Avaliação do conhecimento do protoco bls por alunos concluintes

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Relato de Pesquisa / Research Reports
Enfermagem
ISSN 2176-9095
Science in Health
2010 set-dez; 1(3): 121-7
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DO PROTOCO BLS POR ALUNOS CONCLUINTES DE
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM*
EVALUATION OF THE KNOWLEDGE OF THE STUDENTS OF GRADUATION IN NURSING ON THE PROTOCOL BLS
Karina Venâncio*
Érika Pensado Bezerra**
Viviane de Lima Rocha**
Marcos Antonio da Eira Frias***
Resumo
ABSTRACT
Introdução: A parada cardiorrespiratória é considerada uma
situação de emergência e exige avaliação e intervenção
imediata para garantir a sobrevida do indivíduo em risco
de morte. Conhecer o protocolo BLS e executar cada
etapa corretamente aumentam as chances de sucesso no
atendimento. Objetivo: Avaliar o conhecimento do aluno do
quarto ano da graduação em enfermagem no atendimento de PCR com base no protocolo do BLS. Método: Esta
é uma pesquisa de campo de abordagem quantitativa do
tipo exploratória e descritiva. A pesquisa foi realizada em
uma Instituição de Ensino Superior na Cidade de São Paulo,
com 31 alunos de graduação em enfermagem. Para a coleta de dados usamos um instrumento do tipo “check-list”,
seguindo a padronização do Basic Life Support. A técnica
de reanimação foi realizada em manequim de treinamento.
Resultados: Os resultados evidenciam deficiências no conhecimento teórico-prático dos passos do BLS. Do total de
participantes do estudo 55% não reconheceram os sinais de
PCR, 87% não solicitaram ajuda, 48% posicionaram a vítima
em DDH e superfície rígida, 39% realizaram de forma incorreta a verificação de pulso e compressão torácica e 64%
não executaram a desfibrilação. Conclusão: Os resultados
encontrados apontam uma necessidade maior do aprendizado prático de RCP/BLS pelo aluno durante a graduação
em enfermagem.
Introduction: Cardiac arrest is considered an emergency and
requires immediate assessment and intervention to ensure
the survival of the individual risk of death. Meet the BLS
protocol and perform each step correctly increase the
chance of successful treatment. Objective: To determine the
student’s fourth year of undergraduate nursing care in PCRbased protocol BLS. Method: This is a field research approach quantitative exploratory and descriptive. The survey was
conducted in a Higher Education Institution in the city of
Sao Paulo, with 31 undergraduate students in nursing. To
collect data we used a tool such as “check-list”, following
the standardization of the Basic Life Support. The technique of resuscitation was performed on the training dummy.
Results: The results showed deficiencies in the theoretical
and practical knowledge of the steps of the BLS. Among the
study participants, 55% did not recognize the signs of cardiac arrest, 87% have not sought help, 48% positioned the
patient at DDH and rigid, 39% were incorrectly checking
pulse and chest compression and 64% did not perform defibrillation. Conclusion: The results suggest a greater need
of practical learning CPR / BLS by the students during their
undergraduate nursing.
Descriptors: Heart arrest • Resuscitation • Nursing • Education, nursing • Emergencies
DESCRITORES: Parada cardíaca • Ressuscitação • Enfermagem
• Educação em enfermagem • Emergências.
*Texto extraído do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC apresentado à Faculdade de Enfermagem da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID
em dezembro de 2009 para obtenção do Grau de Bacharel em Enfermagem
****
****
***
Aluna concluinte do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID.
Aluna concluinte do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID.
Enfermeiro, Mestre em Enfermagem, Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID.
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INTRODUÇÃO
Entende-se por Parada Cardiorrespiratória (PCR)
a interrupção súbita e brusca da circulação sistêmica e respiratória, comprovada pela ausência de pulso
central (carotídeo e femoral), e de movimentos ventilatórios (apneia), definindo-se, assim, a Ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) como um conjunto de procedimentos realizados após uma PCR, a fim de melhorar as chances de sobrevivência da vítima (Calil et al.1
2007; Guimarães et al.2 2009).
O pioneiro da RCP no Brasil foi o Dr. John Cook
Lane, em 1960. Quando cursava residência em cirurgia, o Dr. Lane sofreu influência do Dr. Gordon,
um dos pioneiros da reanimação moderna. Foi o Dr.
