Doutrina de Cristo Antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. (2 Pedro 3:18) Introdução Jesus Cristo é a figura central da história humana. Enquanto se lembrar da história, não se poderá esquecer-se de Jesus. Omitir Jesus da história seria o mesmo que esconder as estrelas da astronomia ou as flores da botânica. Sua existência é declarada e confirmada ao longo de séculos de história. Não há discussões se Jesus existiu ou não, a grande discussão é “Ele é o Cristo”? Jesus, o Cristo é incomparável, e consequentemente o Cristianismo também. Pode existir budismo sem Buda, Mormonismo sem Joseph Smith, Testemunhas de Jeová sem Russell, PORÉM NÃO HÁ CRISTIANISMO SEM JESUS CRISTO. O Cristianismo está centralizado na pessoa de seu fundador, JESUS CRISTO, o Filho de Deus. Dentro desta parte introdutória sobre a vida de Jesus Cristo, devemos fazer algumas considerações históricas sobre a situação do mundo na época do advento do Messias. Isto porque a Cristologia está diretamente ligada as informações que temos desde o nascimento de Jesus até a Sua morte. O mundo estava se preparando para este acontecimento, e Deus em sua infinita sabedoria enviou o Cristo no momento denominado como “A plenitude dos tempos” (Gl.4:4). Plenitude = pleno, cheio, absoluto, perfeito. Contribuições na História Pagã para Vinda do Messias Deus, sempre que necessário, utilizou a história do povo pagão para concretizar o seu plano redentor quando os rumos da história pareciam revelar o fim de Suas promessas. Um exemplo claro disso é o do rei Ciro, que foi usado por Deus para baixar um decreto beneficiando o povo de Deus (Ed.1:2,3). Na plenitude dos tempos não foi diferente. Deus também utilizou a situação da época para a realização do seu propósito redentor. Seria mais ou menos o que pretendeu dizer o apóstolo Paulo, quando escrevendo aos Gálatas ele diz: “Mas vindo a plenitude dos tempos (o momento perfeito), Deus enviou seu Filho...” Desta maneira, podemos concluir que na história pagã, houve as seguintes contribuições: A Falência das Religiões As religiões e filosofias já não satisfaziam os anseios do povo. A idolatria, o culto a vários deuses e os ideais humanos, estavam frustrados com a ausência de uma religião que produzisse efeitos imediatos na vida das pessoas. Isto se constituiu numa porta aberta para a mensagem de Cristo sobre uma religião verdadeira e, que causava impactos positivos e imediatos na vida cotidiana; A Abertura de Estradas pelos Imperadores Romanos Os imperadores romanos sempre tiveram mania de construir, e um tipo de construção que beneficiava a mensagem do cristianismo era a abertura de estradas por todo o império. Isto facilitou as viagens e consequentemente à propagação do Evangelho; A Extensão e Unificação do Império O império romano foi um dos mais longos e unificados de todos os tempos, seus imperadores regiam com “vara de ferro” os seus súditos e exerciam um domínio único. Juntando-se este domínio único, que propiciava uma segurança global, mais a extensão do império, isto se constituiu numa porta aberta para as viagens missionárias que se seguiram com a ascensão de Cristo. Noutras épocas isto seria impossível, pois o Mediterrâneo era marcado pelos ataques piratas. Contribuições na História do Povo Judeu para a Vinda do Messias Na história do povo judeu também encontramos contribuições para o advento do Messias. As contribuições dos judeus foram as seguintes: A Lei Esta foi dada aos judeus após ter sido enviada por Deus através de Moisés, e conservada pelos escribas até a época de Cristo. Isto foi de suma importância, pois posteriormente a Lei veio a ser utilizada pelos cristãos como regra de conduta e prática; A Profecia As profecias do Antigo Testamento constituíram-se numa indispensável contribuição, isto porque foram elas que deram autenticidade a mensagem dos primitivos cristãos que tinham uma mensagem de caráter profético, uma vez que anunciavam um Cristo conforme as profecias. Um exemplo claro é encontrado na conversão do eunuco etíope (At.8:34-35); O Cativeiro Após retornarem do cativeiro, os judeus decidiram-se por conservar de uma vez por todas o MONOTEÍSMO (culto ao único Deus), contribuindo assim para a aceitação do Evangelho. A Natureza de Cristo Opiniões Contrárias à Bíblia Existiram nos tempos da Igreja Primitiva pessoas com opiniões distorcidas acerca da natureza de Cristo. Tais pessoas eram cristãos convertidos do paganismo que, devido à falta de estrutura doutrinária na Igreja e ausência de material didático acessível aos novos conversos, fizeram uma mistura de suas crenças e ideologias com o Evangelho, o que trouxe sérios prejuízos ao Cristianismo. A Igreja encontrou diversas dificuldades em seu início, como por exemplo: A falta do Novo Testamento que ainda não existia; a dificuldade de se possuir um exemplar do Antigo Testamento; os novos convertidos que vinham do mundo com suas crenças e religiões, etc... É de suma importância estudar essas opiniões a fim de combatê-las com a Bíblia e neutralizarmos estas heresias que até os dias de hoje, tem angariado adeptos. Dentro deste contexto da época, surgiram as seguintes seitas: Os Ebionitas Apareceram no ano 107 d.C., e negavam a Divindade de Cristo. Segundo eles, Jesus era somente homem. O ebionismo era formado por judeus dentro da Igreja cristã. É de se imaginar o surgimento desta seita uma vez que os judeus tinham dificuldades de crer na doutrina da Trindade. Eles até admitiam que Jesus fosse um profeta, mas não Deus. Os Docetas Apareceram no ano 70 d.C. e duraram até o ano 170 d.C. Estes tinham o seu nome derivado da palavra grega doketes que significa “parecer”. Estes gregos diziam justamente o contrário do grupo anterior, pois segundo a sua filosofia, a matéria era por natureza má e visto que Jesus não tinha pecado não poderia ter Ele um corpo material. Daí eles dizerem que Jesus era só Divino e o seu corpo era apenas uma aparência. O Arianismo O arianismo surgiu no ano 325 d.C. Ário, o seu fundador, negava a integridade e a perfeição da natureza de Cristo. Segundo ele, o Verbo, que se fez carne no Evangelho de João, não era Deus, e sim um deus, o ser mais alto feito pelo criador. O Marcionismo O marcionismo surgiu no ano 144 d.C. Marcion, o fundador desta seita, dizia que o deus do Antigo Testamento (Jeová), não tinha nenhum tipo de ligação com Jesus Cristo. Para ele, Jeová era um deus sanguinário que se agradava até mesmo da destruição do seu povo escolhido, e, ele ainda ia mais além, pois chegou a afirmar que Jeová era o próprio Satanás. Infelizmente este pensamento ficou infiltrado na mente de muitas pessoas no passado e até hoje tem trazido malefícios à igreja da atualidade. Visão Bíblica Metodologia Há duas maneiras Bíblicas de analisar-se a Cristologia. A 1ª é utilizandose o verbo fazer e a 2ª é utilizando-se o verbo ser. Quando se analisa a pessoa de Cristo pelo que Ele fez, tem-se a Cristologia Funcional, e quando se analisa pelo que Ele é, tem-se a Cristologia Ontológica. “ONTOLOGIA” = trata o ser como ser Cristologia Ontológica É aquela que ressalta a existência eterna de Deus Filho, e tende a enfatizar Sua Divindade. Um bom exemplo desta visão da Cristologia é o Evangelho de João que procura apresentar um Evangelho universal, e por isso enfatiza a divindade de Cristo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo.1:1). Cristologia Funcional É aquela que ressalta a ação de Jesus na Terra, como homem, e tende a enfatizar Sua humanidade. Lucas foi um evangelista que tinha este tipo de visão, pois escrevendo o seu Evangelho aos gregos, procurou apresentar Jesus como o Homem perfeito que os gregos tanto buscavam. Lucas é o único que dá detalhes da infância de Jesus Um dos mistérios mais profundos da fé cristã é a união entre o Divino e o humano na pessoa de Jesus cristo, pois como homem Ele teve sede, fome e morreu, porém como Deus Ele ressuscitou os mortos, disse ser a água da vida e o pão que desceu do céu. A Divindade de Cristo A melhor maneira de entendermos o lado Divino de Jesus Cristo é através das páginas da Bíblia, pois Ela, como disse o salmista, é lâmpada para os pés e luz para os caminhos (Sl.119:105). A Bíblia nos oferece as seguintes provas da Divindade de Cristo: Ele Tinha Consciência De Si Mesmo Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me convém cuidar das coisas de meu pai? (Lc.2:49) Não se sabe ao certo quando Jesus veio a ter consciência de que era o Messias, porém Lucas descreve que pelo menos desde os 12 anos Ele sabia que Deus era o Seu Pai e que tinha uma missão a cumprir. Ofícios Divinos Foram Atribuídos A Ele: Criador do universo Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. (Jo.1:3) (Cl.1:16) Perdoador de pecados (Mc.2:5-11 e Lc.7:48) E disse a ela: Perdoados são os teus pecados. (Lc.7:48) (Mc.2:5-11) Doador da vida eterna Assim como lhe deste autoridade sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos aqueles que lhe tens dado. (Jo.17:2) Ressuscitador de mortos E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia. (Jo.6:39) *NOTA: Alguém poderia dizer que Elias e Eliseu também ressuscitaram os mortos, porém a grande diferença é que nenhum deles fez com o seu próprio poder, como Jesus. Juiz de vivos e mortos Conjuro-te diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino; (2Tm.4:1) Ele Possuía Autoridade Divina Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. (Mt.7:28,29) (Lc.4:32) Jesus nunca se desculpou de alguma palavra mal expressada, e também nunca utilizou expressões como: é a minha opinião, pode ser, bem podemos supor, etc. Suas palavras sempre expressaram autoridade própria e eram convincentes. Ele nunca tropeçou em palavras! Sem Pecado Embora o Novo Testamento diga muito claramente que Jesus era plenamente humano como nós, ele também afirma que Jesus era diferente em um aspecto importante: Ele nunca cometeu nenhum pecado durante sua vida humana. Alguns se opuseram, dizendo que se Jesus não pecou, então ele não era verdadeiramente humano, porque todos os seres humanos pecaram. Mas aqueles que fazem essa objeção não percebem que os seres humanos estão agora em uma situação anormal. Deus não nos criou pecadores, mas santos e justos, nós nos tornamos pecadores por uma decisão de um representante (Adão) e hoje por herdade das gerações. Afirmações sobre a impecabilidade de Jesus são mais explícitas no Evangelho de João do que nos outros. Jesus fez uma declaração surpreendente: "Eu sou a luz do mundo" (Jo.8:12). Se entendermos que a luz representa além de outras coisas, a verdade e pureza moral, Jesus está dizendo que ele é a fonte da santidade, verdade e da pureza moral de todo o mundo. Isso é uma afirmação surpreendente, que só poderia ser dita por alguém que viveu sem pecado. Além disso, no que diz respeito à obediência a Seu Pai no céu, ele disse: "Eu sempre faço o que lhe agrada" (Jo.8:29); o presente momento nos dá a sensação de uma atividade contínua, "Eu estou sempre fazendo o que ele gosta". No final de sua vida, Jesus pôde dizer: "... eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor" (Jo.15:10). É significativo que, quando Jesus estava sendo julgado perante Pilatos, apesar das acusações dos judeus, Pilatos diz: "Não acho nele culpa alguma" (Jo.18:38). No livro de