Qualidade de Vida e Hipertensão Arterial

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International Journal of Cardiovascular Sciences. 2016;29(6):512-516
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PONTO DE VISTA
Qualidade de Vida e Hipertensão Arterial
Quality of Life and Hypertension
Denise Castro de Souza Côrtes, Adriana Alvarez Arantes, Ana Paula Pimentel Mendonça, Janaína dos Santos Silva
Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES (FAPES), Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Resumo
Devido ao aumento da expectativa de vida e,
consequentemente, do número de pacientes com doenças
crônicas e comorbidades associadas, a preocupação
com a qualidade de vida destas pessoas torna-se
imperativa. Questionários validados têm sido utilizados
para a quantificação da qualidade de vida, sendo o
Miniquestionário de Qualidade de Vida em Hipertensão
Arterial (MINICHAL) um instrumento específico para a
população de hipertensos. Com o objetivo de avaliar a
qualidade de vida de funcionários hipertensos de uma
empresa pública participante do Programa de Apoio
à Hipertensão Arterial, foram avaliados 48 pacientes
utilizando-se o MINICHAL. Os valores da mediana dos
escores, correspondentes aos domínios mental, somático
e global, foram, 3, 1 e 4, respectivamente, o que indica
boa qualidade de vida. Embora nenhuma das variáveis
mensuradas tenha influenciado na pontuação de maneira
significativa, a variável sexo foi determinante para a
modificação do resultado, sendo o escore mais elevado
nas mulheres, indicando pior qualidade de vida.
Introdução
Com o avanço terapêutico, a sobrevida dos
pacientes aumenta, e os eventos fatais diminuem.
Com isso, observa-se maior número de portadores
de doenças crônicas com idade avançada, bem como
a presença de sequelas. Estima-se que, em 2020,
81 milhões de americanos serão portadores de
Palavras-chave
Hipertensão, Qualidade de Vida, Sobrevida, Morbidade,
Inquéritos e Questionários, Doença Crônica.
doenças crônicas e, destes, 50% terão mais de uma
enfermidade, com média de pelo menos duas a três
comorbidades em indivíduos >65 anos.1 Esta condição
implica maior risco de morte, prolongamento de
internações e readmissões hospitalares.
A definição de comorbidades ou multimorbidades
ainda necessita de consenso entre os autores. Para Van
den Akker apud Fortin et al.1 e Chin et al.,2 este conceito
descreve a ocorrência de duas ou mais condições
mórbidas concomitantes em um mesmo indivíduo.
A maioria dos estudos conclui que existe uma relação
inversa entre o número de comorbidades presentes
e a qualidade de vida dos pacientes avaliados. 1,2
Isto reforça que as características de gravidade das
enfermidades, a presença de dor e de sequelas, assim
como a capacidade de adaptabilidade, são fatores
importantes na avaliação da qualidade de vida.
Em 1952, a Organização Mundial da Saúde3 reformulou
o conceito de saúde, abrangendo não somente a ausência
de doença, mas também a presença de bem-estar físico,
mental e social. Este fato contribuiu para que um dos
paradigmas da medicina fosse o de minimizar os danos
causados pelas doenças, além de promover uma melhor
condição de saúde e de qualidade de vida.
Atualmente, na área da saúde, a preocupação com os
aspectos humanísticos torna-se cada vez mais importante
e foco central de interesse do tratamento dos indivíduos.
O conceito de qualidade de vida implica
uma avaliação subjetiva, em uma perspectiva
multidimensional, que abrange o estado físico,
emocional e social (somando efeito de relações
familiares e critérios de religiosidade), além do estado
funcional. Segundo Ciconelli apud Del Castillo et al.,3
a avaliação da qualidade de vida tem como base a
percepção do indivíduo sobre seu estado de saúde,
Correspondência: Denise Castro de Souza Côrtes
Avenida República do Chile, 100, sobreloja, Centro. CEP: 20031917. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
E-mail: [email protected]
DOI: 10.5935/2359-4802.20170002
Artigo recebido em 23/08/2016; revisado em 30/09/2016; aceito em 09/11/2016.
Côrtes et al.
