hipertensão arterial em individuos do municipio de neves paulista

HIPERTENSÃO ARTERIAL EM INDIVIDUOS DO MUNICIPIO DE NEVES PAULISTA
AUTORES
VERIDIANE PASSOS HORJAS
MARCELA CAPOBIANCO
SILVIA MESSIAS BUENO
PAULA CURI DE FREITAS FAVARO
NATALIA SPERLI GERALDES MARIN DOS SANTOS
ANA IARA COSTA FERREIRA
CARLA MACHADO
NATALIA MARTIN
RESUMO
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um dos maiores problemas na área da saúde
pública, definida pelos valores pressóricos maior ou igual a 140/90mmHg. Objetivo: Analisar os
principais fármacos utilizados no tratamento, importância do estilo de vida do paciente hipertenso,
seus hábitos alimentares e sua aderência ao tratamento. Metodologia: O estudo foi realizado com 29
prontuários médicos de indivíduos hipertensos cadastrados no posto de saúde da família no
Município de Neves Paulista do ano de 2001 a 2013. Resultados: Dos 21 pacientes assíduos
analisados observou-se um predomínio de obesos, idosos, e indivíduos do masculino. Os fármacos
mais utilizados foram inibidores adrenérgicos, inibidores da ECA, diuréticos de alça e tiazidicos.
Conclusão: A orientação sobre mudanças na alimentação e mudança no estilo de vida contribui para
a adesão e o sucesso no tratamento
PALAVRAS - CHAVE
Hipertensão arterial, tratamento farmacológico, saúde do idoso.
1
INTRODUÇÃO
Na busca por um envelhecimento ativo e saudável, vem crescendo a demanda de serviços de
saúde especializado, na tentativa de viabilizar a qualidade de vida reduzindo os efeitos e consequências
dos diversos distúrbios que acometem a velhice, especialmente as Doenças Crônicas Não-Transmissíveis –
DCNT. (OLIVEIRA, MOREIRA, 2010).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença de caráter multicausal, frequentemente
associada a alterações metabólicas e hormonais e acontecimentos tróficos. É caracterizada pelo aumento
da pressão arterial (P.A), considerada como um dos principais fatores de risco cardiológico e
cerebrovasculares, e complicações renais que apresenta elevado risco de mortalidade (MIRANZI et. al.,
2008). A HAS é caracterizada por uma pressão arterial sistólica maior ou igual a 140mmHg e uma pressão
arterial diastólica maior ou igual a 90mmHg, em pessoas que não fazem uso de medicamentos antihipertensivos. É uma doença que atinge milhões de brasileiros e cerca de 50% desconhecem que são
hipertensos por ser uma doença muitas vezes assintomática, tornando-se conhecida como doença
silenciosa (SALES et. al.,2013).
Na maioria dos casos, nem sempre se conhece a causa da hipertensão arterial. Porém, vários
fatores podem estar associados à elevação da P.A como o sedentarismo, o estresse, o tabagismo, o
envelhecimento, histórico familiar, a raça, o gênero, obesidade e os fatores dietéticos (MOLINA et. al.,
2003).
Medidas preventivas e corretivas são imprescindíveis para tornar mínimo este risco. Entre as
medidas preventivas, destaca-se a adoção de rotinas alimentares saudáveis, sendo a base nutricional de
fundamental importância para a redução das suas complicações crônicas (CARLOS et. al.; 2008).
Apesar da relação entre hipertensão arterial e os fatores nutricionais, ainda não são bem
esclarecidos os mecanismos de atuação destes sobre a elevação da pressão arterial. São conhecidos, no
entanto, os efeitos de uma dieta saudável (rica em frutas e vegetais e pobre em gordura) sobre o
comportamento dos níveis pressóricos. Dentre os fatores nutricionais que se associam à alta prevalência de
hipertensão arterial estão o elevado consumo de álcool, sódio e excesso de peso. Recentemente vêm
sendo, também, associados o consumo de potássio, cálcio e magnésio, os quais atenuariam o progressivo
aumento dos níveis pressóricos com a idade (MOLINA et. al., 2003).
A mudança do estilo de vida é uma atitude que deve ser adotada em todos os pacientes
hipertensos, durante toda a vida, independente dos níveis de pressão arterial. Existem medidas no estilo de
vida que, efetivamente, têm valor comprovado na redução da pressão arterial. Há eficácia comprovada dos
hábitos saudáveis na queda de valores pressóricos e na diminuição do risco para eventos cardiovasculares
(LOPES, BARRETO FILHO, RICCIO, 2003).