Atos, Jesus foi chamado várias vezes de "Santo e Justo", e outras expressões similares (At. 2:27, 3:14, 4:30, 7:52, 13:35). Quando Paulo fala que Jesus passou a viver como um homem, ele toma muito cuidado para não dizer que Jesus veio em "carne de pecado", mas diz que "Deus enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado" (Rm.8:3), (2 Co.5:21). O escritor aos Hebreus diz que Jesus foi tentado, mas insiste que ele não pecou: "Mas quem foi ele, tentado em todos os pontos como nós somos, mas sem pecado" (At.4:15). Ele é um sumo sacerdote "santo, inocente, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus" (At.7:26). Pedro fala de Jesus como "um cordeiro sem mancha ou defeito" (1Pe. 1:19), utilizando imagens do Antigo Testamento, que é livre de qualquer falha moral. Pedro afirma diretamente: "O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano." (1Pe. 2:22). Quando Jesus morreu, foi "o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1Pe. 3:18). E João, em sua primeira epístola, chama Jesus de "Jesus Cristo, o Justo" (1Jo. 2:1) e diz, "...ele não tem pecado" (1Jo. 3:15). Então, é difícil negar que a impecabilidade de Cristo é claramente ensinada nas seções mais importantes do Novo Testamento. Ele era verdadeiramente homem, mas sem pecado. No que se refere à impecabilidade de Jesus, devemos observar detalhadamente a natureza das tentações no deserto (Mt.4:1-11; Mc 1:12-13, Lc.4:1-13). Em essência, essas tentações foram tentativas de persuadir Jesus a escapar do duro caminho da obediência e do sofrimento que foi preparado para ele como o Messias. Jesus foi “conduzido pelo Espírito ao deserto”. Foram quarenta dias sendo tentado pelo diabo (Lc.4:1-2). Essa tentação foi semelhante ao que enfrentou Adão e Eva no Jardim do Éden, porém, muito mais difícil. Adão e Eva tinham comunhão com Deus e uns aos outros e abundância de todos os tipos de comida, e só lhes disse para não comer de uma árvore. Em vez disso, Jesus não tinha companhia humana com ninguém e nada para comer, e depois de ter jejuado por quarenta dias, ele estava à beira da exaustão física. Em ambos os casos, o tipo de obediência que foi exigido não era a obediência a um princípio eterno moral enraizado no caráter de Deus, mas um teste simples de obediência ao mandato específico de Deus. Podemos compreender, então, a força da tentação: "Se és o Filho de Deus, faça esta pedra transformar em pão" (Lc.4:3). Claro, Jesus era o Filho de Deus, e certamente tinha o poder de transformar pedra em pão instantaneamente. Muito em breve ele transformou água em vinho e multiplicou os pães e peixes. A tentação foi intensificada pelo fato de que se ele não comesse logo, correria o risco de perder sua vida. No entanto, ele foi enviado para obedecer a Deus em nosso lugar, e fazer isso como um homem. Isso significa que ele tinha que obedecer a Deus baseado apenas em sua própria força humana. Se ele tivesse chamado os seus poderes divinos para tornar mais fácil a tentação ele não teria obedecido a Deus como um homem completamente. Mas Jesus, ao contrário de Adão e Eva, se recusou a comer quando parecia que tudo era bom e necessário para ele, preferindo obedecer ao mandamento de seu Pai celestial. A tentação de curvar-se e adorar a Satanás e receber autoridade sobre “todos os reinos do mundo” (Lc.4:5) foi à tentação que ofereceu um atalho para habilita-lo como rei sem traçar o caminho que Deus havia proposto, e o caminho proposto por Deus o levaria até a cruz. Da mesma forma, a tentação de saltar do pináculo do templo (Lc.4:9-11) foi a tentação de "forçar" a Deus para realizar um milagre e salvamento de uma maneira espetacular, e, assim, atrair notoriedade a Jesus, sem ter que seguir o caminho difícil que tinha pela frente, incluindo mais de três anos de ministério, ensinando com autoridade e sendo um exemplo de santidade absoluta em sua vida em meio a forte oposição. Mas Jesus novamente resistiu ao "caminho fácil" para cumprir as suas metas como o Messias. Nessas tentações do deserto e as tentações que ele enfrentou ao longo dos mais de trinta e três anos de sua vida, Cristo obedeceu a Deus em nosso lugar, e como nosso representante legítimo teve sucesso onde Adão falhou, no deserto onde o povo de Israel falhou, e no dia a dia, onde nós falhamos (Rm.5:18-19). Por mais difícil que seja para nós entendermos as Escrituras, elas aumentam a nossa capacidade de resistência quando olhamos para Jesus vencendo todas as tentações e ciladas do diabo no deserto. "Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados" (Hb.2:18). Nós não temos um sumo sacerdote incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas, mas alguém que foi tentado em todos os pontos como nós somos, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, onde recebemos misericórdia e achamos socorro em ocasião de necessidade (Hb.4:15-16). Isto tem uma aplicação prática para todos nós: Em todas as situações em que lutamos com a tentação, devemos refletir sobre a vida de Cristo e perguntar se existem situações semelhantes que ele enfrentou. Em geral, após alguma reflexão, vamos ser capazes de pensar, às vezes na vida de Cristo nas tentações que ele enfrentou, embora não idêntica em todos os detalhes, foram semelhantes às situações que enfrentamos diariamente. Jesus viveu toda a sua vida sem pecado? 1 - As Escrituras afirmam claramente que Jesus Cristo jamais pecou. Não deve haver nenhuma dúvida quanto a este fato em nossas mentes. 2 - As Escrituras também afirmam claramente que Jesus foi tentado, e as tentações eram verdadeiras (Lc.4 ; Mt.4). Se acreditarmos na veracidade das Escrituras, então devemos insistir que "foi ele tentado em todos os pontos como nós somos, mas sem pecado" (At.4:15). Se a nossa especulação sobre o assunto nos leva a dizer que ele não era realmente tentado, então chegamos a uma conclusão errônea, que contradiz as declarações claras das Escrituras. 3 - Afirmamos, também, com a Escritura que "Deus não pode ser tentado pelo mal" (Tg.1:13). Mas aqui a questão se torna mais difícil: Se Jesus era plenamente Deus e plenamente homem (o que as Escrituras ensinam claramente e várias vezes), não devemos também dizer que (em algum sentido) Jesus não poderia "ser tentado pelo mal"? Aqui estamos diante de um dilema semelhante a alguns outros dilemas doutrinários em que as Escrituras parecem estar ensinando coisas que são diretamente contraditórias, ou pelo menos muito difícil de combinar em nosso entendimento. Por exemplo, no que diz respeito à doutrina da Trindade, afirmamos que Deus existe em três pessoas, e cada um é plenamente Deus, e que há um só Deus. Embora estas afirmações não sejam contraditórias, são, no entanto difícil de entender, e embora façamos algum progresso na compreensão de como eles se encaixam entre si, pelo menos nesta vida temos que admitir que não conseguiremos chegar ao entendimento final da nossa parte. Aqui, a situação é um pouco semelhante. Nós não temos nenhuma contradição real. As Escrituras nos dizem que "Jesus foi tentado" e que "Jesus não foi tentado" (uma contradição se "Jesus" e "tentado" são utilizados exatamente da mesma forma em ambas as frases). A Bíblia nos diz que "Jesus foi tentado" e que "Jesus era plenamente homem" e que "Jesus era totalmente Deus" e "Deus não pode ser tentado." Esta combinação dos ensinamentos das Escrituras deixou em aberto a possibilidade de que tal como a entendemos como as naturezas humana e divina de Jesus trabalharam juntos, podemos compreender de maneira mais do que ele poderia ser tentado em um sentido e outro, no entanto, não poderia ser tentado. Mas há ainda uma pergunta a responder: "Como, então, poderia ser válida, as tentações de Jesus?" O exemplo da tentação de transformar pedras em pão ajuda-nos a este respeito. Jesus tinha a capacidade, em virtude de sua natureza divina, para realizar esse milagre. Mas se tivesse feito, ele não teria obedecido ao Pai somente na força de sua natureza humana, e tinha falhado no teste em que Adão também não venceu, e, portanto não poderia ser nosso salvador. A força moral de sua natureza divina estava lá como uma espécie de "apoio" que teria servido para não pecar (e, portanto, podemos dizer que era impossível para ele cometer pecado). Ele não se apoia na força de sua natureza divina para tornar mais fácil seu caminho, a sua recusa em transformar pedras em pão, no início de seu ministério é uma indicação clara disso. O que queremos dizer então sobre o fato de que "Deus não pode ser tentado pelo mal" (Tg.1:13)? Sua natureza divina não pode ser tentada pelo mal, mas a natureza humana sim, e certamente foi tentada. As Escrituras não explicam claramente como essas duas naturezas estavam unidas em uma pessoa na face da tentação. Ele Nunca Pecou: Se Jesus fosse um homem qualquer Ele teria pecado, porém há na Bíblia provas de que Ele nunca pecou. Vejamos o que a Bíblia diz: Ele desafiou os fariseus: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo.8:46) Acerca Dele Pilatos falou: “Não acho Nele culpa alguma...” (Lc.23:22) O ladrão da cruz disse a Seu respeito: “...mas este nenhum mal fez” (Lc.23:41) O centurião exclamou: “...na verdade este homem era justo” (Lc.23:47) O espírito imundo testemunhou: “...Bem sei que és o Santo de Deus” (Mc.1: 24) A esposa de Pilatos disse: “...Não entres na questão deste justo...” (Mt.27:19) “...Pequei, traindo o sangue inocente” (Mt.27:4) foi o que disse Judas Iscariotes. Pedro declarou ao povo: “Mas vós negastes o Santo e o Justo...” (At.3:14) João declarou: “...e Nele não existe pecado” (1Jo.3:5) O apóstolo Paulo afirmou: “...Aquele que não conheceu pecado...” (2Co.5:21) Ele Recebia Culto Como Comprovação De Sua Divindade: As Escrituras registram casos de homens que tomaram para si a devida adoração que somente caberia a Deus, e pagaram um preço muito alto. Foi o caso de Herodes (At.12:20-25) e Nabucodonosor (Dn.4:29-33). Portanto fica claro que se Jesus não fosse Divino, pagaria o mesmo preço por estar recebendo uma adoração que não lhe era devida. Vejamos as provas de que Cristo era adorado como Deus: Ele aceitou adoração e também a encorajou: Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. (Jo.13:13); (Mt.14:33; Lc.24:52; Jo.4:10 e Lc.5:8) À vontade revelada de Deus é que Jesus seja adorado: E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. (Hb.1:6) (Fl.2:10,11) Era prática da Igreja primitiva orar e adorar a Cristo: Á igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: (1Co.1:2) (At.7:59) “Jesus Cristo, em harmonia com a vontade revelada de Deus, aceitou, sem hesitação, a adoração que pertence exclusivamente à Divindade, adoração essa que homens piedosos e anjos bons sempre recusavam horrorizados.” Bancroft A Humanidade de Cristo Ao longo da história do Cristianismo sempre existiram pessoas que, como já vimos, lutaram em seus esforços inúteis para negar a humanidade de Jesus Cristo. Veremos neste capítulo as provas de que Jesus conseguiu unir em Si mesmo as duas naturezas, a humana e a divina. Isto se faz necessário devido à obrigatoriedade de Cristo precisar de um corpo físico para entrar na esfera humana e concretizar o plano redentor da humanidade, idealizado por Deus. O Auto Esvaziamento De Cristo “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.” (Fp.2:5-8) O auto esvaziamento de Cristo, que foi um ato voluntário, consistiu na desistência do exercício independente dos atributos Divinos. Ou seja, Ele deixou de executar as suas próprias vontades como membro da Santa Trindade, para sujeitar-se a uma condição de servo em uma atitude de amor pela humanidade. Jesus desceu cinco degraus em Seu auto esvaziamento, para nos alcançar e resgatar: 1. Degrau: Jesus foi esvaziando-se voluntariamente. É inadmissível dizer que a passagem de Isaías 6 refere-se a Jesus, pois Ele abandonou a Sua glória não por pressão de um Pai carrasco, mas, sim, por um ato de amor voluntário; 2. Degrau: Jesus já está no mundo pecaminoso vivendo em forma de servo; 3. Degrau: Ele enfrenta a afronta da cruz, onde permaneceu por um período de três horas de sofrimento; 4. Degrau: Ele sujeita-se à morte. Imagine, Deus ter que morrer! 