Comando de potência Proteção contra sobrecargas ♦ Circuito de comando O contato de disparo de cada relé deve ser inserido em série no circuito da bobina do contator que alimenta a carga. Pode ser um contato com retenção, ou sem retenção : – contato com retenção Quando o relé dispara, os contatos são retidos mecanicamente. O relé deve ser rearmado manualmente, ou através de um dispositivo de rearme elétrico à distância. O contato com retenção é obrigatório no caso do esquema de comando a 2 fios para evitar a vibração do contator. – contato sem retenção Depois do funcionamento do relé e da abertura do contator, o contato de disparo retoma a sua posição inicial. Deve-se portanto obrigatoriamente utilizar com um esquema a 3 fios. Em ambos os casos, é imperativo eliminar o defeito antes de rearmar o relé, ou antes de acionar novamente o botão de funcionamento . Os relés eletromagnéticos de máxima corrente destinam-se a proteger contra sobrecargas as instalações sujeitas a picos de corrente frequentes (partida dos motores de rotor bobinado em máquinas de levantamento de cargas, por exemplo). Devem ser utilizados quando as partidas são muito frequentes, as variações bruscas do conjugado resistente, ou os riscos de bloqueio tornem desaconselhável o emprego dos relés térmicos a bimetálicos. Princípio de funcionamento Um relé é constituído principalmente por : – um circuito magnético composto por uma parte fixa, uma armadura móvel e uma bobina, – um mecanismo de disparo acionado pela armadura móvel que atua sobre os contatos auxiliares NA + NF. A bobina, ligada em série com uma das fases da carga, é percorrida pela corrente a controlar. Se o valor desta corrente for superior ao valor de regulagem, o campo magnético produzido pela bobina provoca a atração da armadura móvel e a mudança de estado dos contatos. O contato normalmente fechado (NF) é inserido no circuito da bobina do contator principal, provocando a abertura deste. Proteção de motores com partida prolongada Associação com um contator ♦ Circuito de potência 13 14 95 96 – KM1 54 55 A1 56 14 – KM2 Curto-circuito do relé de proteção durante a partida 20 – KM1 A1 – KM1 A2 V 14 Associação de três relés eletromagnéticos com um contator 13 13 – KM1 A2 6 4 2 2 contatos sem retenção W U A2 M 3 53 11 3 5 1 3 5 6 13 14 14 – KM1 A2 – S1 – S2 A1 A1 – KM1 4 2 22 – KM1 – S2 1 contatos com retenção – KM2 12 21 – F2 – S1 13 – F2 2 13 1 92 92 91 92 2 3 4 – F2 – F4 14 93 94 1 1 5 6 1 2 2 92 91 – Q1 – KM1 91 92 – F3 – F4 W V U 91 91 14 6 1 2 4 2 1 1 2 2 – F3 2 – Q1 – KM1 – F2 – F3 – F4 – Q2 1 2 6 – F2 4 1 92 92 13 – F2 1/L1 91 91 5/L3 3/L2 A1 1/L1 Inserção de um relé em cada uma das fases que alimentam a carga a proteger. 5/L3 A regulagem é feita reduzindo ou aumentando o ângulo de abertura da armadura móvel, o que modifica o entreferro. Uma vez que o dispositivo de regulagem está graduado em ampére, basta selecionar o valor da corrente de disparo. 3/L2 A proteção contra sobrecargas de motores com partida prolongada deve ser feita de preferência por relés com bimetálicos classe 20 ou 30 (ver pág. 17). Mas se esta solução não puder ser aplicada (por exemplo tempo de partida superior aos limites definidos pela norma para as classes de disparo), a proteção pode ser feita : – por um relé para sondas com termistores (ver pág. 19), – por um relé térmico classe 10 alimentado pelos secundários de transformadores de corrente com baixo índice de saturação, – curto-circuitando, atravéz de um contator, um relé térmico classe 10 durante a partida. Após a partida, um contato auxiliar temporizado comanda a abertura do contator de curto-circuito, reinserindo os bimetálicos do relé no circuito do motor. Obs: se houver falta de fase durante a partida, esta só será detectada pelo relé após a saída do contator de curto-circuito. Dispositivo de regulagem A2 1 Relés eletromagnéticos de máxima corrente Comando de potência Proteção contra sobrecargas Princípio de funcionamento Relés temporizadores térmicos 97 95 96 95 97 – F2 98 O relé é composto essencialmente por : – um bimetálico em volta do qual está um enrolamento de aquecimento ligado em série com uma ou mais resistências, – uma caixa moldada que contém um contato NF e um contato NA com retenção, – um botão de rearme, – um mostrador frontal para regulagem do tempo de disparo. O conjunto enrolamento de aquecimento-resistência é ligado entre os dois condutores de alimentação do circuito de comando do equipamento. No circuito do enrolamento de aquecimento do relé, são inseridos um contato NA (3-4), que controla a ligação a partir do início da partida ou do fenômeno a controlar, e um contato NF (1-2) que controla o desligamento. No momento da partida, ou no início do fenômeno, o contato (3-4) fecha, o contato (1-2) é acionado e o enrolamento de aquecimento do relé é colocado sob tensão. No decorrer da partida, ou do fenômeno, o bimetálico deforma-se progressivamente pelo efeito joule. Existem dois casos : – a duração é inferior ao tempo marcado no relé. No final da partida, ou do fenômeno, o contato (1-2) abre. O enrolamento de aquecimento deixa de estar sob tensão,o bimetálico esfria e o relé está pronto para controlar um novo ciclo, – a duração da partida, ou do fenômeno, é superior ao tempo marcado. A deformação do bimetálico é grande e provoca o disparo do relé. O contato com retenção (95-96) abre e comanda a abertura de todos os contatores dependentes. Depois de ter resolvido o incidente, o operador deve rearmar o relé antes de colocar novamente a instalação em funcionamento. Um relé temporizador térmico tem duas funções : – verificar, a partir do momento em que é colocado sob tensão, através de um contato auxiliar, se o tempo de uma operação não é superior ao tempo previsto, – temporizar a ação de um relé, medindo a corrente ou a tensão. É utilizado, normalmente : – para proteger a resistência, ou o auto-transformador de partida de um motor, contra partidas frequentes, prolongadas ou incompletas. Permite realizar partidas conformes às normas IEC 947-4-1, NF/EN 60947-4-1, DIN VDE 0660 T102 (estritamente idêntica à EN 60947-4-1), – para aumentar uma parada de segurança até o momento em que a persistência ou a repetição de um fenômeno o torna perigoso (exemplo : parada de uma bomba, baixa pressão de óleo em uma máquina, etc.). 