Porto - Miragaia (2008)

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Fonte de Hulsenbos / Fonte da “Protectora”
Largo de Artur Arcos | 1907
Fontanário construído com dupla função: bebedouro de animais
e abastecimento público. Oferecida à Sociedade Protectora dos
Animais (1907) por Alice Hulsenber (ou Hulsenbos), em memória
de seu pai, o conselheiro Henrique Hulsenber. Cada uma das bicas
está resguardada por frases alusivas ao carinho a dedicar aos
animais.
Alfândega do Porto
Rua Nova da Alfândega | 1859-1869 | Colson, arq.tº (ante-projecto)
/ Francisco de Carvalho Mourão Pinheiro, José de Macedo de Araújo
Júnior, Alberto Álvares Ribeiro e Torquato Álvares Ribeiro, eng.ºs
(revisão do projecto e trabalhos) / Faustino da Victória, eng.º
(responsável das obras do cais)
O crescente comércio da cidade não encontrava lugar amplo e
capaz para armazenamento, espalhando-se por diversos edifícios.
A falta de resposta a esta situação conduziu à construção de uma
Nova Alfândega, na Praia de Miragaia, onde desaguava o Rio Frio.
Projectada pelo arquitecto do Ministério das Obras Públicas, sofreu
diversas alterações, com as devidas ressalvas para cada uma das
hipóteses de mercadorias, até mesmo as inflamáveis. Devido à demora da construção o edifício
não ficou completo, mas acrescentaram outras edificações não previstas inicialmente. A sua
construção ficou a cargo da mesma empresa que construiu a Ponte Luiz I, “Seyrig”.
Igreja de São Pedro de Miragaia
Largo de São Pedro de Miragaia | século XVIII (reconstrução) / 1724
(esculturas retábulo-mor) / 1863-1876 (azulejos) | António Gomes
e Caetano da Silva Pinto (esculturas) / José Francisco de Paiva (altar
Nossa Senhora do Carmo)
Os antecedentes desta igreja perdem-se em lendas, contadas
sucessivamente e desacreditadas pelo Padre Rebelo da Costa em
1789. Poderá ter existido alguma igreja do século XIII, no entanto,
o templo actual é obra das reformas do século XVIII, à semelhança
da Igreja de São Nicolau e de Nossa Senhora da Vitória. Revestida
a azulejos da Fábrica de Santo António do Vale da Piedade, entre
1863 e 1876, possui elementos no interior vindos de outras igrejas,
como o altar em talha dourada de Nossa Senhora do Carmo, trazido do Convento de Monchique.
Salienta-se ainda o tríptico de Pentecostes, de origem flamenga. É Imóvel de Interesse Público.
Antiga Fábrica de Miragaia
Rua de Tomás Gonzaga, 9-13 | século XVIII
Fábrica fundada em 1775 por João da Rocha, comerciante emigrado
do Brasil, e seu sobrinho João Bento da Rocha, sob a direcção do
mestre Sebastião Lopes Gavicho. Introduziram algumas inovações
como a louça em formas (1827-1830), chegando a explorar as
fábricas concorrentes, como Massarelos, Santo António do Vale
da Piedade e Cavaquinho. Construída na Rua da Esperança (actual
Tomás Gonzaga) trabalhou por 77 anos, apenas interrompendo
actividade durante as Invasões Francesas e as lutas liberais.
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Capela do Espírito Santo
Largo de São Pedro de Miragaia | século XV
Antiga sede da Confraria do Espírito Santo, administrada por
mareantes, possuía cemitério, albergaria e hospital. Em 1802 é
demolida a torre e executam-se obras, encurta-se o adro e o
cemitério e o restante terreno seria aforado ao capitão António
Borges, onde construiu residência de dois pisos. Do antigo hospital
restam algumas paredes, integradas nas construções existentes.