5. Degrau: Jesus desce ao túmulo, lugar esse, onde estávamos enterrados, mortos em nossos delitos e pecados. Ali Jesus Cristo derrota a morte e torna a dar a vida àqueles que estavam mortos. Nós! Uma maneira prática de entendermos o auto esvaziamento de Cristo é ilustrando com comparações do nosso cotidiano. Embora uma ilustração dessa natureza fique aquém da realidade, nos ajuda bastante, vejamos: Imagine um rei que por sua vontade se fizera mendigo. Se um rei poderoso deixasse seu trono e o luxo da corte, e vestisse os trapos de um mendigo, vivesse como mendigo compartilhasse seus sofrimentos, etc..., e isto para poder-lhes melhorar as condições de vida, diríamos que o rei se fez mendigo, porém ele continuaria sendo verdadeiramente rei. Assim foi com o Filho de Deus, que embora tenha vestido-se de homem e deixado de lado o exercício independente de Seus atributos Divinos para nos salvar, continuou sendo Deus. A Descendência Humana De Cristo Cristo pertence à raça humana e dela participou, nascido de mulher, vivendo dentro da linhagem humana, sujeito as condições humanas e fazendo parte integral da história do mundo. Vemos na Bíblia que Ele foi: Nascido de mulher (Gl.4:4 e Mt.1:18); Descendente de Davi (Rm.1:3; Mt.1:1; At.13:22,23) Uma vez que Jesus teve um nascimento como o de qualquer outro ser humano e possuía uma descendência humana, podemos afirmar que isto se constitui numa prova de Sua humanidade. O Crescimento E Desenvolvimento De Cristo A humanidade de Cristo passou pelos mesmos processos naturais que o de qualquer outra pessoa. Noutras palavras, Jesus não foi uma criança que nasceu com alguma superioridade em relação às demais. Ele teve um desenvolvimento natural à Sua humanidade. Ele teve infância, passou à juventude e depois à idade adulta (Lc.2:40,46,52) A Aparência Pessoal De Cristo A mulher samaritana tratou Jesus como um judeu qualquer, pelo menos enquanto não O conhecia, isto porque Ele possuía uma aparência humana como a de qualquer pessoa (Jo.4:9). A Bíblia Diz Que Ele Possuía Os Elementos Básicos De Um Ser Humano: Corpo físico (Mt.26:12); Alma racional (Mt.26:38); Espírito humano (Lc.23:46). A Bíblia diz que Ele possuía limitações humanas: Limitações físicas Como um ser humano normal, Jesus tinha: Cansaço: “Estava ali a fonte de Jacó, e Jesus, cansado da viagem, assentou-se junto à fonte. Era quase a hora sexta”. (Jo.4:6) Sono: “De repente levantou-se no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Ele (Jesus), porém, estava dormindo”. (Mt.8:24) Fome: “De manhã, ao voltar para a cidade, (Jesus) teve fome”. (Mt.21:18) Sede: “Mais tarde, sabendo Jesus que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede!”. (Jo.19:28) Limitações intelectuais Em Seu estado de humilhação, Jesus deixou de lado o exercício independente de Sua onisciência, bem como os demais atributos Divinos. Daí ele possuir as seguintes limitações intelectuais: Ele crescia em conhecimento: “E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça para com Deus e os homens” (Lc.2:52); Seu conhecimento era limitado: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão nos céus, nem o Filho, senão o Pai”. (Mc.13:32) Embora sendo Deus Jesus soubesse o dia da Sua vinda, Ele deixou claro e evidente que em Seu estado de humilhação, o Seu conhecimento era sujeito a limitações. Limitações morais “Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb.2:18) “Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb.4:15) Como qualquer homem, Jesus Cristo possuía limitações morais, ou seja, Ele era passível de tentações, porém a Sua natureza Divina que estava fundida na humana, fez com que o Filho de Deus permanecesse sem pecado. Para redimir a humanidade, o Cordeiro precisava ser imaculado. Limitações espirituais Com a encarnação, Jesus passou a ter uma vida dependente: Da oração (Mc.1:35; Jo.6:15; Lc.22:41); Da unção do Espírito Santo (At.10:38). O período de dependência de Jesus durou desde o seu nascimento em Belém até Sua morte no Calvário. Ou seja, para ser vitorioso, Ele teve que levar uma vida de oração debaixo da unção do Espírito. “E NÓS, SERÁ QUE DEVEMOS SER DIFERENTES?”. Foram-Lhe Atribuídos Nomes Humanos: Jesus: “Ela dará a luz um filho e lhe porás o nome de Jesus...” (Mt.1:21) Filho do homem: “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. (Lc.19:10) *NOTA: Jesus chamou-se “Filho do homem” pelo menos oitenta vezes nos Evangelhos. Com isso Ele estava se identificando com a humanidade. Jesus, o Nazareno: “Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus de Nazaré, homem aprovado por Deus entre vós, com sinais e maravilhas...” (At.2:22) O Profeta: “E as multidões responderam: Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia” (Mt.21:11) O Carpinteiro: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?...” (Mc.6:3); **NOTA: A TRADIÇÃO afirma que José morreu quando Jesus ainda estava na juventude, e que Jesus assumiu as responsabilidades da carpintaria de Seu pai adotivo. Cristo Jesus, Homem: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm.2:5). Ele Mantinha Uma Relação Humana Com Deus “E à hora nona exclamou Jesus com alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc.15:34) “Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, pois ainda não voltei ao Pai. Mas vai ter com meus irmãos, e dize-lhes: Eu volto para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo.20:17) Note que nessas passagens, Jesus chama o Pai de “meu Deus”. Com isso Ele estava assumindo o Seu caráter humano. Por que foi necessária a plena humanidade de Jesus? Quando João escreveu sua primeira carta, um ensino herético estava circulando entre as igrejas que dizem que Jesus não era um homem. Essa heresia ficou conhecida como docetismo. Tão grave foi a sua negação da verdade sobre Cristo, que João poderia dizer que era uma doutrina do anticristo: "Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo." (1Jo 4:2-3). O apóstolo João entendeu que negar a verdadeira humanidade de Jesus estava negando uma coisa que era essencial no Cristianismo, por isso qualquer pessoa que nega que Jesus veio em carne não procede de Deus. Olhando ao longo do Novo Testamento, vemos várias razões por que Jesus teve de ser plenamente humano. Vamos citar algumas dessas razões. Para obediência. Como observado no capítulo sobre as alianças entre Deus e o homem, Jesus foi o nosso representante e obedecido por nós, onde Adão falhou e desobedeceu. Nós vemos o paralelo entre a tentação de Jesus (Lc.4:1-13) e o tempo de ensaio de Adão e Eva no Jardim do Éden (Gn.2:15 ao 3:07). Aparece também claramente nas reflexões de Paulo sobre os paralelos entre Adão e Cristo, e da desobediência de Adão e da obediência de Cristo: Assim, como uma transgressão bastou para a condenação de todos, através de um ato de justiça veio a justificação que dá vida para todos. Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos. (Rm.5:18-19) É por isso que Paulo pôde chamar Cristo de o "último Adão" (1Co. 15:45) e a Adão pôde chamar de o "primeiro homem". Jesus tinha que ser um homem para ser nosso representante e obediência em nosso lugar. Para ser o único mediador entre Deus e os homens: Porque nós estávamos separados de Deus pelo pecado, nós precisávamos de alguém para vir e ficar entre Deus e nós e nos levar de volta para ele. Precisávamos de um mediador que poderia nos representar diante de Deus e poderia representar Deus para nós. Há apenas uma pessoa que já tenha servido nesse papel: "Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e Cristo Jesus homem" (1Tm.2:5). A fim de cumprir esse papel de mediador, Jesus tinha de ser plenamente homem e plenamente Deus ao mesmo tempo. Para cumprir o propósito original de Deus para o homem e para governar criação: Deus colocou o homem na terra para dominar e governar como seu representante. Mas o homem não cumpriu a esta finalidade, mas caiu no pecado. O autor de Hebreus percebe que a intenção de Deus era colocar todas as coisas sob a sujeição do homem, mas admite: "Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não esteja sujeito. Mas agora ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas" (Hb.2:8). Então, quando Jesus veio como homem, foi capaz de obedecer a Deus e, portanto, adquiriu o direito de subjugar a criação como um homem, e assim cumprir o propósito original de Deus quando colocou o homem na terra. As Escrituras reconhecem isso quando ele diz agora, "Nós vemos Jesus" em um lugar de autoridade sobre o universo, “coroado de glória e honra” (At.2:9) (Mt.28:18), Deus "sujeitou todas as coisas Cristo" (Ef.1:22). E certamente que um dia iria reinar com Ele no trono (Ap.3:21) e vamos experimentar, em sujeição a Cristo nosso Senhor, o cumprimento do propósito de Deus para reinar sobre a terra (Lc.19:17, 19; 1Co.6:3). Jesus tinha que ser um homem a cumprir o propósito original de Deus, que regra o homem sobre a criação. Para ser nosso exemplo e modelo de vida: João diz: "Aquele que permanece nele deve andar como ele andou" (1Jo.2:6), e nos lembra que "quando Cristo vier, seremos semelhantes a ele", e isso Espero que se conformar com o caráter de Cristo, no futuro, dá-nos agora uma pureza moral crescente em nossas vidas (1Jo.3:2-3). Paulo nos diz que "somos transformados à sua semelhança" (2Co.3:18), e assim progredir em direção ao objetivo para o qual Deus nos salvou, que são "conformes à imagem de seu Filho" (Rm.8:29). Pedro nos diz que devemos considerar o exemplo de Cristo, especialmente no sofrimento: "Cristo sofreu por vós, deixando-o um exemplo a seguir seus passos" (1Pe.2:21). Ao longo da nossa vida cristã, temos que correr a corrida que a proposta antes de nós, colocar "os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé" (Hb.12:2). Se perdermos coração por causa da hostilidade e oposição dos pecadores, devemos considerar "aquele que suportou tal oposição dos pecadores" (Hb.12:3). Jesus é o nosso exemplo na morte. O objetivo de Paulo é "tornar-se semelhante a ele na sua morte" (Fp.3:10, At.7:60, 1Pe.3:17-18; 4:1). Nosso objetivo deve ser “ser como Cristo todos os dias de nossas vidas, até a morte, e morte com inabalável obediência a Deus, com firme confiança nele e amor e perdão para os outros”. Jesus teve que se tornar homem como nós, a fim de viver como nosso exemplo e modelo. Para ser o modelo de nossos corpos resgatados: Paulo nos diz que quando Jesus ressuscitou