NOME: _______________________________________________________ ANO: ________ TURMA: _________ DATA: _____________ REGÊNCIA Regência é o mecanismo que regula as ligações entre um verbo ou nome e os seus complementos. Regência verbal Quando o termo regente é um verbo. Exemplo: Isto pertence a todos. Termo regente= verbo termo regido ( complemento) Regência Nominal Quando o termo regente é um nome. Exemplo: Usavam um sistema semelhante Termo regente= nome ao nosso. termo regido (complemento) O conhecimento da regência correta de cada verbo e de cada nome é função do uso. Dessa forma, cada falante conhece a regência dos verbos e dos nomes que fazem parte do seu repertório usual. Entretanto, aqui, como em todos os domínios da norma, pode haver desencontros entre o uso popular e a língua padrão.Pode acontecer também que o falante desconheça simplesmente certas regências da norma padrão por não ocorrerem no uso popular. REGÊNCIA VERBAL Vejamos alguns casos de regência verbal que costumam trazer problemas: A – Verbos que alteram o significado conforme alteram a regência. 1- Agradar a) No sentido de acariciar é transitivo direto. Exemplo: Sempre agrada os animais antes de sair de casa. b) No sentido de ser agradável a é transitivo indireto regido pela preposição a . Exemplo: Espero que esta aula agrade aos alunos. 2 .Aspirar a ) No sentido de sorver ( o ar ) é transitivo direto. Exemplo: Aspiramos um ar poluído. b) No sentido de almejar é transitivo indireto, regido pela preposição a . Exemplo: Aspiramos a uma boa faculdade. 3 .Assistir a ) No sentido de presenciar, ver é transitivo indireto, regido pela preposição a . Exemplo: Assistimos ao espetáculo / à cena. b) No sentido de caber, competir é transitivo indireto com a preposição a . Exemplo: Este direito não assiste ao aluno./ à aluna. c) No sentido de dar assistência, ajudar é transitivo direto. Exemplo: O médico assistiu o doente./ a paciente. d) No sentido de morar, residir, constrói-se com a preposição em .( é intransitivo) Exemplo: Eu assisto em Ribeirão Preto. 4.Visar a) No sentido de mirar, apontar, armar é transitivo direto. Exemplo: O caçador visou o alvo. / a caça. b) No sentido de passar visto é transitivo direto. Exemplo: O professor Puntel visou a redação do aluno. c) No sentido de objetivar, ter em vista é transitivo indireto com a preposição a . Exemplo: Sempre visei ao seu sucesso./ à ética. Observação1: Os verbos aspirar no sentido de almejar; assistir no sentido de presenciar ; visar no sentido de ter em vista, apesar de transitivos indiretos, não admitem os pronomes oblíquos átonos lhe, lhes como complementos. Aceitam apenas as formas tônicas: a ele , a ela, a eles, a elas. Exemplo: ____ Aspiras ao cargo? ____ Sim, aspiro a ele. ____ Recomendo esse filme, já assisti a ele. ____ Não pretendo essa condição social, não viso a ela. Observação 2: Verbo transitivo indireto não admite voz passiva. Por isso , são erradas as frases: ____ O filme foi assistido por nós. ____ O cargo é aspirado por muitos. ____ Sucesso profissional é visado por todos. Correção: Tais verbos deverão ser empregados apenas na forma verbal ativa. ____ Nós assistimos ao filme. ____ Muitos aspiram ao cargo. ____ Todos visam ao sucesso profissional. 5.Custar a ) No sentido de ser custoso , ser difícil é transitivo indireto. Nesse caso é reflexivo e apresenta –se conjugado apenas na terceira pessoa do singular. O sujeito é representado por oração reduzida de infinitivo. Exemplo: Custa –me Custa-nos acreditar. / Custa acreditar. / Custa para mim para nós acreditar. acreditar. Observação3: A norma padrão não aceita construções como estas: Exemplo: Eu custo a acreditar. / Nós custamos a acreditar. b ) No sentido Exemplo: de valer é transitivo direto. A casa custou muitos milhões. c ) No sentido acarretar é transitivo é transitivo direto e indireto. Exemplo: A tarefa custou-me ( para mim ) muita dedicação. Objeto indireto objeto direto 6.Querer a) No sentido de desejar é transitivo direto. Exemplo: Eu quero o meu dinheiro de volta . b) No sentido de querer bem, estimar é transitivo indireto regido pela preposição a . Exemplo: Eu quero aos meus amigos. Eu quero bem às filhas de minha irmã. 7.Chegar a) No sentido de atingir data ou local é intransitivo, e adjunto adverbial de lugar é regido pela preposição a . Exemplo: Chegamos ao local atrasados. / à cerimônia atrasados. Observação 4: Os verbos ir e chegar seguem a mesma regência acima. Exemplos: As atletas vão ao lugar combinado/ à praça do estádio. As mercadorias chegaram ao porto./ à cidade portuária. b) No sentido de ser suficiente, bastar é intransitivo. As preposições que regem o adjunto adverbial são para e de. Exemplos: Dois milhões não chegam para tudo isso. Chega de corrupção! B) VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA E O MESMO SIGNIFICADO Há alguns verbos que, sem alterar o significado, admitem regências diferentes. 