Entrevista com a Psicóloga infantil Aline Cerqueira O que é verdade

Entrevista com a
Psicóloga infantil
Aline Cerqueira
O que é verdade ou mentira quando o assunto é
psicoterapia?
A terapia pode ajudar a lidar com problemas diários,
ir em busca do autoconhecimento e do equilíbrio.
Apesar da modernidade e toda mudança de mentalidade que ela trouxe, para muitas
pessoas aceitar a ajuda terapêutica significa admitir uma doença ou algum tipo de
distúrbio psíquico. Já para tantas outras pode ser a oportunidade de encontrar a
solução de algum problema ou uma saída para resolver conflitos pessoais, mágoas ou
angústias. Mas, afinal, o que é terapia? Quando é a hora certa de começar? Essas e
outras indagações são comuns na mente das pessoas que querem conquistar o
autoconhecimento, mas encontram resistência. Saiba mais sobre mitos e verdades do
tratamento na matéria a seguir.
Iniciativa de buscar terapia deve partir do paciente
As explicações sobre em que consiste a psicoterapia dependem muito da vontade de
cada um em perceber a importância dela. De acordo com a psicóloga Aline Cerqueira, a
terapia ajuda a pessoa a se conhecer melhor, porém a vergonha
de manifestar o desejo de fazer o tratamento ainda é a grande dificuldade pelo
preconceito ainda remanescente. "A terapia é ideal para quem procura tratamento
psicológico, deseja se conhecer melhor e investir no seu equilíbrio emocional e no seu
desenvolvimento pessoal e profissional", comenta a psicoterapeuta.
As pessoas têm muito receio também quanto à duração da terapia. Muitos pacientes
acham que o terapeuta não quer dar alta para não perder a sua remuneração. Para a
médica, isso depende do que cada um está buscando para si mesmo. “Existem várias
abordagens psicoterápicas. Algumas trabalham em cima de queixas pontuais, que
causam muito sofrimento ou danos materiais, e outras atuam com o autoconhecimento e
aprimoramento pessoal”, explica Aline.
Quando a pessoa sente que é a hora certa para procurar ajuda especializada é porque já
está no momento ideal para resolver o problema. O paciente não precisa ter receios e
nem ficar preocupado com a sessão de análise. “O psicólogo procura sempre ajudar a
resolver uma dificuldade. Ele não está ali para julgar, condenar ou pensar alguma coisa
a respeito do paciente", ressalta a especialista.
O erro maior, segundo a médica, é impor uma pessoa a procurar um psicólogo. Para ela,
é complicado chegar a resultados porque o paciente já vai para as sessões com uma
resistência e, dificilmente, irá interagir com o psicoterapeuta ou até mesmo ouví-lo.
Enfim, como diz o ditado popular, “de médico, artista e louco todo mundo tem um
pouco”. Mas, então por quê existe tanta polêmica a respeito do tratamento psicológico?
A psicóloga Aline Cerqueira listou alguns clichês com os quais nos deparamos
diariamente:
Mitos e verdades sobre a terapia:
MITO: Quem faz psicoterapia é maluco.
VERDADE: De forma alguma. Terapia não é só para quem está com
problemas. Falar de si é prazeroso, ajuda no autoconhecimento e,
consequentemente, auxilia no aprimoramento das relações interpessoais.
•
MITO: Todo psicólogo é maluco?
VERDADE: Qualquer generalização é sempre muito perigosa. Como em
qualquer área profissional podemos encontrar psicólogos com algum
comprometimento emocional. Por isso é muito importante ter sempre uma
boa referência da competência técnica e também do nível de saúde mental
deste profissional.
É muito importante que o psicólogo tenha se submetido anteriormente ao
tratamento psicoterápico seja um profissional estudioso, que busque
supervisão sempre que necessário e que se mantenha sempre aberto a novos
conhecimentos.
•
MITO: Fazer terapia faz a pessoa ficar dependente?
VERDADE: A proposta do psicoterapeuta é ajudar o paciente a aumentar a
auto-estima e a desenvolver a autoconfiança, para ser capaz de ter iniciativa
e tomar decisões bem sintonizadas com seus desejos e necessidades. O
psicoterapeuta trabalha para que cada pessoa administre sua vida com
autonomia.
•
MITO: Terapia é para sempre? Só pessoas com problemas precisam
de psicoterapia?
VERDADE: Depende do que cada pessoa está buscando para si mesmo.
Pois existem várias abordagens psicoterápicas. Algumas trabalham em cima
de queixas que estão causando muito sofrimento ou danos materiais.
Por exemplo: Um executivo que não consegue mais andar de avião e está
perdendo grandes contratos por isso. Utiliza-se então técnicas especificas
•
para ajudá-lo a resolver este grande conflito que precisa ser resolvido com
urgência.
Em outros casos a pessoa pode optar por um tratamento psicanalítico como
fonte de auto-conhecimento e aprimoramento pessoal que pode durar o
tempo que a pessoa desejar ou necessitar , pois não se trata somente de
resolver sintomas e conflitos, mas sim de tornar consciente o que está no
inconsciente. É uma permanente reciclagem e aprofundamento de si mesmo.
MITO: Crianças só podem ir ao psicólogo depois de saber ler e
escrever?
VERDADE: As crianças podem e devem ter ajuda profissional na medida
certa da sua necessidade. Atendemos crianças pequenas que já apresentam
alguma dificuldade no seu desenvolvimento emocional:
•
- Criança também sofre vários tipos de conflitos, tais como: brigas
familiares, nascimento de um irmãozinho, morte na família, separação dos
pais, crises financeiras, dificuldade de se separar da mãe, fazer xixi na cama,
recusar alimentos ou comer demais, etc. Tudo que possa afetar
negativamente o desenvolvimento emocional da criança, a psicoterapia
infantil pode oferecer apoio, ajudando a criança e a família a superar
dificuldades e a restabelecer o equilíbrio e crescimento desejados.
MITO: Só os ricos podem fazer psicoterapia?
VERDADE: A cada dia a sociedade se conscientiza mais do valor de um
bom desenvolvimento emocional. Por isso, psicólogos integram as mais
diversas equipes, desde instituições escolares, hospitais, tribunais de justiça,
faculdades, ONGS, com a finalidade de oferecer este tratamento
gratuitamente ou por um preço simbólico. Em consultórios particulares, os
psicólogos estão sempre abertos a convênios com as empresas e à
negociação direta com o cliente, caso ele não possa pagar o preço
convencional.
•