ISSN 1679-0189 o jornal batista – domingo, 07/05/17 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Primeiro domingo de maio: Dia Batista de Ação Social Ano CXVI Edição 19 Domingo, 07.05.2017 R$ 3,20 Fundado em 1901 Confira o sermão, a sugestão de culto infantil, estudo bíblico e ordem de culto nas páginas 08, 09 e 10 Coluna Vida em Família Missões Nacionais O artigo desta semana é: “A questão do suicídio nas famílias brasileiras” Veja como foi a participação da JMN na 97a Assembleia da CBB Página 06 Página 07 Missões Mundiais Notícias do Brasil Batista História de 110 anos da Junta de Missões Mundiais é temática na Assembleia da CBB 2017 PIB Missões-RJ realiza atividade social em casa de recuperação de dependentes químicos Página 11 Página 12 2 o jornal batista – domingo, 07/05/17 reflexão EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: [email protected] Colaborações: [email protected] REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo Batistas brasileiros e a responsabilidade social N este primeiro domingo de maio, nós, os Batistas, celebramos o Dia de Ação Social. Esta sempre foi uma das áreas de atuação da Convenção Batista Brasileira (CBB), sendo, inclusive, pioneira em alguns programas de responsabilidade social, como fica bem evidenciado em nossa filosofia. “A ação social dos Batistas brasileiros expressa e busca cumprir os propósitos do Reino de Deus na sociedade, com o objetivo de propiciar condições para a plena realização da pessoa humana em relação a si mesma, ao próximo, à natureza e a Deus”. Constituem-se fundamentos da ação social dos Batistas brasileiros: a) O entendimento de que as Escrituras apoiam a posição de que o dever do crente de amar inclui as dimensões sociais bem como as espirituais; b) A convicção de que as Escrituras ensinam a responsabilidade social de proteger vidas inocentes e carentes, mas também exorta a que o bem seja feito a todos, principalmente aos domésticos da fé; c) A crença de que a ação social desafia os próprios crentes e Igrejas Batistas a assumirem e viverem sua responsabilidade social, a fim de serem modelos para a sociedade e uma alternativa para o mundo; d) A compreensão de que a ação social dos Batistas é individual, no sentido da responsabilidade do crente como pessoa, e comunitária, no sentido da responsabilidade da Igreja e, em decorrência, da própria Convenção. A ação social dos Batistas compreende: a Ética Social Cristã, a Responsabilidade Social Cristã, o Serviço Social e a Ação Social. A ação social, como criadora da consciência e da responsabilidade social entre os Batistas brasileiros, compreende o Serviço Social no sentido do conjunto de processos tendentes a reajustar o indivíduo na comunidade, de maneira a torná-lo útil a si mesmo e aos outros; abrange, ainda, a Assistência Social, como obras que atendam necessidades imediatas. Os Batistas brasileiros se propõem a uma ação social eclesiástica e individual, que busquem o bem-estar social comum tanto dos salvos, quanto dos não-salvos, e que manifeste sua presença e atuação em todos os campos que dizem respeito ao homem, suas ações e carências sem distin- ção de etnia, sexo ou qualquer outra discriminação. Entendem, outrossim, que existe relação estreita entre a evangelização e a Responsabilidade Social (como ação social), visto que a proclamação de Jesus Cristo, como Senhor e Salvador, acarreta implicações sociais, pois leva as pessoas a se arrependerem de seus pecados pessoais e também de pecados sociais e a viverem uma nova vida, de retidão e paz, em uma sociedade que desafia os valores da vida sem Cristo. “Nosso desafio é continuar agindo cada dia com uma prática de responsabilidade social a exemplo de Jesus Cristo em seu ministério terreno de forma tal que todas as pessoas indistintamente possam ser alcançadas pelo Amor de Deus através da nossa instrumentalidade como discípulos de Jesus”. o jornal batista – domingo, 07/05/17 reflexão 3 MÚSICA ROLANDO DE NASSAU “Contos que não são de fadas” (Dedicado à leitora Alciléa oportunidades, superlotouSerafim Silva) -se o Auditório “Éber Vasconcelos” para assistir um inha filha primo- belo espetáculo, ao qual não gênita, na tenra faltaram melodias suaves e idade, quando cativantes, executadas com ouvia “Vou-me muita propriedade. Sob a sábia supervisão de embora pra bem longe, esta é a triste verdade, talvez um Antônio Henrique Lino Melo dia eu encontre a paz e a feli- e Silva (Ministério de Música) cidade”, chorava com sincera e Débora Fialho Bianchi Goemoção. doy (Ministério das Crianças), Os contos tradicionais são e a competente regência de estórias anônimas transmi- Rosângela de Souza Neves, tidas de geração a geração; o espetáculo musicado (não entre as mais conhecidas era uma cantata) foi realizaestão: a Cigarra e a Formiga, do com o eficiente auxílio a Festa no Céu, Chapeuzinho técnico de equipes de áudio, Vermelho, o Patinho Feio, os iluminação, videotécnica e Três Porquinhos e Pinóquio. multimídia, músicos, atores Hans Christian Andersen e outros colaboradores, por ficou célebre e Walt Disney 103 crianças, que são as parenriqueceu com os desenhos ticipantes que mais importam animados. em um coro infantil. Glênio Cabral teve a genial Para ver o espetáculo, basideia de aproveitar estórias ta acessar o site da Memode origem folclórica para rial: http://www.imbb.org. aplicar-lhes ensinos bíblicos br e buscar: Mídia > Cultos adequados à mentalidade das gravados > 30/10/2016 > crianças; ele fez releituras de noite. Ao abrirem-se as corcontos infantis. tinas do palco, vimos, como Procurando esquecer o que cenário, uma casa de família, ficou para trás, alegrei-me, onde pai e mãe começam o juntamente a elas, com as diálogo com o bordão “Era primeiras apresentações, em uma vez”. outubro de 2016, do Coro O tópico “Chapeuzinho Infantil instituído recente- Vermelho” apresenta um mente pela Igreja Memorial problema bem atual, o medo; Batista de Brasília. Nessas a solução está no Salmo 23. M Por isso, a criança canta: “Pela estrada afora, eu vou bem sozinha levar esse bolo para a vovozinha, mas se o lobo aparecer, eu não vou temer, pois ali comigo Jesus vai estar”. Outro problema infantil é a mentira. A mãe (interpretada por Kelly Lima Cardoso das Neves) canta para a filha (Vivian Oliveira Santos) a estória de Pinóquio e ensina, de acordo com Efésios 4.25, que ela deve deixar a mentira e sempre falar a verdade. O coro concorda: “Lá vem o boneco de pau, ele não é legal”, e afirma: “O cristão não anda mentindo por aí”. O terceiro problema é a auto-estima. O pai (Daniel Barreto), com a história do Pequeno Polegar procura estimular a filha: “Quem foi que disse que crianças não conseguem se cuidar?”, e lembra o relato bíblico: “Deus não teria escolhido Davi (pequeno) para lutar contra Golias (gigante)”; encoraja-a lendo o Salmo 27.1. Depois, a mãe serve-se do conto da Formiga (trabalhando com a vassoura) e da Cigarra (dançando com suas asas), pois o trabalho é problema para muitas crianças. Na conversa, a mãe tem a boa oportunidade para citar Provérbios 6.6-8. O coro conclui que “A cigarra aprendeu a preciosa lição, que todo aquele que é preguiçoso já não tem direito ao pão”. As diferenças são tema da quinta conversa (I Samuel 16.7), que também afligem crianças e adolescentes de nossas Igrejas. Foram usadas as figuras do Patinho Feio e do Cisne. O coro aprende que Deus não faz acepção de pessoas. Um problema social, a insegurança, afeta as crianças da atualidade, ilustrado pelos Três Porquinhos, que vivem na floresta, assustados pelo Lobo Mau. A mãe adverte a filha que a nossa casa estará firme sobre a rocha, que é Jesus, o nosso Salvador (Lucas 6.48). Neste trecho da encenação, fazemos duas observações: 1) em nossa opinião, o espetáculo não deveria assumir o caráter humorístico do passado, mesmo sendo executado por adultos e dirigido às crianças; 2) não deveria, no comentário de um “Porquinho”, fazer alusão, aparentemente ingênua, ao “Meu chiqueiro, minha vida”; aliás, não encontramos essa expressão no “script” do espetáculo. No tópico “Festa no Céu”, a mãe, explicando à filha o que fazer para entrar no Céu, lê João 14.6; foi lembrado o caso do Sapo Cururu, que não tinha sido convidado para a festa, mas queria ir dentro do violão do seu amigo urubu. O coro afirma que “Só vai para essa festa quem Jesus já recebeu”. Mãe e Pai, em dueto, quando o espetáculo termina, dizem que a história de Jesus não é “conto de fadas”; é para valer! De acordo com a nova orientação da Igreja Memorial Batista de Brasília, competirá ao Ministério das Crianças, em outubro e em dezembro, a promoção de recitais, na forma de espetáculos musicados; ao Ministério de Música, em alguns domingos durante o ano, assegurar a participação do Coro Infantil nos cultos regulares da Igreja. Esse coro terá a função educativa de formar, desde a tenra idade, crianças conscientes da missão espiritual do canto coral. Antônio Henrique Lino Melo e Silva, Débora Fialho Bianchi Godoy, Rosângela de Souza Neves e Glênio Cabral estão de parabéns pela encenação do primeiro espetáculo! 