Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP

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Perfil e trajetória
acadêmico-profissional
de bolsistas da FAPESP
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE SÃO PAULO
CELSO LAFER
PRESIDENTE
JOSÉ ARANA VARELA
VICE-PRESIDENTE
CONSELHO SUPERIOR
CELSO LAFER
EDUARDO MOACYR KRIEGER
HERMAN JACOBUS CORNELIS VOORWALD
HORÁCIO LAFER PIVA
JOSÉ ARANA VARELLA
JOSÉ DE SOUZA MARTINS
JOSÉ TADEU JORGE
LUIZ GONZAGA BELLUZZO
SEDI HIRANO
SUELY VILELA SAMPAIO
VAHAN AGOPYAN
YOSHIAKI NAKANO
CONSELHO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO
RICARDO RENZO BRENTANI
DIRETOR-PRESIDENTE
CARLOS HENRIQUE DE BRITO CRUZ
DIRETOR CIENTÍFICO
JOAQUIM JOSÉ DE CAMARGO ENGLER
DIRETOR ADMINISTRATIVO
Catalogação-na-publicação elaborada pelo Centro de Documentação e Informação da FAPESP
Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP (1992-2002) /
Carlos Vogt ... [et al.]. – [São Paulo] : FAPESP, 2008.
192 p. : il. ; 21 cm. + 1 CD-ROM – (Documentos; 4)
Outros autores: Geraldo Di Giovanni, Eugênia Maria Reginato Charnet,
Helena M. C. Carmo Antunes, Jocimar Archangelo.
Anexo: CD-ROM.
ISBN 978-85-86956-22-5
1. FAPESP. 2. Pesquisa e desenvolvimento – São Paulo. 3. Ciência. 4. Tecnologia.
5. Projetos de pesquisa – São Paulo (Estado). 6. Pesquisadores.
I. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. II. Vogt, Carlos. III.
Título: Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP. IV. Série.
01/08
CDD 507.208161
Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme Lei nº 10.994, de 14 de dezembro de 2004.
Perfil e trajetória
acadêmico-profissional
de bolsistas da FAPESP
(1992 - 2002)
Carlos Vogt
Geraldo Di Giovanni
Eugênia Maria Reginato Charnet
Helena M. C. Carmo Antunes
Jocimar Archangelo
2008
Apresentação
Dando continuidade à Série Documentos, que chega agora
ao seu volume 4, com muita satisfação trazemos ao conhecimento da comunidade científica e da população em geral Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP.
Trata-se de resultado de projeto de pesquisa de alto grau de
excelência, desenvolvido por pesquisadores com grande conhecimento sobre esta instituição e com sólida consciência da relevância que a função desempenhada pela FAPESP tem em relação ao
desenvolvimento econômico, social, humano, enfim, de São Paulo e do Brasil.
Tornar públicos, por meio de análises criteriosas e pormenorizadas, o perfil dos bolsistas da FAPESP, bem como a trajetória acadêmico-profissional por eles percorrida, não apenas consiste em importante instrumento de avaliação das políticas
implementadas pelo Estado em matéria de fomento à pesquisa
científica e tecnológica, como também fornece relevantes dados
a balizar o planejamento futuro dessa atividade.
Além disso, por meio da referida Série Documentos, a FAPESP
também vem atender a um mandamento fundamental do Estado de Direito que é a transparência em relação à gestão da coisa
pública.
Celso Lafer
Presidente da FAPESP
Considerações Gerais
A avaliação sistemática dos resultados da aplicação de recursos públicos em Ciência e Tecnologia tem se revelado ferramenta
importante para subsidiar programas e orientar investimentos em
pesquisa das maiores agências de fomento do país. Na grande maioria das vezes, no entanto, esses sistemas de avaliação têm como
foco apenas os resultados dos projetos, sem levar em conta os programas apoiados ou estimulados pela instituição, nem a sua repercussão na qualificação de recursos humanos ou na formação da
carreira do pesquisador. Essa é a tarefa a que se propôs o projeto
Avaliação dos resultados de políticas de fomento à pesquisa implementadas pela FAPESP no Estado de São Paulo entre 1992 e 2002: avaliar
os programas de investimento em equipamentos de pesquisa e
em bolsas.
A primeira parte do projeto – Parque de equipamentos de pesquisa – relativa ao período de 1995 a 2002 – foi concluída em 2007 e
publicada em Série documentos nº 02, FAPESP. A pesquisa Perfil
e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP (1992-2002)
é a segunda parte do projeto e teve como objetivo subsidiar a avaliação dos programas de bolsas regulares no país e no exterior. A
pesquisa traça o perfil dos pesquisadores e alunos universitários
que solicitaram bolsa à FAPESP entre 1992 e 2002, período em que
a instituição alcançou o padrão de financiamento preconizado na
Constituição paulista de 1989, o que lhe permitiu consolidar um
novo patamar de planejamento e ampliar as linhas de financiamento.
Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas da FAPESP
(1992-2002) teve como premissa o princípio norteador da política
de fomento da FAPESP – e das demais agências do país – de que
a qualificação científica do pesquisador é construída a partir de
uma sucessão de etapas que vão da iniciação científica até o pósdoutorado, passando pelo mestrado e pelo doutorado. A reconstrução da trajetória científica e profissional dos bolsistas e das etapas da sua formação acadêmica financiadas pela FAPESP e/ou por
outras agências de fomento deveria, portanto, corresponder à
expectativa da política de apoio da Fundação.
A pesquisa mapeou a trajetória científica e profissional de cerca de 5 mil bolsistas selecionados a partir de 53.789 mil processos concluídos de solicitação de bolsas disponíveis no banco de
dados da FAPESP, por meio de diversos instrumentos de coleta
de dados. Os resultados revelaram que, entre aqueles contemplados com pelo menos uma bolsa no período estudado, cerca de 60%
chegaram ao doutorado, sendo que 10% já são, atualmente, livredocentes. Aproximadamente 77% dos doutorados atuam em instituições de ensino e pesquisa no Brasil e no exterior. Apenas
13% não prosseguiram na carreira acadêmica.
A grande maioria dos bolsistas – mais de 80% – atua no
Estado de São Paulo, mas 16% exercem funções em outros estados brasileiros e pelo menos 4% estão no exterior, o que demonstra terem atingido nível de titulação compatível com as instituições de padrão internacional.
Os resultados demonstram que a FAPESP cumpriu sua mis8
DOCUMENTOS
- 2008
são institucional de formar recursos humanos para a Ciência e Tecnologia e para o ensino superior, beneficiando o avanço da pesquisa não apenas em São Paulo, mas em todo o país.
Carlos Vogt
Geraldo Di Giovanni
Eugênia Maria Reginato Charnet
Helena M. C. Carmo Antunes
Jocimar Archangelo
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
9
Sumário
Introdução
15
1 – Metodologia
23
23
24
26
27
28
1.1 População de interesse
1. 2 Planejamento amostral
1.3 Seleção das amostras
1.4 Constituição das rodadas de avaliação
1.5 Índice de resposta
2.1.1.3 Dados das etapas da formação acadêmica
31
31
34
35
36
37
2.1.1.4 Formulário para atualização dos dados da etapa
da formação
38
2 – Instrumentos de coleta de informações
2.1. Elaboração dos instrumentos
2.1.1 Formulários
2.1.1.1 Formulário de pesquisador
2.1.1.2 Formulário de processo
2.1.1.5 Formulário para incluir etapa da formação realizada com
recursos próprios ou de outro órgão que não a FAPESP
2.2. Questionários
2.2.1 Informações gerais
2.2.2 Informações sobre a etapa acadêmica
40
40
41
41
42
42
42
42
2.2.3 Avaliação do próprio desempenho na etapa
2.2.4 Avaliação do programa
2.2.5 Avaliação da forma de apoio
2.2.6 Informações sobre pedidos denegados pela FAPESP
43
43
44
45
48
49
52
54
57
60
63
66
69
72
75
78
81
84
87
90
3 – Perfil da demanda
3.1 Características gerais dos solicitantes
3.1.1 Nacionalidade e raça
3.1.2 Características do ensino médio
3.1.3 Características do curso de graduação
3.1.4 Escolaridade dos pais
3.2 Tipificação da demanda dirigida à FAPESP
3.2.1 Astronomia e Ciência Espacial
3.2.2 Economia e Administração
3.2.3 Arquitetura e Urbanismo
3.2.4 Geociências
3.2.5 Matemática
3.2.6 Física
3.2.7 Química
3.2.8 Agronomia e Veterinária
3.2.9 Biologia
3.2.10 Engenharia
3.2.11 Saúde
3.2.12 Ciências Humanas e Sociais
3.3 Demanda não atendida
12
DOCUMENTOS
- 2008
4.2.1 Trajetória dos bolsistas de iniciação científica
93
97
98
108
109
111
112
113
114
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
133
4.2.2 Trajetória dos bolsistas que tiveram a primeira
bolsa da FAPESP para mestrado
133
4.2.3 Trajetória dos bolsistas que tiveram a primeira
bolsa da FAPESP para doutorado
134
4 – Trajetória acadêmico-profissional
4.1 Características da trajetória
4.1.1 Titulação acadêmica atual
4.1.2 Pós-doutorado
4.1.2.1 Local da realização do pós-doutorado
4.1.3 Atividade atual
4.1.3.1 Tipo da atividade atual
4.1.3.2 Vínculo institucional
4.1.3.3 Onde exerce a atividade atual
4.1.3.3.1 Astronomia e Ciência Espacial
4.1.3.3.2 Economia e Administração
4.1.3.3.3 Arquitetura e Urbanismo
4.1.3.3.4 Geociências
4.1.3.3.5 Matemática
4.1.3.3.6 Física
4.1.3.3.7 Química
4.1.3.3.8 Agronomia e Veterinária
4.1.3.3.9 Biologia
4.1.3.3.10 Engenharia
4.1.3.3.11 Saúde
4.1.3.3.12 Ciências Humanas e Sociais
4.2. Etapas acadêmicas da trajetória
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
13
4.3. Etapas acadêmicas da trajetória de pesquisadores
com todas as solicitações denegadas
136
5 – Comparação entre perfis da demanda atendida e não atendida
5.1 Comparação entre perfis dos grupos
5.2 Comparação entre vínculo institucional dos grupos
139
140
142
147
148
153
154
154
154
156
161
162
162
165
170
6 – Percepção do respondente
6.1 Bolsas não concedidas – pós-graduação
6.2 Bolsas concedidas – pós-graduação
6.2.1 Aspectos relativos à bolsa concedida
6.2.1.1 Fontes de recurso
6.2.1.2 Por que a FAPESP
6.2.1.3 Exigências para concessão
6.2.1.4 Avaliação geral
6.2.2 Aspectos do programa escolhido
6.2.2.1 Motivação
6.2.2.2 Adequação da pesquisa
6.2.2.3 Avaliação geral do programa
Conclusões
171
Bibliografia
181
Anexos
187
14
DOCUMENTOS
- 2008
Introdução
Os sistemas de avaliação de aplicação de recursos em Ciência e Tecnologia (C&T) têm encontrado cada vez mais espaço em
agências de fomento do sistema público brasileiro. No âmbito federal, destacam-se as iniciativas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de
Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de
Nível Superior (Capes) e do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT), do Ministério da Educação (MEC). Nos estados, onde atuam as Fundações Estaduais
de Apoio à Pesquisa, destaca-se a Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (FAPESP).
Esses sistemas, na grande maioria das vezes, têm como principal indicador os resultados dos projetos – em geral analisados
por consultores ad hoc ou por comissões de área de conhecimento –, sem avançar na avaliação dos programas como um todo, de
forma a subsidiar o planejamento de longo prazo. Para tanto, é
de suma importância o levantamento de dados, a sistematização
das informações e a apuração de resultados dos diversos programas e modalidades de auxílios concedidos, como o que está sendo
realizado no âmbito do projeto Avaliação dos resultados de políticas de fomento à pesquisa implementadas pela FAPESP no Estado de São
Paulo entre 1992 e 2002.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
15
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DE POLÍTICAS DE FOMENTO À
PESQUISA IMPLEMENTADAS PELA FAPESP NO ESTADO DE SÃO
PAULO NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS (1992–2002)
Justificativa
Necessidade de implantação de um sistema dinâmico
de informações que permita estudos periódicos e
possa servir como instrumento de gestão.
(Lei 5918, inciso IV do artigo 3º)
Carlos Vogt
Geraldo Di Giovanni
Eugênia Maria Reginato Charnet
Helena M. C. Carmo Antunes
Jocimar Archangelo
FIGURA 1: Justificativa do projeto de pesquisa
As FIGURAS 1 e 2 resumem a motivação e os objetivos gerais
deste trabalho que abrangeu três temas:
1) Equipamentos: dimensionamento, configuração e avaliação (publicado em Parque de equipamentos de pesquisa,
Série Documentos nº 02, FAPESP, 2007);
2) Bolsas: perfil da demanda;
3) Bolsas: trajetória acadêmico-profissional dos usuários; e
A presente pesquisa analisa os temas 2 e 3, relacionados aos
programas de bolsas da FAPESP – Perfil da demanda e Trajetória acadêmico-profissional dos usuários – no período que compreende o início de 1992 até o final de 2002. Nesse período a
FAPESP recebeu 58.238 solicitações de bolsas, das quais 20.689
16
DOCUMENTOS
- 2008
Desenvolvimento da pesquisa
OBJETIVO GERAL
Contribuir para o acompanhamento
e diagnóstico da situação da Ciência e Tecnologia
no estado de São Paulo
Socializar informações
Otimizar recursos
Subsidiar a formulação de políticas públicas
para a área de Ciência e Tecnologia
FIGURA 2: Objetivo geral do projeto de pesquisa
foram para iniciação científica, 18.396 para mestrado, 11.715 para
doutorado e 7.438 para pós-doutorado. O total de concessões1 nesse
mesmo período foi de 35.399 bolsas, sendo que desse total 39%
foram para iniciação científica, 27,4% para mestrado, 18,9% para
doutorado e 14,7% para pós-doutorado.
1 As concessões podem referir-se tanto a solicitações do período considerado quanto a solicitações de anos anteriores.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
17
A pesquisa teve como objetivos específicos identificar, respectivamente:
a) Perfil da demanda
■
Estabelecer o perfil da demanda dirigida à FAPESP no
período 1992-2002, no que se refere às solicitações de
financiamento, com o objetivo de classificar os projetos
acatados pelo critério da natureza, área de conhecimento
e escopo.
■
Construir um banco de dados dinâmico que permitisse
coleta contínua de informações e produção de relatórios
periódicos.
b) Trajetória acadêmico-profissional dos usuários
■
Mapear a trajetória dos estudantes contemplados com bolsa de iniciação científica pela FAPESP entre 1992 e 2002.
■
Mapear a trajetória dos estudantes contemplados com bolsa de mestrado pela FAPESP entre 1992 e 2002.
■
Mapear a trajetória dos estudantes contemplados com bolsa de doutorado pela FAPESP entre 1992 e 2002.
■
Construir um sistema informatizado de coleta contínua de
dados que permitisse a publicação de relatórios periódicos.
■
Estabelecer comparações entre grupos com diferentes
tipos de trajetória.
■
Coletar informações sobre a atividade atual dos pesquisadores.
■
Coletar informações sobre a formação acadêmica atual
dos pesquisadores.
18
DOCUMENTOS
- 2008
■
■
Obter a avaliação dos bolsistas sobre o programa e a avaliação de seu próprio desempenho, entre outras.
Coletar informações referentes aos pedidos de bolsa não
aprovados.
Para atingir esses objetivos a pesquisa foi estruturada em
três módulos (ver FIGURA 3), os quais serão detalhados na descrição da metodologia.
ESTUDOS
PRELIMINARES
PRIMEIRO
MÓDULO
PLANEJAMENTO E
METODOLOGIA
SEGUNDO
MÓDULO
EXECUÇÃO DA
COLETA DE DADOS
TERCEIRO
MÓDULO
TRATAMENTO DAS
INFORMAÇÕES
FIGURA 3: Identificação dos módulos
Esta publicação está organizada em seis capítulos, bibliografia e anexos.
O Capítulo 1 descreve os aspectos metodológicos da pesquisa, o procedimento amostral e o universo de interesse dos 53.789
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
19
processos e detalha os módulos estruturados para a execução da
pesquisa.
O Capítulo 2 apresenta os instrumentos de avaliação utilizados – questionários e formulários respondidos pelos pesquisadores – e descreve as características básicas do sistema on-line de coleta
de dados via internet. No final do capítulo é mostrado como o pesquisador teve de proceder para acessar o sistema e registrar suas
respostas.
No Capítulo 3 são apresentadas as características principais
do perfil da demanda dirigidas à FAPESP no período de 1992 a
2002, levando-se em conta as especificidades de cada uma das 12
grandes áreas de conhecimento atendidas pela Fundação: Astronomia e Ciência Espacial; Economia e Administração; Arquitetura e Urbanismo; Geociências; Matemática; Física; Química;
Agronomia e Veterinária; Biologia; Engenharia; Saúde; e Ciências
Humanas e Sociais.
O Capítulo 4 descreve a trajetória acadêmico-profissional
dos usuários que solicitaram algum tipo de bolsa à FAPESP no
período de 1992 a 2002.
O Capítulo 5 traz algumas comparações entre os grupos de
pesquisadores que tiveram todos seus pedidos atendidos e aqueles cujas solicitações foram todas denegadas.
O Capítulo 6 apresenta o tratamento dos dados coletados por
meio de questionários respondidos até 31/10/2007 – 38,6% do total dos questionários enviados aos pesquisadores – e traz uma série
de considerações a partir de uma análise mais detalhada dos resultados.
Nas Conclusões encontram-se as principais análises elabora20
DOCUMENTOS
- 2008
das a partir da metodologia utilizada e das respostas obtidas até
31/10/2007.
Os dados complementares encontram-se nos Anexos.
A expectativa é de que os resultados apresentados abram novas possibilidades de acompanhamento de outros programas e,
ao mesmo tempo, permitam o aprofundamento de questões aqui
apontadas, mas não inteiramente examinadas por não constarem do escopo da proposta inicial do projeto de pesquisa. Esperase também que esses resultados sejam aproveitados pelas instituições paulistas de formação de recursos humanos para Ciência
e Tecnologia, particularmente no que diz respeito às condições
oferecidas aos seus estudantes e bolsistas.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
21
1 – Metodologia
1.1 População de interesse
O conjunto de participantes desta pesquisa foi selecionado entre os 53.789 processos do banco de dados da FAPESP com informações de todos os estudantes/pesquisadores que tiveram pelo
menos um processo de pedido de bolsa de iniciação científica (IC),
mestrado (M), doutorado (D) ou pós-doutorado (PD) autuado e
encerrado no período de 1992 a 2002. Trabalhou-se com um cenário de aproximadamente 59% de solicitações concedidas e cerca de 35% denegadas nessa década2.
É importante diferenciar o encerramento do processo e a etapa correspondente propriamente dita, já que o encerramento do
processo não implica que a etapa – um mestrado, por exemplo –
tenha sido finalizada: o bolsista pode ter dado continuidade à sua
formação com recursos próprios ou com bolsa concedida por outra agência financiadora.
De acordo com a denominação utilizada pela FAPESP,
incluem-se nesse conjunto os seguintes tipos de apoio:
■
BOLSA NO PAÍS - REGULAR - INICIAÇÃO CIENTÍFICA
■
BOLSA NO PAÍS - REGULAR - MESTRADO
■
BOLSA NO PAÍS - REGULAR - DOUTORADO
2 Aproximadamente 6% das solicitações ainda estavam em análise nesse período.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
23
■
BOLSA NO PAÍS - REGULAR - PÓS-DOUTORADO
■
BOLSA NO EXTERIOR - REGULAR - MESTRADO
■
BOLSA NO EXTERIOR - REGULAR - DOUTORADO
■
BOLSA NO EXTERIOR - REGULAR - PÓS-DOUTORADO
■
BOLSA NO EXTERIOR - REGULAR - PESQUISA
A modalidade de apoio Bolsa no Exterior-Pesquisa substituiu
a modalidade Pós-doutorado a partir do final da década de 80. Deveriam figurar na amostra apenas aquelas bolsas com duração de
pelo menos um ano – caracterizando um pós-doutorado no exterior –, sem considerar os estágios ou visitas de curta duração. Os
pesquisadores da amostra que solicitaram apoio da FAPESP para estágios ou visitas de curta duração foram dispensados do preenchimento de formulários e questionários relativos às bolsas no exterior.
1.2 Planejamento amostral
De acordo com os estudos preliminares realizados na fase inicial da pesquisa, a variável área de conhecimento revelou-se
importante para a diferenciação do perfil da demanda e, portanto, foi considerada na análise da trajetória dos bolsistas.
Os participantes foram eleitos a partir de seleção dos processos realizada segundo amostragem estratificada proporcional que
levou em conta a área de conhecimento constante do processo e
o ano de autuação do mesmo. O número de processos por estrato
foi determinado a partir do número total de processos de cada
um desses estratos e do percentual de respostas obtidas em pesquisas dessa natureza.
24
DOCUMENTOS
- 2008
A partir desses critérios foram selecionados 11.998 processos
de pesquisadores, conforme ilustrado nas FIGURAS 4 e 5 apresentadas a seguir. Vale lembrar que, usualmente, existem vários
processos associados a um mesmo pesquisador. Por isso, o número
de pesquisadores correspondente aos processos selecionados foi
de 11.581 – inferior ao número de processos determinados na amostra –, correspondendo a 20,7% do total de 47.097 pesquisadores
nas condições especificadas. Outro aspecto importante a ser ressaltado é que o procedimento amostral identificou um conjunto
de estudantes/pesquisadores que solicitaram alguma bolsa à
FAPESP no período de 1992 a 2002 e que também tiveram pelo
menos um processo encerrado no período. Processos abertos, por
esses pesquisadores, no ano de 2003 e até julho de 2004, quando
se constituiu o banco de dados que serviu de base para esta pesquisa, foram automaticamente incorporados à pesquisa.
1.600
Agronomia e Veterinária
Arquitetura e Urbanismo
1.400
Astronomia e Ciência Espacial
Biologia
1.200
Economia e Administração
Engenharia
Física
1.000
Geociências
Ciências Humanas e Sociais
800
Matemática
Química
600
Saúde
400
200
0
1992
1994
1996
1998
2000
2002
FIGURA 4: Gráfico do número total de solicitações, com processos encerrados,
por área, no período de 1992 a 2002
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
25
350
Agronomia e Veterinária
Arquitetura e Urbanismo
300
Astronomia e Ciência Espacial
Biologia
Economia e Administração
250
Engenharia
Física
Geociências
200
Ciências Humanas e Sociais
Matemática
150
Química
Saúde
100
50
0
1992
1994
1996
1998
2000
2002
FIGURA 5: Gráfico do número total de processos na amostra, por estrato
1.3 Seleção das amostras
O algoritmo implantado no Sistema ARPF – Módulo Bolsa
para a seleção de amostras gera amostras probabilísticas, permitindo que sejam definidas as características desejadas – denominadas “filtros” – dos elementos a serem selecionados, de acordo
com o(s) critério(s) de estratificação.
