Homossexualismo - escolareynaldomassi

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Homossexualidade
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Homossexualidade (grego homos = igual + latim sexus= sexo) refere-se ao atributo,
característica ou qualidade de um ser — humano ou não — que sente atração física,
emocional e estética por outro ser do mesmo sexo. Como uma orientação sexual, a
homossexualidade se refere a "um padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e
românticas principalmente entre pessoas do mesmo sexo"; "o termo também refere-se a
um indivíduo com senso de identidade pessoal e social com base nessas atrações,
manifestando comportamentos e aderindo a uma comunidade de pessoas que
compartilham da mesma orientação sexual."[1][2]
A homossexualidade é uma das três principais categorias de orientação sexual,
juntamente com a bissexualidade e a heterossexualidade, sendo também encontrada em
muitas espécies animais.[3][4] A prevalência da homossexualidade entre os humanos é
difícil de determinar com precisão;[5] na sociedade ocidental moderna, os principais
estudos indicam uma prevalência de 2% a 13% de indivíduos homossexuais na
população,[6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16] enquanto outros estudos sugerem que
aproximadamente 22% da população apresente algum grau de tendência
homossexual.[17]
Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade
foram admirados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas
diversas culturas e épocas em que ocorreram. Quando admirados, esses aspectos eram
entendidos como uma maneira de melhorar a sociedade;[18] quando condenados, eram
considerados um pecado ou algum tipo de doença, sendo, em alguns casos, proibido por
lei. Desde meados do século XX a homossexualidade tem sido gradualmente
desclassificada como doença e descriminalizada em quase todos os países
desenvolvidos e na maioria do mundo ocidental.[19] Entretanto, o estatuto jurídico das
relações homossexuais ainda varia muito de país para país. Enquanto em alguns países o
casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, em outros, certos
comportamentos homossexuais são crimes com penalidades severas, incluindo a pena
de morte.
As principais organizações mundiais de saúde, incluindo muitas de psicologia, não mais
consideram a homossexualidade uma doença, distúrbio ou perversão. Desde 1973, a
homossexualidade deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de
Psiquiatria. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo
procedimento, deixando de considerar a homossexualidade como doença.[20] No Brasil,
em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixa de considerar a homossexualidade
como um desvio sexual e, em 1999, estabelece regras para a atuação dos psicólogos em
relação à questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não
constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão
com eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade.[21] No
dia 17 de Maio de 1990 a Assembléia-geral da Organização Mundial de Saúde (sigla
OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação
internacional de doenças (sigla CID).[21][20] Por fim, em 1991, a Anistia Internacional
passa a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos
humanos.[21]
Muitas pessoas homossexuais escondem seus sentimentos e atividades por medo de
reprovação ou de violência por parte da sociedade; a expressão mais comum usada para
pessoas nesta situação é "no armário". Já quando pessoas homossexuais ou bissexuais
resolvem divulgar sua orientação sexual para seus amigos e familiares, a expressão mais
comum é "sair do armário". Os esforços para a emancipação da homossexualidade,
como ela é compreendida atualmente, começaram na década de 1860, porém desde
meados da década de 1950 tem havido uma tendência de aceleração no sentido de uma
maior visibilidade, aceitação e criação de direitos civis para os gays, lésbicas e
bissexuais. No entanto, o heterossexismo e a homofobia ainda persistem na sociedade, o
que torna difícil para as pessoas, e principalmente para os jovens homossexuais, se
sociabilizarem com os outros, podendo resultar, em alguns casos, no suicídio.[22]
Atualmente os adjetivos mais comuns em uso são "gay", para os homens homossexuais,
e "lésbica", para as mulheres homossexuais, embora alguns prefiram outros termos ou
nenhum.
Índice
[esconder]
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1 Etimologia e uso
2 História
o 2.1 África
o 2.2 Américas
3 Demografia
4 Biogenética
5 Psicologia
6 Psicobiologia
7 Críticas às tentativas de explicação
8 Relações entre gêneros na homossexualidade
9 Visão social da homossexualidade
10 Estereótipos da sexualidade
11 Homossexualidade animal
12 Referências
13 Ver também
14 Ligações externas
[editar] Etimologia e uso
A palavra homossexual é um híbrido do Grego e do Latim com o primeiro elemento
derivado do grego homos, 'mesmo' (não relacionado com o latim homo, 'homem', como
em Homo sapiens), conotando portanto, atos sexuais e afetivos entre membros do
mesmo sexo, incluindo o lesbianismo.[23] A palavra gay geralmente se refere à
homossexualidade masculina, mas pode ser usada em um sentido mais amplo para se
referir a todas as pessoas LGBT. No contexto da sexualidade, lésbica só se refere à
homossexualidade feminina. A palavra "lésbica" é derivada do nome da ilha grega de
Lesbos, onde a poetisa Safo escreveu amplamente sobre o seu relacionamento
emocional com mulheres jovens.[24][25]
Zéfiro e Jacinto representados em pintura vermelha ática em uma cerâmica da
Tarquínia, 480 a.C. (Museu de Belas Artes de Boston).
