nota técnica da Associação Brasileira de Saúde

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Dengue, Zica e Chikungunya
Os desafios frente às epidemias
Dia: 14 de abril de 2016
Foto: Folha de
São Paulo, 1998
Foto: cortesia de Lia Giraldo da Silva Augusto, MD, PhD
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Zika
Rio de Janeiro, o número de
registros da doença aumentou quase
seis vezes em uma semana,
passando de 4.289 em 22 de março
para 24.600 em 1º de abril.
Desse total, 17.799 casos foram
confirmados e 105 descartados,
segundo o boletim divulgado pela
Secretaria de Estado de Saúde.
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“A incidência de dengue, zika e chikungunya é
maior nas populações mais pobres pela falta de
infraestrutura dos bairros onde moram e
também pela vulnerabilidade da saúde, devido
ao maior contato com os pesticidas.
O saneamento é a saída não só para essas
doenças mas para tantas outras. A
responsabilidade não é do indivíduo como
apontam as campanhas e sim do poder público”,
afirma Lia Giraldo, pesquisadora da Fiocruz
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Pesquisas recentes, realizadas pela Fiocruz
de Pernambuco, mostram que o aedes
aegypti pode não ser o principal vetor do
zika vírus, mas sim o culex, que é um
mosquito comum, conhecido como
muriçoca ou pernilongo.
O problema apontado por essa nova
descoberta é que o culex se reproduz não
só em água limpa, como o aedes, mas
também põe ovos em água suja e esgotos.
Dessa forma, a doença pode se alastrar de
forma mais rápida.
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Zika
Microcefalia
a relação da microcefalia e o zika vírus ainda
não pode ser afirmada, mas resultados das
pesquisas da Fiocruz de Pernambuco
“Estamos diante de uma doença séria, que
precisa ser tratada com mais urgência. As
vacinas são realidades distantes, pois exigem
anos de pesquisa. A vacina da dengue foi
descoberta, mas ainda não é viável, em
termos de custo para vacinação em massa.
A solução urgente é o saneamento básico.
Ou enfrentamos essa doença com
saneamento ou teremos que conviver com
ela para sempre. Precisamos exigir uma
política pública de saneamento eficaz”,
conclui a pesquisadora Lia Giraldo
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Zika
Microcefalia
a relação da microcefalia e o zika vírus ainda
não pode ser afirmada, mas resultados das
pesquisas da Fiocruz de Pernambuco
“Estamos diante de uma doença séria, que
precisa ser tratada com mais urgência. As
vacinas são realidades distantes, pois exigem
anos de pesquisa. A vacina da dengue foi
descoberta, mas ainda não é viável, em
termos de custo para vacinação em massa.
A solução urgente é o saneamento básico.
Ou enfrentamos essa doença com
saneamento ou teremos que conviver com
ela para sempre. Precisamos exigir uma
política pública de saneamento eficaz”,
conclui a pesquisadora Lia Giraldo
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Febre Amarela, Chikungunya, Zika e Dengue
doenças transmitidas pelo mosquito vetor
Aedes aegypti.
ineficiência das políticas de saúde pública
determinismo social dessas mazelas
combate aos fatores determinantes é
fundamental para o controle das doenças
vetoriais
combate de doenças vetoriais
atingem com mais intensidade as populações
que não têm acesso ao saneamento e às
mínimas condições para uma vida digna.
é equivocada a política de saúde pública
apoiada no uso de venenos no combate ao
Aedes aegypti.
o Brasil precisa assumir que vive uma grave crise
de saúde pública
-dar prioridade a melhoria ampla da qualidade
de vida da população.
Vírus da Zika - ainda há muito que se descobrir
sobre a doença
Há um forte vínculo entre sistemas de
saneamento deficientes e o surto atual do vírus
zika, bem como a dengue, a febre amarela e o
chikungunya,
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- Além de não controlar a Dengue, temos hoje novas
epidemias, como Zika e Chikungunya, muito mais graves pelo
aspecto crônico
Chikungunya a pessoa pode ficar até um ano com os sintomas
Zika ainda não existe uma comprovação científica robusta.
-vivemos, nos últimos anos, uma sequência de grandes
epidemias que assolam nossos estados.
Não se está conseguindo controlar o mosquito em função dos
métodos que estão sendo preconizados negligenciado há
anos
30 anos de combate sistemático ao Aedes, a constatação é de
que temos fracassado no modelo preconizado pelo Ministério
da Saúde.
ineficiência das políticas de saúde pública
determinismo social dessas mazelas
combate aos fatores determinantes é fundamental para o
controle das doenças vetoriais
combate de doenças vetoriais
atingem com mais intensidade as populações que não têm
acesso ao saneamento e às mínimas condições para uma vida
digna.