4 o jornal batista – domingo, 07/05/17 reflexão Uma nova visão GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia Tales Viana, bacharel em Teologia, membro da Primeira Igreja Batista de Rinópolis - SP E m Marcos 10.46-52 lemos uma passagem bem conhecida e profunda. Esse bloco de texto nos leva a história do cego Bartimeu, filho de Timeu, que morava em Jericó e que ficava à beira do caminho pedindo esmolas. Essa cidade era uma boa rota para Jerusalém, muito provavelmente, por esse motivo, Jesus passava por lá com uma grande multidão, pois, logo mais, no capítulo 11 vemos a passagem muito conhecida da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Antes de chegar ao seu destino, o Mestre se depara com o cego que clamava pela Sua misericórdia. Com isso, Ele para e chama Bartimeu indagando o que gostaria que fizesse por ele; dessa forma, o cego pede para voltar a enxergar. Nesse momento, Jesus mostra que a fé daquele homem o salvou e ele voltou a ver. Logo depois da sua cura, ele seguiu a Cristo. Como havia dito, essa passagem é marcante, pois apesar do milagre da cura ser algo comum nos Evangelhos, a história de Bartimeu nos mostra algo muito profundo. Talvez, o maior milagre dessa passagem não seja o fato de que o cego voltou a enxergar, mas que ele obteve uma nova visão da vida, pois antes ele não tinha mais expectativas, vivia à beira do caminho, pedindo esmolas, dependendo da misericórdia dos outros, vivendo de forma que o máximo que ele poderia esperar era a morte. Entretanto, ele ouve falar que Jesus curava cegos, leprosos, coxos e muitos que estavam na mesma situação dele, então, no momento que ele tem a oportunidade de ser curado clama com todas as suas forças, mas não foi simplesmente um milagre de cura da visão, pois ele passou a enxergar, literalmente, uma nova vida, que é a vida com Cristo. Da mesma forma acontece conosco; quantas vezes não estamos cegos, quantas coisas fazemos que nos ofuscam a visão de um futuro ou até mesmo do presente? O modo como levamos a vida nos cega. Às vezes, vivemos em um saudosismo onde sempre o que nos alimenta é o passado e esquecemos de viver o presente. Outra coisa que nos cega é a ganância, onde só achamos que o sentido da vida é ter algo. A religiosidade também nos cega, pois quando colocamos a religião e o dogma acima do próprio Cristo, isso cobre a nossa visão. Existem várias situações que podem nos cegar. Quando estamos cegos passamos a viver sem sentido, sempre procurando algo que nos complete ou que tenha significado, porém, Cristo faz o mesmo milagre que fez em Bartimeu, pois nos apresenta uma nova visão de vida onde não importa se somos ricos ou pobres, se a nossa vida está com ou sem problemas, independentemente de qualquer coisa, a nossa vida sempre vai ser plena e completa em Cristo. Este é o milagre da visão, enxergar uma nova perspectiva de vida. O que você tem na sua mão? “E o Senho r disse - lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara” (Ex 4.2). O que Deus espera de nós, Seus discípulos, sempre se relaciona coerentemente com os recursos que Ele nos dá. O Senhor não é injusto ou irrealista. É isso que aprendemos, ao ler sobre o chamado de Moisés. “Então, o Senhor perguntou: o que é isso que você tem na sua mão? – Um bastão, respondeu Moisés” (Êxodo 4.2). Se Moisés tivesse a postura irônica, característica de muitos de nós, sua resposta poderia ser outra. Afinal de contas, o que deveria estar na mão de um pastor de ovelhas e cabras? Um instrumento próprio de escavar a te rra? Uma espada, para lutar em uma batalha? Respeitosamente, Moisés respondeu o óbvio, apontando para seu bastão de pastor. Por isso, porque Moisés levou a sério a pergunta de Jeová, o Senhor o ajudou no seu processo necessá rio de de dic a r a Deus os recursos concedidos pelo Criador. O que é que temos em nossa s mãos? Em out ra s palavras: quais são os dons que o Senhor nos deu? O Senhor não exige aquilo que Ele não deu. Por outro lado, a vocação que o Senhor coloca em nosso coração deve seguir a linha dos recursos que dEle recebemos. Esta é a lição que Paulo nos ensina, quando nos revela sobre os dons do Espírito Santo e nossa responsabilidade de consagrá-los ao Reino de Deus (I Coríntios 12 e 13). Quando entregamos nossa mão ao Senhor, o que quer que tenhamos na mão será usado pelo Senhor, não importa o tamanho da missão. Conhecer Deus Silvio Alexandre de Paula, bacharel em Teologia, membro da Igreja Batista Monte Moriá - Volta Redonda - RJ “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor, como a alva, a sua vinda é certa, e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia (a última chuva) que rega a terra” (Os 6.3). N esse texto, Oséias nos adverte sobre a necessidade de conhecer e pros- seguir em conhecer ao Senhor. Muita gente fala sobre conhecer Deus. No entanto, o que realmente significa isso? Destacaremos, através das Escrituras Sagradas, duas maneiras pelas quais uma pessoa pode conhecer Deus: Primeiro, é ter um relacionamento pessoal com o Senhor. Ter um relacionamento pessoal com Jesus começa no momento em que percebemos nossa necessidade de estar com Ele, quando admitimos que somos pecadores, quando nos arrependemos dos nossos pecados e pedimos que Jesus entre em nossos corações e seja autoridade em nossas vidas. Podemos conhecer ao Senhor, neste sentido, pelo que Cristo fez na cruz para remover a barreira do pecado que nos separava do Pai. “E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: “Conhece ao Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior. Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Hb 8.11-12). Em segundo lugar, é preciso viver de uma forma que agrade a Deus, pois não adianta só conhecê-lo, é necessário que nossas atitudes demonstrem isso. É importante ter uma vida que reflita uma total reverência e respeito ao Senhor, agir de maneira que Ele se agrade. “Se dissermos que mantemos comunhão com Ele e andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (I Jo 1.6). Aqui João estava falando que ninguém pode reivindicar ser um cristão autêntico e permanecer vivendo na perversidade e na imoralidade. Não podemos amar a Deus e, ao mesmo tempo, viver em pecado. Como está a sua vida? Acha que está agradando ao Senhor? Tem obedecido aos mandamentos das Escrituras Sagradas? Que tal entregar-se a Jesus de todo seu coração, de toda a sua alma, e com toda a força de sua vida? Ele vai ajudar você a ter um bom caráter, a se desviar do mal. Em Cristo você poderá ter uma vida nova. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas” (II Co 5.17). o jornal batista – domingo, 07/05/17 reflexão 5 Extensão da impiedade Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB N enhum mortal teve tanta informação sobre a extensão do mal aos olhos de Deus como o profeta Ezequiel. Isso pode ser visto nos primeiros capítulos do livro do profeta. No capítulo dois, Deus nos avisa que o pecado é contrário à sua vontade. O capítulo nos previne que o pecado é um mal hereditário. Isso requer da nossa parte, embora piedosamente, avaliar o caráter dos nossos antepassados. Os meus foram todos dados ao alcoolismo. Em virtude dessa tendência, meus tios avós jogaram fora a fortuna de meu bisavô. Outro aviso de Deus à extensão da impiedade ou pecado é que ele atinge nossa vida tanto íntima como exterior. Os noticiários nos dão prova diária dessa verdade. Crimes, mortes, traições, corrupção, relacionamentos destruídos fazem parte do cotidiano ao nosso redor. Outro aspecto dessa extensão é a falta de reconhecimento dos avisos de Deus, mormente se ele vem da parte de pessoas. A maior prova disso foi o destino de Cristo e dos profetas. Prisões, mortes (um deles foi serrado ao meio), perseguições, isolamento, surdez, no tocante aos avisos. Isaías foi considerado traidor da pátria, quando avisou da iminente invasão por parte dos babilônicos. Nenhum dos avisos dados a Israel falharam. Mesmo em circunstâncias que favoreciam vitória, a previsão de derrota, por parte dos enviados de Deus aconteceu. Esse é um bom lembrete para nossos dias, quando vemos a própria natureza nos avisando do mal e castigo que se aproxima. Se foi dado o aviso, e o povo não deu ouvidos ao recado, a promessa de castigo acontecerá como aconteceu nos dias de Ezequiel. Outro aviso que a impiedade e coração obstinado nos dá é que para a disciplina prometida, não há obstáculos que impeçam o cumprimento dos avisos de Deus. Também as medidas saneadoras da impiedade se cumprem. O Messias prometido veio, e Jerusalém, depois de reconstruída, tornou-se o centro espiritual de todos os povos, que creram na Sua mensa- gem de perdão e o aceitaram como Senhor e Salvador. Só mesmo Deus é capaz de conter a impiedade e rebeldia dos povos. Tudo que o homem oferece aos seus semelhantes, como recursos contra sua rebeldia contra Deus, mostraram-se, através da história, esperança falsa. Cada dia mais a humanidade tem piorado, moral e espiritualmente, e cada vez mais é a responsável pelo fim que se aproxima. Bendito o Deus que nos enviou um tão fiel interlocutor chamado Ezequiel a 2.600 anos passados. mo entre os judeus. O que destoou radicalmente das atitudes foram as intenções malignas, pois Satanás tinha-o possuído: “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze” (Lc 22.3). Judas havia procurado os principais sacerdotes e os capitães do templo e recebido dinheiro para trair o Mestre (Lucas 22.4-6). Além de chamar Judas de amigo, Jesus levou-o à reflexão com uma pergunta: “Judas, com um beijo trais o Filho do homem?” (Lc 22.48). Foi para Judas pensar no que tinha feito. A última oportunidade para o arrependimento restaurador. Contudo, em vez de refletir e