Universidade Federal do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação em Física SUPERPARAMAGNETISMO Moisés Leonardi de Almeida Porto Alegre, dezembro de 2011. Índice: • Introdução; • Superparamagnetismo Tempo de relaxação Tempo de medida Volume crítico Temperatura de bloqueio Equação de Langevin Susceptibilidade magnética Sistema com diferentes tamanhos de grãos Medidas de magnetização FC e ZFC • Regime Superparamagnético Interagente • Referências 2 Introdução: Sistemas magnéticos nanoscópicos formados por grãos ou aglomerados magnéticos cujo tamanho é da ordem de nanometros; Matriz que abriga os grãos magnéticos pode ser condutora ou isolante, cristalina ou amorfa. distribuição de grãos nanométricos em sólidos e em meios líquidos; Sólidos granulares Deve-se considerar a contribuição de muitas partículas com diferentes tamanhos e formas, além da proximidade das partículas. 3 Superparamagnetismo • Aparentemente o primeiro estudo sobre nanométricas foi realizado pro Kittel em 1946¹; partículas magnéticas • Em 1949, Néel² aperfeiçoou as ideias de Kittel; • A chamada Teoria Superparamagnética foi introduzida por Bean e Livingston³ em 1959; • Primeira suposição da Teoria Superparamagnética é considerar que os momentos magnéticos atômicos no interior de uma partícula se movam coerentemente: N at ¹ C.Kittel, Phys. Rev. 70, 965 (1946). ² L.Néel, C. R. Acad. Sci., Paris 228, 664 (1949); L.Néel, Ann. Geophys. 5, 99 (1949). ³ P.Bean and J.D.Li vingston, J. Appl. Phys. 30, 120 (1959). 4 Suposição mais simples: a direção do momento magnético é determinada por uma anisotropia uniaxial K. Considerando uma partícula constituída de um único monodomínio com anisotropia uniaxial, a energia pode ser dada por: 5 A relaxação da magnetização desta partícula pode ser descrita por: O tempo de relaxação é essencialmente o tempo necessário para reverter o momento magnético de um estado de equilíbrio para outro. Este tempo característico depende da energia da barreira KV e da temperatura. Em sistemas granulares o comportamento magnético depende também do tempo de medida . Este tempo de medida varia desde valores altos (tipicamente 100s) até baixos valores ( s – espectrocopia Mössbauer). 6 Altas temperaturas ou pequenos volumes Regime SP Regime bloqueado A definição se uma partícula é superparamagnética ou não vai depender do tempo necessário para realizar a medida. Exemplo: Cobalto Diâmetro (nm) Τ(s) 6,8 0,1 9,0 3,2 x109 Medida magnética convencional: 100 s Medida de espectrocopia Mössbauer: s 7 Definindo o volume crítico a uma temperatura constante To ao requerer Assumindo que Para um dado tempo de medida é possível definir a temperatura que separa o regime SP do regime de bloqueio. Esta temperatura é chamada de temperatura de bloqueio. Para um certo volume fixo Vo: 8 9 Introduction to magnetic materials, B. D. Cullity, Addison-Wesley, Massachusetts (1972). Equação de Langevin: Consideremos agora um conjunto de partículas, cada uma delas com momento magnético μ, com anisotropia desprezível, a uma temperatura T e em um campo magnético externo H, já no estado superparamagnético. Cada momento magnético terá certa energia potencial dada por: A magnetização do sistema será: a qual assume a forma: é o valor máximo da magnetização, correspondendo a um alinhamento perfeito de todos os μ com o campo H. Esta magnetização corresponde a magnetização de saturação Ms 10 Boa forma de checar se o sistema é SP ou não. 11 Uma outra forma de checar se o sistema é SP ou não: acima da temperatura de bloqueio o sistema não apresente histerese magnética. 12 Susceptibilidade Magnética: Regime SP Para pequenos valores de “a” (baixo campo magnético ou alta temperatura) a função de Lengevin pode ser expandida numa série de potências: Lei de Curie Regime Bloqueado 13 Monodomínios com diferentes tamanhos de grão: Para cada distribuição de tamanho de partícula há uma distribuição momento correspondente. Assim, a magnetização macroscópica é dada por: de Imagens de MEV indicam que em sistemas granulares a função distribuição de momento segue um comportamento do tipo: 14 Magnetização FC e ZFC 15 A partir destas medidas é possível encontrar resultados referentes à susceptibilidade magnética. A susceptibilidade de um conjunto de partículas com uma distribuição de volume e anisotropia uniaxial K foi calculada por Chantrell et al¹: 16 ¹ 17 Regime Superparamagnético Interagente • A teoria SP vista até agora negligenciou efeitos de interação entre as nanopartículas; • Em sistemas muito concentrados, as nanopartículas estão próximas e interagem entre sim, afetando propriedades macroscópicas; • Em sistemas granulares há diferentes tipos de interações entre as nanopartículas: RKKY, dipolar, exchange, superexchange; • Uma aproximação fenomenológica chamada “Modelo Superparamagnético Interagente¹”(ISP) foi proposta para melhor compreender estes sistemas. 18 ¹ Modelo Superparamagnético Interagente Neste modelo há a adição de uma temperatura fenomenológica T* à temperatura real T, resultando em uma temperatura aparente Ta: T* pode ser expressa como: O modelo ISP considera as interações dipolares como uma perturbação ao regime SP. Deste modo, os efeitos da interação são levados em conta adicionando a temperatura T* na função de Langevin: 19 Os valores de N e susceptibilidade podem ser determinados fazendo o fitting na 20 Efeito das interações na temperatura de bloqueio 21 Referências: 22 Obrigado pela atenção!