São considerados padrões alimentares adequados: ter uma dieta rica em vegetais, frutas, verduras,
grãos, fibras, alimentos com baixo valor calórico e baixo teor de gorduras saturadas (alimentos cozidos,
assados, grelhados ou refogados, com temperos naturais). Limitar a ingestão de sal, álcool, gema de ovo,
crustáceos e margarinas. Evitar doces, frituras e derivados do leite integral (LOPES, BARRETO FILHO,
RICCIO, 2003).
2
As pessoas com estilo de vida sedentário apresentam maior possibilidade de desenvolver
hipertensão quando comparadas a pessoas fisicamente ativas. O exercício físico está associado a diversos
benefícios. Quando bem planejado e orientado de forma correta, quanto a sua duração e intensidade, pode
ter um efeito hipotensor importante. Uma única sessão de exercício físico prolongado de baixa ou moderada
intensidade provoca queda prolongada na pressão arterial (LOPES, BARRETO FILHO, RICCIO, 2003).
Faz se necessário estar ciente que à adesão ao tratamento não depende só de fatores próprios do
paciente, mas de sua relação com os membros da equipe multiprofissional de saúde. O uso de antihipertensivo deve ser feita em doses baixas e com aumento gradual, contudo sem perder de vista o alvo da
pressão arterial desejado. Varias classes de anti hipertensivos demonstram ser uteis em reduzir o risco
cardiovascular, fazendo se necessário associar fármacos com mecanismos de ações diferentes para o
controle adequado da pressão arterial (PERROTTI, et.al., 2007).
POZZAN et al 2003 cita que o uso de diuréticos, betabloqueadores, inibidores da enzima
conversora de angiotensina e bloqueadores dos canais de cálcio, demonstrou redução de 35% a 40% no
risco de acidente vascular encefálico, 20% a 25% no risco de doença arterial coronariana e 50% no risco de
insuficiência cardíaca. Os pacientes devem ser orientados em relação à doença durante as consultas
médicas, e sempre que possível em grupos com assistência multiprofissional. Mostra se a seguir as
principais classes de medicamentos anti hipertensivos:
Inibidores adrenérgicos- São drogas que intervêm na transmissão simpática. A maioria dos
antagonistas de receptores adrenérgicos é seletiva para os receptores α ou β, e muitos também são
®
seletivos para seus subtipos. Pode se citar como exemplo o metildopa, atenolol, Propranolol (LONGO,
MARTELI, ZIMMERMANN, 2011).
Inibidores da ECA- impedem a conversão de angiotensina I em angiotensina II, que é um
vasoconstritor potente, atenuando assim seus efeitos. Pode se citar como exemplo o captopril e enalapril
(LONGO, MARTELI, ZIMMERMANN, 2011).
Bloqueadores dos canais de cálcio- ligam-se às subunidades á1 do canal de cálcio cardíaco do tipo
L, mas em locais distintos e que vão interagir alostericamente entre si e com o maquinário de controle da
passagem de cálcio, impedindo sua abertura e consequentemente reduzindo a entrada de cálcio. Pode se
citar como exemplo o verapamil, diltiazem, nifedipina e anlodipina (LONGO, MARTELI, ZIMMERMANN,
2011).
Diuréticos de alça- Ao bloquear o cotransporte ativo de sódio, cloreto e potássio na membrana
luminal da alça de Henle, os diuréticos de alça aumentam o débito urinário desses eletrólitos e também de
®
outros, bem como o de água. Pode se citar como exemplo o Lasix (LONGO, MARTELI, ZIMMERMANN,
2011).
Diuréticos tiazidicos- atuam basicamente na parte proximal dos túbulos contorcidos distais,
bloqueando o cotransportador de sódio-cloreto na membrana luminal das células tubulares. Sob condições
favoráveis, esses agentes fazem com que 5% a 10% do filtrado glomerular passem para a urina. Pode se
citar como exemplo o clortalidona e hidroclorotiazida (LONGO, MARTELI, ZIMMERMANN, 2011).
JUSTIFICATIVA
O tratamento precoce da doença, a prevenção e o conhecimento da hipertensão arterial evitam
altos índices morbimortalidade. Com o envelhecimento da população aumenta-se o numero de doenças,
3
tornando-se necessário o conhecimento por profissionais de saúde no diagnostico e tratamento adequado
prevenindo complicações.
Sendo assim este trabalho, visa buscar uma alternativa para uma melhor qualidade de vida do
individuo hipertenso bem como demonstrar os principais fármacos utilizados no tratamento da
hipertensão,determinar a importância da qualidade de vida do paciente hipertenso, incluindo hábitos
alimentares,avaliar os dados informados pelos profissionais de saúde no prontuário do paciente e avaliar a
aderência do paciente ao tratamento.
MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética da União das Faculdades dos Grandes Lagos oficio n°
206/14. Onde o estudo foi realizado com prontuários médicos de indivíduos hipertensos cadastrados no
posto de saúde da família no Município de Neves Paulista do ano de 2001 a 2013. A amostra foi composta
por 29 indivíduos de uma faixa etária de 36 a 82 anos. Foram incluídos neste estudo indivíduos do sexo
feminino e masculino, ambos residentes no Município de Neves Paulista. Foram analisados nos prontuários
médicos as seguintes variáveis:
•
Classes de medicamentos mais utilizada;
•
Fatores de risco;
•
Hábitos alimentares;
•
Complicações da HAS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O envelhecimento da população tem contribuído para com o desenvolvimento de doenças crônicas
não transmissíveis, sendo a hipertensão uma destas. Para que o tratamento possa ter sucesso se faz
necessário o conhecimento sobre os fatores de risco, estilo de vida dos pacientes além das dificuldades em
adesão ao tratamento.
Neste estudo foram analisados 29 prontuários médicos de pacientes residentes no Município de
Neves Paulista. Nestes prontuários observou-se a faixa etária, o valor de pressão arterial, o estilo de vida e
a utilização de medicamentos.
Observou-se que a faixa etária dos pacientes variou de 36 a 82 anos, e, a prevalência dos
hipertensos pertence a um grupo cuja faixa etária é entre 50 a 80 anos. Dos 29 prontuários analisados, 15
são do sexo masculino e 14 do sexo feminino. Nos estudos de SOUZA et. al. 2006, foi encontrado a
prevalência maior de homens com HAS. Entretanto, na literatura vários artigos relatam um índice maior de
mulheres com hipertensão arterial, pois estas procuram atendimento médico com maior frequência
(REINHARDT et. al.,2012).
4
25
21
20
15
10
8
5
0
assiduos
não assiduos
Gráfico 1: Distribuição dos pacientes em tratamento farmacológico.
No gráfico 2 observa-se um predomínio de idosos (62%). Este número aumentado de idosos
hipertensos deve-se ao fato de que, com o avançar da idade, há uma perda progressiva da elasticidade dos
grandes vasos e a aorta sofre processos ateroscleróticos tornando-se mais rígida e, portanto com menos
capacidade de distensão, ocasionando, assim, doenças cardiovasculares (PIATI, FELICETTI, LOPES,
2009).
30,00%
28,57%
23,80%
23,80%
25,00%
20,00%
14,28%
15,00%
5,00%
9,52% 9,52%
9,52%
10,00%
4,76%
4,76% 4,76% 4,76%
0,00%
30 a 40
40a 50
50 a 60
homens
60 a 70
70 a 80
80 a 90
mulheres
Gráfico 2: Distribuição dos hipertensos pela faixa etária de idade.
Os estudos dos pacientes assíduos foram observados os fatores de risco, obesidade, tabagismo,
consumo de bebida alcoólica, sedentarismo, dieta alimentar, diabetes, que estão descritos a seguir. Em
relação aos fatores de risco (gráfico 3), sugere-se que a obesidade favorece o aumento da pressão arterial,
pois a presença da gordura abdominal eleva a pressão intra-abdominal e intra-renal levando a uma redução
do fluxo sanguíneo na medula renal ocasionando a reabsorção de sódio que contribui para o
desenvolvimento de doenças cardíacas. Dentro deste estudo observamos que dos pacientes que são
assíduos, 52,4% são classificados como fator de risco, a obesidade. A obesidade pode aumentar o risco de
5
desenvolvimento de hipertensão em até seis vezes, e deve ser tratada como uma doença crônica. A
obesidade associada à hipertensão eleva o debito cardíaco, eleva a vasoconstrição e reduz a
vasodilatação, contribuindo para o surgimento das doenças cardíacas. (PIATI, FELICETTI, LOPES, 2009).
Quanto ao tabagismo, constatou-se 38,0% dos pacientes assíduosfumavam regularmente. O ato de
fumar eleva a frequência cardíaca, a pressão arterial e a resistência periférica, em virtude da ação da
nicotina que libera as catecolaminas, provocando uma redução de oxigênio nos glóbulos vermelhos em
torno de 20%. A presença de monóxido de carbono proveniente da fumaça do cigarro também promove
lesão na parede interna dos vasos, contribuindo para a deposição de gordura e colesterol (PIATI,
FELICETTI, LOPES, 2009).
