raízes Amido Índice (kg/ha) Amido (%) Raízes na Planta (%) (kg/ha) Relativo RS 32 18.574 33,0 6.129 100 RP 78 23.166 32,2 7.698 125 HP 92 24.221 34,6 8.388 137 AltPlan (cm) Raízes (kg/ha) Índice Relativo Fonte: MENDES (1940) Posição Diâmetro Brotação na Planta (cm) (%) RS 1,4 82 b 147 21,5 100 RP 2,0 88a 156 23,2 108 HP 2,6 90a 153 27,1 126 Fonte: CÂMARA (1990) Diâmetro da medula < 2 Diâmetro externo da maniva Diâmetro externo da maniva maior que 2 cm. Pelo menos 5 gemas viáveis por maniva. INFLUÊNCIA DO COMPRIMENTO DA MANIVA E DO CICLO DA CULTURA SOBRE O RENDIMENTO DE RAÍZES DE MANDIOCA Comprimento da Maniva (cm) 5 10 15 20 25 30 1 CV Raízes Índice (t/ha) Relativo 7,9 13,1 14,7 15,6 16,7 17,7 Fonte: NORMANHA & PEREIRA (1950). 100,0 165,8 186,1 197,5 211,4 224,1 2 CV Raízes Índice (t/ha) Relativo 22,9 24,9 30,6 36,3 36,8 39,6 100,0 108,7 133,6 158,5 160,7 172,9 INFLUÊNCIA DO COMPRIMENTO DA MANIVA SOBRE O RENDIMENTO DE RAÍZES DO CULTIVAR CIGANA EM CICLO DE 18 MESES 1 Comprimento da Maniva (cm) Rendimento (t/ha) Índice Relativo 10 121 15 20 25 30 21,70 27,30 27,53 29,41 29,49 29,83 100,0 125,8 126,9 135,5 135,9 137,5 Tamanho padrão utilizado pelos produtores baianos. Fonte: CONCEIÇÃO & SAMPAIO (1973). PROFUNDIDADE DE PLANTIO E PRODUÇÃO DE RAÍZES DE MANDIOCA, CULTIVAR VASSOURINHA Profundidade (cm) Rendimento (t/ha) Índice Relativo 5 18,0 109,1 10 16,5 100,0 15 13,2 80,0 Fonte: NORMANHA & PEREIRA (1950) -Plantio a 0,10 m de profundidade: maior produtividade esforço de arranquio intermediário (plantio direto na palha) Fonte: Gabriel Filho et al, 2003. POPULAÇÕES TEÓRICAS (PLANTAS/HA) DE MANDIOCA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ARRANJOS ESPACIAIS Arranjo 1. Simples Componentes da População Linhas/ha Plantas/linh a 100,00 Plantas/ha 1,20 m x 1,00 m 83,33 1,20 m x 0,80 m 1,20 m x 0,60 m 1,00 m x 1,00 m 83,33 83,33 100,00 125,00 166,67 100,00 10.416 13.888 10.000 1,00 m x 0,80 m 1,00 m x 0,60 m 1,00 m x 0,50 m 100,00 100,00 100,00 125,00 166,67 200,00 12.500 16.667 20.000 0,80 m x 0,80 m 0,80 m x 0,60 m 0,80 m x 0,50 m 125,00 125,00 125,00 125,00 166,67 200,00 15.625 20.833 25.000 FD/ha Plantas/FD Plantas/ha 2,00 m x (0,50 m x 0,50 m) 40,0000 400,00 16.000 2,00 m x (0,60 m x 0,50 m) 2,00 m x (0,60 m x 0,60 m) 2,00 m x (0,70 m x 0,60 m) 38,4615 38,4615 37,0370 400,00 333,33 333,33 15.384 12.820 12.345 2,00 m x (0,70 m x 0,70 m) 37,0370 285,71 10.582 2,50 m x (0,60 m x 0,60 m) 2,50 m x (0,70 m x 0,60 m) 2,50 m x (0,70 m x 0,70 m) 32,2591 31,2500 31,2500 333,33 333,33 285,71 10.572 10.416 8.928 3,00 m x (0,60 m x 0,60 m) 27,7778 333,33 9.259 3,00 m x (0,70 m x 0,60 m) 27,0270 333,33 9.009 2. Fileiras Duplas (FD) 8.333 PRODUÇÃO DE RAÍZES DE MANDIOCA EM FILEIRAS DUPLAS E SIMPLES E DE GRÃOS DE FEIJÃO, MILHO E CAUPI E VAGENS SECAS DE AMENDOIM, EM PLANTIO CONSORCIADO Fileiras Duplas1 t/ha Fileiras Simples Raízes Grãos t/ha Raízes Grãos Mandioca + feijão2 30,94 1,34 Mandioca + feijão 14,83 0,83 Mandioca + milho3 28,80 3,01 Mandioca + milho 15,18 1,55 Mandioca + caupi4 27,60 1,61 Mandioca + caupi 14,67 0,68 Mandioca + amendoim5 29,44 1,33 Mandioca + amendoim 16,84 0,66 1 Fileiras duplas = 2,00 m x (0,60 m x 0,60 m). Feijão = 4 linhas com espaçamento de 0,50 m x 0,20 m. 3 Milho = 2 linhas com espaçamento de 1,00 m x 0,20 m. 4 Caupi = 4 linhas com espaçamento de 0,50 m x 0,20 m. 5 Amendoim = 4 linhas com espaçamento de 0,50 m x 0,10 m. Fonte: MATTOS, 1991. 