TEATRO E RELEITURA: UMA REFLEXÃO SOBRE BULLYING DIONIZIO, Jheimilly Ane Fogaça - PUC/PR1 BUTURE, Elaine Teotonio da Silva - PUC/PR 2 COUTINHO, Suelem Prestes - PUC/PR 3 SANTOS, Cintia Cristine Schon - PUC/PR 4 BAVARESCO, Maria de Lourdes Ferro - PUC/PR5 Eixo Temático: Cidadania, Direitos Humanos e Interculturalidade - com ênfase na educação em direitos humanos, na superação das violências e das indisciplinas nas escolas. Agência Financiadora: Capes Resumo O presente resumo trata do relato de experiência de uma peça teatral, realizada com o intuito finalizar um projeto referente ao bullying, desenvolvido em uma Escola Municipal de Curitiba. A proposta do teatro denominado “A patinha feia”, surgiu da necessidade de promover uma atividade de integração entre o PIBID e a escola, correspondendo a um dos objetivos do programa: proporcionar aos licenciados, oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, de caráter inovador e interdisciplinar, logo, pensou-se em uma ação que viesse constituir em um meio de transformação social em conjunto com a escola. Essa peça teatral fundamentou-se em MARQUES (2012) e SÓ (2010), que enfatizam a importância de aprender a conviver com o diferente e não apenas tolerá-lo. A história a ser dramatizada foi escolhida após uma conversa informal com uma professora da escola, que ressaltou a importância de utilizar uma história já conhecida pelas crianças, logo, foi optado por dramatizar o conto "O patinho feio", pois este trata da história de bullying sofrida por um patinho diferente dos demais. Todavia, não havia a possibilidade da equipe interpretar os patinhos, pois o grupo era formado apenas por mulheres, sendo assim, houve a necessidade de fazer uma releitura do conto, modificando-o para "A patinha feia", contando a história de três patinhas, na qual duas eram bonitas e uma feia que era desprezada pelas outras, até o dia em que passaram dos limites e praticaram bullying com a patinha feia, porém, após um momento de reflexão as duas perceberam o sofrimento de sua irmã e reconheceram que agiram de forma errada, então, desculparam-se e compreenderam a necessidade de respeitar as diferenças. Em seguida, foi elaborado um roteiro para a apresentação e realizado os ensaios. Para a realização da peça teatral foram confeccionados o cenário – painel da escola decorado de modo a representar uma paisagem e figurino – máscaras de E.V.A (bicos de pato, sendo dois alaranjados e um cinza, de modo a designar um pato diferente entre os três) e roupas cedidas pela escola. No momento da apresentação do teatro, foram colocados tatames em frente ao cenário para 1 Graduanda do 6º período de Pedagogia da PUC/PR, E-mail: [email protected] Graduanda do 6º período de Pedagogia da PUC/PR, E-mail: [email protected] 3 Graduanda do 8º período de pedagogia da PUC/PR E-mail: [email protected] 4 Graduanda do 4º período de Pedagogia da PUC/PR, E-mail: [email protected] 5 Professora da Rede Municipal de Curitiba, formada em Magistério Superior com Mídias Interativas, Pedagogia, Pós-graduação em Educação Infantil e em Educação Especial. E-mail: [email protected] 2 que as crianças pudessem se sentar para assistir à peça, porém, devido à quantidade reduzida de tatames, a apresentação foi dividida em três momentos. O teatro foi iniciado com a narradora relembrando a proposta do Projeto Bullying e as atividades desenvolvidas anteriormente. Durante a apresentação, as crianças riram, se assustaram, se entusiasmaram, ou seja, o teatro proporcionou uma mistura de sensações e sentimentos, que motivou as Pibidianas a ir além do que estava programado no papel. E no fim da apresentação, as crianças, em um coral, pediram para que o teatro fosse repetido. Procurou-se enfatizar com humor e ao mesmo tempo representar a dor que a prática do bullying pode causar. Dessa forma, foi valorizada a atitude do pedido de desculpas por parte das irmãs patinhas, da aproximação e da aceitação do próximo. Em síntese, ao analisar todo o processo de elaboração e execução da peça, pode-se inferir que por meio do teatro, foi tratado com leveza e humor, a timidez e o visual “fora do padrão” da patinha feia, e a busca pela aceitação por grupos na escola, questões que infelizmente são enfrentadas diariamente pelas crianças desde muito cedo. Nesse sentido, fica a preocupação com a figura do professor em seu ambiente de atuação quando ocorrer tais situações, e atuando como agente de mobilização, este projeto serviu de subsidio para a reflexão do papel tanto de professores quanto pedagogos diante a assuntos que não estão inseridos no planejamento, e ocultos no currículo, porém presentes em sala de aula, pois, o ato de educar ocorre em todas as circunstâncias e em todos os contextos. A realização do teatro foi importante para a formação acadêmica das pibidianas, pois foi gratificante perceber satisfação dos alunos e dos demais profissionais da escola que assistiram a apresentação. Portanto, a peça teatral serviu como um momento de mobilização para outras atividades, tendo em vista que, algumas professoras desenvolveram atividades partindo do teatro, tais atividades foram caracterizadas por rodas de conversa referentes ao bullying na escola e registros em forma de desenho ou texto, que foram expostos para toda a escola. Por fim, como resultado do trabalho, obteve-se o retorno das professoras que relataram que algumas crianças mudaram o comportamento em sala de aula, demonstrando respeito aos demais, em outros casos as próprias crianças chamaram a atenção dos colegas quando ocorria a prática do bullying. Além disso, observou-se que os estudantes ficaram menos agressivos no horário do recreio. Todavia, compreende-se que a prevenção contra as práticas bullying correspondem a um trabalho continuo, contemplando a diversidade no âmbito escolar. Palavras-chave: Bullying, Teatro, Releitura, Patinha feia. Referências MARQUES, Luciana Pacheco. Cotidiano Escolar e diferenças. Revista Educação. Juiz de Fora, v.17, n1, mar/jun.2012. Disponível em: < http://www.ufjf.br/revistaedufoco/files/2012/10/Cotidiano-escolar-e-diferen%C3%A7as.pdf> Acesso em: 30 jun. 2016. SÓ, Sheila Lucas. Bullying nas escolas: uma proposta de intervenção. Porto Alegre, 2010. 33 p. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/37003/000787333.pdf> Acesso em: 30 jun. 2016.