Em relação ao consumo de bebidas alcoólicas constatou-se que 14% consumiam diariamente. A
ingestão de bebida alcóolica promove o aumento de gordura na região abdominal contribuindo para a
elevação da pressão arterial. Observa-se também em estudos de PIATI, FELICETTI, LOPES, (2009) com
pacientes hipertensos que 21% destes eram fumantes e 12% faziam uso de bebida alcoólica.
A respeito do consumo alimentar foi indicado dieta e redução de sal para 90,4% hipertensos, mas
somente 14,2% realizaram esta dieta. A redução de sódio e alimentos gordurosos favorece a redução da
pressão arterial, e auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade melhorando a
qualidade de vida. Esta mesma indicação alimentar foi demonstrada em estudos realizados por PIATI et. al.
2009, que relatou que 63% dos pacientes aderiram a um consumo alimentar mais saudável, reduzindo o
consumo de sal.
Ainda em relação aos fatores de risco o sedentarismo merece destaque, pois 71,4% dos pacientes
não realizam nenhuma atividade física, e a atividade física foi indicada para 61,9%, mas somente 14,2%
aderiram a prática. Resultados semelhantes foram demonstrados por TAVARES et.al.,2014 evidenciando
que o sedentarismo está presente em 57,9% dos pacientes. A prática de exercícios físicos é considerada
um tratamento não medicamentoso muito eficaz no controle e redução da pressão arterial. Além disso,
melhora o funcionamento do organismo, reforça a função circulatória, pulmonar, muscular, óssea e
articulações e ajuda no controle do peso e previne doenças crônicas (PIATI, FELICETTI, LOPES, 2009).
O diabetes esteve presente em 57,6% dos pacientes estudados e quando associado com a
hipertensão arterial, contribui para o desenvolvimento de complicações cardiovasculares, especialmente
doença coronariana. No estudo de CARLOS et. al., 2008 foram relatados que 22,3% dos pacientes
estudados também apresentavam diabetes.
6
60,0%
40,0%
42,8%
33,3%
28,8% 28,8%
20,0%
33,3%
19,0%
4,7%
28,6%
19,0% 19,0%
9,5%
4,7%
14,3%
9,5%
4,7%
0,0%
0,0%
Homens
Mulheres
Gráfico3: Distribuição dos hipertensos pelos fatores de riscos.
Podemos observar no gráfico 4 que dentre as doenças citadas hápredomínio de diabetes com
57,6%, em segundo lugar doenças cardiovasculares com 33,3%, doença renal com 14,2% e o acidente
vascular cerebral com 4,7%. Dados levantados na literatura mostram que 4,4% dos pacientes com HAS
tiveram o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a angina esteve presente em 2,5%, o infarto agudo do
miocárdio (IAM) foi à patologia encontrada com 1,4% e as doenças renais com 1,1%. Podemos destacar
que a hipertensão arterial é uma grande contribuinte para o desenvolvimento de doenças cardíacas,
cerebrais, renais e vasculares periféricas, sendo considerada uma das causas de maior redução na
qualidade de vida do individuo hipertenso (SALES et.al.,2013).
Em relação à aderência dos pacientes ao tratamento, dos 29 prontuários analisados, 72,4% foram
classificados como assíduos e 27,5% abandonaram o tratamento, fato que também pode ser observado no
estudo realizado por COELHO et. al. 2005, em que dos 245 pacientes analisados 89,7% foram classificados
como assíduos e 10,3% abandonaram o tratamento.
No grupo de pacientes que são assíduos (21) que estão em tratamento farmacológico, (gráfico 1),
todos fazem tratamento medicamentos para HAS, mas apenas 28,5% apresentam a pressão arterial
controlada, assim demonstrando que os pacientes que tem HAS devem ter consciência de que necessitam
de cuidados médicos (COELHO ET.AL.; 2005). Destes 19,04% fazem o uso de apenas 1 medicamento e
80,95% fazem associação de 2 ou mais drogas. Observou-se que 52% dos indivíduos utilizam antihipertensivos (atenolol e captopril) e 48% fazem o uso de diuréticos (Lasix
®
e hidroclorotiazida). Os
diuréticos mais prescritos foram os Tiazídicos, como exemplo, a hidroclorotiazida e Diuréticos de Alça, como
®
por exemplo, o Lasix . Em relação aos anti-hipertensivos prescritos, os mais utilizados foram os Inibidores
®
Adrenérgicos (metildopa, atenolol, Propranolol ), os Bloqueadores de Canais de Cálcio (nifedipina) e os
Inibidores da ECA (captopril e enalapril). De acordo com o trabalho realizado por PIATI, FELICETTI,
LOPES, 2009, 50% dos indivíduos analisados fizeram o uso de anti-hipertensivos e 45% de diuréticos os
mesmos encontrados em nossa pesquisa.