arrepender-se sinceramente, o apóstolo preferiu ir resolver o problema com quem tinha se associado ao trair o Mestre. Atitude diferente de Pedro, que depois de negar Jesus por três vezes, sentiu todo peso do seu pecado. Quando o Senhor olhou diretamente para ele, chorou amargamente (Lucas 22.6162). E depois foi reunir-se com os irmãos, com quem estava quando Jesus ressuscitou (Lucas 24.9-12). Quando Judas traiu Jesus, não calculou as consequências do seu ato. Aliás, o diabo cega o homem incrédulo (II Coríntios 4.4) e este é levado ao pecado (Tiago 1.13-15). Ao ver que Jesus fora condenado à morte, o apóstolo se arrependeu. Contudo, em vez de procurar os irmãos, foi atrás dos sacerdotes e anciãos, aos quais tinha entregue Jesus (Mateus 27.3). Evidentemente, não ouviu uma palavra de conforto. Diante do seu lamento, Judas ouviu palavras duras e indiferentes, conforme lemos em Mateus: “Dizendo: Pequei traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: que nos importa? Isso é contigo” (Mt 27.4). O Cordeiro imaculado (I Pedro 1.19) não merecia ter sido traído. Mas foi para que se cumprissem as Escrituras, trazendo salvação ao mundo (Isaías 53.4-7; João 1.29). Porém, o apóstolo Judas ignorou as palavras do Amigo Verdadeiro (João 15.13). Arrependeu-se, mas não buscou a reconciliação. Diante do sarcasmo dos sacerdotes, ele se aniquilou na culpa do seu pecado. Desnorteado, jogou as moedas no templo e foi enforcar-se (Mateus 27.5). Ficou sem o perdão; e perdeu o apostolado (Atos 1.15-20) e a vida eterna (João 17.12). Por que Jesus chamou Judas de amigo? Marinaldo Lima, pastor, colaborador de OJB “E, estando Ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. E o que o traia tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o. E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo Rabi. E beijou-O. Jesus, porém, lhe disse: amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam” (Mt 26.47-50). J esus chamou Judas de amigo. Uma oportunidade para reflexão do apóstolo traidor. De fato, o Mestre chamou seu discípulo de amigo, pois o tinha como tal. Se Judas estava sendo pérfido, Jesus estava sendo verdadeiro. A despeito da inexorabilidade do cumprimento das profecias, até o último contato com Judas, o Senhor manteve aberta a porta da misericórdia. E também o chamou de amigo para mostrar-lhe que suas atitudes não estavam à altura de suas intenções malignas. Quando Judas chegou no Getsêmani, suas atitudes foram amigáveis. Ele tratou Jesus como Rabi. Era uma prova de que publicamente reconhecia Sua autoridade no ensino. Naquela época, os mestres eram tratados com supremo respeito, notável consideração e elevada estima pelos seus discípulos. Em segundo lugar, Judas beijou Jesus; o que representava prova de arraigada amizade e afetuoso companheiris- 6 vida em família o jornal batista – domingo, 07/05/17 reflexão Gilson e Elizabete Bifano A questão do suicídio nas famílias brasileiras N os últimos dias têm se falado muito sobre a questão do suicídio, principalmente entre adolescentes. O tema se popularizou a partir de uma reportagem que tratou do jogo virtual denominado “Baleia azul”. Para as famílias que assinam Netflix, o problema se tornou mais melindroso devido a séria “13 Reasons Why”, que trata a questão do suicídio entre os adolescentes. No Brasil, segundo dados notificados, 667 casos de suicídios acontecem por ano. Ainda segundo estudos, os números de casos de suicídios aumentam entre adolescentes e jovens. E, infelizmente, está presente em todas as camadas sociais, credos, cidades e culturas. Recentemente, um adolescente de uma Igreja Batista do estado do Rio de Janeiro deu cabo a sua vida, chocando a todos. De quando em quando ouvimos notícias de pastores que também cometeram suicídio. Dos casos de suicídios, segundo artigo publicado na revista científica americana Pediatrics, nove em cada dez adolescentes que se mataram tinham alguma doença psiquiátrica. O que podemos fazer como Igrejas e famílias para amenizar essa questão e baixar o índice de suicídio? Embora não tenha me aprofundado nesta matéria, do ponto de vista acadêmico, me arrisco a apontar alguns caminhos. Precisamos, como Igreja, trabalhar mais este tema com os pais. Precisamos fazê-los entender mais as causas do suicídio. Psicólogos e psiquiatras podem ser convidados para falarem aos pais sobre esta questão. Está provado que o esclarecimento é uma estratégia acertada para debelar ou arrefecer problemas epidêmicos, como é o caso do suicídio. Não podemos deixar de fazer da Igreja um espaço também educativo. Além de psicólogos e psiquiatras, outros profissionais podem ser convocados neste processo de esclarecimento, como por exemplo, profissionais ligados ao mundo virtual. Os pais precisam ser esclarecidos sobre o campo virtual em que seus filhos vivem todos os dias. Um outro caminho é conscientizar mais os pais para que deem mais atenção aos filhos, conversem mais, saibam suas necessidades, os problemas que enfrentam na escola, por exemplo, como em casos de bullying. Uma questão importante é estar atento à saúde mental e emocional de seus filhos. O problema da depressão, já em crianças e adolescentes, é real e assustador. Depressão precisa ser tratada logo quando apresenta seus primeiros sinais. Depressão, como as outras doenças, precisa ser tratada com medicamentos e terapia psicológica. Por último, devemos sempre cultivar na família a fé, a valorização da vida, incentivar as amizades e relacionamentos sadios, elevar mutuamente a autoestima dos membros da família, viver a esperança em Cristo, procurar cultivar a resiliência na família, e buscar uma equilibrada qualidade de vida. Esses são alguns pontos importantes. Não se trata de nenhuma receita de bolo, até pela complexidade do tema, mas posso assegurar que serão benéficas. Gilson Bifano é palestrante, escritor e Coach na área de família e casamento. Diretor do Ministério OIKOS. [email protected] Sexo santificado Natanael Cruz, pastor, colaborador de OJB “Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (I Ts 4.4) D eus criou o homem e a mulher, e os criou sexuados, com desejos legítimos e com capacidade de dar e receber prazer. A satisfação sexual não é pecado, é santo, puro e deleitoso. Deus escolheu a forma certa de desfrutar do sexo: dentro do casamento. O mundo apresenta variadas formas de se fazer uso do sexo, porém, Deus escolheu o casamento como forma segura, respeitosa, abundante e deleitosa. O sexo fora do casamento é fornicação, adultério, prostituição. Deus proíbe o uso do sexo antes e fora do casamento. A Bíblia diz que aqueles que se entregam a essa prática estão debaixo da ira de Deus. Mesmo no casamento, o sexo deve ser puro e respeitoso, feito com amor, conforme I Coríntios 10.23: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”. E, em I Coríntios 16.14, Paulo diz: “Todas as vossas coisas sejam feitas com amor”. A Bíblia diz: “Venerado entre todos seja o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará” (Hb 13.4). O texto mencionado quer dizer que o servo e a serva de Deus não devem viver sob o domínio da pornografia, pois é algo que vicia e adoece. Pornografia é acumular “lixo” na mente e levar para o leito. As pessoas mais felizes são aquelas que usufruem do banquete de amor, dentro do casamento, com decência e ordem. Felizes são aqueles que bebem água do seu próprio manancial. Então, o uso correto do sexo é vital para um relacionamento saudável entre marido e mulher. Lembrando: O sexo é proibido por Deus, antes e fora do casamento, contudo, ordenado por Deus no casamento. o jornal batista – domingo, 07/05/17 missões nacionais 7 Participação da JMN na 97a Assembleia da CBB mobiliza o povo Batista para a obra missionária A 97ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), em Belém do Pará, reuniu milhares de Batistas para discutir temas relevantes, confraternizar e conhecer mais sobre o que tem acontecido no cenário denominacional do país. Para a Junta de Missões Nacionais, foi extraordinário fazer parte desse belíssimo evento, que marcou a história do estado, onde os Batistas completam 120 anos de atuação. Entre os dias 18 e 23 de abril, a JMN participou de diversas atividades. Os Relatórios Anuais de 2016 das Câmaras Setoriais de Missões e Ação Social foram aprovados por unanimidade. Louvamos a Deus por toda equipe de missionários e funcionários, que têm trabalhado com dedicação e compromisso. Agradecemos também as orações e o envolvimento de todo povo Batista com a Obra do Senhor em nossa Pátria. É tempo de avançar! A Assembleia foi também, para a Junta de Missões Nacionais, um momento de compartilhar com os Batistas brasileiros os desafios e avanços do campo missionário. Durante o evento, os irmãos puderam conversar e ouvir missionários, radicais e mobilizadores acerca do que Deus tem feito na seara; muitos foram tocados em seus corações para se tornarem cooperadores dessa linda obra. Mais de 700 novos irmãos Batistas se comprometeram com o Programa Parceiros na Ação Missionária. Louvamos a Deus por essas vidas que agora farão parte da evangelização da nossa Nação! Promovemos, dentro da programação, alguns eventos pontuais: o Encontro Multiplique, que reuniu cerca de 250 pastores e líderes multiplicadores de todo o Brasil; o Workshop Viver, com cerca de 150 irmãos interessados em saber mais sobre o programa de prevenção ao uso