Francielle Avancini Fornaciari

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INFLUÊNCIA DA FAIXA COLATINA NA MORFOLOGIA DA REDE DE DRENAGEM E NO
RELEVO DA PORÇÃO OESTE DA BACIA DO RIO SÃO JOSÉ (ES)
Francielle Avancini Fornaciari
Licenciada em Geografia
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória (ES)
e-mail:[email protected]
Luiza Leonardi Bricalli
Doutoranda em Geologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro (RJ)
e-mail:[email protected]
RESUMO
O estado do Espírito Santo tem sido alvo, nos últimos anos, de estudos sobre a influência de mecanismos
neotectônicos na rede de drenagem e no relevo. A bacia do rio São José, localizada a norte do estado, é bastante
representativa em relação aos aspectos neotectônicos, com indícios de fortes estrangulamentos, mudanças bruscas
na drenagem e assimetria de bacia. Uma importante estrutura geológica do estado, denominada Faixa Colatina
(Novais, 2005) presente desde Vitória, até sua porção norte, em uma direção noroeste, atravessa a porção oeste da
bacia, e parece relacionar-se com a influência dos mecanismos neotectônicos na área. Sendo assim, este trabalho
tem como objetivo analisar a influência da Faixa Colatina na rede de drenagem da porção oeste da bacia do rio São
José (ES), sendo um meio de caracterizar aspectos geomorfológicos na área. Para atingir esse objetivo, foram
elaborados os seguintes mapeamentos, na escala 1:100.000, utilizando-se o software ArcGis 9.1: i) mapa de
orientação da drenagem, a partir do decalque de lineamentos sobre a direção da drenagem; ii) mapa de padrões de
drenagem, a partir da metodologia de Howard (1967). Além disso, esses mapas foram correlacionados com mapas
pré-existentes, na escala 1:1.000.000, litológico (CPRM, 2004), geológico e geomorfológico (RadamBrasil, 1987)
da área. A correlação desses mapas mostrou que a Faixa Colatina parece influenciar a morfologia da drenagem e o
relevo da área da seguinte maneira: 1) os lineamentos da drenagem e a Faixa Colatina possuem a mesma direção
NW-SE a NNW-SSE; 2) o padrão de drenagem predominante por onde passa essa estrutura é retangular,
caracterizado por forte influência tectônica; 3) a Faixa Colatina coincide com a área do estrangulamento da bacia,
onde há uma forte assimetria da bacia; 4) a direção dos vales ou sulcos estruturais coincidem com essa estrutura; 5)
parece haver um controle neotectônico na rede de drenagem, já que a drenagem é o aspecto natural mais sensível à
movimentações tectônicas recentes.
Palavras-chave: Faixa Colatina. Rede de drenagem. Controle estrutural.
ABSTRACT
INFLUENCE OF THE COLATINA BELT ON THE DRAINAGE NETWORK AND RELIEF OF
THE WESTERN PORTION OF SÃO JOSÉ RIVER BASIN (ES)
In the past few years, the state of Espírito Santo has been the target of studies on the influence of neotectonic
mechanisms on drainage network and relief. The São José river basin, located in the north of the state, is quite
significant in terms of neotectonic aspects, with strong traces of bottlenecking and sudden changes in basin drainage
and asymmetry. An important geological structure in the state, called Colatina Belt (Novais, 2005), which is
northwest oriented and stretches from Vitória to the state’s northern portion, crosses the western portion of the basin
and seems to be related to the influence of neotectonic mechanisms in the area. Therefore, this study aims at
analyzing the influence of the Colatina Belt on the drainage network of the western portion of São José river basin
(ES), as a means to characterize geomorphologic aspects in the area. In order to achieve this goal, the following
types of mapping were carried out at a 1:100.000 scale and using software ArcGis 9.1: i) drainage orientation map,
based on lineament reproduction of drainage orientation and; ii) map of drainage patterns, based on Howard’s
method (1967). Moreover, these maps were correlated to preexisting lithological (CPRM, 2004), geological and
geomorphological (RadamBrasil, 1987) maps of the area, at a 1:1.000.000 scale. The correlation between these
maps showed that the Colatina Belt seems to influence drainage morphology and relief of the area in the following
ways: 1) both the drainage lineaments and the Colatina Belt are NW-SE to NNW-SSE oriented; 2) the predominant
drainage pattern through which this structure passes is rectangular, characterized by strong tectonic influence; 3) the
Colatina Belt coincides with the bottlenecking area of the basin, where there is strong basin asymmetry; 4) the
valleys’ orientation or structural furrows coincide with this structure; 5) there seem to be a neotectonic control in
the drainage network, since drainage is the natural feature most sensitive to recent tectonic movements.
