avaliação das valas de filtração como método de pós

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SAPSA 12
AVALIAÇÃO DAS VALAS DE FILTRAÇÃO COMO MÉTODO DE PÓSTRATAMENTO DE EFLUENTE ANAERÓBIO: REMOÇÃO NATURAL DE
PATÓGENOS E NUTRIENTES NA APLICAÇÃO DE ALTAS TAXAS
HIDRÁULICAS
Oder Luiz de Sousa Junior 1, Bruno Coraucci Filho 2, Roberto Feijó de
Figueiredo 3
(1) Mestrando [email protected], (2) Orientador, DSA/FEC/UNICAMP
[email protected], (3) Co-orientador, DSA/FEC/UNICAMP
[email protected]
Palavras chave, tratamento esgoto, fossa filtro, pequenas comunidades, baixo custo
No Brasil devido a ausência e precariedade dos serviços de saneamento ambiental,
ocasiona-se um grave impacto à saúde pública e ao ambiente. Desse modo, buscase o desenvolvimento de sistemas simples de tratamento, eficientes e adaptáveis às
condições estruturais e econômicas de nosso país.
Esta simplicidade refere-se à aplicação de métodos naturais com baixo custo
operacional e construtivo, além de viáveis e com sustentabilidade ambiental (1).
Um sistema de tratamento de esgoto que atende a estas questões são os que
utilizam o tratamento anaeróbio, por ser de baixo custo construtivo e operacional. No
entanto, necessita de um pós-tratamento, pois não atende a legislação brasileira, na
remoção de matéria orgânica, nutrientes como fósforo e nitrogênio
e
microrganismos patógenos.
A associação de “fossa filtro” (sistema de tanque sépticos e filtro anaeróbio) com
valas de filtração mostra-se e uma alternativa viável, pois requer pouca necessidade
de operação e manutenção. Pode ser utilizado como método de tratamento de
efluentes domésticos, em locais onde é muito cara a construção de rede coletora de
esgoto como pequenas comunidades, também quando de seja-se reutilizar o
efluente para usos não nobre.
O objetivo desta pesquisa é estudar as valas de filtração como método de póstratamento de efluente anaeróbio na remoção de fósforo, nitrogênio e microrganismo
patógenos sendo aplicada em taxas hidráulicas maiores que estudas em pesquisas
anteriores. As valas de filtração são sistemas alternativos de tratamento de esgotos,
e seu funcionamento baseia-se na aplicação de efluentes em um leito de areia,
onde ocorrem, naturalmente processos físicos, químicos e biológicos, que realizam a
depuração dos esgotos. As valas de filtração são constituídas de três camadas de
areia de profundidade como meio suporte (0,25; 0,50 e 0,75m). A alimentação do
sistema é proveniente de “fossa filtro” que são aplicados quatro cargas hidráulicas
(40, 60, 80 e 100 L.m2. dia) nas freqüências de 6,12,18 e 24 horas.
O experimento é realizado parte na Estação de Tratamento de Esgoto Icaraí
administrada pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.
(SANASA) em Campinas, e parte está montado na área externa (Laboratório de
Resíduo) do Laboratório de Prototípico aplicado ao tratamento de águas e efluentes
da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, da Universidade
Estadual de Campinas.
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As valas de filtração seguirão o modelo utilizado por Coraucci Filho et al (2000) (2),
(Figura 1), e são construídas em três caixas de fibra de vidro com visor em acrílico,
com 1 m de comprimento, 0,50 m de largura de fundo e declividade longitudinal
entre 1:300 e 1:500, e altura de leito filtrante 0,25m; 0,50m e 0,75m respectivamente
e é baseada na norma NBR 7229 (1993) com modificações, que trata do projeto, da
construção e da operação de sistemas de tanques sépticos, filtro anaeróbio e
dispositivos de infiltração do efluente líquido no solo. São constituídos ainda por
tubos de drenagem de PEAD (polietileno de alta densidade), com 0,10 m de
diâmetro.
Efluente
Anaeróbio
Bomba
Peristáltica
V 0,25 m
V 0,50 m
Coletores
V 0,75 m
Figura 1 Esquema das Valas de filtração em vista superior
Na avaliação de desempenho do sistema, como pós-tratamento, são analisados os
seguintes parâmetros: pH, DBO, DQO, série de sólidos, nitrogênio, fósforo,
alcalinidade, cor, turbidez, condutividade, Coliformes Fecais e Totais helmintos e
protozoários. A freqüência das amostragens é semanal, com coleta no período da
manhã, com posterior análise laboratorial. São coletadas amostras afluente e
efluente as valas de filtração para a determinação da eficiência das valas.
Para as análises laboratoriais utilizar-se o Laboratório de Saneamento da Faculdade
de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo – UNICAMP. Estas análises são
baseadas nos métodos descritos no APHA; AWWA; WPCF (2001) (3).
Referências Bibliográficas
(1) VAN HAANDEL, A. C; AIYK, S.; AMOAKO, J.; RASKIN, L.; VERSTRAETE, W.;
Removal of carbon and nutrients from domestic wastewater using a low investment,
integrated treatment concept. Water Research Volume 38, Issue 13, 3031-3042, July. 2004.
(2) CORAUCCI FILHO B., et al. Pós-tratamento de Efluente de Filtro Anaeróbio:
Modelo Reduzido de Valas de Filtração - NBR 7229 1993. In: 29° Congresso
Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental, Porto Alegre, 2000.
(3) APHA; AWWA; WPCF, Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater. 20.ed. New York: American Public Health Association, 2001
Agradecimentos: CNPq (CT-HIDRO), SANASA
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