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Ponto de Vista
Qualidade de vida e hipertensão
a qual também é influenciada pelo contexto cultural em
que ele está inserido e por suas experiências subjetivas.
Para a avaliação da qualidade de vida, são utilizados
instrumentos para transformar avaliações subjetivas
em dados que possam ser analisados objetivamente.
Isto pode ser feito por meio de uma única pergunta,
sobre como o paciente vê sua condição geral,
ou questionários mais elaborados divididos em
domínios, e até mesmo questionários específicos para
determinadas doenças crônicas.3
Este estudo teve por objetivo avaliar a qualidade
de vida de funcionários hipertensos de uma
empresa pública.
Hipertensão Arterial e Qualidade de Vida
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a doença
que tem maior impacto financeiro e de saúde pública nos
Estados Unidos. As consequências do não tratamento
desta enfermidade são aumento dos casos de infarto
agudo do miocárdio, Acidente Vascular Cerebral (AVC),
insuficiência cardíaca e insuficiência renal.4
A qualidade de vida nos portadores de HAS é
influenciada por sintomas ou sequelas (comprometimento
dos órgãos-alvo) e pelos efeitos adversos dos fármacos
utilizados no tratamento. Elevação da Pressão Arterial
Média (PAM > 108 mmHg), passado de AVC, redução
da acuidade visual e Índice de Massa Corporal
(IMC) > 30 kg/m 2 são preditores negativos para a
manutenção da qualidade de vida.4
O Mini-Cuestionario de Calidad Vida em Hipertension
Arterial (MINICHAL) é um instrumento específico para
a avaliação da qualidade de vida em portadores de HAS,
sendo o mais utilizado na literatura mundial. Apresenta
versão original em espanhol de 2001, a qual foi validada
para língua portuguesa em 2006.5-7
O MINICHAL-Brasil compõe-se de 17 questões
divididas em dois domínios: mental (com nove
questões) e somático (com sete questões) e uma
questão global sobre a influência geral da doença na
vida do entrevistado.5,7 Apresenta respostas graduadas
em quatro escalas: zero (não absolutamente), 1 (sim,
um pouco), 2 (sim, bastante) e 3 (sim, muito), em um
total de 27 pontos para domínio mental, 21 pontos para
domínio somático e 3 pontos para pergunta global.
Quanto mais próximo de zero for a pontuação total,
maior ou melhor a qualidade de vida.
Experiência Realizada com o
Questionário Minichal
Foi realizado estudo observacional, transversal,
com 48 funcionários de uma empresa pública do
Rio de Janeiro (RJ), portadores de HAS, em sua
maioria acompanhados pelo Programa de Apoio à
Hipertensão Arterial da instituição (n=41) e portadores
autodeclarados (n=7).
Os participantes foram entrevistados de forma presencial
ou por telefone, por profissionais de enfermagem que
preencheram o questionário MINICHAL. Foram coletados
dados de identificação (idade, sexo, peso, altura e etnia)
e de condições clínicas, como tempo de HAS, presença
de comorbidade (dislipidemia, doenças da tireoide e
depressão) e número de medicamentos utilizados para
controle da pressão arterial.
Análise estatística
Para a comparação das variáveis clínicas/sociais e
dos escores do MINICHAL entre os sexos masculino e
feminino, foi utilizado o teste qui quadrado ou exato de
Fisher para dados categóricos; o teste de Mann-Whitney
foi utilizado para dados numéricos.
A associação entre os escores do MINICHAL (mental,
somático e total) com as variáveis clínicas e sociais foi feita
pelo coeficiente de correlação de Spearman para dados
numéricos; e pelo teste de Mann‑Whitney (dois subgrupos)
ou de Análise de Variância (ANOVA) de Kruskal-Wallis
(três ou mais subgrupos) para dados categóricos.
Foram aplicados métodos não paramétricos, pois
as variáveis numéricas não apresentaram distribuição
normal (Gaussiana), devido à rejeição da hipótese de
normalidade segundo o teste de Shapiro-Wilks.
