opúsculo 21 — Pequenas Construções Literárias sobre Arquitectura — Paulo Moreira regresso ao passado dafne editor a opúsculo 21 * dafne editora, Porto, Agosto 2009 * issn 1646–52 53 d.l. 246357/06 * fotografia Arquivo da Família Moreira e de Paulo Moreira edição André Tavares * design Manuel Granja Monteiro * www.dafne.com.pt regresso ao passado Do «Jardim dos Pequeninos» de Vila de João Belo ao «Jardim-Escola Joaninha» do Xai-Xai Em Maio e Junho de 2009 fui a Moçambique testemunhar o legado dos meus avós, que viveram em Lourenço Marques e na Vila de João Belo entre 1951 e 1961 (hoje Maputo e Xai-Xai, respectivamente). Os seus filhos nasceram em Moçambique, o meu pai Jorge em 1954 e a minha tia Manuela em 1957. Desde os primeiros tempos o casal Eva Maria e Manuel Joaquim mostraram aptidões para o empreendorismo social. Em João Belo a minha avó decidiu promover um projecto paralelo à sua actividade profissional, procurando criar condições para melhorar a educação da população. Mobilizou a comunidade para angariar fundos e negociou com as autoridades uma licença para a construção de um jardim-deinfância. Foi um processo longo e complexo que começou em 1957. Sem esperar pela concretização do edifício, em 1959 deu início ao seu plano num espaço alugado, enquanto o «Jardim dos Pequeninos» ainda estava em construção. Por circunstâncias da vida, em 1961 e apenas alguns meses antes da conclusão do edifício, a família teve de se mudar para outro lugar. Durante umas férias na Metrópole, enquanto a família planeava o futuro em consonância com os interesses do Quadro de Saúde do Ultramar, foi constatado que a única possibilidade do jovem casal continuar a viver junto até ao ingresso dos filhos no Liceu implicaria a deslocação para São Tomé e Príncipe. A decisão teve de ser tomada tão depressa que só houve tempo para pedirem a amigos que vendessem a casa em Moçambique 3 opúsculo 21 —Jardim dos Pequeninos, Vila de João Belo, 1962— e enviassem os seus pertences para o arquipélago. Ficaram em África durante mais treze anos, mas nunca voltaram a Moçambique. Eva Maria não pôde experimentar o programa educativo que tinha idealizado mas soube através de amigos que ficaram em João Belo que a operação estava a ser bem sucedida. Em São Tomé recebeu um telegrama informando que, em honra à impulsionadora do projecto, continuavam a celebrar o dia do lançamento da primeira pedra do «Jardim dos Pequeninos» (e do seu aniversário), 26 de Setembro. Meio século depois eu tive a oportunidade—através da organização não-governamental apdes (Agência Piaget para o Desenvolvimento)— de projectar um centro escolar noutra ex-colónia africana, Angola. O projecto está a ser desenvolvido com base numa investigação académica, situando a pesquisa numa avaliação teórica e histórica da arquitectura e urbanismo dos períodos colonial e pós-colonial. No decurso da pesquisa interessei-me pelas raízes africanas da minha família e, só então, descobri esta obra. Fiquei imediatamente interessado em aprofundar o meu conhecimento não só sobre o edifício e o sistema educativo que albergava, mas também sobre o processo de negociações que tiveram lugar na época. Recolhi fotografias, diapositivos, documentos, realizei entrevistas. 4 regresso ao passado —Jardim-Escola Joaninha, Xai-Xai, 2009— Encontrei o edifício no Google Earth e, com alguma especulação, desenhei as plantas, cortes e alçados e construí maquetes. O projecto da minha avó estava a tornar-se meu também. Aos poucos, as bonitas fotografias a preto-e-branco, os telegramas e os jornais amarelados, as conversas em vídeo, a vista aérea pixelizada, as representações bi e tridimensionais deixaram de ser suficientes para satisfazer a minha obsessão. Tinha de experimentar pessoalmente a ambiência dessas salas-de-aula remotas. Fui ao Xai-Xai e pude testemunhar a força do projecto que a minha avó tinha lançado, imune às mudanças