é equivocada a política de saúde pública apoiada no uso de
venenos no combate ao Aedes aegypti.
o Brasil precisa assumir que vive uma grave crise de saúde
pública
-dar prioridade a melhoria ampla da qualidade de vida da
população.
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Febre Amarela, Chikungunya, Zika e Dengue
- 100 milhões de pessoas na América Latina não
têm acesso a saneamento básico
- outras 70 milhões a água encanada. (ONU –
15-3-16)
soluções de alta tecnologia para combater o
vírus zika
- melhorar o estado do acesso à água e ao
esgotamento sanitário para as populações
desfavorecidas
- encarar o desafio do saneamento ambiental
no Brasil
- o uso de venenos, seja nos fumacês ou na
aplicação de larvicidas químicos, representa um
modelo fracassado.
investimento em saneamento ambiental,
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‘curtoprazismo’ da emergência”,
apagando incêndio de uma epidemia
a insistência no uso de venenos está deixando o
mosquito resistente, levando as autoridades a
usar químicos cada vez mais perigosos para a
saúde pública.
o uso dessas substâncias está envolto numa
série de dúvidas sobre os efeitos colaterais em
humanos e no ambiente.
faltam estudos científicos de longo prazo, frente
a uma nova situação, de interações e impactos
na saúde que esse produto possa estar
causando
“enxugar o gelo”. O combate fica parecendo
isso, pois não se consegue controlar o mosquito
em função dos métodos que estão sendo
preconizados, haja vista o quadro
epidemiológico atual.
Zika com os casos de microcefalia - tragédia
sanitária
Não sabemos o mecanismo, mas na maioria dos
casos de microcefalia estamos encontrando o
vírus da Zika no líquido amniótico, nos tecidos
cerebrais.
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Febre Amarela, Chikungunya, Zika e Dengue
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ZIKA - Princípio da precaução
há muito a ser feito em termos de pesquisas
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Quando não se tem total evidência científica sobre
um tema, mas em que há risco à saúde, deve-se usar o
princípio da precaução.
1) modelo já falido de controle de um vetor;
2) uma doença que se utiliza do mesmo vetor e que
exige medidas cautelares imediatas, mas temos mais
perguntas do que respostas.
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Estratégia de controle
Atacando criadouros
ações de políticas urbanas, como o saneamento
ambiental.
planos de erradicação da Dengue desde o final da
década de 1980.
políticas equivocadas:: privilegiado o controle químico
com o uso de venenos para controle do Aedes.
É mais fácil a de comprar veneno do que fazer obra de
saneamento.
Uma dentro do setor da saúde.
O saneamento exige articulação extramuros, o desafio
da intersetorialidade...
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ZIKA
(percebe-se que o Aedes está cada vez menos exigente)
Saneamento - grande solução, e perene para eliminar os
vetores.
região Nordeste - epidemia 70% dos casos de microcefalia
- as pessoas estão abaixo da linha de pobreza.
-em áreas sem saneamento,
dificuldade de acesso ao Sistema Único de Saúde – SUS
- baixa capacidade imunológica.
falta de saneamento - precisa armazenar água para uso
doméstico ( acumula água e se tem um reservatório como
criadouro em potencial)
onde há esgoto a céu aberto, falta de água e lixo descoberto,.
o mosquito está se adaptando a coleções de águas diferentes
• 1998- Nordeste consome
o dobro de agrotóxicos
por domicílio no controle
vetorial do que o Sudeste
• 1998 - Publicação carta
ao editor da Revista
Cadernos de Saúde
Pública sobre esse
contexto: Programa de
erradicação do Aedes
aegypti: inócuo e
perigoso (e ainda
perdulário)
Cad. Saúde Pública vol.14 n.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 1998
Pontos de Análise
• Contexto do surgimento das epidemias (Microcefalia
e Zika em 2014 – 2015)
• As estratégias adotadas pelo MS (Análise dos
documentos do MS).
Nota Técnica alerta sobre a essência do modelo
intensificação do uso de larvicidas e adulticidas para
o Aedes aegypti, sendo que as orientações adotadas pelo
MS desde 2014, retrocedem-se à utilização do Ultra Baixo
Volume (UBV) com Malathion a 30% diluído em água,
abrangendo todo território nacional.
E passa a utilizar o Pyriproxyfen (desregulador endócrino)
em água de beber – implicações toxicológica.