96 2 1 Alimentação 6T3 3 – H1 –R Partida rotórica Resistência adicional EXTERNA (para U > 220 V) Estação de ar comprimido ou de bombeamento 21 Circuito de comando da partida Resistência adicional EXTERNA (para U > 220 V) (10 a 21 s) ou (18 a 24 s) – F2 4 6T3 3 4 –R Circuito de comando da partida ● 1 2 (10 a 21 s) ou (18 a 24 s) – F2 – H1 Circuito do pressostato ou do relé de proteção Circuito estabelecido durante o tempo de partida 2 Alimentação ● 1 ● 4 ● 3 98 – F2 1 Comando de potência Proteção contra sobrecargas 1 Módulo de proteção contra bloqueios e sobreconjugados Relé eletrônico de sobrecarga com opção de proteções complementares As máquinas do tipo britadeiras, trituradores, etc., devem ser protegidas contra trancos muito fortes, travamentos, supercarregamento, levando a um conjugado excessivo e um aquecimento inútil dos motores. O módulo controla o sobreconjugado com sobreintensidades 1,5 a 3 vezes a corrente de regulagem do relé. Em caso de defeito, um led vermelho avisa o operador, que pode intervir imediatamente, descarregando ou parando o motor. Este módulo controla igualmente o aquecimento por sondas PTC e provoca o disparo do relé em caso de defeito. A função básica deste relé é proteger os motores contra sobrecargas, desequilíbrios e falta de fases. Mediante acoplamento de módulos extraíveis, pode igualmente assegurar as seguintes funções : – controle da temperatura por sondas PTC, – partida estrela-triângulo, – proteção contra bloqueios e sobreconjugado. Este relé tem na sua face frontal um comutador para seleção de uma das classes de disparo 10, 20 ou 30. Aplicações Estes relés destinam-se a ser aplicados especialmente em máquinas sujeitas a regimes cíclicos intensivos com carga flutuante e em máquinas com partida prolongada. Sobrecargas O relé calcula o aquecimento médio do motor em função da corrente absorvida. Quando o aquecimento atinge (1,05 Ir)2 t, é acionado um alarme para que o operador possa corrigir a carga do motor antes que se produza um disparo. O disparo intervém a um nível de aquecimento de (1,11 Ir)2 t. Só é possível fazer o rearme após decorrer o tempo suficiente para que a temperatura retorne a um nível aceitável. Desequilíbrio e falta de fases Se o desequilíbrio for inferior a 30%, o relé calcula o aquecimento médio suplementar correspondente. Acima dos 30%, ou em caso de falta de fase, o disparo é feito após 4 segundos, no máximo. Módulo de controle da temperatura por sondas PTC Tem uma função idêntica à dos relés com sondas PTC. Módulo de partida estrela-triângulo Controla a comutação para triângulo quando a corrente em ligação estrela for igual a 1,5 In estrela (limiar de basculamento segundo a norma IEC947-4). Se este nível não for atingido, a passagem para triângulo é forçada, após um tempo determinado, que pode ser regulado no módulo. Este funcionamento anormal é indicado por um led vermelho. Relé eletrônico LT7 Telemecanique 22 Comando de potência Proteção contra sobrecargas Relé eletrônico de sobrecarga com proteções complementares integradas O relé acompanha o estado térmico do motor depois de um disparo e não autoriza uma nova partida a não ser em condições corretas de temperatura. Este relé microprocessado intervém nos seguintes casos: – sobrecargas térmicas, – excesso de temperatura (por sondas PTC), – desequilíbrio e falta de fase, – inversão de fase, – defeito de isolação à terra, – sobreconjugados - bloqueio, – funcionamento em vazio. Há visualização clara do estado térmico do motor e dos defeitos através de sinalizadores situados na face frontal, ou de um módulo de visualização à distância. A gama das correntes controladas varia de 0,8 a 1600 A. Podem ser medidas correntes mais elevadas utilizando transformadores de corrente adicionais. Três relés de saída independentes permitem utilizar as informações de alarme ou de defeito. Um sistema de auto-controle supervisiona permanentemente o bom funcionamento do relé. Assim que é detectada uma falha qualquer, a parada do motor é comandada imediatamente. Excesso de temperatura Esta função é idêntica à dos relés a sondas PTC. Desequilíbrio ou falta de fases Se o desequilíbrio for inferior a 30%, ele é levado em conta pela função sobrecarga térmica do relé pelo aquecimento suplementar que ele causa ao motor. Se for superior a 30%, a parada do motor é comandada após 0,7 segundo em fase de partida, ou após 3,2 segundos se o motor estiver em regime. Inversão de fases Este dispositivo detecta uma inversão eventual de fases a montante dos detectores de corrente e comanda a parada do motor após 0,3 de segundo, no máximo. Defeito de isolação Esta função destina-se geralmente a prevenir os riscos resultantes de um defeito de isolação entre os enrolamentos do motor ou o condutor de alimentação e a massa, ou a terra. O objetivo principal desta função é a prevenção contra o risco de incêndio, uma vez que este tipo de defeito se traduz frequentemente pela presença de um arco elétrico entre o condutor e a massa, ou a terra. A proteção contra defeitos de isolação aplica-se às instalações nos esquemas TT e TN. Sobrecargas térmicas O relé calcula o aquecimento dos enrolamentos e o aquecimento médio do motor a partir da corrente absorvida, medida por detectores situados em cada uma das fases de alimentação. Este cálculo é feito levando em conta as inércias térmicas. O controle dos aquecimentos é assegurado de um modo rigoroso por uma modelização numérica de duas imagens térmicas : – a primeira leva em consideração o excesso de aquecimento correspondente à classe de isolação do motor, provocado por sobrecargas lentas e prolongadas ou por pequenos desequilíbrios de fases. Um pré-alarme permite corrigir as condições de carga do motor antes que o nível de