UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ± UTP FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Louise Alessandra Coninck Valverde TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR E RELATO DE CASO CURITIBA 2011 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR E RELATO DE CASO CURITIBA 2011 Louise Alessandra Coninck Valverde TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR E RELATO DE CASO Relatório de Estágio e Relato de Caso com Revisão Bibliográfica Apresentados ao Curso de Medicina veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Medicina veterinária. Área de Concentração: Oftalmologia e Cirurgia Veterinária. Orientador Acadêmico: Médico Veterinário Milton Mikio Morishin Filho, Professor Técnica Assistente Cirúrgica e de Disciplina Clínica de Cirúrgica Veterinária do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. CURITIBA 2011 Reitor Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitora Acadêmica Prof ª. Carmen Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel Santos Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Profº. João Henrique Faryniuk Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Prof ª. Ana Laura Angeli Campus Prof. Sydnei Lima Santos (Barigüi) e Reitoria R. Sydnei Antônio Rangel Santos CEP 82.010-330 ± Santo Inácio Fone (41) 3331-7700 TERMO DE APROVAÇÃO Louise Alessandra Coninck Valverde TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR E RELATO DE CASO Esta Apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso foi julgada e aprovada para a obtenção do título de graduação no curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 21 de Junho de 2011 _____________________________________ Curso de Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná Orientador: Esp, Médico Veterinário Milton Mikio Morishin Filho Professor Assistente da Disciplina de Técnica Cirúrgica e Clínica Cirúrrgica Veterinária do curso de Medicina veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Msc, Médica Veterinária Marúcia de Andrade Cruz Professora Assistente das Disciplinas de Clínica Médica de Pequenos Animais, Fisiopatologia da Reprodução e Biotécnologia da Reprodução do curso de Medicina Veterinária da UniversidadeTuiuti do Paraná. Msc, Médica Veterinária Lucyenne Giselle Popp Brasil Queiroz Professora Assitente das Disciplinas de Patologia Geral e Patologia Sitêmica do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná DEDICATÓRIA: Dedico este trabalho a Deus em primeiro lugar e a meus pais e familiares que se orgulham muito de mim. Aos animais, aos amigos. Aos mestres por toda sua paciência e por acreditarem no meu potencial. Agradecimentos: Agradeço antes de tudo ao meu mestre Milton Mikio Morishin Filho, pela paciência, e pela confiança, e por todo o apoio que tem me dado. Ao Doutor Carlos Roberto de Assis médico veterinário, que me deu a oportunidade de conhecer a área pela qual me interessei. Aos meus pais e familiares por sempre me estimularem e apoiarem nos momentos difíceis. Aos Residentes da Cirurgia de Pequenos Animais da UNESP de Botucatu. As Mestrandas e Doutorandas da Oftalmologia da UNESP de Botucatu. Aos mestres da Universidade Tuiuti do Paraná pela paciência que obtiveram para comigo ao longo destes anos. Aos docentes da UNESP As amigas Natalie Merlini e Vivian Lima dos Santos pelo apoio inestimável. Aos amigos e amigas pela diversão. Aos colegas que me acompanharam nesse trajeto. As minhas queridas meninas Itália, Jóia e Putina, pelo carinho inigualável, em memória de Cissa e Tequila que muito me ensinaram a respeito dos animais. As Minhas amigas, Emiliane Largura, Karina Melo e Paola Perine, pela dedicação. SUMÁRIO: 1. Apresentação do TCC.................................................................09 2. Lista de Siglas..............................................................................10 2.1. Lista de Tabelas........................................................................12 2.2. Lista de Figuras.........................................................................13 3. Apresentação................................................................................14 3.1. Descrição do estágio e do local...............................................15 4. Relato de Caso- Fibrossarcoma Mandibular em um felino................................................................................28 4.1. Resumo.....................................................................................28 4.2. Abstract.....................................................................................29 4.3. Introdução.................................................................................30 4.4. Revisão Literária.......................................................................31 4.4.1. Fibrossarcoma.......................................................................31 4.4.2. Diagnósticos Diferenciais do Fibrossarcoma....................33 4.4.2.1. Osteossarcoma..................................................................33 4.4.2.2. Épulides.............................................................................36 4.4.2.3. Ameloblastoma..................................................................37 4.4.2.4. Carcinoma de Células Escamosas..................................39 4.4.2.5. Melanoma Maligno............................................................41 