O adjetivo homossexual descreve comportamento, relacionamento, pessoas, orientação,
etc. A forma adjetiva significa literalmente "mesmo sexo", sendo um híbrido formado a
partir de Grego homo- (uma forma de homos "mesmo"), e "sexual" do Latim medieval
sexualis (do Latim clássico sexus). Alguns especialistas recomendam evitar
completamente o uso do termo homossexual devido a sua história clínica e porque a
palavra se refere apenas a um tipo de comportamento sexual (em oposição aos
sentimentos românticos) e, portanto, tem uma conotação negativa.[26] Gays e lésbicas
são as alternativas mais comuns. As primeiras letras são frequentemente combinadas
para criar o acrônimo LGBT (às vezes escrito como GLBT), em que B e T se referem a
bissexuais e transgêneros. Há uma visão que afirma que o problema não seria o termo
homossexualidade, antes a palavra homossexualismo. Uma vez que o sufixo "ismo" é
utilizado para referenciar posições filosóficas ou científicas sobre algo,[27] alguns
afirmam que sua utilização é mais adequada a situações de identificar opções pessoais,
estilos de vida e, partindo daqui, passar para o distúrbio mental ou doença. Em alguns
léxicos, o homossexualismo aparece definido por prática de atos homossexuais,
enquanto o termo homossexualidade é aplicado a atracção sentimental e sexual.
Também por isso, muitas pessoas consideram que o termo homossexualismo tem um
significado pejorativo,[28] e isto tem levado a que o termo seja hoje em dia mais
utilizado por pessoas que têm uma visão negativa da homossexualidade.
A primeira aparição conhecida do termo homossexual na impressão foi encontrada em
um panfleto de 1869, publicado anonimamente, pelo romancista alemão nascido na
Áustria, Karl-Maria Kertbeny,[29] argumentando contra uma lei anti-sodomia
prussiana.[30][31] Em 1879, Gustav Jager usou os termos de Kertbeny em seu livro
"Descoberta da Alma" (1880).[31] Em 1886, Richard von Krafft-Ebing usou os termos
homossexual e heterossexual, em seu livro "Psychopathia Sexualis", provavelmente
emprestando-os de Jager. O livro de Krafft-Ebing era tão popular entre leigos e médicos
que os termos "heterossexual" e "homossexual" se tornaram os mais aceitos para
designar orientação sexual.[31][32]
Como tal, o uso atual do termo tem suas raízes na abrangente tradição do século XIX da
taxonomia da personalidade. Estes continuam a influenciar o desenvolvimento do
conceito moderno de orientação sexual, sendo associados ao amor romântico e a
identidade, além do seu significado original, que era exclusivamente sexual.
Embora os primeiros escritores também tenham usado o adjetivo homossexual para se
referir a qualquer contexto do mesmo sexo (como uma escola para meninas), hoje o
termo é usado exclusivamente em referência à atração sexual, atividade e orientação. O
termo homossocial agora é usado para descrever contextos do mesmo sexo que não são
especificamente sexuais. Há também uma palavra referindo-se ao amor do mesmo sexo,
homofilia. Outros termos incluem os homens que fazem sexo com homens ou HSH
(usado na comunidade médica quando debatem, especificamente, a atividade sexual),
homoeróticas (referindo-se às obras de arte), heteroflexível (referindo-se a uma pessoa
que se identifica como heterossexual, mas, ocasionalmente, sente ou mostra interesse
em atividade sexual com alguém do mesmo sexo) e metrossexual (referindo-se um
homem não-gay com gostos do estereótipo gay em comida, moda e design). Termos
pejorativos e ofensivos em Português incluem bicha, viado, paneleiro, sapatão, entre
outros. Tal como acontece em insultos étnicos e raciais, no entanto, o mau uso desses
termos podem ainda ser altamente ofensivo e a gama de utilização aceitável depende do
contexto e da pessoa que está falando. Inversamente, gay, uma palavra originalmente
abraçada por homens e mulheres homossexuais como uma expressão positiva,
afirmativa (como na liberação gay e nos direitos gay), começou a ser usado de modo
pejorativo entre os jovens.
Embora gay seja usado como denominador comum entre homens e mulheres
homossexuais e bissexuais, tal uso têm sido às vezes contestado em razão do desejo de
individuação de outros grupos de variação sexual, que reivindicam identidade
autônoma, independente, própria. Isso é característico, não apenas de grupos de tal
interesse, mas de qualquer outro grupo humano.
[editar] História
Ver artigos principais: Legislação sobre a homossexualidade no mundo,
Cronologia dos direitos homossexuais e Atitudes da sociedade em relação à
homossexualidade.
Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade
foram admirados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas
diversas culturas e épocas em que ocorreram.
Em uma compilação detalhada de materiais históricos e etnográficos de culturas préindustriais, "forte desaprovação da homossexualidade foi relatada em 41% das 42
culturas; aceita ou ignorada por 21% e 12% não relataram tal conceito. Das 70
etnografias, 59% relataram a homossexualidade como ausente ou rara em frequência e
41% a relataram como presente ou como não incomum. "[33]
Em culturas influenciadas pelas religiões abraâmicas, a lei e a igreja estabeleciam a
sodomia como uma transgressão contra a lei divina ou um crime contra a natureza. A
condenação do sexo anal entre homens, no entanto, é anterior a crença cristã.[34]
Muitas figuras históricas, incluindo Sócrates, Lord Byron, Eduardo II, e Adriano,[35]
tiveram termos como homossexuais ou bissexuais aplicados a eles. Uma linha comum
de argumento construcionista é que ninguém na antiguidade ou na Idade Média
experimentou a homossexualidade como um modo de sexualidade exclusivo ou
permanente. John Boswell tem combatido este argumento, citando antigos escritos do
grego Platão,[36] que descrevem os indivíduos exibindo homossexualidade exclusiva.
[editar] África
Khnumhotep e Niankhkhnum, especula-se que eles representam o primeiro registro de
união homossexual da História.