disparo seja atingido, – a segunda imagem térmica leva em consideração a ultrapassagem do nível crítico de aquecimento dos enrolamentos do estator e do rotor, em caso de partidas muito longas ou muito frequentes ou ainda de bloqueio do rotor. Sobreconjugado - bloqueio A proteção inclui uma seleção de três níveis de disparo instantâneo : 1,5 - 2 - 3 Ir. Funcionamento em vazio O funcionamento em vazio de uma máquina preparada para funcionar normalmente em carga (uma bomba imersa não escorvada, por exemplo) pode ser detectado por um nível de sub-carga com tempo de disparo retardado. O nível pode ser regulado para 0,3 - 0,5 - 0,7 ou 0,9 Ir, com uma temporização de 10 segundos. Aplicações Com as suas numerosas funções e uma sinalização precisa, que permite ao operador intervir logo que se produz um defeito, o emprego deste tipo de relé é aconselhado quando a continuidade de operação é um critério determinante de escolha. É igualmente adequado para a proteção de motores de grande potência, ou de motores especiais (por exemplo, motores de média tensão). Relé eletrônico LT8 Telemecanique 23 1 Comando de potência Proteção contra sobrecargas ♦ Supervisionar a resistência da isolação. Relés de controle e medição 1 Um defeito de isolamento pode ser prejudicial para o funcionamento, para os componentes e para as pessoas. As partidas de motor incluem sempre uma proteção contra curto-circuitos e sobrecargas. Mas, para determinadas aplicações, podem ser necessárias proteções complementares (controle da tensão, da resistência de isolação, etc. ), sem que, no entanto, se justifique a instalação de um relé de funções múltiplas.Os relés de controle e medição específicos proporcionam uma solução flexível que permite satisfazer exatamente a necessidade de: ♦ Supervisionar a evolução de uma variável. A execução de determinadas operações pode ser condicionada pela evolução de uma tensão ou de uma corrente. Existem relés para supervisão de níveis de regulação. ♦ Supervisionar níveis de líquidos Este tipo de relé pode ser utilizado, por exemplo, para evitar a parada de uma bomba. ♦ Supervisionar a tensão de alimentação. Para que cada um dos componentes do equipamento de um sietema de automação funcione corretamente, sua tensão de alimentação deve manter-se dentro de certos limites. Estes limites podem diferir de aparelho para aparelho. Em caso de variação da tensão e, especialmente, em caso de subtensão mesmo que passageira um relé de mínima tensão aciona um alarme, ou interrompe a alimentação da instalação. ♦ Supervisionar a alimentação das 3 fases. Uma falta de fase pode ocorrer no circuito de uma carga, mas também pode se verificar numa parte ou na totalidade da instalação. Certos circuitos serão perturbados, outros não. Por isso, é conveniente que este tipo de interrupção seja detectado o mais rapidamente possível. ♦ Supervisionar a sequência de fases. Uma inversão de fases pode ter consequências mecânicas graves para a máquina. Este tipo de incidente pode produzirse, por exemplo, após uma intervenção de manutenção ou de reparo. Relés de controle e medição Telemecanique 24 Comando de potência Comutação tudo ou nada Comutação tudo ou nada O contator eletromagnético O contator eletromagnético é um aparelho mecânico comandado por um eletroímã, que funciona em "tudo ou nada". Quando a bobina do eletroímã é alimentada, o contator fecha, estabelecendo, por intermédio de pólos, o circuito entre a rede de alimentação e a carga. A parte móvel do eletroímã, que aciona as partes móveis dos pólos e dos contatos auxiliares ou, em certos casos, o dispositivo de comando destes últimos, desloca-se : – por rotação, rodando sobre um eixo, – por translação, deslizando paralelamente às partes fixas, – por um movimento conjugado dos dois. Quando é desenergizada a bobina, o circuito magnético fica desmagnetizado e o contator abre por efeito : – das molas de pressão dos pólos e da mola de chamada da armadura móvel, – da gravidade, em determinados aparelhos (o conjunto móvel tende naturalmente a retomar a sua posição original). O contator apresenta grandes vantagens e permite : – interromper correntes monofásicas ou polifásicas de valor elevado por atuação de um comando auxiliar percorrido por uma pequena corrente, – assegurar tanto um funcionamento intermitente como um serviço contínuo, – efetuar comandos manuais ou automaticos à distância através de condutores de pequena secção, possibilitanto uma redução importante do comprimento dos cabos de potência, – multiplicar os postos de comando e colocá-los próximo do operador. Por outro lado, o contator : – é robusto e fiel, uma vez que não contém nenhum mecanismo delicado, – adapta-se fácil e rapidamente à tensão de alimentação do circuito de comando (troca de bobina), – em caso de interrupção momentânea da corrente, garante a segurança das pessoas contra os partidas intempestivas (por meio de um comando por botões de impulso), – facilita a distribuição dos postos de parada de emergência e dos aparelhos dependentes, impedindo a colocação em funcionamento da máquina se não tiverem sido tomadas todas as precauções, – protege a carga contra as quedas de tensão importantes (abertura instantânea abaixo de uma tensão mínima), – presta-se à concepção de equipamentos de automação simples ou complexa. A função comutação "tudo ou nada" tem por finalidade estabelecer e interromper a alimentação dos receptores. Na maior parte das vezes é o contator eletromagnético que assegura esta função. Recorre-se frequentemente ao comando à distância para facilitar a operação, bem como o trabalho do operador, que muitas vezes se encontra afastado dos dispositivos de comando de potência, o que implica geralmente uma informação sobre a ação em curso, quer por visualização, através de sinalizadores luminosos, ou através de um segundo aparelho. Estes circuitos elétricos complementares, designados por "circuitos de comando e de sinalização" , são realizados com contatos auxiliares incorporados aos contatores, contatores auxiliares, relés de comando, ou através de blocos adicionais acoplados nos contatores e contatores auxiliares. A comutação "tudo ou nada" pode também ser realizada por relés e contatores estáticos. Pode igualmente ser integrada em aparelhos de funções múltiplas, tais como os disjuntores-motor ou os contatores-disjuntores descritos no subcapítulo "Aparelhos de funções múltiplas". 