Lane quem trouxe ao Brasil o curso prático de RCP,
e a partir daí publicou os seus primeiros livros sobre
reanimação cardiorrespiratória cerebral. Através de
palestras e demonstrações em manequins, Lane difundiu em diversas instituições a finalidade e a técnica
do ABC do Suporte Básico de Vida (Guimarães et al.3
2009).
O Dr. Ari Timerman, graduado pela Faculdade de
Medicina de Sorocaba, em 1976 também desenvolveu
vários estudos sobre a RCP, e juntamente com o Dr.
Fehér, deu início no Brasil aos cursos no formato da
AHA (Tinerman et al.4 2007).
AHA é uma Sociedade que se reúne a cada 5 anos
em Dallas, Texas, Estados Unidos, para atualizar as diretrizes da RCP. A última atualização foi em 2005. As
modificações das diretrizes visam simplificar o papel
dos procedimentos do suporte básico de vida como
estratégias fundamentais para melhorar a sobrevivência após a PCR.
O enfermeiro do serviço de emergência, segundo
Calil et al.1 (2007), deve ser capacitado a assumir a
liderança em situações de RCP, para desenvolver a
atividade com habilidade motora e atitude para julgamentos e tomada de decisões. Para esses mesmos
autores, a capacitação e o conhecimento científico
são o diferencial nessa situação.
Uma situação de emergência é um momento de
estresse para todos os profissionais da área da saúde,
por isso a capacitação é necessária para se ter sucesso no atendimento, principalmente quando se trata
de uma PCR, por isso, ter domínio dos passos do BLS
é fundamental.
Para Timerman et al. 4 2007, o Suporte Básico de
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Vida inclui etapas diferentes que, realizadas de forma
disciplinada, visam melhor qualidade de circulação e
oxigenação tecidual, oferecendo chance maior de sobrevida a pacientes, muitas vezes, em risco de vida.
Na maioria das vezes, o socorro a essas vítimas inicia
fora do ambiente hospitalar, devendo-se deflagrar o
suporte básico de vida disciplinado e programado.
Sendo assim, este estudo tem como objetivo avaliar o conhecimento do aluno do quarto ano da graduação em enfermagem em relação ao atendimento
de uma PCR, com base no protocolo do BLS.
MATERIAL E MÉTODO
Tipo de pesquisa e local de estudo
Trata-se de uma pesquisa de campo de abordagem
quantitativa do tipo exploratória e descritiva.
O Projeto de Pesquisa foi submetido à apreciação
do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo, tendo sido aprovado.
A pesquisa foi realizada em uma Instituição
de Ensino Superior localizada na Zona Leste da Cidade de São Paulo, com 31 alunos do último ano da
graduação em enfermagem.
Critérios de inclusão
Ser aluno regularmente matriculado no último ano
do Curso de Graduação em Enfermagem, ter disponibilidade e concordar em participar do estudo.
Operacionalização da Coleta de Dados
Os estudantes foram informados quanto ao objetivo da pesquisa, a forma de participação, a garantia
do anonimato e que tinham liberdade total na decisão
de participar ou não da pesquisa. Aqueles que optaram por participar deste estudo confirmaram sua
participação assinando o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
Após as explicações sobre a pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
cada participante foi, então, orientado para executar
a manobra de RCP da forma que julgasse correta.
Para a coleta de dados foi elaborado um instrumento do tipo “check-list” (Anexo I), seguindo a padronização do Basic Life Support (BLS) conforme as
diretrizes da American Heart Association.
Para realização da técnica de RCP, foi utilizado um
manequim de treinamento específico para esse fim. A
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desinfecção da boca do manequim para realização de
respiração boca a boca foi feita com algodão embebido em álcool 70% garantindo, assim, total segurança
aos participantes do estudo.
A performance dos participantes do estudo na
execução de cada item da manobra de RCP foi registrada por um dos pesquisadores no impresso Instrumento de Coleta de Dados, nos itens correspondentes a: desenvolvimento correto, incorreto ou não
executou.
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GRÁFICO 1: Reconhece os sinais de parada cardiorrespiratória (PCR). (São Paulo, 2009.)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados coletados foram analisados em números
absolutos e percentuais e apresentados em gráficos.