Embora muitas vezes ignorada ou suprimida pelos exploradores europeus e
colonialistas, a expressão homossexual na África nativa também esteve presente e
tomou uma variedade de formas. Os antropólogos Stephen Murray e Will Roscoe
relataram que mulheres do Lesoto envolviam-se em relações de "longo prazo e eróticas"
chamadas motsoalle.[37] E. E. Evans-Pritchard, também registrou que guerreiros Zandes
no norte do Congo rotineiramente assumiam jovens amantes do sexo masculino entre as
idades de doze e vinte anos, que ajudavam com as tarefas domésticas e praticavam sexo
intercrural com seus maridos mais velhos. A prática já havia morrido no início do
século XX, depois de os europeus conquistaram o controle de países Africanos, mas foi
relatado para Evans-Pritchard pelos anciões, com quem ele falou.[38]
O primeiro registro de um casal homossexual da história é geralmente considerado para
Khnumhotep e Niankhkhnum, um casal egípcio do sexo masculino, que viveu por volta
de 2400 a.C. Os pares são retratados durante um beijo, a mais íntima pose na arte
egípcia, rodeada pelo que parecem ser seus herdeiros.
[editar] Américas
Dança
da
Berdache
Dança cerimonial da Nação Sac e Fox para celebrar os Dois-espíritos. George Catlin
(1796–1872); Smithsonian Institution, Washington, DC.
Entre os povos indígenas das Américas antes da colonização europeia, uma forma
comum de homossexualidade é centrada em torno da figura dos Dois-espíritos.
Normalmente, este indivíduo é reconhecido cedo na vida, dada a escolha pelos pais a
seguir o caminho e, se a criança aceitar o papel, é criada de forma adequada, para
aprender os costumes do gênero que escolheu. Dois-espíritos eram, geralmente, xamãs
reverenciados como tendo poderes além daqueles dos xamãs comuns. Sua vida sexual
era com os membros comuns de mesmo sexo da tribo.
Homossexuais e transgêneros também eram comuns entre outras civilizações préconquista na América Latina, como os astecas, maias, quíchuas, moches, zapotecas e os
tupinambás, no Brasil.[39][40]
Os conquistadores espanhóis ficaram horrorizados ao descobrir que a sodomia era
abertamente praticada entre os povos nativos. Os europeus tentaram acabar com as
berdaches (como os pesnhóis chamavam a prática dos Dois-espíritos) através de
penalidades severas, como a execução pública, onde a pessoa era queimada e rasgada
em pedaços por cães.[41]
[editar] Demografia
Ver também: Escala Kinsey
Dados confiáveis quanto ao tamanho da população de homossexuais são informações
valiosas para a política pública.[42] Por exemplo, a demografia ajudaria no cálculo dos
custos e benefícios das prestações de parceria doméstica, o impacto da legalização da
adoção por homossexuais e o impacto da política Don't Ask Don't Tell da Forças
Armadas dos Estados Unidos.[42] Além disso, o conhecimento do "tamanho da
população homossexual é uma promessa para ajudar os cientistas sociais
compreenderem uma ampla gama de questões importantes, questões sobre a natureza
geral das escolhas do mercado de trabalho, a acumulação de capital humano, a
especialização dentro das famílias, discriminação e as decisões sobre a localização
geográfica."[42]
Bandeira arco-íris no bairro Castro em São Francisco, Estados Unidos, famoso pela
predominância de moradores homossexuais. A bandeira, um símbolo do movimento
LGBT, foi criada na cidade.
Medir a prevalência da homossexualidade pode apresentar dificuldades.[5] A pesquisa
deve medir algumas características que podem ou não ser a definição de orientação
sexual. A classe das pessoas com desejos pelo mesmo sexo pode ser maior do que a
classe de pessoas que colocam esses desejos em prática, que por sua vez pode ser maior
do que a classe de pessoas que se auto-identificam como gay/lésbica/bissexual.[42]
Em 1948 e 1953, Alfred Kinsey relatou que cerca de 46% dos indivíduos do sexo
masculino tinha "reagido" sexualmente a pessoas de ambos os sexos ao longo de sua
vida adulta e que 37% deles tinham tido pelo menos uma experiência homossexual.[43]
A metodologia de Kinsey foi criticada.[44][45] Um estudo mais recente tentou eliminar o
viés de amostragem, mas mesmo assim chegou a conclusões semelhantes.[46]
As estimativas da ocorrência da homossexualidade exclusiva variam de um a vinte por
cento da população, normalmente concluindo que há um pouco mais de gays do que de
lésbicas.[6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16][17][47][48][49]
Estimativas da frequência de atividade sexual também podem variar de um país para
outro. Um estudo de 1992 relatou que 6,1% dos homens no Reino Unido já tiveram uma
experiência homossexual, enquanto na França o número foi de 4,1%.[50] Segundo uma
pesquisa realizada em 2003, 12% dos noruegueses já tinham feito sexo homossexual.[15]
Na Nova Zelândia, um estudo de 2006 sugeriu que 20% da população anônima relatou
alguns sentimentos homossexuais, sendo que alguns deles se identificam como
homossexuais. A percentagem de pessoas que se identificaram como homossexuais foi
de 2-3%.[17] De acordo com uma sondagem de 2008, enquanto apenas 6% dos britânicos
definissem sua orientação sexual como homossexuais ou bissexuais, mais que o dobro
(13%) dos britânicos ja tiveram alguma forma de contato sexual com alguém do mesmo
sexo.[16] Nos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa realizada para as eleições
presidenciais de 2008, 4% do eleitorado se auto-identificava como gay, lésbica ou
bissexual, a mesma percentagem de 2004.[51]
Em pesquisa realizada no Brasil em 2008 os dados indicam que 10% dos homens e
5,2% das mulheres com idade entre 15 e 64 anos já tiveram uma relação homossexual
na vida, totalizando uma média geral de 7,6%.[52] No mesmo estudo, entre a população
mais jovem, com idade entre 15 e 24 anos a média encontrada foi de 8,7% enquanto
entre a população mais idosa, com idade de 50 a 64 anos, a média obtida foi de 5,6%.[53]
Apesar desse item específico da pesquisa ser bastante genérico, questionando apenas se
o entrevistado teve ao menos uma "Relação sexual com pessoa do mesmo sexo, na
vida" o contraste entre as médias obtidas por faixa etária mostram que os brasileiros
estão se relacionando mais de forma homossexual do que no passado.
