o poeta makely ka é apontado por especialistas e músicos como o

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ESTADO DE MINAS ●
S E X TA - F E I R A , 2 2 D E D E Z E M B R O D E 2 0 0 6 ● E D I T O R : J o ã o P a u l o C u n h a ● E D I T O R A - A S S I S T E N T E : Â n g e l a F a r i a ● E - M A I L : c u l t u r a . e m @ u a i . c o m . b r ● T E L E F O N E : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 1 2 6
EM
MAIS INFANTIL,
MAIS ORIGINAL
Temporada 2007
do ‘Sítio do Picapau
Amarelo’, como o
ator Rodolfo Valente
(Pedrinho), terá
novos roteiristas.
★
PÁGINA 5
ISABELA KASSOW/O DIA
Makely Ka tem dois
livros de poesia
publicados e
prepara CD autoral
MARIA TEREZA CORREIA/EM
O POETA MAKELY KA É APONTADO POR ESPECIALISTAS E MÚSICOS COMO
O LETRISTA QUE MELHOR SIMBOLIZA A NOVA GERAÇÃO DE ARTISTAS MINEIROS
AILTON MAGIOLI
“O que caracteriza a nossa geração é a mania
de samplear tudo”, diz Makely Ka, ao listar influências da sua poesia, que vão de Maiakóvski
aos marginais brasileiros, passando por Lautréamont, Ying Sang e todos os beats, além do simbolismo, surrealismo, concretismo e modernismo. Nascido em Valença (PI) e criado em Barão
de Cocais (MG), foi em Belo Horizonte que Makely Oliveira Soares Gomes, de 31 anos, se transformou no poeta, letrista e músico que vem chamando a atenção pela contemporaneidade de
sua obra. A ponto de ser apontado em uma enquete da reportagem do Estado de Minas como
o letrista símbolo da novíssima geração em atividade na capital. O pseudônimo, segundo revela,
foi adotado pela sonoridade da letra k que, além
LETRA VIVA
LIRISMO CONTEMPORÂNEO
O lançamento recente de Palavras musicais
– Letras, processo de criação, visão de
mundo de 4 compositores brasileiros:
Fernando Brant, Márcio Borges, Murilo
Antunes, Chico Amaral – Entrevistas, de
Paulo Vilara, instigou a reportagem a
promover a enquete para descobrir quem
seria o principal letrista em atividade na
capital. Jornalistas, cantores e letristaspoetas participaram da votação, cujo
resultado é produto do rico momento
vivido pela música produzida em Belo
Horizonte, onde variadas vertentes se
manifestam em canções, baladas, raps,
sambas e outros gêneros.
de rico significado literário, batiza livro do também poeta russo Vielimir Klebnikov.
D
entro da denominada economia
criativa, Makely Ka se autoproduz e não oculta o orgulho de
nunca ter procurado gravadora
ou editora, apesar de revelar que
já foi sondado pelo mercado editorial. Com dois livros publicados (Objeto livro, de 1998, e Ego
excêntrico, de 2003, que vem
com o CD Poemas de ouvido encartado), o letrista produziu e
gravou a coletânea A outra cidade, que reúne a nova geração musical belo-horizontina. Este ano lançou Danaide, da parceria
com a mulher Maísa Moura. Para 2007, prepara
Autófago, o primeiro disco solo, integralmente
autoral que, anuncia, será mais rock’n’roll. Até
então a sua produção musical tendia para canções e baladas. Além de editar a Revista de Autofagia com o poeta Bruno Brum, Makely também edita um blog (www: autofago.blogstop.com) e apresenta o espetáculo de poemas
Autofagia, no qual faz uso de samplers.
“O que Makely tem de mais característico é o
trânsito absolutamente livre entre a poesia da
canção e do livro”, detecta Ricardo Aleixo. Coincidentemente aí também residem os aspectos
ELEITORES E VOTOS
Chico Amaral – Makely Ka e Gilberto Sáfar
Marcelo Dolabela – Erika Machado e Francesco
Napoli (Zanzara)
Patrícia Ahmaral – Makely Ka e Christian Maia
Paulo Vilara – Makely Ka e Renegado (NUC)
Pedro Morais – Makely Ka e Magno Mello
Ricardo Aleixo – Sérgio Pererê e Renegado (NUC)
mais ricos e frágeis do artista que, na opinião do
também poeta-letrista, são a capacidade de introduzir na canção – especialmente na parceria
com Kristoff Silva – elementos tradicionalmente associados à poesia de livro, e a tentativa de
levar para o livro procedimentos que são usados
há mais tempo por outros poetas, com melhores resultados, segundo Aleixo.
“A poesia sempre esteve ligada intrinsecamente à música”, pontua Makely Ka, lembrando que o processo de escrita é que começou a
separar as duas manifestações. “As poéticas
contemporâneas, no entanto, apontam para a
vocalização do poema”, aposta, admitindo que
vivemos o momento em que a poesia começa
a ter outros suportes, desagarrando-se nova-
mente do papel. No primeiro disco solo, por
exemplo, ele diz que vai trabalhar mais o canto falado. “Algo entre a fala e o canto, onde me
sinto mais à vontade”, explica o autor, que gosta de cantar as próprias canções.
Makely Ka um artista inventivo e inovador. “Ele
tem boas experimentações poéticas”, atesta, incluindo o também letrista na tribo de Arnaldo
Antunes e José Miguel Wisnik, influenciada pela poesia moderna.
RENEGADO “O Makely Ka recupera muito
bem a história da música como poesia”, pondera Patrícia Ahmaral, satisfeita com o resultado da enquete que, em sua opinião, traz à
tona a trupe que está contribuindo para a renovação da cena poético-musical. “Entre as
mulheres, além da Erika Machado, há a Mila
Conde. Mas o nosso grande compositor popular é o Vander Lee”, destaca a cantora, que
também cita Ricardo Aleixo e Renato Negrão
como letristas de trabalhos consistentes. Surpreso pelo segundo lugar que lhe coube, Flávio de Abreu Lourenço, o Renegado, de 24
anos, diz que o resultado é justo porque, além
do trabalho solo reconhecido, Makely vem
sendo gravado por vários intérpretes.
Com o primeiro disco solo (Do Oiapoque a
Nova York) sendo preparado para o ano que
vem, Renegado, que lidera o grupo de rap Negros da Unidade Consciente (NUC) há nove
anos, transformou a comunidade do Alto Vera
Cruz, na regional Leste, em ponto de referência
da nova cultura belo-horizontina. “Renegado
não tem vergonha de expor seus sentimentos
enraizados”, elogia o jornalista Paulo Vilara, que
diz ter visto um show de Renegado em que a
própria mãe do artista subia ao palco. “É a força
da periferia se fazendo ouvir”, acrescenta. Já
Makely Ka é um poeta mais elaborado na opinião do autor do recém-lançado Palavras musicais – Letras, processo de criação, visão de mundo de 4 compositores brasileiros: Fernando
Brant, Márcio Borges, Murilo Antunes, Chico
Amaral – Entrevistas.
“O discurso da letra de Mulher do Norte
(“Jamais se submeta a mim/ pois posso lhe escravizar/ não é porque eu seja ruim/ é como sei
amar”) é muito contemporâneo”, destaca Paulo Vilara, que inclui Vander Lee na relação dos
novos letristas, pelo cotidiano popular que ele
leva para composições como Balanço do balaio
e Chazinho com biscoito, que classifica de verdadeiras crônicas. De olho na nova geração, o
também letrista Murilo Antunes detecta em
ABOIOS E VÍDEOS Segundo Makely Ka, apesar
das influências da mãe professora e do pai, um
tio, também músico e artista plástico, foi responsável pelo aprofundamento de seu contato
com a literatura. “Figura mística, meu tio me levou a ter contato com livros sagrados, através
dos quais conhecia a tradição oral de 5 mil anos
atrás”. “Já meu pai me trouxe o cordel, repente e
aboios nordestinos, onde encontrei vínculos
com Homero”. Depois do curso técnico que o levou a trabalhar em uma nineradora, Makely
descobriu nos festivais de inverno de Ouro Preto o canal para a arte, começando a trabalhar na
edição de vídeos paralelamente aos poemas que
já vinha colecionando.
Para musicar os poemas foi uma questão de
tempo. Já na universidade, onde cursou filosofia,
que acabou abandonando, passou a viver em comunidade com jovens artistas e daí nasceram as
parcerias. As primeiras músicas gravadas foram
Queixumes e Menina ilha dos olhos d’água, que
Alda Rezende inclui no repertório do CD Samba
solto. Hoje, a lista de intérpretes vai de Regina
Spósito a Anthonio, passando por Júlia Ribas, Vitor Santana & Mariana Nunes, além de Titane,
Patrícia Ahmaral e Elisa Paraíso. O parceiro mais
constante do poeta é Kristoff Silva, com quem
contabiliza cerca de 20 composições.
Mas a parceria vai da mulher Maísa Moura
ao lendário Marku Ribas, além de Renato Negrão, Renato Vilaça, Flávio Henrique, Dudu Nicásio, Antônio Loureiro e, mais recentemente,
Chico Saraiva, do grupo paulistano A Barca, e
Guilherme Wisnik, filho de José Miguel Wisnik.
Para Makely, o processo de composição costuma ser diferenciado. “Quando você faz música
e letra sozinho tem de cobrir a métrica, buscar
as rimas. O processo parece uma mistura de
poesia com palavras cruzadas. Já na letra que vai
ser musicada pelo parceiro há mais recursos e
liberdade. Mas não dá para passar texto em prosa sem elementos musicais. Tem de ter aliterações , rimas e algum ritmo, coisas que facilitam
na hora de colocar a melodia”, compara.
das filmagens de O auto da com- vos do cinema nacional, ele, no
padecida (lançado em 2000). "Na entanto, não tem experiência anépoca, dos amigos, era o Cao terior em direção. "Pensei até em
quem tinha carro. Então
no D Efazer
E Sfiquei
TA D O
M I Num
A S curta
● para
T E entender
R Ç A - os
F E
sítio e pedi para ele me buscar uns tipos de problema que poderia
gar tarefas a ninguém, mas cha- trabalho com amigos, estou conmar parceiros para o projeto."
seguindo fazê-lo caminhar", conA decisão de filmar no Ama- clui Matheus Nachtergaele.
Izonas
R A se
, deu
1 9porque
D E eleJ queria
U N H O
D E
2 0 0 7
um lugar que reunisse diferentes
*A equipe viajou a convite da CineOP
CULTURA
ROContundência necessária
AFIADO
CULTURAL
CINEMA
Matheus Nachtergaele fala sobre A festa da
filme rodado no Amazonas e montado em
HELENA LEÃO/DIVULGAÇÃO
KIKO FERREIRA
��
�
�
�
��
Quem conheceu Makely em incursões poéticas,
assembléias
de músicos,
performances
e e-mails instigantes, sentiu
falta, nos dois
primeiros trabalhos, da virulência e da postura
sempre afiada comum às suas comunicações e expressões públicas
e privadas. O primeiro, o coletivo
A outra cidade, era dividido com
Pablo Lobato e Kristoff Silva e andava em
paralelo
com o fundaMARCOS
VIEIRA/EM – 21/5/07
mental projeto Reciclo geral, que
ARTES
revelou uma geração de artistas
mineiros. Já A Danaide foi uma
parceria com a cantora Maisa
Moura e parecia um passeio pelo
lado Dr. Jeckyll do Mr. Hyde da
música feita em Belo Horizonte.
Autófago, o disco, é Makely em
seu território: poético, elétrico, deosiçãosafiador
Arte moderna
em
cone afinado
com
sua história
o com odepúblico
hoje, no
Palátransgressões
conseqüentes.
Já
nando na
Cocchiarale,
Franz
Mafaixa que dá
nome
ao disco ele
io Ewbank
analisarão
panose posiciona:
“Euo me
alimento da
suais ecarniça
as perspectivas
do sedo meu pensamento/e
me
realizado
na Sala
Dias,
oriento
porJuvenal
ecos e condicionamenuita e de
com a lotação
to/acordo
meu amuleto
são os ossos com
m 174 que
lugares.
devem
me Senhas
sustento”.
Formado por
m antecedência
na Avenida
leituras e audições
várias, que in37, Centro.
NaLeminski,
Grande Galeria
cluem
Torquato Neto,
tas obras
de Alfredo
Volpi,
Ar- Makely
Wally
Salomão
e Chacal,
urle Marx,
Candido
Portinari,
declara
em Reator,
entre confissões
nabu Mabe,
Milton
Dacosta
e “Eu fiz
de boemia
e carne
em flor:
tre outros.
da poesia minha ambrosia/ meu
sustento, meu amor.”
Produzido pelo domador de
relâmpagos Renato Villaça, outro autor de méritos e movido a
desafios, o disco foi gravado no
Estúdio Engenho, pilotado por
D I S CO
res fazem
ma das artes
a Fumec lançam
Café com Letras
ue será lançada hoje em Belo
a elementos de colagens, fotoe ilustrações. Criada por aluico da Fumec, a publicação foi
rofessores Mário Arreguy, Sal Neder. Com 70 páginas, a reconferida a partir das 19h no
Rua Antônio de Albuquerque,
delicadeza , antes que as guitarras
assaltem a cena.
Mais discussão de liberdade,
mais política. A outra cidadetraz fala do subcomandante Marcos, gravada na cidade de Toluca, México,
em 2001, abrindo caminho para o
mais implacável retrato musical
que BH já recebeu, com o refrão implacável: “E o Arrudas continua cinzento e cheirando mal”. Mudando
de ribeirão para planeta, Plutão,
com suas cordas e canto arrastado,
poderia estar no Araçá azul de Caetano ou no Aprender a nadar de
Makely Ka transforma
em música
sua poesia
desafiadora Macalé. Para terminar, a faixa bô*
MARIANA PEIXOTO
20 diaselétrica
depois",e recorda.
nus O meteoroevoca o poeta russo
De Ouro Preto
O longa foi filmado no início
Maiakovski, detonando pessoaldo ano em Barcelos, Alto Rio Neum experiente
dinamitador
de
mente
a poesia depois de sintomátrícia
Rocha
e
bateria
de
Antônio
A inspiração veio do sertão gro, a primeira capital do Amazopeso,nordestino.
André Cabelo.
O trio Maketicos dois minutos de silêncio.
Loureiro
o ritmo, (DaJá a história
ganhou alnas. Éconduzindo
centrado em Santinho
ley/Villaça/Cabelo
estraEquinócio
a ciência
poéti- um Autófago apresenta, além de
ma em Minas eextrai
corpoano
Amazoniel decheira
Oliveira),
considerado
nheza
necessária
para
que
a
poeconsideração ou juízo de
ca,
enquanto
Endoscopia
retoma
nas. Agora, novamente em Minas, milagreiro no lugar onde vive. qualquer
A
sia tenha
a
clareza
desejável
pavalor,
conjunto
consistente de
a
questão
da
identidade
pela
via
ele está moldando esse corpo. Há fama só aumenta quando ele conra serum
compreendida,
sem pare- da pluralidade
idéias bem-alinhavadas. Caractesons, etnias
e de
mês, um dos atores-símbolo
segue fazerde
aparecer
o vestido
cer didática
ou recitativa.
rística rara num cenário repleto de
geografia
Hit nos
do cinema
brasileiro atual, Mauma interplanetária.
menina que sumiu.
A partir
“Destravem
seu
maxilares”,
melodias sem vitaminas, letras
shows,
o
coco
Sorôco
inaugura
a
theus Nachtergaele, está em BH, desse fato, as pessoas que ali viordena
o
poeta
na
faixa
de
abertusem consistência e obras sem conreta
final
com
pegada
nordestina.
na casa de Cao Guimarães, mon- vem comemoram a data com
ra, “desliguem
seus da
celulares”,
ceito. A Makely o que é de Makely.
Famigerado
apresenta
a voz dede 20
tando A festa
meninamimorta,
uma festa.
Na comemoração
nutosque
antes
de soar
sucessor
de Maisa
Com todos os louros e riscos.
Moura
cobrindo aafaixa
degaromarca
sua o
estréia
na direção.
anos
da descoberta,
mãe da
Arnaldo
Antunes
em
Eu
não,
A pausa no trabalho a que vem se ta aparece para revelar a verdade.
questionadora
identidades.
As- ao O elenco traz ainda Cássia Kiss e Jadedicandodeem
2007 deve-se
sumidamente
perturbado
pela
cilançamento
na CineOP
– Mostra
ckson Antunes, atores de Manaus
dade,deele
abre Cérebro
Cuba,
Cinema
de Ourona
Preto
de Bai- e pessoas que vivem em Barcelos.
com xio
célebre
fala de
Glauber Ro- de
das bestas,
longa-metragem
Matheus Nachtergael
Foi durante as filmagens de O
cha, Cláudio
colocando
a
cara
a tapa
Assis em que
ele no
atua. O auto da compadecida que Nalançamento de Baixio d
programa
e confessa
o de chtergaele descobriu a história.
eventoAbertura,
será encerrado
na noite
estilohoje
inquieto
briguento.
com aeexibição,
às 21h, no Ci- "Naquela ocasião, ficamos sabenne Vila Rica, do documentário An- do de uma cerimônia religiosa no ter. Mas a A festa da menina mor
VITAMINADO
De repente, no
darilho, de Guimarães.
sertão do Cariri chamada Festa ta nasceu como longa e um cur
meio daMatheus
fita, o vigor
dá lugar àconta da menina mártir. Uma garota, ta poderia me desviar desse fil
Nachtergaele
malícia
em Punk
quecrítica
o convite
para de
quebutiGuima- chamada Josefa, tinha sumido no me. Além do mais, costumo se
que, sobre
“um
moleque
de
reborães participasse de A festa
da me- sertão e a família dela, muito reli- um ator que se envolve nos pro
ck, completamente
lock
de maneira,
aranina morta foi, de
certa
giosa, fez promessas, peregrinou cessos dos longas de que partici
que”,afetivo.
seguida
de um arock
quase
"Cheguei
cogitar
que ele e, finalmente, encontrou o vesti- po. Desde 1999 estou muito aten
punk,dirigisse
sem ser odefilme
araque,
Não semas, do da menina. A família conside- to a todas as etapas. O que fiz fo
comigo,
meta,num
comcerto
fala de
Hugo
Chávez
momento, achei que rou um milagre e uma festa foi me cercar de pessoas que gosto e
na abertura
e rima
sexualmente
tinha que
encarar
sozinho o traba- criada na data em que os trapos que poderiam aceitar a minha di
explícita
conclusão.
Meioporque
mu- o foram achados. Havia uma ver- reção", acrescenta. Entre os cola
lho. na
Fiquei
encantado
tante,Cao
com
voz
processada de
Pa-mon- dadeira migração de fiéis, pois boradores do projeto estão o ro
não
é exatamente
um
tador, ele monta seus próprios fil- aquele vestígio foi considerado teirista Hilton Lacerda (de Ama
mes. E eu não queria um monta- uma prova de que a morte não relo manga e Baixio das bestas
dor profissional, mas um poeta", havia vencido. Cético que sou, ambos de Cláudio Assis e com
comenta Nachtergaele, contando me impressionou a capacidade Nachtergaele no elenco); e o dire
também que o manuscrito de A que as pessoas têm de criar fé, de tor de fotografia Lula Carvalho
festa… foi escrito por ele num sítio substituir a dor por um símbolo, (filho de Walter Carvalho). "Todo
em Rio Acima, que alugou para es- um rito", relata Nachtergaele.
têm plena consciência de que es
sa finalidade, assim que voltou
Um dos atores mais produti- tou estreando. Não queria dele
das filmagens de O auto da com- vos do cinema nacional, ele, no gar tarefas a ninguém, mas cha
Atrás das
CÂMERAS
“Mesmaluafoiquasetodogra- parcerias de Klaus com Merije.
vado na Espanha , era um disco “Pupilo já incorporou toda a
em dupla, por vários motivos questão da música popular, do
QUINTA-FEIRA,
NOVEMBROda
DE ciranda,
2008
do frevo,
não me permitiu ir
tão fundo na20 DEmaracatu,
O ESTADO DE S. PAULO
lhar no próximo ano no palco.
O caminho estético de Klaus
– que também tem um canto vigoroso e envolvente – leva a
CADERNO 22 D3
D3
CADERNO
Makely Ka, musicalidade
dedoano
bolo
serviço
da
poesia
s avança com consistente CD de estréia-solo
Um - dois
Compositor mistura influências para embalar inconformismo
LILIANE PELEGRINI/DIVULGAÇÃO
O poeta Makely Ka, piauiense
que fixou residência em Belo
Horizonte, entrou na música
por força dos versos que escreve. Parte significativa de sua
produção está no perspicaz CD
Autófago, do qual faz uma versão compacta no show de hoje
dentrodaMostradeArteMineira Contemporânea, no Sesc
Pompéia. A cantora Érika Machado e o projeto de música eletrônica Indiana Magneto são as
outras atrações da noite.
No encarte do disco, que ele
também disponibilizou todo na
internet, Makely avisa que o CD
é apenas o suporte do conteúdo
musical, que é o que realmente
importa. A música, porém, é o
veículo para algo ainda mais importante: sua poesia. Exceção
nopop-rockatual,emque muito
se fala, mas pouco se aproveita,
ele se situa em Minas a caminho
do mar
Makelybrandeidéiasdeconteúdo político, sexual, existencial,
e manei- uma série de possibilidades,
descrevepaisagensurbanascinclassificáSimone sem que se possa
zentascomtraçossecos,
comoo
mbiente lo. “Poderia ser
caossambista,
de fios elétricos embaraçapara a capa e o enmblé pa- porque tenho facilidade
dos que ilustram
diz
Klaus.
E preto-e-branco.
Varanda compor samba”,
carte do CD em
para cantar também.
Provas
Asonoridademusicaladequasãopara
O Samba
alham a convincentes da
suas letras reflexivas é
Caminhão
elemen- Chora (dele) epesada,
com(de
rock, reggae, coco,
quero
bém vi- Wagner Pã). “Mas
funknão
e afins
se alternando em seeressa a me limitar, a diversidade
qüência semfazintervalo entre as
personalidatrumen- parte da minha
faixas.“Nãotenhoformaçãomucanção. de. Essas experiências
sical, venhosão
da poesia. A partir
por mais enriquecedoras.”
de quando comecei a musicar os
Antes que alguém
fizesemdetapoemasoque
fazia, surgiram conCD
o leitor se, Klaus disponibilizou
vites paraoparcerias.
As pessoas
“Se a ráretação. inteiro na internet.
memandavammelodiasparacomesmo, dionãotoca,seatevênãomoslocar letra e isso quase que virou
de estar
em
asentre- tra, a gente tem
a minha
profissão”,
diz Makely.
diz o que
cantor.
lhar no algum lugar”,“Acho
há uma escassez de
de no
quemercado
a
questão, “Tenho consciência
letristas
e a gente
para
conciado ao mídia é essencial
acaba tendo de se desdobrar.”
que tempos, Makely
as sono- quistar um público,
Empara
outros
O
merca, os três a gente se fortaleça.
seria classificado de “maldito”,
e a Walter Franco,
elotam- do está se abrindo
comomuito
o foram
nesse
ná Vas- internet é fundamental
JardsMacaléeItamarAssumpdedica o sentido,porqueaspessoaspoção(1949-2003),dosquaisseoue traba- demdecidirmelhoroquequerem ver e ouvir.” Como canta
palco.
de Klaus emOQue NãoTem, “o quenão
anto vi- tempreçoéinspiração”.Ade-
DIVULGAÇÃO
MAKELY – Teia nervosa com ironia de Torquato, Leminski e Itamar
vem ecos inspiradores, como os
de Arnaldo Antunes, em algumas faixas, como Endoscopia,
Sorôco e O Meteoro. Autófago é
umbomexemplocomversoscomo:“Eu me alimento da carniça
do meu pensamento.../ Eu me
deserto quando seca o lacrimejamento/ E me rebento quando
aborto meus renascimentos”.