As amostras foram selecionadas aleatoriamente para cada
estrato – área de conhecimento e ano de autuação – pelo próprio
sistema ARPF – Módulo Bolsa, de acordo com os parâmetros definidos para a seleção. Para facilitar o controle de acesso ao sistema,
os pesquisadores foram agrupados segundo a área de conhecimento e participaram de rodadas específicas de avaliação.
26
DOCUMENTOS
- 2008
1.4 Constituição das rodadas de avaliação
A partir de outubro de 2004 foram realizadas 12 rodadas de
avaliação, segundo a área de conhecimento. Os pesquisadores
sem endereço eletrônico, com endereço eletrônico inválido, ou
aqueles cujas mensagens retornaram foram contatados por telefone. Para localizar os pesquisadores, foram utilizadas as informações constantes do cadastro – telefone, endereço, instituição de
realização da etapa, orientador etc. –, páginas de busca na internet, como Google, Yahoo etc., e acesso ao Currículo Lattes. Uma
vez constituída a rodada e definida sua abertura, foram enviadas
duas mensagens aos pesquisadores da amostra: a primeira informando sobre a pesquisa e convidando para a participação e a
segunda com as instruções de acesso, login e envio de senha
(Anexo II).
Os dados constantes dos arquivos do CPD apresentaram
inconsistências decorrentes de incorreções nos registros de algumas variáveis, sendo que alguns campos continham erros resultantes do preenchimento incorreto dos formulários pelos solicitantes.
A organização do conjunto de dados de interesse da pesquisa
também foi dificultada pela falta de informação relativa a um
número expressivo de variáveis – sexo, cidade da unidade de vínculo institucional e CPF do interessado, por exemplo –, cujo
preenchimento era opcional no formulário utilizado até então.
Houve também problemas na coleta de informações relacionadas ao motivo de um eventual encerramento prematuro da bolsa. Na maioria das vezes, esse dado não existia ou, quando regisPERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
27
trado, não apresentava padrão consistente. Esse problema já havia
sido detectado pelo CPD que, atendendo a solicitação da equipe
responsável por este projeto, definiu um sistema de codificação
a ser adotado em novos processos.
Na maioria dos casos problemáticos foi necessário resgatar
os processos originais e, quando possível, fazer a correção dos campos, constituindo dessa forma novo conjunto de dados. Mesmo
assim, nem todos os dados puderam ser corrigidos e foi impossível fazer a descrição precisa do total da população de candidatos no que diz respeito a algumas características importantes para
este estudo, como a idade do pesquisador no momento da solicitação.
1.5 Índice de resposta
O índice de participação3 na pesquisa atingiu 43,7% e – como era esperado – variou bastante entre as 12 áreas de conhecimento aqui consideradas. Com o trabalho de busca e de orientação dos pesquisadores selecionados na amostra, a maioria das áreas
de conhecimento contou com pelo menos 50% de participação
na pesquisa, embora quatro áreas não tenham atingido o número
3 Vários estudos sobre pesquisas realizadas pela internet (web-based surveys) consideram muito
bom um índice de retorno das respostas próximo de 50%. De acordo com diversos autores,
esse índice é bem superior ao percentual de retorno de respostas a pesquisas enviadas pelo
correio. Os autores C. Cobanoglu, B. Warde e P, J. Moreo, no trabalho “A comparison of
mail, fax and web-based survey methods”, publicado em 2001 no International Journal of Market Research, mostram índices de resposta de 44,2% comparados a índices menores da mesma pesquisa enviada pelo correio (26,3%) e por fax (17%).
28
DOCUMENTOS
- 2008
de participantes esperado. O maior índice de participação (84,4%)
ocorreu na área de Astronomia e Ciência Espacial e o menor
(32%) foi registrado na área de Saúde. Os índices de participação
de todas as áreas encontram-se na FIGURA 6.
Para obter os índices de respostas4 atingidos neste estudo foi
fundamental a busca e abordagem dos pesquisadores selecionados que não acessaram a página da pesquisa depois de um certo período de tempo após o envio das mensagens de convite para
a participação. De igual importância foi o trabalho de orientação aos respondentes que, conciliado com o de esclarecimento,
serviu de estímulo para aqueles que tinham acessado a página,
mas ainda não haviam participado efetivamente da pesquisa por
meio do preenchimento dos formulários e de respostas aos questionários.
O período de espera para o retorno das respostas não considerou o tempo despendido no esforço de localização dos pesquisadores selecionados em razão da desatualização do banco de dados disponível na FAPESP. Essa dificuldade levou a Fundação a
convocar todos os pesquisadores registrados, dando assim início
a um processo de recadastramento que culminou com o retorno
de cerca de 14 mil atualizações. (O modelo da carta enviada pela
presidência da FAPESP encontra-se no Anexo III.)
Outros fatores, como a dispersão dos respondentes pelo país
4 O índice de respostas de cada um dos instrumentos de coleta de dados utilizado pode ser
diferente do índice de participação geral na pesquisa, uma vez que o pesquisador pode não
ter respondido, necessariamente, a todos eles. Os instrumentos utilizados – formulários e
questionários – são objeto do Capítulo 2.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
29
ou exterior, a mobilidade profissional de boa parte deles e o fato
de muitos exercerem atividades fora do meio acadêmico, também
contribuíram para que o tempo gasto na localização dos pesquisadores selecionados fosse bem superior ao previsto.
84,4
Astronomia e Ciência Espacial
70,3
Economia e Administração
60,6
Arquitetura e Urbanismo
57,4
Física
57,3
Geociências
53,6
Matemática
Química
52,9
Agronomia e Veterinária
52,9
48,5
Biologia
39,0
Ciências Humanas e Sociais
33,5
Engenharia
32,0
Saúde
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 6: Gráfico dos índices de participação na pesquisa, por área
30
DOCUMENTOS
- 2008
2 – Instrumentos de coleta
de informações
2.1 Elaboração dos instrumentos
Os instrumentos de coleta de informações foram elaborados
a partir dos objetivos específicos do projeto e organizados em dois
subprojetos.
O primeiro subprojeto teve como meta estabelecer o perfil
da demanda no período – atendida ou não – a partir da caracterização dos projetos que obtiveram apoio da instituição, bem como das solicitações não atendidas, classificadas por sua natureza, área de conhecimento e escopo. Buscou-se reconstituir as
estratégias utilizadas para a obtenção de recursos, levando-se em
conta que esses fatores não dependem apenas dos demandantes
individuais, mas também da forma pela qual eles se situam nas
diferentes instituições e nos campos científicos aos quais se vinculam.
O segundo subprojeto teve como objetivo delinear a trajetória dos estudantes/pesquisadores que solicitaram alguma bolsa
à FAPESP na década de 1992 a 2002. Partiu-se do pressuposto de
que, no modelo de financiamento de ciência e tecnologia adotado
pela FAPESP, está implícita uma concepção de formação de pesquisador que considera que a sucessão de modalidades de bolsas
de estudo (iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado) usufruídas por um beneficiário hipotético é condição
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
31
necessária para a obtenção de uma qualificação científica que o
habilite para a participação em pesquisas quase ininterruptamente.
O cumprimento de todas essas etapas de formação delineia
o que poderia ser considerada uma trajetória típica – ou pelo menos
esperada – e que tem reflexo no esforço de financiamento da instituição para a formação de cientistas e pesquisadores. Neste
estudo, deve-se considerar não só a concessão de financiamento
em cada uma das etapas, mas também a visão integrada do conjunto do processo de formação como um processo social no qual
interferem diversas instituições e atores, assim como as políticas
públicas de formação de cientistas e pesquisadores.
A formação de quadros para ciência e tecnologia pode se realizar a partir de várias trajetórias e, embora a principal delas – do
ponto de vista deste projeto – seja aquela inteiramente financiada pela FAPESP, existe a possibilidade real de que o pesquisador conte com o apoio de outras fontes de financiamento, utilize
recursos próprios ou mesmo interrompa o seu processo de formação, como pode ser observado na FIGURA 7. Estabelecer
comparações entre grupos com diferentes tipos de trajetória
constituiu outro objetivo específico desta pesquisa.
A metodologia utilizada para a coleta de informações, comuns
aos dois subprojetos, possibilitou construir um sistema informatizado de coleta contínua de dados que permite a publicação
de relatórios periódicos subsidiando estudos diversos, políticas de
concessão de bolsas e outras decisões de interesse no âmbito da
FAPESP.
32
DOCUMENTOS
- 2008
OUTRA
FONTE
FAPESP
ENTRADA
INICIAÇÃO
CIENTÍFICA
INICIAÇÃO
CIENTÍFICA
ENTRADA
ATIVIDADE
PROFISSIONAL
DESISTE
ENTRADA
CONTINUA
CONTINUA
MESTRADO
MESTRADO
DESISTE
ENTRADA
ATIVIDADE
PROFISSIONAL
DESISTE
ENTRADA
CONTINUA
CONTINUA
DOUTORADO
DOUTORADO
DESISTE
ENTRADA
ATIVIDADE
PROFISSIONAL
DESISTE
ENTRADA
CONTINUA
CONTINUA
PÓSDOUTORADO
PÓSDOUTORADO
DESISTE
ENTRADA
FIGURA 7: Trajetória acadêmico-profissional dos usuários da FAPESP e de outras
agências de financiamento ou outras fontes
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
33
A trajetória acadêmico-profissional do pesquisador que fez
alguma solicitação de bolsa à FAPESP foi avaliada a partir das informações fornecidas sobre as duas fases da sua vida acadêmica
denominadas nesta pesquisa como Etapas da Formação: a graduação (iniciação científica) e a pós-graduação (mestrado, doutorado – direto ou não – e pós-doutorado).
Para obter informações sobre as etapas de formação foram
utilizados dois tipos de instrumentos, os Formulários e Questionários, descritos a seguir. Os links para acesso a todos os formulários e questionários disponíveis para preenchimento pelo respondente eram apresentados na tela inicial à qual o pesquisador
teve acesso após fornecer login e senha personalizados.
2.1.1 Formulários
Os formulários foram criados a partir de dados provenientes
tanto do processo autuado na FAPESP, por ocasião da solicitação
da bolsa, como do cadastro de pesquisadores, devidamente
ampliado para incorporar as informações não disponíveis.
As informações do processo autuado com a solicitação de bolsa foram divididas em três categorias que passaram a constituir
os formulários: os dados do pesquisador, os dados do processo e
os dados da etapa acadêmica. A vantagem da utilização dos formulários está na possibilidade de apresentá-los aos respondentes
já previamente preenchidos com os dados existentes no processo
autuado na FAPESP. Cada formulário possuía especificações próprias, como se verá a seguir:
34
DOCUMENTOS
- 2008
2.1.1.1 Formulário de pesquisador
O formulário continha dados pessoais do solicitante que
deveriam ser atualizados e/ou corrigidos. Nesse formulário também deveriam ser acrescentados dados que não constavam no
cadastro da FAPESP.
Listar Formulários e Questionários
* Para atualizar ou confirmar os dados atuais dos formulários utilize o ícone
ao lado do objeto a ser atualizado ou o link desse objeto.
* Para responder aos questionários utilize o ícone
respondido.
ao lado do questionário a ser
Dados do(a) bolsista
Nome: NOME DO PESQUISADOR
Para confirmar/alterar dados da(s) etapa(s) da formação acadêmica
com solicitação de financiamento FAPESP, bem como incluir etapa(s) da
formação realizada(s) sem recursos da FAPESP, clique aqui: Trajetória acadêmica
Etapas da Formação Acadêmica
Rodada: Agronomia e Veterinária
Etapas com Solicitação de Financiamento FAPESP
Processo: 1995xxxxx - AVALIAÇÃO DE XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
Bolsa
Data
Situação do Expiração do
Questionário Questionário
BOLSA NO PAÍS - REGULAR DOUTORADO
18/06/2007
Processo: 2000xxxxxx - INFLUÊNCIA DO
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
Bolsa
BOLSA NO PAÍS - REGULAR - PÓS
DOUTORADO
Data
Situação do
Expiração do
Questionário
Questionário
18/06/2007
QUADRO 1: Tela inicial
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
35
A tela principal da pesquisa – ilustrada no Quadro 1 – apresentava um link com acesso ao Formulário de pesquisador. No formulário, os dados foram agrupados em cinco blocos: dados do(a)
pesquisador(a), dados para localização do(a) pesquisador(a), dados acadêmicos do(a) pesquisador(a), dados referentes à aposentadoria e atividade atual (remunerada ou não). A maioria das
informações sobre o pesquisador/solicitante que não constavam
dos registros da FAPESP foi incluída nos blocos ilustrados nos anexos. O último bloco de informações desse formulário é o que permite conhecer a ocupação/posição atual daqueles que se candidataram a algum tipo de bolsa da FAPESP no período 1992-2002.
Nesses blocos foram coletadas informações sobre o tipo da atividade atual, cargo/função em instituições de ensino e pesquisa,
natureza da ocupação e ocupação principal – no caso de outro tipo
de atividade –, cidade, estado e país onde a atividade atual, remunerada ou não, é exercida.
2.1.1.2 Formulário de processo
Nesse formulário encontravam-se basicamente os dados da autuação do processo – o número do processo, a área de conhecimento,
a situação do pedido – e a fase do processo, dentre outros. Esses
dados foram reservados à FAPESP e não puderam ser alterados.
Os demais campos podiam ser corrigidos desde que apresentada
uma breve justificativa para a alteração. Os campos em branco (com
informações que não constavam no banco da dados da FAPESP)
deviam ser preenchidos sem necessidade de justificativa.
O sistema foi configurado de forma a apresentar tantos for36
DOCUMENTOS
- 2008
mulários quantos fossem os processos de solicitação de bolsa
existentes em nome do pesquisador, sendo pelo menos um deles
encerrado no período de 1992 a 2002. Cabe notar que outras formas de auxílio não estão aqui representadas. (O formulário com
os dados do processo é ilustrado no Anexo IV.)
2.1.1.3 Dados das etapas da formação acadêmica
Os dados constantes de um processo autuado na FAPESP
foram agrupados em dois formulários distintos. Uma parte deles
integra o Formulário do processo; e a outra – informações relativas à
etapa para qual a bolsa foi solicitada – está no Formulário dados da
etapa da formação acadêmica e pôde ser atualizada pelo respondente.
Foi apresentado ao pesquisador participante da pesquisa um quadro com a identificação do processo e o tipo de auxílio correspondente solicitado à FAPESP. Nesse quadro foram registradas todas
as ocorrências de solicitações feitas pelo respondente até o início desta pesquisa – sendo que em pelo menos uma delas o processo foi encerrado no período de 1992 a 2002. Cada uma dessas ocorrências
constituiu – conforme convencionado na pesquisa – uma das etapas
da formação acadêmica para a qual foi solicitado financiamento da
instituição. Os formulários correspondentes a cada uma dessas etapas podiam ser acessados a partir dos links existentes no quadro.
Solicitou-se aos respondentes que incluíssem – em formulário apropriado para esse fim – as informações referentes a qualquer outra etapa da formação acadêmica que tenha sido realizada
sem recursos da FAPESP. Cada inclusão deveria ser adicionada ao
quadro geral, constituindo dessa forma um conjunto de informaPERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
37
ções relevantes para o conhecimento da trajetória acadêmica do
pesquisador. Os dois quadros – o original, com as informações
da FAPESP, e o que contempla a(s) inclusão(ões) feita(s) pelo pesquisador – estão ilustrados a seguir – Quadros 2 e 3.
2.1.1.4 Formulário para atualização dos dados da etapa da formação
Esse formulário reuniu informações específicas da etapa da
formação acadêmica (iniciação científica, mestrado, doutorado
ou pós-doutorado) que o pesquisador pretendia realizar com a bolsa solicitada.
Etapas da Formação Acadêmica
Rodada: Agronomia e Veterinária
Etapas com Solicitação de Financiamento FAPESP
Processo: 1995xxxxx - AVALIAÇÃO DE XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
Bolsa
BOLSA NO PAÍS - REGULAR DOUTORADO
Data
Situação do Expiração do
Questionário Questionário
18/06/2007
Processo: 2000xxxxxx - INFLUÊNCIA DO XXXXXXXXXXXXXXXXXX.
Bolsa
BOLSA NO PAÍS - REGULAR - PÓS
DOUTORADO
Data
Situação do
Expiração do
Questionário
Questionário
18/06/2007
QUADRO 2: Informações dos processos existentes na FAPESP no período de 1992
a 20025
5 Estão incluídos também aqueles processos com data até julho de 2004, quando ocorreu a
migração dos dados.
38
DOCUMENTOS
- 2008
Etapas da Formação Acadêmica
Rodada: Rodada 008
Etapas com Solicitação de Financiamento FAPESP
Processo: 1995xxxxx - AVALIAÇÃO DE XXXXXXXXXX.
Bolsa
Data
Situação do Expiração do
Questionário Questionário
BOLSA NO PAÍS - REGULAR DOUTORADO
18/06/2007
Processo: 2000xxxxxx - INFLUÊNCIA DO XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
Bolsa
Data
Situação do
Expiração do
Questionário
Questionário
BOLSA NO PAÍS - REGULAR - PÓS
DOUTORADO
18/06/2007
Etapas Realizadas sem Recursos da FAPESP
Etapa Acadêmica - Agência
Financiadora
Data
Situação do
Expiração do
Questionário
Questionário
NO PAÍS - DOUTORADO - Conselho
Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
18/06/2007
NO EXTERIOR - PÓS-DOUTORADO Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico
e Tecnológico
18/06/2007
QUADRO 3: Informações dos processos existentes na FAPESP no período de 1992
a 20026 e etapas realizadas sem recursos da FAPESP
Alguns dos campos continham informações que não constavam do processo autuado na FAPESP. O formulário – um para
cada bolsa solicitada – pôde ser acessado a partir do quadro Etapas
da formação acadêmica. Os campos não reservados à FAPESP po6 Estão incluídos também aqueles processos com data até julho de 2004, quando ocorreu a
migração dos dados.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
39
diam ser corrigidos, se necessário, desde que justificadas as alterações; os campos em branco deviam ser preenchidos, sem necessidade de justificativa.
2.1.1.5 Formulário para incluir etapa da formação realizada com
recursos próprios ou de outro órgão que não a FAPESP
Esse formulário foi utilizado para inclusão de informações de
iniciação científica, mestrado, doutorado ou de pós-doutorado realizado com recursos próprios do pesquisador ou com recursos de
outro órgão que não a FAPESP.
Os campos eram exatamente os mesmos do formulário Alterar etapa da formação para permitir que as informações fossem comparadas àquelas registradas nas etapas com solicitação de auxílio
da FAPESP. Esta informação foi fundamental para delinear a trajetória percorrida pelo pesquisador.
2.2 Questionários
Cada etapa acadêmica foi associada a um questionário que
deveria ser respondido pelo pesquisador. Foram criados dois tipos
de questionário: um sobre as etapas que tiveram solicitação de bolsa da FAPESP e outro destinado às etapas incluídas pelo pesquisador, realizadas com recursos próprios ou com apoio de outro
órgão de fomento, conforme apresentado na FIGURA 8.
Os questionários foram construídos de forma a permitir a
coleta de informações diversas a partir de conjuntos específicos
de questões que abordaram:
40
DOCUMENTOS
- 2008
PROJETO
OUTRAS
FONTES
FAPESP
JULGAMENTO
ACEITO
NÃO ACEITO
DESISTÊNCIA
RECURSO
FAPESP
FINANCIADO
ACEITO
NÃO ACEITO
FIGURA 8: Esquema do processo de formação da demanda em três momentos de
decisão
2.2.1 Informações gerais: caracterização socioeducativa do respondente, informações sobre a formação pré-universitária, bem
como sobre suas origens familiares.
2.2.2 Informações sobre a etapa acadêmica: descrição da carreira
acadêmica do pesquisador, da graduação à pós-graduação, aborPERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
41
dando aspectos da iniciação científica, mestrado, doutorado ou
pós-doutorado realizado no país ou no exterior.
2.2.3 Avaliação do próprio desempenho na etapa: avaliação do
pesquisador sobre diversos aspectos que podem ter influenciado
o seu desempenho na etapa da carreira acadêmica.
2.2.4 Avaliação do programa: avaliação de diferentes aspectos do
projeto de iniciação científica ou do programa de pós-graduação
realizado nessa etapa da carreira acadêmica.
2.2.5 Avaliação da forma de apoio: avaliação do bolsista sobre a
bolsa recebida nessa etapa da carreira acadêmica.
2.2.6 Informações sobre pedidos denegados pela FAPESP, na
visão do respondente.
Os questionários completos encontram-se no Anexo V.
42
DOCUMENTOS
- 2008
3 – Perfil da demanda
Neste capítulo são analisados vários aspectos que permitiram conhecer e delinear o perfil da demanda dirigida à FAPESP
de 1992 a 2002. Buscou-se caracterizar o solicitante de bolsa a
partir de diferentes abordagens obtidas a partir de fontes de
informações distintas. A primeira abordagem se baseou nas
informações coletadas por meio de questionário com questões
gerais como raça, formação acadêmica e escolaridade dos pais.
Outras informações extraídas dos formulários preenchidos pelos participantes complementaram as características principais
do perfil estudado.
A segunda abordagem referiu-se à demanda propriamente dita, considerando-se aqui as informações da situação do pedido constante do processo existente na FAPESP e aquelas fornecidas pelo respondente sobre atividades acadêmicas realizadas sem auxílio
da FAPESP. Nesse caso o foco esteve no conjunto de pesquisadores que tiveram todos os pedidos de bolsa negados naquele
período.
3.1 Características gerais dos solicitantes
Os participantes desta pesquisa responderam a um conjunto
de questões de caráter geral que permitiram levantar as características assim descritas:
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
43
3.1.1 Nacionalidade e raça
Embora a procura de concessões de bolsas da FAPESP, em
sua maioria, seja feita por pesquisadores brasileiros, existe uma
parcela de solicitações (3,7%) – mais significativa em determinadas áreas – de estrangeiros e de brasileiros naturalizados também
vinculados, na época, a instituições de ensino e pesquisa no país.
Do total de 35 nacionalidades identificadas, a FIGURA 9, apresentada a seguir, ilustra aquelas com freqüência mínima de 2%.
20,7
Outros países
17,3
Argentina
17,3
Peru
8,7
Chile
Cuba
6,0
Uruguai
6,0
Itália
4,7
Colômbia
4,0
Portugal
3,3
Alemanha
2,7
Bolívia
2,7
Estados Unidos
2,7
França
2,0
Japão
2,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 9: País de procedência dos solicitantes estrangeiros, todas as áreas de
conhecimento
A participação de estrangeiros, no conjunto da amostra, está mais concentrada em áreas das Ciências Exatas: Astronomia e
Ciência Espacial (18,4%), Matemática (7,2%), Física (6,6%) e Engenharia (4,7%). As áreas com menor proporção de estrangeiros são
44
DOCUMENTOS
- 2008
as de Agronomia e Veterinária (1,4%), Arquitetura e Urbanismo
e Saúde, ambas com aproximadamente 2% de estrangeiros.