Key-words: Colatina Belt. Drainage network. Structural control.
1. INTRODUÇÃO
O estado do Espírito Santo tem sido alvo, nos últimos anos, de estudos sobre a influência de
mecanismos neotectônicos na rede de drenagem e no relevo. Estes estudos tem sido realizados
principalmente na região norte do Estado, onde documentou-se a atuação de pelo menos dois eventos
neotectônicos, sugerindo seu condicionamento sobre aspectos da rede de drenagem (MENDES;
DANTAS; BEZERRA, 1987; HATUSHIKA; MELLO; SILVA, 2005; MELLO; RODRIGUES;
HATUSHIKA, 2005; RODRIGUES, 2005; NOVAIS et al., 2005; HATUSHIKA; SILVA; MELLO, 2007
;MIRANDA, 2007; MIRANDA et al., 2008).
Uma importante estrutura geológica do estado, denominada Alinhamento Vitória-Colatina (SILVA
et al., 1987) ou Faixa Colatina (NOVAIS et al., 2005) presente desde Vitória, até sua porção norte, em
uma direção NNW, atravessa a porção oeste da bacia, e parece relacionar-se com a influência dos
mecanismos neotectônicos na área. Novais e outros (2005) realizaram um estudo na bacia do Espírito
Santo e verificaram a existência de diques de diabásio, localizados nesta feição tectônica-estrutural,
verificaram a influência neotectônica na rede de drenagem, no sistema de lagos da região de Linhares e
nos sedimentos das formações Rio Doce e Barreiras, destacando ainda o controle no processo de
migrações de hidrocarbonetos e o posicionamento de suas acumulações.
A organização da rede de drenagem da porção oeste da Bacia do Rio São José (ES) parece ser
influenciada por movimentação tectônica, principalmente na região onde estão presentes os lineamentos
pertencentes a Faixa Colatina, no entanto, ainda não existem estudos científicos que confirmem a atuação
destes mecanismos nesta área. Assim, o presente estudo tem como objetivo analisar a influência da Faixa
Colatina na organização da rede de drenagem da porção oeste da bacia do rio São José, no estado do
Espírito Santo, sendo um meio de caracterizar aspectos geomorfológicos na área.
A bacia do rio São José faz parte, em escala regional, da bacia do Rio Doce, está localizada a norte
do estado do Espírito Santo e drena para o maior lago da região (lago Juparanã). A porção oeste desta
bacia, onde será desenvolvido tal estudo, abrange os municípios de Águia Branca e Alto Rio Novo e parte
dos municípios de Mantenópolis, São Gabriel da Palha, São Domingos do Norte e Governador
Lindemberg (Figura 1). Esta área foi escolhida para este estudo devido a grande presença de anomalias de
drenagem – estrangulamentos, mudanças bruscas na direção da drenagem, presença de lagos e assimetria
de bacias – indicativas de movimentação tectônica e por desaguar no maior e um dos mais importantes
lagos do estado, o lago Juparanã.
A área em estudo, segundo Mendes, Dantas e Bezerra (1987) apresenta as unidades
geomorfológicas Bloco Montanhoso Central, Depressão Marginal e Patamares Escalonados do Sul
Capixaba (Figura 2).