4.4.3. Tratamento e Sinais Clínicos de tumores orais................43 4.5. Caso Clínico............................................................................44 4.5.1. Anestesia..............................................................................45 4.5.2. Procedimento Cirurgico.......................................................46 4.5.3. Histopatológico.................................................................47 4.6. Discussão..............................................................................49 4.7. Conclusão..............................................................................52 4.8. Referências............................................................................53 5. Errata........................................................................................58 1. APRESENTAÇÃO DO TCC: O presente trabalho foi elaborado em cima de um caso clínico presenciado na Universidade Estadual PaulistD ³-XOLR 0HVTXLWD )LOKR´ FRP RULHQWDomR do Professor Milton Mikio Morishin Filho, feito como requisito básico para o título de graduação em medicina veterinária. 9 2. LISTA DE SIGLAS: ALT: Alanina Aminotransferase CCE: Carcinoma de Células Escamosas cm: Centímetros DCF: Displasia Coxo Femoral DDIV: Doença de Disco Inter Vertebral DRC: Doença Renal Crônica FA: Fosfatase Alcalina FeLV: Vírus da Leucemia Felina FeSV: Vírus do Sarcoma Felino GGT: Gama Glutamil Tranferase h: horas HV: Hospital Veterinário IM: Intra Muscular IV: Intra Venoso KCS: Ceratoconjutivite seca mg: Miligramas mg/Kg: Miligramas por quilo ml: Mililitros PIO: Pressão Intra Ocular RLCCr: Ruptura do Ligamento Cruzado Cranial R1: Residente 1° ano R2: Residente 2° ano 10 SRD: Sem Raça Definida T: Vértebra Torácica TCE: Trauma Crânio Encefálico TGI: Trato Gastro Intestinal TR: Trato Respiratório TGU: Trato Geniturinário UNESP: Universidade Estadual Paulista %: Por cento µg/kg/h: micrograma por quilo por hora 11 2.1 LISTA DE TABELAS: TABELA 1: Procedimentos cirúrgicos acompanhados no Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais ± UNESP ± Botucatu, 01 de março a 29 de abril de 2011, divididos por especialidades.................................................................Página 17 TABELA 2: Casuística do atendimento ambulatorial no serviço de Cirurgia de Pequenos Animais ± UNESP ± Botucatu, no período de 01 a 31 de Março de 2011......................................................................................................Página 18 TABELA 3: Casuística do atendimento ambulatorial no serviço de Cirurgia de Pequenos Animais ± UNESP ± Botucatu, no período de 01 a 30 de Abril de 2011......................................................................................................Página 19 TABELA 4: Procedimentos cirúrgicos realizados pelo Serviço de Oftalmologia ± UNESP ± Botucatu no período de 02 a 31 e Maio de 2011..................Página 24 TABELA 5: Casuística do atendimento ambulatorial no serviço de Oftalmologia ± UNESP ± Botucatu, no período de 02 a 31 de Maio de 2011............Página 25 12 2.2. LISTA DE FIGURAS: FIGURA 1: Cirurgia de Pequenos animais...........................................Página 16 FIGURA 2: Ambulatório 1.....................................................................Página 21 FIGURA 3: Ambulatório 1.....................................................................Página 21 FIGURA 4: Ambulatório 2.....................................................................Página 22 FIGURA 5: Centro Cirúrgico UNESP....................................................Página 23 FIGURA 6: Tonopen (aparelho que mede a PIO).................................Página 27 FIGURA 7: Aspecto do Osteossarcoma mandibular em cão .............Página 34 FIGURA 8: Osteossarcoma estimulado por prótese ortopédica em gato ..............................................................................................................Página 35 FIGURA 9: Épulides em cão.................................................................Página 37 FIGURA 10: Aspecto do Ameloblastoma em gato................................Página 38 FIGURA 11: Carcinoma escamoso em gato doméstico.......................Página 40 FIGURA 12: Aspecto de Melanoma Maligno em cão.......................... Página 42 FIGURA 13: Aspecto do Fibrossarcoma em gato doméstico...............Página 45 FIGURA 14: Aparência Cosmética no pos operatório de Mandibulectomia e Queiloplastia ........................................................................................Página 47 FIGURA 15: Aspecto da massa Tumoral, e ramo mandibular direito com lise óssea....................................................................................................Página 48 13 3. APRESENTAÇÃO: Hoje em dia o mercado que move a Medicina Veterinária para pequenos animais, vem se aperfeiçoando, e cada vez mais os profissionais têm buscado especializações e conhecimentos para manter a qualidade dos seus serviços. Os proprietários de animais de companhia estão buscando qualidade de vida para seus animais. Com isso hoje em dia estes animais tem uma expectativa de vida ampliada. A partir dessa soma, cada vez mais as universidades e instituições de ensino estão ampliando a quantidade de cursos oferecidos, bem como pós graduação e cursos de aperfeiçoamento. A ciência veterinária vem ampliando os conhecimentos nos vários ramos existentes, obrigando assim os profissionais a especializarem-se em suas respectivas área. A fim de propiciar a clientela qualidade de serviço bem como satisfação da necessidade dos mesmos, no tocante ao atendimento desejado, eficaz e de forma correta, com isso valorizando a profissão. 