Os dados foram organizados em tabelas e expressos
em médias e desvios padrão, para as variáveis
contínuas, e em frequências (n) e porcentuais (%),
para as variáveis categóricas. Foi adotado o nível de
significância de 5%. A análise estatística foi processada
pelo software SAS® System, versão 6.11 (SAS Institute,
Inc., Cary, North Carolina).
Resultados
Foram avaliado 48 pacientes, sendo 32 (66,5%) homens,
com idade média de 47,0 ± 11,0 anos. A predominância
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Côrtes et al.
Ponto de Vista
Qualidade de vida e hipertensão
foi de indivíduos de etnia branca (75,0%); 41,6%
eram sedentários; o IMC de 30,0±6,0 kg/m2; 64,5% da
amostra era portadora de hipertensão isolada; e 25,0%
dos participantes tinha apenas uma das comorbidade
estudadas (Tabela 1).
O tempo de HAS variou entre 1 e 10 anos, sendo
27,0% da população com tempo entre 1 e 5 anos e 25,0%
entre 5 e 10 anos.
Os dados deste trabalho são de uma população
relativamente jovem, economicamente ativa e, em sua
maioria, sem outras comorbidades. Observou-se baixa
pontuação nos domínio mental (mediana de 3), somático
(mediana de 1) e total (mediana de 4) do MINICHAL,
indicando qualidade de vida satisfatória (Tabela 2).
Não houve diferença significativa nas variáveis
clínicas e sociais entre os sexos, mas as mulheres
Tabela 1 – Caracterização da população estudada e estratificada por sexo
Variáveis
Idade média
(anos)*
População
(n=48)
Sexo masculino
(n=32)
Sexo feminino
(n=16)
Valor de p
49 (38-56)
49 (37-56)
49 (38-54)
0,77
Idade ≥ 50 anos, n (%)
Sim
23
47,9
16
50,0
7
43,8
Não
25
52,1
16
50,0
9
56,3
Branca
36
75,0
24
75,0
12
75,0
Negra
12
25,0
8
25,0
4
25,0
0,68
Etnia
IMC médio
(kg/m2)*
28 (27-33)
28 (27-33)
29 (26-35)
1
0,93
Obesidade, n (%)
Sim
18
37,5
12
37,5
6
37,5
Não
30
62,5
20
62,5
10
62,5
Sim
17
35,4
9
28,1
8
50,0
Não
31
64,6
23
71,9
8
50,0
1
Comorbidades, n (%)
0,14
Tempo HAS (faixas, em anos), n (%)
<1
9
20,9
6
20,7
3
21,4
1-5
14
32,6
10
34,5
4
28,6
6-10
13
30,2
6
20,7
7
50,0
> 10
7
16,3
7
24,1
0
0,0
Não pratica
20
41,7
11
34,4
9
56,3
Irregular
11
22,9
7
21,9
4
25,0
Regular
17
35,4
14
43,8
3
18,8
Nenhum
10
21,3
7
22,6
3
18,8
1
22
46,8
14
45,2
8
50,0
2 ou mais
15
31,9
10
32,3
5
31,3
0,11
Atividade física, n (%)
0,19
Medicamentos, n (%)
HAS: hipertensão arterial sistêmica; IMC: índice de massa corporal.
0,99
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Côrtes et al.
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Ponto de Vista
Qualidade de vida e hipertensão
apresentaram escores mental (p=0,005) e total
(p=0,012) significativamente maior que os homens
(Tabela 3).
aumentam a cada ano. Pelos resultados apresentados,
destaca-se a importância desta avaliação como guia
de tratamento para os médicos personalizarem a
terapêutica de seus pacientes, principalmente para
os portadores de doenças crônicas. Enfatiza-se a
necessidade de utilização de métodos validados
pela literatura para análise desta questão, dado
o grau de complexidade e de subjetividade que o
tema comporta.
Não foi identificada associação entre os escores dos
domínios do MINICHAL, com as variáveis clínicas
categóricas, assim como não houve correlação (direta ou
inversa) significativa com as variáveis clínicas numéricas
(idade e IMC) na população estudada.