- O foco no mosquito e as consequências para a saúde humana
- A dengue e o sistema de vigilância epidemiológica
- O envenenamento da população pobre
- Mais venenos, mais resistência, mais venenos
-
Onde fica o saneamento ambiental?
Resumo 265. Rev. Bras. Med. Tropical, 1993
Custos comparados entre programas do Ministério da Saúde
The epidemiology of dengue disease in Brazil during the
2000-2010 (Teixeira et al, 2013 - PLoS Negl Trop Disv.7(12); 2013 Dec)
• Incidence and disease severity increased over the
decade, although the situation is complicated by
national epidemics in 2002, 2008 and 2010.
• Increases hospitalization rates during epidemic years
might suggest an increase in the severity of dengue
disease
• The incidence of dengue disease over the review
period (2.000-2010) reflects the wide distribution of
Ae. aegypti nationally.
• In most regions the dengue disease incidence followed
national trends.
Incidence
Cases of dengue
fever with
complications
(DFC) and dengue
haemorrhagic
fever (DHF
Dengue
hospitalizations
(DFC+DHF) and
deaths due to
DFC and DHF
Number of Ae.
aegyptiinfested
municipalities
Average incidence
of dengue disease
per 100,000
population, by
region
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC
3871634/figure/pntd-0002520-g002/
Dengue Incidence 1990- 2015
900,0
800,0
700,0
600,0
500,0
400,0
300,0
200,0
100,0
0,0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Incidence (/100.000 inhabitants)
40 years larvicide in drink water
UBV - use of Malthion 30%
Iarc monografy – Malthion is 2A for risk
cancer in human
Without analysis for risk
cancer, neurological deseases
in populacion exposed to
vector chemical control
Passivity of the people and
comunities
Folha de São Paulo, 2008
VELHOS E NOVOS DISCURSOS: A MESMICE
“Um país não pode ser derrotado por um
mosquito”, Brasil, 1996.
“Um mosquito não é mais forte que um país
inteiro”, Brasil, 2016.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, “devido às condições
climáticas favoráveis à proliferação de mosquitos, a situação deve
permanecer crítica no Rio pelo menos até o fim de abril”. O
mosquito venceu ... O mosquito pensa o território e nós não...
Globo Online 25/03/2008
Governador do RJ – Sérgio Cabral: “A população é a menos
culpada. Nós, autoridades, somos os principais culpados, por
isso acho que não é hora de olhar para trás. Todos nós
erramos.”
Discursos atuais:
Foto: Reprodução / José Cruz
– Agência Brasil
Ministro Marcelo Castro, “Há cerca de 30 anos o mosquito vem
transmitindo doenças para nossa população e desde então
nós o combatemos, mas estamos perdendo a guerra
contra Aedes aegypti.
Sergio Arouca revela que epidemia de dengue no Rio
poderia ter sido evitada
Dr. Sérgio Arouca
Sérgio Arouca, 2002 – última epidemia de dengue no RJ
www.hospitalgeral.com.br/.../imagens/arouca.jpg
"Já havia a previsão de uma epidemia e nada foi feito. Nunca se chegou
a um verão com tanto despreparo para conter a dengue, como agora",
... "A saúde pública exige um trabalho permanente. Os governantes não
acreditam quando falamos em medicina preventiva. Esse tipo de ação
não dá status e muito menos atrai negócios. As ações só surgem quando
a epidemia já está implantada e fazendo várias vítimas.” ....
PROPOSTAS DA NOTA TÉCNICA DA ABRASCO:
1) Imediata revisão do modelo de controle vetorial. O foco deve ser a ELIMINAÇÃO DO
CRIADOURO e não o mosquito como centro da ação; com a suspensão do uso de produtos
químicos e adoção de métodos mecânicos de limpeza e de saneamento ambiental. Nos
reservatórios de água de beber utilizar medidas de limpeza e proteção da qualidade da
água e garantia de sua potabilidade;
2) Nas campanhas de Saúde Pública para controle de Aedes aegypti, imediata suspensão
do uso de Malathion ou qualquer outro organofosforado, carbamato, piretróide ou
organopersistente, seja em nebulização aérea ou em cortinados tratados com veneno
(mosquiteiros impregnados). Substituir o uso desses produtos por barreiras mecânicas,
limpeza, aspiração, telagem de janelas, portas entre outras medidas;
3) Nas medidas adotadas pelo MS para controle de Aedes aegypti em suas formas larva e
adulto, imediata suspensão do Pyriproxyfen (0,5 G) e de todos os inibidores de
crescimento como o Diflubenzuron e o Novaluron, ou qualquer outro produto químico ou
biológico em água potável. O conceito de potabilidade da água não pode ser perdido, ele
é a chave para as medidas participativas de eliminação de vetores.
