Tomás responde: Era necessário que o Verbo de

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Tomás responde: Era necessário que o Verbo de Deus se encarnasse
para a restauração do gênero humano?
“A soberba do homem, que é o maior de todos os impedimentos para que se una a
Deus, pode ser refutada e curada pela humildade de Deus”
SumaTeologicaWordpress: Parece que não
era necessário que o Verbo de Deus se encarnasse para a restauração do gênero
humano:
1. Com efeito, o Verbo de Deus, sendo perfeitamente Deus, como foi visto na I Parte, não
recebeu pela encarnação nenhum acréscimo a seu poder. Portanto, se o Verbo de Deus
encarnado restaurou a natureza humana, poderia tê-la restaurado sem se encarnar.
2. Além disso, para restaurar a natureza humana, decaída pelo pecado, não era necessário
senão que o homem desse uma satisfação pelo pecado. Pois Deus não deve pedir ao homem
mais do que ele pode fazer; e como é mais inclinado à misericórdia do que à punição, assim
como responsabiliza o homem pelo ato do pecado, assim para apagar o pecado basta que
lhe impute o ato contrário. Portanto, a encarnação do Verbo de Deus não era necessária
para a restauração do gênero humano.
3. Ademais, o principal para a salvação do homem é que reverencie a Deus; por isso, diz o
profeta Malaquias: “Se sou o Senhor, onde está o respeito que me é devido? Se sou o Pai,
onde está a honra que me é devida?” Ora, os homens têm mais reverência de Deus quando
o consideram elevado sobre todas as coisas e distante do conhecimento humano; donde,
está dito no Salmo 112: “O Senhor domina sobre todas as nações e sua glória está acima
dos céus”; e acrescenta: “Quem é como o Senhor nosso Deus?”, o que faz parte da
reverência. Logo, não convinha à salvação dos homens que Deus se tornasse semelhante a
nós assumindo um corpo.
EM SENTIDO CONTRÁRIO, o que livra a raça humana da perdição é necessário para
a salvação humana. Ora, tal é o mistério da encarnação divina, diz o Evangelho de João
(3, 16): “Deus, com efeito, amou tanto o mundo que deu seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna.” Portanto, a encarnação
de Deus foi necessária para a salvação humana.
Para obter determinado fim, algo é necessário de duas maneiras: ou porque sem ele algo
não pode existir, por exemplo, o alimento é necessário para a conservação da vida
humana; ou porque com ele se chega ao fim de modo melhor e mais conveniente, por
exemplo, o cavalo é necessário para viajar. Do primeiro modo, a encarnação de Deus
não foi necessária para a restauração da natureza humana; por sua virtude onipotente
Deus poderia restaurar a natureza humana de muitas outras maneiras. Mas, do segundo
modo, era necessário que Deus se encarnasse para a restauração da natureza humana.
Por isso, diz Agostinho: “Mostremos que a Deus, a cujo poder tudo está submetido, não
faltou outro modo possível: mas que não havia outro modo mais conveniente para curar
nossa miséria”.
O mesmo pode ser considerado sob o aspecto de nosso progresso no bem.
1. Quanto à fé, que se torna mais certa se acreditarmos no próprio Deus que fala. Por isso, diz
Agostinho: “Para que o homem caminhasse para a verdade com mais confiança, a própria
Verdade, o Filho de Deus, tendo assumido a natureza humana, instituiu e fundou a fé”.
2. Quanto à esperança, que assim se eleva ao máximo. Por isso, diz Agostinho: “Nada foi
tão necessário para levantar nossa esperança do que nos ser mostrado o quanto Deus nos
ama. E que indício mais manifesto disso do que se ter o Filho de Deus dignado associar-se
à nossa natureza?”
3. Quanto à caridade, que é assim mais despertada. Por isso, Agostinho diz: “Que maior
razão houve da vinda do Senhor do que mostrar seu amor por nós?” E acrescenta: “Se
éramos preguiçosos para amar, ao menos agora não o sejamos para retribuir o amor”.
4. Quanto ao agir retamente, no que se fez nosso exemplo. Por isso, diz Agostinho num
sermão sobre a Natividade do Senhor: “O homem, que podia ser visto, não devia ser
seguido; Deus, que não podia ser visto, devia ser seguido. Portanto, para que fosse
mostrado ao homem, para que fosse visto pelo homem e por ele seguido, Deus se fez
homem”.