25 1 Comando de potência Comutação tudo ou nada Contator LC1–D Parafuso de fixação da câmara de extinção do arco / base 1 Parafuso com estribo Câmara de extinção de arco Capô de proteção Contato fixo de potência Contato móvel de potência e mola Proteção com guia-fios Suporte dos contatos móveis Contato móvel auxiliar Mola do contato auxiliar Chaveta do circuito móvel Armadura móvel Mola de chamada Bobina Circuito magnético fixo Amortecedor Chaveta fixa Batente traseiro Base Mola do dispositivo de encaixe Dispositivo de encaixe 26 Comando de potência Comutação tudo ou nada ♦ Emprego em corrente contínua Constituição de um contator eletromagnético Um circuito magnético laminado pode ser utilizado em corrente contínua sem qualquer inconveniente. Neste caso, a bobina utilizada é diferente da bobina normalmente prevista para uma tensão alternada com o mesmo valor. Deve ser inserida uma resistência de redução de consumo no circuito de comando da bobina quando o contator fecha (ver pág. 29). ELETROÍMÃ O eletroímã é o elemento que movimenta o contator. É constituído essencialmente por um circuito magnético e uma bobina. A sua forma varia em função do tipo de contator e pode eventualmente ser diferente a natureza da corrente de alimentação, alternada ou contínua. Um pequeno entreferro existente no circuito magnético na posição "fechado" evita qualquer risco de remanência (1). É obtido retirando metal, e inserindo um material amagnético (2). O curso de aproximação é a distância que separa a parte fixa da parte móvel do circuito, quando o contator está desligado. O curso de esmagamento é a distância que separa estas duas partes quando os pólos entram em contato. As molas que exercem pressão sobre os pólos comprimem-se durante e até ao fim do curso de esmagamento. Circuito magnético para corrente contínua No circuito magnético de um eletroímã alimentado com corrente contínua, não se formam correntes de Foucault. Em certos casos, é preferível, em vez de utilizar um circuito magnético laminado do tipo corrente alternada com as adaptações indispensáveis, utilizar um eletroímã de aço maciço específico para corrente contínua. BOBINA A bobina produz o fluxo magnético necessário à atração da armadura móvel do eletroímã. Conforme o modelo do contator, é montada em uma, ou, excepcionalmente, duas seções do circuito magnético. Está concebida para resistir aos choques mecânicos provocados pelo fechamento e pela abertura dos circuitos magnéticos, bem como aos choques eletromagnéticos resultantes da passagem da corrente nas espiras. Para diminuir os choques mecânicos, a bobina ou o circuito magnético, e por vezes ambos, são montados sobre amortecedores. As bobinas utilizadas hoje em dia são particularmente resistentes às sobretensões, aos choques e às atmosferas agressivas. São feitas de fio de cobre revestido com esmalte de grau 2 e com uma classe de temperatura de 155°C, ou mesmo 180°C. Algumas são impregnadas no vácuo ou moldadas sobre pressão. Circuito magnético para corrente alternada ♦ Características – lâminas de aço silícico unidas por rebites ou soldadas, – circuito laminado para reduzir as correntes de Foucault que se produzem em qualquer massa metálica sujeita a um fluxo alternado (estas correntes de Foucault reduzem o fluxo útil de uma dada corrente magnetizante e aquecem desnecessariamente o circuito magnético), – um ou dois aneis de defasagem ou espiras de Frager, que criam numa parte do circuito um fluxo deslocado em relação ao fluxo alternado principal. Este artifício permite evitar a anulação periódica do fluxo total, logo da força de atração (o que provocaria vibrações ruidosas). (1) Remanência : designa-se por remanente um contator que se mantém fechado quando já não há tensão nos terminais de sua bobina. (2) Amagnético : que não conserva o magnetismo ; o cobre e o latão são metais amagnéticos. Contatores Telemecanique 27 1 Comando de potência Comutação tudo ou nada CONTATOS AUXILIARES Os pólos têm por função estabelecer ou interromper a corrente no circuito de potência. Estão dimensionados para a passagem da corrente nominal do contator em serviço permanente sem aquecimento anormal. Têm uma parte fixa e uma parte móvel. Esta última está munida de molas que exercem pressão sobre os contatos. Os contatos são feitos de uma liga à base de prata cujas resistências à oxidação, ao arco e mecânica são notáveis (1). Os contatos são de interrupção dupla ou interrupção simples. Os contatos de interrupção dupla são adequados para todas as aplicações em corrente alternada (serviço intensivo, AC-3, AC-4, etc.). Permitem obter aparelhos compactos. Os contatos de interrupção simples têm normalmente um dispositivo de sopro magnético do arco. Recomenda-se o seu emprego na interrupção de corrente contínua e nas aplicações sujeitas a um serviço severo. Os pólos de interrupção utilizados como solução para certos problemas de automatismo, funcionam de modo inverso ao dos pólos de fechamento. Os seus contatos estão fechados quando o eletroímã de comando não está alimentado, e estão abertos quando é colocado em serviço. Os contatos auxiliares asseguram as auto-retenções, os intertravamentos dos contatores e ainda a sinalização. Existem em três versões básicas : – contatos instantâneos normalmente abertos NA, abertos quando o contator está desligado e fechados quando o contator está energizado, – contatos instantâneos normalmente fechados NF, fechados quando o contator está desligado e abertos quando o contator está energizado, – contatos instantâneos NA/NF. Quando o contator está desligado, o contato NA está aberto e o contato NF está fechado. Quando o contator fecha, o estado dos contatos inverte-se. Os dois contatos têm um ponto comum. Os contatos temporizados, NA ou NF, fecham ou abrem, após um intervalo de tempo depois do fechamento ou da abertura do contator que os aciona. Este intervalo de tempo pode ser regulado. 