O percentual de pesquisadores que se consideram brancos(as)
é de 85,6%, variando de 82,1% na área de Astronomia e Ciência
Espacial a 88% na área de Biologia – FIGURA 10.
Indígena ou de origem indígena
Negro(a)
0,7
1,1
Amarelo(a) (de origem oriental)
Pardo(a) / mulato(a)
5,7
6,9
85,6
Branco(a)
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 10: Raça do respondente, todas as áreas de conhecimento
3.1.2 Características do ensino médio
As FIGURAS 11 a 13 ilustram as características do ensino médio cursado pelos respondentes. A maioria (77,5%) concluiu o
ensino médio comum ou de educação geral (colegial, científico
etc.) no ensino regular – com percentuais variando de 68,7% na
área de Matemática a 87,4% na de Saúde. Predominam também
os que freqüentaram o ensino médio no período diurno (78,4%),
sendo o menor percentual na área de Geociências (66,1%) e o
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
45
maior, de 86,1%, na área de Saúde. A maioria dos respondentes
das áreas de Astronomia e Ciência Espacial (51,9%), Economia e
Administração (54,7%), Arquitetura e Urbanismo (57,8%) e Saúde
(52,5%) cursou o ensino médio em escola privada. No caso de Ciências Humanas e Sociais e de Engenharia, as proporções de escola
pública e particular ficaram próximas a 41%; na área de Biologia
o percentual foi 49,1%; e na de Agronomia e Veterinária foi de
43,4%. Diferentemente, freqüentaram escola pública a maioria dos
pesquisadores da área de Química (56,8%), 43,5% dos da área de
Geociências, 46% dos da Matemática e 44,5% respondentes da área
de Física.
77,5
Comum
17,3
Técnico
Magistério
2,6
Outros
2,0
Supletivo
0,6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 11: Tipo de curso freqüentado no ensino médio, todas as áreas
de conhecimento
46
DOCUMENTOS
- 2008
78,4
Todo diurno
7,9
Todo noturno
9,3
Maior parte diurno
2,8
Maior parte noturno
1,6
Metade diurno/noturno
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 12: Período que freqüentou o ensino médio, todas as áreas
de conhecimento
43,2
Todo em escola privada
39,5
Todo em escola pública
Maior parte em pública
Maior parte em privada
Metade pública/privada
0%
8,8
6,1
2,5
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 13: Tipo de escola freqüentada no ensino médio, todas as áreas
de conhecimento
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
47
3.1.3 Características do curso de graduação
A grande maioria dos participantes da pesquisa (64,6%) concluiu o curso de graduação em instituição estadual. Na área de
Astronomia e Ciência Espacial, o maior percentual corresponde
aos que freqüentaram instituição federal, conforme se verifica no
gráfico da FIGURA 14.
20,4
37,0
45,6
17,9
67,0
15,1
18,1
65,1
16,9
7,0
67,8
25,2
6,6
64,1
28,3
6,5
72,0
22,0
6,4
66,9
26,3
15,0
65,5
18,3
17,4
63,0
18,9
14,1
57,8
26,0
19,1
62,6
17,0
18,3
68,2
12,9
Astronomia e Ciência Espacial
Estadual
Municipal
Economia e Administração
Arquitetura e Urbanismo
Geociências
Matemática
Física
Química
Agronomia e Veterinária
Biologia
Engenharia
Saúde
Ciências Humanas e Sociais
0%
20%
40%
60%
80%
Federal
Privada
100%
FIGURA 14: Categoria administrativa do curso de graduação do respondente,
por área de conhecimento
Em geral, os pesquisadores de quase todas as áreas fizeram
a graduação em período integral, salvo algumas exceções nas
áreas de Economia e Administração – em que o maior percentual foi de 38,7%, correspondendo ao período matutino – e de Ciências Humanas e Sociais, com alto percentual de ocorrências do
período noturno (26,7%) e matutino (21,6%) – FIGURA 15.
48
DOCUMENTOS
- 2008
31,5
53,7
13,0
Integral
Astronomia e Ciência Espacial
38,7
35,8
21,7
Economia e Administração
Arquitetura e Urbanismo
Geociências
Matemática
Física
Química
Agronomia e Veterinária
Biologia
Engenharia
Saúde
Ciências Humanas e Sociais
15,7
10,4
74,7
11,6
14,3
2,6
77,4
9,6
9,6
70,3
14,3
80,8
13,0
3,6 5,1
90,1
7,8
12,0
78,9
7,8
11,7
78,1
8,0
7,5
82,2
21,6
0%
Vespertino
Matutino
73,5
9,6
Noturno
16,6
20%
35,1
26,7
40%
60%
80%
100%
FIGURA 15: Período em que o respondente cursou a graduação, por área
de conhecimento
3.1.4 Escolaridade dos pais
O último aspecto geral relativo à escolaridade dos pais quando
do ingresso do respondente no curso de graduação foi a característica que apresentou maior diversidade de respostas entre os respondentes das diferentes áreas de conhecimento.
Na determinação da escolaridade do pai ou da mãe foram definidas as seguintes categorias: nenhuma escolaridade; ensino fundamental incompleto (E. F. inc.); ensino fundamental completo
(E. F. comp.); ensino médio incompleto (E. M. incomp.); ensino
médio completo (E. M. comp.); ensino superior incompleto (Sup.
inc.); ensino superior completo (Sup. comp.); pós-graduação lato sensu (PG lato s.) e pós-graduação stricto sensu (PG stricto s.).
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
49
Em todas as áreas, a escolaridade do pai foi sempre superior
à da mãe. Apenas em três áreas – Geociências, Física e Química
– o ensino fundamental incompleto foi mais freqüente tanto para
o pai quanto para a mãe. Nas áreas de Arquitetura e Urbanismo,
Matemática, Agronomia e Veterinária e Biologia, o percentual mais
alto nos dois casos correspondeu ao curso superior completo.
Nas demais áreas, grande parte dos pesquisadores declarou
que – quando do seu ingresso na graduação – a escolaridade do
pai era o ensino superior completo, enquanto a mãe possuía, no
máximo, o ensino médio completo. Essa foi a resposta mais freqüente nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial, Economia e
Administração, Agronomia e Veterinária, Engenharia, Saúde e
Ciências Humanas e Sociais. A área de Química apresentou o
9,3 5,6
18,5
24,1
20,4
5,6 11,1
Astronomia e Ciência Espacial
9,4
22,6
18,9
8,5
7,5
26,4
Economia e Administração
8,4 4,8
Arquitetura e Urbanismo
8,4
18,1
4,8 10,8
39,8
Nenhuma
E. F. inc.
E. F. comp.
E. M. inc.
E. M. comp.
26,1
Geociências
17,2
Matemática
11,3 4,3
8,6 9,1
17,9
Biologia
8,3 4,7
19,8
Engenharia
15,9
12,6 7,5 4,1
Saúde
0%
6,0
19,6
20,4
20%
40%
20,9
6,8
5,1
60%
6,0
Sup. comp.
PG lato s.
PG
18,4
32,5
3 5,1
30,6
3,7 7,4
21,9
4,7
37,4
3,9
Sup. inc.
3 7,1
31,3
18,8
26,4
4,3
24,3
14,8 4,4
7,4
5,7
11,0 3,7 15,2
24,2
Ciências Humanas e Sociais
3,0
10,9 4,3 14,5 5,6
22,3
Agronomia e Veterinária
3,5
15,0 4,1
32,7
Química
18,7
15,9
26,9
Física
21,7
6,7 6,4
30,9
80%
3,4 6,5
100%
FIGURA 16: Escolaridade do pai quando o respondente ingressou na graduação,
por área de conhecimento
50
DOCUMENTOS
- 2008
menor percentual de pais com curso superior (18,4%). A área de
Arquitetura e Urbanismo destacou-se por apresentar o maior
percentual de pais com formação superior (39,8%) com pós-graduação stricto sensu (10,8%).
No que se refere à escolaridade da mãe, predominou o ensino
médio incompleto nas áreas de Química e Física. De um modo geral, observou-se proporções bem inferiores de mães com curso superior em comparação com o pai. Na área de Química, por exemplo,
esta proporção foi de apenas 12%, chegando ao máximo de 36,1%
na área de Arquitetura e Urbanismo. As FIGURAS 16 e 17 destacam
os três níveis mais freqüentes de escolaridade dos pais e das mães.
Conclui-se que os pesquisadores que procuraram a FAPESP
para obter bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado ou
27,8
13,0 3,7
3,7
22,2
20,4
3,7 3,7
Astronomia e Ciência Espacial
19,8
15,0 4,7
30,2
17,9
4,7
3,8
Economia e Administração
6,0 6,0
Arquitetura e Urbanismo
27,7
8,4
4,8 7,2
36,1
Nenhuma
E. F. inc.
E. F. comp.
E. M. inc.
E. M. comp.
26,1
Geociências
14,8
15,7
Matemática
15,7
5,6
19,0
Agronomia e Veterinária
16,9
Biologia
11,9 3
14,7
Saúde
15,9
13,7 4,6
24,2
Ciências Humanas e Sociais
0%
4,5
2,7
27,1
5,7
40%
3,3
PG stricto s.
3,0 12,0
27,9
21,9
4,7
5,4
22,2
17,6
Sup. comp.
PG lato s.
27,2
3,9
26,4
26,5
12,6 4,5
20%
23,3
5,8
Sup. inc.
5,1
27,8
21,4
26,9
13,7 4,4
19,8
Engenharia
6,0
18,3
4,3
18,8 6,4
32,3
Química
25,2
22,2
18,7
24,7
Física
5,2
6,5
60%
25,5
22,8
80%
5,9
3,7
100%
FIGURA 17: Escolaridade da mãe quando o respondente ingressou na graduação,
por área de conhecimento
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
51
pós-doutorado no período de 1992 a 2002, de um modo geral,
tinham perfil bastante marcante: predominavam os brancos, os
que concluíram o ensino médio comum ou de educação geral (colegial, científico etc.) no ensino regular, em escolas privadas no
período diurno e os que concluíram a graduação em instituições
públicas, em período integral. Em geral, a escolaridade dos pais
é superior à das mães, sendo que em ambos os casos a maioria
possuía no mínimo o ensino médio completo.
Os gráficos correspondentes ao percentual de respostas a cada uma das categorias das questões que definem este perfil encontram-se no Anexo VI, discriminados por área de conhecimento.
3.2 Tipificação da demanda dirigida à FAPESP
Na caracterização do perfil da demanda dirigida à FAPESP
foram considerados os pesquisadores que solicitaram algum tipo
de bolsa à FAPESP para realizar iniciação científica, mestrado, doutorado ou pós-doutorado no período de 1992 a 2002. Para cada
área de conhecimento contabilizou-se o número de solicitações
no período, atendidas ou não, as diferentes etapas efetivamente
realizadas7 e as respectivas fontes de fomento. Nessa última abordagem é preciso levar em conta que nem todos os participantes
da pesquisa informaram as etapas realizadas sem apoio da FAPESP,
e que nem todas as etapas informadas correspondem, necessariamente, àquelas não financiadas pela FAPESP.
7 Entendeu-se por etapa efetivamente realizada aquelas que foram contempladas e iniciadas com bolsa da FAPESP e aquelas informadas pelo respondente.
52
DOCUMENTOS
- 2008
Alguns perfis diferenciados puderam ser estabelecidos:
■
A demanda mais freqüente por bolsas da FAPESP é formada por pesquisadores das áreas de Agronomia e Veterinária, Geociências, Matemática, Saúde e Ciências Humanas e Sociais. A maioria das solicitações está concentrada
nas bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado
– com proporção pouco maior para mestrado – e há um
certo equilíbrio entre solicitações de bolsas de iniciação
científica e doutorado. Nesse grupo, o percentual de pedidos para pós-doutorado é bem inferior àqueles feitos para
bolsas de iniciação científica ou de doutorado.
■
No grupo formado por pesquisadores das áreas de Biologia e Engenharia, há concentração equilibrada de pedidos de bolsas de mestrado e doutorado. Já as bolsas de
iniciação científica e de pós-doutorado são menos procuradas.
■
As áreas de Física, Astronomia e Ciência Espacial e Química constituem um terceiro grupo diferente dos demais
por apresentarem uma demanda crescente e com menores proporções de pedidos de bolsas de iniciação científica, seguindo-se os pedidos para mestrado, doutorado e
pós-doutorado, nesta ordem. Na área de Química, entretanto, observa-se procura crescente por bolsas de iniciação científica até doutorado e queda na procura por pósdoutorado.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
53
■
Arquitetura e Urbanismo e Economia e Administração
apresentam demanda oposta daquela descrita para as
áreas de Física e Astronomia e Ciência Espacial, com a
seguinte ressalva: na primeira, dentre as solicitações efetuadas no período analisado, os percentuais mais altos
foram para iniciação científica, decrescendo para mestrado,
doutorado e pós-doutorado, nesta ordem. Já na área de
Economia e Administração, há maior equilíbrio entre os
pedidos para iniciação científica e mestrado. Essa constatação permite supor que sejam áreas nas quais as oportunidades profissionais se encontram mais freqüentemente fora da academia.
A análise de cada uma das áreas é feita a seguir.
3.2.1 Astronomia e Ciência Espacial
Dentre os pesquisadores da área de Astronomia e Ciência Espacial que solicitaram algum tipo de bolsa para a FAPESP no período
de 1992 a 2002, cerca de 40% pediram apoio para pós-doutorado;
22,4% para doutorado; e 19,4% e 18,4% para mestrado e iniciação científica, respectivamente. A grande maioria dessas solicitações foi atendida, tendo sido denegados 31,6% dos pedidos para
mestrado e 20,5% dos pedidos para pós-doutorado – ver FIGURAS 18 e 19.
Considerando-se apenas as etapas efetivamente realizadas, verifica-se que, com exceção do mestrado – com mais da metade
(51,8%) financiada por outra fonte de fomento –, nas demais eta54
DOCUMENTOS
- 2008
40%
39,8
30%
22,4
20%
18,4
19,4
10%
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 18: Proporção de solicitações por tipo de bolsa – Astronomia e Ciência
Espacial (1992-2002)
40%
79,5
Concedido
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
Denegado
30%
95,5
20%
100
68,4
10%
20,5
31,6
4,5
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 19: Situação do pedido por tipo de bolsa – Astronomia e Ciência Espacial
(1992-2002)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
55
40%
30,8
30%
26,3
22,6
20%
20,3
10%
0%
Iniciação
científica
Doutorado
Mestrado
Pós-doutorado
FIGURA 20: Proporção de etapas realizadas – Astronomia e Ciência Espacial
40%
FAPESP
Outra
75,6
Proporção de etapas
realizadas
30%
60,0
60,0
48,1
20%
10%
40,0
51,8
40,0
24,4
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 21: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Astronomia e Ciência Espacial
56
DOCUMENTOS
- 2008
pas, mais da metade foi realizada com apoio da FAPESP, percentual que chegou a 75,6% no caso do pós-doutorado. Destaca-se
o fato de que, ainda que as bolsas para iniciação científica solicitadas, em geral, tenham sido outorgadas pela FAPESP, 40% daquelas efetivamente realizadas tiveram apoio de outras fontes – ver
FIGURAS 20 e 21.
3.2.2 Economia e Administração
Na área de Economia e Administração, a maior demanda foi
por mestrado e iniciação científica, com 38,5% e 36% das solicitações no período, respectivamente. Cerca de 20% dos pedidos
foram para doutorado. Bem menos procuradas foram as bolsas
para o pós-doutorado com apenas 6,2% das solicitações, das quais
90% foram atendidas. Foram concedidas 79,3% das bolsas de iniciação científica e 48,4% das de doutorado, mas pouco mais da
metade (51,6%) dos pedidos de bolsas para doutorado foi denegada. Estes dados encontram-se nas FIGURAS 22 e 23 apresentadas a seguir.
No que se refere às etapas realizadas por pesquisadores das
áreas de Economia e Administração, observou-se que 67,3% corresponderam à iniciação científica (29,5%) e mestrado (37,8%).
O doutorado teve participação de 25,9% e o pós-doutorado, de
apenas 6,7%. A FAPESP financiou 80,7% das bolsas de iniciação
científica e 69,2% das de pós-doutorados realizados, sendo que
54,8% dos mestrados e 70% dos doutorados tiveram apoio de
outras agências de fomento conforme ilustrado nas FIGURAS 24
e 25.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
57
40%
38,5
36,0
30%
20%
19,2
10%
6,2
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 22: Proporção de solicitações por tipo de bolsa –
Economia e Administração (1992-2002)
40%
Concedido
53,2
Denegado
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
79,3
30%
20%
46,8
10%
48,4
51,6
20,7
90,0
10,0
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 23: Situação do pedido por tipo de bolsa – Economia e Administração
(1992-2002)
58
DOCUMENTOS
- 2008
40%
37,8
30%
29,5
25,9
20%
10%
6,7
0%
Iniciação
científica
Pós-doutorado
Doutorado
Mestrado
FIGURA 24: Proporção de etapas realizadas – Economia e Administração
40%
FAPESP
45,2
Proporção de
etapas realizadas
30%
Outra
80,7
30,0
20%
54,8
70,0
10%
69,2
19,3
30,8
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 25: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Economia e Administração
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
59
3.2.3 Arquitetura e Urbanismo
Na área de Arquitetura e Urbanismo – conforme pode ser
verificado nas FIGURAS 26 e 27 –, as bolsas menos procuradas
foram de doutorado (14,5%) e pós-doutorado, esta última com
apenas 1,2% de solicitações, metade das quais foi atendida. A
grande procura foi por bolsas de iniciação científica e mestrado
que, juntas, responderam por cerca de 84% dos pedidos. Foram
concedidas 84,6% bolsas de iniciação científica e 53,7% de mestrado. Menos da metade (32%) das solicitações para doutorado
foi atendida.
Em relação às etapas efetivamente realizadas – FIGURAS 28
e 29 –, 80,7% correspondem à iniciação científica e mestrado, na
maioria dos casos realizados com bolsa da FAPESP. Apenas 15,4%
das bolsas de iniciação científica foram financiadas por outra
fonte. Destaca-se, entretanto, a grande participação de outras
fontes de financiamento nos mestrados (47,8%) e doutorados
(74,2%). Apenas 2,2% das etapas realizadas correspondem ao
pós-doutorado e, destes, 75% contaram com apoio de outra fonte.
60
DOCUMENTOS
- 2008
50%
45,3
40%
38,9
30%
20%
14,5
10%
1,2
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 26: Proporção de solicitações por tipo de bolsa –
Arquitetura e Urbanismo (1992-2002)
50%
Concedido
Denegado
84,6
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
40%
53,7
30%
20%
46,3
32,0
10%
68,0
15,4
50,0
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
50,0
Pós-doutorado
FIGURA 27: Situação do pedido por tipo de bolsa – Arquitetura e Urbanismo
(1992-2002)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
61
50%
42,8
40%
37,9
30%
20%
17,0
10%
2,2
0%
Iniciação
científica
Doutorado
Mestrado
Pós-doutorado
FIGURA 28: Proporção de etapas realizadas – Arquitetura e Urbanismo
50%
FAPESP
Outra
40%
84,6
Proporção de
etapas realizadas
52,1
30%
20%
47,8
25,8
74,2
10%
15,4
25,0
75,0
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 29: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Arquitetura e Urbanismo
62
DOCUMENTOS
- 2008
3.2.4 Geociências
As solicitações de bolsas para iniciação científica, mestrado
e doutorado na área de Geociências foram responsáveis por cerca de 90% dos pedidos naquele período, sendo que os percentuais
correspondentes a bolsas para mestrado e para doutorado foram
semelhantes: 32% e 31,2%, respectivamente. Os pedidos de bolsa para iniciação científica tiveram um percentual de 26,7% e
apenas 10,1% das solicitações referiam-se ao pós-doutorado, das
quais 70,4% foram atendidas. Foram concedidas 78,9% das bolsas de iniciação científica, 51,8% de mestrado e 56,6% de doutorado. Estes dados encontram-se nas FIGURAS 30 e 31.
Tendo como foco as etapas realizadas, 31,5% corresponderam a mestrado, 29,2% a iniciação científica, 28,9% a doutorado
e apenas 10,4% a pós-doutorado. A maior parte das etapas foi realizada com bolsas da FAPESP, em todas as categorias, embora tenha destaque a grande contribuição de outra fonte de financiamento conforme FIGURAS 32 e 33 a seguir.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
63
40%
32,0
30%
31,2
26,7
20%
10%
10,1
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 30: Proporção de solicitações por tipo de bolsa –
Geociências (1992-2002)
40%
Concedido
Denegado
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
51,8
30%
56,6
78,9
20%
48,2
43,4
10%
70,4
21,1
29,6
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 31: Situação do pedido por tipo de bolsa – Geociências (1992-2002)
64
DOCUMENTOS
- 2008
40%
31,5
30%
29,2
28,9
20%
10%
10,4
0%
Iniciação
científica
Pós-doutorado
Doutorado
Mestrado
FIGURA 32: Proporção de etapas realizadas – Geociências
40%
FAPESP
Outra
51,8
Proporção de
etapas realizadas
30%
70,9
60,2
20%
48,2
39,7
10%
67,9
29,1
32,1
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 33: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Geociências
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
65
3.2.5 Matemática
Na área de Matemática, a maior demanda foi por bolsas de mestrado, que corresponderam a 36,6% do total, seguida das de iniciação científica (26,8%) e de doutorado (24,6%). As solicitações de
bolsas para pós-doutorado representaram apenas 12% do total de
pedidos no período, dos quais a maioria (67,3%) foi atendida. Foram
concedidos 79,7% dos pedidos de bolsas de iniciação científica,
55,3% dos de mestrado e 52,2% dos de doutorado. Os dados relativos às solicitações de bolsas à FAPESP e às etapas realizadas na
área de Matemática encontram-se nas FIGURAS 34 e 35.
Do total das etapas efetivamente realizadas, apenas 9,3% corresponderam ao pós-doutorado, sendo que 84,1% receberam
apoio da FAPESP. Com exceção do doutorado, que teve 56% das
suas realizações com apoio de outra fonte de fomento, as outras
etapas foram realizadas, na sua maioria, com financiamento da
FAPESP embora tenha havido grande participação de outra fonte
– FIGURAS 36 e 37.