[editar] Biogenética
Cromossoma X, onde localiza-se o gene Xq28.
O neurobiólogo Roger Gorski, da Universidade da Califórnia, EUA, fez experiências
em laboratórios com ratos cujas fêmeas prenhas receberam testosterona - o hormônio
sexual masculino - ainda em fase intra-uterina. Observou que, desde a primeira fase da
vida, os filhotes do sexo feminino mostravam comportamentos masculinos, como
gostos, brincadeiras mais agressivas além de sentirem-se mais atraídas por fêmeas.[54] O
estudo, contudo, não foi conclusivo pois os filhotes do sexo masculino cujas fêmeas
progenitoras receberam hormônios femininos (estradiol e progesterona) não
desenvolveram significativas características femininas.
No ramo da ciência da genética vários estudos têm sido realizados no sentido de
investigar origens hereditárias para a homossexualidade. Um dos estudos mais
conhecidos nesse sentido tenta estabelecer uma correlação entre a homossexualidade
masculina com o gene Xq28.[55] É efetivamente uma tese que coloca a
homossexualidade não como uma opção ou estilo de vida, mas sim como resultado de
uma variação genética. Considere-se, contudo, que existem estudos que contradizem a
influência do gene Xq28 para explicar a homossexualidade.[56] Num novo estudo
conduzido pela KAIST foi possível criar artificialmente o comportamento homossexual
em ratas fêmeas através de uma manipulação genética. Nesse estudo alguns genes
relacionados ao equilíbrio do hormônio estrogênio foram intencionalmente suprimidos
verificando-se uma uma preferência homossexual estatisticamente relevante em relação
a um grupo de controle, lançando novas dúvidas de que o comportamento homossexual
em mamíferos possa ter um fator genético.[57][58] A tese de que a homossexualidade
pode ter origens genéticas tem sido usada bem como recusada tanto por aqueles que
consideram a homossexualidade como algo negativo como os que consideram algo a
defender.[59]
Glenn Wilson e Qazi Rahman, pesquisadores na área da psicologia e autores de Born
Gay: The Psychobiology of Sex Orientation, concluem que há diferenças biológicas
entre pessoas homossexuais e heterossexuais, e que estas não podem ser ignoradas.
Esses investigadores estão dispostos a aceitar a teoria do "gene gay", e complementamna com a ideia de que alguns fetos masculinos com pré-disposição genética para a
homossexualidade são incapazes de absorver corretamente a testosterona no seu
processo de desenvolvimento, de modo que os circuitos neurocerebrais responsáveis
pela atração pelo sexo oposto ou nunca se desenvolvem ou o fazem deficientemente.
Quanto à homossexualidade feminina, Rahman avança com a hipótese de haver uma
proteína no útero responsável pela proteção dos fetos femininos contra a exposição
excessiva a hormônios masculinos que não atuam suficientemente cedo no processo de
desenvolvimento.
[editar] Psicologia
A psicologia foi uma das primeiras disciplinas a estudar a orientação homossexual
como um fenômeno discreto. As primeiras tentativas de classificar a homossexualidade
como uma doença foram feitas pelo movimento sexólogo europeu no final do século
XIX. Em 1886 o notável sexólogo Richard von Krafft-Ebing listou a homossexualidade
junto com 200 outros estudos de casos de práticas sexuais desviantes em sua obra
definitiva, Psychopathia Sexualis. Krafft-Ebing propôs que a homossexualidade era
causada por uma "inversão [durante o nascimento] congênita" ou uma "inversão
adquirida". Nas duas últimas décadas do século XIX, uma visão diferente começou a
predominar nos círculos médicos e psiquiátricos, a julgar o comportamento, como
indicativo de um tipo de pessoa com uma definida e relativamente estável na orientação
sexual. No final do século XIX e início do século XX, os modelos patológicos da
homossexualidade eram padrão.
A Associação Americana de Psiquiatria, a Associação Americana de Psicologia e a
Associação Nacional dos Trabalhadores Sociais declararam:
Em 1952, quando a Associação Americana de Psiquiatria publicou o seu
primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM), a
homossexualidade foi incluída como uma desordem. Quase imediatamente,
no entanto, que a classificação começou a ser submetida ao escrutínio
crítico em matéria de pesquisa financiado pelo Instituto Nacional de Saúde
Mental. Esse estudo e a pesquisa subsequente falharam em conseguir
apresentar qualquer base empírica ou científica para considerar a
homossexualidade como um distúrbio ou anormalidade, ao invés de uma
orientação sexual normal e saudável. Como resultado dessa pesquisa
acumulada, os profissionais em medicina, saúde mental e em ciências
comportamentais e sociais chegaram à conclusão de que era incorreto
classificar a homossexualidade como uma desordem mental e que a
classificação DSM refletia pressupostos não testados com base em normas
sociais prevalentes e impressões clínicas a partir de amostras
representativas compostas por pacientes que procuram tratamento e por
indivíduos cujo comportamento trouxe para o sistema de justiça criminal.
