Introdução à Sociologia, surgimento do Positivismo, Darwinismo

09/04/2017
1 - Introdução
1 – Introdução
(CONTINUAÇÃO)
O que é SOCIOLOGIA?
 A SOCIOLOGIA, que pertence ao grupo das
CIÊNCIAS SOCIAIS, estuda as relações sociais e as
formas de associação entre as pessoas, considerando as
diversas formas como elas interagem na sociedade.
Envolve, portanto, o estudo dos grupos sociais e dos
fatos sociais, estudo da divisão da sociedade em classes
e camadas sociais (Ex. classe A, classe B, grupo dos
punks, grupo dos moradores de uma localidade etc.).
SOCIOLOGIA
TERCEIRO ANO - PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA,
SURGIMENTO DO POSITIVISMO E
DARWINISMO SOCIAL
 Envolve, também, o estudo da mobilidade social (isto
é, como as pessoas passam de uma classe para outra),
como as pessoas desenvolvem meios de cooperação e
cooperam entre si. Estuda, ainda, como e porque
ocorrem a competição e o conflito na sociedade.
Texto adaptado e baseado nos livros: Sociologia, de Cristina Costa - Livro do Professor, 4ª ed., 2011; Filosofia e Sociologia, de Marilena Chauí e
Pérsio Santos Oliveira – Livro do Professor e Apostila de Sociologia da Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
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CONTINUA
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1 - Introdução
1 – Introdução
(CONTINUAÇÃO)
Por isso, para alguns, a sociologia pode se
transformar em uma poderosa arma a
serviço
dos
interesses
das
classes
dominantes, enquanto que, para outros, ela
pode ser utilizada como expressão teórica dos
movimentos libertadores e revolucionários da
sociedade.
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2 – Panorama do pensamento europeu nos
séculos XVIII e XIX
a) Declínio do pensamento teológico ou o
anticlericalismo
Podemos identificar o panorama do
pensamento europeu nos séculos XVIII e XIX
a partir de quatro aspectos:
a) Declínio do pensamento teológico;
b) Ascensão do Racionalismo e do
Cientificismo;
c) A Revolução Industrial e as mudanças no
cenário socioeconômico (capitalismo);
d) Necessidade de explicar cientificamente os
fenômenos sociais emergentes.
 Uma das principais características do
pensamento teológico era dar explicações de
natureza sobrenatural a eventos físicos.
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 Havia um predomínio muito grande do
pensamento da igreja católica em todas as
esferas de atuação do homem, da sociedade e
dos governos. Predominava o pensamento
teocêntrico.
 Igreja passou a ser questionada como fonte
de poder secular, político e econômico;
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a) Declínio do pensamento teológico ou o
anticlericalismo
 Gerou descrença na
doutrina
infalibilidade eclesiásticas;
a) Declínio do pensamento teológico ou o
anticlericalismo
e
na
 Rejeição à atuação do clero na vida secular;
 No século XIX, com o desenvolvimento do
materialismo, esse processo de laicização ou
descristianização atingiu seu apogeu;
A religião, de sujeito de estudos, transformouse em objeto pelos cientistas sociais.
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b) Ascensão do Racionalismo e do Cientificismo
 A Ilustração ou Iluminismo (séc. XVIII),
O olhar laico e especulativo sobre a
doutrina religiosa impulsionou o
desenvolvimento das ciências
humanas, em particular das ciências
sociais;
A sociedade deixou de ser vista como
criação divina e as dificuldades
humanas deixaram de ser pensadas
como castigo.
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b) Ascensão do Racionalismo e do Cientificismo
A sociedade deveria ser vista como um
organismo vivo, ou seja, composto de
partes interdependentes.
convicção da razão como fonte de
conhecimento,
crítica a toda adesão obscurantista,
crítica a toda crença sem fundamentos
racionais,
incessante busca pela realização humana.
A ideia de valorizar a ciência e a
racionalidade no entendimento da vida
social tornou-se ainda mais forte.
 Sua grande característica
não pensar mais de forma mistificada, com
base no pensamento teológico,
pensar sempre, a partir da razão.
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b) Ascensão do Racionalismo e do Cientificismo
b) Ascensão do Racionalismo e do Cientificismo
O Iluminismo preparou o terreno para
o surgimento das ciências sociais no
século XIX e espalhou otimismo em
relação a ele.
O cientificismo tem a crença no poder
dominante e absoluto da razão
humana em conhecer a realidade e
traduzi-la em forma de leis, que seriam
a base da regulamentação da vida do
homem, da natureza e do próprio
universo.
As ideias de progresso, racionalismo e
cientificismo exerceram todo o encanto
sobre a mentalidade da época.