66
DOCUMENTOS
- 2008
40%
36,6
30%
26,8
24,6
20%
12,0
10%
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 34: Proporção de solicitações por tipo de bolsa – Matemática (1992-2002)
40%
Concedido
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
55,3
Denegado
30%
79,7
52,2
20%
44,6
67,3
47,8
10%
20,3
32,7
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 35: Situação do pedido por tipo de bolsa – Matemática (1992-2002)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
67
40%
32,9
30%
29,3
28,5
20%
10%
9,3
0%
Iniciação
científica
Pós-doutorado
Doutorado
Mestrado
FIGURA 36: Proporção de etapas realizadas – Matemática
40%
FAPESP
Outra
60,0
Proporção de
etapas realizadas
30%
71,0
44,0
20%
56,0
40,0
10%
84,1
29,0
16,0
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 37: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Matemática
68
DOCUMENTOS
- 2008
3.2.6 Física
Na área de Física, os resultados foram semelhantes aos da área
de Astronomia e Ciência Espacial e diferentes de todas as demais
áreas. A maior demanda foi por bolsas pós-doutorado (32,3%),
seguidas por doutorado (29,4%), mestrado (20,5%) e iniciação científica (17,8%). As duas primeiras concentraram 61,7% dos pedidos. A semelhança entre as duas áreas também é observada na
concessão das bolsas: mais de 70% das solicitações foram aprovadas, percentual que chegou a 81,4% e 83,4% para iniciação
científica e pós-doutorado, respectivamente – FIGURAS 38 e 39.
Dentre as etapas reportadas como efetivamente realizadas,
28,5% corresponderam a doutorado; 29,9% a pós-doutorado;
20,2% a iniciação científica, e 21,4% a mestrado. A FAPESP apoiou
mais de 60% dos mestrados, 69% dos doutorados e 77,7% dos pósdoutorados – FIGURAS 40 e 41.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
69
40%
32,3
30%
29,4
20,5
20%
17,8
10%
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 38: Proporção de solicitações por tipo de bolsa – Física (1992-2002)
40%
Concedido
Denegado
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
83,4
30%
77,5
73,8
20%
81,4
10%
26,2
22,5
16,6
18,6
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 39: Situação do pedido por tipo de bolsa – Física (1992-2002)
70
DOCUMENTOS
- 2008
40%
30%
29,9
28,5
20%
20,2
21,4
10%
0%
Iniciação
científica
Pós-doutorado
Doutorado
Mestrado
FIGURA 40: Proporção de etapas realizadas – Física
40%
FAPESP
Outra
30%
Proporção de
etapas realizadas
69,0
20%
61,7
77,7
60,8
10%
38,3
39,2
31,0
22,3
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 41: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Física
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
71
3.2.7 Química
Dentre as solicitações de bolsas feitas no período estudado,
33,2% foram para doutorado – a maior demanda –, 25% para mestrado e 23,6% para pós-doutorado. A menor procura foi para iniciação científica, com 18,2% dos pedidos, na maior parte das
vezes (83,3%) atendidos. Destaca-se nesta área o alto percentual
de concessões de bolsas para todas as etapas, que variou de 83,8%
para doutorado a 77% para mestrado – FIGURAS 42 e 43.
Dentre as etapas efetivamente realizadas, 30,8% foram de doutorados, cerca de 24% de mestrados e de pós-doutorados e 20,7%
de iniciação científica. Com relação à fonte de fomento, apesar
do alto índice de aprovação dos pedidos de todos os tipos de bolsa, houve forte participação de outra fonte de financiamento dentre as etapas realizadas. A menor participação da FAPESP foi em
iniciação científica (57%) e a maior (75,4%) em pós-doutorados
realizados – FIGURAS 44 e 45.
72
DOCUMENTOS
- 2008
40%
33,2
30%
25,0
23,6
20%
18,2
10%
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Pós-doutorado
Doutorado
FIGURA 42: Proporção de solicitações por tipo de bolsa – Química (1992-2002)
40%
Concedido
Denegado
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
83,8
30%
77,0
80,7
20%
83,3
10%
23,0
16,2
19,3
16,7
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 43: Situação do pedido por tipo de bolsa – Química (1992-2002)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
73
40%
30,8
30%
24,5
20%
24,0
20,7
10%
0%
Iniciação
científica
Pós-doutorado
Doutorado
Mestrado
FIGURA 44: Proporção de etapas realizadas – Química
40%
FAPESP
Outra
70,2
Proporção de etapas
realizadas
30%
61,0
20%
75,4
57,0
10%
43,0
39,0
29,8
24,6
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 45: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Química
74
DOCUMENTOS
- 2008
3.2.8 Agronomia e Veterinária
As solicitações de bolsas feitas à FAPESP por pesquisadores
da área de Agronomia e Veterinária tiveram a maior concentração no mestrado (37,6%), seguida de pedidos para doutorado
(28%) e iniciação científica (27,2%). Apenas 7,2% das solicitações
foram para pós-doutorado, das quais 55,9% foram atendidas. As
concessões de bolsas para iniciação científica chegaram a 81,3%,
as de mestrado atingiram o percentual de 60,6% e as de doutorado, 54,9% – FIGURAS 46 e 47.
No que se refere às etapas efetivamente realizadas, a maioria correspondeu ao mestrado (36,9%), seguida de doutorado
(31,9%), iniciação científica (23,5%) e apenas 7,7% a pós-doutorado. A maior parte das iniciações científicas foi realizada com apoio
da FAPESP, sendo que apenas 16,6% delas contaram com outra
fonte de financiamento. A FAPESP foi também responsável por
73,5% dos mestrados, 63,3% dos doutorados e 67,3% dos pós-doutorados realizados – FIGURAS 48 e 49.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
75
40%
37,6
30%
28,0
27,2
20%
10%
7,2
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Pós-doutorado
Doutorado
FIGURA 46: Proporção de solicitações por tipo de bolsa –
Agronomia e Veterinária (1992-2002)
40%
Concedido
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
60,6
Denegado
30%
54,9
81,3
20%
39,4
45,1
10%
55,9
18,7
44,1
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 47: Situação do pedido por tipo de bolsa – Agronomia e Veterinária
(1992-2002)
76
DOCUMENTOS
- 2008
40%
36,9
31,9
30%
23,5
20%
10%
7,7
0%
Iniciação
científica
Doutorado
Mestrado
Pós-doutorado
FIGURA 48: Proporção de etapas realizadas – Agronomia e Veterinária
40%
FAPESP
73,5
63,3
30%
Proporção de
etapas realizadas
Outra
83,4
20%
36,7
10%
26,5
67,3
16,6
32,7
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 49: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Agronomia e Veterinária
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
77
3.2.9 Biologia
Na área de Biologia, 22,8% das solicitações de bolsas foram
para iniciação científica, 29,4% para mestrado e 31,5% para doutorado. Esse percentual caiu para 16,3% do total de solicitações
no caso dos pedidos de bolsas para pós-doutorado. A grande
maioria dos pedidos foi atendida, chegando a 85,5% de concessões para iniciação científica e 81,9% para pós-doutorado. As
menores proporções foram registradas no mestrado (66,3%) e no
doutorado (70,2%) – FIGURAS 50 e 51.
A FAPESP foi responsável pelo apoio a 73,9% das etapas efetivamente realizadas de iniciação científica, 63,4% de mestrados,
63% de doutorados e 68,7% de pós-doutorados – FIGURAS 52
e 53.
78
DOCUMENTOS
- 2008
40%
31,5
30%
29,4
22,8
20%
16,3
10%
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Pós-doutorado
Doutorado
FIGURA 50: Proporção de solicitações por tipo de bolsa – Biologia (1992-2002)
40%
Concedido
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
Denegado
70,2
30%
66,3
85,5
20%
81,9
10%
33,7
29,8
14,5
18,1
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 51: Situação do pedido por tipo de bolsa – Biologia (1992-2002)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
79
40%
31,4
30%
27,6
23,6
20%
17,4
10%
0%
Iniciação
científica
Doutorado
Mestrado
Pós-doutorado
FIGURA 52: Proporção de etapas realizadas – Biologia
40%
FAPESP
Outra
63,0
Proporção de
etapas realizadas
30%
63,4
73,9
20%
68,7
10%
36,6
37,0
26,1
31,3
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 53: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Biologia
80
DOCUMENTOS
- 2008
3.2.10 Engenharia
A grande maioria das solicitações de bolsas feitas à FAPESP,
na área de Engenharia, foi para mestrado (33,4%) e doutorado
(32,7%). As bolsas de iniciação científica e pós-doutorado corresponderam, respectivamente, a 18% e 15,9% das solicitações.
Foram atendidos 85,3% dos pedidos para iniciação científica,
74,8% para pós-doutorado, 64,8% para mestrado e 62% para doutorado – FIGURAS 54 e 55.
Tomando como foco as etapas efetivamente realizadas, a
participação da FAPESP foi de 84,9% dentre os pós-doutorados.
Nas demais etapas, embora com a participação expressiva de outra fonte de fomento, a FAPESP compareceu em maior proporção que estas fontes, apoiando 68,5% das atividades de iniciação
científica, 63,9% de mestrados e 60,6% dos doutorados realizados – FIGURAS 56 e 57.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
81
40%
33,4
32,7
30%
20%
18,0
15,9
10%
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Pós-doutorado
Doutorado
FIGURA 54: Proporção de solicitações por tipo de bolsa – Engenharia (1992-2002)
40%
Concedido
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
Denegado
64,8
62,0
35,2
38,0
30%
20%
85,3
74,8
10%
25,2
14,7
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 55: Situação do pedido por tipo de bolsa – Engenharia (1992-2002)
82
DOCUMENTOS
- 2008
40%
32,6
32,3
30%
20%
21,7
13,5
10%
0%
Iniciação
científica
Pós-doutorado
Doutorado
Mestrado
FIGURA 56: Proporção de etapas realizadas – Engenharia
40%
FAPESP
Outra
63,9
60,6
Proporção de etapas
realizadas
30%
20%
68,5
36,1
10%
39,4
84,9
31,5
15,1
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 57: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Engenharia
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
83
3.2.11 Saúde
Na área da Saúde, a maior procura foi por bolsas de mestrado,
que corresponderam a 33,6% das solicitações do período, seguidas
de perto pelas solicitações de bolsas de iniciação científica e doutorado, ambas com participação de cerca de 26%. A menor
demanda foi por bolsas de pós-doutorado, com 13,5% das solicitações. A proporção de pedidos atendidos variou de 66% a 81,1%
entre o mestrado e a iniciação científica – FIGURAS 58 e 59.
A FAPESP teve uma forte participação de mais de 70% nas
etapas realizadas, com exceção do doutorado. O índice de apoio
da instituição variou de 64,6% aos doutorados a 86,2% às iniciações científicas – FIGURAS 60 e 61.
84
DOCUMENTOS
- 2008
40%
33,6
30%
26,5
26,2
20%
13,6
10%
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 58: Proporção de solicitações por tipo de bolsa – Saúde (1992-2002)
40%
Concedido
Denegado
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
66,0
30%
81,1
72,4
20%
72,7
34,0
10%
27,6
18,9
27,3
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 59: Situação do pedido por tipo de bolsa – Saúde (1992-2002)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
85
40%
33,6
30%
30,0
22,8
20%
13,6
10%
0%
Iniciação
científica
Pós-doutorado
Doutorado
Mestrado
FIGURA 60: Proporção de etapas realizadas – Saúde
40%
FAPESP
Outra
73,9
Proporção de etapas
realizadas
30%
64,6
86,2
20%
74,4
10%
35,4
26,1
25,6
13,8
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 61: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Saúde
86
DOCUMENTOS
- 2008
3.2.12 Ciências Humanas e Sociais
Na área de Ciências Humanas e Sociais, a demanda foi maior
para bolsas de mestrado (38,9%), seguidas de iniciação científica
(29,5%) e doutorado com 23,4% dos pedidos. Menos procuradas
foram as bolsas para realização de pós-doutorado, que corresponderam a apenas 8,3% das solicitações. Dos pedidos efetuados, os
mais atendidos foram relativos à iniciação científica – com 77,3%
de concessões – e ao pós-doutorado, com 73,8% das bolsas concedidas. Das solicitações para mestrado e doutorado, 60,7% e
63,3%, respectivamente, foram atendidas – FIGURAS 62 e 63.
A FAPESP teve grande contribuição nas etapas de iniciação
científica – apoiando 78% delas – e de pós-doutorado – com participação em 76,5%. A presença de outra fonte de financiamento
foi maior nos mestrados (39,3%) e nos doutorados (52,1%) –
FIGURAS 64 e 65).
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
87
40%
38,9
30%
29,5
23,4
20%
10%
8,3
0%
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 62: Proporção de solicitações por tipo de bolsa –
Ciências Humanas e Sociais (1992-2002)
40%
60,7
Concedido
Proporção de solicitações
por tipo de bolsa
Denegado
30%
77,3
63,3
20%
39,3
10%
36,7
73,8
22,7
26,2
0%
Bolsa solicitada
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 63: Situação do pedido por tipo de bolsa –
Ciências Humanas e Sociais (1992-2002)
88
DOCUMENTOS
- 2008
40%
36,3
30%
28,9
27,3
20%
10%
7,5
0%
Iniciação
científica
Pós-doutorado
Doutorado
Mestrado
FIGURA 64: Proporção de etapas realizadas – Ciências Humanas e Sociais
40%
FAPESP
Outra
60,7
Proporção de etapas
realizadas
30%
47,9
78,0
20%
39,3
52,1
10%
76,5
22,0
23,5
0%
Etapa da
formação acadêmica
Iniciação
científica
Mestrado
Doutorado
Pós-doutorado
FIGURA 65: Proporção de etapas realizadas e respectivas fontes de fomento –
Ciências Humanas e Sociais
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
89
3.3 Demanda não atendida
A partir das informações fornecidas pelos pesquisadores foi
possível estabelecer alguns padrões que podem ser considerados
reveladores de perfis específicos de comportamento que dividem
as áreas em grupos distintos.
Esses padrões foram obtidos a partir do estudo do conjunto
de pesquisadores que, ao longo do período estudado, tiveram todas as solicitações de bolsa8 denegadas pela FAPESP e das informações das etapas realizadas sem o apoio da FAPESP fornecidas
pelos respondentes. Verificou-se que a proporção de solicitantes
com todos os pedidos denegados foi menor nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial (3,3%), de Física (11,2%), Química (11,9%)
e Biologia (15,9%), ficando próximo de 30% nas áreas de Economia e Administração (29,1%) e de Arquitetura e Urbanismo (30,1%).
Saúde e Engenharia tiveram cerca de 21% de candidatos sem nenhuma solicitação atendida. Esses percentuais ficaram próximos
de 25% nas áreas de Matemática e Ciências Humanas e Sociais, foram de 26,8% na de Geociências e de 24,7% na área de Agronomia e Veterinária – FIGURA 66.
Um dos fatores diretamente ligados ao impacto produzido
por esta demanda não atendida está relacionado à capacidade do
pesquisador de dar prosseguimento à vida acadêmica sem o apoio
da FAPESP. Nessa linha, buscou-se determinar a proporção dos
pesquisadores – dentre aqueles que só tiveram pedidos denega8 Considerados somente pedidos de bolsa para iniciação científica, mestrado, doutorado ou
pós-doutorado
90
DOCUMENTOS
- 2008
Astronomia e Ciência Espacial
Física
Química
Biologia
3,3
11,2
11,9
15,9
Saúde
20,5
Engenharia
20,7
Agronomia e Veterinária
24,7
Matemática
25,3
Ciências Humanas e Sociais
25,3
26,8
Geociências
29,1
Economia e Administração
30,1
Arquitetura e Urbanismo
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 66: Proporção de pesquisadores, por área, com todas as solicitações
denegadas pela FAPESP no período de 1992 a 2002
dos no período estudado – que incorporaram ou não etapas realizadas com outra fonte de financiamento. Para estimar essa proporção por área, foram consideradas as informações de etapas
incluídas pelos respondentes. A partir daí, determinou-se, para cada área, um intervalo de confiança9 para a proporção de pesquisadores que não realizaram nenhuma etapa com outra fonte de
financiamento após terem todos os pedidos denegados pela
FAPESP. Esses intervalos encontram-se na FIGURA 67, exceto para
a área de Astronomia e Ciência Espacial na qual somente dois pesquisadores da amostra tiveram todos os pedidos denegados no
período. O intervalo de confiança de menor amplitude corresponde
à área de Ciências Humanas e Sociais, para a qual se estima que
9 Intervalo de confiança de 95%
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
91
a proporção de pesquisadores que não prosseguiram sem o auxílio da FAPESP esteja entre 40,7% e 54,6%. O intervalo de maior
amplitude corresponde à área de Economia e Administração,
com limites de 27,1% e 60,5%. Os maiores limites foram obtidos
na área de Matemática com intervalo estimado de 57,5% a 79,8%
de pesquisadores que não prosseguiram sem o auxílio da FAPESP.
30,9
Biologia
50,8
27,1
Economia e Administração
60,5
37,1
Saúde
Química
31,3
Arquitetura e Urbanismo
31,5
54,3
60,8
63,9
40,7
Ciências Humanas e Sociais
Agronomia e Veterinária
54,6
40,8
Geociências
36,7
Física
37,2
Engenharia
57,3
67,5
69,9
50,3
Matemática
68,0
57,5
0%
20%
40%
60%
79,8
80%
100%
Intervalos de confiança com (1 - alpha) = 0,95
FIGURA 67: Intervalo de confiança para a proporção de pesquisadores
com todos os pedidos denegados que não prosseguiram na carreira acadêmica
sem apoio da FAPESP – por área
No Capítulo 5, este grupo de pesquisadores é comparado com
o daqueles que tiveram todos os seus pedidos concedidos no mesmo período.
Os resultados das avaliações dos pesquisadores que tiveram
alguma bolsa concedida pela FAPESP e daqueles que tiveram um
ou mais pedidos denegados estão discutidos no Capítulo 6.
92
DOCUMENTOS
- 2008
4 - Trajetória
acadêmico-profissional
O conceito de trajetória aqui adotado refere-se ao caminho
percorrido pelo cientista durante sua vida profissional. Assim
sendo, a trajetória compreende as diferentes fases de formação
de um cientista, desde a realização de cursos, obtenção de títulos, cumprimento de programas de estudos até a sua participação em atividades institucionais, ocupando cargos e funções. O
conceito, portanto, remete imediatamente à consideração de um
conjunto diversificado de variáveis intervenientes, de natureza institucional e não institucional, que acaba por definir e modelar o
sentido e a direção da vida profissional do cientista. Tais variáveis
podem estar intimamente vinculadas à vida acadêmica e institucional. A oferta de cursos em vários níveis, de bolsas de estudos
e auxílios de pesquisa à formação em países estrangeiros, bem como outras oportunidades de formação e aperfeiçoamento do
cientista, compõe esse rol de variáveis, embora as aqui citadas não
sejam as únicas possíveis. O conceito de trajetória pressupõe também a intervenção de outros fatores de natureza diversa, de natureza socioeconômica e cultural, e que têm a ver com as condições em que o cientista realizou as várias etapas de sua formação,
tais como situação familiar, recursos materiais disponíveis, formação não acadêmica e, também, seus valores.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
93
Oportunidades institucionais
No que diz respeito aos fatores de natureza acadêmica e profissional, as variáveis estão mais ligadas à oferta de oportunidades de formação e, assim sendo, têm a ver com grau de desenvolvimento do sistema institucionalizado de formação de recursos
humanos para ciência e tecnologia, tanto do ponto de vista quantitativo quanto do qualitativo.
Essas oportunidades, no caso dos pesquisadores formados no
Estado de São Paulo – como pode ser observado no texto Parque
de equipamentos de pesquisa10 –, decorreram da institucionalização da política pública de ciência e tecnologia, que foi consolidada
após a promulgação da Constituição paulista de 1989. Esse diploma
legal, por força de um conjunto de medidas do poder público estadual, estabeleceu um modelo e gerou uma nova institucionalidade no campo da atividade científica e tecnológica e de ensino
superior, conhecido como o “modelo paulista para C&T”. A configuração resultante lastreou-se num sólido conjunto de instituições públicas de ensino e pesquisa (três universidades autônomas
paulistas, duas universidades federais e institutos especializados); numa instituição autônoma de fomento, com altos padrões
de exigência, de qualidade e diversificação de linhas de atuação
(FAPESP); e, principalmente, num padrão regular e perene de financiamentos para tal conjunto de instituições. Particularmente, no
que diz respeito às três universidades públicas paulistas, os investimentos – incluindo recursos de empréstimos externos, progra10 DI GIOVANNI, Geraldo et al, São Paulo, FAPESP, 2007.
94
DOCUMENTOS
- 2008
mas de infra-estrutura da FAPESP e regularização dos fluxos
financeiros orçamentários – foram decisivos para consolidar
mudanças institucionais que incluem uma profunda reforma nas
bases técnicas do trabalho científico e administrativo que, por intermédio de processos de informatização e adoção de novos padrões
de gestão, produziram um considerável crescimento da produtividade acadêmica.
O presente estudo de trajetórias dos cientistas refere-se, portanto, ao período crucial de consolidação de tal modelo, num
momento em que, além de uma forte expansão do volume de
recursos para C&T, se abriram as chances de expansão das atividades de formação de recursos humanos, configuradas num notável crescimento do número de programas de pós-graduação, concomitante com o aumento de oferta de bolsas de estudo, seja na
FAPESP, seja em outras instituições federais de fomento.
A década de 1990, dessa forma, marcou uma etapa histórica
rica e estratégica para o estudo, tanto da demanda por financiamento quanto para o das trajetórias, uma vez que representou
uma notável ampliação da oferta de oportunidades de formação
e aperfeiçoamento.
Outro fator importante, que poderia ser classificado no campo da aprendizagem institucional, está relacionado às escolhas em
geral realizadas, ou fortemente influenciadas, por orientadoras e
orientadores, no que diz respeito às instituições financiadoras.
Como é sabido, existe uma espécie de “divisão de trabalho” no
financiamento de projetos de C&T e formação de recursos humanos no país. Essa situação se reflete de modo muito particular no
Estado de São Paulo, onde a FAPESP – a agência que oferece o
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
95
maior volume de recursos para bolsas de estudo dentre as unidades da Federação – financia cerca de 60% dos investimentos. Há,
é claro, uma parte substantiva de bolsas financiadas por outras
agências, principalmente pela Capes e pelo CNPq no Estado.
Ocorre que cada uma dessas três agências principais desenvolveu
seus próprios critérios de seletividade para os financiamentos e
a consideração desses critérios define, por parte dos cientistas, estratégias diferentes de obtenção de financiamento, particularmente
no que diz respeito às solicitações de bolsas de estudo.
Fatores não institucionais
Entretanto, a existência de fatores de natureza institucional, criadores de oportunidades de formação, e as estratégias de captação
de recursos não fornecem pistas suficientes para a explicação das
trajetórias profissionais. Fatores de ordem não institucional, tais como condições familiares (situação e formação dos pais, estado civil e número de filhos de bolsistas), níveis de renda pessoal ou familiar, gênero, raça, religião, podem também ter influência decisiva.
Além disso, há interferência das formas de microssociabilidade nos
ambientes de produção de conhecimento – nos laboratórios, nas
condições de estudo ou trabalho –, bem como na disponibilidade
individualizada de recursos. É preciso considerar ainda o peso dos
estímulos ou obstáculos de natureza variada que fazem parte do
cotidiano do estudante ou pesquisador. Assim sendo, um amplo conjunto de fatores – de natureza objetiva (como renda, por exemplo)
ou subjetiva (como relacionamento com a orientadora/orientador)
– revela forte poder de interferência nas trajetórias.