de drogas, que tem mudado a realida- de de muitas Igrejas e comunidades e o Encontro com Parceiros, onde mais de 250 pessoas estiveram presentes. Também lançamos na CBB dois livros da visão de Igreja Multiplicadora. O estande da JMN também foi destaque na programação. Entre os atrativos que os visitantes podiam encontrar, um deles foram os óculos de realidade virtual 360º, que proporcionou um vislumbre do campo missionário da Amazônia. Além disso, quem foi ao estande pôde conhecer jovens do Radical Amazônia e missionários, como o pastor Eli Ticuna e Silvia Regina. Na tradicional Noite Missionária, a Junta de Missões Nacionais e a Junta de Missões Mundiais se reuniram em um momento emocio- nante, onde missionários das duas organizações participaram de um lindo coral para agradecer pelos 110 anos de existência do trabalho missionário Batista no Brasil e no mundo. Operação Jesus Transforma Mais de 1.500 pessoas evangelizadas, 62 conversões, 40 estudos bíblicos e 20 mil exemplares do Evangelho de João distribuídos. Assim foi a Operação Jesus Transforma Belém 2017, que aconteceu entre os dias 14 e 23 de abril. Em uma noite histórica para os Batistas do Pará, 120 pessoas desceram às águas durante o culto de celebração e encerramento da Trans. A meta da organização do evento era conseguir 120 batizantes, em homenagem aos 120 anos de fundação da Primeira Igreja Batista do Pará, também lembrada como a primeira Igreja evangélica da Amazônia. O batismo contou com congregados e pastores de mais de 12 Igrejas da capital e do interior do estado. Entre os batizados estavam ribeirinhos alcançados pelo Projeto Amazônia. Os mais de 100 batismos encerraram com muita celebração e gratidão a Deus a 97ª Assembleia da CBB, marcante pela sua relevância histórica e pelo impacto na sociedade paraense. Louvamos a Deus, pois, a partir do que foi decidido, podemos avançar na obra de evangelização de todos os povos do Brasil e do mundo. 8 o jornal batista – domingo, 07/05/17 ação social Primeiro domingo de maio: Sermão Responsabilidade social cristã Olavo Dias da Silva Filho, pastor, coordenador Geral da Convenção Batista de Carajás E ste ano completamos 20 anos da publicação do documento “Filosofia de Responsabilidade Social da CBB”, que expõe o pensamento Batista a respeito da responsabilidade social cristã. O tema faz parte de nossa Declaração Doutrinária, bem como dos nossos Princípios Batistas, estando entranhado em nossa história que nos remete aos Batistas do século XVII em suas exposições bíblicas que irromperam em um movimento de reformas sociais e políticas na Europa, delineando a base de fé em algumas nações, conduzindo-as ao progresso. Nações que hoje são conhecidas como “Primeiro Mundo”. Na Filosofia da CBB encontramos alguns princípios que afirmam nossa posição e compreensão a respeito da responsabilidade social cristã, bem como sua amplitude em relação à sociedade. Destacamos alguns desses princípios: • A ação social dos Batistas brasileiros expressa e busca cumprir os propósitos do Reino de Deus na sociedade, com o objetivo de propiciar condições para a plena realização do ser humano em relação a si mesmo, ao próximo, à natureza e a Deus. • Constituem fundamentos da ação social dos Batistas brasileiros: a crença de que a ação social desafia os próprios crentes e Igrejas Batistas a assumirem e viverem sua responsabilidade social, a fim de serem modelos para a sociedade e uma alternativa para o mundo; • Os Batistas brasileiros se propõem a uma ação social eclesiástica e individual, que busque o bem-estar social comum tanto dos salvos, quanto dos não-salvos, e que manifeste sua presença e atuação em todos os campos que dizem respeito ao homem, suas ações e carências, sem distinção de etnia, sexo ou qualquer outra discriminação. • A ação social dos Batistas brasileiros tem como objetivos: 1) Suscitar entre os Batistas brasileiros uma consciência de responsabilidade social capaz de tornar a ação social uma realidade efetiva na prática da denominação, da Igreja local e dos crentes individualmente; 2) Transformar a sociedade e suas estruturas por meio da: a) força da proclamação do Evangelho e do testemunho; b) influência junto às instituições existentes que atuam nas áreas de repercussão social; c) participação nas reformas das estruturas necessárias à evolução social, moral, educacional e econômica da população; d) atuação nas causas profundas que determinam a existência de injustiças e sofrimentos na vida dos brasileiros; e) influência junto aos poderes públicos, em especial o legislativo, com o objetivo de criar leis e instituições necessárias à consecução dos objetivos do bem-estar social e da justiça; f) utilização dos meios de comunicação em geral para opinar sobre questões significativas relativas à ação social, buscando assim influir na opinião pública, tornando conhecido o pensamento dos Batistas. - Reconhecem, ainda, que a atitude cristã para com os pobres há de resultar da consciência de Deus como misericordioso para com o homem, criatura sua, revestida de dignidade, sujeita ao sofrimento, por causa do pecado, das desigualdades e injustiças sociais, e carente do nosso amor, como cristãos. Quando lemos estas afirmações podemos compreender que a responsabilidade social cristã está intimamente ligada à missão da Igreja bem como sua mordomia diante de Deus e para com o mun- do. Indo da ação social - que visa a satisfação imediata de uma necessidade, estendendo-se para a transformação da sociedade e suas estruturas em todos os campos que dizem respeito ao homem. Tendo isso em mente, quero propor o texto de Colossenses 1.13-23 como reflexão bíblica, destacando as bases que devem nos inspirar à responsabilidade social cristã não somente como filosofia, mas na prática, “Buscando cumprir os propósitos do Reino de Deus na sociedade, com o objetivo de propiciar condições para a plena realização do ser humano em relação a si mesmo, ao próximo, à natureza e a Deus”. 1) A responsabilidade social cristã se sustenta na crença sobre Deus como criador de todas as coisas (v. 16) “Nele, por ele e para ele foram criadas todas as coisas”. Este mundo foi criado por Deus. Tudo: coisas visíveis e invisíveis. Sendo criação de Deus, este mundo deve servir ao propósito de Deus; está dentro do plano de Deus; Ele é o único dono e aquele que sabe dizer a respeito da razão de ser de cada coisa que existe; Deus pedirá contas ao ser humano de tudo o que foi feito com o mundo que Ele criou. Olhamos para este mundo e declaramos: tudo isso foi criado por Deus e pertence ao Seu filho, o nosso Senhor Jesus Cristo. Buscamos o resgate e transformação de todas as coisas porque elas foram criadas por Deus, e elas não se parecem com o mundo belo e bom que foi criado por Ele. 2) A responsabilidade social cristã se sustenta na crença sobre Deus como salvador de todas as coisas (v. 13-14,20) “Transportou das trevas para o Reino do filho ama- do”. Deus resgatou este mundo das trevas. A luz brilhou em meio à escuridão. Ele não está mais destinado à condenação, mas a se tornar “novos céus e nova terra onde habita a justiça”. O juiz de todo o universo é o mesmo que afirma: “Eis que faço novas todas as coisas”. Olhamos para este mundo e afirmamos com fé: ele está sendo redimido. Clamamos para dentro da escuridão e dizemos: haja luz! Clamamos para dentro dos sepulcros e afirmamos: haja ressurreição! Para as guerras: haja paz! Para as prisões: sejam libertos os cativos! Pois o nosso Deus salvou Sua criação, reconciliando consigo mesmo todas as coisas. Ele estabeleceu Seu filho Jesus como o Senhor sobre todas as coisas. A palavra salvação tem um amplo espectro de significado: curar, restabelecer, restaurar, libertar, consolar. Estas são os objetivos quando a Igreja realiza ações sociais, de compaixão e graça, bem como atos de justiça que confrontam os poderes dominantes, contrários à vontade de Deus; assim, a salvação é anunciada e realizada. 3) A responsabilidade social cristã se sustenta na crença sobre Deus como aquele que conduz todas as coisas à glória (vv. 22,28) “A fim de vos apresentar santos, inculpáveis e irrepreensíveis diante dele”; “Cristo em vós esperança da glória”. A glória é a chegada final, a consumação do Reino. Vencida a morte e destruído o mal com a chegada do grande Rei, Jesus Cristo, todas as criaturas desfrutarão de paz eterna (Apocalipse 5.13). Este mundo será transformado, o mal não triunfará jamais; o inimigo, já derrotado, encontrará sua destruição final; o domínio do Senhor se estenderá por toda a terra e esta se encherá do conhecimento e da glória do Senhor como as águas cobrem o mar. Olhamos para este mundo e afirmamos: há esperança, o Senhor venceu e Ele se levantará sobre a terra e reinará para sempre! Esta esperança deve alimentar nossa criatividade, encorajar nossas ações, arregimentar nossos recursos, orientar nosso treinamento, focalizar nossos alvos. Estamos trabalhando e cooperando com Deus para conduzir todas as coisas à glória eterna, à consumação do Seu Reino, novos céus e nova terra onde habita a justiça. Conclusão A responsabilidade social cristã se fundamenta na fé em Deus como Criador, Salvador e Aquele que conduz todas as coisas à glória. Decorre da crença inabalável de que tudo foi criado por Deus e Ele ama sua criação, em especial o ser humano. Se justifica também em nosso papel como mordomos de Deus sobre todas as coisas e despenseiros da graça do Senhor para com os seres humanos. Portanto, falhar em cumprir com essa responsabilidade é falhar na mordomia cristã. Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente! Amém. Prática Procure conhecer a realidade social de sua comunidade. Ande pelas ruas, converse com as pessoas, observe a qualidade dos serviços públicos ofertados, obras públicas em execução, zonas de conflitos ou violência e agressões ao meio ambiente. A partir dessas informações, a Igreja poderá iniciar alguns projetos permanentes ou ações pontuais para trazer salvação, transformar a realidade local e anunciar que o Reino de Deus está sendo consumado. o jornal batista – domingo, 07/05/17 ação social 9 : Dia Batista de Ação Social Sugestão de culto infantil Dilaine de Oliveira Pereira, professora de História do Cristianismo (CIEM) e educadora cristã da Igreja Batista Memorial da Tijuca - RJ O culto infantil é tão importante quanto o culto dos adultos. É o momento em que as crianças, junto aos seus amigos, adoram a Deus e ouvem a Sua Palavra de forma dinâmica e de acordo com sua capacidade de compreensão. Este culto poderá ser feito com crianças de todas as faixas etárias, juntas ou separadamente, de acordo com a realidade de cada Igreja local. Antes de começar: Prepare a sala para a chegada das crianças. Desenhe em uma folha de papel Kraft ou 40 Kg, a silhueta de um corpo humano*, semelhante aos desenhos de vítimas feitos pela polícia quando acontece um crime. Coloque o desenho no chão, no local de passagem das crianças. Não diga nada e espere a reação delas: se alguém vai ou não reparar, se vão pisar ou evitar pisar, se vão perguntar o que é. Caso perguntem, você poderá iniciar dizendo que neste culto aprenderemos a prestar atenção nas pessoas que estão perto de nós e nas suas necessidades. Caso não perguntem, você poderá, no final, lembrar como é importante prestar atenção às pessoas que necessitam de ajuda. Cânticos sugeridos: Deus é bom pra mim Deus é bom pra mim, Deus é bom pra mim Sorrindo vou, contente estou, Deus é bom pra mim. (bis) Cristo tem amor por mim Cristo tem amor por mim, com certeza, creio assim; Por amor de mim morreu, vivo está por mim no céu. Cristo me ama, Cristo te ama, Cristo nos ama A Bíblia diz assim. Eu preciso de você Eu preciso de você, você precisa de mim, Nós precisamos de Cristo, até o fim. Sem parar, sem cessar, sem vacilar, ô! Sem temer, sem chorar. Versículo - “Quem ama a Deus, ame também o seu irmão” (I Jo 4.21b - NTLH). Escreva o versículo e recorte cada palavra. Entregue às crianças que sabem ler e peça que coloquem em ordem. Quando conseguirem, prenda o versículo no mural e peça que todas repitam, falando para quem está à direita e à esquerda. Mensagem - A parábola do bom samaritano - Lucas 10.25-37 Objetivo: Entender que somos amados por Deus e decidir amar uns aos outros com palavras e atitudes. (A mensagem será apresentada com representação e objetos. Você precisará de: mochila, casaco infantil e celular, para o homem que será *Exemplo de desenho: assaltado; mochila com azeite e suco de uva, gaze e esparadrapo, cédulas de dinheiro, para o samaritano; fronha. O líder é o narrador e precisará de crianças que farão os personagens enquanto a história for narrada. Serão oito: a pesBoas-vindas – Receba as soa que será assaltada, dois crianças com alegria e apre- ladrões, o sacerdote, o levita, sente os visitantes, caso te- o samaritano, o jumento e o dono da hospedaria. Aceite a nha. participação das crianças sem se preocupar com o gênero, por exemplo, se uma menina quiser ser o samaritano, não há problema.). Jesus era um mestre, um professor, e ensinava às pessoas, tanto aos adultos quanto às crianças. Naquele tempo, a maioria das pessoas não sabia ler nem escrever, então Jesus gostava muito de ensinar contando histórias. Vocês se lembram de como se chamam as histórias que Jesus contava? Isso, Jesus contava parábolas. Mas o que é uma parábola? É uma história que fala sobre a natureza, as plantas, animais, pessoas também, que Jesus contava para ensinar sobre Deus. Para contar esta história, eu vou precisar da ajuda de vocês. Preciso de oito crianças. Quem pode ajudar? (Nessa hora separe as crianças que participarão da representação, conforme explicado acima). Em Lucas 10.25-37, lemos que, certa vez, um professor da Lei, que conhecia muito sobre Deus, querendo ver se Jesus sabia mesmo sobre Deus, perguntou a Ele: “O que eu preciso fazer para ter a vida eterna?” Jesus, percebendo o que de fato ele queria, perguntou a ele: “O que está escrito no Velho Testamento, e como você entende?”. Então, o homem respondeu: “Está escrito: Ame a Deus com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com todo o pensamento. E ame ao seu próximo como você ama a você mesmo.” Jesus disse: “Que boa resposta! É isso mesmo que você deve fazer!” Mas, aquele professor, querendo fugir da responsabilidade, perguntou: “Mas, quem é o meu próximo?”. Essa é uma boa pergunta. E vocês sabem o que significa? Quem é o seu próximo? Próximo é quem está perto. Então, só quem está perto, em quem a gente pode tocar, só esses são nossos pró- ximos? Jesus então contou uma história para explicar sobre isso. Jesus disse (Nessa hora, chame as crianças para a representação. Conduza cada uma conforme forem aparecendo na história): Um homem estava indo de Jerusalém para Jericó (entra a criança com mochila, casaco e o celular). Era um caminho perigoso e, de repente, apareceram uns ladrões (entram dois ladrões). Eles roubaram suas coisas e ainda bateram tanto que o homem ficou caído no chão, sem poder se mexer. Depois de um tempo, passou um sacerdote (entra o sacerdote bem sério). Vocês sabem quem era o sacerdote? Era como se fosse o pastor daquele tempo, um homem que conhecia Deus e, por isso, era certo que ele ajudaria o homem ferido, mas, ele nem parou para ver o que estava acontecendo. Que tristeza! Pouco depois, veio um levita (entra o levita sério também). Vocês sabem quem era o levita? Era o responsável pelas músicas no culto, com certeza também conhecia Deus e podia ajudar aquele homem machucado, mas, ele só olhou e foi embora. Que tristeza, pobre homem! Um tempo depois, chegou um samaritano (entra o samaritano montado no jumento. Coloque uma fronha sobre as costas da criança que fará o jumento). Vocês sabem quem era o samaritano? Era um judeu da cidade de Samaria, que não era considerado bom pelos outros judeus. Só que esse samaritano, vendo aquele homem caído ali no chão, ficou com muita pena e não teve dúvida: desceu do jumento, limpou seus ferimentos com vinho e azeite e colocou curativo. Depois colocou o ferido sobre o jumento e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. (Pode colocar duas cadeiras para deitar o homem ferido). No dia seguinte, ele chamou o dono da pensão, deu dinheiro para ele e pediu que cuidasse do homem e desse comida para ele, e se o dinheiro fosse pouco, ele pagaria o restante quando voltasse. Então Jesus voltou a falar com o professor da Lei: “Quem você acha que foi o próximo do homem ferido?”. Ele então respondeu: “O que foi bondoso com ele”. “Muito bem”- disse Jesus - “Então você também deve fazer a mesma coisa”. E nós também, crianças. Deus nos ama e sabemos disso porque Ele nos criou, Ele cuida de nós, nos abençoa, nos salva. E nós também podemos dar amor às pessoas que precisam. Essa é a boa vontade de Deus para todos nós! Atividades (opcionais): 1) Peça para as crianças falarem de atitudes que revelam o amor que sentimos pelas pessoas, por exemplo: brincar com amigos, visitar alguém doente, dividir o lanche na escola, emprestar um brinquedo. Em seguida, distribua folhas de papel sulfite e peça que desenhem uma atitude de amor ao próximo. No final, peça às crianças para mostrarem seus desenhos e desafie para que coloquem em prática durante a semana. 2) Coloque alguns objetos em uma caixa: colher, boneca, caneta, imagem de família, de crianças brincando, sorrindo, bola, caderno, etc. Cada criança tira um objeto ou gravura e fala como pode ajudar o próximo relacionando o tema ao objeto ou gravura. Exemplo: - Boneca/bola - brincar com amigo ou irmão menor; caderno - ajudar um amigo com a lição da escola; lápis - fazer um desenho para alguém, etc. Oração - Todos em círculo; uma criança e o líder poderão orar agradecendo o Amor de Deus e pedindo por nós, para que possamos nos lembrar de agirmos sempre com bondade. 