Em reconhecimento da evidência científica,[60] a Associação Americana de
Psiquiatria retirou a homossexualidade do DSM em 1973, afirmando que "a
homossexualidade em si não implica qualquer prejuízo no julgamento,
estabilidade, confiabilidade ou capacidades gerais sociais e vocacionais."
Depois de uma profunda revisão da dados científicos, a Associação
Americana de Psicologia adotou a mesma posição em 1975, e exortou
—
'
todos os profissionais de saúde mental "para assumir a liderança em
eliminar o estigma de doença mental que há muito tem sido associado com
orientações homossexuais." The Associação Nacional dos Trabalhadores
Sociais adotou uma política similar.
Assim sendo, os profissionais e pesquisadores de saúde mental há muito
reconheceram que ser homossexual não constitui obstáculo inerente à
liderança de uma feliz, saudável e produtiva vida, e que a grande maioria
dos gays e lésbicas funcionam bem em toda a gama de instituições sociais e
relações interpessoais.[61]
A pesquisa e a literatura clínica demonstram que atração sexual e romântica pelo
mesmo sexo, são sentimentos e comportamentos normais e variações positivas da
sexualidade humana. O consenso de longa data das ciências comportamentais e sociais e
dos profissionais de saúde e saúde mental é que a homossexualidade, por si só, é uma
variação normal e positiva da orientação sexual humana.[62] A homossexualidade era
listada na CID-9 (1977) da Organização Mundial de Saúde como um doença mental,
mas foi retirada no retirado da CID-10, aprovada pela Quadragésima Terceira
Assembléia Mundial da Saúde em 17 de maio de 1990.[63][64] Tal como o DSM-II, a
CID-10 adicionou a orientação sexual egodistônica na lista, o que se refere a pessoas
que querem mudar suas identidades de gênero ou orientações sexuais por causa de um
distúrbio psicológico ou comportamental (F66.1). A Sociedade Chinesa de Psiquiatria
retirou a homossexualidade da Classificação Chinesa de Transtornos Mentais em 2001,
após cinco anos de estudo pela associação.[65] De acordo com o Royal College of
Psychiatrists "Esta história lamentável demonstra como a marginalização de um grupo
de pessoas que têm um traços de personalidade em particular (neste caso a
homossexualidade) pode levar a prática médica nociva e uma base para a discriminação
na sociedade.[66] Existe agora um grande corpo de evidências de pesquisa que indica que
ser gay, lésbica ou bissexual é compatível com a saúde mental normal e ao ajustamento
social. No entanto, as experiências de discriminação na sociedade e uma possível
rejeição por amigos, familiares e outros, tais como empregadores, significa que algumas
pessoas LGB têm uma experiência maior que a esperada na prevalência de problemas
de saúde mental e de uso indevido de substâncias. Embora tenha havido reclamações
por grupos políticos conservadores nos Estados Unidos que esta maior prevalência de
problemas de saúde mental é a confirmação de que a homossexualidade é um transtorno
mental em si, não há qualquer evidência para fundamentar tal afirmação."[67] No Brasil,
em 1985, o Conselho Federal de Psicologia deixa de considerar a homossexualidade
como um desvio sexual e, em 1999, estabelece regras para a atuação dos psicólogos em
relação à questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não
constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão
com eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade.[21]
A maioria dos gays, lésbicas, bissexuais e pessoas que procuram a psicoterapia fazem-lo
pelas mesmas razões que as pessoas heterossexuais (estresse, dificuldades de
relacionamento, dificuldade de adaptação às novas situações sociais ou de trabalho, etc);
sua orientação sexual pode ter uma importância primária, acidental ou não ter
importância às suas questões e tratamento. Seja qual for o problema, ainda há um alto
risco de viés anti-gay na psicoterapia com gays, lésbicas, bissexuais e clientes.[68] A
pesquisa psicológica neste domínio tem sido relevante para a luta contra atitudes e ações
prejudiciais ("homofóbicas") e o movimento pelos direitos LGBT em geral.[69]
A aplicação adequada de psicoterapia afirmativa baseia-se nos seguintes fatos
científicos[62]:





Atração sexual pelo mesmo sexo, comportamentos e orientações por si só são
normais e positivas variantes da sexualidade humana, em outras palavras, não
são indicadores de transtornos mentais ou de desenvolvimento.
A homossexualidade e a bissexualidade são estigmatizadas, e este estigma pode
ter uma variedade de consequências negativas (por exemplo, estresse) ao longo
do ciclo de vida (D'Augelli & Patterson, 1995; DiPlacido, 1998; Herek e
granadas, 2007; Meyer, 1995, 2003).
Atração sexual pelo mesmo sexo e comportamento pode ocorrer no contexto de
uma variedade de orientações sexuais e identidades (Diamond, 2006; Hoburg et
al., 2004; Rust, 1996; Savin-Williams, 2005).
Homens gays, lésbicas e indivíduos bissexuais podem viver uma vida
satisfatória, bem como um relacionamento afetivo e famílias estáveis, que são
equivalentes aos relacionamentos heterossexuais em aspectos essenciais (APA,
2005c; Kurdek, 2001, 2003, 2004; Fingerhut & Peplau, 2007 ),.
Não há estudos empíricos ou pesquisas que suportem teorias que atribuem a
orientação sexual a disfunção familiar ou traumas (Bell et al., 1981; Bene, 1965;
Freund & Blanchard, 1983; Freund & Pinkava, 1961; Hooker , 1969; McCord et
al., 1962; Peters & DK Cantrell, 1991 Siegelman;, 1974, 1981; Townes et al.,
1976).