5 3 A1 1 (1) ver "corte das correntes, arco elétrico" , pág. 31 Pólos de corte simples e duplo 55 67 56 68 6 •3 •4 4 2 •1 •2 •1 •3 •1 •2 •2 •3 A2 – KM1 •4 1 OS PÓLOS Simbolização dos pólos e dos contatos auxiliares 28 Comando de potência Comutação tudo ou nada Circuito magnético para corrente alternada Comportamento de um circuito magnético em correntes alternada e contínua ♦ Alimentação em corrente alternada Em corrente alternada, o valor da corrente na bobina é determinado pela sua impedância (3). Na chamada, devido à existência de um grande entreferro, a relutância do circuito magnético é elevada e a impedância da bobina é baixa (4). A corrente de chamada la é importante, sendo limitada quase unicamente pela resistência da bobina. Na posição "trabalho", o circuito magnético fechado tem uma relutância fraca que determina um forte aumento da impedância da bobina. Esta impedância elevada limita a corrente a um valor If nitidamente inferior a la (6 a 10 vezes menor). Resumindo, a corrente na bobina foi reduzida, sem qualquer outro artifício, pelo aumento da impedância devido à diminuição do entreferro. Como já vimos no parágrafo anterior, esta corrente é suficiente para manter o circuito magnético fechado. Relação entre esforço de atração e corrente de comando Quando o contator está desligado, em posição de chamada, as linhas de força do campo magnético apresentam um percurso importante no ar e a relutância (1) total do circuito magnético MMa é muito elevada. É portanto necessária uma corrente de chamada la elevada, para criar um esforço de atração superior ao da mola de chamada e possibilitar o fechamento. nIa (elevada) (2) Ra (muito elevada) φa = Quando o contator está na posição "trabalho", o circuito magnético fechado tem uma relutância Rf muito baixa. O esforço de atração precisa ser agora mais elevado, uma vez que é necessário equilibrar o esforço das molas de pressão dos pólos. Mas o fluxo correspondente φf pode ser obtido, dada a baixa relutância, com uma corrente muito inferior à corrente de chamada: nIf (baixa) φf = Rf (muito baixa) ♦ Alimentação em corrente contínua O valor da corrente é determinado apenas pela resistência da bobina. Na chamada, as características da bobina são tais, que a sua resistência determina uma corrente la suficiente para fechar o contator. Quando o eletroímã está fechado, com o valor da resistência inalterado, a corrente mantém-se igual à corrente de chamada la, embora, como acabamos de ver, baste uma corrente muito inferior para manter o circuito magnético na posição "fechado". Salvo concepção especial do eletroímã, a potência que resulta da passagem permanente da corrente de chamada la não pode ser absorvida durante muito tempo pela bobina sem que a sua temperatura se eleve demasiadamente. É necessário reduzir o consumo na manutenção. Esta redução de consumo obtém-se ligando em série com a bobina uma resistência adicional de valor adequado. Esta resistência é ativada por um contato auxiliar normalmente fechado que abre depois do contator ter fechado. Resumindo, para manter o circuito magnético fechado, basta uma corrente If nitidamente inferior à corrente de chamada la que é necessária para o fechamento. (1) Relutância é a resistência que o circuito magnético opõe à passagem do fluxo. Pode ser comparada à resistência que um circuito elétrico opõe à passagem da corrente (lei de Ohm). Num circuito magnético homogêneo, em ferro doce, de comprimento l, de secção constante S e permeabilidade µ, a relutância será : l R= µS Reduz-se, na maior parte dos casos, à dos entreferros, pois a permeabilidade dos metais magnéticos é muito maior do que a do ar (100 a 1 000, segundo o grau de saturação). – KM1 (3) Para uma corrente alternada de pulsação ω (ω = 2πf = 377 a 60 Hz) e um circuito de resistência R, Indutância L e capacitância C, a impedância é de : Z = R2 + X2 em que X = Lω – – R’ U A1 66 sendo I a corrente que percorre a bobina. A força de atração é proporcional ao quadrado do fluxo. 2 nl 65 φ= 1 (2) O fluxo é proporcional aos ampére-espira, mas inversamente proporcional à relutância : A2 R – KM1 1 Cω Na chamada, a corrente absorvida é igual a : la = U/R Quando o contator está fechado, passa a ser : If = U/(R+R’) U : tensão da rede de alimentação R : resistência da bobina R’ : resistência adicional A bobina é diferente da utilizada normalmente para a mesma tensão alternada (4) A impedância da bobina é, em primeira aproximação, inversamente proporcional à relutância do circuito magnético : 2 L= n Redução de consumo sendo n o número de espiras da bobina. 29 1 Comando de potência Comutação tudo ou nada 1 Circuito magnético para corrente contínua ♦ Alimentação em corrente alternada Sempre que o eletroímã tenha sido concebido especialmente para ser utilizado em corrente contínua, o sistema de redução de consumo deixa de ser necessário. Neste caso, o circuito magnético e a bobina são dimensionados (volumes de aço e de cobre mais elevados) de forma a aumentar a superfície de resfriamento e favorecer a dissipação de calor. Para calibres iguais, o contator equipado com este tipo de circuito é maior do que um contator de circuito magnético alternado alimentado em corrente contínua com redução de consumo e tem maior tempo de vida mecânico. A corrente de chamada la é igual à corrente de manutenção If. Princípio de funcionamento : – quando o contator fecha, a corrente no retificador, ou seja no enrolamento de chamada (A), é interrompida pelo contato (1) integrado na bobina, – o enrolamento de manutenção (M), que já era alimentado em corrente alternada (semi-alternância), mantém-se sob tensão. O contato (2) é utilizado caso exista um comando por pulso, servindo de contato de auto-alimentação, – quando o circuito magnético do eletroímã (Y) está