10 o jornal batista – domingo, 07/05/17 ação social Primeiro domingo de maio: Dia Batista de Ação Social Estudo bíblico Ordem de culto Como discernir as boas obras que Deus Responsabilidade social deseja que realizemos - Tiago 2.14-26 Porque a fé sem obras é morta Christian Gillis, pastor da Igreja Batista da Redenção Belo Horizonte - MG Introdução •A salvação é somente pela graça, independente de obras e mérito (Gálatas 2.16). •A salvação não é por obras, mas é para boas obras! (Efésios 2.8-10). •Deus deseja que realizemos boas obras (Mateus 5.16; Tito 3.8; I Pedro 2.12). •Jesus realizou boas obras e devemos seguir seus passos e continuar sua agenda (João 10.32; Atos 10.38). •A fé genuína se traduz em comportamento que manifesta o bem e boas obras (Tiago 1.27; Tito 2.14). •As boas obras não salvam mas evidenciam uma fé viva e autêntica (Tiago 2.17-18, 20 e 22). •Deus já preparou de antemão boas obras para que seu povo andasse nelas (Efésios 2.10). à prática zelosa e destacada de boas obras: (I Timóteo 2.10; 5.10; Tito 2.7; I Timóteo 6.18). •Efésios 4.28 ensina que a finalidade do trabalho é prover sustento para a pessoa (família) e para ter recursos para auxiliar a pessoas necessitadas. Critérios 1º critério: a necessidade de um irmão em Cristo (Tiago 2.15-16) •A necessidade declarada de um irmão. •Verificar a necessidade básica informada: roupa, alimento, etc? •I João 3.17 acrescenta a instrução de que junto com a declaração da necessidade é preciso avaliar os recursos disponíveis e possibilidades de ajuda. •Considerar a solicitação (pedido) e possibilidades (recursos). •Caráter de doação desprenMas, como discernir quais dida. são as obras que Deus deseja 2º critério: perceber o dique realizemos? •Hebreus 6.1 e 9.14 men- recionamento divino (Tiago cionam obras mortas (peca- 2.21-23) •Tiago cita o exemplo de dos). •I Coríntios 3.13-15 afirma Abraão, que recebeu direção que há obras que não são divina para as ações que deveria cumprir. aprovadas por Deus. •I João 3.12 contrasta as •Receber com clareza o obras de Caim (malignas) direcionamento de Deus em com a postura de Abel (justa), cada situação é importante exatamente no contexto do para realmente fazer o bem. amor e do serviço ao próxi- •Eventualmente Deus fala diretamente à mente / consmo. •Apocalipse 3.1-2 vai além ciência de uma pessoa, mas, do plano individual e revela em geral, usa o ensino da que o Senhor observa tam- revelação registrada nas Esbém as obras da Igreja como crituras. coletivo (As obras da Igreja •Paulo tinha a direção diem Sardes não eram íntegras vina e seguiu atentamente e a Igreja definhava espiritu- a instrução das autoridades espirituais (Gálatas 2.9-10) almente). •Hebreus 9.24 encoraja a 3º critério: analisar bem as participação ativa na vida congregacional, pois, a mes- circunstâncias da solicitação ma serve como estímulo à por ajuda (Tg 2.25) •Tiago agora cita o exemprática de boas obras. •Todos somos chamados plo de Raabe (Josué 2.8-15), à prática do bem: Gálatas que precisou discernir as cir69-10; Romanos 12.9,17,21; cunstâncias político-militares II Tessalonicenses 3.13; He- envolvidas na ajuda ofertada. breus 13.16,21; 3 João 1.11) •A análise sóbria das cir•Especialmente os pastores, cunstâncias pode ajudar a as mulheres e os material- perceber qual é a ação devimente ricos são convocados da na situação. •Timóteo (e a Igreja em Éfeso), por exemplo, estavam tendo dificuldades para discernir a quem ajudar. Paulo, então, dá uma série de critérios objetivos para decidir sobre o auxílio fornecido pela Igreja local (I Timóteo 5.1-18): 99Necessidade verdadeira (I Timóteo 5.3) 99Família deve ser acionada para ajudar antes que a Igreja (I Timóteo 5.4,16) 99Observar o histórico do solicitante (I Timóteo 5.5, 6 e 10) 99Sustar auxílio a quem prejudica a comunidade (I Timóteo 5.11-13) 99Verificar se há disposição de trabalhar (I Timóteo 5.1415) “Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta” (Tg 2.26) Tanto atos individuais como a ação conjunta da Igreja são importantes plataformas para fazer o nome de Deus conhecido e cooperar na expansão do Seu Reino no mundo. Fontes: Aclame ao Senhor, Ouve nosso louvor, Cantarei Teu amor (https://songselect.ccli.com) Nada de desânimo (AMBB, livro do 28º Congresso, pg. 97105, 2012) Onde? (AMBEES, livro de partituras do 29º Congresso, p. 51-64, 2015) • Countdown (vídeo com ações sociais da Igreja, com contagem regressiva) [05:00] • Processional | Instrumental (música que convida a Igreja para o culto) [02:00] • Saudações e boas vindas | Dirigente [02:00] Assim, celebramos em fé e serviço • Prelúdio | Instrumental (música que convida a pensar no culto que ofertará) [02:00] • Recitativo bíblico (Salmos 47.1-2) | Dirigente [01:00] “Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus com vozes de júbilo. Pois o Senhor Altíssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra” (Sl 47.1.2). • Ao Deus de amor e de imensa bondade (32 HCC) | Congregação [03:00] • Aclame ao Senhor (Darlene Zschech) | Congregação [04:30] • Ouve nosso louvor (Reuben Morgan) | Congregação Conclusão [04:40] •Nem o cristão, nem a Igre- • Oração de louvor e adoração [02:00] ja local tem possibilidade (ou obrigação) de ajudar a todos Assim, percebemos o próximo em fé e serviço (ou a qualquer um). •É preciso discernir a agenda • Teatro (uma breve cena: sketch sobre o comodismo de de Deus para cada pessoa (e alguns na Igreja - sejam criativos!) [03:00] cada Igreja) e seguir critérios • Nada de desânimo | Coro ou grupo musical [04:00] objetivos para efetuar a ajuda • Orações de intercessão [10:00] que glorifique a Deus e aben- • Onde? | Coro ou grupo musical [04:00] çoe a todos os envolvidos (o ajudador e ajudado), desen- Assim, ouvimos atentos os desafios em fé e serviço volvendo uma ajuda que seja mais que um paliativo tem- • Mensagem pastoral [40:00] porário - mas que provoque • Se eu posso hoje o bem fazer (551 HCC) | Congregação [02:50] transformação da situação. •II Tessalonicenses 1.11-12 Assim, obedecemos o Senhor em fé e serviço declara: “Oramos para que Deus os torne dignos da vo- • Leitura bíblica (I Crônicas 29.16-17) | Congregação [01:00] cação e cumpra com poder todo o propósito de bondade “Ó Senhor, nosso Deus, toda essa riqueza que ofertamos e obra de fé, a fim de que o para construir um templo em honra ao teu santo nome vem nome do Senhor Jesus seja das tuas mãos, e toda ela pertence a ti. Sei, ó meu Deus, que glorificado em vós, segundo sondas o coração e que te agradas com a integridade. Tudo o a Graça de Deus”. que dei foi espontaneamente e com integridade de coração” •Boas obras devem ser fruto (I Cr 29.16-17). de: 99Oração • Consagração de dízimos, ofertas e vidas 99Segundo o Poder de Deus • Cantarei Teu amor (Martin Smith) | Congregação [04:00] 99De acordo com o Propósi- • Oração de gratidão to de Deus • Atividades da semana 99Motivadas por fé • Poslúdio (música que convida a pensar no culto que aca99Visando a Glória de Deus bou ofertar) [02:00] 99Movidas pela graça • Recessional (música que convida a sair para servir) [02:00] o jornal batista – domingo, 07/05/17 missões mundiais 11 História de 110 anos na Assembleia da CBB Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais O s 110 anos de Missões Mundiais, a serem completados em 27 de junho de 2017, foram a temática da nossa participação na 97ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), cujo tema foi: “Anunciando o Reino com o poder de Deus”. Realizado em Belém-PA entre os dias 20 e 23 de abril, o evento reuniu mais de cinco mil pessoas, entre líderes e representantes de Igrejas da CBB que foram à capital paraense para definir o futuro da denominação, e pessoas em geral que compareceram ao espaço de estandes para conhecer um pouco mais da história dos Batistas brasileiros. Em nosso estande, os convencionais puderam conhecer objetos trazidos dos campos missionários, fatos históricos, além de ter uma conexão direta com nossa sede através da central de atendimento móvel. Mas foi durante a Noite Missionária que nossa história ficou mais evidente, principalmente através de vídeos que mostraram nossa linha do tempo e imagens antológicas da fundação desta, que é a agência missionária da CBB para os povos estrangeiros. Passado e presente se misturaram para mostrar um futuro que precisa ser construído com a participação de todos. E o avanço do Evangelho em países de extrema perseguição religiosa foi exposto por nossos pastores e missionários durante a Noite Missionária, nas demais sessões e também nas reuniões das organizações Batistas que antecederam a Assembleia. Em sua mensagem na Noite Missionária, o missionário Jessé Carvalho, coordenador para o Oriente Médio, falou sobre nossas ações em campos de refugiados naquela região e os frutos que elas têm produzido para Reino de Deus. “Nós temos 5 milhões de pessoas vivendo em acampamentos só em uma região do Oriente Médio. Temos 940 Sua história de 110 anos foi destaque no estande da JMM no estande montado para a Assembleia da CBB Pastor João Marcos Barreto Soares durante a Noite Missionária, que destacou os 110 anos da JMM Jessé Carvalho c miss e coord da JMM no OM e Norte da Áf c foi um dos mensageiros durante a Noite Mis em B Cristiana Voskian, do Ministério Elam, falou sobre a igreja sofredora durante a Assembleia da CBB mil crianças na faixa de 6 a 14 anos vivendo naquelas tendas. É a maior calamidade que a humanidade já experimentou desde a Segunda Guerra Mundial. Mas esta situação tem gerado uma grande oportunidade, que é a de levarmos esperança aos que sofrem”, disse Jessé. Homenagens não faltaram durante a Noite Missionária. Uma delas aconteceu durante o momento de clamor e foi direcionada aos adotantes que têm sustentado a obra missionária transcultural. Ao final, Missões Mundiais e Missões Nacionais, representadas por seus executivos, os pastores João Marcos Barreto Soares e Fernando Brandão, respectivamente, lembraram-se da irmã Luzanira de Lima Sampaio, uma das primeiras adotantes do Programa de Adoção Missionária (PAM) das duas agências missionárias, membro da Primeira Igreja Batista de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e que partiu para eternidade na madrugada do dia 22 de abril. Aos 86 anos, ela costumava contribuir com 70% de sua renda mensal para a