políticas de 1974 e à consequente guerra civil que assolou o país até 1992. O edifício foi ligeiramente transformado e adaptado para acomodar um jardim-de-infância e o primeiro ciclo do ensino básico. Funciona de modo vibrante: o «Jardim-Escola Joaninha»—assim chamado desde 2005—alberga cento e vinte crianças, em vez das setenta e cinco inicialmente previstas. Foi inclusivamente utilizado como hospital durante dois anos, após as dramáticas cheias do Xai-Xai, em 2000. Num país onde mais de um milhão de pessoas morreram durante as guerras, três milhões e trezentas mil refugiaram-se no interior e um milhão e setecentas mil em Estados vizinhos, a escola continuou a funcionar. É uma sobrevivente. 5 opúsculo 21 —Jardim dos Pequeninos, foto-maquete, escala 1:100, 2009— Antes de viajar para África encontrei-me com duas senhoras igualmente activas neste processo que foram educadoras no jardim-de-infância, a Dona Maria Antónia e a Dona Zezinha. Ambas viveram em Moçambique até 1975. Juntamente com a minha avó, conversámos sobre diversos aspectos relacionados com o período colonial. A certa altura a Dona Maria Antónia pediu-me para levar um presente para a sua afilhada Élia: uma representação em cerâmica da Nossa Senhora de Fátima. Conhecer a Élia e a sua família contribuiu decisivamente para tornar a viagem numa experiência inesquecível. Desde o primeiro encontro no Waterfront em Maputo até à última mariscada na Matola, a família Abranches foi uma magnífica anfitriã. «A minha madrinha telefonou a pedir para cuidar bem de ti e para ajudar em tudo o que seja necessário.» Quando lhe perguntei onde e a que horas partiam as camionetas para o Xai-Xai, ela explicou que teria que ir para a estação de manhã mas a partida só ocorreria quando a camioneta estivesse cheia. Élia teve uma ideia melhor: telefonou ao seu marido, Monteiro, e perguntou se ele podia levar-me até ao Xai-Xai, cerca de 250 km a Norte da capital. Monteiro disse que «não tinha problema.» Na verdade, «não tem problema» foi a expressão mais ouvida em Moçambique. Nunca há problema, apesar de haver tantos problemas. 6 regresso ao passado —Documentos e correspondência de Eva Maria Santos para Paulo Moreira, 2009— O Monteiro não só me conduziu até ao Xai-Xai, como ficou lá comigo durante três dias. Almocei e jantei todos os dias com os seus sogros, Sr. Abranches e Dona Bia. Conheci os seus cunhados Catarina, Flávio e Miguel. Estava a viver com uma família africana... Um dia, ao mostrar as fotografias antigas que tinha trazido da Europa, a Dona Bia identificou a Catarina no «Jardim dos Pequeninos». Foi gratificante conhecer alguém que tinha frequentado o jardim-de-infância. Foi uma espécie de recompensa para as intermináveis tarefas de procurar, digitalizar, imprimir que tinha feito em Portugal e em Londres antes de viajar para África. Depois desse episódio tive oportunidade de conhecer várias outras pessoas cuja formação escolar teve início no «Jardim dos Pequeninos» de Vila de João Belo. As fotografias antigas tornaram-se um instrumento fundamental para a minha viagem: decidi encenar as mesmas perspectivas, duas gerações mais tarde. O confronto das vistas «antes & depois» tornou-se muito revelador, permitindo identificar imediatamente alterações como a ampliação do edifício no lado Norte ou a mudança do logótipo e nome no pórtico do lado Sul. Mas apesar de tudo isso, o edifício parece ter permanecido impassível e imperturbável enquanto transformações políticas foram ocorrendo no território. O factor «tempo» 7 opúsculo 21 —Jardim dos Pequeninos, Vila de João Belo, 1962— é particularmente comovedor quando olhamos para o pujante crescimento da marrufeira plantada pela minha avó ainda o «Jardim dos Pequeninos» estava em construção. As alterações mais significativas ocorreram no lado Norte do edifício. A pérgola original e o areal elevado do recreio foram substituídos por um novo