Conterrâneo do tropicalista
Torquato Neto (1944-1972),
Makely o tem como uma das referências mais fortes. O outro é
o paranaense Paulo Leminski
(1944-1989). Deste ele absorve a
ironiaecertainfluênciadaculturaoriental.DeTorquato,ainspiração da personalidade artísti-
ca, de articulador. “Os dois se
colocavam com muita paixão
em tudo o que faziam.”
Seoinconformismonademocracia de hoje não tem o
peso do risco nos tempos da
ditadura, há outros oponentes a combater. Makely, de
extenso currículo artístico,
também é articulado nesse
sentido.Foi eleumdosidealizadores do projeto Reciclo
Geral, que deu ares de movimentoaos jovensmúsicos independentes mineiros em
2005. Duas cantoras dessa
geração, Patrícia Rocha e
Maísa Moura, participam do
CD, uma teia nervosa de metáforas e invenções. ● L.L.G.
Serviço
● Mostra Contemporânea de
Arte Mineira. Choperia do
Sesc Pompéia (800 lug.). R.
Clélia, 93, 3871-7700. Hoje,
19 h; amanhã, 21 h. R$ 16
Ouça Kiko Klaus e Makely Ka
www.estadao.com.br/e/d3
rem ve
emOQ
tempre
le está
HOJE EM DIA - BELO HORIZONTE, SEXTA-FEIRA, 13/5/2011
panhia: a atriz, ao lado de Jack Black, deu o ar da graça em Cannes
2 Cultura
CURTAS
Cor vermelha é
predominante
M
Filme
sobre massacre faz Cannes estremecer l
MakelyKa
lançadisco
emIPods
celulares
Teve Angelina Jolie, linda,
lançando “Kung Fu Panda 2”, para
garantir o momento relax... Mas é
a palavra polêmica que mais se
adapta aos filmes já exibidos no
Festival de Cannes. A começar de
“Sleeping Beauty”, protagonizado por Emily Browning, o primeiro
da mostra competitiva, ou “We
Need to Talk about Kevin”, de Lynne Ramsay, o segundo. Dois filmes que dialogam entre si. No primeiro, uma garota entra para uma
irmandade secreta - de acordo
com Luiz Carlos Merten, da Agência Estado, meio “De Olhos bem
Fechados”, de Stanley Kubrick.
Ela dorme, é abusada por velhos
(mas sem penetração), acorda e é
como se não houvesse ocorrido
MICHELLE SOARES/DIVULGAÇÃO
nada.
Nada? Os danos são muito
mais (pro)fundos. Por que a garota
aceita fazer esse jogo? Não é por
dinheiro, porque ela queima as notas que recebe por seu “trabalho”.
Lynne Ramsay também não explica por que Kevin faz o irremediável em seu filme, deixando sem
olêmico
ema“Sleeping
Beauty”
resposta
pergunta que
a mãe
(Tilda Swinton) faz ao garoto, mas
Kevin é aquilo que se chamaria de
mente doentia, um “monstro”.
E segue: “É uma história de família. Algo muito trágico. Um pesadelo”. A cor vermelha, diz ela,
“domina desde o início porque vejo os filmes na minha cabeça, anAFP PHOTO / MARTIN BUREAU
tes de escrever o roteiro, sou visual”, declarou Ramsay, cujo curta-metragem de fim de estudos,
“Small deaths”, ganhou em 1996
o prêmio do júri em Cannes. “Nosso filme não trata, como Elefante,
de Gus Van Sant, do massacre em
um colégio, e sim sobre uma família, sobre as relações entre mãe e
filho”, explicou o roteirista
Stewart Kinnear. “Kevin cresce
em uma família de classe média
norte-americana. Tem tudo o que
quer, mas acredita que não tem
um lugar no mundo. É muito inteligente e pensa que seus pais interpretam o papel de pais, que estão
atuando, que não são sinceros”,
disse, por sua vez, Tilda Swinton.
A atriz falou de sua maneira de encarnar o personagem de Eva, que
se sente desconcertada e perdida
desde o nascimento de Kevin, um
menino muito chorão e depois autista, violento, grosseiro. “Quando uma pessoa tem um filho se
sente às vezes como se estivesse
escrevendo uma carta que nunca
enviará a ele”, acrescentou.
Makely Ka: infuência das músicas nordestina e ibérica
CINTHYA OLIVEIRA
REPÓRTER
mente trabalhar essa distribuição via aplicativo, mas é
bem possível que eu não faça
o CD físico”, diz o artista, que
depois de Belo Horizonte, o
artista segue para quatro capitais nordestinas – Salvador,
Maceió, Recife e Natal.
Em “Cavalo Motor”, o músico apresenta sua principal
influência: a música nordestina. Nascido no Piauí e criado
no interior de Minas, Makely
absorve elementos do que poMICHELL
de ser ouvido no Sertão e no
Agreste: emboladas, aboios,
redondilhas, etc.
“De toda a musicalidade
do Nordeste, o que mais me
Grande defensor da f lexibilidade da Lei dos Direitos
Autorais e antenado a novidades tecnológicas, Makely Ka
decidiu fazer um lançamento
totalmente inusitado para
seu segundo disco, “Cavalo
Motor”. O público poderá
conferir essas músicas novinhas em um show que acontece hoje, na Casa Una.
O novo trabalho foi disponibilizado ao público por meio
de um aplicativo para telefonia
móveleIPods.Quemfizerodownload do programa terá, em
seu celular, além das músicas
recentes, letras, fichas técnicas, vídeos e as canções do discoanterior,“Autófago”.
Quem se interessar por
passar esse conteúdo para o
aparelho móvel, também terá
acesso a uma rádio, onde são
executas mais de 70 composiAFP PHOTO / GUILLAUME BAPTISTE
deaoMakely,
interpretaAngelina e sua ilustre companhia:ções
a atriz,
lado de Jack
Black, deu o ar da graça em Cannes
das por outros artistas, como
Ná Ozzetti, Alda Rezende, TiAFP PHOTO / VALERY HACHE
tane, Chico Saraiva, Kristoff
Silva e Aline Calixto.
Por enquanto, estão disponibilizadas apenas quatro
músicas do álbum – que terá interessa é a influência ibéri12 no total. “Quando a pessoa caE nas
canções.
Trabalhei
“We need to talk about Kesegue:
“É uma história
de fa-isvai
usar
o
aplicativo,
eu
peço
so,
mas
de
forma
intuitiva”.
vin” conta a história de Eva (Tilmília. Algo muito trágico. Um peum cadastro, com alguns da- sadelo”.
E para
nãodiz
concorda), mãe de Kevin, o jovem ameriA cor quem
vermelha,
ela,
dos
socioculturais
da
pessoa.
da
com
disponibilização
gracano que um dia cometerá um
“domina desde o início porque veAssim,
ela
vai
receber
automatuita
de
músicas
via
novas
tecmassacre em seu colégio, e estrejo os filmes na minha cabeça, anticamente
as
outras
músicas
nologias,
Makely
dá
um
recameceu Cannes. Baseado no bemtes de escrever o roteiro, sou vicom o passar do tempo e eu sual”,
do: declarou
“Até o início
do século
sucedido romance da americana
Ramsay,
cujo cur-XX,
poderei
fazer
ações
mais
direguardávamos
as
músicas
Lionel Shriver, “Precisamos falar
ta-metragem de fim de estudos,pecionadas,
de
acordo
com
o
la memória.
A gravação
sobre Kevin”, publicado pela In“Small
deaths”, ganhou
em 1996da
Makely
Ka:
infuência
das
músicas
nordestina
e
ibérica
perfil
de
cada
um”,
explica
música
tem
pouco
trínseca no Brasil, o filme explora
o prêmio do júri em Cannes.mais
“Nos-de
Makely
Ka,
que
deve
disponicem
anos,
pouco
tempo
pera ambivalente relação entre Eva,
so filme não trata, como Elefante,
bilizar
o
álbum
completo
até
to
da
história
da
humanidaque talvez não desejasse ser mãe,
de Gus Van Sant, do massacre em
G
meados de julho.
Ou seja,
importa
o suOLIVEIRA
e o filhoCINTHYA
Kevin, muito
mimado e mente trabalhar essa distriumde.
colégio,
e simnão
sobre
uma famíbilid
Por enquanto, o artista lia,porte
pelo
qualentre
você
quem, ao queREPÓRTER
parece, nasceu com buição via aplicativo, mas é
sobre as
relações
mãeouve
e Auto
não
sabe
dizer
se
irá
disponiuma
música,
mas
ela
em
si”.
bem
possível
que
eu
não
faça
instintos ruins. A história começa
filho”, explicou o roteirista
des
bilizar “Cavalo Motor” por Stewart
Grande
f lexiShow de Makely Ka na Casa Una de Cultura
durante
uma defensor
“tomatada”daem
al- o CD físico”, diz o artista, que
Kinnear. “Kevin cresce deci
Os atores
EzraHorizonte,
Miller e Tilda
meio de CDs físicos conven- em(Rua
bilidade
da Espanha,
Lei dos na
Direitos
de Belo
o
Aimorés, 1451, 2º andar), hoje, às 21
gum
lugar da
época depois
uma
família de classe média total
Swinton:
tema
atualíssimo
cionais.
“Queremos
primeiraAutorais
e
antenado
a
novidaartista
segue
para
quatro
capihoras. Entrada franca.
em que Eva é ainda uma escritora
norte-americana. Tem tudo o que seu
des tecnológicas,
Makely
Ka tais nordestinas – Salvador,
viajante,
solteira e sem
comproquer, mas acredita que não tem Mot
decidiu
fazer
um
lançamento
missos. A partir desta “tomatada” Maceió, Recife e Natal.
um lugar no mundo. É muito inteli- conf
totalmente
inusitado
para
Em “Cavalo Motor”, o múviolenta
e sensual,
a cor vermelha
gente e pensa que seus pais inter- nhas
seu segundo
“Cavalo
domina
o filme edisco,
prefigura
o san- sico apresenta sua principal
pretam o papel de pais, que estão ce ho
“Cavalo Motor” será mostrado hoje,
em show na Casa Una de Cultura
“O mal dentro
das pessoas”
“C
e
Além de músicas, o
aplicativo criado por
Makely disponibiliza
vídeos, letras, fichas
técnicas e uma rádio
Cor vermelha é
predominante
ESTADO DE MINAS
Sexta-feira, 23 de maio de 2008
MAKELY KA abre
o projeto Cantores daqui,
no domingo à tarde
MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS - 19/12/06
POP
SUTIL
O cantor e compositor
Makely Ka, que vem atraindo
a atenção do país para a música feita em Belo Horizonte, é a
atração de domingo do projeto Viva a praça – Cantores daqui, no teatro de arena do Museu de Mineralogia. Com os
talentosos Kristoff Silva e Pablo Castro, Makely lançou o
CD A outra cidade, que anda
fazendo sucesso no Japão. O
recente Autófago traz a poesia
crítica que marca o trabalho
desse piauiense “adotado” por
BH. Criativo e exigente, o artista explora as sutilezas do
pop sem se render às facilidades do gênero. Afinal de contas, entre as influências do rapaz estão o conterrâneo Torquato Neto, Waly Salomão e
Paulo Leminski.
Makely tem canções gravadas por Regina Spósito, Maísa
Moura, Júlia Ribas, Anthonio,
Chico Saraiva, Leopoldina, Mariana Nunes, Elisa Paraíso e Estrela Leminski. Titane, Ná
Ozzetti, Suzana Salles, Zé Miguel Wisnik, Patrícia Ahmaral,
Virgínia Rosa, Marina Machado e Sílvia Klein interpretam
composições dele nos shows
que fazem pelo Brasil afora.
CONVIDADA A apresentação
de domingo terá como convidada especial a cantora Patrícia Rocha e banda formada
por Fred Heliodoro (baixo),
Marcela Nunes (flauta), Matheus Barbosa (guitarra/violão), Pedro Santana (contrabaixo) e Edvaldo Ilzo (bateria).
Arranjos e direção de Túlio
Mourão e Cléber Alves.
Makely vai apresentar as
canções de seus discos e deve
mostrar ao público a música
que compôs com Pablo Castro
para o filme Cinco frações de
23
uma quase história, dirigido
pela nova geração de cineastas mineiros. Atualmente, ele
e Kristoff Silva trabalham na
trilha sonora do próximo espetáculo do grupo de dança
Cia. SeráQuê?.
O Viva a praça, coordenado
pelo BDMG Cultural, há cinco
anos abre espaço para artistas
que vêm se destacando no cenário cultural da cidade. Este
ano, participarão do projeto
Rodolfo Mendes (29 de junho), Mestre Jonas (31 de
agosto), Aggeu Marques (28
de setembro), Telo Borges (26
de outubro) e Kristoff Silva
(30 de novembro).
MAKELY KA
Teatro de arena do Museu de
Mineralogia, Praça da Liberdade.
Domingo, às 16h. R$ 2. A renda
será destinada ao projeto social
Raio de Luz.
ESTADO DE MINAS ●
Q U I N TA - F E I R A , 8 D E M A R Ç O D E 2 0 1 2 ● E D I T O R : J o ã o P a u l o C u n h a ● E D I T O R A - A S S I S T E N T E : Â n g e l a F a r i a ● E - M A I L : c u l t u r a . e m @ u a i . c o m . b r ● T E L E F O N E : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 1 2 6
EM
HISTÓRIAS
DE VIDA
A cantora Fernanda
Takai lança hoje com
bate-papo seu livro de
crônicas A mulher que
não queria acreditar.
★
PÁGINA 10
NINO ANDRÉS/DIVULGAÇÃO
LUCINEA TOLEDO/DIVULGAÇÃO
Artistas que
participaram do
Reciclo Geral,
em reunião na
casa do músico
Makely Ka, em
2002: unidade
de propósitos e
diversidade
de estilos
Reciclo é
Movimento de cantores, compositores e instrumentistas,
que completa uma década, abriu novos caminhos
para a música popular feita em Minas Gerais
QUEM É QUEM
EDUARDO TRISTÃO GIRÃO
Era para ter sido apenas uma
temporada deshowssemanais, mas
hoje, 10 anos depois, está claro que
os três meses do projeto Reciclo Geral representam muito mais para os
artistas que participaram daquelas
noites de frescor criativo em Belo
Horizonte. A partir de então, desenvolveu-se uma maneira de trabalho
mais independente e colaborativa e
veio a público uma série de discos
da nova geração da época – Kristoff
Silva, Érika Machado, Sérgio Pererê,
Dudu Nicácio e Rafael Macedo, entre outros. E os reflexos do que fez e
pensou a Geração Reciclo podem
ser identificados nos jovens artistas
da atualidade por aqui.
Inegavelmente, o Reciclo Geral
representa o marco de fatia muito
representativademúsicos,cantores
e compositores que atuam em Belo
Horizonteehojeestãoemtornodos
35 anos. Em 2002, vários ainda não
haviam lançado disco e outros tantosnuncahaviamfeitoumshowparadivulgarcançõesautorais–alguns
confessam, ainda, que estavam à
beiradedesisitirdacarreiraartística.
O projeto foi a fagulha. Uma década
depois, verifica-se que boa parte das
dezenas de artistas que passaram
por aquele palco continua na área.
Nomes foram revelados, discos vieram, novas parcerias foram realizadas e talentos se consolidaram.
“Cada um assumiu responsabilidades e nos dividimos em grupos.
Foi um movimento que se desdobrou em um monte de ações”, lembra o músico e compositor Makely
Ka, um dos organizadores do Reciclo Geral. “Naquele momento, ao
mesmo tempo que tínhamos vontade, não havia muita perspectiva.
Havia uma ressaca do Clube da Esquina, uma movimentação do pop
e, por causa do Sepultura, do rock
pesado. Não nos encaixávamos em
nenhuma dessas cenas. Ali começou a crise da indústria. O Reciclo
Geral surgiu da nossa necessidade
de mostrar a cara”, completa.
A propósito, Makely aponta A
10
ALGUNS DOS VÁRIOS NOMES QUE FIZERAM O RECICLO GERAL
MARCO AURELIO PRATES/DIVULGAÇÃO
DUDU NICÁCIO
CECILIA SILVEIRA/DIVULGAÇÃO
ÉRIKA MACHADO
PAULO LACERDA/DIVULGAÇÃO
KRISTOFF SILVA
LARISSA BAPTISTA/DIVULGAÇÃO
LEOPOLDINA
Cantor e compositor
Cantora e compositora
Cantor e compositor
Cantora e compositora
Referência no samba de BH, se
lançou como cantor e compositor
com Leopoldina e depois formou
com Rodrigo Braga o bemsucedido Dois do Samba. Prepara o
lançamento de seu terceiro disco.
A cantora se formou em artes
plásticas no mesmo ano do
Reciclo Geral e lançou, em
2006, o elogiado disco de
estreia No cimento, com
produção de John Ulhoa.
Estreou com Pablo Castro e Makely
Ka no disco Outra cidade. Um dos
expoentes da canção
contemporânea mineira, compôs
para a Osesp ano passado.
Revelada com Dudu no bonito disco
Leopoldina e Dudu Nicácio (2005),
a cantora se dedicou a carreira solo
na sequência, lançando seu
primeiro disco solo em 2010.
PEDRO FURTADO/DIVULGAÇÃO
FERNANDO FIÚZA/DIVULGAÇÃO
MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS
BETO NOVAES/EM/D.A PRESS
MAKELY KA
RAFAEL MACEDO
SÉRGIO PERERÊ
Cantor e compositor
Compositor e instrumentista
Cantor e compositor
VITOR SANTANNA
Cantor e compositor
Outro nome de peso dessa
geração (e também com veia
poética afiada), ele está em seu
quinto disco e, paralelamente,
atua como agitador cultural.
Transitando entre a canção e a
música instrumental, é
compositor admirado. Seu disco
de estreia, Quase em silêncio, foi
gravado em 2009.
Integrante do Tambolelê, iniciou ali
a mistura de canção com elementos
africanos que o levou a carreira solo
como cantor e compositor. Tem
quatro discos lançados.
Com Mariana Nunes, outra
participante do Reciclo Geral, estreou
com o disco Abra palavra (2004).
Seu último trabalho, Beirute, mescla
referências musicais de vários países.
outra cidade (2003), disco que gravou em parceria com os compositores Pablo Castro e Kristoff Silva
(que também participaram do Reciclo Geral), como primeiro produto do projeto. Foi também seu primeiro disco, abrindo caminho para os outros quatro trabalhos que
vieram, tendo Cavalo motor (2011)
como o mais recente. Hoje é compositor reconhecido, tendo sido
gravado por dezenas de outros artistas pelo Brasil, como Estrela Leminski, Titane, Mariana Nunes, André Mehmari e Aline Calixto.
Não é só. São vários os trabalhos
que devem ao Reciclo Geral sua
existência. Leopoldina e Dudu Nicácio, por exemplo, se conheceram na
época e lançaram disco que marcou
a estreia de ambos. Já Vitor Santana
e Mariana Nunes iniciaram na época a gestação de Abra palavra, que
chegou ao mercado em 2004. Outro
caso é o de Fusca azul, colaboração
entre Silvia Gommes e Mestre Jonas (que morreu no ano passado).
Até Titane, que é de geração anterior a de todos esses artistas e participou de alguns shows do projeto,
reverenciou a turma em seu último álbum, Ana (2009).
“Pessoalmente, para a minha
carreira o Reciclo Geral foi definitivo. Quando me encontrei com
aquele bando de músicos que queriam o mesmo que eu – fazer a
música circular e chegar às pessoas
– foi que me senti realmente fortalecido para encarar o rojão de ser
um artista brasileiro. Ali as ferramentas para a construção de uma
carreira musical independente e
com dignidade já me pareceram
muito claras. Escola pura. Hoje tenho dificuldade em deixar de fazer
a assessoria de imprensa e a produção dos meus shows, pois me
acostumei a sempre fazer isso”, diz
Dudu Nicácio.
❚
LEIA SOBRE OS NOVOS
PROJETOS DOS MÚSICOS
PÁGINA 5
❚
musical e o espaço era novo Pará, por exemplo, mas nana
lembra o cantor8 e D quela
época não era Dassim”,
E S T A D O D E M I N A S ● Q U I N cidade”,
T A - F E I R A ,
E
M A R Ç O
E
2 0 1 2
E S T A D O D E compositor
M I N A S ●Makely
Q U Ka.
I N T A - relembra
F E I R Miguel.
A ,
8
D E
M A R Ç O
Os shows eram realizados
O compositor não cita o
sempre às quartas-feiras, com Norte do país à toa. Justadois novos artistas de BH e mente por causa da facilidaum convidado mais conheci- de de comunicação atual e da
do (como Vander Lee, Marina mentalidade independente e
GEM DE CAPA
Machado
e Juarez Moreira) colaborativa que desenvolREPORTAGEM DE CAPA
por noite. Em média, cerca de veu, Miguel dos Anjos fez um
250 a 300 pessoas compare- novo parceiro em Belém do
ciam a cada evento.
Pará. Jorge Andrade viu um
Makely relata que, na pri- vídeo do mineiro com Mesmeira noite, cerca de 80 pes- tre Jonas no YouTube e, por
soas compareceram ao espa- meio do Facebook, entrou
ço para ouvir o que a nova em contato para lhe mandar
geração tinha a dizer. A casa uma letra. Uma hora depois,
passou a ficar lotada já na ter- a música estava pronta e, em
ceira edição. “No fim da tem- dois dias, Silvia cantava a noTRISTÃO GIRÃO
REDE Radicado atualmente
porada,
300 pessoas ficaram vidade. Não tardou para a
EDUARDO
T
RISTÃO GIRÃO
REDE
Radicado
atualmente
no Espírito Santo, o mineido
lado
de fora, sem conse- composição ficar conhecida
no
Espírito
Santo,
o
mineida década de ro Miguel dos Anjos se firguir
entrar”,
lembra.
No
início
da
década
de
no Pará.
ro
Miguel
dos
Anjos
se
firo da “revolução” mou no samba a partir do
2000,
o
palco
da
“revolução”
mouAno samba a partir do
cal mineira foi o projeto Reciclo Geral.
MÁRCIA MOREIRA/DIVULGAÇÃO
cena musical
mineira
o projeto Reciclo Geral. A
clo AsmaredaCulcantora
SilviafoiGommes,
extinto
Reciclo
Asmare
Culcantora
Silvia
Gommes,
e espetáculos li- que ele conheceu lá, hoje
G
de espetáculos
que ele conheceu lá, hoje
ciação dostural,
Cata-casa
tem
pelo menosli-20 músigada
à
Associação
dos
Catael, Papelão e Ma- cas suas no repertório.tem pelo menos 20 músiPapelão eépoca,
Ma- cas
suas no repertório.
veitável. Odores
espa-de Papel,
“Naquela
tinha
terial
Reaproveitável.