96
DOCUMENTOS
- 2008
Obviamente, uma pesquisa social não pode dar conta de todos eles. Mas é possível, sim, organizá-los em conjuntos de respostas (aqui chamadas dimensões) segundo critérios de recorrência e generalidade.
No presente estudo, dados e informações preliminares já
indicavam que o critério de diferenciação das muitas trajetórias
possíveis poderia ser o de áreas de conhecimento. Conforme se verificará durante o exame dos resultados, esse não é o único critério que poderia ser adotado. Entretanto, essa opção foi baseada
na estrutura de avaliação das solicitações de bolsas vigentes na
FAPESP. Os dados constantes dos anexos poderão fornecer aos
pesquisadores paulistas e demais interessados outras possibilidades de abordagem, como, por exemplo, as bases institucionais dos
pesquisadores, gênero, entre outras.
Há, portanto, uma hipótese subjacente ao estudo: cada área
de conhecimento tem uma interação típica entre esse conjunto
de fatores, o que permitiria definir uma trajetória padrão para cada uma delas.
4.1 Características da trajetória
O conjunto de pesquisadores/estudantes que se candidataram a uma das formas de apoio consideradas neste estudo possui algumas características semelhantes em todas as áreas e outras
inerentes à área de conhecimento na qual se insere. Algumas dessas características são detalhadas a seguir.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
97
4.1.1 Titulação acadêmica atual
No que diz respeito à mais alta titulação acadêmica atual dos
pesquisadores que se candidataram a alguma bolsa da FAPESP no
período de 1992 a 2002, mais da metade possui doutorado, incluindo-se aqui os 5% de livre-docentes. Apenas 13,2% não prosseguiram na carreira acadêmica – FIGURA 68.
50%
49,5
40%
32,3
30%
20%
13,2
10%
5,0
0%
Graduado
Mestre
Doutor
Livre-docente
FIGURA 68: Titulação acadêmica atual dos respondentes
98
DOCUMENTOS
- 2008
A área de Química reúne o maior percentual de doutores:
75,5%. Os doutores também predominam na Astronomia e Ciência Espacial (70%) – área que também detém o maior percentual
de livre-docentes (18,3%) – e nas áreas de Física (65,9%), Engenharia (60%), Saúde (59%), Biologia (58%) e Agronomia e Veterinária (50%). Em proporções menores, mas ainda superiores às
das demais categorias, estão as áreas de Geociências (47,6%),
Matemática (44,4%) e Ciências Humanas e Sociais (44,8%). Nas
áreas de Economia e Administração e de Arquitetura e Urbanismo, a maior proporção é de mestres. Esta última, aliás, detém
o menor percentual de pesquisadores titulados – 41,6% têm apenas graduação – FIGURAS 69 a 72.
41,6
Arquitetura e Urbanismo
26,2
Economia e Administração
Ciências Humanas e Sociais
14,2
Matemática
14,2
13,6
Saúde
13,1
Biologia
Agronomia e Veterinária
11,9
Astronomia e Ciência Espacial
11,7
Geociências
11,2
Engenharia
10,5
Física
Química
0%
9,1
6,7
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 69: Percentual de respondentes atualmente com título de graduação,
por área
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
99
Economia e Administração
42,1
Matemática
41,4
Geociências
41,2
Ciências Humanas e Sociais
41,0
39,8
Arquitetura e Urbanismo
37,0
Agronomia e Veterinária
Engenharia
29,5
Biologia
29,0
27,5
Saúde
25,0
Física
Astronomia e Ciência Espacial
Química
0%
18,3
17,7
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 70: Percentual de respondentes atualmente com título de mestrado,
por área
75,5
Química
70,0
Astronomia e Ciência Espacial
65,9
Física
60,0
Engenharia
58,9
Saúde
57,9
Biologia
51,1
Agronomia e Veterinária
47,6
Geociências
Ciências Humanas e Sociais
44,8
Matemática
44,4
31,7
Economia e Administração
Arquitetura e Urbanismo
0%
18,6
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 71: Percentual de respondentes atualmente com título de doutorado,
incluindo os livres-docentes, por área
100
DOCUMENTOS
- 2008
18,3
Astronomia e Ciência Espacial
9,1
Matemática
Física
7,2
Química
7,0
Saúde
6,1
Economia e Administração
5,6
Geociências
4,9
Ciências Humanas e Sociais
4,5
Biologia
4,0
Engenharia
4,0
Arquitetura e Urbanismo
1,8
Agronomia e Veterinária
1,6
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 72: Percentual de respondentes atualmente com livre-docência, por área
A amostra revelou que, na maioria das áreas, a busca por apoio
da FAPESP por homens ou por mulheres reproduz a mesma proporção em que eles se inserem na respectiva área de conhecimento:
há maior proporção de homens nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial (72,3%), Economia e Administração (60,7%), Geociências (62,8%), Matemática (67,9%), Física (78,2%), Química (56,1%)
e Engenharia (63,8%). As mulheres são maioria nas demais áreas:
Agronomia e Veterinária (56,6%), Biologia (58,2%), Arquitetura
e Urbanismo (64,5%), Ciências Humanas e Sociais (56,9%) e
Saúde (68%).
Com relação à titulação, as proporções foram analisadas, separadamente, para homens e mulheres, em cada uma das 12
áreas de conhecimento – FIGURAS 73 a 84.
Cabe destacar que, apesar da diferença existente entre a proporção de homens e mulheres nas diferentes áreas – com predoPERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
101
minância de homens em algumas áreas e de mulheres em outras –, as análises permitem afirmar que os dois grupos, em cada uma das áreas, têm o mesmo perfil acadêmico, não diferindo
estatisticamente11 no que diz respeito à titulação acadêmica –
considerada a titulação máxima como sendo o doutorado.
100%
6,2
25,0
13,6
Mestre
15,9
80%
Graduado
Doutor
Livre-docente
50,0
52,3
18,8
18,2
60%
40%
20%
0%
Mulheres
Homens
FIGURA 73: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Astronomia e
Ciência Espacial
11 Agronomia e Veterinária, p-value=0,052; Geociências, p-value=0,062 e Saúde, p-value=0,144; demais áreas p-value>0,20.
102
DOCUMENTOS
- 2008
100%
34,7
20,8
Graduado
Mestre
Doutor
80%
60%
45,5
Livre-docente
36,7
40%
27,3
24,5
20%
0%
4,1
Mulheres
6,5
Homens
FIGURA 74: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Economia e
Administração
100%
43,7
38,1
Graduado
Mestre
Doutor
80%
Livre-docente
47,6
60%
35,2
40%
20%
18,3
14,3
0%
2,8
Mulheres
Homens
FIGURA 75: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Arquitetura e
Urbanismo
103
DOCUMENTOS
- 2008
100%
9,3
12,4
Graduado
Mestre
53,7
33,7
80%
Doutor
Livre-docente
60%
47,2
40%
35,2
20%
0%
1,9
Mulheres
6,7
Homens
FIGURA 76: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Geociências
100%
13,4
14,7
46,3
38,7
Graduado
Mestre
80%
Doutor
Livre-docente
60%
34,0
40%
37,8
20%
12,7
0%
2,4
Mulheres
Homens
FIGURA 77: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Matemática
104
DOCUMENTOS
- 2008
100%
11,9
27,1
8,3
24,4
80%
Graduado
Mestre
Doutor
Livre-docente
59,0
60%
57,6
40%
20%
8,3
0%
3,4
Mulheres
Homens
FIGURA 78: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Física
100%
7,2
20,4
6,3
15,6
Graduado
Mestre
Doutor
80%
Livre-docente
67,8
68,5
60%
40%
20%
10,2
0%
3,0
Mulheres
Homens
FIGURA 79: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Química
105
DOCUMENTOS
- 2008
100%
12,4
11,2
41,0
32,0
Graduado
Mestre
80%
Doutor
Livre-docente
60%
53,9
46,0
40%
20%
0%
0,6
Mulheres
2,9
Homens
FIGURA 80: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Agronomia e
Veterinária
100%
14,2
11,6
Graduado
Mestre
30,5
26,9
80%
Doutor
Livre-docente
60%
54,6
53,5
40%
20%
0%
1,8
Mulheres
7,0
Homens
FIGURA 81: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Biologia
106
DOCUMENTOS
- 2008
100%
9,2
11,3
31,9
28,1
Mestre
80%
60%
Graduado
Doutor
Livre-docente
57,8
55,0
40%
20%
0%
1,1
Mulheres
5,6
Homens
FIGURA 82: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Engenharia
100%
14,8
11,2
Graduado
Mestre
80%
29,0
24,4
Doutor
Livre-docente
57,4
60%
50,6
40%
20%
0%
5,6
Mulheres
7,1
Homens
FIGURA 83: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Saúde
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
107
100%
14,7
13,6
43,3
37,9
Graduado
Mestre
80%
Doutor
Livre-docente
60%
41,2
39,6
40%
20%
2,4
0%
Mulheres
7,3
Homens
FIGURA 84: Titulação acadêmica de homens e mulheres na área de Ciências
Humanas e Sociais
4.1.2 Pós-doutorado
Com relação ao pós-doutorado, nota-se grande diferença entre as áreas. De um modo geral – FIGURA 85 –, observa-se predominância de pesquisadores com pós-doutorado nas áreas de
Astronomia e Ciência Espacial, Física e Química, nas quais mais
da metade dos pesquisadores declarou esta titulação. Nas áreas
de Arquitetura e Urbanismo e Economia e Administração, os
percentuais de pesquisadores com pós-doutorado são inferiores
a 10%. Biologia e Saúde comparecem, respectivamente, com
36,4% e 31% dos pesquisadores com pós-doutorado. Menos freqüentes ainda são os pós-doutorados nas áreas de Geociências,
Matemática e Engenharia, nas quais os percentuais variam de 21,7%
a 25,3%. Nas áreas de Ciências Humanas e Sociais e Agronomia
e Veterinária constatou-se que, respectivamente, 16,4% e 14,8%
dos pesquisadores têm pós-doutorado.
108
DOCUMENTOS
- 2008
59,3
Astronomia e Ciência Espacial
57,4
Física
51,0
Química
36,4
Biologia
31,0
Saúde
25,3
Engenharia
23,5
Matemática
21,7
Geociências
16,4
Ciências Humanas e Sociais
14,8
Agronomia e Veterinária
Economia e Administração
Arquitetura e Urbanismo
0%
9,5
5,4
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 85: Percentual de respondentes com pós-doutorado segundo a área
de conhecimento
A proporção de homens e de mulheres com pós-doutorado
também não difere estatisticamente12, tal como foi observado
com a titulação acadêmica. A FIGURA 86 ilustra essas proporções
para cada uma das áreas.
4.1.2.1 Local da realização do pós-doutorado
A grande maioria dos pesquisadores realizou o pós-doutorado
no Brasil. Contudo, em algumas áreas essa não é a prática mais
comum, conforme pode ser verificado na FIGURA 87. Em sete
das 12 áreas analisadas, mais da metade dos pós-doutorados foi
realizada no exterior: Economia e Administração, Matemática,
12 Engenharia, p-value=0,094; Agronomia e Veterinária, p-value=0,095; e Geociências, pvalue=0,113; demais áreas p-value>0,16
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
109
60,5
56,3
58,1
55,2
51,5
50,3
Astronomia e Ciência Espacial
Física
Química
Homens
Mulheres
39,6
34,1
34,7
29,2
27,8
Biologia
Saúde
Engenharia
21,1
24,7
21,3
25,8
Matemática
Geociências
14,8
18,3
14,9
17,7
12,6
10,4
8,2
4,8
5,7
Ciências Humanas e Sociais
Agronomia e Veterinária
Economia e Administração
Arquitetura e Urbanismo
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 86: Percentual de homens e mulheres com pós-doutorado segundo
a área de conhecimento
66,1
Engenharia
62,2
Química
59,3
Agronomia e Veterinária
59,1
Biologia
51,7
Física
48,4
Geociências
48,2
Ciências Humanas e Sociais
47,3
Saúde
44,4
Astronomia e Ciência Espacial
33,3
Arquitetura e Urbanismo
24,1
Matemática
Economia e Administração
0%
16,7
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 87: Percentual de pesquisadores com pós-doutorado realizado no Brasil
segundo a área de conhecimento
110
DOCUMENTOS
- 2008
Arquitetura e Urbanismo, Astronomia e Ciência Espacial, Saúde,
Ciências Humanas e Sociais e Geociências. Cumpre observar que
nas áreas de Economia e Administração e de Arquitetura e Urbanismo o alto percentual de pós-doutorados realizados no exterior
deve ser cotejado com o baixo número de pesquisadores da amostra com título de pós-doutorado.
Dentre os pós-doutorados realizados no exterior, na maioria
das áreas, os principais países de destino mais citados foram Estados Unidos e França, respectivamente. Nas áreas de Ciências
Humanas e Sociais e Astronomia e Ciência Espacial, esses dois
países figuram com percentuais semelhantes, ao passo que nas áreas
de Saúde, Matemática e Química a França é substituída pela Inglaterra e Canadá.
Além do Brasil, são citados mais de dez países como locais da
realização do pós-doutorado. As áreas13 com menor número de países citados foram Astronomia e Ciência Espacial e Geociências.
4.1.3 Atividade atual
Para o estudo da trajetória dos pesquisadores é fundamental
o conhecimento do tipo da atividade atualmente exercida e o local onde é desenvolvida. Na pesquisa, essa informação foi obtida
a partir do formulário do pesquisador preenchido pelo respondente.
Nesse formulário, a parte referente à atividade atual – remunerada
ou não – continha campos específicos para atividades em institui13 Desconsideradas as áreas com baixo número de pesquisadores como Economia e Administração e Arquitetura e Urbanismo.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
111
ção de ensino e/ou pesquisa, incluindo cargo ou função ou a possibilidade de discriminação da natureza, categoria e ocupação
principal da atividade atual quando esta era assim caracterizada.
4.1.3.1 Tipo da atividade atual
Os dados referentes ao tipo da atividade atual dos pesquisadores14 – que solicitaram algum tipo de bolsa à FAPESP no período
de 1992 a 2002 – encontram-se na FIGURA 88. Dentre aqueles que
exercem atualmente algum tipo de atividade, a grande maioria –
cerca de 84% – está ligada a uma instituição de ensino e/ou pesquisa no país ou no exterior. A menor proporção foi observada
Astronomia e Ciência Espacial
7,7
92,3
8,8
91,2
Instituição
de Ensino
e Pesquisa
Física
Outra ativ.
Química
Saúde
11,0
89,0
11,5
88,5
12,6
87,4
Biologia
16,0
84,0
16,4
83,6
Economia e Administração
Ciências Humanas e Sociais
17,6
Matemática
Agronomia e Veterinária
Engenharia
82,4
21,3
78,7
22,4
77,6
25,4
Geociências
74,6
39,4
Arquitetura e Urbanismo
0%
20%
40%
60,6
60%
80%
100%
FIGURA 88: Tipo da atividade atual por área de conhecimento
14 Cerca de 12% dos respondentes declararam não exercer nenhuma atividade atualmente.
112
DOCUMENTOS
- 2008
na área de Arquitetura e Urbanismo, na qual, 60,6% dos pesquisadores declararam esta condição diante de 39,4% que exercem
outro tipo de atividade. Nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial e de Física, os percentuais de pesquisadores ligados a instituições de ensino e/ou pesquisa são superiores a 90%.
4.1.3.2 Vínculo institucional
Utilizando o mesmo agrupamento feito pela FAPESP, a atividade atual dos respondentes foi classificada segundo o vínculo
institucional. Verificou-se que 70% desses vínculos correspondem a instituições públicas, incluindo-se aqui as três universidades
paulistas, dentre as quais a USP, que comparece com 26,4% – FIGURAS 89 e 90.
100%
70,1
80%
60%
40%
28,0
20%
1,9
0%
Instituições
públicas*
Instituições
privadas
* Incluindo USP, Unicamp, Unesp
Pessoas
físicas**
** Sem vínculo institucional
FIGURA 89: Vinculo institucional atual dos respondentes
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
113
27,3
Instituições Privadas
27,0
Instituições Públicas*
26,4
USP
Unesp
9,1
Unicamp
8,4
1,8
Pessoas físicas**
0%
20%
40%
* Exceto USP, Unicamp, Unesp
60%
80%
100%
** Sem vínculo institucional
FIGURA 90: Vinculo institucional dos respondentes
4.1.3.3 Onde exerce a atividade atual
A FIGURA 91 reflete claramente a contribuição da FAPESP
para a formação dos quadros para ciência e tecnologia do país. A
grande maioria dos pesquisadores financiados pela Fundação está no Estado de São Paulo. Mas verifica-se também a presença de
pesquisadores apoiados pela FAPESP em todos os demais estados do país, o que atesta que os objetivos da Fundação com esses
investimentos têm sido plenamente atingidos. A presença de 1,7%
de pesquisadores atuando no exterior também foi observada conforme discriminado na Tabela 1, na página ao lado.
A grande maioria dos pesquisadores de todas as 12 áreas
atua no Estado de São Paulo, conforme ilustram os mapas de distribuição segundo o estado em que exerce a atividade atual apresentados nas FIGURAS 92 a 103. O georreferenciamento, ilustrado
114
DOCUMENTOS
- 2008
Localização do pesquisador
Agronomia e Veterinária
Arquitetura e Urbanismo
Astronomia e Ciência Espacial
Biologia
Ciências Humanas e Sociais
Economia e Administração
Engenharia
Física
Geociências
Matemática
Química
Saúde
0
400
800
1,200
quilômetros
FIGURA 91: Localização da atividade atual — todas as áreas
nestas figuras, leva em conta apenas os pesquisadores com atividade no Brasil – situação mais comum na maioria das áreas. As
ocorrências de atividade no exterior, quando presentes, serão
referenciadas no texto.
TABELA 1: Distribuição dos respondentes segundo a localização da atividade atual
Localização da atividade atual
% de respondentes
Estado de São Paulo
79,7
Outros estados da Federação
18,6
Outros países
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
1,7
115
4.1.3.3.1 Astronomia e Ciência Espacial
Dentre os respondentes da área de Astronomia e Ciência
Espacial, 7,8% exercem, atualmente, atividade em instituição de
ensino e/ou pesquisa na Austrália, Chile, França ou Itália. Os demais encontram-se no país, distribuídos em sete estados brasileiros, sendo que 79,2% estão no Estado de São Paulo – FIGURA 92.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
ASTRONOMIA
FIGURA 92: Local da atividade atual – Astronomia e Ciência Espacial
116
DOCUMENTOS
- 2008
4.1.3.3.2 Economia e Administração
Na área de Economia e Administração, 1,8% dos respondentes encontra-se, atualmente, em instituição de ensino e/ou pesquisa na Argentina ou nos Estados Unidos. Os demais atuam no
Brasil, em nove estados da Federação, conforme distribuição ilustrada na FIGURA 93, apresentada a seguir. Nota-se a concentração de pesquisadores no Estado de São Paulo (86,6%) e o predomínio de pesquisadores do sexo masculino, principalmente em
outros estados.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
FIGURA 93: Local da atividade atual – Economia e Administração
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
117
4.1.3.3.3 Arquitetura e Urbanismo
Os respondentes da área de Arquitetura e Urbanismo exercem suas atividades no país e estão distribuídos em 11 estados brasileiros, com grande concentração no Estado de São Paulo (83,3%).
Nota-se nos demais estados a presença majoritária de mulheres,
conforme ilustrado na FIGURA 94.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
ARQUITETURA E URBANISMO
FIGURA 94: Local da atividade atual – Arquitetura e Urbanismo
118
DOCUMENTOS
- 2008
4.1.3.3.4 Geociências
Na área de Geociências, 2,2% dos pesquisadores realizam
programas de pós-graduação nos Estados Unidos, Itália ou Canadá.
Os demais exercem suas atividades no país, distribuídos por estados, concentrados, principalmente, no Estado de São Paulo (77,0%)
– FIGURA 95.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
GEOCIÊNCIAS
FIGURA 95: Local da atividade atual – Geociências
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
119
4.1.3.3.5 Matemática
Na área de Matemática, a grande maioria dos pesquisadores
que participaram da pesquisa está ligada a alguma instituição de
ensino e/ou pesquisa no país. Distribuem-se por 16 estados da Federação, majoritariamente no Estado de São Paulo (83,0%), conforme ilustrado no mapa da FIGURA 96. Apenas 1% dos pesquisadores encontra-se em programa de estudo ou como pesquisador
nos Estados Unidos ou na Inglaterra.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
MATEMÁTICA
FIGURA 96: Local da atividade atual – Matemática
120
DOCUMENTOS
- 2008
4.1.3.3.6 Física
Na área de Física observou-se que 1,2% daqueles que responderam à pesquisa exerce alguma atividade ligada a instituições de
ensino e/ou pesquisa na Irlanda, Estados Unidos ou Suíça. A
grande maioria atua no Estado de São Paulo (79,7%) e, em menor
proporção, em outros 15 estados do país – FIGURA 97.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
FÍSICA
FIGURA 97: Local da atividade atual – Física
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
121
4.1.3.3.7 Química
Os respondentes da área de Química, na sua grande maioria, mantêm suas atividades no país, concentrando-se, especialmente, no Estado de São Paulo (79,6%), conforme ilustrado na
FIGURA 98. Apenas 1,2% encontra-se, atualmente, realizando atividades ligadas ao ensino e/ou pesquisa nos Estados Unidos ou
na França.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
QUÍMICA
FIGURA 98: Local da atividade atual – Química
122
DOCUMENTOS
- 2008
4.1.3.3.8 Agronomia e Veterinária
Entre os participantes da área de Agronomia e Veterinária cerca de 3,5% exercem atividades ligadas a ensino e/ou pesquisa no
exterior, mais especificamente nos Estados Unidos, Itália, Portugal, Espanha, Nova Zelândia ou Japão. O restante atua principalmente no Estado de São Paulo (72,4%). Os demais estão distribuídos em 24 estados marcando presença em quase todo o
território nacional – FIGURA 99.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
AGRONOMIA E VETERINÁRIA
FIGURA 99: Local da atividade atual – Agronomia e Veterinária
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
123
4.1.3.3.9 Biologia
A área de Biologia tem, atualmente, pesquisadores atuando
em 21 estados brasileiros com concentração no Estado de São Paulo
(82,6%) – FIGURA 100. Dentre as 12 áreas consideradas neste
estudo, Biologia é a área que apresenta o segundo maior percentual de pesquisadores atuando fora do Brasil: 3,8% estudam ou
exercem atividades relacionadas a ensino e pesquisa nos Estados
Unidos, Austrália, França, Alemanha, Bélgica, Uruguai, Holanda,
Canadá, Coréia do Sul ou Escócia.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
BIOLOGIA
FIGURA 100: Local da atividade atual – Biologia
124
DOCUMENTOS
- 2008
4.1.3.3.10 Engenharia
Dentre os respondentes da área de Engenharia, a grande
maioria mantém suas atividades no país, distribuídos entre 21 estados da União, com grande concentração no Estado de São Paulo
(82,1%), conforme ilustrado na FIGURA 101. Apenas 1,1% dos
pesquisadores encontra-se atuando em ensino e pesquisa no exterior: Alemanha, Canadá, França, México ou Peru.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
ENGENHARIA
FIGURA 101: Local da atividade atual – Engenharia
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
125
4.1.3.3.11 Saúde
Os pesquisadores da área de Saúde participantes da pesquisa
atuam, majoritariamente, em 24 estados do território nacional,
estando a grande maioria concentrada no Estado de São Paulo
(84,8%) – FIGURA 102. Pouco mais de 3% dos respondentes
encontram-se nos Estados Unidos, Canadá, França, Japão, Panamá,
Alemanha, Inglaterra ou Portugal, em estudo ou em atividades
relacionadas a ensino e pesquisa.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
SAÚDE
FIGURA 102: Local da atividade atual – Saúde
126
DOCUMENTOS
- 2008
4.1.3.3.12 Ciências Humanas e Sociais
Na área de Ciências Humanas e Sociais, apenas 1,4% dos respondentes encontra-se exercendo atividades de ensino e pesquisa
nos Estados Unidos, Chile, Espanha, México, Portugal, França,
Finlândia ou Coréia de Sul. Os demais estão distribuídos em todo o território nacional, exceto nos estados de Sergipe e Rondônia. A maioria, 81,5%, deles encontra-se no Estado de São Paulo
– FIGURA 103.