[editar] Psicobiologia
Nos anos 2000, as pesquisas da neurociência demonstraram que os seres humanos
estimulam suas zonas erógenas porque esta provoca recompensas no cérebro.[70] Essas
recompensas, em particular o orgasmo, são observadas no nível da consciência como
sensações de prazer erótico e satisfação. Em suma, o ser humano busca as atividades
sexuais porque elas fornecem prazeres eróticos intensos.
Entre os seres humanos (assim como entre os chimpanzés, orangotangos e golfinhos), o
comportamento sexual não é mais um comportamento de reprodução, mas se tornou um
comportamento erótico. Durante a evolução, a importância e influência dos hormônios e
dos feromônios sobre o comportamento sexual diminuiu. Entre os mamíferos menos
complexos, são os feromônios que estão na origem da heterossexualidade. Em
contraste, a importância das recompensas se tornou maior. Nos seres humanos, o
objetivo do comportamento sexual não é mais o coito vaginal e sim a busca de prazeres
eróticos, obtidos pela estimulação do corpo e das zonas erógenas, pouco importa o sexo
do parceiro. Por todos esses motivos, biologicamente a sexualidade humana é um tanto
bissexual.
No entanto a influência do contexto cultural e das experiências pessoais é maior no
desenvolvimento da orientação sexual. A homossexualidade, a heterossexualidade e a
bissexualidade são possibilidades "biologicamente normais" do desenvolvimento. A
maior influência do contexto cultural é bem evidenciada pela sociedade grega da
Antiguidade, em que a mulher tinha uma posição social inferior à do homem. O amor
mais desejável, o "amor celeste", era homossexual. A heterossexualidade era
desvalorizada, e as esposas serviam como progenitoras de uma descendência legítima e
guardiãs fiéis do lar. Em contraste, o heterossexismo e a homofobia nas sociedades
ocidentais são provavelmente o fator da origem da preponderância atual do
comportamento heterossexual. Malgrado a pressão cultural, algumas pessoas
prefeririam as atividades homossexuais.
Outras evidências apontam que, em certos casos, a preferência sexual pela
homossexualidade proviria de circunstâncias particulares, como experiências positivas
que se teria vivido com pessoas do mesmo sexo.[71][72][73]
[editar] Críticas às tentativas de explicação
Magnus Hirschfeld.
Há diversas críticas às tentativas de explicações científicas para a homossexualidade,
principalmente porque a maioria delas começa a ser desenvolvida ainda no século XIX,
quando se procuravam comprovações científicas para afirmar que determinadas
características humanas tornariam um indivíduo superior a outro. E buscar interpretar a
complexidade do comportamento humano com base no estudo do comportamento
animal — dizem os críticos — não tem sentido. Veja-se darwinismo social.
Quanto às pesquisas neuro-bioquímicas, os seus críticos indicam que "existe o risco de
alguns pesquisadores estarem, na verdade, procurando uma forma de "curar" tal
comportamento, seja mapear o que gera o desejo homossexual, para depois convertê-lo
em desejo heterossexual". Nesse contexto um dos exemplos marcantes foi a teoria
desenvolvida por Magnus Hirschfeld a respeito da homossexualidade. Hirschfeld
defendia a teoria de que a homossexualidade era nata e não modificável, explicada por
diferenças de natureza hormonal. A teoria de Hirschfeld, que foi um grande ativista,
buscando veementemente a derrubada do Parágrafo 175 na Alemanha pré segunda
guerra foi polemizada por Freud em seu livro Three Essays on the Theory of Sexuality
(1905). A Terapia de Choques Elétricos foi aplicada por Ugo Cerletti a partir de 1938
para várias finalidades, incluido a tentativa de cura para a homossexualidade[74]
utilizando o pressuposto de que se a homossexualidade tem explicações neurobioquímicas, então ela é curável. Na mesma linha, a lobotomia, desenvolvida por
António Egas Moniz em 1935 também foi aplicada como tratamento da
homossexualidade até 1979 na Alemanha.[75] No domínio das explicações psicológicas,
há a constatação de que não é porque alguns fatos se mostraram verdadeiros para alguns
indivíduos, eles o serão para todos os casos, ou seja, com tais construções de
pensamento ocorre a prática de generalização indevida e precipitada, bem como adoção
de procedimentos errados, inadequados e contraproducentes. Ainda dentro das
explicações psicológicas, estudos iniciados por Harry Benjamin mostraram ao longo de
décadas de estudos que o tratamento psiquiátrico é ineficaz para tratar ("curar") a
transexualidade, por exemplo, servindo apenas como terapia de apoio.
Uma crítica em relação a essas tentativas de explicação é o seu foco em explicar a
homossexualidade e pouco se preocuparem em explicar a orientação sexual em geral, e
a heterossexualidade em particular.
[editar] Relações entre gêneros na homossexualidade
Ver artigos principais: Homofobia e Heterossexismo.
Direitos dos homossexuais pelo mundo:
██ Nenhuma informação
; Legal
; Ilegal
██ Casamento do mesmo sexo
██ Outro tipo de parceria (ou coabitação não registrada)
██ Não há uniões do mesmo sexo
██ Licenças de união internacionais reconhecidas
██ Penalidade mínima
██ Grande penalidade
██ Prisão perpétua
██ Pena de morte
Há quem interprete a homossexualidade como altamente diferente da
heterossexualidade na natureza das relações que engloba. Muitos consideram tal
interpretação como errônea por ocorrer diz-se, alienação do conceito das relações entre
dois seres do mesmo sexo por falta de familiaridade com essas relações.