O
espa“Naquela
época, tinha
va no Bairro Bar- muita gente produzindo,
ço
funcionava
no
Bairro
Barmuita
gente
produzindo,
frente ao Rio Ar- mas todo mundo fazia isso
ro Preto, em
frente ao Rio Armas todo mundo fazia isso
nto nada óbvio,
separadamente.
Lembro-me
rudas – ponto
óbvio,
separadamente. Lembro-me
e entretenimende estarnada
na casa
do Makely
em
termos
de
entretenimende paestar na casa do Makely
mineira.
com umas 20, 30 pessoas
to,
na
capital
mineira.
com
mos a casa por ra mostrar músicas numa ro-umas 20, 30 pessoas pa“Procuramos
a casavipor
ra mostrar
músicas numa roeológica e fomos
da. Foi quando
que não
esafinidade
ideológica
e fomos
Foi quando vi que não esecebidos. A gen- tava sozinho.
Hoje, dáda.
para
muito bem
recebidos.
A gentava
uma reciclagem
saber
o que está
rolando
nosozinho. Hoje, dá para
te
propunha
uma
reciclagem
saber
espaço era novo Pará, por exemplo, mas na- o que está rolando no
8
musical
o espaço
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novo
Pará, por exemplo, mas naD
mbra o cantor
e equela
época
era assim”,
lembra Miguel.
o cantor e quela época não era assim”,
Makely Ka.na cidade”,
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Makely
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eram realizados
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não relembra
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Os
shows
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O
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não cita o
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com
Norte do país à toa. Justaartistas desempre
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por causa
da facilidadois novos
artistas
de BH eatual
mente
do mais conhecide de
comunicação
e da por causa da facilidaum
convidado
mais
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nder Lee, Marina mentalidade independente
p
do
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Vander
Lee,
Marina
mentalidade
independente e
Juarez Moreira) colaborativa que desenvols
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Juarez
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por
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Jorge
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lata que, na pri- vídeo do mineiro com Mesu
A carreira de Miguel dos Anjos decolou a partir do Reciclo Geral
Makely
na pri- vídeo
cerca de 80 pestrerelata
Jonasque,
no YouTube
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Jonas
no
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ço
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geração
tinha
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lotada
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Silvia
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porada,
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pessoas
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vidade.
Não
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lembra. do lado de
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Pará.sem conse- composição ficar conhecida
C
guir entrar”, lembra.
no Pará.
m
A geração que fez história no
Reciclo gerou, registrando esse
MÁRCIA MOREIRA/DIVULGAÇÃO
G
Reciclo dará origem a pelo
momento marcante da música
MÁRCIA MOREIRA/DIVULGAÇÃO
menos
três
“produtos”,
a
mineira.
Artistas
que
Gilma Oliveira teve de encontrar um carro em Londres para substituir a famosa Veraneiog
d
começar
um portal
participaram
doLondres
movimento
Gilmapor
Oliveira
tevena
de encontrar
um carro em
para substit
p
internet com informações sobre dizem que há grande
D
o evento e seus participantes – o possibilidade de se programar
n
domínio já foi registrado por
para este ano um show
c
Miguel dos Anjos.
comemorativo dos 10 anos do
c
Makely Ka, que guarda vídeos
Reciclo Geral reunindo vários
c
de todas as noites do evento,
nomes que passaram por
M
planeja fazer o documentário
aquele palco.
CULTURA CULTURA
❚ ARTES CÊNICAS
❚ ARTES CÊNICAS
A trupe mais
famosa
defamosa
Minas não
vive
A trupe
mais
de Minas
que se desdobra
para cumprir
que se desdobra
paramissões
cumpri
do começou
Tudo começou
Asmare
na Asmare
DAQUI PARA O FUTURO
Portal, filme e show
A Super
A Sup
A história
história
DELAS ADELAS
8 DE MARÇO
8 DE MARÇO
ESTADO DE MINAS ●
D OM I N G O, 4 D E MA R Ç O D E 2 0 1 2 ● E D I TO R : J o ã o Pa u l o C u n h a ● E D I TO R A - A S S I ST E N T E : Â n g e l a Fa r i a ● E - M A I L : c u l t u ra . e m @ u a i . co m . b r ● T E L E F O N E : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 1 2 6
EM
ELA É
JESSICA
A atriz brasileira
Morena Baccarin tem
papel de destaque na
série Homeland,
sucesso americano que
estreia hoje no Brasil.
★
PÁGINA 7
LUCY NICHOLSON/REUTERS
Música brasileira
encontra caminhos
para expressar a voz
dos artistas da nova
geração. Leitura política
Criolo
da realidade é mais
diversa e plural
Céu
Pós-canção
Romulo
Fróes
AILTON MAGIOLI
Tulipa
Ruiz
Kristoff
Silva
Marcelo
Jeneci
Lucas
Santanna
ARTIGO
Karina
Buhr
A NOVA CANÇÃO É NOVA?
FRANCISCO BOSCO *
Especial para o EM
Makely
Ka
Flávio
Renegado
Desde os anos 1990 questiona-se o valor
dos novos cancionistas brasileiros. Resumida ao mínimo, a historiografia é assim: até
1929 é o período de formação; de 1930 a
1957, consolidação; entre 1958 até o fim
dos 1970, época de ouro modernizadora. A
partir daí já pairam suspeitas. O rock errou?
Há algo além de Chico Science nos anos
1990? Rap é canção? E finalmente: a geração atual é tão inventiva quanto foram as
suas precedentes no "século da canção", como a chamou Luiz Tatit?
Essas suspeitas tiveram um momento
crítico de formulação na já célebre entrevista de Chico Buarque em 2004, em que
ele lançou a hipótese de um fim da canção. Uma resposta fecunda é a do cancionista Romulo Fróes, que há um tempo
aprofunda e contraria a hipótese de Chico. Para Romulo, a novidade da canção
contemporânea não está nas relações in-
ternas de seus elementos fundamentais
(melodia, harmonia, ritmo e letra), como
ocorreu desde o início, mas na sua sonoridade, com a exploração de novas possibilidades tecnológicas de timbres.
Isso vai ao encontro do aumento de importância, entre nós, da figura do produtor: Catatau, Kassin, Gui Amabis, como
produtores, são tão importantes quanto
Céu, Otto, Criolo, Karina Buhr, Lucas Santanna. A canção nova é mesmo nova? A
própria pergunta encerra uma ideia velha
de novidade. Tende-se a julgar a cultura
com parâmetros antigos.
Não há hoje figuras centrais, como havia
na era do rádio ou dos festivais. O impacto
de artistas na cultura é bem menor. A indústria fonográfica quebrou. A cultura se
descentralizou. Talvez não haja no momento o grande cancionista – mas isso ainda é possível? E está mesmo fazendo falta?
* Ensaísta, poeta e letrista, parceiro de João Bosco
Por mais que praticamente todos eles estejam
vinculados à tradição da canção popular, não dá para negar: a desgastada sigla MPB passa por aguardada renovação, depois do longo reinado daqueles
que contribuíram para a sua consolidação. Chico
Buarque, Gal Costa, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Edu Lobo, Gilberto Gil, Caetano Veloso e
tantos outros continuam em cena, mas dividem o
território com Criolo, Céu, Romulo Fróes, Tulipa
Ruiz, Kristoff Silva, Marcelo Jeneci, Lucas Santtana,
Karina Buhr, Makely Ka, Wado, Mariana Wisnik,
Luiza, Curumim, Tiê, Edu Kneip, Coletivo Instituto,
Thiago Amud, Cidadão Instigado, Graveola e O Lixo
Polifônico, Flávio Renegado, Transmissor e muitos
outros responsáveis pela reciclagem.
“É o fim do ciclo da geração 1960, apesar de muitos deles continuarem compondo e cantando”, detecta o pesquisador e professor Frederico Coelho,
da PUC Rio, cujo interesse pelo tema resultou na organização coletiva do livro MPB em discussão – Entrevistas (Editora UFMG). Para ele, o próprio Chico
Buarque apontou a novidade, ao prever que a canção, tal qual a conhecíamos, não sobreviveria por
muito tempo. “Eles não são mais a voz hegemônica da MPB”, acrescenta Frederico, lembrando que
nomes como Céu, Lucas Santtana e o hermano
Marcelo Camelo já são referência.
“A banda Los Hermanos toca tão profundo hoje quanto Chico tocava a um jovem fã na época
dele”, compara Frederico, para quem mudaram
tanto o público quanto as referências da canção.
“Já não precisa partir da bossa nova, do bolero e
dos ritmos nordestinos para fazer canção. Ela pode nascer do rap, do dub jamaicano, da eletrônica”, diz Frederico Coelho, admitindo que a principal característica da nova MPB é a mudança no
formato da produção. “Se antes havia as grandes
gravadoras e seus estúdios, cujo vínculo dependia
da divulgação de apenas três mídias fixas (rádios,
jornais e TVs), hoje há uma gama imensa de recursos tecnológicos à disposição dos músicos, sem
necessidade de sair de casa, incluindo a internet e
as comunidades virtuais.”
Para o pesquisador, provavelmente ninguém
mais vai vender 100 mil cópias de discos – exceção
feita às carreiras formatadas para trabalhar com a
massa, como artistas de axé, religiosos e sertanejos.
“Se anteriormente a opção era estourar ou se tornar alternativo, agora é diferente. Está tudo pulverizado”, constata. Ele salienta que a nova MPB vem
sendo feita por artistas de uma faixa etária que varia de 25 a 45 anos. “Marcelo D2, por exemplo, é da
nova MPB. Ele começou como rapper, passou a fazer rap com samba e hoje faz quase um samba
mesmo”, exemplifica.
Na opinião de Frederico Coelho, se a geração dos
anos 1960 também era vinculada a uma discussão
sociológica da MPB, diante da trágica experiência
da ditadura militar, hoje isto se fragmentou, com
o formato possuindo uma relação mais antropológica com a MPB. “A canção se articula com a realidade social do país com pontos de vista mais diversos. Até os anos 1960, tínhamos a música urbana, a
música folclórica e a música sofisticada, que era a
bossa nova. Trabalhava-se sobre duas, três matrizes básicas. Hoje, um jovem pode compor a partir
do tecnobrega, de uma guitarrada amazônica ou
de um samba carioca. A base da relação musical é
muito mais ampla”, compara. Frederico avalia que,
atualmente, ninguém que estuda ou pesquisa música brasileira vai questionar se alguém fez uma
canção em cima de base internacional.
❚
LEIA MAIS SOBRE A NOVA MÚSICA BRASILEIRA
PÁGINA 7
❚
O TEMPO
magazine
C
FOTOS DANIEL DE CERQUEIRA
BELO HORIZONTE • TERÇA-FEIRA, 19/7/2005
A NOVA (E TALENTOSA)
Em sentido anti-horário,
começando por Leopoldina,
(de vermelho), Makely Ka,
Maisa Moura, Vitor Santana,
Renato Villaça, Erika e Kristoff:
novos músicos, surgidos em 2002
Compositores e intérpretes, surgidos
do projeto – ou da época – do
Reciclo Geral, lançam seus primeiros
trabalhos e demarcam período de
ebulição criativa poucas vezes vista
na história da música de Minas
DANIEL BARBOSA
J
ESPECIAL PARA O TEMPO
ulho de 2002: um grupo de compositores e intérpretes em busca de
maior visibilidade para seus trabalhos cria o projeto Reciclo Geral, que
consistia em apresentações semanais
no espaço cultural Reciclo. Julho de
2005: o que, há três anos, emergia
como a promessa de uma nova e talentosa geração de músicos concretiza-se de maneira inequívoca. O que temos, atualmente, é uma ebulição criativa poucas vezes vista na história
da música feita no Estado. Parte considerável
dos artistas que participaram do Reciclo Geral
– e outros que, não tendo integrado o projeto,
pertencem à mesma geração – está gravando
ou lançou recentemente seu disco de estréia.
O primeiro a vir à luz, no início do ano
passado, foi o álbum-projeto “A Outra Cidade”, que, encabeçado por Kristoff Silva, Pablo Castro e Makely Ka, reunia, como convidados, nomes como Alda Rezende, Sérgio Pererê, Titane, Marina Machado e Regina Spósito, entre outros. Em outubro, foi a vez de
Vitor Santana e Mariana Nunes apresentarem um caprichadíssimo álbum de estréia,
que contou com a presença de gente como
Mônica Salmaso, Sérgio Santos, Juarez Moreira, André Mehmari, Arthur Maia e Cristóvão Bastos, entre muitos outros.
Há cerca de um mês, outra dupla consolidada no Reciclo Geral – Dudu Nicácio e Leopoldina – fez seu debute fonográfico com um
disco que tem gerado os mais elogiosos comentários. O grupo Zé da Guiomar e o bandolinista Gabriel Guedes, que não fizeram parte
do projeto, também lançaram discos este ano:
o primeiro, mostrando algumas composições
próprias e relendo bossas e sambas clássicos;
o segundo, dedicando-se ao repertório de choro do avô, Godofredo Guedes, num CD que tem
ninguém menos que Milton Nascimento, Beto
Guedes, Wagner Tiso e Tavinho Moura, entre
outros, como convidados especiais.
Entre os que estão com o álbum de estréia
no prelo ou em fase de preparação, constam
Érika Machado – cujo disco será produzido
por John, do Pato Fu –, Renato Villaça, Maria
Cecília, Mestre Jonas, Sylvia Gommes (todos
oriundos do Reciclo Geral) e Pedro Morais.
Cada um dos três idealizadores do “A Outra
Cidade” – que vai voltar ao mercado em versão remixada – também está trabalhando em
seus próprios discos solo. No caso de Makely,
são duas as frentes de atuação.
GERAÇÃO
“Estou finalizando o disco da Danaide, que
é o projeto meu e da Maísa Moura, para lançar no final de agosto ou início de setembro.
Ao mesmo tempo, estou fazendo o meu disco
com a Contrabanda, para o próximo ano”, diz,
explicando que, enquanto a Danaide apresenta uma sonoridade mais melódica e harmônica, com o uso majoritário de cordas, o trabalho com a Contrabanda resulta em algo mais
pesado, com guitarras e programações eletrônicas. Para este, ele terá Renato Villaça como
produtor principal, mas não exclusivo. “Convidei o pessoal do Digitaria e o Vulgue Tostoi para que cada um produza uma faixa”, diz.
Criação coletiva
Kristoff Silva, cujo disco de estréia solo
ainda está em fase de pré-produção, projeta o
que pode advir da proximidade – no campo
profissional e pessoal – com Zé Miguel Wisnik,
Ná Ozzetti e Luiz Tatit, entre outros artistas
considera que essa geração de músicos mineiros está despontando com tanta força
porque trabalha de forma cooperativa. “O
que a gente herdou de mais importante do
Reciclo Geral é essa vocação para atuar em
grupo, o que não significa um direcionamento estético determinado porque cada um tem
o seu trabalho”, observa. Sobre o seu disco
com Mariana Nunes, destaca que tem sido
muito bem recebido, inclusive em São Paulo,
onde a dupla já promoveu o show de lançamento em quatro diferentes oportunidades,
no Sesc Pompéia e no Sesc Consolação.
Laços estreitos
Leopoldina destaca que o Reciclo Geral
também serviu para que os músicos que participaram pudessem estreitar os laços com artistas de carreira consolidada. “Essa possibilidade de integração foi muito importante para
nós. A Titane, por exemplo, ia ao Reciclo todas
personalista, apenas com músicas de sua
autoria e sem participações especiais. “Nunca tive banda, nunca toquei com ninguém,
então estou acostumada a fazer o esquema
sozinha mesmo. Acho que o disco deve ter
essa cara, mais focado na coisa da voz e violão, com bases eletrônicas e uns poucos instrumentos”, explica. Mas esse aparente isolamento não quer dizer que ela não mantenha um contato estreito com seus contemporâneos. “Considero o Reciclo Geral um marco inicial na minha carreira”.
Em função das demandas como produtor,
Renato Villaça só deve lançar seu disco comercialmente no próximo ano. Ele tem um álbum gravado, uma espécie de piloto, batizado
“Musicaleidoscópio”, que, contudo, não chegou a prensar, mas que deverá ser a base de
seu debute. “Vou investir nisso de maneira
mais incisiva no próximo ano, quando espero
ter mais tempo livre. Produzi, com o Rafael
Martini, o disco do Dudu Nicácio e da Leopoldina, produzi o ‘Vitrola Alquimista’, da Patrícia
Ahmaral, e estou trabalhando no do Makely
com a Contrabanda e no da Maria Cecília. Para o final do ano ainda tem o da Titane, que
também vou produzir”, diz.
Material de sobra
Mestre Jonas já
gravou 14 faixas,
mas só deve lançar
CD ano que vem
que, de uma forma ou de outra, devem participar de seu trabalho. Ele considera, a propósito, que a possibilidade da criação coletiva é
um dos principais legados do Reciclo Geral. “O
projeto incitou a aproximação e isso nos fez
ver que a arte pode ser feita assim. Isso está
muito mais em sintonia com o nosso tempo do
que a expectativa de que vá surgir um novo
Chico Buarque, um novo Caetano. A troca de
informações e experiências tem a ver com essa pluralidade de vertentes que a música mineira já possui”, diz.
Concordando com Kristoff, Vítor Santana
as quartas-feiras, a Patrícia Ahmaral também
ia lá muito e a Alda Rezende apareceu alguma
vezes. A partir daí, os compositores da nossa
geração passaram a fornecer músicas para o
repertório delas”, diz, lembrando que os atores dessa cena permanecem preocupados em
desenvolver projetos que estimulem o encontro. Um exemplo é o Cubo de Ensaio, idealizado por Makely Ka e Érika com o propósito de
promover, esporadicamente, shows dos artistas da nova geração.
Ao contrário de boa parte de seus pares,
Érika aposta num álbum de estréia mais
O álbum de estréia de Mestre Jonas também deve sair apenas em 2006, apesar de ele
já ter material de sobra para registrar. “Cheguei a gravar 14 faixas, mas, como componho
muito, vão aparecendo outras coisas. Vou registrando aos poucos, experimentando umas
coisas com o Makely, com o Pererê, com o Dudu Nicácio, com o Tom Nascimento (vocalista
do Berimbrown). Enquanto isso, vou testando
o repertório em shows e tentando viabilizar alguma coisa via lei de incentivo”, diz, destacando a temporada de apresentações que fez, ao
lado de Sylvia Gommes, no Lapinha, entre
maio e junho deste ano.
Para Dudu, o Reciclo Geral foi a representação de uma cena que estava surgindo e
que se estendia para além do projeto. “Foi
muito prazeroso e fortificante para nós que
estávamos participando, mas quem não fazia parte também já estava se articulando e
hoje essa geração toda está cada vez mais
conquistando espaços. Estamos todos com
muita bala na agulha, muita vontade de fazer acontecer”, garante. Ele adianta que já
está pensando, juntamente com Leopoldina,
no DVD que registra o show de lançamento
de seu álbum de estréia.
Hokkaido e vê nisso uma válvula de escape daquele mundo.
Bom, só pra dar uma idéia, a aeromoça me perguntou se estava me sentindo bem, porque respondi, aos soluços, que queria água com gás pra acompanhar o jantar, enquanto limpava
meus óculos embaçados...
Daí, em Tóquio, numa loja daquelas de seis andares de
DVDs e CDs, parei na seção de animes do Studio Ghibli, fábrica de grandes produções longa-metragem que tem entre seus
mestres Hayao Miyazaki, diretor
de IChihiro.
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6
CULTURA
Por que um desenho faz a
O compositor Makely Ka lança “Danaide”
e prova
é possível
gente desabar
emque
lágrimas
e
produzir arte
semTAKAI
depender de projeto
de incentivo
ouassim?
gravadora
a se emocionar
tanto
FERNANDA
’’
GISELE MOURA/DIVULGAÇÃO
Fora
da
lei
lme triste que
uai.com.br
me fez chorar
MARIANA PEIXOTO
sa maneira, deu foco maior à
composição. Todas as faixas leDanaide, álbum que reúne a vam a autoria de Makely, ora soobra do compositor Makely Ka zinho, ora em parceria com Estrecom a cantora Maísa Moura, é la Leminski (Rodador, poema em
prova de que é possível fazer um palíndromo que dialoga com o
trabalho totalmente desvincula- tema do álbum, já que um dos
ho tendência
a preferir
Saiode
pra
alu- é roda);
do de gravadoras
e/ouhistórias
leis de in- tristes.
significados
danaide
m filmecentivo
e acabo
ficando
com
os
dramas.
Deve
ser
porfiscal. Nos últimos três Renato Negrão (Monotonia gris,
anos, Makely
e Maísa
apresentagravada
anteriormente
efiro roteiros
da vida
real
aos de ficção.
Gosto
mais depor Patríram boa parte do repertório de 14 cia Ahmaral); e Tabajara Belo (Jatores em
cena
do
que
pirotecnia
digital.
Não
sei
se foi
faixas do disco em espetáculos carta,com a participação de Suzae assim...
Se bem
que eme
recordo
passar
algumas
em Belo
Horizonte
outras
cida- de
na Salles,
uma
das vozes da chades. Chegaram
a aprovar
o projevanguarda
Há
chorando
em casa por
causa
de unsmada
desenhos
quepaulistana).
iam
do álbum na lei estadual de in- ainda duas canções compostas
o inícioto
dos
anos
1980.
Eu
e
meu
irmão
do
meio
especentivo à cultura. Como a capta- por Makely e Maísa (Surya e O veos ansiosos
por coisas
como
Marco,lho).
apresentado
com para a
ção emperrou,
decidiram
realizá“Fiz todas as canções
lo na marra
(também
o nome
da voz
r expectativa
por
ninguém
menos
dodela”,
queconta.
Sílvio Sandistribuidora criada por Makely).
Sem patrocínio para a gravanão estou
delirando), e a série Superaventuras
exibi“Aconteceu que o disco aca- ção, Makely conseguiu aprovar a
a TV Manchete.
Em geral,
os roteiros
eram
bou se resolvendo
de outra
for- turnê
dodesenvolvidisco pela lei estadual
Não desdenho
patrocinador,
deA
cultura.
entanto,
m cima ma.
de temas
animais
ou infantis.
morteNoou
o de- antes de
ainda
mais
porque
a verbaiadas
começar
a excursionar
cimento
de
um
ser
querido
sendo
desfiado
por
de-pelo estaleis é dinheiro público, então é do, ele apresenta Danaide fora de
s animados
lindos eocupar
muitoesse
lacrimosos.
me es-faz shows
nossa obrigação
es- Minas.Tinha
Em fevereiro,
Só quis
mostrarno
queúltimo
é pos- mês
em Recife
e Campinas.
do dessapaço.
época,
quando
tive uma
over- Em Belo
sível
fazer sem”, afirma Makely. Horizonte, o lançamento deve
e filmes
assim.
Foram dois anos de produção do ser em abril. Ele aguarda fechar
começar
a temporada,
durante
um com
vôo algum
de longa
duradisco,
que tem tiragem
inicial de
teatro,
pois há um
apenas
500ni
cópias.
O compositor
ano parou
se apresentar
em
colhi ver
Hoshi
Natta
Shonen (Shining
Boyde
and
Little
contou
a boa
vontade de
bares da cidade.