dos mortos o fez com um corpo novo "é gerado, é imperecível de glória., ...um corpo espiritual" (1Co.15:42-44). Este novo corpo de ressurreição que Jesus tinha quando ressuscitou dos mortos é o modelo que mostra como os nossos corpos serão quando ressuscitarem de entre os mortos, porque Cristo é "as primícias" (1Co.15:23). Esta é uma metáfora da agricultura, indicando que outras frutas da safra serão semelhantes. Agora temos um corpo físico como Adão, mas teremos um como o de Cristo: "E assim como trouxemos a imagem do homem terreno, deve trazer também a imagem do celestial" (1Co.15:49). Jesus teve que se erguer como um homem para ser o "primogênito dentre os mortos" (Cl.1:18), o modelo dos corpos mais tarde. Jesus será um Homem para sempre Jesus não abandonou a natureza terrena após sua morte e ressurreição, pois apareceu aos discípulos como homem após a ressurreição, até com as cicatrizes dos cravos nas mãos (Jo.20.25-27). Ele possuía carne e ossos (Lc.24.39) e comia (Lc.24.41-42). Posteriormente, quando conversava com os discípulos, foi levado ao céu, ainda em seu corpo humano ressurreto, e dois anjos prometeram que ele voltaria do mesmo modo: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (At.1.11). Além disso, Jesus sempre vai continuar a exercer seus ofícios de profeta, sacerdote e rei, todos realizados sob o fato de que ele é Deus e homem para sempre. Todos estes textos indicam que Jesus se fez homem temporariamente, mas sua natureza divina estava permanentemente ligada a sua natureza humana, e vive para sempre, não apenas como o eterno Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade, mas como Jesus O homem nascido de Maria e Cristo, o Messias e Salvador das pessoas. Jesus continua sendo plenamente Deus e homem em uma pessoa, para sempre. (Wayne Grudem, 1999). A Obra de Cristo O cristianismo é uma religião que está centralizada na morte de Cristo. Todos os apóstolos foram unânimes em enfatizar a mensagem da redenção na morte de Jesus. Ou seja, o homem foi remido de seus pecados porque Cristo morreu. “Anos atrás, foi realizado um parlamento de religiões em Chicago, EUA, em conexão com a Feira Mundial ali realizada. Por ocasião do parlamento, as grandes crenças étnicas do mundo se fizeram representar. Um a um, seus líderes se levantaram e falaram a favor do budismo, do confucionismo, do hinduísmo, e do maometismo. Então o Dr. Joseph Cook, de Boston, que havia sido escolhido para representar o cristianismo, levantou-se para falar, e disse: “Qual de vós pode oferecer em suas religiões uma forma de purificação eficaz à Lady Macbeth (um assassino muito conhecido da época)? Todos que estavam na tribuna permaneceram em silêncio, enquanto o Dr. Cook olhava para eles. De repente, o Dr. disse: É claro que todos vocês ficaram calados, pois nenhuma de suas religiões tem poder para perdoar pecados, é somente o sangue de Jesus Cristo que pelo Espírito Eterno se ofereceu a Sí mesmo sem mancha a Deus, que pode purificar a consciência das obras mortas a fim de servirmos ao Deus vivo”. (Bancroft) A Morte de Cristo Os termos do Novo Testamento descrevem diferentes aspectos da expiação A obra expiatória de Cristo é um evento complexo que tem múltiplos efeitos sobre nós. Pode ser visto, por conseguinte, a partir de vários aspectos diferentes. O Novo Testamento usa palavras diferentes para descrevê-los, vamos examinar quatro dos termos mais importantes. Esses quatro termos mostrar como a morte de Cristo satisfez os quatro requisitos que temos como pecadores; 1. Nós merecemos a morte como castigo pelo pecado. 2. Nós merecemos a sofrer a ira de Deus contra o pecado. 3. Estamos separados de Deus por causa dos nossos pecados. 4. Estamos escravos do pecado e do reino de Satanás. Estes quatro requisitos foram satisfeitos pela morte de Cristo como se segue: (1) Sacrifício Cristo morreu por nós um sacrifício para pagar a pena de morte que nós merecíamos pelos nossos pecados. "No fim dos tempos, tem havido uma vez e para sempre fim ao pecado pelo sacrifício de si mesmo" (At.9:26). (2) Propiciação Para fugir da ira merecida de Deus, Cristo morreu em expiação dos nossos pecados. "Nisto consiste o amor: não em que nós temos a Deus, mas que ele nos amou e enviou seu Filho para ser oferecido como um sacrifício para o perdão dos nossos pecados" (1Jo 4:10). (3) Reconciliação Para superar nossa separação de Deus, precisávamos de alguém que nos forneceu a reconciliação e, assim, nos trazem de volta à comunhão com Deus. Paulo diz que "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo a si mesmo, sem contar os pecados dos homens" (2Co.5:18-19). (4) Redenção Porque, como pecadores, estamos escravizados ao pecado e a Satanás, precisamos de alguém para nos dar a redenção e por isso "redimir" de que a escravidão. Quando falamos de redenção, a ideia de "resgate" vem à mente. Um resgate é o preço pago para redimir alguém da escravidão ou cativeiro. Jesus disse de si mesmo: "O Filho do homem [não] veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc.10:45). Se perguntar quem pagou o resgate, percebemos que a analogia humana de resgate não se encaixa muito bem com a expiação de Cristo em cada detalhe. Como mencionado acima, a penalidade do pecado foi pago por Cristo e recebida e aceite Deus Pai. Portanto, neste sentido, a ideia de um resgate não pode ser usada em todos os pormenores. É o suficiente para notar que o preço foi pago (a morte de Cristo) e o resultado foi que nós estamos "resgatados" da escravidão. Nós fomos redimidos da escravidão a Satanás, porque "o mundo inteiro está sob o domínio do maligno" (1Jo 5:19), quando Cristo veio e morreu por nós. Na verdade, Deus Pai "nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado" (Cl.1:13). Quanto à libertação da escravidão do pecado, Paulo diz: "Mesmo vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. O pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça" (Rm.6:11,14). Fomos libertados da escravidão do pecado e da culpa da escravidão em seu poder dominante em nossas vidas. Em contraste com o ponto de vista da substituição penal, tem havido outras formas de compreensão ao longo da história da igreja. A teoria de resgate a Satanás Esta é a visão de Orígenes (185-254 d.C.), teólogo de Alexandria e, mais tarde Cesareia, e depois dele por alguns outros no início da história da igreja. Nessa visão, Cristo pagou o resgate para Satanás, em cujo reinado estavam todas as pessoas. Esta teoria não tem confirmação direta nas Escrituras e teve pouco apoio na história da igreja. Engano pensar que Satanás, em vez de Deus, que exige que o pagamento seja feito para o pecado. Pensamos por vezes que Satanás tem um poder muito maior do que realmente tem, isto é, o poder de Deus para exigir tudo o que quiser, esquecendo-se que Satanás foi expulso do céu e não tem o direito de exigir nada de Deus. Em nenhum lugar na Bíblia diz que nós, como pecadores devemos alguma coisa a Satanás. Esta visão não leva em conta os textos que falam da morte de Cristo como propiciação oferecida a Deus o Pai. A teoria da influência moral A primeira proposta foi um teólogo francês chamado Pedro Abelardo (1079-1142). A influência moral da expiação afirma que Deus não exigiu qualquer pagamento como um castigo para o pecado, mas a morte de Cristo foi a maneira definitiva em que Deus mostrou o quanto ele amava os seres humanos, a se identificar tanto com o seu sofrimento, até o ponto de morrer. A morte de Cristo, portanto, torna-se um exemplo de grande ensinamento que mostra o amor de Deus por nós e provoca-nos a uma resposta de gratidão, para amá-lo. A teoria governamental A teoria governamental da expiação foi ensinada pelo teólogo e jurista holandês Hugo Grotius (1583-1645). Sua teoria sustenta que Deus não tem que exigir o pagamento pelo pecado, mas porque ele é o Deus Todo-Poderoso, poderia deixar de lado essa exigência e simplesmente perdoar o pecado sem pagar uma penalidade. Então, qual é o propósito da morte de Cristo? Deus estava demonstrando o fato de que estas leis tinham sido quebradas, que ele é o legislador moral e governador do universo, e que algum tipo de punição será necessário cada vez que você quebrar as suas leis. Portanto, Cristo não pagou exatamente pelos pecados de ninguém, mas simplesmente se esforçou para mostrar que quando as leis de Deus são violadas deve haver uma punição. A Centralidade da cruz Há um quadro que foi pintado por Holman Hunt, intitulado “A Sombra da Morte”, no qual Jesus aparece, quando ainda moço, ao lado de sua bancada de carpinteiro. Enquanto olha para os céus com olhar de dor, o sol lhe bate por detrás e faz-se lhe uma sombra na sua frente com a forma de uma cruz. Não podemos negar, embora caiba alguma explicação, que de fato a cruz sempre esteve no centro da vida de Jesus, pois, foi para isto que Ele veio a este mundo. É impossível deixar de notar que o centro do cristianismo é a cruz de Cristo. Qualquer pessoa que entrar em uma igreja evangélica notará a centralidade da cruz, pois os hinos cantados apresentam a mensagem da cruz, a ceia é celebrada em lembrança da morte de Jesus na cruz, a mensagem é pregada com base na cruz, algumas igrejas chegam a colocar ou pintar uma cruz nas paredes, enfim, tudo na igreja lembra a morte de Jesus na cruz. O Sinal e o Símbolo da Cruz Todas as religiões, movimentos, instituições, etc., possuem o seu símbolo que os identifica, por exemplo: O Cristianismo não se constitui uma exceção, seu símbolo é a cruz! Porém a cruz não foi inicialmente adotada como um símbolo pelos primitivos cristãos, pelo simples motivo de os romanos os perseguirem por causa de sua religião e, sendo assim, a cruz os tornaria vulneráveis aos seus algozes. Símbolos utilizados pelos primeiros cristãos na época da perseguição: Um pavão, que se dizia simbolizar a imortalidade; A arca de Noé, provavelmente simbolizando a salvação; Uma pomba, provavelmente por causa da simbologia do Espírito Santo; Um peixe, por causa das suas iniciais, que no grego ichthys, quer dizer “Iesus Christos Theou Huios Soter” (Jesus Cristo Filho de Deus Salvador). Estes símbolos eram principalmente encontrados nos sepulcros de cristãos adormecidos. Mas o tempo passou e cessou-se a perseguição. Surgiu então a necessidade de se utilizar um símbolo que fosse universal, e a cruz passou a ser este símbolo. Mas, porque a cruz? Motivos para a rejeição da cruz por parte dos não cristãos Os judeus, não faziam distinção entre o madeiro e a cruz, daí eles considerarem um absurdo a mensagem do evangelho que anunciava um salvador crucificado. Isto tornaria ainda mais difícil a aceitação do evangelho por parte dos judeus, se a cruz fosse utilizada como símbolo; Os romanos, embora copiassem o modelo da crucificação dos bárbaros, ao adotarem este método, apenas o fizeram a assassinos, rebeldes ladrões que não fossem cidadãos romanos, pois eles achavam-na horrível. Cícero em 63 a.C., disse: “A própria palavra cruz, deve ser removida para longe não apenas da pessoa do cidadão romano, mas também de seu pensamento, olhos e ouvidos”. Com toda certeza, os cristãos primitivos sabiam que o símbolo da cruz dificultaria a aceitação da mensagem por parte dos romanos; Os gregos, também a viam com o mesmo desdém. Foi encontrada por arqueólogos, uma caricatura mal desenhada, de um homem com cabeça de burro crucificado numa cruz na parede de uma escola para pajens imperiais, com a seguinte frase: “ALEXAMENOS CEBETE THEON” que quer dizer: Alexamenos adora a Deus. Os gregos certamente tinham dificuldades para aceitar a cruz. Outros símbolos que os cristãos poderiam ter utilizado O banco de carpinteiro de Jesus, (que dignificaria o trabalho manual); O barco, (no qual Jesus ensinava as multidões); A toalha, que Ele usou para enxugar os pés dos discípulos, (que lembraria o Seu humilde espírito de serviço); A pedra do sepulcro, (que faria alusão à sua ressurreição); Um trono, (símbolo da soberania, o qual foi visto por João no Apocalipse). Muitos outros símbolos poderiam ter sido usados pelos cristãos, mas parece que a intenção, não era lembrar-se da ressurreição, soberania ou qualquer outra atribuição a Jesus, mas, sim, lembrar-se da sua morte. Por isso escolheram a cruz.