A Unidade Geomorfológica Bloco Montanhoso Central apresenta forte controle estrutural na
morfologia, resultando em formas de relevo dissecadas como: sulcos estruturais profundos, escarpas,
cristas e pontões, orientados preferencialmente nas direções NW-SE e SW-NE de conformidade com
fraturas e falhas intercruzadas e com as massas intrusivas (MENDES; DANTAS; BEZERRA, 1987).
A Unidade Depressão Marginal apresenta feições dissecadas e setores deprimidos em decorrência
de sua própria evolução geomorfológica comandada pela dissecação fluvial remontante. Suas feições
dissecadas incluem formas convexas, mas com predomínio das aguçadas (MENDES; DANTAS;
BEZERRA, 1987).
A Unidade geomorfológica dos Patamares Escalonados do Sul Capixaba possui características de
um elevado bloco basculado para leste e um conjunto de relevos que funcionam como degraus de acesso
aos seus diferentes níveis topográficos, com morfologia de aspecto preferencialmente homogêneo. A
Figura 1 - Mapa de localização da porção oeste da Bacia do Rio São José (área de estudo)
Fonte: Geobases (2002).
Organizador: Wanildo Menezes D’Alva Pires dos Santos.
Figura 2 - Mapa geomorfológico da área de estudo
Fonte: Adaptado de Mendes, Dantas e Bezerra (1987).
morfologia do planalto é alongada com vertentes retilíneas ou convexas e topos convexizados (MENDES;
DANTAS; BEZERRA, 1987).
As unidades geológicas presentes na área em estudo segundo Silva e outros (1987) são: Complexo
Medina; Suíte Intrusiva Aimorés; Complexo Montanha e Complexo Paraíba Do Sul (Figura 3).
As três primeiras unidades são datadas do Proterozóico, já o Complexo Paraíba do Sul tem idade
relacionada ao Arqueano. Estas unidades são constituídas litologicamente, de uma forma geral, por
ganitos e gnaisses.
A feição estrutural Faixa Colatina ou Alinhamento Vitória Ecoporanga, presente na área em
estudo, é uma zona de reativação, caracterizada por intensa catáclase, com orientação NNW-SSE (Figura
4), alcançando até 250 km de extensão, na qual estão encaixados concordantemente os diques básicos
reportados, segundo Novais e outros (2005). Esta feição tectônica de idade Proterozóica tem sua origem
associada a um processo de deformação dúctil que ocorreu junto à borda sul do Cráton do São Francisco.
Apresenta-se com maior freqüência desde o norte de Vitória, passando por Colatina, Ecoporanga, e
representa um elemento do controle do arcabouço tectono-estrutural da Bacia do Espírito Santo e da
porção norte da Bacia de Campos. (SILVA et al., 1987 e NOVAIS et al., 2005).
Diante do exposto, observa-se uma forte influência da tectônica na organização da rede de
drenagem da porção oeste da Bacia do Rio São José (ES) e pretende-se, com este estudo, analisar as
maneiras que ocorrem essa influência.
Figura 3 - Mapa geológico da área de estudo
Fonte: Adaptado de Silva et al (1987).
Figura 4 – Mapa mostrando o Alinhamento Vitória-Ecoporanga ou Faixa Colatina (direção NNW)
Fonte: Adaptado de Silva e outros (1987)
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para atingir os objetivos propostos foram realizados estudos detalhados da morfologia da porção
oeste da bacia do rio São José a partir da elaboração de: i) mapa de padrões de drenagem e ii) mapa de
orientação da drenagem. Além disso, fizemos uma comparação com levantamento prévio da
geomorfologia e da geologia do mapeamento realizado por Mendes, Dantas e Bezerra (1987) e Silva e
outros (1987).