5. Quanto à participação plena na divindade, que é a verdadeira bem-aventurança do
homem e o fim da vida humana. E isso nos foi trazido pela humanidade de Cristo: com
efeito, diz Agostinho em outro sermão sobre a Natividade do Senhor: “Deus se fez homem
para que o homem fosse feito Deus”.
Do mesmo modo, a encarnação foi útil para afastar o mal.
1. Por ela o homem é instruído a não preferir o demônio, autor do pecado, nem a venerá-lo.
Por isso, diz Agostinho: “Quando Deus pôde unir a si a natureza humana, de tal modo a se
constituir uma só pessoa, aqueles malignos e soberbos espíritos não ousam mais sobreporse ao homem, por não terem corpo”.
2. Pela encarnação somos instruídos sobre quanta seja a dignidade da natureza humana, para
que pecando não a manchemos. Por isso, diz Agostinho: “Mostrou Deus que lugar excelso
a natureza humana tem entre as criaturas, ao se mostrar aos homens como verdadeiro
homem. E o papa Leão diz: “Reconhece, ó cristão, tua dignidade; e feito consorte da
natureza divina, não queiras voltar à antiga baixeza por uma conduta vergonhosa”.
3. Para remover a presunção do homem “nos é recomendada a graça de Deus no homem
Cristo, sem que precedessem quaisquer méritos nossos”, como diz Agostinho.
4. Porque “a soberba do homem, que é o maior de todos os impedimentos para que se uma a
Deus, pode ser refutada e curada pela humildade de Deus”, como nesse mesmo lugar
declara Agostinho.
5. Para libertar o homem da servidão, o que, como Agostinho diz, “teve de ser feito de tal
sorte que o demônio fosse vencido pela justiça do homem Jesus Cristo”. Um simples
homem não poderia satisfazer por todo o gênero humano; portanto era necessário que Jesus
Cristo fosse Deus e homem. Por isso, diz o papa Leão: “A fraqueza é assumida pela força,
a humildade pela majestade; para que, conforme era necessário para nossa cura, um e o
mesmo mediador entre Deus e os homens pudesse morrer como homem e ressurgir como
Deus. Se não fosso verdadeiro Deus não poderia trazer-nos o remédio; se não fosse
verdadeiro homem não nos daria o exemplo”.
Há ainda outras muitas utilidades provindas da encarnação, que superam a compreensão
do conhecimento humano.
Quanto às objeções iniciais, portanto, deve-se dizer que:
1. Aquele argumento procede segundo o primeiro modo de necessidade, sem o qual não se
pode alcançar o fim.
2. Uma satisfação é suficiente de duas maneiras. De um modo, perfeitamente, na medida em
que é condigna por uma certa adequação à reparação da culpa cometida. Desse modo, a
satisfação de um simples homem não pôde ser suficiente, porque toda a natureza humana
estava corrompida pelo pecado; e nem o bem de alguma pessoa nem o de muitos poderia
compensar por equivalência o dano de toda a natureza. Também porque o pecado cometido
contra Deus tem algo de infinito em razão da infinitude da majestade divina; a ofensa é
tanto maior quanto maior é aquele contra o qual é dirigida. Era preciso, pois, para uma
satisfação condigna, que a ação do que satisfaz tivesse uma eficácia infinita, como a que
procede do homem-Deus. De outro modo a satisfação pode ser suficiente, imperfeitamente,
a saber segundo a aceitação de quem se contenta com ela, embora não seja condigna. Desse
modo, a satisfação de um simples homem é suficiente. E como todo imperfeito supõe algo
perfeito que seja seu fundamento, assim toda satisfação de um simples homem recebe
eficácia da satisfação de Cristo.
3. Encarnando-se, Deus não diminuiu a razão da reverência que lhe é devida. Ela cresce com
o aumento do conhecimento que dele podemos ter. E ao querer tornar-se nosso próximo
encarnando-se, tanto mais nos atraiu para conhecê-lo.
Suma Teológica III, q.1, a.2
Sensus fidei 24 de dezembro de 201524 de dezembro de 2015 Informes | Apontamentos |
Reflexões 1 Comentário
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← Verbum Caro Factum Est
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“Satanás, em primeiro lugar, procura nos desanimar.” Burke na vanguarda de uma
campanha de rosários pela Igreja →
Uma ideia sobre “Tomás responde: Era necessário que
o Verbo de Deus se encarnasse para a restauração do
gênero humano?”

Cleunice
30 de dezembro de 2015 em 15:48
Permalink
Nosso Senhor Jesus fez o grande sacrifício de vir ao mundo, por nos amar.
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