4) Que sejam realizados esforços intersetoriais para a acabar com a intermitência do
abastecimento de água nas áreas de urbanização precária. Água é um direito humano. As
populações mais vulneráveis devem, por equidade, serem as mais protegidas;
5) Que as ações de controle vetorial no ambiente seja uma atribuição dos órgãos de
saneamento e de controle ambiental municipais, estaduais e nacional e não só do SUS,
que deve atuar na vigilância entomológica, sanitária, ambiental, epidemiológica,
virológica e da saúde do trabalhador, aferindo se as medidas de saneamento ambiental
estão resultando em melhoria das condições de saúde;
6) Que as políticas urbanas e de saneamento ambiental promovam programas integrados
para a resolução dos problemas de moradia, saneamento e urbanização;
7) Que a vigilância epidemiológica seja realizada por profissionais experientes em clínica,
fisiopatologia e epidemiologia, em diversos níveis do SUS. Esta proposição se dá no
fortalecimento da integração e atuação articuladas das áreas de vigilância da saúde com
as áreas de produção de conhecimentos.
8) Que sejam realizadas pesquisas clínicas e informadas outras disfunções ou
malformações relativas as viroses da Dengue, da Zika e da Chincungunya e que sejam
estudados os efeitos da exposição a produtos químicos utilizados no controle vetorial
do Aedes aegypti;
9) Que o amparo às famílias acometidas pelo surto de microcefalia se dê mediante
uma política pública perene e não transitória. Que esse apoio seja integral, incluindo
neste atenção a família pelo trauma psíquico decorrente desse desfecho gestacional.
10) Que seja realizada uma auditoria nos modelos de controle vetorial por uma comissão
multidisciplinar de especialistas independentes, incluindo avaliação do modos operados
do Fundo Rotatório da OPAS/OMS a ser solicitado pelo governo brasileiro, quiçá em
conjunto com outros países latino-americanos que sofrem as mesmas imposições, à
Organização da Nações Unidas;
12) Que seja ratificada a imediata elaboração pelo Ministério da Saúde de orientações
técnicas para a Atenção à Saúde dos Trabalhadores da Saúde que NO PASSADO se
expuseram aos agrotóxicos utilizados no controle do Aedes aegypti, a serem adotadas pelas
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, em acordo com a Política Nacional de Saúde
do Trabalhador e com experiência exitosas;
13) Que seja criado, pelo MS, um Portal para acesso amplo da população a todos
processos e fatos associados ao controle vetorial, às epidemias relacionadas à ação
do Aedes aegypti e a epidemia de microcefalia. Nele deve também ser informado quando
utilizados, o volume, os tipos de produtos químicos, o número de domicílios e imóveis
nebulizados, por Unidade da Federação e por município, pois são do maior interesse dos
profissionais de saúde e da sociedade.
Por fim, chamamos atenção da sociedade civil, diante da atual declaração de Estado de
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para epidemia de microcefalia e
arboviroses, que: a) todas as medidas de controle vetorial sejam realizadas
com mobilização social no sentido da proteção e respeito da cidadania pela Saúde
Pública, priorizando-se as medidas de saneamento ambiental, com garantia da
potabilidade da água de beber, como parte do respeito aos Direitos Humanos e
orientados pelos princípios da Política Nacional de Educação Popular em Saúde; b) que o
SUS deve rever as estratégias e conteúdos da comunicação social à população, tirando o
foco na responsabilidade individual e das famílias, explicitando as responsabilidades dos
diversos setores estatais, com ênfase na importância das medidas de saneamento,
coleta de resíduos, cumprimentos das políticas de resíduos sólidos, garantia de
abastecimento de água; e c) melhoria da qualidade da assistência às famílias e às
crianças acometidas e da atenção pré-natal, pois se agrava a fragilidade observada que
já era conhecida – a exemplo dos casos de sífilis congênita – e que se comprova com a
ocorrência de casos de microcefalia identificados após o parto.