“Em BH, o hábito
), de 2005,
quecom
conta
a história
verdadeira
de Tetsumu
músicos, estúdios e designers. das pessoas é sair para beber e
oto, o primeiro
treinador
japonês
a passar
Acredita ter
gastado R$de
5,5elefantes
mil. ouvir
aquela música
de barzinho
“Fiz muitas
permutas. Quando
fa- de fundo.
Arrumei muita confuradicionais
ensinamentos
tailandeses.
O protagonista
ziaque
show,tinha
divulgava
o nome do es-de relacionamento
são com os donos de
m garoto
dificuldades
nabares, em
túdio nos cartazes. Combinei de situações tragicômicas, pois
porquechamar
cheirava
a animais.
mãe e osempre
pai adotivo
cuidaos músicos
para osAshows
toquei as
minhas músie pagar cachê
razoável”,
explica.
e não
covers,
por total ine uma empresa
que
treinava
bichos cas,
atores
para
comersaídas criativas
acabaram
competência.
donos de bares
shows deAs
televisão.
Até que
um dia ele
tem umOs
enconinfluenciando a estética do ál- têm de entender que precisam
m umbum,
elefante
fazenda
em
que teverecém-chegado
direção musical de àdasua
gente.
Se eles investem
em
ido e vêMakely
nissoe uma
de escape
daquele
mundo.
Renatoválvula
Villaça. “Íamos
decoração
e uma
série de coisas,
fazeruma
um disco
com
percussão e me
não
podem ter som
ó pra dar
idéia,
a aeromoça
perguntou
se paupérrimo,
esparte instrumental maior.” Com cheio de gambiarras. Não conhee sentindo
bem,
porque
respondi,
aos
soluços,
que
queos cortes de orçamento, a base ço, em Belo Horizonte, uma casa
a com gás
prasendo
acompanhar
o jantar,
enquanto
limpava
acabou
o violão, que,
des- de
espetáculos
que trate os mú-
Makely Ka e Maísa
Moura apresentam
14 canções em disco
viabilizado com
recursos próprios
sicos com respeito”, critica.
Em 2003, Makely lançou, com
Kristoff Silva e Pablo Castro, o CD
A outra cidade. No segundo semestre, pretende lançar Autófago, esse sim seu primeiro álbum
solo. Também produzido por Renato Villaça, é trabalho oposto a
Danaide, mais pesado, com baixo, guitarra e bateria. Em março,
lança a edição inicial da Revista
de Autofagia, claramente inspirada na Revista de Antropofagia, de
Oswald de Andrade.
DANAIDE
CD de Makely Ka e
Maísa Moura. À venda
por R$ 15. Informações:
[email protected]
óculos embaçados...
em Tóquio, numa loja daquelas de seis andares de
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Jornal do Brasil, 16 de maio de 2008
Jornal do Brasil, 16 de maio de 2008
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Produto: CADERNO_2 - BR - 5 - 13/03/09
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SEXTA-FEIRA, 13 DE MARÇO DE 2009
O ESTADO DE S. PAULO
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Palavra (En) Cantada
A força da união de letra e melodia
Alice Ruiz, Makely Ka, Siba e Vitor Ramil falam de seu trabalho relacionado à poesia e do poder expressivo da canção brasileira
Lauro Lisboa Garcia
NumacenadodocumentárioPalavra(En)Cantada,AdrianaCalcanhotto desconversa sobre a
grandeperguntaemquestão:letrademúsicaépoesia?Diz,bemhumorada,que avida écurtademaispara perder tempo com essa discussão. Adriana conviveu
e trabalhou em férteis parcerias
– em discos como A Fábrica do
Poema – com Waly Salomão
(1943-2003), um desses artistas
que transitavam com desenvoltura entre a poesia e a letra de
música. Vinicius de Moraes
(1913-1980),oprincipaldeles,Antonio Cícero, Arnaldo Antunes,
Paulo César Pinheiro são outros
bons exemplares enfocados no
filme. Mas há outros mais que
fizeram história na MPB: Torquato Neto (1944-1972), Paulo
Leminski (1944-1989), Patativa
do Assaré (1909-2002), Abel Silva, Cacaso, Geraldo Carneiro.
Há compositores que reconhecem a força poética da canção brasileira, a mais viva expressãoculturaldo País.Ementrevista recente ao Caderno 2, o
pernambucano Alceu Valença
defendeu:“Minhamúsicaé poesia.” Para falar sobre o tema, o
Estadoentrevistoutrêscompositoreseuma letrista poeta,que
nãoestãonofilmedeHelenaSolberg:ogaúchoVitorRamil,também escritor, o mineiro Makely
Ka, o pernambucano Siba e a
paranaense radicada em São
Paulo Alice Ruiz, que foi casada
com Leminski (leia trechos de
uma letra de cada um ao lado).
Um dos mais brilhantes em
atividadehoje,Siba–quelançou
nasemanapassadaoálbumViolas de Bronze, com Roberto Corrêa – é herdeiro da tradição dos
trovadores, referência inicial de
Palavra (En)Cantada. Compõe
seguindoprocedimentosdapoe-
sia oral nordestina. “Essa discussão é engraçada porque parte do pressuposto de que o que é
considerado poesia é a poesia literária. Meu ponto de partida é
outro, é o que a gente chama de
poesia rimada do Nordeste, que
tem uma estética própria.”
“Trabalho para que o texto tenha vida própria, embora muitas
vezes esse texto lido perca uma
parte do encanto dele que depende do ritmo”, diz Siba. Ritmo é o
que sobrou da poesia, “depois
que ela se libertou da métrica e
das rimas”, como observa Alice.Apoesiadoscantadoresnordestinos, como observa Siba,
tem a música e o ritmo a serviço
dela. “O poder encantatório dela vem muito em função do ritmo e da combinação das palavras. Por isso, pra gente é importantelevaràs últimasconsequências o rigor das regras.”
Outro diferencial que Alice
aponta é o timing: “O tempo do
olho é diferente do tempo do ouvido. Para o ouvido você tem de
terumacoloquialidadedetalforma que a pessoa que te ouve seja
envolvidaimediatamente”,diz a
poeta. Vitor Ramil concorda
com ela: “A letra de música tem
de ter uma ação imediata sobre
quem ouve. É bom que a ação
dela se prolongue no tempo, paraque oouvinte fiquerefletindo
a partir da letra de uma canção.
Talvez a poesia possa ser feita
um pouco mais desencanada
desse tipo de propósito.”
ComoSiba,MakelyKaserelaciona com a tradição oral. “Nesse sentidoLuiz Tatit e ZéMiguel
Wisniktêmrazãoquando dizem
que a gente tem uma tradição
oral muito sofisticada, porque a
letradacançãoestámuitopróxima da fala.” Para Makely, uma
boa letra de canção não precisa
ser poesia, assim como “bons
poemas não necessariamente
MÁRCIO FERNANDES/AE
SÉRGIO CASTRO/AE
“Quero perder o medo da
poesia/ Encontrar a métrica e a lágrima/ Onde os caminhos se bifurcam/ Planando na miragem de um
jardim/ ... Eu astronauta lírico em terra/ Indo a teu lado, leve, pensativo.”
VITOR RAMIL
“Quem me dera fosse
meu/ O poema de amor definitivo/ Se amar fosse o
bastante/ Poder eu poderia/ Pudera/ Às vezes parece ser esse/ Meu único destino/ Mas vem o vento e leva/ As palavras que digo/
Minha canção de amigo/
Um sonho de poeta/ Não
vale o instante vivo.”
ALICE RUIZ
PAULO LIEBERT/AE
DIVULGAÇÃO
“Eu fiz da poesia minha ambrosia/ Meu sustento, meu
motor/ Meu canto em agonia entra agora em afasia/
E traz de dentro a carne em
flor/ Eu quis a boemia, a
fantasia/ O ornamento, o
esplendor.”
MAKELY KA
“Na varanda da fazenda/
Está sentado um violeiro/
Que ponteia imaginando/
Os sonhos de um fazendeiro/ ...E o poeta passa a noite/ Procurando a rima exata/ Esfumaçada num café
quente/ Numa caneca de
lata/ E a noite paga as cantigas/ Com uma moeda
de prata.”
SIBA
dão boas letras”. “Fazer letra
para uma melodia é uma mistura de poesia com palavra cruzada,porque você temuma métrica estabelecida, onde se tem de
encaixar a prosódia, a rima, enfim, vários elementos”, diz o
poeta de Ego Excêntrico e compositor do CD Autófago.
Ramil, como Adriana Calcanhotto, não faz questão de separarosuniversosdaletraedapoesia. Ele, que não é poeta, mas escritor de livros como Satolep (romance) e A Estética do Frio (ensaio), diz que seu trabalho literário guarda características da atividade de letrista. Além de canções com poéticas letras próprias, Ramil já musicou versos
de Fernando Pessoa, Emily Dickinson e João da Cunha Vargas
epreparaumálbumcomoitopoemasdoargentinoJorgeLuisBorges (1899-1986), e outros de Vargas, com melodias dele. São poemas (que Borges escreveu como
sefossemletrasdemilongas)reunidos no livro Para las Seis Cuerdas,de1965.“Ospoemasquecostumomusicarfluemcomnaturalidade. Para mim, a palavra e a
melodia são bem casadas.”
Com Alice Ruiz, autora de
versoscomoodeSocorro(parceriacom Arnaldo Antunes),ocaminho é inverso: “Ao mesmo
tempo em que tenho poemas
musicados, tenho muitas letras
feitas como tal. Uma boa letra
temdeteralgumascaracterísticas poéticas. Por exemplo: tem
de ter uma ideia e uma trama na
linguagem, o que a transforma
em poesia, que case com a
ideia.” Mas se a canção no Brasil tem esse papel que a poesia
dos livros cumpre em outros
países, isso para Alice se deve
“muito à excelência da nossa
canção”, opinião que Ramil endossa. “É mais um motivo pra
gente caprichar”, brinca ela. ●
Filme é um comentário poético e musical sobre o Brasil
Há o debate da questão central, mas obra não deixa de mostrar também como as mudanças sociais se refletem na canção
DIVULGAÇÃO
Crítica
LUIZZANINORICCHIO
A diretora Helena Solberg diz
quegosta de trabalhar comconceitos.Querdizer,“pensa”osfilmesquefaz,procuradar-lhesestrutura e um eixo de progressão. Esse cuidado está em CarmenMiranda–BananasIsMyBusiness e Vida de Menina. No primeiro,emrelevo,discuteaambiguidade da imagem de Carmen
para os brasileiros – glória ou
vergonha nacional? Ou ambos?
Em Vida de Menina, tirado das
memórias de Helena Morley, o
LUIZ TATIT – “Poeta, no sentido estrito, o Chico Buarque não é mesmo”
cefundamental que dá corpo– e
alma – à canção. Por isso, a ten-
rá que alguns versos de Chico
Buarque não são poesia?”, lan-
não senta na mesa, com papel e
lápis, para escrever um texto
poético. Ele pensa o verso já na
relação com a música.”
Esse é o debate, que corre às
vezes mais aparente, outras em
surdina, ao longo do filme. Que,
exatamente por não se ater a
ele de maneira pétrea, torna-se
extremamente agradável. Apesar de manter o eixo em vista,
Helena deixa o documentário
fluir, à vontade. Mescla depoimentos com material de arquivo e propõe um painel bastante
amplo do seu assunto. Através
da canção – quem sabe a manifestação cultural mais forte no
Brasil –, “lê” um país. O Brasil
de Cartola é, ao mesmo tempo,
o mesmo e muito diferente, do
ra, se opõe e complementa a
bossa nova existe toda uma dialética do País atravessando de
vez um certo isolamento nacional e se abrindo ao diálogo com
o exterior. A bossa já era isso,
uma conversa inteligente entre o samba e o que de melhor
havia na música norte-americana. O tropicalismo dá outro
passo: flerta com o pop e também com a obra considerada
de mau gosto, o kitsch. Era o
Brasil ingressando na geleia
geral contemporânea, e sob
uma forma profética. Esses
passos, que não são apenas musicais, mas da cultura em seu
todo, podem ser lidos nesse belo (e sonoro) documentário. ●
Veja trailer de Palavra (En)Cantada em
http://www.estadao.com.br/e/d5
Serviço
● Palavra (En)Cantada (Brasil/2008, 84 min.) – Documentário. Dir. Helena Solberg. Livre.
Cotação: Bom
ESTADO DE MINAS
ARTES PLÁSTICAS
Pintura brasileira na Grécia
PÁGINA 2
TEATRO
Categoria entrega prêmios
PÁGINA 6
c
m
y
k
C U L T U R A
CIRCENSE
Instrumentistas e compositores - Graciela Paraskevaidis (foto) participa do encontro Latino-americano de música. PÁGINA 5
Lirismo regional - “Sevé”, da Zero Cia. de Bonecos, é a atração de hoje do festival internacional. PÁGINA 6
Malabares nas esquinas
PÁGINA 10
PEDROMOTTA
B E L O
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Q U I N T A - F E I R A ,
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D E
M A I O
D E
2 0 0 2
AMARELO
PRETO
DEPOIS DE DÉCADAS DE INFLUÊNCIA
DECISIVA DO CLUBE DA ESQUINA, A MÚSICA
MINEIRA TEM NOVA GERAÇÃO DE
COMPOSITORES, COM MARCAS ESTÉTICAS
MAIS AMPLIADAS, CONTEMPLANDO A
MÚSICA NEGRA E ELETRÔNICA
NOVO CLUBE
JAIR AMARAL
ALÉM DAS MONTANHAS
AILTON MAGIOLI
Toda geração musical que se
preza traz consigo um time de
compositores que vai se responsabilizar pela linguagem e estética
de um novo movimento. Que o digam Cláudio Faria, Érika, Kristoff
Silva, Magno Mello, Makely Ka,
Renato Negrão e Renato Villaça,
entre outros, cuja produção autoral emergente vem ganhando voz
através de Alda Rezende, Anthonio, Kadu Vianna, Marina Machado, Patrícia Ahmaral, Regina Spósito e outros jovens intérpretes
mineiros. Representantes de um
segmento maltratado pelo showbiz brasileiro hoje, felizmente, eles
já não se limitam a entregarem a
sua obra aos cantores. Estão em
busca de espaço, seja interpretando a sua própria obra ou se reunindo em grupos para reivindicar
os seus direitos.
A partir do mês que vem, por
exemplo, um grupo de cerca de
20 novos compositores radicados
em Belo Horizonte estará participando do projeto Reciclo Geral
que, de 19 de junho a 7 de agosto,
vai transformar o bar Reciclo, no
Centro da cidade, em palco de
uma mostra de suas composições
inéditas, com a participação de intérpretes convidados em apresentações nas noites de quarta-feira.
Paralelamente, este mesmo grupo
agiliza o lançamento do CD A Outra Cidade, que vai proporcionar
parcerias aos jovens que movimentam a cena musical pós-Clube da Esquina, com destaque a
produção pop-rock. “Trata-se
realmente de uma nova geração
de compositores, com um trabalho de alta qualidade, tanto em
termos de harmonia quanto de letra, porém com um foco diferenciado”, detecta o produtor Maurílio “Kuru” Lima, chamando a
atenção para o fato de a nova geração promover em seu trabalho
uma reflexão que talvez tenha sido negada pelo próprio Clube da
Esquina.
“A influência da cultura regional, sobretudo a da música negra,
faz o diferencial do trabalho desta
turma. Além disso”, observa o
produtor, “a maioria tem formação acadêmica, o que dá uma possibilidade maior no horizonte da
criação, sem que ela esteja presa
a uma única estética. É uma geração aberta, que flerta desde a
MPB tradicional à eletrônica, passando pelo rap, soul, reggae e outros gêneros”, elogia Maurílio Lima. Até então fechada à produção
musical contemporânea, devido a
influência assumida dos conservatórios europeus, as próprias escolas superiores de música estão
dando a sua contribuição neste
novo cenário, ao se abrirem para
a música popular. “Com a abertura veio uma demanda reprimida
que se mantém até hoje”, informa
o professor de composição Eduardo Campolina, da Escola de Música da UFMG, atribuindo à recente
reformulação curricular da instituição o interesse crescente pela
formação acadêmica no meio.
Segundo revelou, no último
vestibular da UFMG 35 candidatos disputaram as três vagas disponíveis na habilitação em composição, o que dá uma média de
mais de 11 candidatos/vaga. “Já
tivemos aluno graduado na escola que escreveu uma ópera rock”,
orgulha-se o professor, acrescentando que até as igrejas, especialmente as evangélicas, descobriram nas escolas de música o ambiente apropriado para a formação de seus pastores, motivo de
preocupação do meio. “Recebemos todo mundo, ainda que às vezes o que eles estejam procurando não esteja na escola”, acrescenta Eduardo Campolina. Companheiro de Campolina na UFMG,
Mauro Rodrigues, que é professor
de arranjo, harmonia e improvisação na escola, admite perceber
um movimento mais atomizado
no meio musical mineiro, hoje.
“A composição mineira tem
um diferencial característico, mas
não encontro nos novos compositores uma afinidade estética como
a que houve no Clube da Esquina”,
diz Mauro Rodrigues, cuja tentativa de criação da habilitação em
música popular na instituição acabou frustrada devido a impossibilidade de contratação de novos
professores. “A efervescência criativa, no entanto, permanece no
meio”, conclui Mauro Rodrigues.
A constatação da diversidade do
trabalho destes jovens autores faz
Maurílio “Kuru” Lima prever uma
mudança na própria cena musical
mineira, em que não apenas os
compositores, mas intérpretes,
produtores e empresários passariam por uma reorientação, visando um trabalho conjunto.
“A troca de informações começa a tomar forma em Belo Horizonte, como já ocorre no Rio de
Janeiro e em São Paulo”, comemora o produtor, admitindo a necessidade de articulação para a
construção de uma carreira artística. “A visão do músico imaculado, deitado em berço esplêndido,
acabou. Hoje, o escritório de produção que não tiver uma tática
de guerrilha dificilmente vai conseguir algo. Tem de haver articulação entre os pares na luta conjunta e diária”, prega Maurílio Lima, de olho no mercado musical
interno, nacional e, por que não,
internacional.
CYAN
MAGENTA
Renato Negrão, Makely Ka,
Kristoff Silva, Renato
Villaça, Magno Mello e
Érika são os novos
compositores no horizonte
da canção brasileira
c
m
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k
PÁGINA 4
ESTADO DE MINAS - QUINTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2002
CULTURA
CONTINUAÇÃO DA CAPA
NOVOS RUMOS
COMPOSITORES E INTÉRPRETES DEFENDEM O ESTREITAMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE
OS DOIS LADOS, COMO FORMA DE TRAZER À TONA O TRABALHO INÉDITO DE AUTORES
Confira um pequeno perfil de cada um dos
compositores que vêm movimentando
a cena musical de Belo Horizonte
A FORÇA DA PARCERIA
MÕNICA DA PIEVE
CLÁUDIO FARIA –Tecladista, 33 anos, natural
de Belo Horizonte, é integrante da banda Noivo da Lu,
onde desenvolve trabalho de instrumentista, vocalista
e compositor. Já tocou com Toninho Horta, Beto Guedes,
Lô Borges e Flávio Venturini, tendo uma de suas
composições atualmente sendo gravada no novo disco
solo de Venturini. Tem disco inédito pronto com
a instrumentista Cláudia Cimbleris e atualmente,
prepara o lançamento do segundo CD da banda Noivo
da Lu pelo selo AQB Music.
ÉRIKA – Violonista, 25 anos, natural de Belo
Horizonte, é estudante de artes plásticas da
Escola Guignard. Atualmente sendo gravada
(Secador, Maçã e Lente) por Marina Machado,
é praticamente a única compositora que integra
o grupo de cerca de 20 jovens autores
que agitam a cena musical mineira.
JAIR AMARAL
JAIR AMARAL
JAIR AMARAL
TRAJE PASSEIO
Os jovens músicos Érika, Kristoff, Renato Negrão, Makely, Renato Villaça e Magno Mello trafegam pelos Beatles, na Savassi
AILTON MAGIOLI
“Todo intérprete precisa de
um parceiro compositor”, prega Kadu Vianna, que acredita
ter encontrado em Magno Mello o parceiro ideal para se
lançar na carreira solo de
cantor. “O trabalho dele me
atraiu pelas letras extremamente inteligentes, além da
diversidade musical e de temas”, justifica o cantor. Ex-tenista profissional, que se
transferiu para Belo Horizonte
devido à reconhecida riqueza
musical mineira, Magno diz
que viveu uma transição natural até ser descoberto como
compositor. Impressionado
com o número crescente de jovens autores, ele acredita que
exista mais gente fazendo música do que cantando, atualmente. “A competição é grande”, ressalta.
No papel assumido de líder
de um grupo de 20 compositores, Makely Ka prega o estreitamento das relações intérprete-compositor para trazer à tona o trabalho inédito dos autores. “De 2000 para cá, esquematizamos muitos encontros.
Estamos fazendo uma verdadeira guerrilha, para fortale-
cer o trabalho, em esquema de
cooperativa”, ensina. “Vivemos de música, mas não de direito autoral”, acrescenta, informando que a prática do
grupo, para difundir o trabalho, tem sido a liberação do direito de gravação. “Eu boto a
maior fé nesta turma. Eles têm
futuro e já apontam muita coisa boa nas letras e melodias
que fazem”, reconhece Regina
Spósito, uma das primeiras a
gravar Renato Negrão e Makely Ka.
Nascido e criado no ambiente da MPB, Renato Negrão
admite que, em início de carreira, ele copiou e plagiou
muita gente. “Com a vivência
em banda, no entanto, fui descobrindo um estilo meu”, diz
o compositor, cuja poética,
que ele mesmo classifica de
“estranha”, vem atraindo fãs.
A ligação nata com a canção
brasileira foi o elo de Kristoff
Silva com o mundo da composição, diante da ausência total
de estímulo para o gênero na
época em que freqüentou a
Escola de Música da UFMG.
“A Alda Rezende foi o divisor
de águas em minha carreira”,
orgulha-se o compositor, que
atribui ao intérprete o papel
de compreensão da canção,
ao resolver a equação através
do canto.
CLUBE DO BOLINHA
A tradição arraigada de Minas, segundo Makely Ka, gerou
preconceito com as mulheres,
que não estiverem presentes,
por exemplo, no Clube da Esquina. “Além de os integrantes do
grupo adotarem o falsete no
canto, no próprio livro Os Sonhos Não Envelhecem – Histórias do Clube da Esquina, de
Márcio Borges, as únicas que
aparecem são mães ou mulheres
dos próprios artistas”, considera Makely Ka. Bendito é o fruto
entre os jovens compositores.
Érika diz que se sente bem no
grupo, com um discurso que não
ignora a participação da mulher
na sociedade contemporânea. A
autora que começou estudando
canto para interpretar a sua própria composição, não descarta a
hipótese de seguir carreira de
cantora, também.
Dividido entre a escolha de
uma das quatro canções encaminhadas por Cláudio Faria,
Flávio Venturini diz que o jovem compositor é prioridade
no novo disco, que começa a
gravar na semana que vem. “A
música dele tem a ver comigo.
Segue a linha melódica e harmônica que eu gosto e faço,
além de ser moderna”, justifica. Enquanto compositor envolvido com uma banda (Noivo da Lu), atualmente, Cláudio
Faria admite ter-se programado para ser reconhecido como
autor. “Como é uma experiência muito forte, acabou acontecendo”, justifica Cláudio, que
paralelamente também se enveredou pela composição de
trilhas sonoras para o teatro.
