SOCIOLOGIA Prof. : Nei Texto 01 CONSIDERAÇÕES ACERCA DA SOCIOLOGIA HISTÓRICO: A Sociologia é uma ciência que estuda as sociedades humanas e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo isolado é estudado pela Psicologia, a Sociologia estuda os fenômenos que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e interagem no interior desses grupos. A Sociologia não é matéria de interesse apenas de sociólogos. A Sociologia interessa de modo acentuado a psicólogos, administradores, políticos, empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planejadores, sacerdotes, mas, também, ao homem comum. A Sociologia não explica nem pretende explicar tudo o que ocorre na sociedade nem todo o comportamento humano. Muitos acontecimentos humanos escapam aos seus critérios. Ela toca, porém, em todos os domínios da existência humana em sociedade. Por esta razão, a abordagem sociológica, através dos seus conceitos, teorias e métodos, pode constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das situações com que se defrontam na vida cotidiana, das suas múltiplas relações sociais e, conseqüentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais. A Sociologia se ocupa com as observações do que é repetitivo nas relações sociais para daí formular generalizações teóricas. A Sociologia surgiu como uma disciplina no século XIX, na forma de uma resposta acadêmica para um desafio de modernidade: se o mundo está ficando menor e mais integrado, a experiência de pessoas do mundo é crescentemente atomizada e dispersada. Hoje os sociólogos pesquisam macroestruturas inerentes à organização da sociedade, como raça ou etnicidade, classe e gênero, além de instituições como a família; processos sociais que representam divergência, ou 1 desarranjos, nestas estruturas, inclusive crime e divórcio. E pesquisam os micro processos como relações interpessoais. Sociólogos confiam frequentemente em métodos quantitativos de pesquisa social (como a estatística) para descrever padrões generalizados nas relações sociais, e para desenvolver modelos que possam ajudar a predizer mudanças sociais e como as pessoas responderão a essas mudanças. Mas para algumas áreas da Sociologia (e para alguns sociólogos) acreditase que métodos qualitativos — como entrevistas dirigidas, discussões em grupo e métodos etnográficos — permitam um melhor entendimento dos processos sociais. Uma abordagem mediana apropriada é que ambos os métodos são complementares, do que se conclui que cada método pode complementar os resultados do outro. Por exemplo, os métodos quantitativos podem descrever os padrões grandes ou gerais, enquanto as aproximações qualitativas podem ajudar entender como os indivíduos entendem ou respondem a essas mudanças. A Sociologia, é uma área de interesse recente, mas foi a primeira ciência social a se institucionalizar, antes, portanto, da Ciência Política e da Antropologia. O termo Sociologie foi cunhado por Auguste Comte, que esperava unificar todos os estudos relativos ao homem — inclusive a História, a Psicologia e a Economia. Seu esquema sociológico era tipicamente positivista, (corrente que teve grande força no século XIX), e ele acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os remédios para os problemas de ordem social. As transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no século XVIII com as Revoluções Industriais e Francesas, trouxeram muitos problemas. A Sociologia surge no século XIX como forma de entender esses problemas e explicá-los. No entanto, é necessário frisar, de forma muito clara, que a Sociologia é datada historicamente e que o seu surgimento está vinculado à consolidação do capitalismo moderno. A Revolução Industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor. Ela representou o triunfo da indústria capitalista que foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas e as 2 mentes sob o seu controle, convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos e explorados. Neste momento, instala-se a sociedade capitalista, que dividia a sociedade em: Burgueses, donos dos meios de produção, Proletariados, possuidores apenas de sua força de trabalho, Funcionários do Estado e uma classe média composta de vários estratos aversa à discussão política. O quase desaparecimento dos pequenos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho, etc., tiveram um efeito traumático sobre milhões de seres humanos por modificar radicalmente suas formas tradicionais de vida. Não demorou para que as manifestações de revolta dos trabalhadores se iniciassem. Máquinas foram destruídas, atos de sabotagem e exploração de algumas oficinas, roubos e crimes, evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos e mesmo revoluções, com a Revolução Russa (1917 - eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da autocracia, e depois do governo provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até sua dissolução em 1991). Este fato é importante para o surgimento da Sociologia, pois colocava a sociedade num plano de análise, ou seja, passava a se constituir em “problema”, em “objeto” que deveria ser investigado. O surgimento da Sociologia prende-se em parte aos desenvolvimentos oriundos, da: Revolução Industrial (que significou o início do processo de acumulação rápida de bens de capital com conseqüente aumento da mecanização, foi conseqüência do capitalismo ou a economia de mercado como sistema econômico dominante). Mas uma outra circunstância concorreria também para a sua formação. Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas formas de pensamento, originada pelo Iluminismo (valorização do Homem e da Razão). 3 Porém, a Sociologia não é uma ciência de apenas uma orientação teóricometodológica dominante. Ela traz diferentes estudos e diferentes caminhos para a explicação da realidade social. Assim, pode-se claramente observar que a Sociologia tem ao menos três linhas mestras explicativas, fundadas pelos seus autores clássicos, das quais podem se citar, não necessariamente em ordem de importância: A linha de explicação sociológica dialética, iniciada por Karl Marx que mesmo não sendo um sociólogo e sequer se pretendendo a tal, deu início a uma profícua linha de explicação sociológica. Linhas Mestras: 1 - Positivista-Funcionalista fundador Auguste Comte e seu principal expoente clássico em Émile Durkheim, de fundamentação analítica. 2 – A Sociologia Compreensiva iniciada por Max Weber, de matriz teórico-metodológica hermenêutico-compreensiva. Estas três matrizes explicativas, originadas pelos seus três principais autores clássicos, originaram quase todos os posteriores desenvolvimentos da Sociologia, levando à sua consolidação como disciplina acadêmica já no início do século XX. É interessante notar que a sociologia não se desenvolve apenas no contexto europeu. Ainda que seja relativamente mais tardio seu aparecimento nos Estados Unidos, ele se dá, em grande medida, por motivações diferentes que as da velha Europa (mas certamente influenciada pelos europeus, especialmente pela sociologia britânica e positivista de Herbert Spencer). Nos EUA a Sociologia esteve de certo modo "engajada" na resolução dos "problemas sociais", algo bem diverso da perspectiva acadêmica européia. Entre os principais nomes do estágio inicial da sociologia norte-americana, podem ser citados: William I. Thomas Martin Bulmer Roscoe C. Hinkle. A Sociologia, assim, vai debruçar-se sobre todos os aspectos da vida social. Desde o funcionamento de estruturas macro-sociológicas como o Estado, a classe social ou longos processos históricos de transformação social ao comportamento dos indivíduo num nível micro-sociológico. 4 5