- Continua a interrogação: E porque a cruz? Certamente porque foram direcionados por Cristo a escolherem justamente aquilo que sempre esteve no centro de Sua vida e consequentemente deve estar também, no centro da vida do cristão. * NOTA: (A cruz com a imagem não foi usada até o século VI). A mensagem da cruz sempre foi loucura para o mundo antigo e ainda o é para o mundo pós-moderno. Não é, portanto, de se admirar o que diziam os povos ser a mensagem de Paulo uma loucura, pois esta consistia num salvador crucificado. A Perspectiva de Jesus Jesus, conforme foi dito anteriormente, tinha a cruz como centro de sua perspectiva. Eis a seguir algumas evidências: Desde os 12 anos de idade Ele já demostrava convicção de que estava na Terra para cumprir (fazer) à vontade de Seu Pai; Todos os evangelistas sugerem, ainda que indiretamente, que o batismo e a tentação de Jesus foram ocasiões em que Ele se comprometeu em seguir o caminho de Deus em vez do caminho do diabo, o caminho do sofrimento e morte em vez do caminho da popularidade e da fama; Existe uma sequência de três citações que Ele fala de sua morte, que formam uma perfeita harmonia sobre este assunto: A primeira foi quando Ele interrogou os seus discípulos acerca de quem diziam que Ele era: Começou então a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse rejeitado pelos anciãos e principais sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que depois de três dias ressurgisse. E isso dizia abertamente. Ao que Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. (Mc.8:31-32) A segunda foi quando eles passavam pela Galileia: porque ensinava a seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, que o matarão; e morto ele, depois de três dias ressurgirá. (Mc.9:31) A terceira foi quando se dirigiam para a Cidade Santa: Ora, estavam a caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles, e eles se maravilhavam e o seguiam atemorizados. De novo tomou consigo os doze e começou a contar-lhes as coisas que lhe haviam de sobrevir, dizendo: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; e eles o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios; e hão de escarnecê-lo e cuspir nele, e açoitá-lo, e matá-lo; e depois de três dias ressurgirá. (Mc.10:32-34) Apesar dessas três anteriores, Ele fala muitas outras vezes sobre este mesmo assunto: Mt.17:9-13 / Mc.9:9-13 / Lc.9:44 / Mt.10:35-45 / Mt.20:20-28 / Mc.12:1-12 / Mt.21:33:46 / Lc.20:9-19 e outros. Nas bodas de Caná Ele disse à sua mãe e aos seus irmãos que Sua hora ainda não havia chegado (Jo.7:25-30), o que mostra que Ele tinha em mente o momento de sua crucificação. Além de Jesus ter continuamente a crucificação em Seu pensamento, A Bíblia mostra a inevitabilidade da morte de Jesus, através de dois motivos interligados: 1. A hostilidade dos líderes judaicos: “Então disse àquele homem: Estende a tua mão. Ele estendeu, e ficou sã como a outra. Os fariseus tendo saído, formaram conselho contra Ele, para O matarem. Jesus, sabendo isso, retirou-se dali...” (Mt.12:13-15) 2. As Escrituras mencionavam que sua morte deveria acontecer: Pelo que lhe darei o seu quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu. (Is.53:12) E deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca. (Is.53:9) Na verdade o filho do homem vai, como Dele está escrito, mais ai daquele por intermédio de quem o Filho do homem é traído! Melhor lhe fora não haver nascido (Mc. 14:21) Então Jesus lhes disse: Ó néscios, e tardios de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Não era necessário que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na Sua glória? (Lc.24:25,26) Portanto, podemos entender que a cruz era o centro das preocupações de Cristo, pois, seria através dela que Ele seria glorificado. Somente após passar pela cruz é que Jesus triunfaria perante a morte, e consequentemente o plano redentor de Deus seria concretizado. A Ênfase Dos Apóstolos Alguns comentaristas costumam dizer que no livro dos Atos dos Apóstolos, a doutrina contida em seus sermões não era a da expiação e sim a da ressurreição. Contudo não se pode dizer que eles não a mencionaram. Embora não tenham dado tanta ênfase, não podemos negar que pelo menos a semente desta doutrina estava contida em seus sermões, como segue: Embora os apóstolos tenham atribuído à morte de Jesus á maldade dos homens, contudo, não deixaram de mencionar que também foi devida a um propósito divino (At.2:23; 3:18; 4:27-28; 17:2-3); Embora não esteja presente uma doutrina completa da expiação no livro de Atos, a pregação apostólica da cruz era doutrinária, pois os dois, Pedro e Paulo, fazem menção de “Deuteronômio 21:22-23”, ainda que indiretamente, quando usam a expressão “Pendurado num Madeiro”. É evidente que não pensaram que Jesus merecia ser o maldito de Deus, mas que a maldição que Ele levou no madeiro certamente foi a nossa; Embora eles tenham dado ênfase a ressurreição de Cristo, não se pode interpretar suas mensagens como o evangelho da ressurreição, haja vista que a ressurreição em si mesma não é nada, pois, para que ela aconteça é necessário que haja a morte. A mensagem deles basicamente era: “...vós O mataste, Deus O ressuscitou e nós somos testemunhas...”.(At.2:23-24; 3:15). Contudo os maiores escritores do Novo Testamento: Paulo, Pedro e João são unânimes em testemunhar a sua centralidade, como também faz a carta Aos Hebreus e o Apocalipse, vejamos o que disse cada um deles: Paulo definiu o seu evangelho como “a mensagem da cruz”, seu ministério como “a pregação de Cristo crucificado”, o batismo como “a iniciação da sua morte” e a Ceia do Senhor como uma proclamação da morte do Senhor. Vejamos as suas palavras em 1Co.2:1-2: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Pois nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado”; Pedro de igual modo escreve o mesmo, pois na sua primeira carta ele inicia dizendo: “...para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo...” ver também (2:24 e 3:18); O apóstolo João faz a seguinte citação em sua 1ª carta capítulo 4:10: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou, e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”; O escritor de Hebreus também deixa bem claro esta mensagem da propiciação nos capítulos 8 a 10; No livro do Apocalipse vemos várias evidências da ênfase que é dada a morte de Jesus, mas em especial, podemos falar das vinte e oito vezes que o título “Cordeiro” é atribuído a Jesus. Este título divide-se em quatro esferas: 1. Salvação: Ap.7:10 “... Ao nosso Deus que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence à salvação”. 2. Histórica: Ap.5:9 “...Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação”. 3. Adoração: Ap.5:12 “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória e louvor”. 4. Eternidade: Ap.5:13 “Àquele que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o poder para todo o sempre. Os maiores escritores do N. T. enfatizaram a mensagem do “Cordeiro que foi morto e reviveu”. Persistência Apesar Da Oposição Apesar do horror que a cruz era tida pelos antepassados e também o é hoje em dia, os cristãos insistiram em mantê-la como símbolo universal do cristianismo. Por que insistiram com a cruz? Certamente os cristãos entenderam que aquilo que é loucura para o mundo é a sabedoria de Deus e que a morte de Jesus foi o seu verdadeiro triunfo. “Onde a fé vê a glória, a descrença vê apenas a desgraça” O que dizem da cruz? Vejamos: O islamismo rejeita a cruz por achar ultrajante um profeta, como Jesus, ter tido um final tão trágico. Tentam arrumar inúmeras afirmativas falsas para desmentir a morte de Cristo na cruz. Assim como o islã, também o hinduísmo não crê no poder vicário da cruz de Jesus. A filosofia já declarou a sua opinião: “Jesus é o deus sobre a cruz”, foi o que disse o filósofo alemão Friederich Nietze. Mas os cristãos não podem ficar calados a esses ultrajes que os incrédulos têm levantado contra a mensagem da cruz, pois, o cristianismo não teria sentido algum se não houvesse a fé na morte vicária de Cristo sobre a cruz, haja vista, que na cruz fomos perdoados e os nossos pecados (a consequência deles) foram levados sobre Jesus, para que pudéssemos ter a nossa comunhão restaurada com o Criador. Como podemos proclamar o que é escandaloso e gloriarmo-nos no que é vergonhoso? A resposta está na palavra integridade. A integridade cristã consiste parcialmente numa resolução de desmascarar as caricaturas, mas principalmente na lealdade pessoal a Jesus, em cuja mente a cruz salvadora ocupava o centro. Para encerrarmos este ponto, vejamos o que disse o bispo anglicano, Stephen Neill: “Na teologia histórica cristã a morte de Cristo é o ponto central da história; para aí todas as estradas do passado convergem; e daí saem todas as estradas do futuro”. Porque Cristo Morreu? Quem Foi Responsável Por Sua Morte? Para qualquer leigo no assunto, ao analisar a história de Cristo, daria uma das seguintes respostas: Ele morreu por que enfureceu os líderes judaicos e estes O mataram; Ele morreu por que desafiou a autoridade de César e os romanos O mataram. Os escritores dos evangelhos fazem uma mescla de fatores morais e legais que levaram Jesus a receber a sentença de morte. Todos eles relatam que a vítima foi presa, acusada e examinada, e chamaram as testemunhas e então o juiz deu o veredicto. Porém todos eles fazem questão de mencionar que o réu era inocente e que os seus acusadores eram mentirosos. Além disso, fizerem questão de mostrar a cumplicidade dos juízes com o povo e os seus pecados ocultos. Os Soldados Romanos e Pilatos Os responsáveis diretos da morte de Jesus foram os soldados romanos. Todavia os evangelistas não registraram a maneira que era feita a crucificação. Alguns documentos contemporâneos nos dizem como era este procedimento, vejamos: Primeiro, o prisioneiro era despido e humilhado publicamente. A seguir era forçado a deitar-se de costas no chão sobre a cruz, suas mãos eram pregadas ao braço horizontal da cruz e seus pés ao poste vertical. Então a cruz era erguida e jogada num buraco escavado para ela no chão. Em geral, se providenciava um pino rudimentar, colocado abaixo dos pés, para ajudar a suportar o peso da vítima a fim de que sua pele não se desfizesse e ela caísse no chão. Ali a vítima ficava por vários dias exposta a intensa