fechado, pode ser assimilado a um transformador cujo primário é constituído pelo enrolamento de manutenção (M) e o secundário pelo enrolamento de chamada (A) ,que está ligado aos terminais dos quatro diodos da ponte. Quando se produzem alternâncias positivas,os diodos da ponte retificadora curto-circuitam o secundário e provocam a circulação de uma corrente no enrolamento de chamada (A) e por isso uma indução com um determinado sentido. Quando se produzem alternâncias negativas, os diodos impedem a circulação de uma corrente inversa no secundário e a energia acumulada neste é liberada sob a forma de uma corrente com o mesmo sentido que a anterior. Assim, o fluxo magnético no eletroímã (Y) tem sempre o mesmo sentido e é sempre positivo. Este sistema elétrico produz os mesmos efeitos que os aneis de defasagem montados nos contatores de menor calibre. Circuito magnético de baixo consumo Ver pág. 34. Circuito magnético com bobina de dois enrolamentos Esta técnica, cuja patente foi registada pela Telemecanique, é especialmente adequada para contatores de grande calibre cujo eletroímã deve : – ser pequeno, para limitar a massa e o volume dos equipamentos, – fornecer um esforço motor elevado, assegurando desempenhos elevados a nível dos contatos, – ser insensível às quedas de tensão eventualmente provocadas pelo circuito de alimentação e às chamadas de corrente resultantes da partida dos motores, – ter um consumo de energia mínimo, – garantir uma elevada confiabilidade eletromecânica. Só um eletroímã : – especialmente concebido para corrente contínua, – com uma bobina na qual as funções de chamada e de manutenção estejam separadas, – que possa ser alimentado quer em corrente alternada, quer em corrente contínua, conforme o tipo da bobina, pode satisfazer a estas exigências. ♦ Alimentação em corrente contínua – quando o contator fecha, o contato (1) integrado na bobina abre e o enrolamento de manutenção (M) fica ligado em série com o enrolamento de chamada (A). 03 (2) (Y) (M) A1 (1) (A) + – A2 Corrente alternada (Y) A1 (M) (1) (A) A2 Correntecontínua Bobinas tipo corrente contínua Alimentação das bobinas de dois enrolamentos 30 Comando de potência Comutação tudo ou nada Se quiser forçar uma corrente contínua a reduzir e depois a anular-se, é necessário introduzir no circuito um arco cuja tensão seja superior à da fonte de alimentação. De acordo com a fórmula de Ayrton, deve-se portanto aumentar o comprimento do arco submetendo-o a um campo magnético de "sopro", ou ainda melhor, fracioná-lo de forma a multiplicar o número de quedas de tensão nos eletrodos : Uarco = n (15 V + B ’), sendo n' o comprimento unitário de cada arco elementar. Obtém-se assim uma tensão elevada escalonada, com arcos de comprimentos razoáveis, susceptíveis de serem contidos facilmente nas câmaras de extinção de dimensões limitadas. Em corrente alternada, uma tensão de arco elevada não tem qualquer utilidade porque a corrente anula-se por si. Antes pelo contrário, é preferível uma tensão de arco baixa para minimizar a energia do arco Warco durante o tempo de arco ta. Warco = Uarco x I x ta e dissipada por efeito Joule no plasma. Uma vez que a extinção do arco se dá no momento em que a corrente se anula, basta, em 60 Hz, aguardar, no máximo, alguns milésimos de segundo, após o aparecimento do arco, para vê-lo extinguir-se naturalmente. O problema é impedir que ele volte a estabelecer após a passagem por zero da corrente. As peças metálicas ferromagnéticas existentes na câmara de extinção têm por objetivo, enviar o arco na direção correta (sopro magnético) permitindo o rápido resfriamento da zona onde ocorreu o arco elétrico. Absorvendo as calorias liberadas por efeito Joule no arco, aceleram-se fenômenos de desionização e reduzem-se assim os riscos de restabelecimento do arco. Interrupção de correntes : arco elétrico A abertura de um contator tem geralmente por finalidade interromper a corrente elétrica que percorre a carga (motor, etc). Este último é muitas vezes indutivo e, com exceção da abertura no momento exato da passagem por zero de uma corrente alternada, a interrupção da corrente não é instantânea. Se a intensidade for maior do que 1 ampére, estabelece-se um arco elétrico entre os contatos no momento da separação. O arco é uma das formas de descarga elétrica no gás ou no vácuo. É um plasma, constituído por elétrons livres e por ions arrancados dos eletrodos por efeito térmico, que circula no meio gasoso por ação do campo elétrico que é gerado entre os contatos. Neste sentido, pode ser assimilado a um condutor móvel de forma variável, que pode portanto ser posto em movimento por aplicação de um campo magnético em todo o seu comprimento, ou pela presença de peças ferromagnéticas na sua proximidade. A temperatura atinge o seu máximo na região central e excede muitas vezes vários milhares de graus C, ou mesmo várias dezenas de milhar de graus C, valores muito superiores aos que podem suportar os metais e os isolantes utilizados na fabricação dos contatos e das câmaras de extinção de arco . A duração do arco tem portanto que ser: nem elevada para evitar a destruição das paredes ou dos materiais metálicos da câmara, nem muito baixa, para limitar as sobretensões resultantes de variações muito rápidas da corrente no circuito da carga. A resistência de um arco depende do número de elétrons livres existentes no plasma. Será mais fraca quanto maior for este número, isto é, quanto maior a ionização, ou quanto maior for a temperatura do arco. O reestabelecimento da rigidez dielétrica do espaço entre contatos ou desionização passa portanto por um forte resfriamento dos gases sobreaquecidos. Num dado instante, o produto do valor da resistência do arco pela corrente que o atravessa é chamado de tensão do arco. Os estudos feitos pela Mme. Ayrton mostram que esta tensão tem a forma : U arco = A + (B x I) para correntes superiores a algumas dezenas de ampéres."A" representa a soma sensivelmente constante, da ordem de uma quinzena de Volts, das quedas de