Localização do pesquisador
MULHERES
HOMENS
0
400
800
1,200
quilômetros
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
FIGURA 103: Local da atividade atual – Ciências Humanas e Sociais
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
127
4.2. Etapas acadêmicas da trajetória
No estudo da trajetória acadêmico-profissional vários recortes são passíveis de análise. Uma dessas leituras considera duas
situações típicas: a que busca delinear a trajetória realizada pelo
pesquisador apenas com bolsas concedidas pela FAPESP e a que
incorpora as realizações com outras formas de apoio.
Para delinear a trajetória especificamente acadêmica dos pesquisadores, foram consideradas, seqüencialmente e em ordem cronológica, todas as etapas correspondentes a iniciação científica,
mestrado, doutorado ou pós-doutorado, realizadas por eles com
bolsa da FAPESP ou com o auxílio de outra fonte de financiamento.
Utilizando-se os procedimentos descritos, foram obtidas informações sobre as trajetórias acadêmicas de 4.294 pesquisadores
que buscaram apoio da FAPESP no período de 1992 a 2002. Desse
total, aproximadamente 54% das trajetórias consistem de etapas
isoladas ou de seqüência de etapas realizadas exclusivamente com
bolsa da FAPESP. Outros 14% têm trajetórias compostas apenas
de etapas realizadas com outra fonte – correspondendo aos pesquisadores não contemplados com bolsa da FAPESP. No caso dos
demais, a trajetória acadêmica é constituída de combinações de
etapas com financiamento da FAPESP e de outras formas de apoio.
As dez trajetórias observadas com maior freqüência dentre
os respondentes – podendo ser tomadas como trajetórias típicas
desse conjunto de pesquisadores – são descritas a seguir:
1. 3,7% dos respondentes realizaram a seqüência de três etapas, começando com iniciação científica (IC), seguida de
128
DOCUMENTOS
- 2008
mestrado (M) e de doutorado (D), todas com bolsa da
FAPESP:
IC(FAPESP) Mpaís(FAPESP) Dpaís(FAPESP).
2. 6,7% do total de trajetórias observadas consiste da realização da seqüência mestrado, seguido de doutorado,
ambos no país e com bolsa da FAPESP:
Mpaís(FAPESP) Dpaís(FAPESP).
3. 4,3% do total das trajetórias observadas corresponde à
realização da seqüência iniciação científica, seguida de
mestrado no país, ambas com bolsa da FAPESP:
IC(FAPESP) Mpaís(FAPESP).
4. 10,9% dos pesquisadores realizaram apenas a iniciação
científica com bolsa da FAPESP:
IC (FAPESP).
5. 8,5% realizaram apenas mestrado no país com bolsa da
FAPESP:
Mpaís(FAPESP).
6. 6% realizaram apenas doutorado no país com bolsa da
FAPESP :
Dpaís(FAPESP).
7. 5,2% de bolsistas respondentes realizaram apenas pósdoutorado com bolsa da FAPESP (2,6% no país e 2,6%
no exterior):
PDpaís(FAPESP) ou PDext(FAPESP).
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
129
8. 3,7% das trajetórias observadas correspondem à seqüência das etapas mestrado e doutorado, sendo a primeira
com bolsa da FAPESP e a segunda com outra fonte de
fomento:
Mpaís(FAPESP) Dpaís(outra).
9. 3,4% correspondem à realização da seqüência de iniciação científica com bolsa da FAPESP, seguida de mestrado no país com apoio de outra fonte de fomento:
IC(FAPESP) Mpaís(outra).
10. 3% dos respondentes informaram ter realizado apenas
o mestrado no país com apoio de outra fonte de fomento:
Mpaís(outra)
A seqüência doutorado e pós-doutorado, ambos no país e com
bolsa da FAPESP, foi a trajetória de 2,1% dos pesquisadores.
Em proporção menor, observou-se que 1,4% dos pesquisadores realizou mestrado, doutorado e pós-doutorado, também no país e com bolsa da FAPESP. A seqüência completa
das quatro etapas, começando com iniciação científica até o
pós-doutorado, foi realizada por apenas 0,6% dos bolsistas respondentes.
Outras trajetórias combinam etapas realizadas com bolsa da
FAPESP e outras formas de apoio. Na Tabela 2, apresentada
a seguir, estão ilustradas as trajetórias com freqüência igual
ou maior a 1% do total observado. Essas e outras trajetórias
130
DOCUMENTOS
- 2008
TABELA 2: Trajetórias com freqüência igual ou superior a 1%
Descrição da trajetória
acadêmica
Notação
% de
respondentes
Apenas iniciação científica
com bolsa da FAPESP.
IC(FAPESP)
10,9%
Apenas mestrado no país,
com bolsa da FAPESP.
Mpaís(FAPESP)
8,5%
Mestrado seguido de
doutorado, ambos no país
e com bolsa da FAPESP.
Mpaís(FAPESP)==>
Dpaís(FAPESP)
6,6%
Apenas doutorado no país,
com bolsa da FAPESP.
Dpaís(FAPESP)
6,0%
Iniciação científica seguida de
mestrado no país, ambos com bolsa
da FAPESP.
IC(FAPESP)==>
Mpaís(FAPESP)
4,3%
Seqüência de etapas começando
com iniciação científica, seguida
de mestrado e de doutorado,
todas com bolsa da FAPESP.
IC(FAPESP)==>
Mpaís(FAPESP)==>
Dpaís(FAPESP)
3,7%
Seqüência das etapas mestrado, com
bolsa da FAPESP, e doutorado com
Mpaís(FAPESP)==>
outra fonte de fomento, ambos no país. Dpaís(outra)
3,7%
Iniciação científica, com bolsa da
FAPESP, seguida de mestrado no
país com outra fonte de fomento.
IC(FAPESP)==>
Mpaís(outra)
3,4%
Apenas mestrado no país,
com recursos próprios ou de
outra agência de fomento.
Mpaís(outra)
3%
Apenas pós-doutorado no exterior,
com bolsa da FAPESP.
PDext(FAPESP)
2,6%
Apenas pós-doutorado no
país, com bolsa da FAPESP.
PDpaís(FAPESP)
2,6%
Apenas doutorado no país
com recursos próprios ou de
outra agência de fomento.
Dpaís(outra)
2,6%
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
131
TABELA 2: Trajetórias com freqüência igual ou superior a 1% (cont.)
Descrição da trajetória
acadêmica
Notação
% de
respondentes
Mestrado seguido de doutorado, ambos
no país, com recursos próprios ou
Mpaís(outra)==>
de outra agência de fomento.
Dpaís(outra)
2,4%
Doutorado seguido de
pós-doutorado, ambos no
país e com bolsa da FAPESP.
Dpaís(FAPESP)==>
PDpaís(FAPESP)
2,1%
Iniciação científica e doutorado,
com bolsa da FAPESP.
IC(FAPESP)==>
Dpaís(FAPESP)
1,5%
Seqüência de etapas começando
com iniciação científica, com bolsa
da FAPESP, seguida de mestrado e
de doutorado com recursos próprios
ou de outra fonte de fomento.
IC(FAPESP)==>
Mpaís(outra)==>
Dpaís(outra)
1,5%
Seqüência de três etapas
começando com mestrado, seguido
de doutorado e de pós-doutorado,
todas com bolsa da FAPESP.
Mpaís(FAPESP)==>
Dpaís(FAPESP)==>
PDpaís(FAPESP)
1,4%
Seqüência de etapas começando
com iniciação científica, seguida de
mestrado, ambos com bolsa
da FAPESP, e doutorado com
recursos próprios ou de outra
fonte de fomento.
IC(FAPESP)==>
Mpaís(FAPESP)==>
Dpaís(outra)
1,4%
Mestrado com recursos próprios ou
de outra agência de fomento,
seguido de doutorado com bolsa
da FAPESP, ambos no país.
Mpaís(outra)==>
Dpaís(FAPESP)
1,2%
Iniciação científica com bolsa da
FAPESP e doutorado com recursos
IC(FAPESP)==>
próprios ou de outra fonte de fomento. Dpaís(outra)
1,1%
Seqüência de etapas começando
com iniciação científica, seguida de
mestrado e de doutorado, todas
com recursos próprios ou de outra
fonte de fomento.
1%
132
IC(outra)==>
Mpaís(outra)==>
Dpaís(outra)
DOCUMENTOS
- 2008
acadêmicas percorridas pelos respondentes se encontram
relacionadas no Anexo VII.
Dentre as trajetórias observadas, 35,1% incluem iniciação
científica; 26% delas mestrado; 14,8% doutorado; e 9,6% pós-doutorado com bolsa da FAPESP. A análise de cada um desses grupos permite verificar a trajetória construída a partir da etapa realizada com bolsa da Fundação.
4.2.1 Trajetória dos bolsistas de iniciação científica
Dentre os pesquisadores que contaram com bolsa da FAPESP
para realizar iniciação científica, cerca de 34% não deram prosseguimento à carreira acadêmica e aproximadamente 25% realizaram também o mestrado – 13,6% deles exclusivamente com bolsa da FAPESP. Chegaram até o doutorado15 55% desses bolsistas
– 11% exclusivamente com bolsa da FAPESP – e apenas 6% completaram também o pós-doutorado – FIGURA 104.
4.2.2 Trajetória dos bolsistas que tiveram a primeira bolsa da FAPESP
para mestrado16
Considerando os respondentes que iniciaram sua trajetória
acadêmica na FAPESP a partir do mestrado, no período de 1992
15 Para cerca de 5% dos respondentes consta o doutorado imediatamente após a iniciação
científica (ambos com bolsa da FAPESP); parte deles refere-se ao doutorado direto e os demais,
provavelmente, deixaram de informar mestrado realizado com outra fonte de financiamento.
16 Excluídos aqueles que tiveram bolsa para iniciação científica.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
133
Forma de apoio
34,0
Bolsa FAPESP
IC
Outra fonte de fomento
11,4
13,6
IC+M
24,0
11,0
IC+M+D
3,5 2,5
IC+M+D+PD
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
FIGURA 104: Trajetórias dos bolsistas de iniciação científica (1992-2002)
a 2002, 51% fizeram também o doutorado – 26% exclusivamente
com bolsa da FAPESP – e 13% completaram a seqüência com o
pós-doutorado – cerca de 6% exclusivamente com bolsa da FAPESP
–, e 36% ficaram apenas com o título de mestrado – FIGURA 105.
4.2.3 Trajetória dos bolsistas que tiveram a primeira bolsa da FAPESP
para doutorado17
Excluindo-se os bolsistas de iniciação científica e/ou mestrado
e considerando apenas os que receberam a bolsa para realizar o doutorado, 33%, aproximadamente, obtiveram também bolsa para o
pós-doutorado, enquanto cerca de 40% permaneceram apenas
com o doutorado. Destaca-se o conjunto de 15% dos bolsistas que
17 Excluídos aqueles que tiveram bolsa para iniciação científica e/ou mestrado.
134
DOCUMENTOS
- 2008
Forma de apoio
36,0
Bolsa FAPESP
M
Outra fonte de fomento
25,0
26,0
M+D
7,0
6,0
M+D+PD
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
FIGURA 105: Trajetória dos bolsistas que tiveram a primeira bolsa
da FAPESP de mestrado (1992-2002)
informaram ter realizado iniciação científica e/ou mestrado com
apoio de outra agência financiadora e completaram a trajetória acadêmica com o doutorado financiado pela FAPESP – FIGURA 106.
Quando se considera o conjunto de pesquisadores que atuam
na mesma área de conhecimento, observa-se que a contribuição
de cada uma das áreas para esse padrão de trajetória é diferenciada
e deve ser analisada levando-se em conta o percentual de bolsistas
em cada uma das situações. Por exemplo: na área de Astronomia
e Ciência Espacial, 26,3% dos pesquisadores tinham tido bolsa de
iniciação científica em sua trajetória acadêmica e 24,6% têm doutorado. Já na área de Arquitetura e Urbanismo, 54,9% iniciaram a
carreira com bolsa de iniciação científica, mas apenas 0,9% têm doutorado. Esses e outros dados relativos às trajetórias dos pesquisadores que participaram da pesquisa encontram-se no Anexo VIII.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
135
Forma de apoio
Bolsa FAPESP
40,0
Outra fonte de fomento
D
33,0
27,0
D+PD
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
FIGURA 106: Trajetória dos bolsistas que tiveram a primeira bolsa
da FAPESP de doutorado (1992-2002), excluídos aqueles que tiveram bolsa para
iniciação científica e/ou mestrado
4.3. Etapas acadêmicas da trajetória de pesquisadores com todas
as solicitações denegadas
Dentre os aproximadamente mil respondentes que tiveram todas as solicitações denegadas no período de 1992 a 2002, 613 informaram a trajetória acadêmica realizada por eles sem os recursos
da FAPESP. Desses, cerca de 49% fizeram etapas isoladas predominando mestrado (22,5%) e doutorado (22,4%) – sendo 18,4%
realizados no país e 4,2% no exterior. Das trajetórias compostas
de seqüência de duas ou mais etapas, a mais freqüente correspondeu a mestrado, seguido de doutorado, modalidade que totalizou
20,7% das trajetórias, conforme Tabela 3 apresentada a seguir.
136
DOCUMENTOS
- 2008
TABELA 3: Trajetórias realizadas pelos respondentes, sem bolsa da FAPESP
Descrição da trajetória
acadêmica
Notação
% de
respondentes
sem bolsa da
FAPESP
Apenas iniciação científica.
IC
4,4
Apenas mestrado no país
ou no exterior.
Mpaís ou Mext
22,5
Apenas doutorado no país
ou no exterior.
Dpaís ou Dext
22,4
Apenas pós-doutorado no país
ou no exterior.
PDpaís ou PDext
4,4
Iniciação científica seguida de
mestrado, no país ou no exterior.
IC==>Mpaís
ou IC==>Mext
4,2
Iniciação científica seguida de
doutorado no país ou no exterior.
IC==>Dpaís
ou IC==>Dext
2,0
Iniciação científica seguida de
pós-doutorado no país ou no exterior.
IC==>PDpaís
ou IC==>PDext
0,2
Mestrado seguido de doutorado
no país ou no exterior.
Mpaís==>Dpaís
ou Mpaís==>Dext
20,7
Doutorado seguido de pós-doutorado
no país ou no exterior.
Dpaís==>PDpaís
ou Dpaís==>PDext
3,1
Seqüência de etapas começando
com iniciação científica, seguida
de mestrado e do doutorado no país
ou no exterior.
IC==>Mpaís==>Dpaís
ou
IC==>Mpaís==>Dext
9,6
Mpaís==>Dpaís==>
PDpaís ou Mpaís==>
Dpaís==>PDext
ou Mpaís==>Dext==>
PDext ou Mext==>
Dext==>PDext
3,3
IC==>Dpaís==>PDext
0,6
Seqüência de três etapas
começando com mestrado,
seguido de doutorado
Seqüência de três etapas começando
com iniciação científica, seguida
de doutorado e de pós-doutorado
no país ou no exterior.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
137
TABELA 3: Trajetórias realizadas pelos respondentes, sem bolsa da FAPESP (cont.)
Descrição da trajetória
acadêmica
Notação
Seqüência de quatro etapas
começando com iniciação científica,
seguida de mestrado, de doutorado
e de pós-doutorado.
IC==>Mpaís==>
Dpaís==>PDpaís
ou IC==>Mpaís==>
Dext==>Pext
2,0
Mestrado seguido de pós-doutorado.
Mpaís==>PDpaís
0,2
Seqüência de três etapas começando
com iniciação científica, seguida de
mestrado no país e pós-doutorado.
IC==>
Mpaís ==>PDpaís
0,2
138
% de
respondentes
sem bolsa da
FAPESP
DOCUMENTOS
- 2008
5 – Comparação entre perfis da
demanda atendida e não atendida
Quando se comparam apenas os conjuntos de solicitantes que
tiveram todos os seus pedidos denegados no período de estudo
com aqueles que tiveram todos os pedidos atendidos, constatamse diferenças estatisticamente irrelevantes tanto nas características do perfil quanto nas trajetórias acadêmicas. Na FIGURA 107
estão apresentadas as proporções de respondentes em cada um
desses grupos.
100%
80%
60%
58,3
40%
20%
20,7
21,0
0%
Todas
denegadas
Concedidas
e denegadas
Todas
concedidas
FIGURA 107: Proporção de respondentes segundo situação dos pedidos no
período de 1992 a 2002
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
139
5.1 Comparação entre perfis dos grupos
No que se refere ao perfil, a comparação entre os dois grupos – solicitantes com todos os pedidos concedidos e aqueles
com todos os pedidos denegados no período em estudo – não apresenta diferenças significativas nas variáveis gênero e nacionalidade18,
o que permite concluir que a proporção de homens e mulheres
e de brasileiros e estrangeiros não difere estatisticamente nos
dois conjuntos. Quando se coteja a titulação, constata-se que a
proporção de doutores é superior no grupo que obteve todas as
bolsas solicitadas à FAPESP, como também é maior a proporção
de pesquisadores atualmente com pós-doutorado – FIGURAS
108 a 111.
100%
48,7
53,0
Sexo
Feminino
Masculino
80%
60%
51,3
47,0
40%
20%
0%
Todas concedidas
Todas denegadas
FIGURA 108: Sexo dos respondentes segundo situação do pedido de bolsa à
FAPESP. Diferença não significativa entre os dois grupos (p-value = 0,02)
18 Para alpha < 3,0%; (p-value = 0,03).
140
DOCUMENTOS
- 2008
100%
96,2
96,4
Nacionalidade
Brasileira
Brasileira nat.
80%
Estrangeira
60%
40%
20%
0%
Todas concedidas
Todas denegadas
FIGURA 109: Nacionalidade dos respondentes segundo situação do pedido de
bolsa à FAPESP. Diferença não significativa entre os dois grupos (p-value = 0,7)
100%
16,0
80%
25,8
11,4
Título acadêmico
Graduado
46,7
Mestre
Doutor
Livre-docente
60%
52,0
40%
38,4
20%
6,2
0%
Todas concedidas
3,5
Todas denegadas
FIGURA 110: Titulação atual dos respondentes (incluindo livre-docência) segundo
a situação do pedido de bolsa à FAPESP. Diferença significativa entre os dois
grupos (p-value = 0,0)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
141
100%
33,4
12,2
Pós-doutorado
Sim
87,8
Não
80%
66,4
60%
40%
20%
0%
Todas concedidas
Todas denegadas
FIGURA 111: Proporção de respondentes atualmente com pós-doutorado segundo
a situação do pedido de bolsa à FAPESP. Diferença significativa entre os dois
grupos (p-value = 0,0)
5.2 Comparação entre vínculo institucional dos grupos
O conjunto dos pesquisadores com todas as solicitações atendidas se distribui, segundo o vínculo institucional atual, conforme
ilustrado na FIGURA 112. A grande maioria (71,1%) tem vínculo
com instituições públicas, enquanto 27% encontram-se no setor
privado. Já dentre aqueles que tiveram todas as solicitações denegadas, o percentual ligado a instituições públicas é de 65,7% e a
proporção dos que estão no setor privado é de 32,1%, conforme
ilustra a FIGURA 113. Essas diferenças observadas não são significativas estatisticamente (p-value = 0,054).
142
DOCUMENTOS
- 2008
100%
71,1
80%
60%
40%
27,0
20%
1,8
0%
Instituições
públicas*
Instituições
privadas
* Incluindo USP, Unicamp, Unesp
Pessoas
físicas**
** Sem vínculo institucional
FIGURA 112: Vínculo institucional dos pesquisadores com todos os pedidos
concedidos no período de 1992 a 2002
100%
80%
60%
65,7
40%
32,1
20%
2,2
0%
Instituições
públicas*
Instituições
privadas
* Incluindo USP, Unicamp, Unesp
Pessoas
físicas**
** Sem vínculo institucional
FIGURA 113: Vínculo institucional dos pesquisadores com todos os pedidos
denegados no período de 1992 a 2002
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
143
USP
27,3
Instituições privadas
27,0
Instituições públicas*
26,4
Unicamp
9,1
Unesp
8,4
1,8
Pessoas físicas
0%
20%
40%
60%
80%
100%
* Exceto USP, Unicamp, Unesp
FIGURA 114: Vínculo institucional dos pesquisadores com todos os pedidos
concedidos no período de 1992 a 2002
Instituições privadas
32,1
Instituições públicas*
26,5
USP
20,1
Unesp
12,4
Unicamp
6,8
Pessoas físicas
2,2
0%
20%
40%
60%
80%
100%
* Exceto USP, Unicamp, Unesp
FIGURA 115: Vínculo institucional dos pesquisadores com todos os pedidos
denegados no período de 1992 a 2002
144
DOCUMENTOS
- 2008
É interessante observar que, quando analisadas separadamente as universidades paulistas e as instituições públicas, a Universidade de São Paulo se equipara em bolsas concedidas às instituições públicas e privadas, mas fica abaixo dessas instituições
com relação ao percentual de bolsas denegadas, exceto nos casos
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – FIGURAS 114 e 115.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
145
6 – Percepção
do respondente
Os participantes da pesquisa foram solicitados a responder a
um questionário para cada uma das etapas da sua vida acadêmica,
associando-as ao pedido de bolsa da FAPESP.
No caso dos pesquisadores cujos pedidos não foram concedidos, o questionário consistiu de um conjunto de dez questões
específicas e um conjunto de questões de caráter geral, comum
a todas as etapas – e respondido uma única vez.