Essa imagem é reforçada por representações recorrentes da sexualidade do indivíduo
homossexual como secundária ou ausente; grande parte das instâncias de representação
de homens homossexuais nos meios de comunicação, por exemplo, sugerem uma visão
à parte, efeminados e caricatos, e tanto se enfatizam esses traços, que o suposto fator
definidor da identidade homossexual (atração por membros do mesmo sexo), é pouco
reconhecido. Isso se acentua mais com as lésbicas, na mídia também mais raras.
No entanto, é comum que no caso das relações homossexuais as características
habitualmente atribuídas a cada gênero prevaleçam: o homem homossexual tem,
essencialmente, pela genética do seu sexo e pela educação num meio em que se encaixa
no papel de homem segundo parâmetros heteronormativos, a mesma probabilidade de
encaixar na visão comum da identidade masculina tradicional como o heterossexual,
como o tem a mulher de encaixar na da feminina, tanto em termos não só de modo de
estar, personalidade e interesses, como na sua forma de desenvolver relações. Estas
relações têm, precisamente, uma dinâmica similar à das heterossexuais, em termos
emocionais, sexuais e pessoais, exceto pelas diferenciações inerentes ao sexo dos
indivíduos envolvidos, como o sugere o relato de indivíduos nelas envolvidos e estudos
observatórios recentes.
Ainda assim, há pelo menos uma distinção recorrente a notar, entre, mais uma vez, o
hétero e o homossexual, de natureza funcional e expressa a nível doméstico, no contexto
de uma relação homossexual. Tal como no caso de heterossexuais em ocorrências
socialmente transitórias — pessoa solteira vivendo sozinha, serviço militar, estudante
fora de casa etc. — as pessoas homossexuais veem-se na necessidade de adaptar a
atribuição de tarefas no dia-a-dia. Efetivamente, a falta de vivência na habitação com
indivíduos do gênero oposto implica que várias tarefas socialmente vistas como
exclusivas do outro terão agora de ser realizadas pela própria pessoa. No contexto de
uma relação do mesmo sexo, essa experiência e transformação da atribuição de funções
levam a um meio em que fatores como a personalidade e conveniência possam
sobrepor-se, até certo ponto, a convenções de gênero, outra vez, pela pura ausência do
gênero oposto.
[editar] Visão social da homossexualidade
Ver artigos principais: Legislação sobre a homossexualidade no mundo e
Cronologia dos direitos homossexuais.
Pela reduzida presença de indivíduos abertamente
Direitos dos Homossexuais
homossexuais tanto na mídia como em campos de
ficção proeminentes (como a televisão) a visão
popular
da
homossexualidade
resume-se,
frequentemente, a determinados parâmetros,
resultantes essencialmente:


Da observação limitada de alguns casos em
particular - especialmente a de indivíduos
mais efeminados, por estes serem os que,
publicamente, mais facilmente se assume
serem gays e
Da interpretação da natureza, para muitos
algo alienígena, de alguém que, ao contrário
das regras de género aceites, forma relações
sexuais e amorosas com pessoas do mesmo
sexo — o estabelecimento de determinadas
noções quanto a esta condição de acordo com
o que se conhece das relações entre homens e
mulheres.
Cronologia
dos direitos homossexuais
Tolerância
nos
Continentes
África · América do Norte
América Central · América do Sul
Ásia
·
Caribe
·
Europa
Oceania · Oriente Médio
Tópicos
Relacionados
Há, portanto, uma consciência reduzida porém
Homofobia
crescente do que envolve ser homossexual e viver
Heterossexismo
como tal. Grupos GLBT ("Gays, Lésbicas,
União Civil
Bissexuais e Transgêneros") observam que isso leva
à formação de estereótipos prejudiciais, e como tal, uma das suas preocupações é a luta
contra essas mesmas representações e correspondentes visões da homossexualidade. Os
integrantes dos GLAAD ("Gay and Lesbian Alliance Against Defamation"), em
particular, entregam há muito os GLAAD Media Awards, que pretendem aplaudir
representações de indíviduos gays ou bissexuais que consideram admiráveis pela boa
imagem que passam dos homossexuais.
Algumas igrejas, como a Associação Unitária Universalista, são defensoras dos direitos
dos homossexuais.
Embora decorra, ainda, tanto entre teoristas como entre cientistas a discussão quanto a
qual a verdadeira origem da homossexualidade, todos os pontos em cima são
descreditados. Uma das teorias mais abrangentes e, coincidentemente ou não, mais
aceitas, é precisamente que a orientação sexual é determinada tanto por fatores
biológicos e psicológicos decorrentes ao longo do desenvolvimento da identidade do
indivíduo.
Assim, a atribuição da homossexualidade a trauma pode ser objetável (muitos
homossexuais não têm sequer na sua experiência um desses "traumas de infância"),
como o é a noção de que a sua aceitação e consciencialização, a presença de figuras
educadoras homossexuais, ou a mera interação com indivíduos gays gera-o. Embora
haja pessoas que o apóiam (principalmente populares, não-científicas), a observação das
experiências sexuais e a relação entre gêneros leva maioria da comunidade científica a
considerar tais teorias desprovidas de validade, sendo a crença de que a orientação
sexual é escolhida ou alterável descreditada. Também consideram a associação da
homossexualidade a uma qualquer incapacidade de relacionamento como sexo oposto,
visto que de forma geral, o indivíduo homossexual tem potencialmente um
comportamento e experiência sociais iguais às do heterossexual.
[editar] Estereótipos da sexualidade
Ver artigos principais: Homofobia e Heterossexismo.
