Poema Sem Nome (I) Somente por cima de ti tenho certeza piamente acredito em minha abstrata existencia sinto o urgir de tamanha capacidade e potencia fora de ti sou pura inconstancia um passivo ator ora emulo a paulistana arrogancia ora a geminiana insegurança ora a sagrada e santista rebeldia ora tão só niilista covardia mas não, não, não não diga nunca não, não, não nem diga agora pois mesmo muito embora tu não sendo minha senhora não se vá! nunca vá embora! pois além de tanto querer-ti tanto de ti, sou dependente dependente viciado escravo destes suspiros e sussurros em sua nuca destes beijos e mordidas de sua boca deste ir e vir de sua cintura deste tremer de tanto gemer deste não mais poder nem querer! o grito segurar deste amar amar amar... por favor, então, com ingenuidade suplico-te: não não diga nunca não nem diga agora esqueça essa pressa dilatemos esta dionisica dança, ao máximo! assim como se dilatam as minhas pupilas ao desbravarem sua graça voltemos para grecia estendamos esta festa pois na síntese do instantaneo com o infinito habita a espença! ou pelo menos gatinha não se esqueça que somente por cima de ti tenho certeza somente dentro de teu mundo sei quem e o que sou sei que insisto e existo desbravo a geografia donde resido e intuio o inventado calendário Somente dentro de teu mundo sei sem hesitar que vivo por isto mia senhora: não diga nunca nem mesmo agora não ouse ficar muito menos ir embora! não se abra assim nem me deixe de fora façamos então deste nosso momento nostro a fusão do eterno com o agora