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Fonte do Bicho / Fonte do Macaco / Fonte do Borges
Rua de São Pedro de Miragaia | 1815
Nos terrenos da Confraria do Espírito Santo, aforados ao capitão
António Borges, este mandou construir uma residência (ampliada
em 1854 pelos Mesários da Confraria de São Pedro) condicionada
a ter na frontaria um chafariz para serviço da população. Nicho
encaixado no centro do edifício, cuja única bica é apresentada
por um golfinho, que por ter um formato não muito perceptível
aos populares designaram “bicho”.
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Palácio de São João Novo
Largo de São João Novo, 11 | 1700-1757 | António Pereira
Pedro da Costa Lima, administrador dos estaleiros da Ribeira, veio
residir para umas casas que comprou no Largo de São João Novo,
em 1676. Mandou reformar ou construir, neste mesmo local, um
edifício, dentro do tradicional palacete barroco, com os seus jardins
em socalcos, com tanques de água alimentados pela mina de Arca
d'Água. Abandonado durante o Cerco do Porto, alugado à Tipografia
Portuense em 1846, foi novamente habitado pelos proprietários
a partir desta data. Sofreu ampliações no século XIX, um incêndio
em 1984 e obras de conservação em 2000. Arrendado à Junta
distrital do Porto em 1941, em 1945 é inaugurado o Museu de
Etnografia e História com peças regionais, originalmente organizado por Pedro Vitorino,
permanecendo aberto ao público até 1992. É Imóvel de Interesse Público.
Muralha Fernandina e Torre
Rua de Francisco Rocha Soares | 1336-1376
No interior do quarteirão composto pelo Palácio de São João Novo,
Fonte das Taipas e antigo Clube Inglês, nas traseiras dos lotes com
frente para a Rua de Francisco Rocha Soares ainda sobrevive um
dos traços da Muralha Fernandina (1336-1376) e um dos cubelos.
Este troço fica entre o antigo Postigo da Esperança e a Porta das
Virtudes. É Monumento Nacional.
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Antigos Armazéns da Real Companhia Velha
Rua de Miragaia, 97-103 / Rua dos Armazéns
A Companhia Geral da Agricultura dos Vinhos do Alto Douro foi
fundada em 1756, instalando-se inicialmente na Rua Chã,
transferindo-se para Rua das Flores, casa de Manuel Figueirôa
Pinto, onde se instalaram os serviços administrativos. Para instalar
os armazéns, a Companhia comprou diversos edifícios térreos e
barracões junto à Praia de Miragaia que demoliu para construir
as novas instalações. Inicialmente tinha capacidade para guardar
4 mil pipas e depois foi aumentada para 5 a 6 mil pipas. Instalações
amplas em arcaria, com grandes oficinas de tanoaria.
Fonte da Colher
Rua de Miragaia | século XV
Possui uma lápide de 1629, mas já em 1491, no Livro LXXIX das
Sentenças se refere às casas sobre a fonte da colher. O nome
advém do imposto denominado colher, que se pagava pelo pão,
farinha, nozes e outros bens que chegavam por terra ou pelo rio.
Os bens que chegavam por rio eram pagos em Miragaia junto a
esta fonte. Foi considerada uma das melhores águas da cidade.
Em 1871, com as obras da Rua Nova da Alfândega, perdeu o antigo
enquadramento e ficou num plano mais baixo. É Imóvel de
Interesse Público.
Casa dos Beleza de Andrade
Escadas do Monte dos Judeus, 6 / Viela da Ilha do Ferro, 3-5 |
século XVII (construção) / 1993 (alteração) | Bernardo Abrunhosa
de Brito, arq.to (alteração)
Da antiga casa da família dos Beleza de Andrade e seu brasão
de armas - Beleza, Andrade, Pereira e Moutinho - apenas restam
indícios, pois teve, recentemente, alterações profundas. Na antiga
habitação, viveram os descendentes da família, entre os quais
Luís Beleza de Andrade, fundador e primeiro provedor da
Companhia da Agricultura e Vinhos do Alto Douro.