1. Esquecer / Lembrar ( Estes verbos seguem as mesmas construções) a) Quando não pronominal, é transitivo direto. Exemplo: Eu esqueci os fatos passados. b) Quando pronominal, é transitivo indireto com a preposição de. Exemplo: Eu me esqueci dos fatos passados. Observação 5: Verbo pronominal é aquele que vem acompanhado de um pronome oblíquo da mesma pessoa que o sujeito, sem função de um objeto. Exemplo: Eu me lembrei do aniversário. Tu te lembraste do aniversário. c) No sentido de cair no esquecimento pode-se colocar o nome referente à coisa como sujeito e o nome da pessoa como objeto. Nesse caso, esquecer fica transitivo indireto e a frase apresenta-se na ordem indireta Exemplo: Esqueceram – me/nos os fatos passados. Objeto indireto sujeito Observação 6: O verbo lembrar pode ocorrer também como transitivo direto e indireto. Exemplo: Eu lembro a vocês o compromisso assumido. objeto indireto objeto direto 2. Informar/ Avisar/ Certificar/ Notificar/ Prevenir. Tais verbo são transitivos diretos e indiretos e admitem duas construções. a) Coloca-se o nome referente à pessoa como objeto direto e o referente à coisa como objeto indireto ( com as preposições de ou sobre). Exemplo: Informamos o prefeito o nome da pessoa é objeto direto do ( sobre) o desastre. o nome da coisa é objeto indireto. b) Coloca-se o nome referente à coisa como objeto direto e o referente à pessoa como objeto indireto ( com a preposição a ) Exemplo: Informamos ao prefeito o desastre . o nome da pessoa o nome da coisa é objeto indireto é objeto direto Observação 7: A mesma alternância deve ser observada quando o objeto for uma oração. Exemplo: InfirmouInformei- o (O .D.) de que as coisas vão bem.( O . I. ) lhe ( O . I.) que as coisas vão bem. ( O . D. ) 3. Pagar/ Perdoar /Agradecer a) Quando o objeto refere-se à coisa, é transitivo direto. Exemplo: Não pagamos os salários de dezembro. b) Quando o objeto refere-se à pessoa, é transitivo indireto. Exemplo: Não pagamos ao conferencista. Observação 7: Este verbo pode também ser transitivo direto e indireto. Exemplo: Pagaram o salário ao funcionário. C) VERBOS COM REGÊNCIA POPULAR. DIFERENTE NA NORMA PADRÃO E NO USO 1.Obedecer/ Desobedecer Na norma culta , esses dois verbos são transitivos indiretos regidos pela preposição a . Exemplo: Uso popular: Não obedeço Uso culto : Não obedeço o semáforo ao semáforo à noite. à noite. 2.Preferir Na norma padrão, esse verbo é transitivo direto e indireto e constrói-se assim: - ocorre como objeto a coisa mais apreciada e como objeto indireto a coisa menos apreciada precedida da preposição a . Exemplo: Todos preferiam o elogio objeto direto à censura. objeto indireto No uso popular costumam ocorrer as seguintes construções que, por se desviarem do uso culto, são consideradas erradas: Todos preferiam o elogio que a censura. Todos preferiam antes o elogio do que a censura. Todos preferiam mais o elogio que a censura. 3.Simpatizar/Antipatizar No uso culto, estes verbos não são pronominais como, muitas vezes, ocorre no uso popular. Exemplo: Uso culto: Não simpatizo com a idéia. Uso popular : Não me simpatizo com a idéia. 4.Namorar No uso culto, este verbo não aceita a preposição com. Ele é transitivo direto. Exemplo: Uso culto: Ele gostaria de namorar a Daniela Cicarelli. Uso popular: Ele gostaria de namorar com a Daniella Cicarelli. Observações importantes: 1. Lembre-se de que verbo transitivo indireto não admite voz passiva. São, portanto, incorretas frases do tipo: O filme foi assistido por nós. Altas posições são aspiradas por todos. 2. Não é próprio da normapadrão dar um único complemento a verbos de regências diferentes. São incorretas frases do tipo: Assisti e gostei do filme. O verbo assistir, no sentido de ver, é transitivo indireto, com a preposição a . O verbo gostar é transitivo indireto com a preposição de. A frase deve ser corrigida assim: Assisti ao filme e gostei dele./ ou / Gostei do filme a que assisti. 3.O pronome o ( a, os, as ) funciona como objeto direto, ao passo que o pronome lhe(lhes)funciona como objeto indireto.Na fala popular, tem havido certa oscilação no emprego desses pronomes, ocorrendo sobretudo o uso do lhe com verbos transitivos diretos. É comum, em certas expressões da fala popular, encontrarmos a seguinte ocorrência: Eu lhe amo, eu lhe adoro. Tais construções não encontram acolhida na norma padrão. Os verbos amar e o adorar são sempre transitivos diretos. O correto, portanto, é: Eu o amo, eu o adoro. REGÊNCIA NOMINAL Na regência nominal, não há tantos desencontros entre a norma culta e a fala popular. Em todo caso, segue aqui uma lista de nomes acompanhados da respectiva preposição: Alheio a, de - Está alheio a tudo. Era um rei alheio de tudo o que se passava no reino. Ambicioso de – Espírito ambicioso de verdades. Análogo a – Um exemplo é análogo a outro. Ansioso de, para, por - Homem ansioso de ver seus filhos. Estava ansioso para ouvir a música. Apto a, para – Está apto ao trabalho. Considero-me apto para o cargo. Ávido de, por – Era um vizinho ávido de notícias. Gente ávida por dominar. Contemporâneo a, de – Contemporâneo a César. Contemporâneo da Revolução Francesa. Contíguo a, de – É um exemplo curioso aos especialistas. Curioso a, de – É um exemplo curioso aos especialistas. É coisa curiosa de ver. Imbuído de, em – Estava imbuído em sonhos. Estava imbuído de boas intenções. Incompatível com - Isso é incompatível com minhas idéias. Inepto para – Homem inepto para a vida Preferível a - Isto é preferível àquilo. Propenso a, para – Era propenso à revolução. Era propenso para o bem.