Atual parceiro de Patrícia
Ahmaral, Renato Villaça, que
compõe profissionalmente há
nove anos, disse que o boca-aboca foi indispensável para a
divulgação do seu trabalho.
“Além de gravar, as cantoras
acabam abrindo trânsito para a
gente nos projetos culturais”,
assegura. “O Renato tem uma
pegada urbana com a qual eu
me identifico muito”, considera
Patrícia Ahmaral, que acaba de
inaugurar parceria com o compositor em um samba, ainda
inédito. Em shows, Patrícia já
está cantando Virtual Idade, de
Renato Villaça. A gravação de
uma música do compositor, no
entanto, só ocorrerá no próximo disco, cujo repertório ela começa a selecionar. Adeptos da
melodia e harmonia que difundiram a música moderna mineira mundo afora, os jovens
autores têm, na abertura para o
novo, o trunfo de uma produção
musical que somente agora começa a mostrar a sua força.
KRISTOFF SILVA – Violonista clássico graduado na
Escola de Música da UFMG, 29 anos, nasceu nos Estados
Unidos e foi criado em Belo Horizonte. Foi gravado por
Alda Rezende e Anthonio, mantendo parceria com a última.
Fez trilhas sonoras para espetáculos de teatro (Esperando
Godot, do Armatrux, e Caixa Postal 1500, do Oficinão do
Galpão) e dança (Duas Linhas Paralelas e uma na Diagonal,
do grupo Reeditores SeráQuê?). Atualmente, possui
parceria inédita (O Prazer) com o paulistano Luiz Tatit,
ex-integrante do grupo Rumo.
MAGNO MELLO – Violonista e guitarrista, 36 anos,
natural de Brasília, vive em Belo Horizonte há sete anos.
Com passagens pela Escola de Música da UFMG, onde
freqüentou cursos de extensão de improvisação e arranjo,
depois de integrar a banda de rock 3º Ato, com a qual
gravou um CD, e de ter composições gravadas pela
cantora Ana Ly, vai ter quatro inéditas (Coração Polar, É
Onde Mora Você, Quantas Religiões Tem o Mundo e Sonhei
que Estava Todo Mundo Nu) lançadas pelo cantor Kadu
Vianna em seu primeiro disco solo.
JAIR AMARAL
MAKELY KA – Violonista autodidata, 26 anos,
nasceu em Valença, no Piauí, foi criado em Barão
de Cocais, Minas Gerais, e está radicado em Belo
Horizonte há uma década. Estudante de filosofia
da UFMG, integrou o grupo de “música impopular
brasileira” A Mandrágora, em Ouro Preto, além
de ter lançado o livro de poemas Objeto Livre,
de 1998. Em Belo Horizonte, já participou
de shows em homenagem a Ataulfo Alves e
JAIR AMARAL
Paulo Leminsky. Atualmente integra o grupo
Danaide, ao lado da cantora Maísa Moura e do violonista Rodrigo
Torino, do qual é parceiro. Samba Solto, de sua autoria em parceria com
Paulo “Amvil FX” Beto deu título ao primeiro CD da cantora Alda Rezende.
Além disso, foi gravado por Regina Spósito e Anthonio e possui o livro de
poema inédito Ego Excêntrico.
RENATO NEGRÃO –Poeta natural de
Belo Horizonte, 34 anos, na década de 80 integrou
a banda punk-funk-samba Os Poucos. Ex-estudante
de filosofia da PUC, desde 1996 ele integra o grupo
Dragões do Paraíso, ao lado de Augusto de Castro e
Daniel Costa. Já gravado por Alda Rezende,
Regina Spósito e Gilberto Mauro, tem dois
livros publicados (No Calo, de 1996, e Dragões
do Paraíso, de 1997), além de outro (, o melhor,)
no prelo.
JAIR AMARAL
JAIR AMARAL
RENATO VILLAÇA – Violonista, guitarrista
e flautista, 22 anos, natural de Belo Horizonte,
vem desenvolvendo trabalho de composição em
parceria com as cantoras Alda Rezende e Patrícia
Ahmaral. Com o primeiro disco solo (Musicaleidoscópica)
pronto, aguarda apenas a negociação com um selo
para a prensagem e distribuição do CD. É graduado
em comunicação social pela UFMG e dá aulas de
produção em rádio no curso de comunicação da UNI-BH
e da Faculdade Promove.
nha de São Geraldo, padroeiro de Curvelo.
“Para ele te proteger, minha filha…”, falou
com a voz embargada, ao que o pai, querendo ser durão, apenas lhe deu um rápido beijo e se afastou, para que ela não o visse choESTADO DE MINAS - TERÇA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO DE 2003
rando. No aeroporto de Nova York, ao contrário do que haviam combinado, sua amiga não
● SEGUNDA-FEIRA - Al
a estava esperando.
MÚSICA
● TERÇA-FEIRA - Carlo
Mas, por essas voltas e reviravoltas do des● QUARTA-FEIRA - Fern
tino, enquanto ela, após mostrar os documen● QUINTA-FEIRA - Frei
tos e ser liberada, se atrapalhava meio a tan● SEXTA-FEIRA - Zirald
tas malas e sacolas, um rapaz meio aloirado,
● SÁBADO - Cyro Siqu
muito alto e tentando se expressar em espa● DOMINGO - Affonso
nhol se aproximou dela e perguntou se podia
ajudar. Insegura, mas na hora sentindo o coração disparar, quando seus olhos se encontraram, a princípio Sandra agradeceu e disse
um vacilante “estoy bien”. Porém acabou pergem.” As palavras de M
mitindo que aquele homem a ajudasse a carsaíam da sua cabeça, tam
regar as malas até um táxi, após não aceitar,
quele momento, a ser dura
pois aí seria demais, que ele a levasse em cafirmar para eles (embora
AILTON MAGIOLI
promissos profissionais assu- ração percebeu a viabilidade
sa. Mas, ante a sua insistência, acabou lhe
querendo explodir) que ir
midos anteriormente.
do caminho independente em
dando com
o telefone
damomento
amiga. inusitado – de
A geração é outra, mas a riSegundo Pablo Castro,
o um
tempos fora.
E foioela
que no
outro dia, no
da noite,
queza harmônica, melódica e CD eles estão reciclando
que
supremacia
da início
individualidaNa despedida, no aero
quando estavam
se preparando
sair, atenpoética é a mesma que marcou até então se fez de grandioso
do de,
advinda da para
globalização
–, a família estava pres
da
a uma“E
chamada
e, já sabendo
da história,
as anteriores e acabou se tor- ponto de vista dadeu
canção.
lembrando
que o encontro
dos
lhe deu, enquanto a abra
disse a Sandra,
coméum
sorrisoaocúmplice:
“É
nando responsável pelo dife- provavelmente o diferencial
es- três
anterior
Reciclo Genha de São Geraldo, pa
rencial da música produzida teja no fato de ele,
John…”. Oral,
mesmo
John,
ou melhor John
nãoo termos
mais
precisamente
do
“Para ele te proteger, m
em Minas Gerais. Atração de identidade estética”,
destacaK.,
o um
Festival
de Inverno
de Ouro
Anderson
engenheiro
civil nascido
no
com a voz embargada, a
mais uma edição da Conexão artista, que, paralelamente
à naPreto
depassada,
1998, quando
Kansas, que,
semana
junto comele
a
do ser durão, apenas lhe
Telemig Celular de Música, ho- carreira solo, canta
toca naa mineira
lançava
livro,com
Kristoff
suaemulher,
Sandra,
quemminisjá esjo e se afastou, para que
je à noite, no Teatro Sesiminas, banda Sgt. Pepper’s.
trava
Pablo
se apretá casado há quase
trêsoficina
anos e etem
um filhinho,
rando. No aeroporto de N
Makely Ka, Kristoff Silva e PaMakely Ka diz oque
sua ge-quesentava
Richard,
do pai no
só evento.
puxou o azul dos
HARMONIA
rio do que haviam
combi
blo Castro recebem convidados
olhos, pois de resto é um sertanejo típico, depara mostrar o primeiro produa estava esperando.
Pablo Castro,
sembarcou no aeroporto de Confins, e de lá seto acabado do projeto Reciclo
Mas, porMakely
essas voltas
Ka e e
SERVIÇO
guiram para Curvelo, onde uma grande festa
Geral, que, ano passado, levou
tino, enquanto ela, após m
os estava esperando.
Kristoff se
Silva
se
novos compositores, instrutos e ser liberada,
atra
A OUTRA CIDADE
mentistas e intérpretes a se reuno r
tas malas eencontram
sacolas, um
Show de lançamento do
projeto
“RecicloéGeral”,
ConexãoIsabel
TelemigRamos
Celular
PSCD– do
Esta
crônica
parana
Maria
nirem no bar Reciclo Asmare
muito alto edisco
tentando
se
e no show
Cultural, para mostrar trabade Música. Teatro Sesiminas,
rua Padre
Marinho,
60, SantaSão
Efigênia,
Ferreira
Lopes,
no bairro
Francisco, em
nhol se aproximou dela e
lhos até então inéditos.
“A Outra Cidad
Horizonte.
(31) 3241-7132. Hoje,Belo
21h. Ingresso
pode ser trocado nas lojas Telemig Celular, ajudar. Insegura,
mas na
Trata-se do CD A Outra CiCentro e Savassi por dois quilos de alimentos. CD será vendido no local a R$ 15. ração disparar, quando s
dade, que Makely, Kristoff e Patraram, a princípio Sand
blo gostam de classificar como
um vacilante “estoy bien”
a ponta de um iceberg que vai
mitindo que aquele home
culminar com o lançamento de
discos solos deles e de outros
regar as malas até um tá
jovens artistas, além de um site
pois aí seria demais, que
e uma distribuidora, depois do
sa. Mas, ante a sua insi
lançamento de selos musical e
dando o telefone da amig
editorial. Para Kristoff, A Outra
E foi ela que no outro d
Cidade é mais uma prova cabal
quando
estavam se prepar
do quanto a parceria entre
deu
a
uma
chamada e, já
compositor e intérprete é essendisse a Sandra, com um
cial para a canção, gênero que
ele, o John…”. O mesmo J
a maioria dos participantes do
Anderson K., um engenh
Reciclo Geral escolheu para
exercitar-se musicalmente.
Kansas, que, na semana p
Além de Maísa Moura, Jusua mulher, a mineira San
liana Perdigão e Leopoldina,
tá casado há quase três an
eles se uniram a intérpretes
o Richard, que do pai s
que já estavam no mercado,
olhos, pois de resto é um
como Alda Rezende, Patrícia
sembarcou no aeroporto d
Ahmaral, Marina Machado,
guiram para Curvelo, ond
Regina Spósito, Trio Amaranto
os estava esperando.
e Paula Santoro, para mostrar
se aos seus pais, que a ouviram perplexos, que
estava indo para os Estados Unidos. “Uma viagem, minha filha, você tem de fazer uma via-
“NA DESPEDIDA, NO AEROPORTO DE CONFINS, TODA
A FAMÍLIA ESTAVA PRESENTE, E A MÃE AINDA LHE
RESULTADO DO PROJETO “RECICLO GERAL”, DISCO “A OUTRA CIDADE”
DEU, ENQUANTO A ABRAÇAVA, UMA MEDALHINHA DE
TEM APRESENTAÇÃO DE LANÇAMENTO HOJE, NO TEATRO SESIMINAS
SÃO GERALDO, PADROEIRO DE CURVELO”
HERCUL ANO LOPES
TRA CIDADE”
O SESIMINAS
ÕES
PRETO
la moreonte desuindo enmais que
a. O últiar, havia
uma viaora, pois
a, temos
e Teresa,
a, em um
, lhe disaralhar e
tas.
a sua teo acredienos nos
a razão.
beu a viabilidade
ém semindependente
em
uma
sexo inusitado
– de
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da aqueindividualidanegros
e
da
globalização
–,
o
25
ueaos
o encontro
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or aodisReciclo Geexos, que
precisamente
do
Inverno
Uma
via- de Ouro
998,
quando ele
uma viao, Kristoff minise Pablo se aprevento.
AMARELO
aço para
s ruas, os
a atraía.
s, de ona estava
ilmes na
o. Como
er camidade, ou
so Pena,
ez, viu o
-de-coco
escultor
mar soromingos;
ra boate
migas pe-
MAGENTA
eliz
RENOVADAS CANÇÕES
CYAN
.br
sua música. A maioria promete marcar presença no show de
hoje à noite, exceto Marina,
Paula e Amaranto, por com-
PS – Esta crônica é para
Ferreira Lopes, no bairr
Belo Horizonte.
DIVULGAÇÃO/HELENA LEÃO
HARMONIA
idéia inicial para From Every ver deep e Sister Reneé são a phorically Yours, ao surgirem
Sphere girava em torno de um prova de que é possível tratar mescladas com um arranjo dos
álbum duploE Sconceitual,
com
T A D O D E M I N A Sde- raiva
T E R Ç com
A - F Econtenção,
I R A , 3 D E enF E V Emais
R E I Rdoces,
O D Erico
2 0 em
0 4 harmonias
nada menos do que 50 compo- quanto pulsos cortados e ima- vocais dignas dos Carpenters.
CULTURA
COS
C
O
T
A
Ç
Ò
co, tangido por
to de cordas, co
Harcourt sussu
para a lua, ao m
E
S MOR
SÉRGIO
AQUAR
QUE COMPÕE EM “EXPLOSÕES” PARA SUBVERTER O LUGAR COMUM QUE APRISIONA A MÚSICA POP
Ruim
Regular
Bom
Muito Bom
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do
bre
poom
isee
mo
de
rge
ilo
erno
mino
Be
caize
da
boom
metoin,o
ee
que
aa
das
melíde
no
ões
soda,
,a
ery
um
om
po-
Ótimo
KIKO FERREIRA
O cantor e co
ro Sérgio Morei
um rápido retra
na letra de Cam
11 faixas de seu
“Um camelão qu
cor” é uma boa
estilo de um dos
plurais autores d
gerais que, na
compara nós e n
râneos a “aquare
misturando as co
sições. Pressionado pela gravametáfora sobre a
dora, Harcourt então redimenmana de digerir
sionou o lote, chegando às 12
faixas finais. E o que emana
dos e sentimento
desse material faz jus ao proSurgido nos a
metido: mestre na agonizante
DIVULGAÇÃO
do a partir do
arte do jogo das
palavras, ele
grupo Ingazeira
O TRIO
cria letras comKristoff
a técnica
de
um
foi um criador au
Silva, Makely Ka e Pablo Castro criaram as bases do projeto musical “A Outra Cidade”
ourives, sem no entanto abrir
lente, de certa m
mão da emoção.
de seu tempo. N
Musicalmente, o death-pop
que a ditadura
de Ed Harcourt – conforme seu
maiores ousadia
estilo foi definido pelo produtor
to era construir i
Tchad Blake – denota uma fidemente e poeticam
lidade para com as estruturas
falar de paisagen
clássicas da canção. Ainda asgionais como for
sim, há sempre um elemento sio imperialismo ia
nistro em meio às melodias;
via Frank Zappa
uma sensação de selvageria
Crimson e Sérgio
oculta que ameaça irromper
tava o regionalis
das profundezas para nos enJORGE
FERNANDO
com tintas múlti
golfar a qualquer
momento.
É o DOS SANTOS mática daqueles que sabem co- veiculado pela mídia e as particiferentes do cená
mo é bom tocar um instrumen- pações especiais não poderiam
que ocorre já em All of your
Seu primeiro
De Ary
Barroso ao Skank, to. Além deles, a produção artís- ser mais apropriadas. Não basdays will be blessed:
escolhida
tango,
reggae, bl
com
parada
obrigatória
na
estatica conta com os músicos Lucas tasse a bela voz dos compositopara primeiro single do disco,
lo solo do ainda i
Clube da
traz um coral ção
quedo
poderia
atéEsquina, os mi- Miranda e Avelar Jr. São nada res e a já citada Alda Rezende, o
sugerir um lampejo
alegria
nho), experime
neiros de
sempre
se destacaram na menos que 17 canções, cada time também reúne Marina Mada parte de Harcourt,
porém é preciso ga- uma com sua própria atmosfe- chado e Regina Spósito, num
caetanices amin
MPB. No entanto,
seus versos dardejantes
de mee sotaque rock,
rimpar fundo
nos veios sonoros ra. Mas vale destacar, por exem- reencontro admirável; Titane,
lancolia querem
mesmo
acer- para descobrir plo, Em Diante (letra, música e em excelente performance
que roqueiro bra
das
MinaséGerais
tar na mosca do
fatalismo.
de bandido e os
que
a história não parou por aí. a linda voz de Kristoff Silva) e In- (sem abusar dos agudos); JuliaFã incondicional
de cinema,
nas não estavam
Um exemplo
do potencial inova- tuição (do quarteto citado, na na Perdigão; Rosa Souki, LeoHarcourt homenageia
o diretor
dele aDIVULGAÇÃO
música C
dor das novas
gerações é o CD A voz doce e forte de Alda Rezen- poldina e Maisa Moura; Sérgio
Jim JarmuschOutra
na Cidade.
esquálida
INSPIRAÇÃO
por vários intérp
Independente,
co- de em dueto com Kristoff). Uma Pererê (do grupo de percussão
Ghostrider, onde
homem
O músico
britânico
EdoHarcourt
terceiro trabalho,
“From Every
ser encarada com
mo aum
maioria
dos bons
discos
lembra
melhor deestá
Josélançando
Miguel seu
Tambolelê);
Patrícia Ahmaral
e Sphere”
aprisionado espanta
o
tédio
em
tida deste Negro
hoje produzidos no País, a bola- Wisnik e a outra dialoga com o Paula Santoro (num encontro
sua cela “tirando um som” ao gens que soltam “demônios e Lá pelas tantas, os sete minu- dre Tom Waits. Uma conclusão
ca como uma sín
chinha dialoga com as vanguar- som mais contemporâneo de antológico com o trio Amaranbater sua escova de dentes lobos” do fundo da madrugada tos da faixa-título encadeiam apropriada para um álbum cucias musicais, id
das, mantendo um pé na tradi- Chico Buarque.
to).
Cada
música
é
uma
viagem,
contra um cano. Já Bleed a ri- vem nos confundir em Meta- uma espécie de mantra cósmi- jo autor costuma dizer que
ticas que
receb
ção
e
outro
na
pós-modernidade.
Também
merecem
registro
com
arranjos
suaves
e
inovadover deep e Sister Reneé são a phorically Yours, ao surgirem co, tangido por piano e quarte- compõe “em explosões,
só pacarreira.
O
As
músicas
são
de
Pablo
CasMulher
do
Norte,
O
Chamador,
res
que,
misturam
cordas,
perprova de que é possível tratar mescladas com um arranjo dos to de cordas, com um patético ra subverter o lugar comum atom d
Makely Ka,
Henrique
no Mar e Mira,
retrato
cussão ebêbado
eletrônica,
lembrando
de raiva com tro,
contenção,
en- Luiz
mais
doces, ricoMorrer
em harmonias
Harcourt
sussurando
que
foi confinada me chamam ate
fase nas influênc
Garcia
e
Kristoff
Silva,
um
quarsonoro
do
submundo
do
sexo.
às
vezes
George
Martin
e a últiquanto pulsos cortados e ima- vocais dignas dos Carpenters. para a lua, ao modo do compa- a música
pop”.
mos da músic
teto da pesada que se reveza nas Resumindo, o repertório está ma fase dos Beatrespassados pel
parcerias, com a leveza perfor- acima de tudo o que vem sendo tles.
DESENVOLVIDO DE FORMA INDEPENDENTE POR ARTISTAS MINEIROS,
O ÁLBUM “A OUTRA CIDADE” FAZ A PONTE ENTRE O ANTIGO E O NOVO
NA TRADIÇÃO DA VANGUARDA
E STA D O D E M I N A S
E STA D O D E M I N A S
[email protected]
de
stoff Silva, Makely
pelo que entendi
em a mão na masadernos culturais
dades brasileiras,
dades de sempre,
interessa por roda
nica, choro, forró,
ue, entre tudo o
Jovens
artistas
em a mão
a massa
da MPB
u + jimi hendrix +
tico, foi/é outro.
ção final de Chico
s. Estes músicos e
de estão, sem neistos pelo compoam bem, arranjam
reza.
Praça da Estação,
mportância. A praa via de circulação
radas. O pedestre
metros, a praça resm o olhar. Seqüesto de ônibus e auada. O motorista
te é recompensaço livre oferece. A
de exceção de noste desprovidas de
entra na pauta de
da cidade. A socieez, as cidades mais
na. Belo Horizonte
●
Q U A R T A - F E I R A ,
1 7
D E
N O V E M B R O
D E
●
Q U A R
2 0 0 4
CULTURA
MÚSICA
E
O cantor
Gê
Lara
lança
o
CD
“Ouropretana”
ETC.
O canto
c
esta noite, no Museu de Arte da Pampulha
AO VIVO
M
CHICO AMARAL
Email para esta coluna: [email protected]
esta no
d
Enfim, solo
A outra cidade
En
um
ra
m
em
ALAOR J. GONÇALVES
ra
M
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EDUARDO Lo
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O cantor e co
ca
ro Gê Lara lança
poh
rizonte, seu nov
lin
tana, em showton
m
da Pampulha, às
m
convidado espec
tu
Projeto de Pablo Castro, Kristoff Silva, Makely
Ka, Avelar Jr. e Lucas Miranda, pelo que entendi
encarte.mineiJovens artistas põem a mão na masO cantor edo
compositor
ro Gê Lara lança
em Belo
Hosa hoje,
da MPB,
contrariando
os cadernos culturais
rizonte, seu novo
disco,
Ouropreaculturados. Em todas as cidades brasileiras,
tana, em show no Museu de Arte
além
desastres
e imbecilidades de sempre,
da Pampulha,
às 21h,dos
tendo
como
existe,osim,
umepúblico que se interessa por roda
convidado especial
tecladista
compositor de
mineiro
Túlio Moucapoeira,
percussão, eletrônica, choro, forró,
rão. “O disco está muito bonito e
samba,
reggae,
registra músicas mais antigas e Chico Buarque, entre tudo o
mais.
Cada
espaço,
mais recentes,
com um
time
de
músicos de cada
primeira”,
conta Gê
bairro,
cria a
Lara. O evento
faz
parte
do
projesua onda. Há curioto Música no Museu, que é realisidadenoelocal.
busca de inzado mensalmente
formação.
grupo
Ouropretana
é o quartoO
disco
compositor min
pia
do mineiro Los
de Divinópolis
e re-é um
Hermanos
rão. “O disco est
sa
presenta sua estréia como artista
dos que
bem forepreregistra música
pr
solo. Os trabalhos
anteriores
sentam
o espírito
mais recentes,reu
c
ram assinados
com o parceiro
Leda
mão. Mesmodesses
com auxílio
das leis
jovens
antemúsicos de prim
da
municipal e estadual
incentivo
nados.deMaria
Rita,Túlio
é Mourão faz participação muito especial no show de Gê Lara
Lara. O eventopr
fa
à cultura, ele levou três anos para
claro.