Reivindicamos das autoridades competentes a adoção das medidas a seguir:
1) Imediata revisão do modelo de controle vetorial. O foco deve ser a
ELIMINAÇÃO DO CRIADOURO e não o mosquito como centro da ação; com
a suspensão do uso de produtos químicos e adoção de métodos mecânicos
de limpeza e de saneamento ambiental. Nos reservatórios de água de beber
utilizar medidas de limpeza e proteção da qualidade da água e garantia de
sua potabilidade;
2) Nas campanhas de Saúde Pública para controle de Aedes aegypti, imediata
suspensão do uso de Malathion ou qualquer outro organofosforado,
carbamato, piretróide ou organopersistente, seja em nebulização aérea ou em
cortinados tratados com veneno (mosquiteiros impregnados). Substituir o uso
desses produtos por barreiras mecânicas, limpeza, aspiração, telagem de
janelas, portas entre outras medidas;
3) Nas medidas adotadas pelo MS para controle de Aedes aegypti em suas
formas larva e adulto,imediata suspensão do Pyriproxyfen (0,5 G) e de todos
os inibidores de crescimento como o Diflubenzuron e o Novaluron, ou
qualquer outro produto químico ou biológico em água potável. O conceito de
potabilidade da água não pode ser perdido, ele é a chave para as medidas
participativas de eliminação de vetores.
4) Que sejam realizados esforços intersetoriais para a acabar com a intermitência
do abastecimento de água nas áreas de urbanização precária. Água é um direito
humano. As populações mais vulneráveis devem, por equidade, serem as mais
protegidas;
5) Que as ações de controle vetorial no ambiente seja uma atribuição dos órgãos
de saneamento e de controle ambiental municipais, estaduais e nacional e não só
do SUS, que deve atuar na vigilância entomológica, sanitária, ambiental,
epidemiológica, virológica e da saúde do trabalhador, aferindo se as medidas de
saneamento ambiental estão resultando em melhoria das condições de saúde;
6) Que as políticas urbanas e de saneamento ambiental promovam programas
integrados para a resolução dos problemas de moradia, saneamento e
urbanização;
7) Que a vigilância epidemiológica seja realizada por profissionais experientes em
clínica, fisiopatologia e epidemiologia, em diversos níveis do SUS. Esta proposição
se dá no fortalecimento da integração e atuação articuladas das áreas de vigilância
da saúde com as áreas de produção de conhecimentos.
8) Que sejam realizadas pesquisas clínicas e informadas outras disfunções ou
malformações relativas as viroses da Dengue, da Zika e da Chincungunya e que
sejam estudados os efeitos da exposição a produtos químicos utilizados no
controle vetorial do Aedes aegypti;
9) Que o amparo às famílias acometidas pelo surto de microcefalia se dê mediante
uma política pública perene e não transitória. Que esse apoio seja integral,
incluindo neste atenção a família pelo trauma psíquico decorrente desse desfecho
gestacional.
10) Que seja realizada uma auditoria nos modelos de controle vetorial por uma
comissão multidisciplinar de especialistas independentes, incluindo avaliação do
modos operados do Fundo Rotatório da OPAS/OMS a ser solicitado pelo governo
brasileiro, quiçá em conjunto com outros países latino-americanos que sofrem as
mesmas imposições, à Organização da Nações Unidas;
12) Que seja ratificada a imediata elaboração pelo Ministério da Saúde de
orientações técnicas para a Atenção à Saúde dos Trabalhadores da Saúde que NO
PASSADO se expuseram aos agrotóxicos utilizados no controle do Aedes aegypti, a
serem adotadas pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, em acordo com
a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e com experiência exitosas;
13) Que seja criado, pelo MS, um Portal para acesso amplo da população a todos
processos e fatos associados ao controle vetorial, às epidemias relacionadas à ação
do Aedes aegypti e a epidemia de microcefalia. Nele deve também ser informado quando
utilizados, o volume, os tipos de produtos químicos, o número de domicílios e imóveis
nebulizados, por Unidade da Federação e por município, pois são do maior interesse dos
profissionais de saúde e da sociedade.
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a) todas as medidas de controle vetorial sejam realizadas com mobilização social no
sentido da proteção e respeito da cidadania pela Saúde Pública, priorizando-se as
medidas de saneamento ambiental, com garantia da potabilidade da água de beber,
como parte do respeito aos Direitos Humanos e orientados pelos princípios da Política
Nacional de Educação Popular em Saúde;
b) o SUS deve rever as estratégias e conteúdos da comunicação social à população,
tirando o foco na responsabilidade individual e das famílias, explicitando as
responsabilidades dos diversos setores estatais, com ênfase na importância das
medidas de saneamento, coleta de resíduos, cumprimentos das políticas de resíduos
sólidos, garantia de abastecimento de água; e
c) melhoria da qualidade da assistência às famílias e às crianças acometidas e da
atenção pré-natal, pois se agrava a fragilidade observada que já era conhecida – a
exemplo dos casos de sífilis congênita – e que se comprova com a ocorrência de casos
de microcefalia identificados após o parto.
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