2 AI 021/03 AR 0,50 m 0,30 m Faixa sem resíduo florestal 0,25 m 0,30 m Mandioca 0,80 m 0,75 m Feijão Milho Eucalipto 3,00 m Faixa com resíduo florestal 5ª Semana após plantio Eucalipto, Milho e Feijão Mandioca Colheita do Feijão – junho 2004 Feijão Milho + Eucalipto Mandioca Aproveitamento do fator luz pela mandioca durante seu ciclo vegetativo e possibilidades de períodos para intercalar outros cultivos Fonte: Leihner,1983. Quantidade de Ervas Daninhas em monocultivo de mandioca comparado com associação de mandioca com feijão, sem utilizar insumos para controle. Fonte: Leihner,1983. Consorciação Mandioca x Amendoim Consorciação Mandioca x Amendoim Consorciação Mandioca x Amendoim DETERMINAÇÃO DO PERÍODO CRÍTICO DE INTERFERÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS COM A CULTURA DA MANDIOCA T1 NC2 Épocas das Interpretação Capinas (DAP)3 01 4 + 02 3 + 03 2 + 15-30-60-120-AC4 30-60-120-AC 60-120-AC 04 1 + 120-AC 08 07 06 1 2 3 15 15-30 15-30-60 05 4 15-30-60-120 09 10 2 2 30 - 60 15 - 45 11 12 0 0 1 sem controle controle químico5 2 Rend. Raízes (t/ha) ÍR (%)7 15 dias c/ mato 30 dias c/ mato 60 dias c/ mato 18,0 16,0 11,0 86 76 52 120 dias c/ mato 7,0 33 15 dias s/ mato 30 dias s/ mato 60 dias s/ mato 5,8 13,3 12,9 28 63 61 120 dias s/ mato 19,5 92 agricultor6 agricultor 16,3 15,4 77 73 mato direto sem mato direto 1,4 21,2 7 100 3 T = Tratamentos NC = Número de Capinas DAP = Dias Após o Plantio 5 Até a Colheita PRÉ = (Alaclor + Fluometuron) e PÓS = (paraquat). 6 7 Agricultor colombiano ÍR = Índice Relativo Fonte: DOLL & PIEDRAHITA (1976) citados por CIAT (1976). 4 Matéria seca de raízes (t/ha) Densidade de plantio (1.000 plantas/ha) + 2,5 mil plantas (7 para 9,5 mil) equivale a uma capina Fonte: CIAT, 1976 EXIGÊNCIAS DA PLANTA DE MANDIOCA EM NUTRIENTES PARA A PRODUÇÃO DE UMA TONELADA DE RAÍZES E QUANTIDADES EXPORTADAS PELAS RAÍZES Cultivares N P Nutrientes (kg) K Ca Mg S Exigências da Planta BSC IAC-M Média 7,60 4,81 6,21 0,84 0,39 0,62 4,76 3,72 4,24 3,97 2,77 3,37 1,12 0,88 1,00 0,57 0,34 0,46 Exportação 1 t de Raízes BSC IAC-M Média 2,43 1,80 2,12 0,28 0,15 0,22 1,59 1,82 1,71 0,74 0,57 0,66 0,39 0,33 0,36 0,09 0,09 0,09 Fonte: LORENZI, 1978 N > K > Ca > Mg > P > S Elevada extração porém produz em solos pouco férteis. Sem reposição há degradação do solo. Fonte: Lorenzi, J.O. in: B. van RAIJ et aI., 1996, boletim 100 pp.228 PODA DA MANDIOCA Época: Altura: 9 a 12 meses 10 a 15 cm do solo DESVANTAGENS disseminação de doenças no capinas manuais > < > produção de raízes teor de fibras nas raízes atrasa colheita em 4 a 6 meses (p/ repor teor de amido) JUSTIFICA-SE parte aérea para forragem ramas para novos plantios risco de geada (armazenamento de ramas) ataque de pragas e/ou doenças plantio tardio (plantas baixas) Bacteriose (Xanthomonas camperstris pv. Manihotis) Esta é a principal doença na cultura da mandioca e um dos fatores mais limitantes da produção • Sintomas: - Aparência aquosas (Nos folíolos) - Murcha das folhas e pecíolos - Morte descente e exsudação