tensão elevadas que se produzem na proximidade dos eletrodos : DUa no anodo e DUc no catodo. B x I é uma queda de tensão aproximadamente proporcional ao comprimento do arco. Abertura no vácuo Antes utilizado exclusivamente em alta tensão, a abertura no vácuo é atualmente utilizada também em baixa tensão. O comportamento dielétrico no vácuo 25 kV/mm em vez de 3 kV/ mm no ar, permite distâncias entre contatos muito pequenas, com excelentes comportamentos às sobretensões. É por este motivo que os aparelhos de abertura no vácuo necessitam de uma energia de comando pequena. A abertura no vácuo é caracterizada principalmente por uma recuperação extremamente rápida da rigidez dielétrica pós-arco do meio entre contatos. Por outro lado, dado o encerramento do arco num invólucro estanque, os aparelhos de abertura no vácuo garantem uma grande segurança de utilização. Peças ferromagnéticas Arco + – –+ –+ Arcos elementares de comp. –+ –+ –+ + – Comprimento l do arco (–) Queda de tensão no ânodo Volt Volts Queda de tensão no catodo α i (+) i Volts Volt Tensão de arco total Ua Tensão de arco total Ua l (mm) l (mm) 0 0 Forma de um arco estabilizado l’' Fracionamento do arco por peças ferromagnéticas 31 ' 1 Comando de potência Comutação tudo ou nada Esta queda de tensão pode ser ocasionada pelo pico de corrente ao partir o motor, no momento em que os contatos móveis do contator tocam nos contatos fixos. Ela origina uma perda de energia no circuito magnético,que deixa de ter força para continuar o seu curso até o fechamento completo. A pressão sobre os pólos passa a ser nula e estes soldam-se. Quando o motor atinge a sua velocidade nominal, a tensão aumenta e, a cerca de 85% de Un, o circuito magnético fecha completamente. Neste caso, é a instalação que está em causa. É preciso verificar os comprimentos e as secções dos cabos e, eventualmente, a potência do transformador de alimentação. Após o desligamento de um circuito de vários motores, quando a tensão se restabelecer, os picos de corrente dos vários motores se somam (quando os comutadores ficam na posição "ligado") e podem igualmente causar uma queda de tensão. Neste caso, é necessário prever um dispositivo para espaçar as partidas, segundo uma ordem prioritária. Quando um contator se deteriora facilmente, deve-se verificar se o seu calibre corresponde à potência do motor. Se esta escolha estiver correta, particularmente se o valor da corrente de bloqueio do motor for inferior ao poder de fechamento do contator, o incidente pode geralmente ser imputado a perturbações no circuito de comando, que originam o mau funcionamento do eletroímã. Enumeramos a seguir as perturbações mais frequentes e a solução que aconselhamos para cada uma delas. Queda de tensão no circuito de comando Quando o contator é alimentado a baixa tensão (24 a 110 V) e existem numerosos contatos de comando ligados em série, pode produzir-se uma queda de tensão no circuito de comando no momento de chamada do contator. Esta queda de tensão adiciona-se à que é provocada pelo pico de partida do motor e a situação é idêntica à anteriormente descrita. Neste caso, é necessário utilizar no circuito uma interface, substituindo o contator em causa por um contator auxiliar, com uma corrente de chamada menor, que comandará a bobina do contator principal, ela própria alimentada à tensão da rede. Esquema original Esquemas aconselhados 2 – KA1 Uc : tensão de comando – KA1 – KM1 A2 – KM1 Us Us : tensão da rede de alimentação Queda de tensão no circuito de comando 32 A1 Uc A1 2 A1 Uc 1 A2 1 A2 1 Queda de tensão na rede Incidentes que podem provocar a deterioração dos contatores Comando de potência Comutação tudo ou nada Vibração dos contatos de comando Consequências dos incidentes É possível que, no circuito de comando, certos contatos entrem em vibração (termostato, pressostato, etc.). Estas vibrações, ao repercutirem-se no eletroímã do contator de potência, provocam fechamentos incompletos e soldagem dos pólos. A solução consiste em equipar o aparelho com uma temporização da ordem de dois a três segundos. Utilizar um contato normalmente aberto temporizado no fechamento. Se, em consequência das perturbações que acabamos de descrever, os pólos do contator ficarem soldados, não acontecerá nada de anormal enquanto não for dada a ordem de parada do motor. De fato, a soldagem de um ou vários pólos não impede o fechamento completo do contator. Em contrapartida, na abertura o contator fica "preso" em um ou mais polos soldados . Os que não estão soldados se abrem em alguns décimos de milímetro. Forma-se um pequeno arco. Como a chama de um maçarico,ele queima lentamente os pólos não soldados e o aparelho pega fogo. Ao analisar o contator, constata-se muitas vezes que há um ou dois pólos intactos: são os que estavam soldados. Notar que a corrente não é superior à corrente nominal do motor e que as proteções só atuarão quando o aparelho estiver destruído e ocorrido um curto-circuito Micro-interrupções na rede, interrupção acidental ou voluntária, de curta duração Quando o contator volta a fechar após uma breve falta de tensão na rede (de algumas dezenas de microsegundos), a força contra-eletromotriz do motor deixa de estar em fase com a da rede. O pico de corrente pode então atingir o dobro do seu valor normal. Há risco de soldagem dos pólos devido ao poder de fechamento do contator ser ultrapassado. Para evitar este incidente, é necessário retardar de dois a três segundos o fechamento do aparelho, utilizando um contato normalmente aberto temporizado, para que a força contra-eletromotriz se torne quase nula. Para proteger os contatores contra os microcortes na rede, também se pode temporizar a abertura do contator principal, utilizando um dispositivo de retardamento (retificador-condensador). Conclusão As perturbações que podem ocasionar a soldagem dos pólos de um contator são muito difíceis de notar devido à sua curta duração e aparecimentos passageiros. Além disso, estes incidentes não se produzem sistematicamente quando o contator