dor física, ao ridículo do povo, ao calor do dia e ao frio da noite. A tortura durava vários dias. Os escritores dos evangelhos não descrevem o processo de crucificação, mas unindo o que eles falam parece que Jesus sai carregando a sua própria cruz, segundo um costume romano, e não a tendo suportado pegaram um homem por nome de Simão, de Cirene, e o forçaram a levar a cruz de Jesus, e chegando ao lugar chamado Caveira o crucificaram. É só o que dizem. Os soldados romanos Parece que os evangelistas não atribuem nenhum tipo de culpa aos soldados romanos. Descreveram toda a zombaria que os soldados fizeram, porém apenas dizem que O crucificaram. Eles estavam obedecendo a ordens. Pilatos Sabe-se que Pilatos foi nomeado procurador (governador) da Judéia pelo imperador Tibério e serviu durante dez anos, de 26 a 36 d.C. Ele adquiriu a fama de hábil administrador, tendo um censo de justiça tipicamente romano. Calígula descreveu Pilatos como: “Um homem de disposição inflexível, e muito cruel como também obstinado”. O retrato de Pôncio Pilatos nos Evangelhos se encaixa nessa descrição. Pilatos teve culpa na morte de Jesus pelos seguintes motivos: Ele tentou livrar-se da responsabilidade “(Pilatos) Ao saber que (Jesus) era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes...” (Lc.23:7) Ele tentou meias medidas: “Portanto, eu O castigarei e O soltarei” (Lc.23:16) Ele tentou fazer a coisa certa (soltar Jesus) pelo motivo errado (pela escolha da multidão) “Portanto, estando eles reunidos, perguntou-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado o Cristo?” (Mt.27:17) Ele tentou justificar a sua inocência: “...tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste homem” (Mt.27:24) “É fácil condenar a Pilatos e passar por alto nosso próprio comportamento igualmente tortuoso. Ansiosos por evitar a dor de uma entrega completa a Cristo, nós também procuramos subterfúgios. Deixamos a decisão para alguém mais, ou optamos por um compromisso morno, ou procuramos honrar Jesus pelo motivo errado (como mestre em vez de Senhor), ou até mesmo fazemos uma afirmação pública de lealdade a Ele, mas ao mesmo tempo O negamos em nossos corações” John Stott Lucas dá três expressões que deixam claro o que Pilatos realmente fez: 1. “...e o seu clamor (da multidão) prevaleceu” (Lc.23:23); 2. “Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam” (Lc.23:24); 3. “...e entregou Jesus à vontade deles” (Lc.23:25) “Ele desejava soltar a Jesus (Lc.23:20), mas também desejava conter a multidão (Mc.15:15). A multidão venceu. Por quê? Porque lhe disseram: “Se soltas a este, não és amigo de César” (Jo.19:12). A escolha era entre a honra e a ambição, entre o princípio e a conveniência. Ele já tivera em dificuldades com Tibério César em duas ou três ocasiões prévias. Ele não podia arcar com mais uma.” John Stott O Povo Judaico E Seus Sacerdotes Embora não possamos inocentar a Pilatos, precisamos reconhecer que ele estava em uma situação difícil, pois os líderes judaicos o levaram a esta situação. Pedro afirmou que foram eles que entregaram Jesus a Pilatos: a este, que foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós matastes, crucificando-o pelas mãos de iníquos; (At.2:23). Os líderes judaicos tinham os seguintes motivos para matar Jesus: Ele era irregular, pois embora se chamasse rabi não possuía credenciais; Ele andava com gente de má fama; Festejava ao invés de jejuar; Profanava o sábado por meio de curas; Chamava-os de guias cegos e os comparou a sepulcros caiados; Blasfemava dizendo-se igual a Deus. Eles tinham bons motivos políticos, teológicos e éticos para exigir a morte de Jesus. Porém a realidade é que eles O entregaram por inveja Pois sabia que por inveja o haviam entregado. (Mt.27:18) “Inveja é o lado oposto da moeda chamada vaidade!” John Stott Mateus relata duas tramas invejosas contra Jesus: A primeira no início com Herodes, pois este se sentiu ameaçado e mandou matar a Jesus, e a segunda no final, pelos líderes religiosos que também se sentiram ameaçados. “A mesma paixão maligna influencia nossas atitudes contemporâneas para com Jesus. O consideramos como intruso em nossa vida particular. Chegamos a dizer: porque Ele não cuida de seus próprios negócios, e nos deixa em paz? A esta pergunta Ele instantaneamente responde dizendo que nós somos o Seu negócio e que jamais nos deixará sozinhos. De modo que nós, também, O vemos com um rival ameaçador, que perturba nossa paz, mina nossa autoridade e diminui nosso auto respeito. Nós também queremos eliminá-lo” John Stott Judas Iscariotes, O Traidor É necessário a esta altura, fazermos uma breve análise da situação do traidor de Jesus Cristo. Aquele que, esclarecidamente, O entregou a morte. Há pessoas que encontram razões para justificar a Judas, pois dizem que se Jesus tinha que morrer, alguém deveria traí-lo. Porém não podemos incorrer neste erro, pois da mesma forma deveríamos então dizer que se a morte de Jesus já estava predita, então o Seu sacrifício não foi voluntário. Judas foi culpado. Ele só começou maquinar contra Jesus quando permitiu que o diabo entrasse em seu coração, e isto implica em dizer que ele tinha a possibilidade de não o fazer. O estopim de sua traição foi à ganância, o amor ao dinheiro. Mas Afinal, Porque Cristo Morreu? A resposta é clara. Não foi Pilatos que o entregou por medo; não foram os lideres religiosos que o entregaram por inveja; também não foi Judas que o entregou por ganância. FOI DEUS QUE O ENTREGOU POR AMOR! “Ele não foi morto, ele morreu, entregando-se voluntariamente para fazer a vontade do Pai”. John Stott A Ressureição de Cristo “A ressurreição de Jesus Cristo é um dos fatos mais bem comprovados da história humana. É sustentado e apoiado por provas corroborativas, como bem poucos fatos históricos” Bancroft Não resta a menor dúvida de que o Cristianismo não teria fundamento e credibilidade, se Cristo, o Seu fundador, não houvesse ressuscitado, pois, Ele mesmo anunciou este acontecimento ainda em vida. A Realidade Bíblica da Ressureição A ressurreição de Jesus Cristo é um fato real dentro das Escrituras, vejamos: Lembra-te de Jesus Cristo, ressurgido dentre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho. (2Tm.2:8) Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia. (Mt.28:6) Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram. (Mc.16:6) Ele não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos de como vos falou, estando ainda na Galileia. (Lc.24:6) As Provas da Ressureição O Sepulcro Vazio Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus. (Lc.24:3) Existem dois detalhes importantes a serem observados nos relatos Bíblicos, a fim de que não haja nenhum tipo de dúvida acerca da ressurreição: Jesus saiu do sepulcro antes de tirarem a pedra Está bem claro no texto Bíblico que o anjo apareceu e em consequência disto um grande terremoto aconteceu e, o mesmo anjo, tirou a pedra (lacre) da frente do sepulcro e assentou-se em cima: E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela. (Mt.28:2) Note que ninguém viu Jesus saindo de dentro do sepulcro, pois não havia necessidade de tirarem a pedra para que o Autor da Vida saísse. Outro detalhe é que o anjo fez questão de convidar as pessoas para que comprovasse que Jesus não estava lá dentro (Mt.28:6) , o que derruba por terra a teoria de que os discípulos haviam roubado o corpo do mestre. Houve testemunhas tanto do lado contra como do favorável Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia; para não suceder que, vindo os discípulos, o furtem e digam ao povo: Ressurgiu dos mortos; e assim o último embuste será pior do que o primeiro. Disse-lhes Pilatos: Tendes uma guarda; ide, tornai-o seguro, como entendeis. (Mt.27:64,65) Está claro que o sepulcro foi guardado desde o dia em que colocaram Jesus até o dia em que Ele ressurgiu. Ou seja, viram o corpo de Jesus entrar no sepulcro, porém não o viram sair. Isto comprova que Jesus só poderia ter saído do sepulcro ressurreto, pois quando o anjo desceu ali no local do sepulcro os guardiões e os servos de Jesus viram o local onde somente estavam os lençóis que envolveram o Mestre, porém o corpo não estava; deixando claro e evidente que Ele ressuscitou, não houve fraude! As Aparições Do Senhor Ressurreto Uma vez entendido o ato da ressurreição, vamos agora analisar as aparições de Cristo após a ressurreição: Jesus Apareceu À Maria Jesus apareceu à Maria como consolador, pois esta jazia em lágrimas pensando que haviam roubado o corpo do Salvador: Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, julgando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico: Raboni! - que quer dizer, Mestre. (Jo.20:15,16) Jesus Apareceu Às Mulheres Jesus apareceu às mulheres para concretizar a alegria que estas já estavam sentindo por imaginarem que a ausência de Seu corpo no sepulcro, já era um sinal da Sua ressurreição: Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado...E, partindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos... E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram. (Mt.28:5,8 e 9) Jesus Apareceu A Simão Pedro A Simão Pedro, Jesus apareceu como Restaurador de almas: os quais diziam: Realmente o Senhor ressurgiu, e apareceu a Simão ...Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse. (Lc.24:34 e Mc.16:7) “Porque „e a Pedro‟? Não era Pedro um dos discípulos? Certamente que sim, pois era o próprio „primus inter pares‟ (primeiro entre iguais) do grupo apostólico. Então, porque „e a Pedro‟? Nenhuma explicação nos é dada no texto, mas a reflexão mostra que foi uma afirmação de amor para com aquele desanimado e desesperado discípulo, que por três vezes havia negado Seu Senhor.” Jesus Apareceu Aos Dois Discípulos No Caminho De Emaús A estes, Jesus aparece no meio do caminho como simpatizante Instrutor: Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamada Emaús, que distava de Jerusalém sessenta estádios; e iam comentando entre si tudo aquilo que havia sucedido. Enquanto assim comentavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles; mas os olhos deles estavam como que fechados, de sorte que não o reconheceram. Então ele lhes perguntou: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós? Eles então pararam tristes. E um deles, chamado Cleopas, respondeu-lhe: És tu o único peregrino em Jerusalém que não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias? Ao que ele lhes perguntou: Quais? Disseram-lhe: As que dizem respeito a Jesus, o nazareno, que foi profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo. e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de remir Israel; e, além de tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. Verdade é, também, que algumas mulheres do nosso meio nos encheram de espanto; pois foram de madrugada ao sepulcro e, não achando o corpo dele voltaram, declarando que tinham tido uma visão de anjos que diziam estar ele vivo. Além disso, alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; a ele, porém, não o viram. Então ele lhes disse: ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram! Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. Quando se aproximaram da aldeia para onde iam, ele fez como quem ia para mais longe. Eles, porém, o constrangeram, dizendo: Fica conosco; porque é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles. Estando com eles à mesa, tomou o pão e o abençoou; e, partindo-o, lho dava. Abriram-se-lhes então os olhos, e o reconheceram; nisto ele desapareceu de diante deles. E disseram um para o outro: Porventura não se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras? (Lc.24:13-32) Há um detalhe a ser observado na história dos dois discípulos. A Bíblia não fala que estes discípulos pertencessem ao grupo dos mais importantes, tão pouco ao grupo dos doze. Apenas vemos a citação do nome de um deles, Cléopas. Porém percebemos que eles estavam precisando de orientação e que já não tinham mais esperança de que Jesus fosse o Messias. Com um ato sublime de amor por Seus servos, Jesus aparece a esses dois desconsolados e os consola mostrando-lhes que eram importantes para o Seu Senhor. Aprendamos a lição: NÃO HÁ MAIORES OU MENORES PARA DEUS, PARA ELE TODOS SÃO IMPORTANTES. INCLUSIVE VOCÊ! Jesus Apareceu Aos Discípulos No Cenáculo Chegada, pois, à tarde, naquele dia, o primeiro da semana, e estando os discípulos reunidos com as portas cerradas por medo dos judeus, chegou Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco. (Jo.20:19) Jesus Apareceu A Tomé Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! Disselhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram. (Jo.20:26-29) Tomé era o discípulo incrédulo, porém mesmo assim Jesus fez questão de satisfazer a sua vontade, mostrando assim a Sua ternura e amor por Seus servos, independentemente de suas fraquezas e opiniões. Há um detalhe a ser observado a esta altura. Não restam dúvidas de que quando José de Arimatéia enterrou Jesus no sepulcro que estava preparado para a sua família, ele enterrou não somente o corpo do Senhor Jesus, mas também a fé de Seus discípulos. Estes discípulos ficaram apenas com a lembrança de um grande líder que os havia guiado em sua peregrinação pela terra. Porém a fé com que estes discípulos posteriormente ao terceiro dia anunciavam o evangelho constitui-se numa prova da ressurreição de Jesus, pois como poderiam ter adquirido tanta fé numa pessoa morta? O corpo morto de Jesus que supostamente eles teriam roubado não lhes daria esta ousadia. Jesus de fato ressuscitou e esteve com eles, e isto lhes animou e lhes fortaleceu a fé para pregarem e realizarem tantos milagres, no nome daquele que havia ressurgido dentre os mortos. A Importância da Ressurreição “A ressurreição de Jesus Cristo e o Cristianismo ou permanecem em pé juntos ou caem por terra juntos” Josh McDowell Com exceção de quatro, todas as religiões do mundo baseiam-se em afirmações filosóficas. Das quatro restantes, que estão mais baseadas na vida de seus fundadores, apenas uma (o Cristianismo) postula um túmulo vazio e defende um líder ressurreto. Vejamos o que diz essas religiões acerca de seus líderes: 1. O Budismo O relato mais antigo sobre Buda (o Mahaparinibbana Sutta) se refere a sua morte como “aquela morte completa, da qual nada resta”. Em nenhum dos livros da tradição do povo sakya, não há nenhum relato de que Buda tenha vivido após a morte ou aparecido aos seus discípulos após ela. 2. O Judaísmo Abraão, o pai do judaísmo, viveu por volta de 1900 a.C e nunca se ouviu falar de que houvesse ressuscitado. 3. O Islã Maomé, fundador do islamismo, morreu em 8 de junho de 632 d.C., aos sessenta e um anos de idade, na cidade de Medina, onde seu túmulo é anualmente visitado por milhares de muçulmanos devotos. “Todos os milhões e milhões de budistas, judeus e muçulmanos concordam que os fundadores de suas respectivas religiões nunca ressurgiram do pó da terra”. (Josh McDowell) As Afirmações de que Jesus Ressuscitaria A Importância Das Afirmações Nunca nenhum líder religioso ousou fazer uma afirmação desta natureza. O fato de Jesus avisar que iria à Jerusalém para morrer, não é algo tão notável, embora se constitua num anúncio profético. O mais impressionante é Ele ter afirmado que iria ressuscitar ao terceiro dia, pois qualquer pessoa em sã consciência não faria tal afirmação, isto porque saberia que seus seguidores certamente o teriam como louco e o abandonariam ainda em vida. Porém uma pessoa somente falaria tal coisa se tivesse plena certeza do que iria acontecer, e foi isto que Jesus fez. John R. W. Stott disse: “O próprio Jesus jamais predisse a Sua morte sem acrescentar que ressuscitaria”. Portanto, ou consideramos Jesus como um louco que não sabia o que estava falando, ou acreditamos que de fato Ele disse a verdade e estava cônscio de que ao terceiro dia ressurgiria. Sem dúvida, considerar verdadeira as palavras de Jesus seria uma atitude de uma pessoa sábia, pois o povo da época já dizia: “nunca ninguém falou como este homem”. (Jo.7:46) As Afirmações Feitas Por Jesus Além de predizer Sua ressurreição, Jesus também enfatizou que esta seria um sinal confirmativo de que Ele era o Messias: Então alguns dos escribas e dos fariseus, tomando a palavra, disseram: Mestre, queremos ver da tua parte algum sinal. Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas; pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. (Mt.12:38-40) Vejamos algumas referências nas quais Jesus predisse Sua ressurreição: Então alguns dos escribas e dos fariseus, tomando a palavra, disseram: Mestre, queremos ver da tua parte algum sinal. Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas; pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. (Mt.16:21) Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja levantado dentre os mortos. Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens; e matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressurgirá. E eles se entristeceram grandemente. (Mt.17:9,22,23) Começou então a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse rejeitado pelos anciãos e principais sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que depois de três dias ressurgisse. (Mc.8:31) Ora, estavam a caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles, e eles se maravilhavam e o seguiam atemorizados. De novo tomou consigo os doze e começou a contar-lhes as coisas que lhe haviam de sobrevir, dizendo: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; e eles o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios; e hão de escarnecê-lo e cuspir nele, e açoitá-lo, e matá-lo; e depois de três dias ressurgirá. (Mc.10:32-34) e disse-lhes: É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, que seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e escribas, que seja morto, e que ao terceiro dia ressuscite. Em seguida dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará. Pois, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se, ou prejudicar-se a si mesmo? Porque, quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos. Mas em verdade vos digo: Alguns há, dos que estão aqui, que de modo nenhum provarão a morte até que vejam o reino de Deus. (Lc.9:22-27) - (Jo.2:18-22) A Análise Histórica da Ressurreição A Ressurreição Aconteceu Na Dimensão Tempo-Espaço A ressurreição não é apenas uma questão doutrinário-teológica, mas, sim, uma questão histórica. Deus realizou este milagre no tempo e no espaço geográfico. Há relatos da ressurreição que são comprovados até hoje, pois as evidências estão lá no espaço geográfico descrito pela Bíblia. Vejamos algumas considerações históricas acerca deste assunto: Jesus foi julgado por um personagem histórico, Pôncio Pilatos: Então Pilatos querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás; e tendo mandado açoitar a Jesus, o entregou para ser crucificado. (Mc.15:15) Jesus foi escarnecido pelos soldados romanos: Depois de o terem assim escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e lhe puseram as vestes. Então o levaram para fora, a fim de o crucificarem. (Mc.15:20) Jesus teve a ajuda de um personagem histórico para carregar a Sua cruz: E obrigaram certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a carregar-lhe a cruz. (Mc.15:21) Jesus foi crucificado no lugar geográfico chamado Gólgota: Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira. (Mc.15:22) A crucificação de Cristo teve data e horário Podemos entender pelos textos Bíblicos, que a crucificação ocorreu na Páscoa do ano 33 d.C: Tendes, porém, por costume que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? (Jo.18:39) E era a hora terceira quando o crucificaram. E, chegada à hora sexta, houve trevas sobre a terra, até a hora nona. E, à hora nona, bradou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá, sabactani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Ao cair da tarde, como era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, (Mc.15:25,33, 34 e 42) Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol. E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? Mas, levantando os olhos, notaram que a pedra, que era muito grande, já estava revolvida; e entrando no sepulcro, viram um moço sentado à direita, vestido de alvo manto; e ficaram atemorizadas. Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram. (Mc.16:1-6) Um centurião testemunhou a Seu respeito: ora, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus. (Mt.27:54) Um personagem histórico (membro do Sinédrio) O sepultou: José de Arimatéia, ilustre membro do sinédrio, que também esperava o reino de Deus, cobrando ânimo foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido. E, depois que o soube do centurião, cedeu o cadáver a José; o qual tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveuo no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro. (Mc.15:43-46) O sepulcro escavado na rocha era conhecido, não foi num lugar qualquer: E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho, e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se. (Mt.27:59,60) Foram postos soldados para guardar o sepulcro e disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, quando ainda vivo, afirmou: Depois de três dias ressurgirei. Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia; para não suceder que, vindo os discípulos, o furtem e digam ao povo: Ressurgiu dos mortos; e assim o último embuste será pior do que o primeiro. Disse-lhes Pilatos: Tendes uma guarda; ide, tornai-o seguro, como entendeis. Foram, pois, e tornaram seguro o sepulcro, selando a pedra, e deixando ali a guarda. (Mt.27:63-66) Estes soldados viram o acontecimento da ressurreição no 1º dia: No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve. E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos. (Mt.28:1-4) Ainda estes mesmos soldados foram subornados para mentirem: E congregados eles com os anciãos e tendo consultado entre si, deram muito dinheiro aos soldados, e ordenaram-lhes que dissessem: Vieram de noite os seus discípulos e, estando nós dormindo, furtaram-no. (Mt.28:12,13) Já tentaram dizer que a ressurreição de Cristo é um mito, porém fiquemos com as palavras de um erudito cristão: “Assim como a Igreja é santa demais para estar alicerçada sobre a corrupção, da mesma forma ela é real demais para estar alicerçada sobre um mito”. Kevan O Testemunho Da História Sobre a Ressurreição “Quando ocorre um acontecimento na história e existem pessoas vivas suficientes que foram testemunhas oculares ou particulares do acontecimento, e quando se publica essa informação, é possível verificar-se a validade de um determinado acontecimento mediante as provas circunstanciais”.Josh McDowell Vejamos a seguir o relato de algumas pessoas na história acerca da veracidade da ressurreição: William Lyon Phelps, professor da Universidade de Yale (EUA), disse: “...as provas históricas em favor da ressurreição são mais fortes do que as que favorecem qualquer outro milagre que esteja descrito em qualquer lugar...” Ambrose Fleming, professor emérito de Engª Elétrica na Universidade de Londres, um dos mais notáveis cientistas ingleses, declara: “Devemos considerar as provas levantadas pelos especialistas quanto à idade e a autenticidade desses escritos (o N.T.), da mesma maneira como analisamos os fatos da Astronomia com base nos dados fornecidos pelos astrônomos, os quais não se contradizem uns aos outros. Não existe nada nos Evangelhos que leve um homem da ciência a ter problemas com os milagres ali narrados” Frank Morison, um advogado, conta: “Me propus a escrever um livro racionalista sobre a ressurreição para conta-la como mais um conto de fadas que teve um final feliz. Após analisar os fatos, tive que mudar de idéia e escrevi justamente o oposto. O primeiro capítulo do livro é: O livro Que Recusei Escrever” O renomado professor e pesquisador Edwin Gordon Selwyn, diz: O fato de que Cristo ressurgiu dos mortos no terceiro dia. continuando a existir como corpo e alma - o grau de certeza desse fato é o mais alto possível que as provas históricas possam proporcionar” Para encerrarmos, vejamos um trecho da carta escrita por Sir Charles Clarke ao Reverendo E. L. Macassey: “Como advogado tenho feito um estudo demorado das provas que favorecem os acontecimentos do primeiro domingo de Páscoa. Para mim as provas são conclusivas, e repetidas vezes tenho ganhado causas na Suprema Corte com base em provas que não eram assim tão fortes. As conclusões baseiam-se nas provas, e um testemunho confiável sempre é simples e natural e nunca é influenciado pelos efeitos gerados pelo acontecimento em tela. As provas dos Evangelhos em favor da ressurreição são desse tipo, e, como advogado, aceito sem reservas essas provas como sendo o testemunho de homens honestos acerca de fatos que eles eram capazes de provar” O Cenário da Ressurreição Jesus Estava Morto Não resta a menor dúvida de que Jesus foi posto no sepulcro morto. É importante que isto seja esclarecido, para que não haja dúvidas quanto à ressurreição de Nosso Senhor, pois para acreditar-se que Jesus ressuscitou primeiro é necessário provar que Ele morreu. A Bíblia nos fornece as seguintes provas acerca de Sua morte: Ele foi sentenciado à morte: Então Pilatos querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás; e tendo mandado açoitar a Jesus, o entregou para ser crucificado. (Mc.15:15) Açoitaram-no ao ponto Dele não suportar andar até o Gólgota: E obrigaram certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a carregar-lhe a cruz. Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira. (Mc.15:21-22) *NOTA: Observe que Jesus foi de tal maneira açoitado pelos soldados romanos com os seus chicotes de 9 pontas, que Ele não teve forças para caminhar até o lugar da crucificação. Por isso Marcos diz no versículo 22: “Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota”, ou seja, Jesus foi provavelmente arrastado até lá. Os soldados testificaram à Pilatos que Jesus havia morrido: José de Arimatéia, ilustre membro do sinédrio, que também esperava o reino de Deus, cobrando ânimo foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido. E, depois que o soube do centurião, cedeu o cadáver a José; (Mc.15:43-45) José de Arimatéia e Nicodemos O sepultaram morto: Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, embora oculto por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus; e Pilatos lho permitiu. Então foi e o tirou. E Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus de noite, foi também, levando cerca de cem libras duma mistura de mirra e aloés. Tomaram, pois, o corpo de Jesus, e o envolveram em panos de linho com as especiarias, como os judeus costumavam fazer na preparação para a sepultura. No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e nesse jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda havia sido posto. Ali, pois, por ser a véspera do sábado dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro, puseram a Jesus. (Jo.19:38-42) João viu e registrou os momentos finais de Sua morte: contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. (Jo.19:34) *NOTA: O médico Samuel Houghton, o grande filósofo da Universidade de Dublin afirma que quando o soldado traspassou Jesus com a lança, Ele já estava morto, e, que o fluxo de sangue e água que saíram foi um fenômeno natural de uma pessoa morta pela crucificação. Para encerrar, fiquemos com a seguinte história: “No início do século passado, Paulus de Heidelberg empreendeu uma tentativa tola de explicar racionalmente a ressurreição de Cristo, afirmando que na verdade Jesus não morreu, mas que simplesmente perdeu os sentidos ou desmaiou na cruz. No entanto, o bispo E. LeCamus, de La Rochelle, na França, contesta: „A medicina que ele invocou para apoiar sua tese foi a primeira a derrubar seu sistema. Ele soube que, se Jesus tivesse sido tirado da cruz ainda vivo, deveria ter morrido no túmulo, pois o contato do corpo com a pedra fria do sepulcro produziria o congelamento do sangue que, por sua vez, provocaria uma síncope, devido ao fato de que a circulação regular já se fazia com dificuldade. Além do mais, uma pessoa desmaiada na maioria dos casos não acorda ao ser colocada numa caverna, mas ao ser levada ao ar livre. O forte cheiro dos aromas num lugar hermeticamente selado teria matado uma pessoa cujo cérebro já se encontrava num estado de profunda inconsciência. Na atualidade, racionalistas de todas as tendências rejeitam essa hipótese, que é tão absurda quanto inaceitável, e todos concordam que o Jesus crucificado de fato morreu na sexta feira” (Evidências Que Exige Um Veredito, pg.253). O Túmulo Já vimos que a Bíblia deixa claro que Jesus estava morto ao ser sepultado, vejamos agora que Ela relata o lugar onde Jesus foi sepultado detalhadamente: O sepulcro estava escavado numa rocha: e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se. (Mt.27:60) O sepulcro estava situado num jardim: No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e nesse jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda havia sido posto. (Jo.19:41) O sepulcro era virgem: e tirando-o da cruz, envolveu-o num pano de linho, e pô-lo num sepulcro escavado em rocha, onde ninguém ainda havia sido posto. (Lc.23:53) O sepulcro foi selado com uma grande pedra: o qual tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveu-o no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro. (Mc.15:46) O sepulcro pertencia a José de Arimatéia: E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho, e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se. (Mt.27:59,60) O sepulcro foi vigiado por uma escolta romana: Disse-lhes Pilatos: Tendes uma escolta; ide, tornai-o seguro, como entendeis. (Mt.27:65) O Sepultamento O sepultamento de Jesus é o mais bem descrito em toda a história antiga. Nunca nenhum rei, filósofo, profeta, presidente ou qualquer outra autoridade dos tempos antigos, teve seu sepultamento tão bem descrito. Acerca do sepultamento de Cristo a Bíblia dá os mínimos detalhes, como por exemplo: Os soldados não quebraram as Suas pernas: mas vindo a Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; (Jo.19:33) Pilatos se admirou de que Jesus morrera tão rápido: Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido. (Mc.15:44) José de Arimatéia emprestou o seu sepulcro: E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho, e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se. (Mt.27:59,60) O sepultamento se deu no mesmo dia da morte: Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que também era discípulo de Jesus. Esse foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe fosse entregue. E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho, e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se. (Mt.27:57-60) O embalsamento de Seu corpo se deu no pátio do túmulo: Tomaram, pois, o corpo de Jesus, e o envolveram em panos de linho com as especiarias, como os judeus costumavam fazer na preparação para a sepultura. (Jo.19:40) A Pedra A pedra posta na entrada do sepulcro era normalmente para proteger tanto de homens como de animais, esta pedra era normalmente de um tamanho e peso exagerado necessitando, assim, de vários homens para removê-la. Provavelmente a pedra do sepulcro de Jesus era ainda maior que o normal, devido à necessidade de se proteger o corpo de um roubo já previsto. A Bíblia descreve esta característica: Marcos fala que ela era muito grande (16:4) Mateus se refere a ela como uma grande pedra (27:60) As mulheres preocuparam-se com o seu tamanho (Mc.16:3) Portanto, está bem claro que a pedra era grande o suficiente para três mulheres juntas não conseguirem removê-la sem uma ajuda adicional. O Selo Foram, pois, e tornaram seguro o sepulcro, selando a pedra, e deixando ali a guarda. (Mt.27:66) O selo provavelmente foi do mesmo tipo utilizado para selar Daniel na cova (Dn.6:17), que era feito com uma corda envolvida na pedra do sepulcro e posto o selo entre as amarras para que ninguém o violasse. Isto simbolizava a autoridade romana, fizeram de tudo para evitar o roubo do corpo e a ressurreição, mas tudo o que conseguiram foi um túmulo vazio, pois Jesus não estava mais lá! A Guarda Junto Ao Túmulo “No dia seguinte, isto é, o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus perante Pilatos, e disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, quando ainda vivo, afirmou: Depois de três dias ressurgirei. Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia; para não suceder que, vindo os discípulos, o furtem e digam ao povo: Ressurgiu dos mortos; e assim o último embuste será pior do que o primeiro. Disse-lhes Pilatos: Tendes uma guarda; ide, tornai-o seguro, como entendeis. Foram, pois, e tornaram seguro o sepulcro, selando a pedra, e deixando ali a guarda” (Mt.27:62-66) Há motivos para acreditarmos que os soldados designados para guardar o túmulo, jamais seriam enganados ou subornados por meros galileus: Para eles a crença do povo de Deus de nada interessava; O selo posto no túmulo para eles valia mais do que qualquer dinheiro, pois era a honra do império; Eles jamais arriscariam o pescoço dormindo no posto de serviço, pois o castigo para quem abandonasse o posto era a morte; Uma escolta romana era composta no mínimo por quatro soldados e um destes sempre estava de sentinela. Portanto um soldado talvez poderia ser enganado, porém quatro já é mais difícil. Bibliografia BANCROFT, E.H. Teologia Elementar. Batista Regular, 1995 - São Paulo – SP. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Cultura Cristã, 2007, 3 ed. São Paulo – SP. GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática. Vida Nova, 1999. São Paulo – SP. ______. 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