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Bandeirinha da Saúde
Rua da Bandeirinha | século XVII | Bastião Fernandes
Construção em granito com uma bandeira, que durante muito
tempo serviu como limite sanitário para a navegação. Todos os
barcos vindos do exterior não podiam ultrapassar este limite para
serem vistoriados, impedindo a entrada de epidemias. Entretanto,
a bandeira deu lugar a um cata-vento com a esfera armilar, em
ferro.
Solar dos Cunha Portocarreiro / Casa das Sereias
Rua da Bandeirinha | século XVI
No século XVI, D. Pedro da Cunha, senhor da Maia, manda construir
uma casa na zona onde havia estado a Judiaria. Após a sua morte,
a esposa, D. Brites ou Beatriz de Vilhena, deu continuidade à
fundação do convento de Monchique. Estes senhores tinham
ligações familiares com os Portocarreiro, no entanto, a quinta
foi comprada a uns ingleses. O actual edifício de grande
imponência, influência nazoniana, foi obra iniciada por Manuel
da Cunha Coutinho de Portocarreiro, senhor da Torre de
Portocarreiro e Casa de Pombal, e terminada por seu filho João
da Cunha Coutinho Ozorio de Portocarreiro, antes de 1735. Sobressai
na frontaria o seu portal de granito ladeado por duas sereias, encimado por um frontão invertido
com o brasão de armas - Portocarrero, Osório, Cunha e Coutinho. Em 1954 foi vendido ao Instituto
das Filhas da Caridade Canossianas Missionárias, passando a funcionar como colégio.
Bairro de Dom António Barroso
Rua dos Armazéns, 95 / Rua do Monte dos Judeus, 22 | 1954
Bairro inaugurado a 8 de Dezembro de 1954, constituído por 28
moradias para famílias de poucos recursos, erigidas por iniciativa
da Obra de Rua do Padre Américo, no seguimento das casas de
acolhimento para jovens até aos 25 anos. Américo Monteiro de
Aguiar (1887-1956), conhecido como Padre Américo, desenvolveu
uma grande obra social que permanece até aos nossos dias.
Antigo Clube Inglês / Hospício dos Frades Bernardos / SAOM
Rua das Virtudes, 11 | séculos XVIII-XIX
Edifício setecentista, foi casa de repouso para os religiosos da
Congregação de São Bernardo, onde habitualmente vivia o
Procurador-geral. O seu terraço pousa sobre uma torre da Muralha
Fernandina. Em 1834, é comprado pelo comerciante portuense
José Alexandre Ferreira Brandão, cujos herdeiros vendem ao “Oporto
British Club” (origem da designação de “Clube Inglês”). Actualmente
funciona um Centro Social dos SAOM, responsável pelas obras
de restauro de 1992/1993. É Imóvel de Interesse Público.
Fonte das Taipas
Rua das Virtudes | século XVIII
Construção em granito, de cariz barroca, foi erigida à custa dos
moradores, em substituição da fonte anteriormente existente
na parte mais larga da Rua das Taipas, junto a um cruzeiro.
Alimentada pelo manancial de Paranhos pela Arca do Anjo, tinha
nas traseiras dois grandes tanques. É Imóvel de Interesse Público.
Casa onde nasceu Almeida Garrett
Rua do Dr. Barbosa de Castro, 37-41 | século XIX
Casa onde nasceu João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett
(1799-1854) dramaturgo, escritor, orador e político, foi o primeiro
Visconde de Almeida Garrett. De convicções liberais, foi forçado
ao exílio em 1823, donde regressou para combater na Guerra Civil
de 1832-1834. Soldado do Batalhão Académico, ficou aquartelado
no Colégio de São Lourenço (Grilos), onde começa a escrever o
romance “Arco de Santana”. Como homem de cultura, foi um dos
percursores do movimento Romântico Português e fundador do
Teatro D. Maria II em Lisboa.