Ressaltamos que na avaliação da performance, a
execução incorreta e/ou a não execução de um dos
passos do protocolo têm o mesmo peso em termos
de avaliação, ou seja, representam a atuação ineficaz e
ineficiente do socorrista no atendimento à vítima em
situação de emergência com risco de morte iminente; no entanto, entendemos que a execução incorreta
mostra que houve uma tentativa de fazer algo.
Para o atendimento de uma vítima em PCR, é necessário seguir as diretrizes estabelecidas pela International Liaision Committee on Resuscitation, método conhecido como mnemônico do ABCD.
O ABCD da RCP consiste em quatro partes principais: promover a Abertura das vias aéreas; restabelecer e manter Boa respiração; restabelecer e manter
a Circulação e fazer a Desfibrilação.
O profissional precisa reconhecer e confirmar a
PCR; para que isso aconteça, é necessário fazer a avaliação rápida do local e da vítima. Antes de iniciar o
atendimento, o socorrista deve avaliar se o local da
cena é seguro, para também não se tornar uma vítima.
Após esse reconhecimento, deve-se tocar o ombro
da vítima levemente, mas com firmeza, e perguntar se
está tudo bem. Se não há nenhum tipo de resposta,
entende-se que a vítima está inconsciente (American
Heart Association5 2006, Serrano et al.6 2008).
Os resultados do desempenho no quesito reconhecimento e identificação de parada cardiorrespiratória pelos participantes do estudo podem ser observados no Gráfico 1.
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O GRÁFICO 1 mostra que, do total de 31 (100%)
alunos participantes do estudo, 42% (13) executaram
corretamente o primeiro passo do protocolo BLS,
55% (17) não executaram o procedimento e 3% (01)
executou de maneira incorreta. A somatória dos resultados não executou e executou incorretamente
corresponde a 58% do total.
O fato de 58% da população não ter executado ou
ter executado de forma incorreta o primeiro passo
do suporte básico de vida (SBV), é motivo de preocupação, pois a não identificação dos sinais de PCR
por parte do enfermeiro implica em risco de morte
do paciente.
Para melhorar a taxa de sobrevida por PCR é importante que o enfermeiro reconheça os sinais precoces de alerta de um ataque cardíaco, intervenha de
maneira imediata, correta e segura.
GRÁFICO 2: Solicita ajuda após verificar a responsividade.
(São Paulo, 2009.)
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O segundo passo do SBV foi executado corretamente por 3% (01) dos sujeitos, 87% (27) não executaram o procedimento e 10% (03) executaram de
maneira incorreta.
Nesse segundo item, 97% da população não apresentaram um desempenho adequado; entende-se que,
em uma situação real, aumentaria em muito o tempo
de chegada da equipe de socorro.
A American Heart Association (AHA5 2006) indica uma padronização de condutas que devem ser
adotadas na vigência de uma PCR no adulto. O socorrista que reconhece a situação de emergência deve
solicitar rapidamente ajuda da equipe de emergência
médica e pedir o desfibrilador externo automático
(DEA).
Durante a solicitação da ajuda, solicitar imediatamente a busca do desfibrilador externo automático
(DEA). Caso o profissional esteja sozinho, deve-se
incumbir outra pessoa para que faça esse pedido de
ajuda. No ambiente hospitalar, de imediato, é feito o
pedido do carrinho de atendimento de emergência
(American Heart Association5 2006, Serrano et al.6
2008).
GRÁFICO 3: Posiciona a vítima para iniciar a avaliação.
(São Paulo, 2009.)
A representação do desempenho no posicionamento da vítima mostra que 48% (15) da amostra
executaram esse passo de forma correta, 29% (09)
não executaram o procedimento e 23% (07) executaram de forma incorreta.
O Gráfico 3 mostra que 52% não posicionaram ou
posicionaram a vítima de forma incorreta.
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A vítima deve ser mantida em DDH (decúbito
dorsal horizontal) sobre uma superfície rígida: isso é
necessário para o desempenho máximo da massagem
cardíaca (American Heart Association5, 2006; Serrano et al.6, 2008), de maneira que, durante as manobras
de compressão torácica, haja o contra-ponto que garante a efetividade do procedimento.
GRÁFICO 4: Abertura das vias aéreas. (São Paulo,
2009.)
No Gráfico 4, se observa que 39% (12) dos sujeitos executaram corretamente o procedimento, 39%
(12) não executaram, e 22% (07) executaram de maneira incorreta.