14 3.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL E ATIVIDADES DO ESTÁGIO: $ 8QLYHUVLGDGH (VWDGXDO 3DXOLVWD 81(63 ³-XOLR GH 0HVTXLWD )LOKR´ localiza-se na cidade de Botucatu no estado de São Paulo. Existindo dois campi: Rubião Junior - distrito vizinho a Botucatu, e Fazenda Lageado. Além de mais duas fazendas experimentais: Edgárdia e São Manuel. No campus de Rubião Junior localiza-se o HV. Estruturado em departamentos que oferecem os seguintes serviços: Clínica Médica de Pequenos e Grandes Animais; Cirurgia de Pequenos e Grandes Animais; Anestesiologia, Acupuntura, Oftalmologia; Fisioterapia; Neurologia; Laboratório Clínico; Patologia Animal; Radiologia (Radiologia, Ultrasonografia e Tomografia Computadorizada); Moléstias Infecciosas; Higiene e Saúde Pública; Planejamento Animal; Inspeção Sanitária; Zoonoses e Parasitologia. O Estágio foi realizado no serviço de Cirurgia de Pequenos Animais (FIGURA 1) pertencente ao departamento de Cirurgia e Anestesiologia no período de 01 de março a 31 de abril e na Oftalmologia no período de 02 a 31 de maio. 15 Figura 1: Cirurgia de Pequenos Animais A casuística do Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais foi dividida em Centro Cirúrgico (TABELA 1) e Atendimento Ambulatorial referente ao mês de Março de 2011 (TABELA 2) e Abril de 2011 (TABELA 3). 16 TABELA 1 - Procedimentos cirúrgicos acompanhados no Serviço de Cirurgia de Pequenos Animais ± UNESP ± Botucatu, 01 de março a 29 de abril de 2011, divididos por especialidades. TIPO DE PROCEDIMENTO NÚMERO DE CASOS % Ortopedia 29 44% Oncologia 13 20% Trato Gastrointestinal 5 7% Amputações 4 6% Trato Genitourinário 4 6% Hérniorrafia 3 4% Laparotomia Exploratória 2 3% Plastias 2 3% Reação ao fio 2 3% Trato Respiratório 2 3% Otologia 1 1% TOTAL 67 100% Tabela 1: Nesta tabela estão catalogados os procedimentos cirúrgicos realizados pelo departamento de cirurgia do HV da UNESP de Botucatu. De um total de 67 cirurgias: 44% delas eram cirurgias ortopédicas dentre elas osteossíntese, Reconstrução de Ligamento Cruzado Cranial e Patelopexia, Trocleoplastia; 20% eram cirurgias oncológicas em sua maioria mastectomia e nodulectomia; 7% eram cirurgias do TGI incluindo enteroanastomose, gastropexia, enterectomia; 6% eram cirurgias de amputação e do TGU como cistotomia; 4% eram herniorrafias; 3% eram Laparotomias Exploratórias, 17 Plastias, Reações ao fio e cirurgias do TR como lobectomia; e 1% eram cirurgias otológicas um caso de ablação de conduto. TABELA 2 ± Casuística do atendimento ambulatorial no serviço de Cirurgia de Pequenos Animais ± UNESP ± Botucatu, no período de 01 a 31 de Março de 2011. ÁREA NÚMRO DE CASOS % Ortopedia 99 40% Oncologia 95 38% Trato Geniturinário 16 6% Feridas 12 5% Trato Gastrointestinal 11 4% Traumas Crânio Encefálico 6 3% Otologia 5 2% Hérnias 4 2% TOTAL 248 100% Tabela 2: Nesta tabela estão catalogados os atendimentos realizados no ambulatório de cirurgia veterinária do HV da UNESP de Botucatu. Sendo que dos 248 de casos atendidos, 40% deles eram casos ortopédicos, que inclui DCF, RLCCr, DDIV, luxações patelares e fraturas; 38% eram casos oncológicos, incluindo hemangiossarcomas, mastocitomas, fibrossarcomas e neoplasias mamárias; 6% eram casos referentes ao TGU incluindo urilitíases e cálculos vesicais ; 5% dos casos eram equivalentes á feridas como miíases e feridas por mordeduras; 4% dos casos eram correspondentes ao TGI incluindo 18 fecalomas, intussucepções e dilatação vólvulo gástrica; 3% dos casos eram de TCE; 2% eram cirurgia otológicas, em sua maioria otohematomas; E 2% dos casos atendidos eram Hérnias. TABELA 3 ± Casuística do atendimento ambulatorial no serviço de Cirurgia de Pequenos Animais ± UNESP ± Botucatu, no período de 01 a 30 de Abril de 2011. ÁREA NÚMERO DE CASOS % Ortopedia 91 44% Oncologia 72 35% Trato Geniturinário 10 5% Feridas 10 5% Trato Gastrointestinal 6 3% Otologia 5 2% Hérnias 4 2% Traumas Crânio Encefálicos 4 2% Trato Respiratório 3 1% Afecções Congênitas 2 1% TOTAL 207 100% Tabela 3: Nesta tabela estão catalogados os atendimentos ambulatoriais da cirurgia de pequenos animais do HV da UNESP de Botucatu. De um total de 207 atendimentos: 44% eram casos ortopédicos dentre elas fraturas, RLCCr, DCF, DDIV; 35% eram casos oncológicos como hemangiopericitoma, hemangiiossarcoma e mastocitoma; 5% dos casos atendidos eram referentes a 19 afecções do TGU como urolitíase; 5 % dos casos tratava-se de feridas por mordedura ou miíase; 3% dos casos eram do TGI disquesia e corpo estranho; 2% eram casos otológicos ou otohematomas; 2% dos casos eram hérnias; 2% dos casos diziam a respeito de TCE; 1% dos casos eram referentes ao TR, incluindo ruptura de traquéia; 1% dos casos eram de Afecções Congênitas como agenesia de vulva. O serviço de atendimento é realizado por quatro Médicos Veterinários Residentes (dois em nível R1 e dois em nível R2); alunos do 4° ano (Sistema de Rodízio ± Os alunos são distribuídos por todos os serviços oferecidos pelo HV, por um período pré determinado, com o intuito de proporcionar ao aluno experiência prática) e estagiários. Todo o serviço é