adoção de missionários no Brasil e no mundo. Ela não só contribuía como incentivava a sua classe de EBD a fazer o mesmo. “Nós precisamos de ‘Luzaniras’ em todas as Igrejas”, comentou o executivo de Missões Mundiais. Igreja sofredora A necessidade de se traduzir e distribuir Bíblias a povos com pouca ou nenhuma presença cristã foi apresentada nas reuniões, e nosso projeto Bíblias para os Povos foi um dos que mais receberam adesão durante a Assembleia da CBB em Belém. Durante suas participações, o pastor João Marcos lembrou que todos aqueles que puderam acompanhar o evento presencialmente ou através da internet são privilegiados. “Você é um privilegiado porque pode adorar a Deus em público. Você pode falar do Amor de Deus a qualquer pessoa. Você pode cantar. Mas existem milhões de pessoas que não podem fazer isso. Existem milhares de cristãos encarcerados, pessoas que estão pagando o preço por anunciar o Reino de Deus”, disse o executivo em sua mensagem. E ele lembrou que em um dos países do Oriente Médio com os maiores índices de perseguição religiosa, os líderes locais pensaram que baniriam a Igreja de Cristo, mas aqueles que permaneceram fiéis fizeram a diferença e traduziram o Novo Testamento, em uma linguagem atual e na língua do seu povo. Uma dessas pessoas é Farshid Fathi, um pastor que ficou seis anos na prisão por ter distribuído Bíblias, mas que foi usado no cárcere para salvar outras vidas. Ao exibir um vídeo de agradecimento de Farshid a todos os brasileiros que oraram por ele, o pastor João Marcos conseguiu emocionar a plateia. Mais lágrimas rolaram dos rostos dos convencionais e foram acompanhadas de aplausos após a exibição de outro vídeo mostrando centenas de batismos de ex-muçulmanos em uma região do Oriente Médio. “O nosso Senhor está vivo. Ele é a razão da nossa esperança. Por isso nós podemos levar esperança até que Ele venha”, encerrou o pastor João Marcos. Outra mensagem que impactou foi a de Cristina Voskian, mobilizadora do Ministério Elam, parceiro de Missões Mundiais na tradução e distribuição de Bíblias aos povos não alcançados. Ela trouxe a informação de que o Novo Testamento demorou oito anos para ser traduzido para o farsi. Os livros começaram a ser produzidos em 2003 e, até hoje, já foram distribuídos mais de 1,6 milhão de livros. Nossos irmãos da Igreja sofredora não querem que a perseguição pare, mas pedem orações para que Deus os fortaleça diante dela a fim de que possam ser usados para salvar outros do engano. Outra coisa que eles pedem: “Mandem munição”. Eles precisam de mais Bíblias para distribuir ao seu povo. A meta para este ano é distribuir mais 450 mil exemplares do Novo Testamento àqueles que necessitam da Palavra. As ações que temos levado aos povos para anunciar o Reino com o poder de Deus receberam aprovação total das Igrejas representadas durante a câmara setorial de Missões. Muitos elogiaram o trabalho desenvolvido, destacando o PEPE (programa socioeducativo) e a Campanha “Leve esperança até que Ele venha”. 12 o jornal batista – domingo, 07/05/17 notícias do brasil batista PIB Missões - RJ realiza mensalmente atividade social em casa de recuperação de dependentes químicos Elias Gomes de Oliveira, pastor da Primeira Igreja Batista Missionária em Parque das Missões Duque de Caxias - RJ A Primeira Igreja Batista Missionária Parque das Missões, no bairro em Trevo das Missões, em Duque de Caxias - RJ, procura desenvolver um trabalho social relevante na comunidade e nos arredores carentes. Entendemos que por ser um local com vulnerabilidade social importante, precisamos nos ater aos ensinos de Jesus, não só de fazer o Ide, mas também de ajudar aos necessitados. Procuramos aproveitar as oportunidades com cunho social gratuito para as pessoas da localidade tipo: Alguns irmãos da PIB Missões - RJ na Casa de Recuperação Realização de culto para fortalecimento da fé corte de cabelo, aplicação de flúor, teste de glicose, aferição de pressão arterial, distribuição de cestas básicas, além de mensalmente irmos a uma Casa de recuperação de dependentes químicos fora do bairro para levarmos não somente a Palavra de Deus, mas mas sociais e de pessoas que são fruto de drogas, prostituições e outros agravos. Isso sem falar na questão espiritual. Portanto, nosso desejo é que possamos nos unir nesta missão de Cristo indo além das paredes da Igreja local, conhecendo outras também alimentos e materiais de limpeza. Nossa cosmovisão é aumentarmos nossas contribuições a cada dia e deixarmos a oportunidade para todos aqueles que queiram conhecer e fazer o trabalho social em uma comunidade que é vitimizada por estig- realidades que possam estar ao nosso lado. Que o Eterno nos incentive e nos ajude nesta missão. A quem desejar contribuir com esta obra, doando alimentos, roupas e, até mesmo o seu tempo para evangelizar, será de grande valia. Deus abençoe. o jornal batista – domingo, 07/05/17 notícias do brasil batista 13 Convenção Batista de Pernambuco tira dúvidas sobre Imposto de Renda Fotos: Acom CBPE Acom CBPE A Convenção Batista de Pernambuco, em parceria com o Conselho Regional de Contabilidade de Pernambuco (CRC-PE), através do Programa de Voluntariado da Classe Contábil de Pernambuco (PVCC-PE), realizou no dia 12 de abril um Plantão de Dúvidas sobre a Declaração de Imposto de Renda 2017 Pessoa Física. O momento foi uma oportunidade para que membros e congregados, como também líderes e tesoureiros das Igrejas, pudessem sanar suas dúvidas sobre o tema. Na ocasião, uma equipe de contadores esteve à disposição dos Batistas pernambucanos. Quem esteve à frente desta Atendimentos foram gratuitos para todos os Batistas iniciativa foi a 2ª secretária da CBPE, irmã Benícia Moraes, que é contadora. Para ela, é importante ir “Passo a passo e, com certeza, chegará um tempo em que as Igrejas vão sanar suas dúvidas, essas dificuldades da área contábil. Estamos caminhando”. Para a contadora Edilene Tavares, que também é a Equipe do Programa de Voluntariado da Classe Contábil do CRC-PE relatora do Conselho Fiscal da CBPE, é preciso haver “Uma mudança de cultura, uma quebra de paradigma” por parte das Igrejas e suas lideranças, que precisam “Procurar ajuda, se capacitar” e assim “Fomentar essa cultura de responsabilidade fiscal nas Igrejas”. Para Joana Dark Nascimen- to de Lima, coordenadora do Programa de Voluntariado da Classe Contábil e Conselheira do CRC-PE, “É muito importante essa iniciativa” da CBPE, para sanar as dúvidas “da parte de Imposto de Renda Pessoal Física”, e reforçou sua disponibilidade em montar um projeto que “atendar as Igrejas”, já que “Muitas vezes o pastor não tem a noção administrativa e a gente poderia ajudar”. O Plantão de Dúvidas aconteceu no Auditório da CBPE, durante todo o dia e todos os atendimentos foram gratuitos. Quem aproveitou a oportunidade, aprovou a iniciativa. “Eu parabenizo a CBPE por essa ação. Ela é muito proveitosa. Veio preencher uma lacuna, mas que hoje esse apoio chegou, para que a Igreja possa estar com suas finanças de acordo como a legislação determina”, reforça pastor Ivanildo Batista, da PIB Afogados da Ingazeira. “Ótimo, porque a gente é atendido por auditores, por pessoas qualificadas”, finaliza Eliete Barbosa, da IB Candeias. Primeira Igreja Batista Peniel em Dario Meira - BA celebra 42 anos de organização A Primeira Igreja Batista Peniel em Dario Meira - BA, entre os dias 15 e 19 de março, celebrou seu 42° aniversário de organização já sendo há mais de 50 anos proclamando o Reino de Deus, sendo que há mais de 50 já existe proclamando o Reino de Deus. As festividades começaram com ministrações do pastor Ronaldo Caíres, da Primeira Igreja Batista de Tapiragi; pastor Jackson, da Primeira Igreja Batista do Japumerim; pastor Luiz Carlos, da Primeira Igreja Batista de Aiquara; e ministrando ao sábado e domingo, o pastor Cícero Jr., da Primeira Igreja Batista de Castro Alves, que nos trouxe uma palavra exortando a Igreja a ser uma comunidade terapêutica. Ainda contamos com a representação do pastor Adailton, presidente da Associação Batista Rionovense; pastor Antônio Carlos, e a participação da Primeira Igreja Batista Itagiba; pastor Elivaldo e a participação da Primeira Igreja Batista em Laje do Banco, além da Primeira Igreja Batista em Ibitupa; Primeira Igreja Batista Aldeia, Primeira Igreja Batista Acaraci, entre outras Igrejas da cidade. Foram dias de muita festa, intercalando com a participação de todos esses irmãos e pastores, de quarta-feira até domingo, além de líderes políticos, profissionais da educação e saúde do município. No domingo à noite tivemos a presença do frei Raimundo, líder da comu- nidade Católica da cidade, que ressaltou o seu amor e apreço ao povo Batista e a relevância desta Igreja na comunidade Dariomeirense. Encerrando-se esses cinco dias de festa, o pastor Paulo Henrique fez os agradecimentos às orações, à disponibilidade dos irmãos envolvidos no processo e às doações de membros da Igreja e não membros para a sustentabilidade de tão grande investimento no Reino. 