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b) Ascensão do Racionalismo e do Cientificismo
c) A Revolução Industrial e as mudanças no cenário
socioeconômico (capitalismo)
A ciência passou a ser a única capaz de
explicar a vida,
abolir e suplantar as crenças religiosas e
até mesmo as discussões éticas;
Enfim, tudo era passível de ser
explicado pela ciência.
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c) A Revolução Industrial e as mudanças no cenário
socioeconômico (capitalismo)
Londres - Revolução Industrial
A cidade de Londres durante a Revolução Industrial. Mostra as péssimas condições de vida da população.
É possível ver a superpopulação, comum no período, bem como a insalubridade a que eram submetidas
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as pessoas. Os porões, comuns na época, podem ser vistos à direita
c) A Revolução Industrial e as mudanças no cenário
socioeconômico (capitalismo)
As transformações na sociedade
europeia não estavam ocorrendo
somente no campo das ideias, como
era o caso da consolidação da ciência
como ferramenta de interpretação do
mundo.
Gerou alterações no estilo de vida das
pessoas, sobretudo nas das que viviam no
campo ou do artesanato.
Há também a consolidação do sistema
capitalista, culminando com a
Revolução Industrial, que ocorreu em
meados do século XVIII, na Inglaterra.
A Revolução Industrial havia destruído a
velha ordem feudal fazendo surgir uma
nova sociedade estruturada sobre a
indústria: A SOCIEDADE CAPITALISTA.
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c) A Revolução Industrial e as mudanças no cenário
socioeconômico (capitalismo)
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c) A Revolução Industrial e as mudanças no cenário
socioeconômico (capitalismo)
A classe proletária, sem capital e
expropriada dos meios de produção por meio
de sua expulsão dos feudos e das terras
comuns, tornava-se fornecedora de mão-deobra aos donos das fábricas.
Consequência: cidades “inchadas” por
desempregados vindos dos campos.
Duas classes distintas emergiam:
empresários e banqueiros, chamada de
classe burguesa, e a classe assalariada, ou
proletária.
Tais questões despertaram interesse de
críticos da época.
A classe burguesa é aquela que ao longo do
tempo veio acumulando capital com o
comércio e reteve os meios de produção em
suas mão, bem como o poder político.
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As cidades da Europa Ocidental
começavam a se transformar em grandes
centros urbanos comerciais e industriais.
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A Sociologia iniciou seus trabalhos baseada
em pensadores que viram os problemas
sociais emergirem da crise que se instalou
na sociedade da época.
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d) Necessidade de explicar cientificamente os
fenômenos sociais emergentes
d) Necessidade de explicar cientificamente os
fenômenos sociais emergentes
 Século XIX: profundas transformações na
vida social:
-sistema capitalista,
O desenvolvimento da ciência foi
fundamental para o surgimento da
sociologia.
A sociologia passou a ser entendida como
uma interpretação científica da
realidade social.
-valorização da ciência,
-abertura de mercados mundiais,
-conflitos na sociedade e
-enriquecimento da classe burguesa.
 Era preciso investigar entender o que se
passava com a sociedade para explicar como
as pessoas viviam e se posicionar diante do
que estava acontecendo.
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d) Necessidade de explicar cientificamente os
fenômenos sociais emergentes
a) quais as causas das transformações
sociais?;
b) quais as características da sociedade
moderna?;
c) o que fazer diante das transformações
sociais?
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Positivismo: primeira corrente de
pensamento teórico que obteve êxito
na sistematização do pensamento
sociológico.
Os positivistas, como as ciências,
definiram seu objeto de estudos (a
sociedade), estabeleceram conceitos e
criaram sua metodologia de
investigação.
Estabeleceu um espaço próprio para a
ciência da sociedade.
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3 - Surgimento do Positivismo
3 - Surgimento do Positivismo
O nome “positivismo” tem sua origem
no adjetivo “positivo”, que significa
acerto, seguro, definitivo.
Derivou do
empirismo (todo conhecimento vem
somente da experiência) de Hume e do
“cientificismo”
O positivismo abandona as explicações
da realidade baseada em conhecimento
teológico, filosófico ou senso comum.
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3 - Surgimento do Positivismo
A ciência da sociedade tinha pela frente
três questões essenciais
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As teorias sociológicas surgiram para
entender os problemas sociais e ajudar a
encontrar soluções.
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A filosofia social positivista se inspirava
no método de investigação das ciências da
natureza.
Procurava identificar na vida social as
mesmas relações e princípios que
explicavam a vida natural.