volume que acomoda a cantina, uma sala-de-aula improvisada, a sala dos professores, arrumos e instalações sanitárias. Não posso ser preciso em relação à data destas adições, mas são certamente posteriores a 1975 e antecedentes às cheias do ano 2000. A estrutura precária reflecte a desatenção do Estado (todos os edifícios educativos foram nacionalizados após a independência) para garantir condições apropriadas para padrões de educação elevados. Numa conversa com a actual directora do «Jardim-Escola Joaninha» (que aluga a propriedade ao Ministério da Educação) ouvi queixas da falta de dinheiro para melhorar o edifício, por mais vontade que exista para fazê-lo. A diferença mais expressiva entre o «Jardim dos Pequeninos» e o «Jardim-Escola Joaninha» deve-se à conciliação do programa original de jardim-de-infância com a nova função de escola primária. O projecto foi-se desenvolvendo desde a fase inicial, quando contava com trinta alunos num espaço alugado e cerca de setenta e cinco crianças 8 regresso ao passado —Jardim-Escola Joaninha, Xai-Xai, 2009— no novo edifício, isto entre 1961 e o dia vinte e cinco de Junho de 1975 (independência de Moçambique). Após esta data, é certo que o complexo continuou em funcionamento, mas não há dados concretos sobre o número de estudantes. No entanto, as extensões construídas provam que o edifício permaneceu activo. Em 2000 as cheias deixaram a cidade isolada por mais de três meses, devido ao desabamento de estradas, caminhos-de-ferro e pontes. Muitos edifícios foram também severamente afectados, incluindo o hospital local. Por se situar na zona alta do Xai-Xai, a escola permaneceu intacta e foi decidido transformá-la em hospital improvisado, assim permanecendo por cerca de dois anos. O edifício provou ser flexível no uso e apropriação, mantendo o compromisso com a comunidade pretendido desde a sua fundação. Em 2003 o governo local arrendou o complexo a uma organização privada que reabriu a escola tal como eu tive oportunidade de a conhecer. Originalmente o jardim-de-infância estava dividido em duas secções: a Dona Zezinha educava os mais novos e a Dona Maria Antónia o grupo mais crescido. O espaço central estava separado por uma longa porta de correr que permitia criar uma zona de grandes dimensões para actividades e eventos diversos. Parecia-me ser uma concepção 9 opúsculo 21 — Hotel Sepúlveda, Praia da Vila de João Belo, 1959— interessante, mas a madrinha da Élia disse-me que a porta era demasiado pesada e lhe causou problemas físicos irreversíveis. As dimensões avantajadas inicialmente planeadas, relativamente ao número de pessoas que o edifício deveria albergar, pareciam contribuir para um ambiente propício à boa educação infantil. Não obstante, quis saber sobre eventuais problemas de funcionamento, tendo as exeducadoras referido um certo «sobre-planeamento» que tornava difícil o rearranjo de mobiliário, quando necessário. Actualmente, ao contrário do planeado, as salas «dos pequenos» e «dos grandes» funcionam como dormitórios de meninas e meninos, respectivamente, o que impede o seu uso como espaços de recreio e aprendizagem. Parece errado que a actividade principal no coração do jardim-de-infância seja dormir. Para além disto, a porta de correr deixou de funcionar devido à falta de manutenção: «Uma boa notícia», congratulou-se a Dona Maria Antónia, mas a flexibilidade perdeu-se. A nova configuração do espaço central fez deslocar as actividades diárias para a zona estreita e comprida inicialmente usada como cantina. As crianças sentam-se frente-a-frente ao longo das paredes e cantam, batem palmas, gritam, riem ou choram. Há poucas possibilidades para experimentar diferentes organizações do espaço. 