2.1 MAPA DE PADRÕES DE DRENAGEM
O mapa de padrões de drenagem foi elaborado a partir do Sistema Integrado de Bases
Georreferenciadas do Estado do Espírito Santo (Geobases, 2002), em escala 1:100.000, disponível para
para o Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Foi
produzido por meio da delimitação de polígonos correspondentes a cada padrão, utilizando ferramentas de
20°S
edição do programa ArcGis 9.1 disponível para o Departamento de Geografia da Universidade
Federal do
Espírito Santo (UFES).Os padrões foram analisados e classificados segundo a metodologia de Howard
(1967) que estabelece 7 tipos de Padrões Básicos e 17 de Padrões Básicos Modificados propostos por
Howard (1967), que são: Padrões Básicos: Dendrítico; Paralelo; Treliça; Radial; Anelar, Multibasinal e
Contorcido. E Padrões Básicos Modificados: Subdendrítico; Pinado; Anastomótico; Distributário;
Subparalelo; Colinear; Subtreliça; Treliça Direcional; Treliça Recurvado; Treliça de falha; Treliça de
Junta; Angular; Composto, Palimpsesto;Centrípeta; Glacialmente Perturbado; Cárstico; Termacárstico; e
Baía Alongada. Dessa maneira, cada polígono delimitado representa um padrão diferente,segundo a
proposta do supracitado autor.
2.2 MAPA DE ORIENTAÇÃO DA REDE DE DRENAGEM
O mapa de Orientação da drenagem foi elaborado a partir do Sistema Integrado de Bases
Georreferenciadas do Estado do Espírito Santo (Geobases, 2002), em escala 1:100.000, disponível para
para o Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Foram
traçadas linhas contínuas na direção dos cursos d’ água utilizando ferramentas de edição do programa
ArcGis 9.1 disponível para o Departamento de Geografia da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). Após a demarcação das orientações da drenagem, calculamos o ângulo e o azimute de cada
lineamento por meio de ferramentas e fórmulas do programa ArcGis 9. Em seguida foi gerado o diagrama
de roseta com a utilização do programa Rose 1.0. Por meio da roseta foi possível saber a predominância
das direções da drenagem predominantes.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A rede de drenagem é o aspecto natural mais sensível às movimentações recentes da crosta
terrestre e reflete mesmos os movimentos de pequena amplitude tectônica. Deste modo para um estudo
neotectônico de uma região é fundamental que se observe às características da rede de drenagem
(SCHUMM, DUMONT, JOHN, 2002).
Na área onde estão presentes os lineamentos pertencentes a Faixa Colatina existem os padrões de
drenagem: Retangular com drenagem de grande comprimento; Retangular com drenagem de pequeno
comprimento; Dendrítico; e Angular (Figura 5).
Figura 5 – Mapa de Padrão da rede de Drenagem.
Os padrões de drenagem Retangular com drenagem de grande comprimento e Retangular com
drenagem de pequeno comprimento estão situados na parte central da área de estudo, onde a Faixa
Colatina apresenta maior expressividade (Figura 6) e são os padrões predominantes na Faixa Colatina.
Nestas áreas estão presentes as unidades geológicas Complexo Montanha e Suíte Intrusiva Aimorés.
O padrão Angular está situado também na área central da área de estudo, no entanto, apresenta-se
na porção sudoeste da Faixa Colatina. Este padrão está localizado na unidade geológica Complexo
Montanha.
O padrão Dendrítico está situado a leste da área de estudo. Neste padrão os pontos onde existe a
presença da Faixa Colatina estão inseridos nas unidades geológicas Complexo Montanha, Complexo
Paraíba do Sul, Suíte Intrusiva Aimorés e Complexo Medina.
