IFRS 9 – CLASSIFICAÇÃO E MENSURAÇÃO IFRS 9 – Classificação e mensuração de instrumentos financeiros (ativos e passivos) em novas categorias Desafios: fundamentação de cada modelo de negócio da entidade; previsão de reconhecimento do risco de crédito próprio para passivos de sua emissão; consequente abertura de assimetrias com a Circular 3068 INTRODUÇÃO IFRS 9 ► Em 24 de julho de 2014, o International Accounting Standards Board (IASB) emitiu a versão final do IFRS 9, trazendo as três fases do projeto de instrumentos financeiros. ► ► ► Classificação e mensuração Impairment (expected credit losses) Hedge accounting Contabilização para gerenciamento de risco de balanço (macro hedging) não foi incluída nesse projeto e terá um projeto separado ► IFRS 9 será efetivo para o período anual iniciado em 1 de janeiro de 2018, com adoção antecipada permitida. CLASSIFICAÇÃO DOS ATIVOS FINANCEIROS – UM NOVO MODELO ► Duas avaliações: ► ► ► O resultado das avaliações determina se o investimento é contabilizado a: ► ► ► ► Os fluxos de caixa contratuais referem-se somente a pagamentos de principal e juros (conhecido como “teste do SPPJ’) Modelo de negócios para gerenciamento dos ativos financeiros Valor justo no resultado Valor justo em outros resultados abrangentes (ORA) (com ou sem reciclagem) Custo amortizado Os requerimentos de classificação são aplicados a um ativo financeiro em sua totalidade sem a separação os derivativos embutidos CLASSIFICAÇÃO DOS PASSIVOS FINANCEIROS ► Ganhos e perdas nos passivos designados como VJR provenientes de mudanças no risco de crédito próprio são registrados em ORA e nunca reciclados ► ► A não ser que o reconhecimento dessas mudanças do valor justo em ORA criasse ou aumentasse um descasamento contábil no resultado Nenhuma outra mudança em relação ao IAS 39, isso significa que as regras de separação de derivativos embutidos estão mantidas para os passivos financeiros CLASSIFICAÇÃO DE ATIVOS FINANCEIROS – UM NOVO MODELO Dívida (inclui contratos híbridos) Derivativos Patrimoniais Teste sobre a ‘características do fluxo de caixa contratual’ (no nível do instrumento) Passa Falha Falha Falha Teste sobre ‘modelo de negócio’ (em um nível agregado) 1 Manterá o título para recebimento do fluxo de caixa contratual? 2 Objetivo de receber o fluxo de caixa contratual e vender o ativo financeiro Elegível para OVJ? Não Custo amortizado 3 Mantido para negociação? Não (1), nem (2) Sim Não Sim Elegível para VJORA ? Sim Não VJORA (com reciclagem) Não VJR VJORA (sem reciclagem) SOMENTE PAGAMENTO DE PRINCIPAL E JUROS – TESTE DE SPPJ Fluxos de caixa contratuais são somente pagamentos de principal e juros (SPPJ) Consistente com um contrato básico de empréstimo que inclui valores para: ► Valor do dinheiro no tempo ► Risco de crédito ► Outros custos e riscos básicos de empréstimo: ► Risco de liquidez ► Custos administrativos ► Margem de lucro Não introduzem exposições a riscos ou volatilidade não relacionadas a um contrato básico de empréstimo ► Elementos inconsistentes com um contrato básico de empréstimo incluem: ► Exposições a mudanças em preços de ações ou commodities ► Alavancagem TESTE DO SPPJ – EXCEÇÕES Tipo de desvio do principal e juros “puro” Todos tipos ‘Regulada’ Tipo de taxa de juros Todos os tipos Não genuíno De minimis Valor do dinheiro no tempo Sem diferença significativa no fluxo de caixa comparado com o principal e juros “puro”? Amplamente consistente com o valor do dinheiro no tempo? + Exceção para algumas opções de pré-pagamento que estão muito fora do dinheiro TESTE DO SPPJ – PRINCIPAL ► ‘o valor justo do ativo no reconhecimento inicial’ ► ► ► Ou seja, não é o principal legal – permite que ativos adquiridos com desconto ou premio passem no teste do SPPJ Pode mudar ao longo da vida do ativo financeiro (ex., se existem pagamentos do principal) Reflete o econômico do ativo financeiro sob a perspectiva do detentor Exemplo: ► ► ► ► Título com um principal contratual de BRL 1.000 Título foi emitido originalmente a BRL 990 Detentor adquiriu o título por BRL 975 O que é considerado o principal? TESTE DO SPPJ – EXEMPLOS QUE PASSARIAM NO TESTE ► Título com juros ou principal atrelados a índice de inflação da moeda de emissão ► Empréstimos com garantias reais ► Debêntures perpétuas ► Instrumentos com pre-pagamento que represente substancialmente valores de principal e juros não pagos (pode incluir uma compensação razoável para antecipação do término) ► Cotas seniors de um FIDC ► Empréstimo com taxa de juros varável quando a taxa varia somente com mudanças na taxa básica ou spread de crédito TESTE DO SPPJ – EXEMPLOS QUE NÃO PASSARIAM NO TESTE ► Instrumentos com alavancagem ► ► Derivativos Instrumento com taxa varável inversa (inverse floaters) ► Instrumentos vinculados a um índice de preço ► Títulos conversívieis em ações ► Cotas subordinadas de um FIDC AVALIAÇÃO DO MODELO DE NEGÓCIO – FATORES A CONSIDERAR