Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Tecnologia de grupo e manufatura celular Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • Alto volume e baixa variedade: layout por produto • Baixo volume e alta variedade: layout por processo • Em casos intermediários, o layout celular pode trazer vários benefícios Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • As principais vantagens são: – redução do tempo de atravessamento (aquele necessário para processar um produto da primeira à última operação; tempo de porta a porta da fábrica): como no layout em grupo as máquinas estão próximas umas das outras, os materiais são movimentados por distâncias menores e existe a possibilidade de sobreposição de operações. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • As principais vantagens são: – melhoria da qualidade: como as pessoas estão mais próximas umas das outras e normalmente devem realizar o controle de qualidade de suas próprias operações e células, os itens são produzidos com maior qualidade e os problemas de qualidade são resolvidos em equipe – redução dos custos com manuseio e preparação: em função da proximidade dos equipamentos o manuseio é reduzido e como as máquinas e equipamentos processam itens semelhantes o tempo de preparação também pode ser reduzido com sequenciamento adequado Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • As principais vantagens são: – simplificação do controle: com os produtos organizados em famílias e o layout divido em células, a emissão de ordens e posterior acompanhamento da produção ficam simplificados (somente para cada célula). – Com isso, são reduzidos também alguns custos indiretos como checagem, preenchimento de formulários, etc. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • As principais vantagens são: – melhoria nas relações de trabalho: o trabalho em cada célula é realizado pela equipe da célula, assim as pessoas ficam mais envolvidas e comprometidas – redução de espaço: o layout em grupo normalmente requer menor espaço físico relativamente ao layout funcional e por produto Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • As principais desvantagens são: – pode requerer a duplicação de algumas máquinas/equipamentos – é inviável implantar células se a variedade de produtos for muito alta Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • Arranjo físico celular: é aquele em que os recursos transformados, entrando na operação, são pré-selecionados para movimentar-se para uma parte específica da operação – célula – na qual todos os recursos transformadores necessários a atender suas necessidades de processamento se encontram. • Para uma célula ser economicamente viável durante determinado período de tempo, ela deve ter flexibilidade de mix, de capacidade e possuir um tamanho tal que possa ser gerenciada por poucos ou um único indivíduo. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • A figura a seguir mostra os fluxos de materiais típicos dos layouts por produto, processo e celular T T Fr Fr E Fu T Fr Fr Fu E E Fr E Fr E E Fu T T Fr Fr T T Fr Fr T T Fr E Fu Fu E Fu Fu T Fu T E Fr Fu T E Fr E E E Fr Fr Fu Fu Fr E Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • Os principais conceitos relacionados a TG são: – formação de famílias de itens semelhantes em termos de projeto (forma, tamanho, tolerâncias de processo, materiais) e/ou processo – formação de grupos de máquinas/equipamentos, cada um dos quais fabricando uma família de produtos Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • O formato de uma célula pode ser em linha, em U ou anel. • A principal vantagem da célula em U (mais comum) é a facilidade de os operadores de máquinas poderem ter acesso a máquina diferentes. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • O fluxo dos materiais dentro de uma célula pode ser diversificado: – se houver contrafluxo, diz-se que a célula tem padrão job-shop – se não houver contrafluxo, podendo ou não haver transbordamento (overflow) diz-se que a célula tem padrão flow-shop – blacksheep – uma peça que precisa de mais de uma célula para ser completada. Ao se projetar células deve-se minimizar a ocorrência de blacksheeps. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Introdução • Quando um item é alocado a uma célula, mas necessita de processamento em outra(s) – os blacksheeps – pode-se fazer: – permitir esse fluxo – comprar a(s) máquina(s) e colocar na célula a qual o item foi alocado – se houver mais itens com o mesmo problema, formar uma célula especial para esses itens (célula remanescente) – Compartilhar equipamentos entre células Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Métodos para obter TG/manufatura celular • Duas análises iniciais auxiliam na formação das famílias de produtos e células – sob o aspecto do processo: pode-se verificar quais máquinas/equipamentos agrupam-se naturalmente. Por exemplo, se todas as peças que necessitam de furação também necessitarem de rosqueamento, então as maquinas de furação e rosqueamento naturalmente deverão ficar juntas nas células formadas – sob o aspecto do produto: pode-se verificar o sistema de codificação dos produtos, pois os códigos indicam características dos produtos como forma, tamanho, material usado e outros fatores que por vezes definem algumas de suas necessidades de processamento. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Métodos para obter TG/manufatura celular • As operações necessárias para a fabricação das peças em máquinas e equipamentos podem ser representadas na forma de uma matriz, chamada matriz componentesmáquinas ou matriz de incidência, em que as linhas referem-se às máquinas e as colunas às peças. • Nessa matriz, as interseções entre as linhas e colunas devem ser marcadas com o valor 1 se, e somente se, a peça j requerer operação na máquina i; caso contrário, o valor é 0 ou fica vazia a interseção, indicando que a peça j não é processada pela máquina i. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Métodos para obter TG/manufatura celular • Essa matriz é utilizada por vários algoritmos de formação de famílias de máquinas/peças propostas • O objetivo é rearranjar as linhas e as colunas da matriz de tal maneira que a matriz resultante fique com todos os elementos iguais a 1 agrupados em blocos na diagonal • Cada bloco indica um grupo de peças (família) e o correspondente grupo de máquinas (célula). Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Métodos para obter TG/manufatura celular • Algoritmo Rank Order Clustering – Desenvolvido por King (1980), possui os seguintes passos: • 1) Para cada linha da matriz calcule o peso decimal equivalente; • 2) Rearranje as linhas da matriz na ordem decrescente dos valores dos pesos decimais equivalentes, de cima para baixo; • 3) Para cada coluna da matriz obtida no passo 2, calcule o peso decimal equivalente; • 4) Rearranje as colunas da matriz na ordem decrescente dos valores dos pesos decimais equivalentes, da esquerda para a direita; • 5) Repita os passos de 1 a 4 até que não haja mais mudanças de posições dos elementos em cada linha ou coluna. – Os pesos decimais equivalentes para cada linha i e coluna j são calculados da seguinte forma: n Linha i aik 2nk k 1 m Coluna j a jk 2mk Onde, n número de peças m número de máquinas k 1 Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Métodos para obter TG/manufatura celular • Algoritmo Direct Clustering Analysis – Desenvolvido por Chan e Milner (1982), possui os seguintes passos: • 1) Determine o número total de elementos 1 em cada linha e em cada coluna na matriz; • 2) Rearranje as linhas na ordem decrescente e as colunas na ordem crescente do número total de elementos 1; • 3) Começando com a primeira coluna da matriz (esquerda), transfira as linhas com 1’s nessa coluna para o topo da matriz. Repita o procedimento com as demais colunas. Se a matriz atual for igual a matriz imediatamente precedente, pare. Caso contrário vá para o passo 4. • 4) Começando pela primeira linha da matriz (topo), transfira as colunas com 1’s nessa linha para a posição mais à esquerda da matriz. Repita o procedimento para as demais linhas. Se a matriz atual for igual a matriz imediatamente precedente, pare. Caso contrário vá para o passo 3. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Métodos para obter TG/manufatura celular • Medidas de desempenho – Pode-se usar vários critérios para se avaliar o desempenho da formação de famílias/células. O mais comum é: • porcentagem de elementos excepcionais: divisão do número de elementos excepcionais pelo número total de elementos com valor 1 na matriz final. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Métodos para obter TG/manufatura celular • Exemplo: Use os algoritmos ROC e DCA para promover a formação das células e famílias e calcule a porcentagem de elementos excepcionais da seguinte situação: – – – – – O produto 1 é processado nas máquinas 1, 3 e 4 O produto 2 é processado nas máquinas 1 e 3 O produto 3 é processado nas máquinas 2 e 5 O produto 4 é processado nas máquinas 1 e 4 O produto 5 é processado nas máquinas 2 e 6 Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão Curso de Engenharia de Produção Referências bibliográficas • Chan, H.M.; Milner; D. A. Direct clustering algorithm for group formation in cellular manufacture. Journal of Manufacturing Systems, v. 1, n. 1, p. 65– 75, 1982. • King, J. R. Machine-component grouping in production flow analysis: an approach using a rank order clustering algorithm. International Journal of Production Research, v. 8, n. 2, p. 213-232, 1980. Planejamento e Controle da Produção 3 – professor Muris Lage Junior