No caso dos que tiveram solicitações concedidas, o questionário conteve o mesmo conjunto de questões de caráter geral, comum a todas as etapas, e outros três conjuntos específicos com
questões abordando:
■
Diversos aspectos da iniciação científica, mestrado, doutorado ou pós-doutorado que tenham sido realizados no
país ou no exterior, com bolsa da FAPESP. Fizeram parte
desse conjunto as informações sobre estrutura familiar,
situação de moradia, fonte de renda, formação geral,
nacionalidade, religião, necessidades especiais, entre
outras, além de questões para a avaliação do bolsista sobre os aspectos que podem ter influenciado o seu desempenho naquela etapa específica de sua carreira acadêmica.
■
Diversos aspectos da bolsa, incluindo a avaliação sobre a
bolsa concedida pela FAPESP.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
147
■
Determinados aspectos do programa de pós-graduação
ou do projeto de iniciação científica, conforme o caso.
Nesse conjunto foram incluídas questões sobre motivação, adequação da pesquisa, orientação, instituição, contribuição para a formação profissional e avaliação do programa ou do projeto em questão.
Alguns dos aspectos abordados nessas avaliações referentes
aos pedidos para bolsas de pós-graduação são apresentados a
seguir. Os dados completos encontram-se no Anexo IX.
6.1 Bolsas não concedidas – pós-graduação
Com relação às solicitações de bolsa de mestrado, doutorado ou pós-doutorado não atendidas constatou-se que, na maioria das vezes, o tempo de espera para receber a resposta da FAPESP
foi de 60 a 90 dias após a solicitação, exceto no caso da área de
Arquitetura e Urbanismo, em que a predominância foi entre 30
e 60 dias. O percentual de solicitantes que informaram ter aguardado mais de 90 dias para obter a resposta da FAPESP variou de
19,6% na área de Física a 42,1% na área de Saúde.
As FIGURAS 116 a 121 ilustram as respostas das avaliações
dos pesquisadores com relação aos pedidos de bolsa de pós-graduação denegados.
A grande maioria dos respondentes tomou conhecimento das
razões pelas quais o pedido de bolsa foi denegado, sendo que o
menor percentual observado foi de 60% na área de Arquitetura
e Urbanismo e o maior, próximo de 85%, na área de Saúde. Em
148
DOCUMENTOS
- 2008
8,3
16,7
25,0
41,7
8,3
Astronomia e Ciência Espacial
14,3
22,9
Entre 60 e 90 dias
Economia e Administração
Arquitetura e Urbanismo
Geociências
Matemática
Física
Química
Agronomia e Veterinária
Biologia
Engenharia
Saúde
Ciências Humanas e Sociais
20,0
5,0
15,9
11,4
25,0
5,0
45,0
Menos de 30 dias
Entre 30 e 60 dias
28,6
34,3
Entre 90 e 120 dias
Mais de 120 dias
10,5
22,4
9,8
9,8
11,1
11,1
13,0
0%
48,1
25,9
39,7
16,8
42,6
22,5
23,5
0,8
25
0,9
38,2
18,4
18,6
1
35,0
36,9
40%
3,7
19,5
41,2
18,5
20%
2,6
31,6
34,1
25,9
19,6
9,7
32,9
46,3
14,9
17,6
18,2
54,5
60%
80%
100%
FIGURA 116: Percentual de respostas, por área, à questão sobre o tempo
de espera para receber a confirmação de pedido denegado de bolsa para
mestrado, doutorado ou pós-doutorado
geral, os pesquisadores que tiveram seu pedido denegado pela
FAPESP não recorreram da decisão, embora deva ser ressaltado
que pouco mais de 40% dos pesquisadores das áreas de Química
e de Agronomia e Veterinária recorreram da decisão com relação ao pedido de bolsa. Nas demais áreas, esse percentual de
recursos foi menor, variando de 33,3% na área de Astronomia e
Ciência Espacial a 10% na área de Arquitetura e Urbanismo.
Entre aqueles que tiveram pedidos denegados, 83,6% dos
pesquisadores das áreas de Química, 84,1% de Geociências, 86,7%
de Matemática e 88,2% de Biologia tiveram a bolsa concedida por
outra agência financiadora, em geral Capes ou CNPq. Os menores percentuais registrados foram de 50% e 58,3%, correspondendo,
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
149
60,0
Arquitetura e Urbanismo
72,2
Economia e Administração
Geociências
75,0
Física
76,2
Matemática
76,3
Agronomia e Veterinária
79,8
Engenharia
81,5
Ciências Humanas e Sociais
81,6
Astronomia e Ciência Espacial
83,3
Química
83,6
Biologia
84,0
84,6
Saúde
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 117: Percentual de pesquisadores, por área, que tomaram conhecimento
das razões pelas quais o pedido de bolsa foi denegado de bolsa para mestrado,
doutorado ou pós-doutorado
56,4
Química
59,8
Agronomia e Veterinária
66,7
Astronomia e Ciência Espacial
Saúde
68,6
Economia e Administração
69,4
Ciências Humanas e Sociais
70,9
Biologia
72,3
Engenharia
73,1
Matemática
73,3
77,3
Geociências
85,7
Física
90,0
Arquitetura e Urbanismo
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 118: Percentual de pesquisadores, por área, que não recorreram
da decisão com relação ao pedido de bolsa denegado para mestrado,
doutorado ou pós-doutorado
150
DOCUMENTOS
- 2008
50,0
Economia e Administração
58,3
Astronomia e Ciência Espacial
60,0
Arquitetura e Urbanismo
63,7
Saúde
Ciências Humanas e Sociais
68,9
Engenharia
69,4
75,1
Agronomia e Veterinária
76,2
Física
Química
83,6
Geociências
84,1
86,7
Matemática
88,2
Biologia
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 119: Percentual de pesquisadores, por área, que tiveram a bolsa
concedida por outra agência financiadora de bolsa para mestrado,
doutorado ou pós-doutorado
respectivamente, às áreas de Economia e Administração e de
Astronomia e Ciência Espacial.
Nos dois anos seguintes à pesquisa, mais de 60% dos pesquisadores das áreas de Economia e Administração, Engenharia,
Saúde e Biologia com pedidos denegados entre 1992 e 2002 afirmaram que pretendiam solicitar algum auxílio à FAPESP. Na área
de Química esse percentual é de 52,7%; na Agronomia e Veterinária, de 53,4%; na Física, de 57,1%; e na área de Ciências Humanas e Sociais esse percentual é de 45,6%. Nas demais áreas, menos
de 40% dos pesquisadores declararam que tinham intenção de pedir
auxílio à FAPESP no período de dois anos. Com exceção da área
de Astronomia e Ciência Espacial, menos de 20% dos pesquisadores de cada área afirmaram categoricamente não ter intenção
de procurar a FAPESP. Os demais ainda não haviam se decidido.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
151
Matemática
32,0
Astronomia e Ciência Espacial
33,3
35,0
Arquitetura e Urbanismo
38,6
Geociências
45,6
Ciências Humanas e Sociais
52,7
Química
53,4
Agronomia e Veterinária
57,1
Física
61,1
Economia e Administração
Engenharia
62,6
Saúde
62,7
Biologia
63,0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 120: Percentual de pesquisadores, por área, que pretendiam solicitar
auxílio à FAPESP nos dois anos seguintes à pesquisa de bolsa para mestrado,
doutorado ou pós-doutorado
Quando perguntados de que forma o resultado do julgamento interferiu na continuidade do projeto, a grande maioria
respondeu ter mantido o projeto inicial, prosseguido na formação acadêmica com recursos próprios – esses em menor freqüência – ou submetido o pedido de bolsa a outra agência financiadora, como ocorreu nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial
(33,3%), Arquitetura e Urbanismo (35%), Geociências (45,5%),
Matemática (48%), Física (38,1%), Química (43,6%), Agronomia
e Veterinária (35,1%), Engenharia (37%), Biologia (42,9%), Saúde
(29,4%) e Ciências Humanas e Sociais (37,9%). Embora a maioria dos pesquisadores da área de Economia e Administração com
pedidos denegados afirme ter mantido o projeto inicial, observouse um percentual maior de pesquisadores (30,6%) que prosseguiu
a carreira com recursos próprios, em contraposição aos 27,8% que
152
DOCUMENTOS
- 2008
49,3
32,0
18,7
Sim
Matemática
Não
33,3
66,7
Não sabe
Astronomia e Ciência Espacial
55,0
Arquitetura e Urbanismo
45,5
Geociências
Física
Economia e Administração
Saúde
Biologia
0%
53,4
14,4
26,2
16,7
57,1
30,6
8,3
61,1
22,4
Engenharia
52,7
14,5
32,2
Agronomia e Veterinária
45,6
13,6
32,7
Química
38,6
15,9
40,8
Ciências Humanas e Sociais
35,0
10,0
62,6
15,0
29,4
7,8
62,7
28,6
8,4
63,0
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 121: Percentual das respostas, por área, à questão sobre intenção
de solicitar auxílio à FAPESP nos dois anos seguintes à pesquisa de bolsa
para mestrado, doutorado ou pós-doutorado
submeteram o pedido a outra agência. Os gráficos com todas as
opções de resposta a esta questão, para cada uma das áreas, encontram-se no Anexo X.
Além das questões específicas respondidas por alguns participantes, os questionários incluíram também comentários de
caráter geral relativos às solicitações denegadas pela FAPESP que
estão reproduzidos na íntegra no Anexo XI.
6.2 Bolsas concedidas – pós-graduação
Os pesquisadores contemplados com alguma bolsa de mestrado, doutorado ou pós-doutorado no país ou no exterior, no
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
153
período de 1992 a 2002, responderam a um conjunto de 11 questões abordando aspectos específicos da bolsa concedida.
6.2.1 – Aspectos relativos à bolsa concedida
6.2.1.1 Fontes de recurso
Em todas as 12 áreas predominaram os respondentes que, para
realizar a etapa em questão, solicitaram a bolsa somente à FAPESP.
Os percentuais daqueles que recorreram também a outra agência variaram de 19,6% na área de Saúde a 36,8% na área de Arquitetura e Urbanismo – FIGURA 122. As fontes de recursos mais
citadas foram Capes e CNPq, este o mais procurado pela grande
maioria dos pesquisadores de todas das áreas. Apenas nas áreas
de Economia e Administração e de Saúde, foi registrado um
maior percentual de pesquisadores que citou a Capes como a agência procurada, além da FAPESP. Essa situação, ainda que em
menor proporção, é similar em Agronomia e Veterinária. A área
de Arquitetura e Urbanismo se destaca das demais por ser a única em que predominaram as solicitações a outras fontes de financiamento que não as agências CNPq ou Capes – FIGURA 123.
6.2.1.2 Por que a FAPESP
Para a maioria dos respondentes que tiveram bolsa concedida,
as principais razões que influenciaram a decisão de buscar os recursos financeiros junto à FAPESP foram o prestígio da instituição, as
condições materiais oferecidas pela bolsa, o estímulo do orientador e a importância da bolsa da FAPESP na carreira profissional.
154
DOCUMENTOS
- 2008
Saúde
19,6
Agronomia e Veterinária
21,2
Ciências Humanas e Sociais
25,1
Economia e Administração
25,5
Engenharia
26,4
Geociências
27,0
Astronomia e Ciência Espacial
28,1
28,4
Biologia
30,6
Química
32,4
Física
Matemática
36,4
Arquitetura e Urbanismo
36,8
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 122: Percentual de pesquisadores, por área, com bolsa concedida,
que solicitaram recursos também a outra agência além da FAPESP
53,3
20,0
Economia e Administração
31,3
CAPES
CNPq
18,8
Arquitetura e Urbanismo
40,0
37,3
Agronomia e Veterinária
36,6
45,1
Matemática
47,9
45,1
Saúde
26,9
45,4
Biologia
38,1
47,6
Astronomia e Ciência Espacial
30,0
50,0
Geociências
33,3
50,0
Ciências Humanas e Sociais
33,0
54,9
Química
33,3
56,3
Engenharia
27,7
57,8
Física
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 123: Agências mais procuradas, por área, além da FAPESP,
para a concessão de bolsa
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
155
As questões que tiveram por objetivo colher a avaliação do
respondente com relação à bolsa concedida pela FAPESP revelaram que, em geral, as instituições à qual os pesquisadores estavam vinculados ofereceram todas as informações necessárias
para a solicitação de bolsa à FAPESP.
6.2.1.3 Exigências para concessão
Na percepção da maioria dos bolsistas de todas as áreas não
houve exigência excessiva de documentação por parte da FAPESP
para o pedido de bolsa – FIGURA 124. Em contrapartida, mais
da metade dos bolsistas das áreas de Geociências (54,6%), Quí-
Arquitetura e Urbanismo
7,9
52,6
16,0
Discorda
em parte
51,6
Discorda
inteiramente
Química
12,7
Ciências Humanas e Sociais
57,1
15,9
56,9
14,6
58,4
Agronomia e Veterinária
Geociências
12,3
Engenharia
61,2
19,2
55,6
Matemática
14,7
61,2
Saúde
Astronomia e Ciência Espacial
9,4
67,2
19,9
57,5
18,9
58,5
Biologia
Economia e Administração
14,3
63,8
Física
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 124: Documentação excessiva por parte da FAPESP para o pedido
de bolsa. Percentual de pesquisadores, por área, que não consideraram
excessiva a documentação
156
DOCUMENTOS
- 2008
mica (54,5%), Engenharia (56,2%), Economia e Administração
(56,4%), Agronomia e Veterinária (56,6%), Ciências Humanas e
Sociais (62,5%) e Arquitetura e Urbanismo (68,4%) considerou a
FAPESP muito exigente quanto aos requisitos para a aprovação
da bolsa. Ainda que em menor proporção, essa opinião é compartilhada por 39% dos bolsistas da área de Astronomia e Ciência Espacial; 40,7% dos da Biologia; 43% dos da Matemática;
44,5% da Saúde; e, 47,6% da área de Física – FIGURA 125.
Quase a totalidade dos bolsistas se mostrou bastante satisfeita
com a FAPESP tanto em relação ao tempo de resposta sobre a concessão – considerada dentro do prazo esperado – quanto em relação ao atendimento prestado pela instituição para solução de
14,1
Astronomia e Ciência Espacial
25,0
10,0
Concordo
plenamente
30,7
Concordo
em parte
Biologia
13,9
29,1
Matemática
14,4
30,1
Saúde
11,4
36,2
Física
20,4
Geociências
34,1
13,1
41,8
Química
17,4
Engenharia
38,8
21,8
Economia e Administração
34,5
23,5
33,1
Agronomia e Veterinária
26,5
Ciências Humanas e Sociais
36,0
34,2
Arquitetura e Urbanismo
0%
20%
34,2
40%
60%
80%
100%
FIGURA 125: Consideram a FAPESP muito exigente quanto aos requisitos
para a aprovação da bolsa. Percentual de pesquisadores, por área,
que consideraram a FAPESP muito exigente
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
157
problemas relativos à bolsa, quando isso se fez necessário. Mais
de 80% dos bolsistas de todas as áreas consideraram que o valor
da bolsa concedida foi compatível com as necessidades de execução do programa. Entre os pesquisadores da área de Arquitetura
e Urbanismo esse percentual caiu para 50%. A grande maioria também considerou adequados o número e o conteúdo dos relatórios exigidos durante a vigência da bolsa. As FIGURAS 126 a 130
resumem os percentuais de bolsistas que avaliaram positivamente
esses aspectos citados.
52,6
Arquitetura e Urbanismo
26,3
67,3
Economia e Administração
Concordo
plenamente
12,7
68,2
Concordo
em parte
16,6
Matemática
61,2
Engenharia
23,9
66,5
18,7
Biologia
62,7
23,8
Química
66,4
20,6
Agronomia e Veterinária
74,2
Geociências
73,4
Ciências Humanas e Sociais
75,0
Astronomia e Ciência Espacial
14,6
16,4
15,6
69,1
21,5
69,5
21,9
Saúde
Física
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 126: Receberam a resposta da FAPESP dentro do prazo esperado.
Percentual de bolsistas, por área, que consideraram ter recebido a resposta da
FAPESP dentro do prazo esperado
158
DOCUMENTOS
- 2008
68,2
17,9
Concordo
plenamente
Matemática
69,1
Economia e Administração
18,2
80,0
Concordo
em parte
13,0
Biologia
83,1
Geociências
10,1
68,6
24,8
Física
82,9
Ciências Humanas e Sociais
11,6
76,3
Arquitetura e Urbanismo
18,4
81,2
Engenharia
13,8
73,4
Astronomia e Ciência Espacial
21,9
88,0 7,6
Agronomia e Veterinária
83,2
13,9
82,4
15,1
Química
Saúde
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 127: Receberam atendimento da FAPESP para solução de problemas
relativos à bolsa. Percentual de bolsistas, por área, que receberam atendimento
da FAPESP para a solução de problemas relativos à bolsa recebida sempre
que necessário
21,0
Arquitetura e Urbanismo
28,9
Concordo
plenamente
38,2
Ciências Humanas e Sociais
42,9
40,0
Economia e Administração
46,9
Astronomia e Ciência Espacial
Concordo
em parte
41,8
37,5
44,4
41,5
Saúde
48,3
37,7
Matemática
43,8
Geociências
43,8
47,2
40,9
Agronomia e Veterinária
45,3
Engenharia
44,6
53,2
37,1
Biologia
53,8
39,0
Física
55,7
37,7
Química
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 128: Valor da bolsa da FAPESP foi compatível com as necessidades
para a execução do programa. Percentual de bolsistas, por área,
que consideraram o valor da bolsa da FAPESP compatível
71,0
Arquitetura e Urbanismo
13,2
80,1
Concordo
plenamente
13,2
Concordo
em parte
Matemática
79,0
15,7
79,7
15,6
Física
Astronomia e Ciência Espacial
80,9
Geociências
14,6
70,9
24,6
Química
79,0
16,1
Biologia
81,4
15,3
81,4
15,3
Agronomia e Veterinária
Ciências Humanas e Sociais
83,0
14,1
Engenharia
79,7
18,0
Saúde
89,1
10,9
Economia e Administração
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 129: Consideram adequado o número de relatórios exigidos pela FAPESP.
Percentual de bolsistas, por área, que consideraram adequado o número
de relatórios
73,7
Arquitetura e Urbanismo
Astronomia e Ciência Espacial
Economia e Administração
10,5
14,1
80,0
15,5
82,1
Matemática
Concordo
plenamente
79,7
77,1
Concordo
em parte
12,6
17,6
Física
Biologia
84,4
12,0
84,0
12,3
Agronomia e Veterinária
Engenharia
Ciências Humanas e Sociais
Saúde
Química
Geociências
0%
20%
40%
60%
83,3
13,4
81,4
15,6
82,6
14,8
79,5
18,0
80,9
16,8
80%
100%
FIGURA 130: Conteúdos dos relatórios exigidos pela FAPESP foram adequados
ao andamento do programa. Percentual de bolsistas, por área, que consideraram
os conteúdos dos relatórios adequados
6.2.1.4 Avaliação geral
Os bolsistas foram convidados a conferir uma nota de 1
(muito insatisfeito) a 10 (muito satisfeito) ao grau de satisfação
obtido com a bolsa da FAPESP. Os resultados, discriminados por
área, encontram-se na FIGURA 131. Os comentários gerais incluídos pelos respondentes podem ser vistos no Anexo XII.
1
100
Agronomia e Veterinária
Média = 9,1
Mediana = 9,0
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Arquitetura e Urbanismo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Astronomia e Ciência Espacial
Média = 8,3
Mediana = 9,0
Média = 9,1
Mediana = 9,0
Biologia
Média = 9,0
Mediana = 9,0
50
0
Ciências Humanas e Sociais
Média = 8,9
Mediana = 9,0
Economia e Administração
Engenharia
Média = 9,0
Mediana = 9,0
Média = 9,0
Mediana = 9,0
Física
100
Média = 9,1
Mediana = 9,0
50
100
Geociências
Matemática
Química
Média = 9,1
Mediana = 9,0
Média = 9,2
Mediana = 10,0
Média = 9,0
Mediana = 9,0
Saúde
0
Média = 9,0
Mediana = 9,0
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Escala: 1 a 10
FIGURA 131: Resultado da avaliação, por área, do grau de satisfação com a bolsa
da FAPESP, numa escala de 1 (muito insatisfeito) a 10 (muito satisfeito)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
161
6.2.2 Aspectos do programa escolhido
6.2.2.1 Motivação
Além das questões relativas à bolsa concedida, os bolsistas responderam a um conjunto de 28 questões envolvendo aspectos
gerais do programa de mestrado, doutorado ou pós-doutorado
realizado e também avaliaram um conjunto de 20 assertivas. Os
resultados de algumas dessas questões estão discutidos a seguir
e as respostas completas do questionário encontram-se no Anexo
XIII, discriminadas por área.
Dentre as principais razões que influenciaram a decisão de
ingressar no programa de pós-graduação para o qual obtiveram
a bolsa, a mais citada pelos respondentes das 12 áreas foi o interesse na área da pesquisa. A possibilidade de ingresso na carreira
docente foi a segunda razão mais apontada pelos bolsistas das áreas
de Economia e Administração, Arquitetura e Urbanismo, Química,
Agronomia e Veterinária, Engenharia, Saúde e Ciências Humanas e Sociais. Eles também citaram com muita freqüência a alta
qualidade da pesquisa desenvolvida no programa, razão que não
apareceu com grande relevância entre as respostas dos pesquisadores das áreas de Astronomia e Ciência Espacial, Matemática,
Física e Biologia. A reputação do programa nos meios acadêmicos, a qualificação dos docentes vinculados ao programa, a reputação da instituição que oferece o programa, a possibilidade de
realização profissional e a contribuição positiva para exercer a profissão no meio acadêmico-científico foram outras razões apontadas.
162
DOCUMENTOS
- 2008
Outra característica observada diz respeito à participação do
bolsista em projeto de iniciação científica antes de ingressar no
programa de pós-graduação para o qual recebeu a bolsa da
FAPESP. Isso ocorreu com mais de 80% dos bolsistas das áreas de
Biologia, Química e Física. Nas áreas de Agronomia e Veterinária, Geociências e Matemática, esse percentual ficou entre 70%
e 80%; nas Ciências Humanas e Sociais, Engenharia e Saúde, foi
de 67%; e em Astronomia e Ciência Espacial e Arquitetura e
Urbanismo, de aproximadamente 60%. O menor percentual de
bolsistas nessa condição foi observado na área de Economia e Administração (49,1%) – FIGURA 132.
Participaram de outro programa de pós-graduação 78,1% dos
bolsistas da área de Astronomia e Ciência Espacial – o maior percentual observado –, seguido de cerca de 65% dos pesquisadores
49,1
Economia e Administração
60,5
Arquitetura e Urbanismo
60,9
Astronomia e Ciência Espacial
Ciências Humanas e Sociais
66,7
Engenharia
67,2
Saúde
67,5
71,7
Agronomia e Veterinária
75,3
Geociências
79,9
Matemática
84,7
Biologia
Química
86,7
Física
88,1
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 132: Percentual de bolsistas de pós-graduação, por área, que haviam
participado de algum projeto de iniciação científica
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
163
das áreas de Geociências e Física. Também já estiveram em outro
programa de pós-graduação aproximadamente 55% de pesquisadores das áreas de Matemática, Engenharia e Química e cerca de
48% dos de Biologia, Agronomia e Veterinária, Economia e Administração e Saúde. O menor percentual foi observado na área de
Arquitetura e Urbanismo, correspondendo a 36,8% – FIGURA 133.