10 regresso ao passado —Hotel Sepúlveda, Praia do Xai-Xai, 2009— Evidentemente, a inclusão do nível primário no centro escolar implicou algumas transformações. À primeira vista unicamente a «sala multiusos» poderia adaptar-se à nova função. Este espaço é utilizado por diversos turnos de crianças ao longo do dia mas, ainda assim, é claramente insuficiente. São precisas mais salas-de-aula. A solução encontrada para acomodar todos os alunos passou pela conversão de um cubículo próximo da entrada como um espaço de ensino. Nem a minha avó nem as duas ex-educadoras se lembram da existência do nicho do porteiro que existe actualmente. Talvez tenha sido uma extensão feita no período conflituoso pós-colonial, quando a segurança era certamente uma preocupação substancial. Estas suposições parecem verosímeis se repararmos na solução estrutural da cobertura do nicho (vigas metálicas que atravessam as paredes da fachada), similar à do barracão do lado Norte. Lamentavelmente não pude confirmar estes factos através da consulta dos desenhos do projecto porque, como fui informado, o Departamento de Obras Públicas do Xai-Xai ficou praticamente destruído durante as cheias. A juntar a isto, ninguém se lembra do nome do arquitecto.* ——————— * Se alguém tiver informações a este respeito, por favor contacte-me: www.paulomoreira.net. 11 opúsculo 21 —Eva Maria Santos na Praia da Vila de João Belo, 1959— O espaço previamente utilizado como garagem, justaposto ao edifício principal no lado Este, está igualmente a ser utilizado como sala-de-aula. Pequenas adaptações como o encerramento da anterior entrada do carro (deixando unicamente uma porta) e a abertura de uma janela, foram suficientes para criar mais uma sala ocupada por doze a catorze estudantes em dois turnos diários. Chamo-lhe a garagem-sala-de-aula. Parece óbvio que albergar cento e vinte crianças numa escola planeada para acomodar setenta e cinto resulta num ensino mais difícil. Ou será que a configuração espacial não interfere na qualidade do ensino e na disponibilidade para aprender? Será que meninos e meninas conseguem concentrar-se num escritório-sala-de-aula, usando um «sobreplaneado» banco fixo como mesa e tendo que girar as cabeças para olhar para o quadro? Há crianças também a aprender no coberto acrescentado nas traseiras do edifício original. Chamo-lhe o coberto-sala-de-aula. Temos então o nicho-do-porteiro-sala-de-aula, a garagem-sala-de-aula, o escritório-sala-de-aula, o coberto-sala-de-aula. É estranho que os antigos sanitários dos alunos não tenham sido ainda convertidos em espaços para o ensino, já que não se encontram em funcionamento! 12 regresso ao passado —Paulo Moreira na Praia do Xai-Xai, 2009— No «Jardim dos Pequeninos» as crianças eram tratadas segundo princípios de igualdade, através de actividades que promoviam a familiaridade, como a dança, o teatro e a música, fomentando a criatividade, o espírito de grupo e a personalidade das crianças. Talvez uma visão idealizada do período colonial português. Relativamente à actual estratégia educativa da escola, o espaço exterior é visto como uma extensão das salas. No «Jardim-Escola Joaninha» argumenta-se que a educação física deve ser tratada com o mesmo estatuto que as disciplinas científicas. Um dos professores explicoume que as crianças não se conseguem manter concentradas durante demasiado tempo seguido. «Quando sinto que elas estão a começar a ficar irrequietas e desassossegadas, trago-as para o exterior para fazerem ginástica e aliviar a tensão que a matemática, história e ciências naturais podem provocar.» Alargando o âmbito do meu estudo a uma reflexão sobre a arquitectura da ajuda humanitária, procuro compreender o papel que tenho vindo a experimentar ao projectar uma escolinha na periferia da capital de Angola. De um modo geral, tem sido observado que embora África seja globalmente o maior destinatário de ajuda internacional, os seus efeitos na população têm sido limitados. Estou particularmente 13 opúsculo 21 interessado neste aparente falhanço, por parte de organizações internacionais, a tomar em