supervisionado por cinco docentes da Área de Cirurgia de Pequenos Animais. O Hospital Veterinário faz atendimento ao público de segunda-feira a Domingo (8:00 as 18h) inclusive feriados (esquema de plantão com apenas atendimento emergencial) A estrutura física de atendimentos do serviço de cirurgia de pequenos animais está subdividida em quatro grandes ambulatórios. O atendimento é feito por ordem de chegada e dividido em Atendimento Ambulatorial e Centro Cirúrgico. Todos os serviços oferecidos pelo HV são interligados por um sistema informatizados onde podem ser acessados todos os dados do paciente. Ambulatório 1 (FIGURA 2 E 3) e 2 (FIGURA 4) : onde ficam situado as medicações, 2 mesas para consulta em cada ambulatório, estetoscópios e um balcão no canto superior direito, onde são colocados todos os prontuários dos animais atendidos (Divididos em: Casos Novos, Retornos, Prontuário a 20 devolver; Centro Cirúrgico, Pacientes em Espera, além de um espaço destinado a cada residente) . Figura 2: Ambulatório 1 Fonte: MORISHIN FILHO (2006) Figura 3: Ambulatório 1 21 Figura 4: Ambulatório 2 Fonte: MORISHIN FILHO (2006) Ambulatório 3 ou sala de fluidoterapia: possui a mesma estrutura dos demais ambulatórios, porém dispõe de duas mesas grandes e colchões térmicos para os animais que necessitem de fluidoterapia de suporte, seja no pré ou pós operatório ou os pacientes traumatizados. Além disso, existe ainda o Bloco Cirúrgico que é estruturado em vestiários (masculino e feminino); sala de preparo e recuperação anestésica; sala de emergência/intensivismo; sala de paramentação; quatro centros cirúrgicos altamente equipados (FIGURA 5) (Ortopedia, Cirurgia Geral, Endoscopia e Oftalmologia); sala de armazenamento de materiais estéreis e sala de lavagem de materiais. 22 Figura 5: Centro Cirúrgico UNESP Fonte: www.fmvz.unesp.br Ambulatório 4 ± Destinado exclusivamente ao serviço de oftalmologia. Diferentemente do serviço da cirurgia de pequenos animais, a oftalmologia é realizado pelos pós graduandos na área de oftalmologia (Mestrandos e Doutorandos) supervisionados por dois docentes da Oftalmologia. A casuística do Serviço de Oftalmologia é dividida em Centro Cirúrgico (TABELA 4) e Atendimento Ambulatorial (TABELA 5). 23 TABELA 4 ± Procedimentos cirúrgicos realizados pelo Serviço de Oftalmologia ± UNESP ± Botucatu no período de 02 a 31 e Maio de 2011 TIPO DE CIRURGIA NÚMERO DE CASOS % Blefaropastias 7 22% Nodulectomia 6 19% Excisão de Cílio ectópico 4 12,5% Ceratectomia 4 12,5% Enucleação 3 10% Ablação Química 2 6% Eletroepilação 2 6% Reposição do Globo ocular 2 6% Sepultamento 2 6% TOTAL 32 100% Tabela 4: Nesta tabela estão catalogadas as cirurgias realizadas no departamento de oftalmologia do HV da UNESP de Botucatu. De um total de 32 cirurgias, 22% eram Blefaroplastias; 19% eram Nodulectomias; 12,5% eram excisões de cílio ectópico e Ceratectomias; 10% eram Enucleações; Ablações químicas, Eletroepilações, Reposições de Globo ocular e Sepultamentos atingiram 6% das cirurgias. 24 TABELA 5 - Casuística do atendimento ambulatorial no serviço de Oftalmologia ± UNESP ± Botucatu, no período de 02 a 31 de Maio de 2011 ESTRUTURA ANATÔMICA NÚMERO DE CASOS % ACOMETIDA Córnea 18 28% Pálpebras 13 20% Úvea 9 19% Bulbo Ocular 8 12% Cristalino 6 9% Glândulas Anexas 6 9% Conjuntiva 3 5% Retina 1 1% TOTAL 64 100% Tabela 5: Nesta tabela estão catalogados os atendimentos subdivididos por anexos oculares, de um total de 64 atendimentos, 28% eram de afecção corneana, incluindo ceratites e desvitalização corneal. 20% eram de afecções palpebrais incluindo entrópios, ectrópios, nódulos e um caso de coloboma palpebral (agenesia de pálpebras). 14% dos casos eram referentes a úvea, que é o anexo vascular do olho, dentre as afecções está a uveíte. Afecções de bulbo ocular ocorreram em 12% dos casos, incluindo glaucomas e proptoses. O cristalino foi afetado em 9% dos casos vistos, e inclui dentre eles luxações e escleroses. Também atingindo 9% dos casos foram as afecções nas glândulas anexas, incluindo a KCS. A Conjuntiva apresentou afecções em 5% dos casos 25 atendidos o que inclui em sua maioria conjutivites. E a Retina apresentou afecção em 1% dos casos atendidos, sendo esse um único caso no mês e se tratava de um animal que apresentava DRC. Os estagiários da cirurgia desenvolvem suas atividades em esquema de rodízio, a cada sete dias, entre atendimento ambulatorial e centro cirúrgico. No atendimento ambulatorial os estagiários atendem os casos novos e retornos; realizam fluidoterapia; administração de quimioterapia; medicamentos; coleta talas e de materiais bandagens; biológicos; exame físico; acompanhamento dos exames complementares; prescrição médica; tudo sob supervisão dos Médicos Veterinários Residentes e Docentes. No centro cirúrgico o estagiário pode auxiliar ou instrumentar em todos os procedimentos cirúrgicos; ficando responsável por preencher a ficha de descrição de forma detalhada de cada procedimento cirúrgico, como forma de estimular o aprendizado. Todos os casos são discutidos de forma a aprimorar o aprendizado teórico prático do estagiário. No Serviço de oftalmologia, o estagio realizado no período de 02 a 31 de maio de 2011, como o atendimento ambulatorial concentrava-se apenas no período da tarde (14 às 18h), e no período da manha (8 às 12h) o estagiário deve acompanhar o serviço ambulatorial da Cirurgia de Pequenos