Segundo tais estereótipos, afirma-se, que, a priori:





Os homossexuais seriam mais promíscuos e solitários;
A homossexualidade estaria aliada à pedofilia;
Os homossexuais não discernem na sua atração pelo mesmo sexo;
Nas relações homossexuais, tal como nas heterossexuais, é universal e inevitável
a presença de um indivíduo de papel "feminino" (passivo) e de um papel
"masculino" (ativo);
A homossexualidade é uma escolha.
Não há razões concretas e cientificamente válidas para acreditar que os homossexuais
têm maior tendência para a promiscuidade que os heterossexuais. Uma imagem que
resultaria possivelmente de bares gays serem o local mais frequentemente associado aos
ditos e se interpretar que estes serão locais de procura de parceiros, e pela classificação
anterior da homossexualidade como uma desordem de natureza exclusivamente sexual.
Em parte dessa mesma interpretação da homossexualidade como desordem decorre a
noção de que não são discernentes na sua procura de parceiros - subtil mas
frequentemente observada na ocasião de pessoas heterossexuais que imediatamente
reagem como temendo desmedidamente a possibilidade da atracção de um homossexual
pelos próprios. Quanto a solidão, os homossexuais possuem as mesmas necessidades de
amar e serem amados e de criar vínculos afetivos com outras pessoas sustentando
relações monogâmicas duradouras assim como os heterossexuais.
Mais uma vez ligada à interpretação da homossexualidade como disfunção está a sua
associação à pedofilia, suportada pela tendência de os casos de pedofilia publicitados
(e.g, em Portugal, o caso "Casa Pia") observarem-se com maior frequência entre
homens adultos e crianças ou adolescentes do mesmo sexo. Cientificamente, assevera-se
que não há maior predisposição para o abuso sexual infantil conforme determinada
sexualidade, sendo a pedofilia resultante de condição psíquica e não ligada à orientação
sexual.
A ocorrência da atribuição de um papel masculino e feminino a cada um envolvido
numa relação homossexual é, essencialmente, falsa, sendo os traços associados a cada
um, tanto em termos gerais como na actividade sexual, partilhados. Há, no entanto, e
contribuindo para este conceito generalizado, a ocorrência de indivíduos homossexuais
que, na sua afirmação da sua sexualidade, ou pela sua própria personalidade, assumem
comportamentos e, por exemplo, aparência exterior (principalmente, roupas)
tipicamente atribuídos ao sexo oposto, mas esta ocorrência é relativamente reduzida e
altamente específica, embora seja, obviamente, altamente visível. Ao contrário do que
muitos pensam (incluindo próprios homossexuais) esse comportamento não está
directamente relacionado com a forma como estas pessoas fazem sexo (por exemplo um
homem homossexual com aparência "feminina" não é necessariamente o que faz de
"passivo" tal como uma mulher com aparência "masculina" não é necessariamente a
pessoa que "controla" a situação).
Finalmente, a homossexualidade não é uma escolha mas uma atração sexual e
emocional por indivíduos do mesmo sexo que surge de forma espontânea e inesperada,
assim como a heterossexualidade.
[editar] Homossexualidade animal
Ver artigo principal: Homossexualidade no reino animal
Roy e Silo são dois pinguins-de-barbicha machos do Zoológico do Central Parque em
Nova Iorque, semelhantes aos da fotografia, famosos por sua relação homossexual.
O comportamento homossexual em animais refere-se à evidência documentada de
homossexuais, bissexuais e transgêneros no comportamento dos animais não-humanos.
Tais comportamentos incluem sexo, namoro, afetividade, união monógama e
parentalidade. O comportamento homossexual ou bissexual é difundido no reino
animal: a pesquisa de 1999 feita pelo pesquisador Bruce Bagemihl mostra que o
comportamento homossexual foi observado em cerca de 1500 espécies, variando de
primatas para vermes intestinais e é bem documentada em 500 deles.[3][4] O
comportamento sexual dos animais assume muitas formas diferentes, mesmo dentro da
mesma espécie. As motivações e implicações para estes comportamentos têm ainda de
ser totalmente compreendidas, uma vez que a maioria das espécies ainda não foram
totalmente estudadas.[76]
O comportamento homossexual, é observado em várias espécies animais. Em espécies
cujos casais são estáveis, a prática homossexual muitas vezes persiste durante toda a
vida. Noutras, esse comportamento pode ser abandonado frente à possibilidade efetiva
de reprodução da espécie, levando-os à prática heterossexual. Estão documentados
comportamentos homossexuais e bissexuais em centenas de espécies animais, quer em
cativeiro, quer na natureza. Neste momento, não existem estudos científicos conclusivos
sobre a causa ou a origem das diferentes práticas sexuais nos animais. Caso notável são
pinguins em cativeiro.
Machos da espécie Pato-real se relacionando.
Alguns pesquisadores interpretam o comportamento homossexual em animais (e em
seres humanos também) como mecanismo de seleção evolutiva para conter o aumento
excessivo de populações, além de manter em atividade indivíduos em idade reprodutiva
quando não há disponibilidade de parceiros sexuais imediatos. Nos animais, o
comportamento homossexual é encarado como o resultado de ambientes nos quais eles
são sujeitos a elevados graus de poluição ou estresse. Outros consideram o
comportamento homossexual entre animais apenas variante da sexualidade majoritária
sempre presente, mesmo quando não existem condicionantes externas.
Um estudo publicado pelo periódico "Trends in Ecology and Evolution" concluiu a
importância do comportamento homossexual para a evolução de muitas espécies
animais, como entre as fêmeas do albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis), do
Havaí, que se unem a outras fêmeas para criar os filhotes, especialmente na escassez de
machos, tendo mais sucesso que as fêmeas solteiras. O estudo conclui que a
homossexualidade ajudou as espécies de
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