14 o jornal batista – domingo, 07/05/17 ponto de vista Compreendendo algumas verdades espirituais Elias Gomes de Oliveira, pastor da Primeira Igreja Batista Missionária em Parque das Missões Duque de Caxias - RJ E m I João, a Palavra de Deus nos diz: “O mundo inteiro está no maligno” (I Jo 5.19 - versão Thompson). Sabe-se que antes do mundo físico existe um mundo espiritual. Quando entendemos esta verdade, fica mais fácil compreender algumas situações que ocorrem no mundo (sistema cósmico). Jesus disse que estamos no mundo, mas não pertencemos a ele. Porém, mesmo assim existe muita confusão em torno disso, pois, como sabemos, muitos cristãos são influenciados com opressão, depressão e outros males armados por Satanás. Não me refiro a questão clínica física. Gostaria de ater-me somente a questão espiritual. Vivemos todos os dias com essas verdades espirituais em nossa cidade, nosso bairro e, até mesmo, em nossa família. Daí, a necessidade em se fazer um mapeamento territorial, identificar em quais momentos acontecem tais casos, com quais frequências, etc., para podermos guerrear no mundo espiritual. Por muito tempo, o mundo espiritual ficou esquecido e banalizado. Alguns tinham medo de mexer com isso. A incredulidade solapava a fé de alguns dentro de nossas comunidades. Porém, precisamos rever esta matéria urgente. Não podemos discriminar aquilo que é mostrado pela Palavra de Deus. É preciso conhecer o inimigo e suas estratégias, a fim de contra atacarmos com nossa arma mais poderosa: o nome de Jesus. A palavra opressão no dicionário significa: sobrecarregar com peso, apertar, comprimir, pressão que esmaga. Podemos ver esta força por toda parte, pois uma das funções dos demônios é esta: oprimir a humanidade. Ressalto que a opressão não combatida abre porta para a depressão e, em muitos casos, com piora significativa. Algumas causas da opressão: pecados, deixar de fazer a vontade de Deus, parar de orar e ler a Palavra de Deus, dentre outros. Quantos casos já tomamos ciência no qual uma pessoa apresenta uma série de sintomas, até mesmo psicossomáticos, faz uma bateria de exames e check ups, não descobrindo absolutamente nada. Nenhuma doença instalada. Por isso, precisamos ser luz para vida dessas pessoas. Aperfeiçoar nossas vidas para batalha espiritual. Vencer estes ardis no nome de Jesus e libertar a pessoa de qualquer jugo pesado. Já a depressão é um quadro bem peculiar. Na depressão, as forças da pessoa são minadas a tal ponto que a mesma começa a se entregar ao desânimo e tristeza. O deprimido não quer conversar com ninguém, muito menos ver alguém. Ressalto, mais uma vez, que nosso foco é espiritual. Mas, é claro que existem casos não espirituais. Quando este problema avança em graus e estágios perceptíveis precisamos tomar muito cuidado, pois a pessoa apresenta pensamentos suicidas e obsessivos. Pois bem, cabe ministrarmos sobre a vida da pessoa com jejum e oração para obtermos êxito frente as contrariedades espirituais. Clamar a Jesus e reparar as brechas na vida da pessoa precisam ser o foco de orientação e aconselhamento. Não existe coisa melhor do que ver alguém preso espiritualmente entregar sua vida a Jesus e ser liberto por este poder. Não desanime. Ajude pessoas com problemas espirituais. Nem tudo é material. Precisamos estar apurados para isso. Deus nos abençoe nesta difícil tarefa. Amém! “Sustentabilidade” Hudson Galdino da Silva, pastor da Segunda Igreja Batista de Cabo Frio - RJ O que é sustentabilidade? Esta tem sido uma expressão, ainda que não tão nova, mas com sua aplicação e uso um tanto mais recente. A sustentabilidade está na boca daqueles que pensam no futuro. Quero usar o jargão para uma chamada de reflexão e aplicação para o nosso contexto cristão. Aqueles que pensam em medidas hoje, sem que estas comprometam o amanhã do nosso planeta. Uma coisa muito difícil, mas que precisa ser aprendida é sobre decisões tomadas hoje e que outros administrarão sua aplicação e consequências. Vivemos tempo dos descartáveis. Tudo é descartável, usa-se e joga-se fora; não presta mais. Nossas reflexões, nossas decisões e consequências não podem ser descartáveis. Elas precisam de sustentabilidade. O nosso Deus é um Deus da sustentabilidade. Sua capacidade de interagir com o mundo é algo especial pelo fato de ser o Criador do universo. Por mais que a comunidade científica queira questionar o criacionismo ou dar uma interpretação ateísta ao mundo real, sempre esbarrarão na causa não criada. Nosso Deus é o Deus da sustentabilidade porque criou e sustenta esse universo. Nossa fé precisa ser uma fé de sustentabilidade. Sim! Tem havido, principalmente em nossos dias e no contexto de tanta efervescência religiosa, uma fé descartável, momentânea, consumista. Uma fé imediatista sem solidez não faz parte da herança do cristão. A fé sustentável visa preservar os valores do Reino. Valores inegociáveis que devem ser perpetuados. A sustentabilidade da fé é desenvolvida com ênfase também no conteúdo dessa fé. Uma fé que não pode ser oca, vazia, desprovida de conhecimento. Essa fé sustentável é importante porque temos compromissos com a geração hoje, mas também com a fé futura. Uma fé que precisa ser vivida, proclamada e ensinada de tal forma que ela venha estar presente na geração que nos sucederá. A experiência religiosa não pode ser vivenciada de forma imediatista. Precisamos pensar nas futuras gerações para que não haja um hiato, um vazio entre a geração presente e as próximas. Nossa missão precisa de sustentabilidade. Pensar na missão sustentável é programar, planejar e executar nossa missão já envolvendo aqueles que darão continuidade. Essa missão está na linguagem bíblica e ensinada por Jesus e me parece enfatizada por nós hoje através do discipulado. Precisamos fazer discípulos em todos os aspectos da vida. Discipular para Cristo, bem como fazer bons discípulos para vivenciarem Cristo na sociedade. É preciso dar suporte hoje aos que fazem hoje, bem como estender este suporte para que façam amanhã. Nossa geração não deve ser conhecida como a geração que fez simplesmente, mas como uma geração que fez e preparou a geração futura a fazer e ensinar como outras fazerem também. o jornal batista – domingo, 07/05/17 ponto de vista 15 Suicídio nas Igrejas evangélicas Davi Nogueira, pastor, membro da Igreja Batista no Jardim Guanabara Ilha do Governador - RJ Q uando estudei no Seminário do Sul fui aluno de um pastor que perdeu uma ovelha vítima de suicídio. É raro, excepcional, mas isso acontece em nosso meio. Como devemos lidar com isso? Com muito amor! Com a certeza de que a graça maravilhosa de Jesus atua nos corações dos envolvidos neste processo. Émile Durkheim foi um sociólogo francês. Ele elaborou uma tese chamada anomia. Todas as vezes que a sociedade vive uma grande crise, especialmente econômica, o ser humano se fragiliza e fica mais tendencioso ao suicídio. Olhei os índices de suicídio entre adolescentes e idosos no Brasil, dos anos de 2007 até 2012 e constatei que houve crescimento. E naquela época, o Brasil não estava em crise financeira. Imagine agora como deve estar este índice? Nunca perdi uma ovelha por suicídio. Mas, se um dia acontecer, além da questão do transtorno mental ser um gatilho para tal feito, a teoria de Durkheim também pode nos ajudar a compreender a razão deste fenômeno. Lembro-me que li sobre um pastor que retirou sua própria vida. Ele sofria de transtornos mentais, e em um surto, cometeu tal ato. As pessoas acolheram aque- la família como Jesus acolheu seus apóstolos e a multidão de seus seguidores. O amor é o melhor remédio para um sofrimento desta natureza. Na Terra temos muitas pessoas que precisam de apoio preventivo quanto a este ato. Os pastores, diáconos, irmãos em Cristo precisam sempre estar atentos para ajudarem os que estão em um processo de superação de dificuldades emocionais. Geralmente, esses são os mais vulnerá- veis ao suicídio. A oração, o aconselhamento, a visitação devem ser incessantes. Encorajo escritores a produzirem mais livros que abordem este assunto. Só encontrei um autor evangélico que escreveu um livro que aborda este tema. Queremos ver as nossas Igrejas vivas em todos os sentidos. Sabemos que a imortalidade é impossível, mas que no céu ninguém chegue por ter retirado sua própria vida. É mais difícil a consolação para os que ficam. que não sejamos inocentes, mas, perante os homens, sempre existirão os “para sempre culpados”, os pecados inesquecíveis, não passíveis de perdão. O interesse de Jesus se consolida na restauração do caráter, da dignidade, da consciência limpa, como fruto de uma vida reta, santa. Jesus não está preocupado com o que foi feito, se no coração constar arrependimento. Essa também deve ser a preocupação dos santos, da Igreja. Que o conceito de arrependimento faça morada e do erro não se torne uma mancha eterna; que sejamos destituídos de um preconceito sem fim. Para os que se arrependem, ofereçamos misericórdia. Quando oramos por nossas faltas, suplicamos misericórdia ao Criador, não justiça. Que o olhar de compaixão, de amor e misericórdia que nos foi dado por Deus seja o que proporcionaremos ao nosso próximo. Sobre os julgadores Elaine de Castro Sampaio, todos pecamos. Algumas membro da Primeira Igreja p es s o a s p r a tic a m er r os, corrigem-se, mas, diante Batista do Rocha - RJ dos “julgadores” carregam odos erramos, é um o estigma de “para sempre fato consolidado! culpado”. Jesus era Deus, é Deus! Somos dotados de humanidade. Bus- Ainda assim, tratou Maria camos perfeição, santidade, Madalena sem influência mas não perdemos nossa dos julgadores que os rodeherança pecadora. No en- avam. No tribunal de Cristo tanto, provém saber que somos absolvidos, ainda T