Animais, salvo em dias que as cirurgias oftálmicas eram agendadas no período da manhã. Nas cirurgias da oftalmologia, em função da estrutura com aparelhos de alta tecnologia, o acesso era restrito e os estagiários eram autorizados apenas a realizar as funções de auxiliar volante ou se houvesse necessidade, na função de auxiliar cirúrgico. Já no atendimento ambulatorial os estagiários 26 realizam a anamnese Após a anamnese o animal é submetido ao exame oftalmológico (oftalmoscópio) e o caso é discutido com o pós graduando responsável pelo caso. Depois desse exame inicial é feito o teste de Schirmer para avaliar a produção lacrimal, e depois é feita a aplicação do colírio anestésico para aferição da PIO, este exame é feito somente pelo pós graduando, em função do alto valor financeiro do aparelho (TONOPEN) (FIGURA 6). Posteriormente é aplicado colírio de fluresceína e feita a avaliação com o oftalmoscópio a fim de avaliar alguma deformidade na superfície corneal. Todos os exames podem ser feitos pelo estagiário, com exceção da manipulação do TONOPEN. Figura 6: Tonopen Fonte: www.mercoframes.com.br 27 4. FIBROSSARCOMA MANDIBULAR EM GATO DOMÉSTICO ± RELATO DE CASO Louise Alessandra Coninck Valverde ¹, Milton Mikio Morishin Filho ², Sheila Canenese Rahal³ ¹ Graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Tuiuti do Paraná ² Professor Assistente de Disciplina de Técnica Cirúrgica e Clínica Cirúrgica Veterinária do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná ± orientador acadêmico. ³ Professora Doutora em Ortopedia Veterinária Assistente da Disciplina de Clínica Cirúrgica na Universidade Estadual Paulista- orientadora profissional 4.1 RESUMO: O fibrossarcoma é a segunda neoplasia mais comum na cavidade oral dos gatos. É uma neoplasia maligna de fibroblastos e dependendo de sua etiologia pode surgir como nódulos solitários ou multicêntricos, podendo se desenvolver por causas primárias ou secundárias. Pode acometer outros tecidos, além da cavidade oral. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um gato doméstico fêmea de 17 anos e meio que passou por um procedimento de Mandibulectomia total unilateral, devido á um fibrossarcoma em região rostral da mandíbula. Palavras Chave: fibrossarcoma; Madibulectoma; tumores orais; gatos. 28 4.2 ABSTRACT: Fibrosarcoma is the second most common neoplasm in the oral cavity of cats. It is a malignant tumor of fibroblasts, depending on its etiology may arise as solitary nodules or multicentric and may develop primary or secondary causes. You can make other tissues beyond the oral cavity. The objective of this study is to report the case of a domestic cat of 17 ½ years who underwent a unilateral procedure and total mandibulectomy, due to a fibrosarcoma in the right rostral region of the jaw. Keywords: Fibrossarcoma; Mandibulectomy; oral tumors; cats 29 4.3. INTRODUÇÃO: Neoplasia é um termo que define um novo crescimento de células que se proliferam autonomamente sem controle, as quais não exercem qualquer função útil para seu hospedeiro. Podem decorrer de diversas causas, que alteram os eventos moleculares envolvidos no controle da proliferação e diferenciação celulares noUPDLV 2 WHUPR ³FkQFHU´ p FRPXPHQWH HPSUHJDGR para referir neoplasias malignas, sem definir sua origem, outro termo muito JHQHUDOLVWDp³WXPRU´HVWHDLQGDSRGHGHILQLUWDQWRQHRSODVLDVEHQLJQDVTXDQWR malignas, ainda como tumefações inflamatórias. (JONES & HUNT et. al., 2000). A cavidade oral é um local muito comum para o surgimento de neoplasias sendo elas malignas ou benignas (LIPTAK & WITHROW, 2007). O fibrossarcoma felino é uma neoplasia maligna originada de fibroblastos. (MAC EWEN et. al.,2001). Um local freqüentemente acometido é a mucosa bucal. (JONES & HUNT et. al.,2000). O seu local de predileção é a gengiva, podendo atingir os outros tecidos. (SLATTER, 2005.) É a segunda neoplasia mais comum na cavidade oral dos gatos (MAC. EWEN et. al.,2001) sendo mais acometidos os animais mais idosos (acima de 10 anos). (SLATTER, 2005.) Podendo apresentar-se clinicamente como nódulos solitários ou multicêntricos dependendo de sua etiologia. (MAC. EWEN et. al.,2001). O fibrossarcoma surge como uma massa solitária multilobulada, firme, e freqüentemente ulcerada, que se estende profundamente até a mucosa afetada e tecidos adjacentes. (JONES & HUNT et. al.,2000) 30 Neste tipo de neoplasia é incomum a presença de mestástases, podendo ocorrer, metástase pulmonar ou em linfonodos regionais (MAC. EWEN et. al.,2001). 4.4. REVISÃO LITERÁRIA: 4.4.1. FIBROSSARCOMA: O fibrossarcoma é uma neoplasia maligna de fibroblastos, correspondendo á 36% das neoplasias malignas que acometem os gatos. (FOSSUM et. al., 2008) Existem três variantes deste tipo de tumor: a forma solitária, a forma multicêntrica e a forma associada a aplicação de vacinas e outros medicamentos injetáveis. (OLGIVIE & MOORE, 2001). Segundo Fossum et. al. (2008) os fibrossarcomas parecem como massas de cor rosa e vermelha, firmes, lisas e multilobadas que muitas vezes estão ligadas aos tecidos adjacentes. A origem dos fibrossarcomas em felinos é desconhecida, porém acredita-se que haja a influencia de fatores genéticos, agentes virais, carcinógenos químicos, radiações, implantes metálicos e traumas (CHALITA & RECHE JR, 2003). Animais que apresentam idade próxima aos dez anos são mais acometidos por fibrossarcomas solitários, que geralmente são firmes, de crescimento lento, podendo ocorrer em qualquer parte do corpo (CHALITA & RECHE JR, 2003). A infecção por FeSV desenvolve uma forma agressiva de fibrossarcoma múltiplo em gatos com idade abaixo de cinco anos de idade (OLGIVIE & MOORE, 2001). 