A sociedade foi concebida como um
organismo constituído de partes
integradas e coesas, que funcionavam
harmonicamente segundo um modelo
físico ou mecânico.
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3 - Surgimento do Positivismo
3 - Surgimento do Positivismo
Associavam leis biológicas com leis sociais,
hereditariedade com história.
Por isso, o positivismo foi chamado também
de “organicismo” e pode ser visto como um
esforço legítimo e concreto de análise
científica da sociedade.
 Quais são a natureza e as conseqüências do
surgimento do capitalismo? Alguns pensadores
franceses da época (como Saint-Simon, Le Play, Augusto
Comte e alguns outros) concentrarão suas reflexões
para tentar responder a tais questões.
 Para julgar a nova realidade, utilizarão
expressões como “anarquia”,
“perturbação”, “crise”, “desordem”.
Procurou resolver os conflitos sociais a
tendo como partida a necessidade da coesão,
do bem estar social e harmonia entre os
indivíduos.
 A tarefa desses pensadores é racionalizar a nova
ordem política, econômica e cultural,
encontrando soluções para o estado de
desorganização então existente.
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4 – O Darwinismo Social
3 - Surgimento do Positivismo
A burguesia, uma vez instalada no poder,
se assusta com os resultados da revolução
industrial.
Para contornar a propagação de novos
surtos revolucionários, seria necessário, de
acordo com os interesses da burguesia,
controlar e neutralizar novos levantes
revolucionários.
Assim, diversas teorias surgirão. Veremos
mais algumas delas mais à frente.
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Expansão da indústria no século XIX
trouxe a destruição da ordem feudal.
Surge uma nova sociedade: capitalista
Crescimento do mercado não é
suficiente para absorver excedente de
produção da indústria.
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4 – O Darwinismo Social
4 – O Darwinismo Social
Tal situação gera forte concorrência.
Há muita oferta, queda de preços e,
portanto, do lucro.
Pequenas empresas fecham, dando
origem aos monopólios e oligopólios
associados a bancos.
Muitas dívidas levam grandes
empresas a se voltarem para fora dos
limites da Europa: África e Ásia:
matéria-prima abundante e mão-deobra barata.
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A exploração dessas áreas
encontrava obstáculos culturais,
estruturas sociais e produtivas
tradicionais.
Surgiu a necessidade de organizar
tais regiões de acordo com modelo
europeu.
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4 – O Darwinismo Social
4 – O Darwinismo Social
O modelo capitalista e a expansão
dependiam dessas ações
“modernizadoras”.
A conquista europeia se revestiu de
aparência humanitária, mas ocultava
a violência da colonização em “missão
civilizadora”.
A “civilização” era oferecida contra a
vontade dos países dominados como
forma de “elevar” essas nações do seu
estado primitivo a um nível mais
desenvolvido.
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Baseava-se no fato de a sociedade
capitalista industrial do século XIX ter
conquistado o mais alto grau de
civilização.
Encontrou-se justificativa para essa
forma de pensar nas teses de Charles
Darwin, que procuravam explicar a
evolução biológica das espécies
animais.
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4 – O Darwinismo Social
4 – O Darwinismo Social
 Tese: a seleção natural (ou sobrevivência
dos mais aptos) pressiona as espécies no
sentido da sua adaptação ao ambiente,
obrigando-as
a
se
transformar
continuamente com a finalidade de se
aperfeiçoar e garantir a sobrevivência.
Como resultado, só sobrevivem os seres
mais aptos e evoluídos.
As sociedades se modificam e se
desenvolvem de forma semelhante aos
seres vivos: é a passagem de um
estágio inferior para outro superior,
em que o organismo social se
mostraria mais evoluído, mais
adaptado e mais complexo.
 A teoria de Charles Darwin é transposta
para a análise da sociedade, dando
origem ao “darwinismo social”
O modelo de evolução que serviu de
inspiração foi a sociedade industrial
capitalista europeia.
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4 – O Darwinismo Social
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4 – O Darwinismo Social
As sociedades tradicionais da África,
Ásia, América e Oceania foram
estudadas como “fósseis vivos”,
primitivos.
Tais sociedades, segundo essa
concepção “científica” deveriam
evoluir em direção a níveis maiores
de desenvolvimento, em todos os
sentidos.
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Esta foi a base ou explicação
“científica” que justificou a
intervenção europeia nessas regiões.
Mas os europeus, embora defendessem
tais concepções, não eram exemplos de
desenvolvimento, pois os frutos do
progresso não eram igualmente
distribuídos: nem todos participavam
dos benefícios da civilização:
inúmeros movimentos reivindicatórios
eclodiram e provaram isto.
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