Categoria residual contra definição positiva Expectativas razoáveis Agrupamento de ativos em portfolios Objetivo do modelo de negócio Informações relevantes • Avaliação de performance • Gestão de risco • Remuneração Impacto das vendas na avaliação Avaliação modelo de negócio Mudanças nas circunstâncias e reclassificação MODELO DE NEGÓCIO CUSTO AMORTIZADO Objetivo do modelo de negócio ► Manter os ativos para receber os fluxos de caixa contratuais Considerações para as vendas ► Frequência, valor e época das vendas passadas Expectativas para vendas futuras Vendas devem ser consideradas mesmo se impostas por um regulador ► ► Exemplos de vendas consistentes com esse modelo de negócio ► ► ► ► Devido a deterioração na qualidade do crédito (ativo não mais atende a estratégia de investimento documentada) Vendas não frequentes, mesmo se significativas (ex., casos de cenário de stress) Vendas insignificantes, mesmo se frequentes Vendas efetuadas próximo ao vencimento MODELO DE NEGÓCIO VJORA – MANTER PARA RECEBER OU VENDER ► ► ► Categoria de mensuração definida positivamente – não é uma escolha livre nem uma categoria residual (diferentemente do DPV) Gerenciamento de ativos financeiros tanto para receber os fluxos contratuais como para venda Exemplos dos objetivos incluem: ► ► ► ► ► Gestão diária de liquidez Investimentos para fazer face a perdas de sinistros Investimentos para cumprir com gastos de CAPEX Colchão de liquidez para atender a demandas regulatórias Vendas fazem parte do modelo de negócio VJORA e não existe limite para frequência ou volume de vendas MODELO DE NEGÓCIO VJR ► VJR é a categoria de mensuraçãopara todos os ativos financeiros não mensurados a custo amortizado nem mensurados a VJORA ► Características do modelo de negócio VJR: ► ► ► ► ► Gestão de ativos financeiros com objetivo de realisar os fluxos de caixa pelas vendas Decisões baseadas nas informações de valor justo Objetivo resulta em atividades de compras e vendas Recebimento do fluxo de caixa contatual é somente incidental e não parte integral desse modelo de negócio Carteiras de ativos mantidos para negociação são abrangidas no modelo de negócio VJR RECLASSIFICAÇÃO DE ATIVOS FINANCEIROS ► Quando, e somente quando, uma entidade modifica seu modelo de negócios para gerenciar ativos financeiros ► Um grande obstáculo ► ► ► ► Espera-se que seja muito infrequente Mudancas que ocasionam reclassificações são determinadas pela alta gerência Ocorre somente quando uma entidade inicia ou cessa uma atividade que é significante para sua operação (ex., através de aquisição ou venda) Exemplos que não são mudanças no modelo de negócio: ► ► ► Mudança na intenção para um ativo financeiro em particular Desaparecimento temporário de um mercado ativo Transferência de um ativo entre partes de uma entidade PRINCIPAIS MUDANÇAS PARA O IAS 39 Ações Mensuradas a VJR a menos que a entidade decida apresentar as mudanças no valor justo em ORA (aplicável somente se não forem mantidas para negociação) Instrumentos de dívida (incluindo empréstimos e contratos híbridos) Novas categorias de mensuração classificadas com base: ► Nas características dos fluxos de caixa contratuais do instrumento ► Nos modelos de negócios para os quais os instrumentos são mantidos Opção de Valor Justo (OVJ) Pequena mudança no escopo, pois instrumentos que falham no teste de SPPJ e instrumentos gerenciados com base no valor justo são classificados como VJR por definição Derivativos embutidos Derivativos embutidos em ativos financeiros não são mais segregados O QUE PERMANECE O MESMO? Ativos e passivos financeiros mantidos para negociação Mensurados a VJR. Instrumentos financeiros mantidos para negociação incluem os derivativos Passivos financeiros Classificação e mensuração para passivos financeiros. Passivos financeiros são mensurados a: ► Custo amortizado A não ser se ► A VJR (se mantido para negociação, designado ou gerenciado em base de VJ) Opção de Valor Justo (OVJ) Condição da presença de um descasamento contábil permanece a mesma Derivativos embutidos Contabilização de contratos híbridos sem um ativo financeiro como hospedeiro permanece o mesmo ASSIMETRIAS COM AS NORMAS DO BACEN (CIRC 3068 E RES 3082) ► ► ► ► ► ► Empréstimos e recebíveis e passivos financeiros não estão cobertos por estes normativos do BACEN Os normativos do BACEN não possuem a previsão para o Fair Value Option Novas categorias para ativos financeiros classificadas com base nas características dos fluxos de caixa e nos modelos de negócios Derivativos embutidos em ativos financeiros não são mais segregados – essa previsão permanece na Res. 3082 Títulos patrimoniais podem ser classificados a VJORA sem reciclagem – Circ. 3068 prevê perdas permanentes recicladas para resultado Reclassificações somente quando a entidade modifica seu modelo de negócios – Circ. 3068 na mudança de intenção para um ativo financeiro em particular