31 De acordo com HAUCK (2003), não há predisposição sexual ou racial para o surgimento desta neoplasia. Há evidencias epidemiológicas que mostram uma forte associação entre a administração de vacinas e o aparecimento de fibrossarcomas em felinos jovens (MACY, 1999). A prevalência dos fibrossarcomas de tecidos moles no local da vacinação é de aproximadamente 1/10.000 (KASS et al., 1993). Segundo Olgivie & Moore, (2001) o risco de sarcoma vacinal aumenta com o número de vacinas aplicadas no mesmo local. Em função do aumento de casos de tumores mesenquimais situados em áreas não habituais nos felinos, foi feita a relação entre a reação inflamatória associada ao adjuvante vacinal, com o desarranjo da resposta reparadora do tecido fibroso, predispondo ao aparecimento da neoplasia em alguns gatos (HENDRICK et. al., 1992). Hipoteticamente as vacinas não são as únicas responsáveis pelo fibrossarcoma no local de aplicação, acredita-se que outras medicações como acetato de metilpredinisolona, suspensão aquosa estéril, lufenuron, dexametasona e amoxicilina também podem estar associados ao surgimento de fibrossarcomas. (ESPLIN et. al., 1999; VACCINE-ASSOCIATED FELINE SARCOMA TASK FORCE, 2005). Dentro dessa gama vasta de sarcomas que atingem os felinos está a FeSV, um vírus que está relacionado a recombinação da FeLV com partes do genoma das células do hospedeiro. Assim formando o FeSV, a replicação do vírus da FeSV só é possível através do vírus da FeLV. A FeSV tem sido relatada no mundo todo mas é raro, e só está presente em gatos já infectados com o vírus da FeLV. O vírus da FeSV provavelmente é transmissível, mas não há provas de que a transmissão ocorra naturalmente como o vírus da FeLV. Aparecem 32 lesões de pele nodulares múltiplas e ulcerativas que não cicatrizam. Podem ocorrer metástases. (HENDRICK et. al., 1999; OLGIVIE & MOORE, 2001; MCENTEE & PAGE, 2001) Essa neoplasia varia em relação à produção de colágeno e em seu grau de celularidade e diferenciação, os fibroblastos são fusiformes dispostos em fascículos entremeados, pode ocorrer necrose de extensão variável, um achado freqüente é a invasão do tecido conjuntivo adjacente como a musculatura esquelética e tecido ósseo. (JONES & HUNT, 2000) A maioria dos fibrossarcomas é pouco responsiva á quimioterapia (FOSSUM et. al., 2008) e em geral pouco responsivos á radioterapia, mas pode-se usá-la, adjuvante á cirúrgica.. A radioterapia agressiva pós-operatória aumenta o tempo de sobrevida. Acredita-se que a crioterapia estimule a recidiva (FOSSUM et. al., 2008) A recidiva local é alta com qualquer tratamento, portanto Slatter (2005) recomenda uma ampla ressecção cirúrgica. Existe um relato de que a administração de sulfato de vincristina provocou a regressão total de um fibrossarcoma em um gato (SLATTER et. al, 2005). 4.4.2. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE FIBROSSARCOMA: 4.4.2.1-OSTEOSSARCOMA: São tumores com origem no tecido ósseo, definido como maligno e mesenquimatoso produtor de matriz óssea. Relativamente raro, mas responsável por cerca de 85% das neoplasias malignas que acomete o esqueleto. Tem predileção pelo esqueleto apendicular dos pequenos animais, 33 mais comum em cães (FIGURA 7) do que em gatos. Como a maioria dos tumores, sua etiologia é desconhecida. São extremamente invasivos e rapidamente metastizam-se. (SILVA E REIS, 2008). Figura 7: Aspecto do Osteossarcoma mandibular em cão Fonte: www.cienciaanimal.com.br Os tumores ósseos em felinos podem ser classificados em primários ou secundários (SILVA E REIS, 2008). Os primários são incomuns nos gatos, com uma incidência de 3,1 a 4,9 por 100.000 casos relatados, dentre eles estão relacionados o osteossarcoma, o condrossarcoma, o osteossarcoma justacortical e o osteoma. Os tumores ósseos secundários têm origem em 34 tecidos moles adjacentes que ao se desenvolverem acabam por afetar o tecido ósseo circunvizinho, tendo como exemplo o carcinoma de células escamosas e o linfossarcoma (SILVA E REIS, 2008). Dentre os tumores ósseos primários o osteossarcoma é o tipo mais comum em gatos, sendo responsável por 70% a 80% de todos os tumores ósseos primários desta espécie (SILVA E REIS, 2008). A idade média dos gatos com osteossarcoma varia de 9 a 12 anos, e os machos possuem uma maior incidência para desenvolver a doença do que as fêmeas (SILVA E REIS, 2008). Nos gatos a reparação de fraturas com a utilização de pinos parece ser um fator de risco no desenvolvimento de osteossarcomas(FIGURA 8) como relatado por Silva e Reis (2008). Figura 8: Osteossarcoma (seta) em úmero de gato por estimulação de prótese ortopédica Fonte: www.vetweb.com.br 35 Os osteossarcomas têm predileção por membros posteriores em gatos, mas também podem se originar em esqueleto axial como osso coxal e mandíbula. (SILVA E REIS, 2008). Histologicamente a neoplasia se compõe de células osteoblasticas estreladas a fusiformes que se proliferam em folhetos sólidos e em ninhos ocorrendo ilhotas irregulares de osteóides e osso mineralizado e/ou cartilagem. (JONES & HUNT, et. al., 2000) Raramente os osteossarcomas originam-se em sítios extraesqueléticos, tais