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Estátuas, Elementos Decorativos e muro
Passeio das Virtudes, 14 / Rua do Dr. Barbosa de Castro, 51 | século
XVIII | Nicolau Nasoni
Estátuas e elementos decorativos no muro de uma casa senhorial.
Em 1842 José Joaquim Pereira Jordão manda ampliar para um
terreno que conflui para a Rua do Dr. Barbosa de Castro e Mariana
Emília Pereira Jordão Ferreira da Silva fez aumentar um edifício e
o portão, em 1854. Em 1907 é ocupada pela Fábrica Portuense de
Guarda Sóis para instalação das oficinas. Na década de 80 do
século XX, a Cooperativa Árvore adquire o edifício para instalação
de um estabelecimento de ensino. Os elementos estão classificados
como Imóvel de Interesse Público.
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Muro do Passeio das Virtudes
Calçada das Virtudes | século XVIII
Rodrigo António de Abreu e Lima, juiz da Alfândega e Inspector
da Marinha do Douro, mandou construir o Paredão em 1787, mas
pouco depois ruiu. Francisco de Almada e Mendonça, corregedor
e provedor da Comarca do Porto, ordenou a sua reconstrução entre
1797 e 1799, com um passeio público na sua parte superior
prolongado pela calçada inferior até à Fonte das Virtudes,
adquirindo-se, assim, uma vista panorâmica sobre Miragaia.
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Fonte das Virtudes / Fonte do Rio Frio
Calçada das Virtudes | século XVII (provável) | Pantaleão de Seabra
e Sousa (atribuição)
Arquitectura barroca, foi mandada construir por deliberação da
Câmara Municipal e considerada uma das mais notáveis obras
de cantaria. Ao centro da estrutura granítica, por baixo da alusão
às armas da cidade, possui uma inscrição em latim, de mármore
vermelho, datada de 1619. Inicialmente tinha bancos laterais ao
tanque para descanso das pessoas, pois era local de passeio da
burguesia do século XVII. È Monumento Nacional.
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Casa dos Pinto de Meireles / Casa das Virtudes / Cooperativa Árvore
Rua de Azevedo de Albuquerque, 1 | século XVIII
Edifício simples com um portal de influência rococó, encimado
pelo brasão de armas dos Pinto e Meireles, atribuído a José Pinto
de Meireles mandatário da construção. Ainda no século XVIII foi
aqui instalada a Casa da Roda dos Enjeitados. A quinta e casa
foram vendidas a Pedro Marques Rodrigues, “Pedro das Virtudes”,
que montou um horto. Em 1844 José Marques Loureiro, entra ao
serviço do Horto das Virtudes, acabando por ficar com o negócio
que floresce de tal forma até se tornar “fornecedor da Casa Real”.
Em 1963 é fundada a Cooperativa Árvore e dois anos depois a
Câmara Municipal compra a quinta, sendo a casa adquirida pela
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Cooperativa, em 1989.
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Palácio da Justiça
Campo dos Mártires da Pátria | 1958-1961 |Rodrigues Lima, arq.to
Construído no lugar onde existiu o Mercado do Peixe (1874) e depois
mercado geral, com a transferência das vendedoras do Mercado
do Anjo. Construído para albergar todos os tribunais, dispersos
pela cidade, não chegou a produzir esse efeito. Realça-se os diversos
elementos que o compõem: a “Justiça” em bronze, de Simões de
Almeida; dois painéis a fresco de Martins Barata, “Casamento de
D. João I” e “A Expedição a Ceuta”.
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Balneário do Largo do Viriato
Largo do Viriato | século XIX
Banhos Públicos construídos na sequência da epidemia de tifo
que grassou a cidade, inseridos num plano de saúde e higiene
da zona, num largo que ganhou esta feição em 1853, aquando dos
arranjos urbanísticos ligados à Rua da Restauração.