36,8
Arquitetura e Urbanismo
46,7
Ciências Humanas e Sociais
Biologia
48,7
Agronomia e Veterinária
48,8
Economia e Administração
49,1
49,2
Saúde
Matemática
54,7
Engenharia
55,1
55,9
Química
Geociências
65,2
Física
65,7
78,1
Astronomia e Ciência Espacial
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 133: Percentual de bolsistas, por área, que haviam participado de outro
programa de pós-graduação
A produção acadêmica durante a permanência no programa
foi bastante proveitosa em todas as áreas, considerando o percentual de bolsistas que afirmaram ter publicado algum artigo especializado ou tiveram algum artigo aceito para publicação nesse
período. O menor percentual de publicação, de 66,9%, foi observado na área de Matemática e os maiores, de cerca de 87%, foram
registrados nas áreas de Engenharia e de Química. O percentual
de cada uma das 12 áreas está ilustrado na FIGURA 134.
164
DOCUMENTOS
- 2008
66,9
Matemática
70,4
Economia e Administração
73,7
Arquitetura e Urbanismo
79,7
Astronomia e Ciência Espacial
Geociências
80,7
Ciências Humanas e Sociais
81,4
Biologia
81,9
Agronomia e Veterinária
83,8
Física
84,3
Saúde
84,8
Engenharia
87,3
Química
87,5
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 134: Percentual de bolsistas, por área, que publicaram durante
a permanência no programa de pós-graduação
A participação em encontros científicos com apresentação
de trabalhos, durante a vigência da bolsa, também foi bastante
alta em todas as áreas. Química, Saúde e Agronomia foram as
que tiveram maior percentual de bolsistas com trabalhos apresentados; os menores percentuais – cerca de 75% – ocorreram
nas áreas de Economia e Administração, Matemática e Engenharia – FIGURA 135.
6.2.2.2 Adequação da pesquisa
Houve praticamente consenso entre pesquisadores de todas
as 12 áreas na seleção da característica que melhor descreve o programa de pós-graduação realizado com a bolsa da FAPESP. A maior
parte dos bolsistas definiu o programa como tendo sido direcioPERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
165
Economia e Administração
74,5
Matemática
75,0
Engenharia
75,2
78,9
Arquitetura e Urbanismo
82,0
Física
84,0
Ciências Humanas e Sociais
85,9
Astronomia e Ciência Espacial
Geociências
88,6
Biologia
89,7
Agronomia e Veterinária
91.0
Saúde
92,6
Química
93,8
0%
20%
40%
60%
80%
100%
FIGURA 135: Percentual de bolsistas, por área, que apresentaram trabalhos em
encontros científicos durante a permanência no programa de pós-graduação
nado, principalmente, para a carreira acadêmica e envolvido atividades de colaboração com outro(s) pesquisador(es). Outra
característica apontada com maior freqüência por bolsistas da área
de Agronomia e Veterinária e de Engenharia refere-se às atividades de trabalho em equipe, além do orientador. Os percentuais
de respostas de cada categoria encontram-se no Anexo XIV, discriminados por área.
O contato com outros profissionais da área, a possibilidade de
atualização na área de atuação e o incentivo à divulgação do resultado da pesquisa foram outros aspectos do programa de pós-graduação considerados plenamente satisfatórios pela maioria dos bolsistas. As disciplinas oferecidas também foram um aspecto
considerado plenamente satisfatório nos programas da área de Economia e Administração, e a possibilidade de cursar disciplinas de
166
DOCUMENTOS
- 2008
interesse fora do programa foi o ponto mais apontado como plenamente satisfatório na área de Arquitetura e Urbanismo.
Melhor preparo para a formação profissional foi a principal
contribuição do programa de pós-graduação realizado com bolsa da FAPESP, segundo a maioria dos bolsistas de todas as áreas.
Foram também apontadas, em menor proporção, a ampliação do
horizonte profissional e a facilidade de ingresso na carreira docente
– FIGURA 136.
O espaço físico disponível na instituição para o desenvolvimento da pesquisa foi considerado plenamente adequado às
necessidades da pesquisa pelos bolsistas das áreas de Matemática,
Física, Química, Agronomia e Veterinária, Biologia, Engenharia
e Saúde. Entre os pesquisadores da área de Astronomia e Ciên-
Astronomia e Ciência Espacial
27,0
4,8
65,1
25,5
27,3
32,7
Melhor preparo
para a formação
profissional
Economia e Administração
Arquitetura e Urbanismo
Geociências
23,7
15,8
42,1
24,7
12,4
51,7
24,2
16,1
43,0
23,1
12,0
Facilidade de
ingresso na
carreira docente
Ampliação
do horizonte
profissional
Matemática
51,9
Física
25,5
14,0
50,5
26,0
11,6
50,7
15,4
45,1
Química
Agronomia e Veterinária
18,4
10,3
62,7
Biologia
24,5
Engenharia
23,2
15,1
52,4
Saúde
13,8
24,5
Ciências Humanas e Sociais
0%
20%
52,0
40%
60%
80%
100%
FIGURA 136: Principal contribuição do programa de pós-graduação
segundo bolsistas das diferentes áreas
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
167
cia Espacial, a referência mais citada foi a possibilidade de contar
com outros recursos necessários para o desenvolvimento da pesquisa. Os respondentes da área de Ciências Humanas e Sociais
apontaram, com maior freqüência, o acervo de livros disponíveis
no programa de pós-graduação – aspecto também mais citado pelos bolsistas de Economia e Administração – e o acesso à bibliografia e outras informações específicas da área da pesquisa. Essas
também foram qualidades da instituição identificadas pelos bolsistas de Arquitetura e Urbanismo e de Geociências.
A autonomia em pesquisa foi a contribuição para a formação mais freqüentemente atribuída ao programa de pós-graduação pelos bolsistas das áreas de Astronomia e Ciência Espacial, Geologia, Matemática, Física e Ciências Humanas e Sociais. Para os
pesquisadores de Economia e Administração, Arquitetura e Urbanismo, Química, Biologia e Saúde, a principal contribuição do programa foi o desenvolvimento da habilidade de pensar criticamente. Já a qualidade mais citada por bolsistas das áreas de
Agronomia e Veterinária e de Engenharia foi, principalmente, a
preparação em metodologia de pesquisa. Todos os bolsistas mencionaram, ainda que em menor proporção, os aspectos do enriquecimento e atualização profissional e a publicação de artigos.
A grande maioria dos bolsistas considera que o programa atendeu totalmente às expectativas – FIGURA 137. As respostas a todas as questões encontram-se no Anexo XV.
Os pesquisadores também afirmaram ter ficado satisfeitos com
a orientação recebida. Foi bastante alto o percentual de bolsistas
que recomendam o orientador a outros interessados em desenvolver pesquisas no mesmo campo de atuação – FIGURA 138.
168
DOCUMENTOS
- 2008
41,9
Biologia
46,7
Concordo
plenamente
46,0
51,7
Geociências
Saúde
Economia e Administração
46,2
47,9
46,3
48,1
46,7
Concordo
em parte
49,8
Química
50,0
44,7
Arquitetura e Urbanismo
52,7
39,9
Física
53,2
Ciências Humanas e Sociais
Agronomia e Veterinária
Engenharia
42,6
53,4
43,1
54,1
42,5
59,4
Astronomia e Ciência Espacial
34,4
62,8
Matemática
0%
20%
40%
30,4
60%
80%
100%
FIGURA 137: Percentual de bolsistas, por área, que consideraram que o programa
atendeu às expectativas
32,8
60,7
Economia e Administração
68,4
Concordo
plenamente
26,3
Concordo
em parte
Astronomia e Ciência Espacial
19,3
68,8
Saúde
21,4
71,6
Biologia
73,2
20,3
Química
16,0
74,4
Física
80,5
13,3
Matemática
81,0
14,8
Agronomia e Veterinária
81,6
13,2
Arquitetura e Urbanismo
82,7
Ciências Humanas e Sociais
82,9
Geociências
83,5
Engenharia
0%
20%
40%
60%
80%
14,3
11,8
14,0
100%
FIGURA 138: Percentual de bolsistas que recomendam o orientador
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
169
Deve-se destacar, contudo, que uma parcela de bolsistas se revelou descontente com o orientador. Essa insatisfação apareceu
com menor freqüência na área de Engenharia (2,5%), mas chegou a 11,9% entre os bolsistas da área de Saúde.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
100
Agronomia e Veterinária
Média = 8,6
Mediana = 9,0
Arquitetura e Urbanismo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Astronomia e Ciência Espacial
Média = 8,6
Mediana = 9,0
Média = 8,8
Mediana = 9,0
Biologia
Média = 8,4
Mediana = 9,0
50
0
Ciências Humanas e Sociais
Média = 8,7
Mediana = 9,0
Economia e Administração
Engenharia
Média = 8,6
Mediana = 9,0
Média = 8,7
Mediana = 9,0
Física
100
Média = 8,6
Mediana = 9,0
50
100
Geociências
Matemática
Química
Média = 8,7
Mediana = 9,0
Média = 8,9
Mediana = 10,0
Média = 8,5
Mediana = 9,0
Saúde
0
Média = 8,5
Mediana = 9,0
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Escala: 1 a 10
FIGURA 139: Resultado da avaliação, por área, do grau de satisfação
com o programa de pós-graduação, numa escala de 1 (muito insatisfeito)
a 10 (muito satisfeito)
6.2.2.3 Avaliação geral do programa
O grau de satisfação com o programa está resumido nos gráficos por área, ilustrados na FIGURA 139, apresentada acima.
170
DOCUMENTOS
- 2008
Conclusões
As conclusões aqui apresentadas não são as únicas possíveis
diante da magnitude dos dados obtidos. O leitor poderá chegar
a observações suplementares dependendo do enfoque e de seu
interesse.
Como conclusões gerais destacam-se:
■
Perfil do solicitante
A pesquisa Perfil e trajetória acadêmico-profissional de bolsistas
da FAPESP (1992 - 2002) mapeou a trajetória de bolsistas que buscaram apoio da instituição para, por meio de bolsas, iniciar a carreira de pesquisa, desde a iniciação científica, passando pelo mestrado e doutorado, até o pós-doutorado. De um modo geral, esse
conjunto de pesquisadores teve características bastante marcantes: predominavam aqueles com curso de graduação realizado em
instituições públicas (85,7%) e em período integral (72,2%). Com
relação ao ensino médio, constatou-se que a maioria concluiu o
ensino médio (colegial, científico etc.) no ensino regular, no
período diurno e em escola privada.
■
Gênero
Constatou-se também que, na maioria das 12 áreas de conhecimento investigadas, a demanda por bolsas de homens e mulheres obedeceu a mesma proporção da participação dos dois gênePERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
171
ros nas atividades científicas e profissionais. Assim, houve maior
proporção de homens nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial (72,3%), Economia e Administração (60,7%), Geociências
(63,5%), Matemática (67,9%), Física (78,1%), Química (56,0%) e
Engenharia (63,1%). As mulheres são maioria nas áreas de Arquitetura e Urbanismo (64,5%), Agronomia e Veterinária (56,6%),
Biologia (58,3%), Saúde (67,3%) e Ciências Humanas e Sociais
(60%).
■
Titulação acadêmica atual
No que diz respeito à mais alta titulação acadêmica dos pesquisadores que se candidataram a alguma bolsa da FAPESP no
período de 1992 a 2002, mais da metade possui atualmente o
doutorado, incluindo-se aqui os cerca de 5% de livre-docentes. Apenas 13,2% não prosseguiram na carreira acadêmica. (Ver figura
68 na página 96.)
Verificou-se que, atualmente, o maior percentual de doutores
– aproximadamente 75% – encontra-se na área de Química. Mas
eles também são maioria nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial (70%), Física (65,9%), Engenharia (60%), Saúde (59%) e Biologia (58%); em Agronomia e Veterinária o percentual de doutores
é 50%. Pouco menos da metade dos pesquisadores possuem esta titulação nas áreas de Geografia (47,6%), Matemática (44,4%)
e Ciências Humanas e Sociais, com 44,8% de doutores.
Nas áreas de Economia e Administração e de Arquitetura e
Urbanismo a proporção de doutores é superada pela de mestres.
A área de Arquitetura e Urbanismo apresenta 42% dos pesquisadores apenas com graduação, enquanto a área de Astronomia e
172
DOCUMENTOS
- 2008
Ciência Espacial reúne o maior percentual de livre-docentes,
18,6%. (Ver figuras 69 a 72 nas páginas 97 a 99.)
■
Pós-doutorado
Nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial, Física e Química
predominaram os pesquisadores que, atualmente, têm pós-doutorado, titulação que apareceu com a menor freqüência (inferior a 10%)
entre pesquisadores das áreas de Arquitetura e Urbanismo, Economia e Administração. (Ver figuras 85 e 86 nas páginas 107 e 108.)
■
Pós-doutorado no país ou no exterior
Os dados referentes ao local de realização do pós-doutorado
dos pesquisadores, de um modo geral, exigem maior reflexão.
Constatou-se que a grande maioria deles realizou o pós-doutorado no Brasil, contudo, em algumas áreas, essa não é a prática
comum. Em sete das 12 áreas analisadas, mais da metade dos pósdoutorados foi realizada no exterior: Economia e Administração, Matemática, Arquitetura e Urbanismo, Astronomia e Ciência Espacial, Ciências Humanas e Sociais, Saúde e Geociências.
Cumpre observar que nas áreas de Economia e Administração e
de Arquitetura e Urbanismo o alto percentual de pós-doutorados
realizados no exterior deve ser cotejado com o baixo número de
pesquisadores da amostra que declararam ter concluído o pós-doutorado. (Ver figura 87 na página 108.)
■
Titulação vs gênero
Apesar da diferença existente entre a proporção de homens
e mulheres nas distintas áreas, os dois grupos apresentam o mesPERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
173
mo perfil acadêmico, não diferindo estatisticamente no que diz
respeito à titulação acadêmica – quando considerada a titulação
máxima como sendo o doutorado. As proporções de homens e
de mulheres atualmente com pós-doutorado também não diferem estatisticamente. Há maior equilíbrio entre homens e mulheres com livre-docência nas áreas de Astronomia e Ciência Espacial, Economia e Administração e Saúde.
■
Tipificação da demanda dirigida à FAPESP
As diferentes áreas de conhecimento têm padrões de demandas diferenciados.
• O padrão mais freqüente é o de solicitações de bolsas para
iniciação científica, mestrado e doutorado feitas por pesquisadores das áreas de Agronomia e Veterinária, Geociências,
Matemática, Saúde, e Ciências Humanas e Sociais, em que
as oportunidades profissionais ocorrem tanto na academia
quanto fora dela. O percentual de pedidos para pós-doutorado é bem inferior ao das solicitações para iniciação científica ou doutorado.
• Nas áreas de Biologia e Engenharia identificou-se uma concentração equilibrada entre pedidos de bolsas para mestrado
e doutorado. As solicitações para iniciação científica e pósdoutorado, embora em proporções semelhantes, apareceram com menor freqüência.
• As áreas com carreiras tipicamente acadêmicas, como Física
e Astronomia e Ciência Espacial, constituem um terceiro
grupo diferente dos demais. Apresentaram uma demanda
crescente por bolsas de iniciação científica, seguida de mes174
DOCUMENTOS
- 2008
trado, doutorado e pós-doutorado, nessa ordem. Na área de
Química, o comportamento é bastante semelhante, diferindo apenas por apresentar queda na procura por pós-doutorado.
• As áreas de Arquitetura e Urbanismo e Economia e Administração – em que as oportunidades profissionais se encontram, principalmente, fora da academia – apresentaram
demanda exatamente oposta daquela descrita para Física e
Astronomia e Ciência Espacial: os percentuais mais altos de
solicitações foram para iniciação científica, decrescendo para
mestrado, doutorado e pós-doutorado, nessa ordem.
■
Demanda atendida e não atendida
A concessão de pedidos de bolsas no período de 1992 a 2002
variou em função da área de atuação do pesquisador. Verificouse, por exemplo, que foi atendida pelo menos uma solicitação dos
aproximadamente 89% de pesquisadores das áreas de Física e de
Química que solicitaram bolsas no período. Apenas 11% tiveram
todas as solicitações denegadas.
O menor percentual de solicitações não atendidas foi verificado nas áreas de Economia e Administração e de Arquitetura e
Urbanismo, nas quais aproximadamente 30% dos pesquisadores
que encaminharam pedidos à FAPESP não tiveram nenhuma
bolsa concedida.
■
Tipo da atividade atual
Dentre os pesquisadores que solicitaram algum tipo de bolsa
à FAPESP no período de 1992 a 2002 e que, atualmente, exercem
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
175
algum tipo de atividade19, a grande maioria – cerca de 84% – exerce
atividade ligada a uma instituição de ensino e/ou pesquisa no país
ou no exterior. A menor proporção, precisamente 60,6%, foi observada na área de Arquitetura e Urbanismo. Os demais 39,4% exercem outro tipo de atividade. (Ver figura 88 na página 110.)
■
Vínculo institucional
Verificou-se que 70% dos respondentes possuem atualmente
vínculo com instituições públicas, incluindo-se aqui as três universidades paulistas, dentre as quais a USP, que comparece com 26,4%.
(Ver figuras 89 e 90 nas páginas 111 e 112.)
■
Onde exerce a atividade atual
A maioria dos bolsistas apoiados pela FAPESP está em atividade no Brasil – situação comum para a maioria das áreas – e grande
parte deles (79,9%) atua no Estado de São Paulo. A pesquisa, no
entanto, identificou um percentual significativo de bolsistas (18,6%)
atuando em quase todos os estados da Federação. E, com exceção
de Arquitetura e Urbanismo, em todas as áreas observou-se a presença de pesquisadores com atividade no exterior. (Ver figuras 91
a 103 nas páginas 113 a 125.)
■
Financiamento da formação acadêmica
A partir das respostas fornecidas foi possível estabelecer as trajetórias acadêmicas individuais de 4.294 pesquisadores que bus-
19 Cerca de 12% dos respondentes declararam não exercer nenhuma atividade atualmente.
176
DOCUMENTOS
- 2008
caram apoio da FAPESP no período de 1992 a 2002. A análise dessas
trajetórias revelou que 54% deles receberam exclusivamente financiamento da FAPESP para sua formação, enquanto aproximadamente 14% contaram apenas com recursos próprios ou de
outras agências de fomento. (Ver Tabela 2 na página 129.)
■
Tipo de trajetória
Dentre os tipos de trajetórias identificadas, 42,5% incluem iniciação científica; 31,4% mestrado; 17,7% doutorado e 8,5% pósdoutorado, todos realizados com bolsa da FAPESP.
■
Trajetória dos bolsistas de iniciação científica
Verificou-se que, dentre os pesquisadores que obtiveram
alguma bolsa da FAPESP para realizar iniciação científica, 35%
chegaram até o doutorado20 (11% exclusivamente com bolsa da
FAPESP) e 6% completaram também o pós-doutorado, enquanto
34% não deram prosseguimento à carreira acadêmica. (Ver figura
104 na página 132.)
■
Trajetória dos bolsistas de mestrado21
Verificou-se que, entre os respondentes que iniciaram sua trajetória acadêmica com bolsa da FAPESP a partir do mestrado, apro-
20 Para cerca de 5% dos respondentes consta o doutorado imediatamente após a iniciação
científica (ambos com bolsa da FAPESP); parte deles refere-se ao doutorado direto e os demais,
provavelmente, deixaram de informar o mestrado realizado com outra fonte de financiamento.
21 Excluídos aqueles que tiveram bolsa para iniciação científica.
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
177
ximadamente 51% fizeram também o doutorado (26% exclusivamente com bolsa da FAPESP) e 13% completaram a seqüência com o pós-doutorado (cerca de 6% exclusivamente com bolsa da FAPESP); 36% deles ficaram apenas com o mestrado. (Ver
figura 105 na página 133.)
■
Trajetória dos bolsistas de doutorado22
Verificou-se que, entre os pesquisadores que receberam a
primeira bolsa da FAPESP para realizar o doutorado, 33%, aproximadamente, obtiveram também bolsa para o pós-doutorado,
enquanto cerca de 40% permaneceram apenas com o doutorado.
(Ver figura 106 na página 134.)
■
Avaliação dos respondentes
De um modo geral, os resultados da pesquisa mostram um
alto grau de satisfação dos bolsistas em todas as dimensões abordadas nesta avaliação. Isso se torna patente pela análise dos resultados que revelam a opinião dos respondentes – Figuras 140
e 141.
■
Grau de satisfação com a bolsa recebida da FAPESP
De um modo geral, os resultados mostram um alto grau de
satisfação dos bolsistas com a bolsa recebida da FAPESP. (Ver figura 131 na página 159.)
22 Excluídos aqueles que tiveram bolsa para iniciação científica e/ou mestrado.
178
DOCUMENTOS
- 2008
100%
80%
Média = 9,03
Mediana = 9,0
60%
42,1
40%
34,3
20%
0%
15,9
0,5
1
2
0,2
0,3
3
4
1,3
1,1
5
6
4,4
7
8
9
10
Escala: 1 a 10
FIGURA 140: Resultado da avaliação do grau de satisfação com a bolsa
da FAPESP, numa escala de 1 (muito insatisfeito) a 10 (muito satisfeito)
100%
80%
Média = 8,6
Mediana = 9,0
60%
37,3
40%
24,4
24,7
20%
9,1
0,2
0,2
0,2
0,4
1
2
3
4
1,1
2,4
5
6
0%
7
8
9
10
Escala: 1 a 10
FIGURA 141: Resultado da avaliação do grau de satisfação com o programa
de Pós-graduação, numa escala de 1 (muito insatisfeito) a 10 (muito satisfeito)
PERFIL E TRAJETÓRIA ACADÊMICO - PROFISSIONAL DE BOLSISTAS DA FAPESP
179
■
Grau de satisfação com o programa de pós-graduação
realizado
De um modo geral, os resultados mostram um alto grau de
satisfação dos bolsistas com o programa de pós-graduação realizado com a bolsa recebida da FAPESP. (Ver figura 139 na página
168.)
■
Avaliação do orientador
De um modo geral, a grande maioria dos bolsistas recomendaria, sem restrições, o orientador do programa de pós-graduação realizado a outros interessados que pretendam desenvolver
trabalho no mesmo campo de atuação.
180
DOCUMENTOS
- 2008
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Anexos
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PRODUÇÃO EDITORIAL
FAPESP - GERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO
COORDENAÇÃO
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EDIÇÃO DE TEXTO
CLAUDIA IZIQUE
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
TATIANE BRITTO COSTA
REVISÃO
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