DIAGNÓSTICO DO LIXO POLUIDOR DOS ARROIOS EM PONTA GROSSA - PR FERREIRA, Zenaide da Silva1 GELINSKI, Adriana2 Resumo Durante o cadastramento das famílias que residem às margens dos arroios em Ponta Grossa, verificou-se que o lixo existente no leito dos arroios e nas imediações das moradias, não condiz com o poder aquisitivo das pessoas que residem neste local. Desta maneira, busca-se diagnosticar a procedência deste lixo que polui os arroios, orientar e trabalhar junto a políticas públicas. Palavras chaves: Lixo, arroio, políticas públicas. Introdução Observa-se que a cidade de Ponta Grossa, em comparação com algumas outras cidades do Estado do Paraná, é uma cidade que apresenta um considerável volume de lixo espalhado pelas vias e calçadas, terrenos baldios e margens e leito dos diversos arroios que compõe o seu corpo hídrico. O presente trabalho consiste em pesquisar, identificar e mapear a “rota” do lixo não orgânico desde sua origem até as margens dos arroios, tendo como objetivo orientar e trabalhar em conjunto com as políticas públicas. 1 Zenaide da Silva Ferreira, acadêmica do Curso de Bacharelado em Geografia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. [email protected] 2 Adriana Gelinski, acadêmica do Curso de Bacharelado em Geografia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. [email protected] Semana de Geografia, 18., 2011. Geografias não mapeadas? Ponta Grossa: DEGEO/DAGLAS, 2011. ISSN 2176-6967 Desta maneira, será possível extirpar a poluição dos arroios e diminuir o índice de lixo nos mesmos. E, portanto, baixar o grau de risco para as famílias residentes em suas imediações, até serem realocadas. Desta forma, parte-se da pergunta como é possível diagnosticar o lixo no município de Ponta Grossa? E qual o risco do mesmo para as famílias que residem no local? Desenvolvimento O Departamento de Patrimônio da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa está fazendo o mapeamento e o cadastramento das pessoas que residem em áreas de risco. Durante a realização do cadastramento das pessoas que residem em áreas de riscos, principalmente na faixa de 30m dos arroios, identificou-se que o lixo lá existente é composto de embalagens diversas que são sacolas plásticas, isopor, potes de iogurte, dentre outras. Observou-se que o poder aquisitivo da maioria dos moradores destas áreas de risco é incompatível com o consumo dos produtos industrializados encontrados nas imediações das residências, nas margens e no leito dos arroios. Tem-se por hipótese que este lixo chega ao local de duas formas: Uma delas é através das enxurradas que levam o lixo jogado em ruas, calçadas e terrenos baldios e a outra é através da atividade dos catadores. Esses catadores coletam este material nas residências de outros locais (na mesma vila ou em outras) e os depositam próximo às suas residências para fazer a separação do que pode ser vendido do que não tem comércio na cidade. O material não comercializável fica depositado no local e sob ação do vento e da água das chuvas, são conduzidos para as margens e leito dos arroios. Não há políticas públicas eficientes em Ponta Grossa para enfrentar o problema do lixo. A coleta do lixo se dá de forma convencional através de uma Semana de Geografia, 18., 2011. Geografias não mapeadas? Ponta Grossa: DEGEO/DAGLAS, 2011. ISSN 2176-6967 empresa que é responsável pela varredura e coleta do lixo em algumas ruas do centro da cidade e a coleta nas residências para depósito no aterro sanitário. Na tentativa de resolver o problema do lixo o Poder Público licitou a instalação de uma usina de lixo, cuja tecnologia foi pesquisada na Alemanha, e que deve instalar-se na cidade nos próximos anos. Acredita-se que a simples mudança do local e da forma como ocorrerá o destino final de parte do lixo, não trará modificações na maneira como os catadores coletam e separam uma parcela deste mesmo lixo produzido principalmente em residências e comércios. Metodologia O trabalho será desenvolvido através de observação da “rota” que o lixo percorre desde a sua geração até as margens do arroio, de entrevistas junto às famílias que residem nas margens destes arroios e junto aos catadores, buscando identificar a procedência dos resíduos. Serão coletados também informações e documentos junto à Prefeitura Municipal de Ponta Grossa para embasar o diagnóstico. Até o presente momento foram realizados campos exploratórios ao curso dos arroios. Além disso, realizou-se conversas com os moradores e com os coletores/agentes ambientais de recicláveis, a fim de dar voz aos sujeitos, para que o trabalho seja realizado em conjunto e com a colaboração dos mesmos. Considerações Finais A mídia tem apresentado diariamente inúmeros desastres ocorridos não só pelo desmoronamento de encostas como também pelas enchentes e alagamentos dos corpos hídricos de todo o país. O município de Ponta Grossa é uma cidade que possui vasta rede hidrográfica principalmente na zona urbana da cidade e que, pela omissão do Semana de Geografia, 18., 2011. Geografias não mapeadas? Ponta Grossa: DEGEO/DAGLAS, 2011. ISSN 2176-6967 Poder Público, encontram-se quase na sua totalidade com habitações em suas margens, constituindo-se em áreas de risco. A poluição nestes arroios tem agravado o quadro de enchentes e alagamentos e a Defesa Civil da cidade, em época de chuvas, tem feito atendimento e retirada de várias famílias cujas casas construídas em margens dos arroios, alagam ou sofrem deslizamento do terreno. Portanto o presente trabalho tem o intuito de buscar e orientar as políticas públicas e trabalhar conjuntamente com a mesma, com a finalidade de minimizar a poluição e o aumento de dejetos nos arroios. Referências FADINI, Pedro Sérgio e FADINI, Almerinda Antonia Barbosa. Lixo: desafios e compromissos. http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/lixo.pdf RODRIGUES, Francisco Luis e CAVINATTO, Vilma Maria. Lixo: de onde vem? Para onde vai? São Paulo: Moderna, 2006. Semana de Geografia, 18., 2011. Geografias não mapeadas? Ponta Grossa: DEGEO/DAGLAS, 2011. ISSN 2176-6967