Casa de Villar de Allen
Rua da Restauração, 444 / Largo do Viriato, 16-17 | 1831 | Joaquim
da Costa Lima Sampayo (projecto)
João Francisco Allen mandou construir um edifício imponente
com quatro pisos na frente para a antiga rua d'El Rei Dom Miguel
I (actual Rua da Restauração) e com cinco pisos na frente para o
largo do Carranca (actual Largo do Viriato), no entanto, o edifício
apenas se manteve com um piso e recuado, de um lado e do outro,
dois pisos e recuado. Este proprietário foi um grande coleccionador
de arte, criando um museu particular, o Museu Allen, também
denominado Museu da Restauração. Após a sua morte, a família
decidiu vender o conteúdo do Museu, o que gerou movimento
dos cidadãos e induziu a Câmara Municipal a adquirir a colecção. Esta foi a base do Museu
Municipal do Porto e posteriormente do Museu Nacional Soares dos Reis.
Casa dos Viscondes da Silva Monteiro / Sede da Comissão dos
Vinhos Verdes
Rua da Restauração, 318 | 1850-1851 (construção) / 1872 (alteração)
/ 1960 (ampliação)
António José Monteiro Guimarães mandou construir o edifício
em 1850. No entanto, o seu mais notável proprietário foi António
da Silva Monteiro, empresário portuense emigrante do Brasil, que
tomou posse da casa em 1872, altura em que procedeu a algumas
alterações, sendo considerada a casa mais luxuosa do seu tempo.
Nos anos 40 do século XX passou para as mãos da Comissão de
Viticultura da Região dos Vinhos Verdes que construiu alguns
edifícios anexos e procedeu a alterações pontuais.
Consulado de Itália
Rua da Restauração, 409 | século XIX / 1941 (alterações interiores)
Edifício do século XIX com umas alterações de interior em 1941,
a pedido do seu então proprietário Artur Barrote. Actualmente é
sede da Câmara de Comércio Italiana em Portugal, cuja delegação
no Porto abriu em 1928, para assegurar um pólo económico e
industrial importante do país.
Hospital de Santo António
Rua do Professor José Vicente de Carvalho | século XVIII | John Carr,
arq.to
Arquitectura civil pública, em estilo neoclássico, ao gosto
palladiano. A mesa da Santa Casa da Misericórdia do Porto,
encomendou este projecto para substituir o Hospital existente
na Rua das Flores. Lançada a primeira pedra em 1770, começaria
a receber os primeiros doentes em 1799 com o corpo Sul concluído.
As obras terminaram em 1824 depois da suspensão provocada
pelas invasões francesas. Estando inicialmente prevista a sua
construção em tijolo, os executantes decidiram-se pelo granito
o que prolongou as obras e as tornaram mais dispendiosas,
limitando a construção a um edifício em U quando deveria ser quadrangular. Teve diversas obras
de adaptação até à construção do novo bloco. É Monumento Nacional.
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Antigo Hotel do Louvre
Rua do Rosário, 1-9 / Rua de Dom Manuel II, 2-10 | 1863 (construção)
/ 1875 (ampliação)
Encomenda de Gaspar Joaquim Borges de Castro, sogro do 2º
Visconde de São João da Pesqueira, foi Maria Huguette de Melo
Lemos e Alves, mulher de grande beleza e de descendência francesa,
que instalou neste edifício um hotel de luxo. Foi seu hóspede por
oito dias, Dom Pedro II, imperador do Brasil, e sua esposa Dona
Teresa Cristina Maria, tendo saído sem pagar. O caso foi a tribunal,
dando razão à proprietária que viajou até ao Brasil para cobrar a
dívida. Em 1881, foi aqui inaugurada uma das primeiras clínicas
particulares, a Casa de Saúde do Dr. António Bernardino de Almeida.
Estiveram aqui sediados, entre outros, o Orfeão Lusitano (1927-1930), o Sport Comércio e Salgueiros
(anos 30, século XX), e ainda se mantém sede do Cineclube do Porto.