Na validação da versão original espanhola
do MINICHAL para a língua portuguesa,
com 300 participantes, a média dos escores mental,
somático e total foi 5,30 ± 5,39, 1,87 ± 2,31 e 7,18 ±
6,76, respectivamente.5 A variabilidade de resultados
Discussão
O tema qualidade de vida é relativamente recente
em publicações médicas e particularmente no Brasil.
Segundo Dantas apud Pereira et al.,8 estas publicações
Tabela 2 – Pontuação média obtida pela população estudada
Escore
n
Média
DP
Mediana
IIQ
Mínimo
Máximo
Mental
48
4,04
4,23
3
1-6
0
22
Somático
48
2,21
2,55
1
0-3
0
11
Total
48
6,58
6,49
4
2-10
0
28
DP: desvio padrão; IIQ: intervalo interquartílico (Q1-Q3).
Tabela 3 – Escores do Miniquestionário de Qualidade de Vida em Hipertensão Arterial (MINICHAL) na população
estudada e estratificada por sexo
População
Sexo masculino
Sexo feminino
(n=48)
(n=32)
(n=16)
0
35 (72,9)
24 (75,0)
11 (68,8)
1
11 (22,9)
8 (25,0)
3 (18,8)
2
1 (2,1)
0 (0)
1(6,3)
3
1 (2,1)
0 (0)
1 (6,3)
Escore mental (pontos)*
3 (1-6)
2 (1-4)
6 (2,3-8,8)
0,005
Escore somático (pontos)*
1 (0-3)
1 (0,3-2)
3 (0-4,5)
0,25
Escore total (pontos) *
4 (2-10)
3 (2-7,5 )
9 (4,5-12,8)
0,012
Variáveis
Valor de p
Escore geral (n %)
0,20
*Os dados numéricos foram expressos pela mediana e intervalo interquartílico (Q1-Q3) e comparados pelo teste de Mann-Whitney, pois não apresentaram
distribuição normal (Gaussiana). Os dados categóricos foram expressos em frequências (n) e porcentuais (%) e comparados pelo teste qui quadrado ou
exato de Fisher.
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Côrtes et al.
Ponto de Vista
em estudos nacionais é provavelmente gerada pelas
diferenças regionais, sociais e culturais de um país
continental como o Brasil.
O questionário MINICHAL se mostrou um
instrumento promissor para a avaliação da qualidade
de vida em pacientes com HAS, mas ainda precisa
de estudos maiores, que definam sua capacidade de
detecção dos fatores implicados no comprometimento
dessa qualidade, seja pela gravidade da doença de
base ou pelo somatório de comorbidades.6,9
Os valores ditos dentro da "normalidade" para o
questionário MINICHAL são questionáveis. Seu escore
final deve ser avaliado no contexto das condições
da população estudada, de maneira comparativa,
com o objetivo de melhorar, seguindo-se uma
revisão periódica para avaliar o efeito das medidas
terapêuticas implementadas.
Qualidade de vida e hipertensão
Agradecimentos
Agradecemos particularmente ao Dr. Roberto Ferreira
Muniz, pela colaboração na avaliação dos dados, e a
todo o grupo da enfermagem (Daniele Silva de Oliveira,
Norma Valéria Alves de França, Monique Christiane
Braga Gomes, Aline França Silva Lino e Mario Jorge
Augusto Gonçalves), pela aplicação do questionário.
Contribuição dos autores
Concepção e desenho da pesquisa e Redação do
manuscrito: Côrtes DCS; Obtenção de dados: Côrtes DCS,
Silva JS; Análise e interpretação dos dados e Revisão
crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual
importante: Côrtes DCS, Arantes AA, Mendonça APP.
Potencial conflito de interesse
Conclusão
Declaro não haver conflito de interesses pertinentes.
Os valores obtidos correspondentes aos domínios
mental, somático e global indicam boa qualidade de
vida. Embora nenhuma das variáveis mensuradas
tenha influenciado na pontuação de maneira
significativa, a variável sexo foi determinante para
a modificação do resultado, sendo o escore mais
elevado nas mulheres, indicando pior qualidade
de vida.
Fontes de financiamento
O presente estudo não teve fontes de financiamento
externas.
Vinculação acadêmica
Não há vinculação deste estudo a programas
de pós-graduação.
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