Nesse item, 61% dos pesquisados não posicionaram e/ou posicionaram de maneira incorreta a cabeça
da vítima.
A posição inadequada da cabeça pode bloquear a
via aérea e impedir a ventilação adequada em algumas
vítimas não responsivas.
A abertura das vias aéreas é realizada com a manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo.
Para a execução correta desse passo da técnica, o
socorrista deve fazer a hiperextensão da cabeça da
vítima. A hiperextensão é feita posicionando-se uma
mão espalmada na região frontal da vítima e com o
dedo indicador e médio da outra mão na região mentoniana a fim de facilitar a inclinação da cabeça para
trás. Essa manobra alivia a obstrução da via aérea em
uma vítima não responsiva (American Heart Association5 2006, Serrano et al.6 2008).
Após o posicionamento da cabeça da vítima, devese avaliar a ventilação. É necessário ver se há elevação e abaixamento do tórax, ouvir se há escape de ar
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durante a exalação e sentir o fluxo de ar (American
Heart Association5 2006, Serrano et al.6 2008).
Na ausência de respiração, o profissional deverá
realizar duas ventilações de resgate (1 segundo cada),
provocando a elevação do tórax: é importante observar a elevação do tórax à medida que se vai aplicando
a ventilação; se não elevar na primeira ventilação, é
necessário repetir a manobra de inclinação cabeçaelevação do mento. Durante as ventilações é preciso
fornecer uma quantidade de ar suficiente para se conseguir elevar o tórax da vítima e para prevenir a distensão gástrica. O ar expirado contém aproximadamente 17% de oxigênio e 4% de dióxido de carbono,
o que é suficiente para fornecer oxigênio para suprir
as necessidades da vítima; por isso, o socorrista deve
respirar normalmente para aplicar a ventilação. Após
as duas ventilações, segue-se para o próximo passo
que é iniciar a ventilação da vítima (American Heart
Association5 2006, Serrano et al.6 2008).
Gráfico 5: Inicia ventilação artificial. (São Paulo, 2009.)
O Gráfico 5 mostra que 32% (10) participantes
executaram corretamente a ventilação da vítima, 45%
(14) não executaram essa manobra, e 23% (07) executaram de forma incorreta.
Em relação à ventilação artificial, 68% não executaram e/ou executaram de maneira incorreta.
Caso sejam aplicadas ventilações muito rápidas
ou com muita força, o ar provavelmente irá para o
estômago ao invés de ir para os pulmões. Essa manobra pode causar distensão gástrica e acarretar graves
complicações como vômitos, aspiração e pneumonia.
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Gráfico 6: Realiza compressões torácicas. (São Paulo,
2009.)
No Gráfico 6 referente às compressões torácicas
23% (07) executaram adequadamente, 29% (09) não
executaram o procedimento e 48% (15) executaram
incorretamente.
No item correspondente à realização de compressões torácicas, 77% não executaram e/ou executaram
de maneira incorreta.
Nesse passo ocorre a verificação do pulso carotídeo ou femoral. Se não houver pulso, é necessário
aplicar ciclos de 30 compressões e duas ventilações:
as compressões devem ser fortes e rápidas; a frequência é de 100 compressões por minuto. Para fazer
a compressão correta, o socorrista deve localizar o
gradeado costal e, a seguir, o apêndice xifoide, demarcar dois dedos logo acima do apêndice xifoide e
posicionar a região hipotenar de uma mão com os
dedos estendidos e a outra mão sobreposta a esta
no centro do tórax entre os mamilos. Manter os braços esticados e posicionar os ombros na direção das
mãos, comprimir de 4 a 5 centímetros; ao final de
cada compressão, é necessário assegurar-se de que
houve o retorno/re-expansão total do tórax. O retorno completo permite que mais sangue encha o
coração entre as compressões torácicas. Um ciclo
corresponde a uma sequência de 30 compressões e 2
ventilações, e a cada 5 ciclos o socorrista deve verificar o ritmo cardíaco (American Heart Association5
2006, Serrano et al.6 2008).
A identificação da necessidade de desfibrilação foi
executada de maneira correta por 10% (03) da amostra; 64% (20) não executaram o procedimento e 26%
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Gráfico 7: Identifica a necessidade de desfibrilação. (São
Paulo, 2009.)