Casa Diocesana / Casa dos Viscondes de São João da Pesqueira
Rua de Dom Manuel II, 14 | século XIX / 1918 / 1920 | Gerard Van
Krieken, arq.to (remodelação fachada principal)
Ligado ao edifício da Rua do Rosário nº 21, residência da viúva
do 3º Visconde de São João da Pesqueira, Maria Adelaide Pinto
da Silva, foi obra encomendada pelo seu marido, Luís Maria de
Sousa Vahia Rebelo de Morais, fundador do Colégio Português
em Roma. Em 1918 é solicitada alteração do prédio na Rua do
Rosário e a construção da capela no interior com ligação aos dois
edifícios. Embora nesta data já apresentasse a fachada alterada,
apenas em 1920 foi pedida a sua legalização. A capela foi benzida
em 1921 pelo bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva.
Actualmente é sede da Acção Católica Portuguesa.
Palácio dos Carrancas / Museu Nacional Soares dos Reis
Rua de Dom Manuel II | século XVIII | Joaquim da Costa Lima
Sampaio (atribuição) / Fernando Távora, arq.to (remodelação e
ampliação)
Edifício de estilo neoclássico, foi D. Brites Maria Felizarda de Castro
e Alvim que adquiriu os terrenos para edificar uma grande casa
para habitação e fábrica, destacando-se no interior o estuque e
mobiliário atribuído a Luigi Chiari e as pinturas dos tectos a Vieira
Portuense. Os irmãos Manuel e Henrique José Mendes de Morais
e Castro (os Carrancas), 1º e 2º barão de Nevogilde, mantêm a sua
fábrica de galões de ouro e prata destinados a um consumo de
luxo, principalmente da Casa Real. Aqui residiram individualidades
de renome como general Soult e D. Pedro IV. É adquirido pela Casa Real e, por testamento, D.
Manuel II entrega-o à Misericórdia, que por sua vez o cedeu ao Estado para instalação das
colecções do Museu Portuense, do Museu Municipal do Porto e outras doações particulares,
criando o Museu Nacional Soares dos Reis. É Imóvel de Interesse Público.
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Oficina de Estuques de Domingos Enes Baganha
Rua do Rosário, 125-129 | 1920 | José Marques da Silva, arq.tº
A oficina de estuques de António e Joaquim Enes Baganha foi
fundada cerca de 1905, na Rua do Vilar, mudando-se para a Rua
do Rosário assim que ficou concluída a obra de construção do
novo espaço. A partir da morte de António (1934) a Casa Baganha
mantém-se como Viúva de António Baganha, até os filhos,
Domingos e António, se dedicarem à mesma actividade tomando
o nome de “Baganha & Irmão”. Esta sociedade dissolve-se,
passando a funcionar a “Oficina de Escultura Decorativa Domingos
Enes Baganha” até abrir falência (1975). O nome Baganha está
ligado a uma das mais significativas produções de estuques de
renome nacional. Depois da dissolução da sociedade, a sua colecção de estuques foi doada ao
Museu Nacional de Soares dos Reis.
Casa e Capela dos Viscondes de Vilarinho de São Romão
Travessa do Carregal | século XVII
Os Viscondes de Vilarinho de São Romão aparecem ligados à Casa
do Carregal através da descendência de um dos seus senhores,
António Ferreira Carneiro de Vasconcelos que casou com Maria
Aurélia Teixeira Lobo Ferreira Girão, irmã do primeiro visconde e
mãe do segundo. Aparentemente foi António Lobo de Barbosa
Ferreira Teixeira de Girão que mandou construir esta casa e onde
nasceram os seus filhos e de sua esposa Júlia Clamowse Brown
(filha da poetisa Felicidade Brown). Do lado exterior, a capela de
Santo António do Carregal, com o seu portal encimado pela coroa
condal e a pedra de armas da família Ferreira com a data 14871903. Em 1851 albergou o Asilo da Infância, em 1917 foi aqui fundado o Conservatório Superior de
Musica, que se manteve até 1976. Actualmente é um colégio.