Marisa
Monte
Música no M
m
fazer o disco, que pôs fim ao inter- reggae, bossa nova e até baladas, que vem, incluindo, noto
primeim
valo de aproximadamente
também. quaChico
boleros e sons caribenhos. “É um ro semestre, Brasília, São
Paulo
zado
mensalme
de
tro anos emScience,
relação ao terceiro
disco gostoso e alegre, com mo- e Rio de Janeiro, além do intecom sua
Ouropretana
jul
trabalho, Deus menino. “O que eu mentos bem bacanas. Deve ser rior de Minas.
de maracatu
+ jimi hendrix + Em março, Gê Lara deve
dolançar
mineiro dedeD
mais gostei mistura
foi ir para irresistível
o estúdio ouvido
com calma, para relaxar”,
+ papo
cibernético,
foi/é outro.
ag
com muito rap/repente
tempo para gravar.
afirma.
O resultado, garante,
é Coro Corinho e Gê Larapresenta
cantam sua est
bre
Vimos surgirEvoé,
váriasjovens
idéias novas
umédisco
homogêneo,
mesmo
canções brasileiras, em solo.
parceria
à vista,
a saudação
final
de Chico
Os trabalh
de
e criamos arranjos
na
hora.
Apercom
tanta
diversificação.
com
crianças
atendidas
por
proBuarque na canção Paratodos. Estes músicos e
ram assinados
co
hu
tamos o orçamento para sobrar
Júlio Fernandes, poeta de Divi- jeto social em Pedro Leopoldo.
O
poetas
do
disco
A
outra
cidade
estão,
sem
neMesmo com
mais tempo no estúdio”, revela.
nópolis, é um dos novos parceiros disco já foi gravado e estámão.
em fase
de
Um timenhuma
de ferasdúvida,
acompa- entre
antevistos
pelo
compode Gêos
Lara.
Com ele, fez
as músifinal de produção. No repertório,
municipal e esta
bo
nhou Gê Lara
no
estúdio:
André
cas
Ouropretana,
Sabiá
jardim
e
cinco
músicas
do
mineiro
e
ousitor. Compõem, tocam e cantam bem, arranjam
à cultura,
ele lev
no
Vasconcelos (baixo), Marcelo Mar- Empraieia, esta última com uma tras cinco de domínio público,
ine gravam
com segurança
e clareza.
fazer o disco, que
He
tins (sax), Marco
Lobo (percussão)
mescla de reggae e catopê, com cluindo temas folclóricos.
e
e Renato Saldanha (violão e gui- ecos do Caribe. Um dos destaques
valo de aproxim
idé
tarra), além de Túlio Mourão nos do disco é Seis da tarde, faixa insGÊ LARA
tro anos em rel
um
Lançamento do CD Ouropretana.
teclados. “O Túlio participou de to- pirada na obra de Túlio Mourão.
Participação de Túlio Mourão.trabalho,
Hoje,
Deuszzm
dos os discos anteriores. Além de
O novo disco foi lançado em
21h, no Museu de Arte da Pampulha –
grande músico é meu amigo”, diz. agosto, em Divinópolis. Com o
mais gostei foiM
Avenida Otacílio Negrão de Lima,
16.585. Ingresso: R$ 7. Informações :
so
O repertório do
novo trabalhourbanística
Intervenção
nao artista
Praçaencerra
da Estação,
show de hoje,
a
com
(31) 3443-4533. Ingressos à venda
no muito tem
EDUARDO TRISTÃO GIRÃO
Jovens
artistas
põem a mão
na massa
da MPB
Corredor cultural
s
S
o
a
a
a
e
cientificamente comprovada. E é melhor ciência, esse “mea culpa”, não se restrinque assim seja. De qualquer forma, ge só aos membros da família do suicida
quando sei de algum caso, fico muito – vale também para os amigos, para tochocada, mesmo que não conheça de dos que conviviam com ele.
Voltei a pensar nisso no último sábaperto o suicida.
E isso me comove muito, e me agonia, do, quando um pai, ao me contar que o
porque acredito que não existe solidão e filho havia se suicidado, se fez a pergundesespero maior do que o que sente uma ta da dor: “Ele devia estar passando por
pessoa que dá fim à vida. Mesmo que a muitos problemas, devia estar doente, e
literatura esteja cheia de idéias românti- não percebemos, não pudemos ajudar”.
cas sobre o gesto – o mais famoso é sem Convivi com esse rapaz algumas vezes,
dúvida o de Madame Bovary –, na reali- era um prestador de serviço que usava
E S T A éD aO desiluD E M I Neventualmente.
A S - T E R Ç A - FTinha
E I R Atudo
, 1 2 para
D E dar
A G OcerSTO
dade, o fundamento de todos
são, a falta de aceitação dos percalços to na vida:Cera
U Lsimpático,
T U R A educado, res-
que eu tinha feito por ele. Na realidade,
nem tinha feito quase nada, ou nada.
Mas ele não só estava muito agradecido,
como também comovido. Tinha os olhos
cheios de lágrimas, o que me chamou a
atenção – mas, na correria do cotidiano,
aquela emoção acabou sendo esquecida.
Até que fiquei sabendo que ele havia se
matado. Depois de um dia com a família, sem dar a menor demonstração de
que estava em estado de sofrimento. Fazendo as contas, conferindo um pouco o
D E 2 0 sua
0 3 visita aconteceu na época em
tempo,
que ele se suicidou.
G
ANNA MARINA
CU
MULTIARTISTA FALA DE SEU EGO EXCÊNTRICOWO
VANGUARDA
MAKELY KA AUTOGRAFA LIVRO, PARTICIPA DE UM DEBATE SOBRE MÚSICA, POESIA E MERCADO
INDEPENDENTE E FAZ FESTA SHOW, NO RECICLO, EM SEMANA DE INTENSA ATIVIDADE CULTURAL
COSTUMO TER UMA DÚVIDA DOIDA. O QUE AGONIA, O QUE ESTRAÇALHA MAIS COM
CIN
A VIDA DE UMA FAMÍLIA: TER UM DE SEUS MEMBROS ASSASSINADO OU UM SUICIDA?
[email protected]
Makely vem comemorar surrealismo e o concretismo.
os 40 anos da Semana A música brasileira também
Em sua primeira obra, ObNacional de Poesia de exerce papel fundamental na
jeto Livro (1998), Makely Ka
Vanguarda (que trouxe a criação de Makely. Com umO no
publicou somente poemas
BH, em agosto de 63, to- demo gravado com a cantoraAnyt
metalingüísticos. “Como o crida a vanguarda literária Maísa Moura (atualmente osHola
tério era muito rígido, tive que
da época, os irmãos dois estão preparando outroabrir
excluir todos os outros que
Campos e Paulo Le- CD), ele pretende lançar emde Ve
não tinham esta temática”,
minski incluídos). Para novembro, ao lado dos parcei-deste
comenta. Pois com seu seguntanto, amanhã será pro- ros Kristoff Silva e Pablo Cas-prod
do livro, Ego Excêntrico, ele
movido o debate Música, tro, o álbum A Outra Cidade. próp
Biggs
compilou aqueles de outras
Poesia e Mercado IndeDann
formas poéticas. Com lançapendente, no Centro de
e Dia
mento hoje, na livraria da
Cultura Belo Horizonte.
SERVIÇO
comé
Travessa, a publicação apreNa quinta, Makely receambi
Já
contei
aqui,
mas
não
custa
repesenta em seus capítulos as
be parceiros e intérpreTRÊS DIAS DE POESIA
tir,
que
os
jornais
têm
um
acordo
de
Vale
principais referências do autes de suas canções (AlDE VANGUARDA
cavalheiros. Não noticiam suicídios, a
Escu
tor. Em Classificados, foram
da Resende, Flávio Henmenos que o gesto seja praticado por
Lançamento
do
livro
Ego
Excêntrico,
estre
incluídos poemas de espírito
rique, Kristoff Silva, MaíDIVULGAÇÃO/MAÍSA MOURA
uma personalidade, ou que outras
sema
de
Makely
Ka.
Hoje,
às
19h,
na
livraria
modernista;
o capítulo
os pa- indisa Moura e Patrícia AhMakely Ka diz que uma aura
pessoas sofram
seus resultados
Jane
da
Travessa
(av.
Getúlio
Vargas,
1.405,
ra
serem
lidos emsealta
voz romântica
maral, entre outros) para
dificulta vender poesia
retos.
Por exemplo:
um suicida
puapresenta
escritos
têm de um
Savassi, (31) 3223-8092). O livro será abriu
um show no Reciclo.
la de um prédio
e cai que
em cima
ano p
características
poesia
beat; o não
Voltando à poesia, ele diz
vendido a R$ 25. Debate Música,
transeunte, queda
morre
também,
sui- é profissão. Há, inclusive,
uma
aura
romântica
que
até
as
anamorphosis,
que
fecha
o
que o grande desafio da atuacídio é assunto. De outra forma, a traPoesia e Mercado Independente,
te impede de vender o produ- lidade é lidar com as referênlivro,
o lado
gédia mostra
fica restrita
aoconcretiscírculo familiar,
amanhã, às 19h, no Centro de Cultura
ta
Makely. O livro ainda to”, diz Makely. Aos 27 anos, cias em “meio a uma babel de
aosde
amigos.
Belo Horizonte (rua da Bahia, 1.149,
vem
do CDno ele
Poracompanhado
coincidência, estava
Rio tem uma trajetória que possibilidades de linguagem e
Centro, (31) 3277-4607). Entrada
não se limita à poesia. Tam- experimentação.” Entre suas
Poemas
Ouvido,
registrado
quando de
Getúlio
Vargas
se suicidou,
em 24
de agosto
de 1954.
Meu cunhabém produtor cultural e músi- principais influências estão a
pelo
autor
e alguns
parceiros.
franca. Festa-show com a autor e
do,“A
querigor,
entãotodo
era da
ativa na
te-é um dos criadores do Sê- geração beat, a poesia russa –
mundo
es-FAB,co,
parceiros convidados, quinta, às 21h,
lefonou,
avisando
devíamos
lo Editorial, que está publi- “Maiakovsky é muito forte,
creve
poema
até que
os 20
anos. fazer
no Reciclo (avenida do Contorno,
um estoque
de comida
e ficar
cando Ego Excêntrico.
Depois,
quando
você chega
na dentro
justamente por ele ter traba10.564, Barro Preto, (31) 3295-3378).Já es
de casa,
havia érisco
de o PaísMais do que uma noite de lhado em várias frentes como
idade
deporque
se manter,
difícil
explodir.
O estopimpois
já estava
e
Ingressos: R$ 4.
para
autógrafos,
o segundo livro de teatro, cinema e poesia” –, o
fazer
a escolha,
poesiaaceso,
me lembro que ficávamos horas e hoespe
ras escutando Carlos Lacerda denun1998
ciar tudo de errado que estava aconGrup
tecendo. Sua metralhadora giratória,
mês,
bem municiada por sua inteligência
que o simples fato de viver carrega, a ponsável, interessado. Tinha projetos,
Palác
extraordinária, não poupava ninguém. E frustração, o descontrole emocional.
conhecia seu mercado de trabalho – e
Pena
depois do lendário atentado da rua ToneMuitas vezes costumo ter uma dúvida esses projetos indicavam esperança,
quar
CYAN
MAGENTA
AMARELO
leros, em Copacabana,
tudo podia
mes- doida. O PRETO
que agonia, o que estraçalha vontade de acertar, de crescer. Quer diapre
mo acontecer.
mais com a vida de uma família: ter um zer: nada sinalizava uma mente em deno do
E aconteceu o que não se previa, o de seus membros assassinado, vítima da sespero. Só que, a partir de uma certa
R$ 2
suicídio de Getúlio Vargas, que “saiu da violência, ou um suicida? É claro que época, ele resolveu reformular seus proRese
AFINAL,
ONDE
ERRAMOS?
MARIANA PEIXOTO
ABR
DAN
ING
OG
es,
de
e
ada
ESTADO DE MINAS
Sexta-feira, 21 de julho de 2006
25
Makely Ka e
Maísa Moura
cantam a mescla
de culturas e
abordam o
convívio com a
diferença
GISELE MOURA/DIVULGAÇÃO
POESIAS RITMADAS
Makely Ka e Maísa Moura se apresentam na manhã de domingo no Abílio Barreto
WALTER SEBASTIÃO
“Há muitos eus dentro de mim/ uns judeus outros palestinos…”, verso do poeta e compositor
Makely Ka sinalizando o interesse, com suas canções, de falar sobre temas candentes da atualidade.
Com a cantora Maísa Moura, ele faz o show Danaíde, domingo, às 11h30, no Museu Abilio Barreto. É,
explica, apresentação acústica com repertório de
composições próprias. Criações que aludem a motivos como a mescla de culturas, alteridade, preconceitos, o convívio com a diferença. “Neste momento de discussão de cotas, do estatuto da igualdade
racial, de muitas guerras, é bom falar sobre o convívio com o diferente”, observa.
A atenção a esses motivos remete ao fato de
Makely Ka ser formado em filosofia e Maísa Moura,
em antropologia – “e, mesmo fora da academia, con-
tinuamos ligados a esse universo”. Vem desse contexto o interesse por mitologias, pelo que é “invisível na mídia”, e atenção para com a diversidade cultural. Tudo traduzido em canções “meio camerísticas, mas com um pé na tradição da música popular”,
que, conta Makely Ka, se no disco ganhou arranjos
centrados em cordas, no show ganha ainda o balanço da percussão. São, observa, criações que até têm
dimensão reflexiva, mas “o elemento que pega é o
ritmo, a musicalidade da palavra”.
“Comecei a compor porque tinha necessidade
de cantar meus poemas. E o resultado tem sido canções de ritmo forte, com muitos detalhes e referências, concepção harmônica e melódica, mas a partir
da palavra”, explica Makely Ka. Faz uma brincadeira: “Não é rock and roll, é música para prestar atenção na letra que, para nós, é importante”, avisa. Com
relação à sonoridade acústica, defende que a beleza
dela está no fato de se poder ouvir, com clareza, todos os instrumentos, todos os elementos da música,
sem guitarra distorcida ou bumbo (“que também
gosto”) cobrindo o som.
Makely Ka e Maísa Moura se apresentam com banda formada por Guilherme Castro (violão de 12 cordas,
viola e guitarra acústica), Avelar Júnior (baixolão), Fred
Mauverde (violoncelo) e Mateus Bahiense (percussão).
Entre as canções que vão ser apresentadas estão: Moira,
Solaris, Jacarta, Suriá, Rodador, Soroco, Autófago. E Endoscopia, ironia com a mania de livros e produtos de
auto-ajuda, recomendando que, se o negócio é se autoconhecer, melhor fazer uma endoscopia.
DANAÍDE
Show de Makely Ka e Maísa Moura. Domingo, às 11h30,
no Museu Abílio Barreto, Av. Prudente de Morais, 202,
Cidade Jardim, (31) 3277-8573. Entrada franca.
PÁGINA 4
ESTADO DE MINAS - SÁBADO, 18 DE OUTUBRO DE 2003
PENSAR
ANELITO DE OLIVEIRA *
Segunda incursão do cantor e compositor Makely pela
poesia impressa – a primeira foi Objeto Livro, de 1998 –,
Ego Excêntrico (Selo Editorial, 2003) é livro para ler, ver
e ouvir, com um CD de áudio anexo, multimidiático, portanto, a exemplo de alguns trabalhos de Arnaldo Antunes, um kit que vai se tornando cada vez mais comum na
cena poética. Mas não se trata, como se pode começar a
pensar apressadamente, de mais um dos muitos “subantunes” que também têm aparecido – e desaparecido, felizmente – com bastante freqüência. A semelhança com
determinados procedimentos do ex-titã apenas confirma
uma referência comum aos dois: a poesia concreta. O que
Makely faz com essa referência é, no fundo, diferente do
que Antunes já fez à exaustão, óbvia demonstração da ambivalência do concretismo, de sua natureza poliédrica a permitir
as mais diversas apropriações, das mais
esteticistas – que resultam em opções como a do finado Philadelpho de Menezes e
tantos outros que insistem num experimentalismo vazio – às mais transculturalistas, digamos, que ainda têm em Leminski sua maior expressão.
A despeito do “capricho” visual, Makely
apreende a onda concreta a partir de um
ângulo mais “relaxante”, desejoso de uma
estética mais ordinária, de uma linguagem
– modulação particularizada dos signos –
em estado de choque com a língua, com o
código convencionado.
Dir-se-ia que o poeta de Ego Excêntrico
mantém um relacionamento não com a
poesia concreta propriamente dita, mas
sim com o Movimento de Poesia Concreta,
que, entendido a partir do princípio de sincronia sustentado de maneira categórica pelo recém-falecido Haroldo
de Campos, teria a ver com Gregório de Mattos, Sousândrade, Oswald, Affonso Ávila, Torquato Neto e, também,
Glauco Mattoso e Sebastião Nunes, poetas que compõem
uma tradição “infernal” na antilírica brasileira, que falam
pela “boca do inferno”, não pelo coração do paraíso. A excentricidade maior de Makely talvez resida exatamente
,
Fala
demais, num
momento
de poetas
que se
gabam
de ser
mudos
,
ROMANTISMO
Com o livro “Ego
Excêntrico”,
Makely propõe
um objeto
multimídia e uma
poesia delirante
* Anelito de Oliveira
é poeta, crítico e ensaísta,
autor de Lama (2000, Orobó
Edições) e O Arvoredo
(2003, Nankin Editorial, no
prelo), entre outros.
DIVULGAÇÃO/HELENA LEÃO
. OS INTELECTUAIS DA IDADE MÉDIA
. De Jacques Le Goff, tradução de Marcos
de Castro
. José Olympio, 256 páginas, R$ 32
Nesta obra, escrita originalmente em 1957 e reeditada
na França com novo prefácio do autor, em 1984, Le
Goff dá ênfase ao intelectual das cidades francesas
entre os séculos XII e XIII, a quem chama de
REPRODUÇÃO
“vendedor de palavras”. O autor destaca e estuda
quatro desses intelectuais cujas opiniões, manifestadas em conjunturas
específicas, beiraram a heresia: Abelardo, Tomás de Aquino, Siger de
Brabante e Wyclif.
POESIA
. SPHERA
. De Marco Lucchesi
. Record, 127 páginas, R$ 25
No prefácio que escreveu ao livro, Antônio Cícero
definiu Sphera como “uma obra de alquimia do
verbo”. Lucchesi retrata a estranheza de um mundo
imaginário em sua poesia ao mesmo tempo
cosmopolita e solitária. O autor é professor de
REPRODUÇÃO
literatura italiana, poeta e tradutor, no Brasil, das
obras de Umberto Eco e de vários outros autores.
REALIDADE
. ASSOMBROS URBANOS
. De Dionísio Jacob
. Companhia das Letras, 254 páginas, R$ 37
O autor, que satirizou o universo das repartições
públicas em sua obra A Utopia Burocrática, agora
dispara no mundo-cão da televisão. Neste romance,
Jacob ironiza a desorientação da sociedade brasileira
pós-ditadura e, especialmente, a influência cada vez
REPRODUÇÃO
maior da televisão no País. No programa Assombros
na Madrugada desfilam “entrevistados” capazes de despertar inveja em muitos
apresentadores da TV brasileira.
SOCIOLOGIA
. O DESENCANTAMENTO DO MUNDO - TODOS
OS PASSOS DO CONCEITO EM MAX WEBER
. De Antônio Flávio Pierucci
. Editora 34, 240 páginas, R$ 29
O professor do departamento de sociologia da USP
rastreia um termo recorrente na obra de Weber:
entzauberung (traduzida literalmente como
“desencantamento”). Seu objetivo é mostrar como,
REPRODUÇÃO
longe de corresponder a uma noção vaga e imprecisa,
este é um dos conceitos centrais do pensamento weberiano. Pierucci é autor de
Ciladas da Diferença (Editora 34, 2000) e Magia (Publifolha, 2001).
CONFERÊNCIAS
. DECLARAÇÕES DE PAZ EM TEMPOS DE
GUERRA
. Organização de Emir Sader e Cláudia Mattos
. Bom Texto, 256 páginas, R$ 40
A obra reúne uma seleção de 21 discursos de aceitação
do Prêmio Nobel da Paz, suas trajetórias e uma
contextualização dos conflitos pelos quais seus
esforços foram reconhecidos com a premiação. Um dos
REPRODUÇÃO
objetivos do livro é traçar um histórico dos conflitos
que mais marcaram a humanidade desde a criação do prêmio, em 1911.
INFORMAÇÃO
. A GALÁXIA DA INTERNET - REFLEXÕES
SOBRE A INTERNET, OS NEGÓCIOS E A
SOCIEDADE
. De Manuel Castells, tradução de Maria
Luiza X. de A. Borges
. Jorge Zahar, 244 páginas, R$ 34,50
Esta é uma análise da internet como espinha dorsal
das sociedades contemporâneas e da nova economia
mundial, desvendando sua lógica, suas imposições e a
REPRODUÇÃO
liberdade que ela nos dá. Evitando fazer prescrições e
previsões, o livro apresenta dados fartos e pesquisa detalhada para ajudar a
compreender como a rede é o meio pelo qual as pessoas se tornam habitantes de
uma estrutura global.
ROMANCE
. CORPO PRESENTE
. De João Paulo Cuenca
. Planeta, 144 páginas, R$ 35
O narrador deste Corpo Presente atravessa ruas, noites
e mulheres em busca de um amor perdido ou
impossível, uma Carmen que não é de ópera ou ficção,
mas de uma Copacabana suja e sedutora, cenário do
claustrofóbico primeiro romance de Cuenca. O autor
propõe um jogo de identidades sem vencedores ou
perdedores, tendo a escrita como uma forma de encarar a vida.
PRETO
●
HISTÓRIA
AMARELO
◆
no fato de que fala demais num momento de poetas que
se gabam de ser mudos, de só escreverem raramente, em
especial quando há alguma “encomenda” da mídia. Fala
contra tudo e todos da vida literária: contra a propaganda
editorial, contra a idéia de autor, contra os muitos tipos de
poeta, enfim, contra a literatura, chegando a parafrasear
o berro do bandido Zé Pequeno em Cidade de Deus: “Literatura o caralho/ eu faço é poesia/ porra!”.
Dois dados importantes para o entendimento da atitude poética de Makely despontam em função dessa recorrência ao personagem de Paulo Lins levado às telas por
Fernando Meirelles. Primeiramente o desvio operado na
frase de Zé Pequeno, de forma a ressaltar o que o sujeito
faz em detrimento do que ele é. Como se sabe, a frase do
personagem rechaçava o apelido e afirmava o nome Zé
Pequeno – tinha como foco, assim, o sujeito. Makely, por
sua vez, está mais preocupado em dissociar literatura de
poesia, deixando claro que esta é outra coisa, ainda que
seja feita com palavras – seu foco é, portanto, o objeto. Esta dissociação propriamente dita não é nova, naturalmente: está em Pound, em Cocteau, em Sartre e tantos outros
pré-modernos e pós-modernos. Mas, sem dúvida, a conseqüência do estabelecimento desta dissociação a partir
da imagem de Zé Pequeno é um segundo dado surpreendente: o poeta sai da “cidade letrada” conceituada por
Angel Rama, digamos, e vai morar na “cidade de Deus” à
brasileira, na periferia, no lugar que excede o centro, no
ex-cêntrico. Neste deslocamento simbólico, ele também se
desloca simbolicamente da imagem canônica de “homem
de letras” e encarna, por conseguinte, a imagem do marginal, na trilha reivindicada por um Hélio Oiticica: “Seja
marginal, seja herói”.