consideração um contexto político mais alargado antes de fornecer assistência. A ajuda humanitária, que supostamente deveria aliviar o sofrimento de uma população carente, contribui para sustentar as acções opressivas que provocaram essas carências, o que torna o seu papel paradoxal. A minha função às vezes parece-me descabida, por que terei de ser eu e a organização que me contactou a tratar da educação de um país com recursos mais que suficientes para fazê-lo? Tenho sido questionado pelas razões desta viagem. «Por que foste para Moçambique se o teu projecto é em Angola?». Normalmente dou uma resposta muito directa. «Porque a minha avó fundou uma escola na década de sessenta e eu quis visitar esse edifício.» No entanto, as reais motivações não são simples de explicar, às vezes quase respondo: «Ainda não sei.» Na tentativa de situar e contextualizar a minha investigação, tive vontade de olhar para as minhas raízes familiares. Afinal sou mais um Moreira a trabalhar em África, embora num contexto político e territorial completamente diferente. Será que posso usar esta escola como uma referência para o meu projecto sem ser acusado de saudosismo colonial? Por que viajei para Moçambique se o meu projecto é em Angola?—faço-me a mesma pergunta. «Fui à procura de inspiração.» Será esta uma resposta demasiado redutora? A viagem ao Xai-Xai deixou-me a pensar sobre a necessidade de construir adequadas salas-de-aula que aliviem a sobrelotação do «Jardim-Escola Joaninha». Além do mais, o edifício existente precisa de manutenção, reparação do sistema de saneamento e águas pluviais, conserto de portas e janelas... Não seria fantástico dar continuidade ao projecto que a minha avó iniciou, contribuindo com um novo capítulo desta bonita história? 14 —Eva Maria, Dona Zezinha e Dona Maria Antónia, Porto, 2009— Esta viagem, realizada entre 30 de Maio e 10 de Junho de 2009, foi financiada pelo American Institute of Architects – UK Chapter, através da bolsa Noel Hill Travel Scholarship. Trata-se de uma subvenção atribuída anualmente pela associação americana a um estudante universitário matriculado no Reino Unido, com o intuito de promover os laços e afectos com os eua. O júri, constituído por Bob Allies, Mary Bowman, Jamie Fobert, Larry Malcic, Robert Maxwell, Peter Murray, Victoria Richardson e Daniel Rosbottom, entregou o prémio na gala Excellence in Design Awards, a 26 de Março de 2009 no Royal College of Physicians, em Londres. Paulo Moreira (Porto, 1980), arquitecto (faup, 2005). Estudou na Accademia di architettura em Mendrisio (2002/03), estagiou com Herzog & de Meuron em Basileia (2003/04), trabalhou como freelancer em Barcelona (2005/07) e iniciou doutoramento no Department of Architecture and Spatial Design, London Metropolitan University (2009/10). i s s n 1 64 6 – 5 2 5 3 opúsculos — Pequenas Construções Literárias sobre Arquitectura — José Capela Pedro Gadanho Godofredo Pereira André Tavares 1 utilidade da arquitectura: 0+6 possibilidades 2 para que serve a arquitectura? 3 delírios de poder 4 as pernas não servem só para andar Rui Ramos 5 elenco para uma arquitectura doméstica Luis Urbano 6 dupli —cidade e a flânerie contemporânea Inês Moreira 7 petit cabanon Susana Ventura Guilherme Wisnik Miguel Figueira Pedro Fiori Arantes João Soares Nuno Abrantes Gonçalo M Tavares Ana Vaz Milheiro Bernardo Rodrigues Miguel Marcelino António Baptista Coelho Pedro Bismarck 8 o ovo e a galinha 9 niemeyer: leveza não tectónica 10 a minha casa em montemor 11 o lugar da arquitectura num «planeta de favelas» 12 o suporte da moral difusa 13 739h/m2 14 arquitectura, natureza e amor 15 as coisas não são o que parecem que são 16 architecture or suicide 17 a beleza invisível das coisas 18 entre casa e cidade, a humanização do habitar 19 le décollage du zyx24 Susana Lourenço Marques 20 Paulo Moreira falso acaso e possível coincidência 21 regresso ao passado