como nas glândulas mamárias, no fígado, no baço, no trato gastrointestinal, nos pulmões, na pele e em outros locais, sem uma lesão óssea primária (SILVA E REIS, 2008). Possibilidades terapêuticas podem ser consideradas no tratamento do osteossarcoma felino, e estas variam de acordo com a localização da lesão. O prognóstico de felinos com osteossarcoma também varia com a localização. (SILVA E REIS, 2008) 4.4.2.2. ÉPULIDES: É raro em gatos, classificado como a neoplasia benigna mais comum em cavidade oral dos cães (FIGURA 9). Ocorre como uma proliferação vinda da margem gengival, podendo atingir de poucos milímetros de largura, até dimensões maiores do que o dente atingido. O epúlide provavelmente surge a partir do ligamento periodontal do dente ao qual está associado. Morfologicamente os épulides caracterizam-se com estroma semelhante ao do ligamento periodontal. (BOJRAB & THOLEN, 1990) 36 Figura 9: Épulides em cão (seta) Fonte: www.oncologiaveterinária.it A lesão é composta por fibras colágenas grosseiramente compactadas, com quantidade moderada de células fusiformes ou estreladas, com distribuição regular de pequenos vasos sangüíneos que, próximos á superfície, conferem á lesão aspecto de tecido de granulação. (ROZA, 2004) 4.4.2.3 AMELOBLASTOMA: . Ameloblastomas são neoplasias raras em todas as espécies domésticas, incluindo os gatos (FIGURA 10), e são derivados de células epiteliais odontogênicas encontradas próximas ao dente ou no epitélio gengival. Este tumor é também conhecido como adamantinoma, que é um termo em desuso, entretanto, ainda encontrado na literatura veterinária, sendo considerado um sinônimo para o ameloblastoma. (HEAD et al., 2002) 37 Figura 10: Aspecto de Ameloblastoma em Gato doméstico (seta) Fonte: www.sunwatt.mystardband.net Os ameloblastomas têm por característica a distensão da mandíbula ou protusão da superfície gengival e são tumores que macroscopicamente apresentam formas esféricas, ovóides ou multinodulares cobertas com membrana mucosa. Pode ocorrer ulceração ou estar extensamente infiltrado no osso. (BARKER, 1993) Os ameloblastomas se compõe de aglomerados e folhetos de células epiteliais dispostas te tal forma que células mais externas, e mais próximas ao estroma do tumor, formam uma fileira em paliçada alinhada perpendicularmente à membrana basal. (JONES & HUNT et. al., 2000) Não tem sido relatada a ocorrência de metástases pulmonares neste tipo de neoplasma, mas, destruição óssea, devido à invasão tumoral tem sido 38 observada em alguns casos. (HAWKINS, 1982) Segundo Dubielzig et. al. (1979) pode haver reincidência da neoplasia após excisão cirúrgica, pois na maioria das vezes, não se consegue fazer a retirada completa com margens seguras, e também não existem relatos de que a utilização de quimioterápicos tenha conseguido fazer a retirada completa da neoplasia. 4.4.2.5. CARCINIMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS: O CCE é uma neoplasia maligna, que emerge dos ceratinócitos (SCOTT, et al., 1996). São relativamente comuns na mucosa oral de gatos idosos. (CARLTON & McGAVIN et. al.1998). A gengiva é o local de desenvolvimento tumoral mais comum (35% a 42%), seguida da mucosa bucal ou labial (4,9 a 7,3%) e do palato duro ou mole (1,9 a 3,1%). A maior parte dos tumores localiza-se na parte rostral dos dentes caninos (SLATTER et al.,2005) Classificado como, a neoplasia maligna mais comum na cavidade oral dos gatos. O CCE pode localizar-se na língua, faringe ou tonsilas e na gengiva. (FOSSUM et. al. 2008) Surge do epitélio pavimentoso estratificado da cavidade oral e orofaringe, podendo ocorrer em qualquer espécie. Na cavidade oral o tumor surge como uma lesão ulcerada, um pouco crateriforme, circundada por uma borda de tecido firme e ligeiramente elevado. Ao microscópico consiste de folhetos, cordões irregulares, e ninhos de células pleomórficas. (JONES & KING et. al.2000) Em gatos, notam-se lesões proliferativas, crostosas e/ou ulcerativas que podem sangrar facilmente (FIGURA 11). Os tumores atingem mais 39 freqüentemente a pele com pêlos brancos do pavilhão auricular, nariz e/ou pálpebras (MEDLEAU, et. al; 2003). Figura 11: Carcinoma Escamoso em Gato doméstico Fonte: MORISHIN FILHO. (2008) A etiologia do CCE não é bem conhecida (DORN, et al; 1971). Ocorre mais freqüentemente na pele não pigmentada, com poucos pêlos e prejudicada pelo sol, podendo ser precedida por dermatose solar. Possui maior incidência em animais brancos idosos. (MEDLEAU, et al, 2003) O aumento do risco de desenvolvimento de CCE tem sido atribuído aos produtos para controle de pulgas, dieta e fumaça de cigarro no ambiente. (BERTONE et. al. 2003) Essa neoplasia é extremamente invasiva, geralmente invade tecidos adjacentes do local afetado, incluindo tecido ósseo fazendo lise ósea. Pode 40 fazer metástases nos linfonodos regionais, e menos freqüentemente pode mestastizar-se, para locais distantes. Quando pequenos os CCE parecem pequenas lesões granulares e, com o aumento de tamanho, parecem como rosários de massas semelhantes a couve-flor. (CARLTON. McGAVIN et. al., 1998) As três principais categorias de tratamentos são: a cirurgica, a radioterapia, que são tratamentos localizados, e a quimioterapia uma modalidade sistêmica. (SERSA, et al; 2006) Outras modalidades de tratamento de CCE incluem crioterapia, quimioterapia e terapia fotodinâmica. A crioterapia pode ser uma medida