Síntese Bibliográfica:
ALVES, Joaquim Jaime B. Ferreira - O Porto na Época dos Almadas. Arquitectura. Obras Públicas.
Porto: Câmara Municipal do Porto, 1988-1990.
A
B
C
D
Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Inventário. [www.monumentos.pt, Junho
2008]
LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho - Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Livraria
Editora de Mattos Moreira & Companhia, 1876.
Antigo Quartel / Reitoria do Porto
Rua de Dom Manuel II | séculos XVII-XVIII (construção) / século
XIX (remodelação)
Construído entre o século XVII e XVIII para albergar o Regimento
de Infantaria 6 e o Batalhão de Metralhadoras 3, teve obras de
remodelação no século XIX, mantendo-se, do período inicial, o
portão da fachada nascente. Em 1975, instalam-se os Serviços da
Reitoria da Universidade do Porto e do Hospital de Santo António.
Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Lisboa: IPPAR, 1993. Vol. II.
Porto a Património Mundial. Porto: Câmara Municipal do Porto, 1993.
QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho - Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto.
Lisboa: Academia de Belas-Artes, 1995. Volume XIII.
SILVA, António Lambert Pereira da - Nobres Casas de Portugal. Porto: Livraria Tavares Martins,
[1958].
E
F
G
H
SILVA, Germano - Fontes e Chafarizes do Porto. Porto: SMAS, 2000.
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Casa dos Albuquerque
Rua do Rosário, 80 / Rua do Professor Jaime Rios de Sousa / Rua
de Miguel Bombarda, 285 | séculos XVIII/XIX (construção) / 1859
(ampliação do edifício) / 1890-1897 (alteração de fachada) / 1996
(alteração do edifício) | Vasco Soares, arq.to (alteração do edifício)
Edifício famoso, no século XIX, pelas recepções e “garden-parties”
realizadas pela sua proprietária, Dona Camila Amélia Ribeiro de
Faria, esposa de João de Albuquerque de Mello Pereira de Cáceres,
senhor do morgadio da Ínsua. O portão, a norte dos antigos
jardins, foi desenhado pelo paisagista alemão, Emílio David. As
alterações de 1996, solicitadas por um dos descendentes do casal,
transformaram a habitação e os terrenos num empreendimento
de grandes dimensões que inclui parque de estacionamento, um pequeno centro comercial e
habitação nos andares superiores.
Ruas:
A. Rua da Arménia | Anterior ao século XVI
B. Rua de Miragaia | Anterior ao século XV | Outras designações: Praia de Miragaia (1566).
C. Rua do Monte dos Judeus | século XIV
D. Rua da Bandeirinha | século XVIII
E. Passeio das Virtudes | séculos XVIII/XIX | Outras designações: Largo da Bateria das Virtudes (1835)
F. Largo do Viriato | 1843 (aparecimento) / 1852 (regularização e renomeação) | Outras designações:
Largo de Santo António da Bandeirinha (1843)
G. Rua de Dom Manuel II | 1938 (designação) | Outras designações: Largo da Torre de Marca, Rua
dos Quartéis, Rua do Duque de Bragança (1835), Rua do Triunfo
H. Jardim de Carrilho Videira | 1897 (criação) / 1999-2005 (requalificação) | Jerónimo Monteiro
da Costa | Outras designações: Jardim ou Largo do Carregal; Jardim da Praça do Duque de Beja.
Câmara Municipal do Porto | Pelouro da Cultura, Turismo e Lazer | Direcção Municipal de Cultura
| Departamento Municipal de Museus e Património Cultural | Divisão Municipal de Património
Cultural | Textos: Orquídea do Céu Ferreira Félix | Design: Atelier João Borges | Fotos: Fernando
Noronha, Orquídea Félix, Pedro Rema e Armando Sucena | Setembro de 2008
PORTO
PATRIMÓNIO
NA FREGUESIA
DE MIRAGAIA
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