De fato, é a encarnação muito romântica dessa imagem – com toda a carga de ingenuidade e ironia que se
encontra nos romantismos altos e baixos – que move a
poesia de Ego Excêntrico. Pode-se dizer, a partir de
poemas-manifestos como Ode, que Makely estabelece um elo entre o poeta idealizado pelos românticos e o indivíduo marginalizado atualmente, expulso do centro,
impedido de usufruir os bens da res publica. O “grande iluminado” (o poeta) e “o
grande eliminado” (o marginal), enfatiza
insistentemente a Ode, até concluir: “Porque sou poeta/ falo o que tem de ser falado”. Daqui se enuncia um problema nessa
poética. Realmente, o poeta, a exemplo
dos demais radicados num horizonte romântico, fala, mas não daquilo que pensa
– e às vezes até proclama – estar falando,
de uma premência a envolver toda uma
coletividade para além do gueto artístico.
Fala, na verdade, daquilo que a princípio
pode nos parecer menos importante para
essa fala, mas que é o seu impulso maior:
o ego. Tudo “que tem de ser falado”, para
Makely, é o que se passa no ego de um
poeta consciente da nenhuma importância que lhe confere a sociedade consumista, um mundo “shopping
center”, no auge do auge da banalidade.
Nada mais plausível que esse mundo de relações superficiosas seja associado à instituição literária – que nada tem a ver com literatura em sentido forte, como não
me canso de assinalar –, bem como às outras instituições
que zelam por uma “ordem do discurso” (Foucault) que
não corresponde à desordem da existência em geral.
Pode-se dizer mesmo que
hoje uma contestação eficaz
das boas maneiras literárias, de um farsesco mundo
letrado, passa necessariamente pela contestação do
mundo “shopping center”.
Mas Ego Excêntrico não
opera essa questão, chegando mesmo a resvalar numa
simpatia fácil pelo virtualismo irresponsável, que toma
tudo por ficção, componente
básico do shopping, lugar de
apagamentos, de desistoricizações. Desta forma, o resgate do ideal romântico de
poeta é tão louvável quanto
lamentável: estimula uma
relação conturbada do poeta
com a coisa literária – o que
é significativo –, mas também conduz a um excesso de
atenção ao ego e conseqüente desatenção a outrem.
O entusiasmo do poeta
certamente o leva à ilusão de
que o outro – o marginal, digamos – está implícito no
que diz, mas este é justamente o grande delírio de toda tentativa romântica. Somente uma perspectiva
abertamente dialógica – o
que não se encontra em Ego
Excêntrico – para incorporar
o outro, e tal perspectiva não
é possível num regime autoritário de signos, centrado
na cegueira peculiar ao ego,
numa “escritura fechada”,
diria Barthes, nas verdades
que ela mesma erigiu.
MAGENTA
N
ovo volume de poesia
do cantor e compositor
Makely Ka sofre influência
da poesia concreta, mas
afirma voz própria e farta
LANÇAMENTOS
CYAN
Encarnação romântica
REPRODUÇÃO
E STA D O D E M I N A S
●
T E R Ç A - F E I R A ,
6
5
D E
J U N H O
D E
2 0 0 7
CULTURA
AUTOFAGIA
O músico mineiro Makely Ka lança amanhã seu primeiro CD solo no projeto Stereoteca,
na Biblioteca Pública da Praça da Liberdade. O trabalho levou dois anos para ficar pronto
Lenta
HELENA LEÃO/DIVULGAÇÃO
digestão
MARIANA PEIXOTO
Um dos mais produtivos compositores de Minas na
atualidade, Makely Ka se desdobra em várias funções.
Também poeta e agitador cultural, traz uma forte veia
crítica, cuja acidez está presente em seu primeiro disco
solo, o CD Autófago, que será lançado amanhã, no Teatro da Biblioteca Luiz de Bessa, no show de abertura da
edição 2007 do projeto Stereoteca (confira a programação abaixo). O trabalho, produzido por Renato Villaça e
o próprio Makely, consumiu os últimos dois anos.
Makely traz em sua discografia os álbuns A outra cidade
(2003, em parceria com Kristoff
Silva e Pablo Castro) e Danaide
(2006, com Maísa Moura). “Neste
disco, todas as canções são minhas (são 14 faixas). Mas o CD
traz o universo de pessoas que
atuam comigo, sem as quais não
seria possível realizá-lo. Na verdade, é um trabalho solo pelo fato
de eu estar cantando as músicas.
UP GRADE
Ao contrário dos outros discos, as
canções não têm uma melodia
com uma amplitude grande, são
mais diretas e objetivas.”
E irônicas também. A faixa de
abertura, por sinal, leva o nome
de Desliguem os aparelhos celulares – o disco foi patrocinado pela Telemig Celular via Lei Estadual
de Incentivo à Cultura. Punk de
boutique centra fogo nos jovens
adeptos da cultura fast food. A
Depois de dois discos em produção coletiva, o compositor Makely Ka assina um álbum só seu, mas gravado com a ajuda dos amigos
outra cidade, canção que acabou
não entrando no disco homônimo, é uma ode à Belo Horizonte
que está aí para todos verem, mas
que muita gente fecha os olhos
para não enxergá-la – versos como “A cidade come/a cidade vomita/a cidade tem fome/A cidade faminta” não precisam de
mais explicações. Entre as faixas,
vinhetas com frases pinçadas de
Glauber Rocha, do Subcoman-
dante Marcos, do grupo rebelde
mexicano EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), e do
poeta russo Maiakóvski.
No show, Makely será acompanhado por Renato Villaça (guitarra e programação), Rafael Azevedo (guitarra), Fernanda Starling (baixo), D’Artagnan Oliveira
(bateria) e Alcione Oliveira (percussão) e pelas cantoras Maísa
Moura e Patrícia Rocha, que par-
ticiparam do disco. Também
amanhã vai entrar no ar, reformulado, o novo site do músico
(www.makelyka.com.br). Todas
as canções de Autófago, assim como o encarte do disco (e o conteúdo dos anteriores) serão disponibilizados para download
gratuito. “É uma forma de divulgar um trabalho cuja maior parte foi realizada pelas leis de incentivo. As pessoas têm o direito
a ter acesso a esses produtos culturais. Acabo vendendo mais discos depois de fazer isso, pois as
pessoas que ouvem e gostam resolvem ter o CD”, conclui.
STEREOTECA
Os shows serão às 20h30, no Teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21, Funcionários), (31) 33379693. Ingressos a R$ 6 (inteira) e R$ 3
(meia-entrada).
PROGRAMAÇÃO
PARCERIA
O público que for aos
shows do Stereoteca vai
receber gratuitamente,
em cada apresentação,
figurinhas que
integram um álbum
criado pelo projeto.
Quem completar o
álbum vai concorrer, no
fim da temporada, a 10
coleções de CDs, cada
uma com 10 discos de
artistas participantes do
projeto. Ainda este mês
(de 26 a 28) será
promovido no Espaço
Cultural Ambiente
um ciclo de debates
com artistas do
Espaço Cubo, do Mato
Grosso. Informações:
(31) 3222-3242 e
www.stereoteca.com.br
Amanhã – Makely Ka
Quinta – Alda Resende e Lênis Rino
Dia 13 – Carlinhos Ferreira e DJ Renatito
Dia 20 – Antônio Sant’anna e Sérgio Pererê
Dia 27 – Meninas de Sinhá e Dudu Nicácio
4 de julho – César Maurício e Renato Vilaça
11 de julho – Déa Trancoso e Terno de Catopé
18 de julho – Ideologia Feminina e Kontrast
25 de julho – Ricardo Koctus e Patrícia Lima
1º de agosto – Proa e Gabriel Guedes
8 de agosto – Celso Moretti e Mamour Ba
15 de agosto – Porcas Borboletas e Daniela Borela
22 de agosto – Aline Calixto e Patrícia Ahmaral
29 de agosto – Selmma Carvalho e Affonsinho
5 de setembro – Guarda de Moçambique e DJ Tudo
12 de setembro – No Sal e Maurinho Nastácia
19 de setembro – Falcatrua e Cristiano da Matta
26 de setembro – Preto Massa e Júlia Ribas
3 de outubro – Dona Jandira e Vítor Santana
A cantora Célia e o
violonista Dino
Barioni dão show
de interpretação
REGIS SCHWERT/DIVULGAÇÃO
E S T A D O DP ÁE G IMN AI N4 A S - S E X T A - F E I R A , 2 4 D E J AE SNT EA DI OR OD E DM EI N A2 S0 -0 S3 E X T A - F E I R A ,
CULTURA
PA L C O
RESENTA NO PROJETO MUSICAL
M REPERTÓRIO DE FUTURO CD
BEAT NO GALPÃO
ura do bar
oite, no Galantor, comMakely Ka
w que leva
Mundial, de
nal do mês,
bém garanvirunddum,
táculo, que
cipação da
a, é peça da
ico, em fase
que além de
ançamento
omônimos.
positores reReciclo Gede cerca de
entre as
adas por Alnio e Regina
7 canções,
vada beat”,
or, estão no
idata, dono
no instruque nem tudapta à sua
omponho é
m cantoras,
vela o comentemente,
s incluídas
ows de Paitane, tamaula Santolém do grus parceiros
tão Renato
ilva, Pablo
aça. Marku
ique são os
s de música
omposições
desenvolvimento próitando vanGeralmente,
ica, acabo
tindo que não tem habilidade
para interpretar canções de outros autores: “Não sou cantor,
apenas interpreto minhas composições”. Segundo Makely Ka,
o CD Ego Excêntrico deverá
chegar ao mercado em março,
antes do livro homônimo de
poemas que também já está no
prelo. “O disco será o primeiro
produto acabado pós-Reciclo
Geral”, comemora o artista.
Lembra que está prevista para
este ano uma nova edição do
projeto e que, paralelamente,
Makely e companheiros pretendem criar um site do evento,
além de uma cooperativa e distribuidora independente de discos, cujo nome de batismo,
oportunamente, é Namarra.
RITMOS
Batuque e calango mineiros,
além do cacuriá maranhense,
são os ritmos que vão agitar a
intervenção com a qual o Encaixa Couro – Brincadeiras Brasileiras vai encerrar a programação da noite de hoje no bar do
Piscinão. De volta a Belo Horizonte depois de uma temporada em Palmas, no Tocantins,
onde desenvolveu trabalho junto à Fundação Bradesco, o arteeducador Marquinhos Rhossard, que lidera o grupo, anuncia a retomada dos ensaios do
Encaixa Couro na comunidade
do Horto Florestal, lembrando
que eles serão sempre fechados
nas noites de terça-feira, no Esporte Clube Ponte Preta, enquanto às quintas-feiras, a partir das 20h, o público será convidado a cantar e dançar ao redor de uma fogueira, no final da
rua Nossa Senhora d’Ajuda.
Um dos poucos grupos mineiros a trabalhar o aspecto lúdico das manifestações populares em interação com o público, o Encaixa Couro – Brincadeiras Brasileiras é formado
24 DE JANEIRO
CULTURA
N O P A L CHISTÓRIAS
O DA CRIAÇÃO DO MUNDO
HISTÓRIAS
Seja na forma de pajé, contador de
formação do mundo e dos ser
Estórias,os
de Weracy
ou comadre,
mitos Costa,
da em
Seja na forma de pajé, contador de histórias
formação do mundo e dos seres estão na infanto-juvenil Mar de
Estórias, de Weracy Costa, em cartaz no Centro Cultural
UFMG.
Teatro da Assembléia, rua Rodrigue
MAKELY SE APRESENTA NO PROJETO MUSICAL
PISCINÃO, COM REPERTÓRIO DE FUTURO CD
TEATRO
TEATRO
ACREDITE, UM ESPÍRITO BAIXOU EM MIM
Santo Agostinho, (31) 3290-7827. Q
sábado, 21h, domingo, 20h. Direçã
Capanema.
Teatro Caldas,
Sesiminas, 30,
rua Padre174,
Marinho,
60, SantaSábado,
Teatro da Assembléia, rua Rodrigues
Centro.
17h,
e domingo,
10h
PERIGO,
MINEIROS
EM FÉRIAS!
Efigênia, (31) 3241-7181. Quarta a sábado, 21h, Teatro Santo Agostinho, rua Aimor
Santo Agostinho, (31) 3290-7827.
Quinta
Direção
domingo,
19h.aDireção Sandra
Pêra. Weracy Costa.
Santo Agostinho, (31) 3291-5340. Q
sábado, 21h, domingo, 20h. Direção Tchesco
sábado, 21h, domingo, 19h. Direçã
ADELAIDE PINTA E BORDA
Falabella.
Capanema.
NO
FUNDO
DA MATA
OUVI
Sala
Juvenal
Dias
do
Palácio
das
Artes,
av.
ACREDITE, UM ESPÍRITO BAIXOU EM MIM
Santo
Agostinho,
rua Aimorés, 2.67
Afonso Pena, 1.537, Centro,Teatro
(31) 3237-7399.
PROSA
DE COMPADRE
AILTON MAGIOLI
tindo que não tem habilidade
Teatro Sesiminas,
rua Padre Marinho, 60, Santa
Sexta e sábado, 21h, domingo,
20h. Agostinho,
Direção
PERIGO, MINEIROS
Santo
(31) 3291-5340.
Doming
Teatro
Santa Dorotéia, rua
Chicago
para interpretar
canções deEM
ou-FÉRIAS!Iolene de Stefano.
Efigênia, (31) 3241-7181. Quarta a sábado, 21h,
(31)Hannas.
3335-1900. Quinta a sábado, 1
Teatro Santo
11h. Direção Claret
Atração de abertura do bar tros autores:
“Não Agostinho,
sou cantor,rua Aimorés, 2.679,
Claret
Hannas.
domingo,
Direção
Pêra.
ALFREDO
VIROU
Agostinho,
(31)com3291-5340.
Quinta
a A MÃO
do19h.
Piscinão
hojeSandra
à noite,
no Gal- apenasSanto
interpreto
minhas
Teatro Rogério
Izabela Hendrix, rua AS
da Bahia,
2.020,AVENTURAS
UMA RELAÇÃO
PORNOGRÁFICA
pão Cine Horto, o cantor, com- posições”.
Segundo
Makely Ka,
sábado,
21h, domingo,
19h. Direção
NOVAS
DO REI
LEÃO
Lourdes, (31) 3292-4405. Quarta a sábado,
Klauss Vianna, av. Afonso Pe
ADELAIDE
PINTA
E BORDA Makely Ka o CD Ego
positor
e violonista
Excêntrico deverá
Falabella.
Casanova, Teatro
av.
Afonso
Pena,
1.500/18
21h, domingo, 20h. DireçãoTeatro
Ílvio Amaral.
Mangabeiras, (31) 3229-4316. Quin
Sala Juvenal
do Palácio
das Artes,
av. chegar ao mercado em março,
vai Dias
antecipar
o show
que leva
andar, Centro (31)21h,
3274-7272.
domingo, 20h.Sexta
DireçãoaWilson
O
CÂNTICO
DOS
CÂNTICOS
ao
Fórum
Social
Mundial,
de
livroDEhomônimo
Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3237-7399.antes do
PROSA
COMPADREde
domingo,
Christiano Aguiar.
Sala Multiuso do ESTADO DE
MINAS, av.17h Direção
Porto Alegre,
no final20h.
do mês,
que também já está no
SALVE AMIZADE, A COMÉDIA
Sexta e sábado,
21h, domingo,
Direção poemasTeatro
Santa
Dorotéia,
rua
Chicago,
Sion,
Getúlio240,
Vargas,
291, Funcionários. Quinta a
Teatro
da
Maçonaria, av. Brasil, 478
com
passagem
também
garanprelo. “O disco será o primeiro
Iolene de Stefano.
domingo,
20h. Direção Marcello
Castilho FEIOEfigênia,
(31) 3213-4959. Quinta a
(31)
3335-1900.
Quinta a sábado,
19h. Direção
O PATINHO
- O MUSICAL
tida no projeto Ouvirunddum, produto
acabado
pós-Reciclo
Avellar.
domingo,
20h.1.723,
DireçãoLourdes,
Roberto Fr
Hannas. o artista.
Teatro Icbeu, rua Manoelita
da Bahia,
de Curitiba. O espetáculo, que Geral”,Claret
comemora
Lustosa.
ALFREDO
VIROU
A MÃO
CEGUINHO É A MÃE
conta
com
a participação da Lembra que está prevista para
3271-7255. Quarta a sexta, 17h. Direção Íl
Teatro Topázio do Minascentro, av. Augusto de
Teatro Izabela
Hendrix,
rua da Bahia,
SEMPRE TE VI, NUNCA TE AMEI
cantora
Maísa Moura,
é peça2.020,
da este ano
uma
nova edição
do
UMA
RELAÇÃO
PORNOGRÁFICA
Amaral.
Lima, 785, Centro, (31) 3217-7900. Domingos, Teatro Capucho de Vespasiano. Sáb
Lourdes,trilogia
(31) 3292-4405.
Quartaem
a sábado,
Ego Excêntrico,
fase projetoTeatro
e que,Klauss
paralelamente,
Vianna, av. Afonso20h.
Pena,
4.001,
Direção
Geraldo Magela. Última semana.
domingo, 20h.
de pré-produção,
de MakelyMangabeiras,
21h, domingo,
20h. Direçãoe que
Ílvioalém
Amaral.
e companheiros
(31) preten3229-4316. Quinta a sábado, A PEQUENA SEREIA
CEGUINHO CHUTANDO O BALDE
CD vai resultar no lançamento dem criar um site do evento,
À SOMBRA
DO SUCESSO
21h,
domingo,
20h.
Direção
Wilson
Oliveira.
Teatro
da
Praça,
praça
Afonso
Arinos, 19,
Teatro Topázio do Minascentro, av. Augusto de
de livro
e vídeo homônimos. além de uma cooperativa e disCasa do Conde de Santa Marinha, r
O CÂNTICO
DOS CÂNTICOS
Lima, 785, Centro, (31) 3217-7900.
Sábados,
Centro,
(31) 3213-3654.
Domingo,
11h.Qui
130, Floresta,
(31) 3222-1378.
Um dos jovens compositores re- tribuidora independente de disÚltima semana.
Sala Multiuso do ESTADO DE MINAS, av.
domingo, 20h. Direção Chico
SALVE
AMIZADE,
A COMÉDIA 21h. Direção Geraldo Magela.
Direção
Fernando21h,
Bustamante.
velados no projeto Reciclo Ge- cos, cujo
nome
de batismo,
Marcelo Bones.
Getúlio Vargas,
291,
Funcionários.
Quinta
a
Teatro da Maçonaria,
Santa À LA CARTE
ral, Makely é autor de cerca de oportunamente,
é Namarra.av. Brasil, 478,
COMMEDIAS
domingo,
20h.composições,
Direção Marcello
Castilho
Casa de 21h,
Candongas,PETER
av. Cachoeirinha,
100
entre
as
Efigênia, (31) 3213-4959. QuintaTeatro
a sábado,
PAN
SONHO DOURADO
Cachoeirinha, (31) 3444-1964. Sexta a
Avellar. quais algumas gravadas por Al- RITMOSdomingo, 20h. Direção Roberto2.221,
Teatro da
Praça, praça
Afonso19,
Arino
Freitas20h.
e Direção Fernando
Teatro
da Praça, praça
Afonso
Arinos,
domingo,
Linares.
Centro, (31) 3213-3654. Quinta a s
da Resende, Anthonio e Regina
Batuque
e calango
mineiros,
Manoelita
Lustosa.
Centro, (31) 3213-3654.
Quinta
a domingo
domingo, 20h.
Direção
Dilson May
Spósito.
Além de 17 canções, além do cacuriá maranhense,
CEGUINHO
É A MÃE
COMO SOBREVIVER EM FESTAS
RECEPÇÕESCássio Pinheiro.
17h.EDireção
COM BUFÊ ESCASSO
três poemas
de “levada
são os ritmos que vão agitar a
TANGO, BOLERO E CHA-CHA-CHÁ
Teatro Topázio
do Minascentro,
av.beat”,
Augusto de
SEMPRE
TE
VI,
NUNCA
TE
AMEI
Teatro Dom Silvério, rua Lavras, 225, São
segundo
estão
no intervenção com a qual o EncaiTeatro Francisco Nunes, Parque Mu
Lima, 785,
Centro,o compositor,
(31) 3217-7900.
Domingos,
(31) 21h,
3281-5592. Quinta
sábado, 21h,ELEMENTOS
Teatro
Capucho deBrasiVespasiano. Pedro,
Sábado,
OSaQUATRO
Centro, (31) 3224-4546. Quinta a s
repertório do show.
xa Couro
– Brincadeiras
domingo, 20h. Direção Ênio Reis.
20h. Direção
Geraldo
Magela.
Última
semana.
domingo,
Direção
Araújo
domingo,
20h.
Teatro da Maçonaria,
av. 20h.
Brasil,
478,EloySanta
Violonista autodidata, dono leiras vai
encerrar
a programade pegada própria no instru- ção da noite de hoje no bar do
Efigênia,
Quinta
e
sexta,
DEFUNTO BOM É DEFUNTO
MORTO (31) 3213-4959.
TODAS AS BELEZAS DO MUNDO1
CEGUINHO
CHUTANDO
O BALDE
Teatro Santa Dorotéia, rua Chicago,
240,
Sion, Miranda
mento,
Makely diz
que nem tu- Piscinão.
De voltaDO
a Belo
HoriTeatro João
Ceschiatti do Palácio da
À SOMBRA
SUCESSO
Direção
Ilder
Costa.
(31)
3335-1900.
Quarta
a
sábado,
21h,
Teatro Topázio
Minascentro,
av. Augusto
Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3
do que do
compõe
se adapta
à sua de
zonte depois
uma temporaCasa dodeConde
de Santa Marinha,
rua Januária,
domingo,
20h. Direção Ricardo Batista e Jair
Quinta e sexta, 21h, sábado, 19h e
voz.
“Muito(31)
do que
componho
é da em Palmas, no Tocantins,
Lima, 785,
Centro,
3217-7900.
Sábados,
Raso. a sábado,
130, Floresta, (31) 3222-1378. Quinta
O REINO ENCANTADO
domingo, 18h e 20h. Direção Ande
feito Geraldo
pensando
em Última
cantoras,
onde desenvolveu trabalho jun21h. Direção
Magela.
semana.
Última rua
semana.
21h,
domingo,
20h.
Direção
Chico
Pelúcio
e
Teatro
da
Assembléia,
Rodrigues Calda
A ESCADA
principalmente”, revela o com- to à Fundação Bradesco, o arteMarcelo
Bones. RhosSanto
Agostinho,
(31) 3290-7827.
Sexta a
Teatro AMI, rua da Bahia, 1.450,
Lourdes,
(31)
positor que, recentemente, educador
Marquinhos
TOTONHO
100 CONSERTO
COMMEDIAS
À LA CARTE
3371-8566. Quinta a sábado,
21h, domingo,
domingo,
17h. Direção
Christiano
Aguiar.
Teatro Casanova,
av. Afonso
Pena,
além de ter músicas incluídas sard, que lidera o grupo, anun20h. Direção Márcio Machado. Última semana. andar, Centro. Quinta a sábado, 21
Teatro Casa
de Candongas,
av. Cachoeirinha,
no repertório
de shows
de Pa- cia a retomada
SONHO DOURADO
dos ensaios do
20h. Direção Alfredo Luiz da Silva e
2.221, Cachoeirinha,
(31)
3444-1964.