fecha, mas aparecem, geralmente, quando várias perturbações se produzem simultaneamente, ou se produz uma perturbação numa rede cuja tensão estava próxima do valor mínimo admissível. O contator não é o responsável, mas é indispensável verificar o circuito de comando para eliminar a causa do defeito. Esquemas aconselhados Contatores de pequeno calibre Vibração dos contatos de comando 33 – KM1 A1 A1 – KA1 – KM1 A2 – KA1 – KM1 A2 – KA1 A2 – KM1 – KA1 2 – KA1 A1 2 A2 2 1 A1 1 A1 1 A2 Esquema original Contatores de grande calibre 1 Comando de potência Comutação tudo ou nada Quando a bobina é colocada sob tensão, a força de atração exercida pelos ímãs sobre o conjunto móvel diminui em função do quadrado do entreferro (designada por inclinação negativa), enquanto que, com um eletroímã clássico, a força de chamada exercida pela mola aumenta à medida que o conjunto móvel se desloca. Para calibres idênticos, o esforço motor que o eletroímã de um contator de baixo consumo tem de fornecer é portanto inferior ao de um contator standard, resultando menor consumo de potência pela bobina. Contator de baixo consumo 1 Um contator de baixo consumo pode ser comandado sem interfaces, pelas saídas estáticas dos PLC's. Para isso está equipado com um eletroímã para corrente contínua, adaptado aos níveis de tensão e corrente deste tipo de saída (geralmente 24 VCC/100 mA). Este tipo de contator pode também ser utilizado quando é necessário limitar a dissipação térmica, por exemplo: equipamentos compostos por um grande número de aparelhos ou equipamentos que integrem componentes eletrônicos, ou nos equipamentos alimentados por baterias. O circuito magnético de um contator, ou de um contator auxiliar de baixo consumo, difere sob vários aspectos de um circuito magnético clássico : – aplicação de uma geometria especial, minimizando as fugas magnéticas e assegurando o movimento do conjunto móvel, praticamente sem atrito, – utilização de ferro de elevada pureza e ímãs permanentes com forte campo coercitivo. Os ímãs estão dispostos de tal modo que a força de chamada que exercem sobre o conjunto móvel atinge o seu máximo quando o contator está aberto, o que garante uma ótima suportabilidade aos choques na posição "repouso", da mesma ordem de grandeza que o obtido na posição "trabalho". entreferro íman permanente bobina conjunto móvel posição "repouso" posição "trabalho" Eletroíman de um contator série D de baixo consumo Contator série D de baixo consumo Telemecanique 34 Comando de potência Comutação tudo ou nada -acoplador. Os relés e os contatores estáticos não fazem o isolamento entre a rede de alimentação e o receptor. Esta função pode ser eventualmente assegurada por um contator eletromagnético ligado a montante e que pode ser comum a várias saídas. Relés e contatores estáticos Os relés e os contatores estáticos são aparelhos de comutação de potência com semi-condutores. Destinam-se ao comando de receptores resistivos ou indutivos alimentados com corrente alternada. Tal como os contatores eletromagnéticos, os relés e os contatores estáticos podem estabelecer e interromper correntes elevadas, por ação de uma corrente de comando de pouca intensidade, assegurar um serviço intermitente ou contínuo, ser comandados à distância, a partir de qualquer aparelho que emita um sinal de tensão tudo ou nada (interfaces de diálogo homem/máquina, saídas de PLC s etc). Os circuitos de comando e de potência são separados galvanicamente por um optoacoplador ou um relé "reed". Em relação aos contatores eletromagnéticos, apresentam vantagens importantes : – elevada frequência de comutação, – ausência de peças mecânicas móveis, – funcionamento totalmente silencioso, – limitação máxima dos ruídos rádio-elétricos susceptíveis de perturbar os componentes de sistemas de automação eletrônicos (bloqueio dos semi-condutores de potência no momento da passagem por zero da corrente), – tecnologia monobloco que torna os aparelhos insensíveis aos choques indiretos, às vibrações, aos ambientes poeirentos, – larga gama de tensão do circuito de comando, – consumo muito baixo, permitindo o comando por saídas estáticas de PLCs. Os relés e os contatores estáticos são protegidos contra as variações bruscas de tensão (dV/dt elevada) e contra as sobretensões por circuitos RC e limitadores integrados. Podem ser comandados por tensão contínua ou alternada. Em tensão contínua, a entrada é protegida contra as inversões de polaridade. Em comando por tensão alternada, um circuito retificador com filtro restabelece uma tensão contínua no opto- Relés estáticos São aparelhos unipolares adequados para o comando de cargas resistivas para regulagem de fornos, aplicação que necessita geralmente de uma cadência de comutação elevada. Existem em duas versões : – relés síncronos : a comutação para a posição "fechado" faz-se no primeiro zero da alternância consecutivo ao sinal de comando e a passagem ao estado "aberto" no momento zero da corrente, – relés assíncronos : a comutação para a posição "fechado" é consecutiva ao sinal de comando e a passagem ao estado "aberto" faz-se no momento zero da corrente. Em caso de utilização de relés estáticos para alimentar receptores polifásicos, é aconselhável ligar os circuitos de comando em série, de forma a garantir a comutação simultânea de todos os relés. Contatores estáticos Estes aparelhos tripolares são especialmente indicados para o comando de motores trifásicos funcionando com cadências elevadas. Estão equipados com dois contatos auxiliares estáticos : um contato de auto-alimentação e um contato de dependência compatível com as entradas dos PLCs. O mesmo sinal de comando fecha os componentes de potência e os contatos auxiliares. Uma versão com dois sentidos de operação permite inverter o sentido de rotação do motor por permutação das fases 1 e 2 (a fase 3 não é comutada). O comando simultâneo dos dois sentidos de funcionamento é impedido por um intertravamento interno do inversor. Relés estáticos Telemecanique Contatores estáticos Telemecanique 35 1