7
28,8% 28,8%
25,0%
19,04%
20,0%
14,3%
15,0%
10,0%
9,5%
4,8%
4,76%
5,0%
0,0%
0,0%
Problemas
renais
Problemas
cardiacos
Acidente
Vascular
Cerebral
Homens
Mulheres
Diabetes
Gráfico4: Distribuição dos hipertensos pelas complicações da HAS.
Em relação à utilização de medicamentos anti-hipertensivos, os Inibidores Adrenérgicos foram os
mais prescritos, sendo o atenolol o mais utilizado. Estes fármacos têm múltiplos efeitos, como por exemplo,
diminuição do débito cardíaco, efeitos centrais, readaptação dos barorreceptores, diminuição da liberação
de renina e inibição simpática periférica. São muito úteis em pacientes hipertensos portadores de
insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana, angina e infarto agudo do miocárdio. De acordo com vários
estudos sobre Hipertensão arterial, destaca-se a utilização mais frequente de fármacos como Inibidores da
ECA, sendo o Captopril o mais utilizado (LONGO, MARTELI, ZIMMERMANN, 2011).
Em relação ao uso de diuréticos no tratamento da hipertensão, 28,57% dos pacientes fazem uso de
®
Lasix , um diurético de alça que atua diminuindo a reabsorção ativa no segmento ascendente espesso da
alça de Henle ao bloquearem o co-transportador de sódio, cloretos, e potássio, localizado na membrana
luminal das células epiteliais. São os mais potentes por serem eficazes mesmo em pacientes com função
®
renal gravemente comprometida. 23,80% dos pacientes fazem o uso de diuréticos Tiazidicos (Clorana ),
eles atuam basicamente na parte proximal dos túbulos contorcidos distais, bloqueando o co-transportador
de sódio-cloreto na membrana luminal das células tubulares. São os medicamentos de primeira escolha
para o tratamento da hipertensão devido seu baixo custo e por apresentarem reações adversas moderadas.
Os Inibidores da ECA foram utilizados por 33,33% dos pacientes, e são considerados eficazes no
tratamento da Hipertensão por diminuírem os efeitos cardiovasculares em pacientes com risco elevado. O
Captopril foi o medicamento mais utilizado 23,80%. Apesar de ser o mais prescrito nas unidades de saúde,
o enalapril, um Inibidor da ECA também, é considerado mais potente por ter seu tempo de ação mais
prolongado. De acordo com a literatura os inibidores da ECA foram os fármacos mais prescritos
representando 50% das prescrições (LONGO, MARTELI, ZIMMERMANN, 2011).
8
42,9%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
33,3%
23,8%
28,6%
Gráfico5: Distribuição dos hipertensos pela classe de medicamentos.
CONCLUSÃO
O presente estudo conclui que tanto homens quanto mulheres têm pré-disposição para desenvolver
hipertensão arterial, tornando se necessário desenvolver medidas preventivas para melhorar a qualidade de
vida dos pacientes hipertensos e sua adesão ao tratamento, como programas de atividade física
supervisionada, acompanhamento nutricional intenso e buscar parcerias com familiares a fim de contribuir a
preservação da autoestima do paciente. Os principais fatores de risco para se desenvolver doenças foram
obesidade, idade, tabagismo, alcoolismo, consumo alimentar e sedentarismo. As principais complicações da
HASsão diabetes, problemas cardíacos, problemas renais e acidente vascular cerebral. As classes de
medicamentos mais utilizados foram inibidores adrenérgicos (atenolol), inibidores da ECA (captopril),
®
diuréticos de alça (Lasix ) e diuréticos tiazidicos (hidroclorotiazida). Em relação as prescrições de fármacos
anti hipertensivos utilizados em associações, o presente estudo demostrou que os inibidores adrenérgicos,
junto com os diuréticos de alça foram os mais utilizados. A terapia combinada se mostra mais eficaz na
redução da pressão arterial. Muitos prontuários não continham todas as informações necessárias; a boa
interação entre medico e paciente e os agentes da saúde contribuem para melhor aderência ao tratamento.
O conhecimento do paciente sobre seu estado de saúde e o correto uso dos medicamentos torna o
tratamento mais efetivo, seguro e eficaz.
9
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