Sexta
a
trícia Ahmaral e Titane, tam- EncaixaTeatro
Couro
comunidade
ESTRELA19,
DALVA
dana
Praça,
praça Afonso Arinos,
OS TRÊS PORQUINHOS
da Cidade, rua da Bahia, 1.341, Centro,
domingo,
20h.compôs
Direçãopara
Fernando
bém
Paula Linares.
Santo- do Horto
Florestal,
lembrandoQuintaTeatro
VELÓRIO
À BRASILEIRA
Centro,
(31) 3213-3654.
a sábado,
21h,
Sala Juvenal
Dias do
Palácio
das Artes, av.
(31)
3273-1050.
Quinta
a
sábado,
20h30,
Teatro Icbeu, rua da Bahia, 1.723, L
ro e Virgínia Rosa, além do gru- que elesdomingo,
serão sempre
fechados
20h. Direção
Dilson Mayron.
Afonso
Pena, 1.537,
Centro,
(31)
3237-739
domingo, 19h. Direção Pedro
Paulo Cava.
3271-7255.
Terça
a sábado, 21h, do
po Somba. Entre
os parceiros
nas noites de terça-feira, no EsCOMO SOBREVIVER
EM FESTAS
E RECEPÇÕES
Sábado e domingo,
17h.Ílvio
Direção
Direção
Amaral. Carl
mais
constantes estão Renato porte Clube Ponte Preta, enFERNANDO ÂNGELO - AMIGOS PARA SEMPRE
COM BUFÊ
ESCASSO
BOLERO EaCHA-CHA-CHÁ
Schumacher.
Teatro Granada do Minascentro,
av. Augusto de A VINGANÇA DE MILONGA
Negrão, Kristoff Silva, Pablo quantoTANGO,
às quintas-feiras,
parTeatro Dom
Silvério, rua Lavras, 225, São
785, Centro,
(31) 3217-7900. Quinta a
Nunes,
Municipal,
s/nº,
Castro e Renato Vilaça. Marku tir das Teatro
20h, o Francisco
público será
con-ParqueLima,
Teatro Pio XII, rua Alvarenga Peixo
Pedro, (31)
3281-5592.
Quinta
a
sábado,
21h,
sábado,
21h,
domingo,
19h.
Direção
Fernando
3224-4546.
a sábado,
21h,
TRIBOBÓ
CITY Santo Agostinho, (31) 3275-3004. Q
Ribas e Flávio Henrique são os vidado Centro,
a cantar(31)
e dançar
ao re-QuintaÂngelo.
Última semana.
21h, domingo, 20h. Direçã
domingo,
20h.
Direção
Ênio
Reis.
novos companheiros de música dor de uma
fogueira,
final da
domingo,
20h. no
Direção
Eloy Araújo.
Teatro Marília, av.sábado,
Alfredo
Balena, 586, Cen
Neves.
de Makely, em composições rua Nossa Senhora d’Ajuda.
O HOMEM DA CABEÇA DE (31)
PAPELÃO
3224-4445. Sábado e domingo, 16h30
Teatro
Espaço
Andante,
rua
Cachoeira
ainda
DEFUNTO
BOMinéditas.
É DEFUNTO MORTO
Um TODAS
dos poucos
gruposDO
mi-MUNDO
AS BELEZAS
Alexandre Toledo.
Dourada, 44, Santa Efigênia.Direção
Quinta a sábado,
violão peculiar,
desenvolvineiros a trabalhar o aspecto lúTeatro SantaO Dorotéia,
rua Chicago,
240, Sion,
PARA CRIANÇA
Teatro
João
Ceschiatti
do
Palácio
das
Artes,
av.
21h,
domingo,
20h.
Direção Marcelo Bones.
do para acompanhamento
pró- dico das manifestações popu(31) 3335-1900.
Quarta a sábado, 21h,
Afonso
Pena,
1.537,
Centro,
(31)
3237-7399.
A
TURMA
DO
URSINHO
PUFF
prio,
possibilitando
vancom o púO HOMEM QUE NÃO DAVA SETA
domingo,
20h.acabou
Direção
Ricardo Batista
e Jair lares em interação
e sexta,
21h,
sábado, 19hGalpão
e 21h,
Teatro
daHorto,
Maçonaria,
av.EBrasil,
478,MARAVILH
Santa
ALADIM
A LÂMPADA
Cine Horto, rua Pitangui,
3.613,
tagens a Makely. “Geralmente, blico, oQuinta
Encaixa
Couro
– BrinRaso. ao tirar uma música, acabo
Teatro Icbeu,
rua da Bahia,
1.723, L
(31) 3481-5580.
Quinta a sábado,
21h, (31) 3213-4959.
domingo,
18h eé 20h.
Direção Anderson
Aníbal.
Efigênia,
Quinta
a domingo
cadeiras
Brasileiras
formado
3271-7255.
Sábado
e
domingo,
17h
domingo, 20h. Direção Chico Pelúcio.
compondo outra”, revela, admi- por nove
adultos
e dez crianÚltima
semana.
16h. Direção Roberto
Carlos Freitas.
Ílvio Amaral.
A ESCADA
ças e adolescentes, a
LA FIACA (A PREGUIÇA)
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Teatro AMI, rua da Bahia, 1.450, Lourdes, (31) maioria
oriunda
do próTeatro Marília, av. Alfredo Balena,
586, Centro, HISTÓRIA
TOTONHO
100 CONSERTO
A VERDADEIRA
DE BRANCA DE
MUSICAL
(31) 3224-4445. Quinta a sábado, 21h, e
prio
Horto,
onde oav.
grupo,
3371-8566. Quinta a sábado, 21h, domingo,
Teatro
Casanova,
Afonso Pena,
1.500/18º
NEVE
OS
SETE
ANÕES
Teatro Clara Nunes, rua Rio de Jane
domingo,
20h.
Direção
Orlando
Besoytaorube.
uma ONG, nasceu
20h. Direção Márcio Machado. Última semana. agora
Centro,
3272-7487.
Centro.
a sábado, 21h, domingo,
Teatro da Maçonaria,
av.(31)
Brasil,
478,Sábado,
Santa1
háandar,
quatro
anos.Quinta
Em suas
domingo, 11h e 17h. Direção Rôm
O MARIDO DA MINHA MULHER
20h. Direção
Alfredo Luiz
da Silva
e
Souza.
Efigênia,
(31)
3213-4959.
Sexta
a
domingo,
Última
semana.
andanças
e
pesquisas
peTeatro Clara Nunes, rua Rio de Janeiro, 1.063,
ESTRELA DALVA
Direção
Roberto
Carlos Freitas.
Centro, (31) 3272-7487. Quarta
a sábado,
19h
lo Brasil, Marquinhos reA ARCA DA FANTASIA
Teatro da Cidade, rua da Bahia, 1.341, Centro, colhe
e 21h, domingo, 20h. Direção Ricardo Batista.
VELÓRIO
À BRASILEIRA
o material
que posTeatro
da Maçonaria, av. Brasil, 478
(31) 3273-1050. Quinta a sábado, 20h30,
teriormente
apresentaTeatro Icbeu,é rua
da Bahia, 1.723,NALourdes,
Efigênia, (31) 3213-4959. Sábado e
VIRADA DO(31)
SEXO
domingo, 19h. Direção Pedro Paulo Cava.
do3271-7255.
e estudadoTerça
pelos
inte11h.
Direção
Ana Márcia Scoralick.
Alterosa,19h.
av. Assis Chateaubriand, 499,
a sábado, 21h,Teatro
domingo,
grantes
Encaixa
Floresta, (31) 3237-6611. Quinta a sábado, 21h,
DireçãodoÍlvio
Amaral.CouUM BAÚ DE FUNDO FUNDO
domingo, 20h. Direção Carlos Gradim.
FERNANDO ÂNGELO - AMIGOS PARA SEMPRE ro. De Tocantins, por
Teatro Giramundo, av. Silviano Bran
trouxe informaBRASIL DAS GERAIS
Teatro Granada do Minascentro, av. Augusto de exemplo,
Floresta, (31) 3446-0686. Sábado e
NAS
ONDAS
DO
RÁDIO
A VINGANÇA
DE MILONGA
ções
teóricas
sobre
o
sus16h30.
Beatriz Apocalypse
Teatro
ruaDireção
Diamantina,
463,
Centro Cultural Maurício Murgel,
av. do UNI-BH,
Lima, 785, Centro, (31) 3217-7900. Quinta a
Teatro
Pio XII,
rua Alvarenga
1.679,
siá,
espécie
de catira
pre- Peixoto,
Amazonas, 5.154, Nova Suíça,
(31) 3372-6086.
Lagoinha,
(31) 3378-7966.
Sábado, 17h e 2
sábado, 21h, domingo, 19h. Direção Fernando sente
A BELA ADORMECIDA
Santona
Agostinho,
Quinta
a 20h30, domingo,
Quarta
a sábado,
20h.
folia de (31)
reis3275-3004.
do
Teatro DomMoreira.
Silvério, rua Lavras, 22
Ângelo. Última semana.
DireçãoLoló
Pádua Teixeira. Direção Carlos Henrique
norte
mineiro.
Por se trasábado,
21h, domingo,
20h. Direção
Pedro, (31) 3281-5592. Sexta a dom
tarNeves.
de um estado relativaDireção Pádua Teixeira. Última sem
ORAÇÃO PARA UM PÉ-DE-CHINELO
PILAR
O HOMEM DA CABEÇA DE PAPELÃO
mente novo, segundo
Centro Cultural UFMG, av. Santos Dumont,
Teatro
Maçonaria,
av.E Brasil,
A BELA
A FERA 478, Santa
Marquinhos, o Tocantins
174, Centro. Sábado e domingo,
20h.da
Direção
Teatro Espaço Andante, rua Cachoeira
Teatro SantaQuinta
Dorotéia,erua
Chicago
Aline Andrade.
DIVULGAÇÃO/HELENA LEÃO
Efigênia, (31) 3213-4959.
sexta,
Dourada, 44, Santa Efigênia.
Quinta a sábado, não tem um folclore forte,
(31) 3335-1900. Sábados e doming
Makely
Ka
está
preparando
disco,
com
as
tradições
ligadas
a
18h30.
Direção
Xico
Arantes.
Direção Kléber Junqueira.
21h, domingo, 20h. Direção Marcelo Bones.
PARENTE NÃO É GENTE
livro e vídeo “Ego Excêntrico”
Goiás, o estado limítrofe.
LEVADA BEAT NO GALPÃO
DANÇA
PARA CRIANÇAS
O HOMEM QUE NÃO DAVA SETA
Galpão Cine Horto, rua Pitangui, 3.613, Horto,
(31) 3481-5580. Quinta a sábado, 21h,
domingo, 20h. Direção Chico Pelúcio.
ALADIM E A LÂMPADA MARAVILHOSA
Teatro Icbeu, rua da Bahia, 1.723, Lourdes, (31)
3271-7255. Sábado e domingo, 17h. Direção
BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕ
Teatro Santo Agostinho, rua Aimor
Santo Agostinho, (31) 3291-5340. S
domingo, 16h30. Direção Carlos G
FESTIVAL
ALTEROSA
A BRUXINHA QUE ERA BOA
ESTADO DE MINAS ●
Q U I N TA - F E I R A , 1 2 D E F E V E R E I R O D E 2 0 0 9 ● E D I T O R : J o ã o P a u l o C u n h a ● E D I T O R A - A S S I S T E N T E : Â n g e l a F a r i a ● E - M A I L : c u l t u r a . e m @ u a i . c o m . b r ● T E L E F O N E : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 1 2 6
EM
CINEMA
MINEIRO
O diretor Helvécio Ratton
foi um dos contemplados
do programa Filme
em Minas com Estrelas
caídas do céu.
★
PÁGINA 8
CRISTINA HORTA/EM/D. A PRESS
NOVA GERAÇÃO DE MÚSICOS MINEIROS SE ORGANIZA PARA CONQUISTAR MERCADO NA EUROPA E EUA.
ARTISTAS APOSTAM EM COOPERATIVAS PARA VENCER OS REFLEXOS DA CRISE DA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA
TIPO EXPORTAÇÃO
MARIA TEREZA CORREIA/EM/D. A PRESS
EDUARDO TRISTÃO GIRÃO
ÉLCIO PARAÍSO/DIVULGAÇÃO
Uakti já foi. Milton Nascimento voltou há
pouco tempo. Toninho Horta, vira e mexe,
vai. O Sepultura praticamente mora lá. Alguns artistas mineiros (que representam a
música feita aqui, nasceram ou estão associados ao estado) há muito descobriram rotas internacionais para mostar o trabalho
que desenvolvem. Cada um na sua. O que
começa a chamar a atenção, sobretudo em
Belo Horizonte, é a mobilização de artistas
de gerações mais recentes, unidos para conquistar espaço nos palcos do exterior. Com
a indústria fonográfica e a economia mun-
“Acho que a música mineira de hoje
tem tolerância pequena à redundância.
Temos música apaixonada por
passeios harmônicos”
dial em crise, muitos já perceberam que a
espera até ser “descoberto” pode ser interminável. É preciso correr atrás – e, por vezes, pelas vias alternativas.
O mais recente fato envolvendo esse
novo movimento foi o convite que cinco
artistas mineiros receberam para tocar
no festival SXSW, que será realizado entre
13 e 22 de março nos Estados Unidos. Logo mais, Somba, Érika Machado, Pato Fu,
Vander Lee e Kristoff Silva arrumarão as
malas para mostrar parte da diversificada produção musical mineira num circuito de shows que envolve cerca de 300 bares e espaços culturais de Austin, onde
quase 2 mil bandas (19 dessas são de outros estados brasileiros) se apresentarão
ininterruptamente.
A oportunidade foi proporcionada em
agosto, durante o projeto Imagem & Comprador, que promove rodadas de negócios
entre artistas locais e compradores internacionais de música. Desenvolvido pela Brasil Música & Artes em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos, o projeto foi realizado em
Belo Horizonte pela Cooperativa da Música de Minas e Sebrae, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e Fórum da Música de Minas Gerais. Tanto a cooperativa
quanto o fórum são entidades criadas por
músicos da cidade.
“Queremos fazer muitos contatos, ver os
shows e conhecer gente do mundo inteiro”,
afirma Leo , do Somba, que fará seu primeiro show internacional. Se cantar exclusivamente em português atrapalha? “O público desse festival estará lá para ver coisa nova, diferente mesmo. Por isso estão indo
bandas do mundo inteiro para lá, e não a
mesmice. Fazemos rock, mas o unimos a
elementos brasileiros, como o baião. Vamos levar o português cantado e o rock que
não é o norte-americano”, responde.
Kristoff Silva, cantor e compositor
RICARDO ANTUNES/DIVULGAÇÃO
“Não queremos entrar na lógica da
grande indústria, que está à beira da
falência. Comércio justo e economia
criativa são nossa proposta”
Makely Ka, cantor e compositor
Grupo Somba se prepara para primeira apresentação internacional nos EUA
VITOR MOURA/DIVULGAÇÃO
NEGÓCIOS “As pessoas não conhecem nos-
sa música, no máximo, Milton Nascimento. Às vezes, não sabem nem localizar Minas Gerais no mapa. Música e qualidade a
gente tem, só falta nos organizar”, acredita
o cantor e compositor Makely Ka. Ele esteve
recentemente na Espanha, onde participou
da feira de música Womex. Na ocasião, recebeu convite para retornar ao país em dezembro, para discutir possibilidades de intercâmbio cultural entre Minas Gerais e a
região da Galícia. Resultado: acordo entre os
dois lados deverá ser assinado mês que
vem, prevendo semana de Minas na Galícia
e vice-versa, incluindo não apenas música,
mas também teatro, cinema e literatura.
“A Galícia pode servir de plataforma de
lançamento da música mineira na Europa.
Trabalhamos com o conceito de contraindústria, que não é a mesma lógica de 10
anos atrás, de ser descoberto por uma gravadora. Não é por acaso que fizemos uma
cooperativa. Não queremos entrar na lógica
da grande indústria, que está à beira da falência. Comércio justo e economia criativa
são conceitos que perpassam nossa proposta”, explica Makely, presidente da Cooperativa da Música de Minas. “Não tenho dúvida de que a cena mais efervescente do país
nesta década está em Minas. Aqui não há
A banda de rock pesado Eminence, de BH, faz duas turnês anuais à Europa desde 1998
muitos guetos. As pessoas se frequentam e,
a partir disso, surgem hibridismos. Isso não
é comum, mas aqui acontece de maneira
muito natural”, observa.
Outro fato aguardado com ansiedade
pelos músicos mineiros é a publicação (provavelmente na segunda quinzena do mês
que vem) do edital do Música Minas, programa de estímulo desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura e representantes da classe musical do estado. Serão duas
frentes de atuação: circulação estadual e nacional de artistas mineiros; e exportação da
música produzida em Minas, o que prevê a
inclusão de artistas em feiras de música nacionais e internacionais, produção de portal interativo e 166 passagens nacionais e
internacionais para músicos mineiros se
apresentarem no Brasil e exterior.
TOLERÂNCIA ZERO
“A aposta é que existe mercado para os
mineiros, sim. Temos história e histórico
para isso. A música do Milton, por exemplo, foi a que mais despertou interesse lá
fora, depois da bossa nova”, diz o cantor e
compositor Kristoff Silva, que embarca
mês que vem para fazer show nos Estados
Unidos. Mais do que nunca, ele acredita
na divulgação do próprio trabalho por
meio de shows, em vez de discos, cuja gravação se tornou “banal”. “Acho que a música mineira de hoje tem tolerância pequena à redundância. Temos música apaixonada por passeios harmônicos e de arranjo, pela palavra e por trair expectativas
que o rádio constrói”, avalia.
“VAQUINHA”
ABRE PORTAS
Se cooperação está na ordem do dia, por
que não promovê-la com colegas de outros
países? Foi por obra do acaso que os belo-horizontinos da banda de heavy metal Eminence conseguiram iniciar carreira internacional. O guitarrista Alan Wallace conquistou
a amizade e confiança do cantor dinamarquês King Diamond fazendo uma “vaquinha” para pagar o hotel em que ele e os nove
integrantes da banda se hospedaram quando vieram tocar na capital mineira. Como o
produtor não havia pagado cachê, não tinham dinheiro nem para ir para o aeroporto.
Então amigos, não demorou para que os
mineiros fossem convidados a tocar na Europa. A primeira vez foi em 1998 e, de lá para cá, realizam duas turnês por ano no Velho Continente. Este ano, tocarão em 11 países. “O heavy metal não faz parte da cultura
brasileira. O público é fiel, mas restrito. Basta ver que não há shows do gênero todo fim
de semana por aqui. Lá fora, heavy metal é
como a nossa MPB”, compara Alan. A carreira internacional é possível, garante, mas para isso é preciso haver preocupação com
aparência e sonoridade: “Não pode ser como
banda de garagem”.
“Há mercado para todos. A globalização
veio para agregar, e não destruir. A internet e
o MP3 permitem mostrar o trabalho para o
mundo inteiro. Isso é só o primeio passo,
pois as coisas vão melhorar. Muita gente
pensa que é o fim da música, mas os selos
pequenos e médios têm tudo para arrebentar. Todas as vertentes do underground, o
que inclui os independentes, estão se unindo. Se as tribos não unirem suas forças, não
haverá futuro e, sim, a crise da música independente”, completa.
ESTADO DE MINAS
Sexta-feira, 13 de maio de 2011
19
MEDITAÇÃO
MUSICAL
MAKELY KA
mostra canções
de seu
novo disco
WALTER SEBASTIÃO
“Estou na estrada, tenho
viajado muito. Então, você fica
sem noção física de casa. Mais
que me sentir perdido ou encontrando outro caminho, sinto-me em casa o tempo todo,
em qualquer lugar. É a vida”,
afirma o compositor Makely
Ka. A observação vem a propósito da música Sem direção de
casa, cujo título se refere a verso de Like a rolling stone, de
Bob Dylan. Outras composições, trabalhando o tema das
miscigenações culturais, integram Cavalo motor, disco que
Makely está preparando. Hoje
à noite, o artista faz show na
Casa Una.
Código aberto, que se vale
de tradições poéticas ibéricas
para falar da cultura digital, é
uma das canções do roteiro.
Assim como Fio desencapado,
baião inspirado em verso do
rapper Mano Brown. “A vida, o
trabalho, o trânsito, hoje, são
fios desencapados”, brinca
Makely. Cavalo motor, explica
ele, é meditação sobre a simbiose entre o orgânico e o sintético, o animal e a máquina, o
analógico e o digital.
“Gostaria que minha música fizesse pensar. Quero refletir sobre questões contemporâneas, como a tecnologia ou a
relação entre as pessoas”, explica. O show de hoje terá con-
vidados, como Titane. “Intérprete de força impressionante,
ela vira gigante no palco. É a
grande cantora com identidade com Minas Gerais”, afirma.
Outros parceiros desta noite
são os instrumentistas Rodrigo Torino e Rafael Azevedo.
Makely Ka está disponibilizando gratuitamente, por
meio do aplicativo iTunes,
quatro músicas de Cavalo motor e do disco Autófago, de
2008. Como contrapartida, pede respostas a um questionário sobre o perfil do usuário. A
expectativa é construir rede
de contatos, além de melhorar
a comunicação com os admiradores de seu trabalho.
CAVALO MOTOR
Show de Makely Ka. Hoje, às 21h.
Casa Una, Rua Aimorés, 1.451,
2º andar, Lourdes, (31)3235-7314.
Entrada franca.
FERNANDO FIÚZA/DIVULGAÇÃO
ANDRÉ COELHO/DIVULGAÇÃO
PROMOÇÃO DE LIVROS
EXCLUSIVA PARA
ASSINANTES
1808
Laurentino Gomes
M.O.R Coletivo M.O.R faz show esta noite, na Biblioteca
Pública Luiz de Bessa, para lançar o primeiro disco, batizado com
o nome da banda. Misturando samba, funk, baião, soul, congado,
rock, ciranda e ijexá, o trabalho da turma tem o aval de ninguém
menos que Titane. O coletivo (ffoto) nasceu da união entre as
bandas Mangassô, Ori Abá e o cantor Ronnaldo Marques. A
apresentação de hoje, às 20h30, conta com participações
especiais de Caio Plínio, Juventino Dias, Leonardo Brasilino,
André Salles-Coelho e Lígia Jacques. Ingressos custam R$ 5. O
teatro fica na Praça da Liberdade, 21. Em 19 de junho, às 10h,
M.O.R repete a dose no Centro Cultural Lagoa do Nado. Em 2 de
julho, o coletivo canta no Centro Cultural Padre Eustáquio.
A história da corte lusitana no Brasil, em um de seus
momentos mais apaixonantes e revolucionários, tenta devolver
a seus protagonistas a dimensão correta dos papéis que
desempenharam duzentos anos atrás. Resultado de dez anos
de investigação jornalística.
R$
35,
LIGUE AGORA MESMO E COMPRE:
(31) 3263 5800 (BH e Contagem)
90
SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE: ACESSE E COMPRE:
0800 031 5005 (Outras localidades de MG)
www.clubeashop.com.br
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