de goma nas hastes - necrose dos feixes e morte da planta • Controle: A melhor forma de evitar a doença é utilizar sempre estacas retiradas de plantações sadias. Fonte: CIAT É a doença virótica mais comum nos mandiocais do Brasil, ocorrendo no Sul e Sudeste do Brasil além de outros países. Perdas de 10 a 20% na produção e de 10 a 50% nos teores de amido. Mosaico comum CsCMV • Sintomas: folhas jovens e de meia idade: clorose (verde-claro) da lâmina foliar em algumas áreas e outras áreas da lâmina foliar apresentando a cor verde normal. Retorcimento dos bordos das folhas (folhas em formação). • Transmissão: Material propagativo doente ou enxertia. Disseminação através de manivas de plantas doentes. • Controle: mudas sadias e eliminação de plantas doentes dentro da lavoura. Fonte: CIAT Couro de Sapo Doença causada por vírus; Observado de modo muito restrito em algumas lavouras localizadas no Amazonas, Pará e Bahia. Considerada como potencialmente importante, pois pode inviabilizar economicamente a produção. Ataque severo reduz em torno de 70% a produtividade, chegando a perdas totais em variedades suscetíveis. O vírus pode também reduzir drasticamente a qualidade do produto, especialmente os teores de amido nas raízes, cuja diminuição varia de 10 a 80%. • Controle: - Uso estacas Sadias. Fonte: CIAT Podridões Radiculares Suaves (Phythophthora drechsleri, Pythium sp, outros) • Sintomas - Phytophthora: Podridões moles Presença de odores muito fortes (matéria Orgânica) Coloração acinzentada - Fusarium: Podridão de consistência seca e sem o aparente distúrbio dos tecidos. • Controle Plantio em terreno bem Drenado. Rotação de culturas com cereais. Fonte: CIAT Podridões Radiculares Secas (Rosellinia necatrix, Armillariella mellea, outros) Causam podridões radiculares consideráveis durante os períodos chuvosos, mas só em mandiocais que tenham sido plantados imediatamente após cultivos florestais ou da eliminação de espécies lenhosas perenes. Rosellinia necatrix é o patógeno mais importante das regiões montanhosas da América Latina. • Sintoma: Chama-se “Podridão Negra”, devido a cor negra dos tecidos infectados e dos cancros radiculares que se formam. Inicialmente, as plantações afetadas apresentam amarelecimento em reboleiras, seguido de murchamento e, finalmente, desfolhamento e morte descendente. • Controle: Deve-se realizar rotação com cereais cada vez que a morte de plantas ou a podridão radicular chegar a 3%. Eliminar resíduos de mandioca afetados e/ou resíduos de árvores perenes (troncos e ramas em decomposição). PLANEJAMENTO DA COLHEITA DE MANDIOCA Avaliar rendimento em raízes: opções de colheita mecanizada ou manual, dimensionar sistema de transporte (20 a 100t/ha). Colher antecipadamente talhões: - de difícil acesso (solos argilosos; declivosos) - com problemas fitossanitários - com baixa população de plantas e alta infestação de mato Colher os melhores talhões à medida que se processa o plantio da nova cultura (evita-se armazenamento de ramas) Verificar possibilidades de uso da parte aérea (nutrição animal, outras propriedades) Verifivar disponibilidade de mão-de-obra rural (cana-de-açucar, café, citros, etc.) Fonte: Raimundo Nonato, Embrapa Amazônia Oriental, 2008