Nos padrões Dendrítico e Angular a Faixa Colatina possui pouca relevância, pois seus lineamentos
apresentam-se apenas em pequena extensão, principalmente no padrão Angular (Figura 5)
O padrão Retangular apresenta rede de drenagem marcada por rios retilíneos (Figura 5). Esse fato
pode estar relacionado ao controle litológico na área, além do estrutural, mas a presença de
descontinuidades dos rios, direções predominantes da drenagem, mudanças bruscas nas direções da
drenagem (cotovelos de drenagem) e área da Faixa Colatina (Figura 6), são características demonstram a
forte influência tectônica na morfologia da rede de drenagem, justificado pela presença da Faixa Colatina
que influencia na morfologia da rede de drenagem e no relevo.
Analisando o mapa de orientação da drenagem nota-se que a predominância das direções da rede
de drenagem, em ordem decrescente é: WNW; NNW; NE e ENE; NW e NNE; N-S e S-N (Figura 7)
Todavia, na área onde está situada a Faixa Colatina as direções da rede de drenagem predominante são:
NNW e NW. Estas direções coincidem com as direções da Faixa Colatina e, assim sendo, há um forte
controle da Faixa Colatina na rede de drenagem na área abrangente deste Faixa (Figura 5)
Uma análise da morfologia da bacia do rio São José, em sua porção oeste, nos mostra a existência
de uma área estrangulada – onde a largura da bacia é comprimida e posteriormente descomprimida –,
sendo esta a parte da bacia com maior assimetria (Figura 6). Esta anomalia na morfologia da bacia
coincide
com
a
região
da
Faixa
Colatina
e
por
esta
Figura 6 – Mapa como os lineamentos da Faixa Colatina.
Figura 7 – Mapa de orientação da drenagem.
ser uma zona favorável a processos de reativações tectônicas (NOVAIS, et al., 2005; MELLO;
RODRIGUES; HATUSHIKA, 2005) acredita-se que ocorreu movimentação tectônica que culminou no
estrangulamento e posterior assimetria da bacia, e reorganização da drenagem, já que esses indícios
morfológicos sugerem movimentações tectônicas controlando a rede de drenagem (SCHUMM;
DUMONT; JOHON, 2002; COX, 1994).
Os principais vales ou sucos estruturais possuem a mesma direção – NW-SE a NNW-SSE – que os
lineamentos da Faixa Colatina, sendo este um forte indicativo de que, o controle estrutural nesta região é
influenciado por esta importante feição estrutural.
4. CONCLUSÕES
A correlação entre os mapas de padrão da rede de drenagem, orientação da rede de drenagem, e
levantamentos geológico e geomorfológico pré-existentes da área, mostrou que a Faixa Colatina parece
influenciar a morfologia da rede de drenagem e o relevo.
Dentre as principais evidências do controle estrutural exercido pela Faixa Colatina, o fato dos
lineamentos dessa faixa possuírem a mesma direção – NW-SE a NNW-SSE – que os principais cursos
d’água, demonstra que a rede de drenagem foi condicionada estruturalmente.
Outra evidência significativa é que o padrão de drenagem predominante por onde passa essa
estrutura é o retangular, sendo este caracterizado pela literatura como um padrão com forte influência
tectônica, observado por meio de rios retilíneos, descontinuidades dos rios e divisores, e mudanças
bruscas nas direções da rede de drenagem.
Destacamos também que a porção oeste da bacia do rio São José, por onde passa a Faixa Colatina,
coincide com a área do estrangulamento da bacia, onde há uma forte assimetria da bacia.
Estrangulamentos e assimetrias de bacias são indícios de controle tectônico.
Diante do exposto, percebe-se que a rede de drenagem é um excelente guia de reconhecimento em
estudos neotectônicos, por ser o aspecto natural muito sensível a movimentações da crosta. Além disso,
foi possível concluir que a Faixa Colatina exerce um forte controle neotectônico na área por onde passa –
porção oeste da bacia do rio São José – sendo esse controle refletido por meio do padrão da rede de
drenagem retangular, direções dos rios e sulcos coincidentes com as direções daquela feição estrutural–
NW-SE a NNW-SSE – e pela morfologia estrangulada também coincidente com a Faixa Colatina.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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