(08) executaram de forma incorreta.
Quanto ao uso do DEA, 90% não executaram e/ou
executaram de maneira incorreta o procedimento.
O intervalo desde o colapso até a desfibrilação é
um dos mais importantes fatores determinantes da
sobrevivência a uma PCR. A desfibrilação precoce é fundamental para as vítimas de parada cardíaca súbita, pois a fibrilação ventricular (FV) é o ritmo inicial mais comum nesses casos
(American Heart Association5 2006, Serrano et al.6
2008).
O desfibrilador externo automático (DEA) interpreta o ritmo cardíaco e informa a necessidade ou
não do uso de choques. Esse aparelho foi desenvolvido para que qualquer pessoa possa utilizá-lo em
situação de PCR, pois não requer interpretação de
traçado eletrocardiográfico para decidir se é ou não
necessário o uso terapêutico da corrente elétrica; já
os aparelhos convencionais são usados exclusivamente no ambiente hospitalar (American Heart Association5 2006, Serrano et al.6 2008).
CONCLUSÃO
Com este estudo, pode-se concluir que, na avaliação da performance dos alunos na execução do BLS,
58% da população não executaram ou executaram de
forma incorreta o primeiro passo do suporte básico de vida; no segundo passo do protocolo, 97% da
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população não executaram ou executaram de forma
incorreta a solicitação de ajuda; o terceiro passo,
posicionamento da vítima, não foi executado ou foi
executado de forma incorreta por 52% da amostra; o
quarto item, correspondente ao posicionamento da
cabeça da vítima, não foi executado ou foi executado de forma incorreta por 61% dos pesquisados. Em
relação ao quinto passo, ventilação artificial, 68% não
executaram e/ou executaram de maneira incorreta; o
sexto item, realização de compressões torácicas, não
foi executado e/ou foi executado de maneira incorreta por 77% e no sétimo passo, uso do DEA, 90% não
executaram e/ou executaram de maneira incorreta o
procedimento.
Esses resultados são preocupantes, pois se espera
que, ao final do curso, o aluno tenha construído conhecimento e desenvolvido habilidades que lhe permitam enfrentar de maneira rápida, segura, eficiente
e eficaz as situações rotineiras ou não do seu dia-a-dia
como profissional.
Permitir que fosse avaliado e divulgado o resultado
do desempenho dos futuros profissionais formados
nessa Instituição é um ato de coragem e demonstra o
amadurecimento pessoal e profissional da Direção do
Curso. Além disso, fica evidente a preocupação real
com a qualidade do profissional que deixa a universidade e leva o nome da Instituição.
Entendemos que sempre é tempo de rever e
aprender, pois ensinar e aprender é um processo dinâmico; sendo assim, sugerimos que os alunos concluintes sejam submetidos a um treinamento sobre
BLS antes da conclusão do curso.
Entendemos ser relevante investir mais no treinamento em laboratório com situações controladas,
onde o aluno possa ser levado a desenvolver os procedimentos, perceber seu desempenho e refazer a
técnica até atingir a perfeição desejada.
Esperamos com este estudo contribuir para a reflexão dos docentes, independente da área de atuação,
pois compreendemos que estudos dessa natureza são
importantes, uma vez que mostram a compreensão
e o desempenho do aluno em relação ao seu fazer
como futuro enfermeiro.
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Anexo I
INSTRUMENTO DE COLETA
Item a ser avaliado
C
NE
Reconheceu os sinais de PCR
Solicitou ajuda
Posicionou o paciente em uma superfície rígida
Abertura da VA (extensão da cabeça para trás, deslocando a mandíbula para a frente
Respiração (Ver, ouvir, sentir)
* não: fazer 2 insuflações pulmonares e profundas, duração 1,5 a 2sg, observando a parede
torácica elevar-se com ambu e máscara
- Circulação (verificação de pulso carotídea e femoral)
* não: Iniciar compressões torácicas 30:2 (localizar porção inferior do esterno; posicionarse verticalmente acima do tórax da vítima com os braços estendidos)
Desfibrilação (se em FV/ TV sem pulso)
* após choque, fazer 5 ciclos de compressões e ventilações antes de nova verificação de
pulso
Legenda: C = correto; NE = não executou; I = incorreto
REFERÊNCIAS
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C
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127
I
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