paliativa para CCE não extirpável, porém é provável a ocorrência de recidiva. (SLATTER , 2005). Em gatos, o prognóstico é mau; recidiva local é quase inevitável e a sobrevida mediana descrita na maior parte dos estudos varia de 2 a 6 meses (SLATTER, ,2005) 4.4.2.5 MELANOMA MALIGNO: Melanomas são formados por melanócitos, células de origem neuroectodérmica, normalmente localizadas nas junções entre a camada basal do epitélio e a lâmina própria subjacente. (CARLTON & McGAVIN et. al.1998) Melanomas bucais são raros em gatos; relata-se que o melanoma maligno representa 0,8% das neoplasias bucais de felinos (SLATTER et. al.,2005). Tipicamente surgem como massas nodulares solitárias e ulceradas, que crescem rapidamente, e que variam consideravelmente em seu grau de 41 pigmentação (FIGURA 12). Esses tumores tendem a ser altamente invasivos, fazendo metástase rapidamente (JONES & HUNT et. al.,2000). As metástases ocorrem em linfonodos regionais e pulmões segundo Fossum et. al.(2008). A massa é de cor branco-acinzentada ou marrom a preta, firme e vascularizada, normalmente ocorrem na gengiva e são caracterizados pela invasão precoce do local. (FOSSUM et. al.,2008) Suas características histológicas são semelhante ás dos fibrossarcomas e por isso podem ser confundidos no exame anatomopatológico. (FOSSUM et. al.,2008) Formado de células extremamente pleomórficas que variam desde fusiformes até redondas e poligonais. (JONES & HUNT, 2000) Segundo Fossum et. al. (2000) o tratamento cirúrgico para o melanoma maligno é o mais indicado sendo que fazer associação entre a cirurgia e quimioterapia ou radioterapia apresentam bons resultados. É indicada a excisão cirúrgica procedimentos extensa como: de toda tonsilectomia, área afetada, mandibulectomia podendo e realizar glossectomia. (FOSSUM et. al., 2008) Figura 12: Aspecto Melanoma Maligno em cão 42 Fonte: MORISHIN FILHO (2008) A radioterapia pode ser utilizada, mesmo não havendo riscos de recidiva. A resposta à radioterapia pode ser melhor se for utilizado um tratamento hipertérmico concomitante, mas a alta taxa de metástase torna improvável uma sobrevida longa. (PROULX et. al.,2003) A administração de cisplatina ou carboplastina antes da radioterapia permite um melhor controle local, do que apenas a radioterapia. (FREEMAN et. al., 2003) 4.4.3 TRATAMENTO E SINAIS CLÍNICOS DE TUMORES ORAIS: Mandibulectomia é a técnica cirúrgica na qual é removida a mandíbula inteira ou partes dela, afim de transeccionar neoplasias, por fraturas irredutíveis nas técnicas ortopédicas viáveis ou quando a intervenção primária não solucionou o problema, e por osteomielites. (SLATTER, 2007) Alguns proprietários podem apresentar-se relutantes frente á um procedimento cruento, mas é necessário nessas situações, para manter a qualidade de vida do animal. O período de adaptação dos animais pode ser entre duas a quatro semanas, dependendo do animal, e também do procedimento. (SLATTER, 2005) Os sinais clínicos que podem estar presentes em tumores orais são: Ptialismo, pateamento da boca, disfagia, perda de peso, relutância em comer, hemorragia bucal, deslocamento de dente, tumefação facial, ato de bater as patas na boca, espessamento ósseo. Em casos de tumores maxilares pode haver epistaxe e espirros. (SLATTER, 2005) 43 Dependendo de sua localização os tumores calvários podem causar deformidades anatômicas, atrofia dos músculos temporais, aversão ao ser tocado na região acometida, dor ao abrir a boca, exoftalmia, proptose e estrabismo. (SLATTER et. al. 2005) Raramente, pode haver invasão do parênquima cerebral, o que vai ocasionar sinais neurológicos. (SLATTER et. al. 2005) 4.5. CASO CLÍNICO: No dia 21/02/2011, foi atendido, no HV da UNESP de Botucatu SP, um gato doméstico, SRD, fêmea, castrada de aproximadamente 17 anos e meio. Proprietário relatava aumento de volume em região mandibular direita (FIGURA 13), o qual drenava secreção, com surgimento aproximadamente á três meses, segundo o mesmo o animal estava com normorexia, normodipsia, normúria e normoquesia, negou êmese e diarréia. O animal não tem acesso à rua e estava com a vacinação e vermífugo desatualizados. Foi marcado retorno para o dia 22/02/2011, quando foi realizada sedação para biopsia, radiografia torácica, foi coletado sangue para hemograma completo e bioquímico (ALT, GGT, FA, uréia, creatinina, albumina e proteína total). A biópsia foi inconclusiva, revelando uma mucosite. Os parâmetros hematológicos e bioquímicos não revelaram nada digno de nota. Ao exame radiográfico: observou-se discreta opacificação pulmonar por padrão intersticial e bronquial, com espessamento de bainhas peri-bronquiais bronquite, padrão vascular pulmonar com aumento de dimensões predominantemente de arco aórtico e porção cranial de aorta descendente. 44 Diminuição de espaço intervertebral entre T11 e T12. Sem alterações dignas de metástases. Figura 13: Aspecto do Fibrossarcoma (seta) em Gato doméstico No dia 03/03/2011 o animal voltou para marcar o procedimento cirúrgico, neste dia proprietária referiu normorexia, normuria, normodpsia e normoquesia, relatou que animal estava prostrado, e o procedimento foi marcado para o dia 10/03/2011. No dia 10/03 foi realizado procedimento cirúrgico, sendo administrado no período pré-operatório uma dose de 30 mg/kg de ceftriaxona. 45 4.5.1 ANESTESIA: As medicações pré anestésicas foram: 10mg/kg de cetamina, 0,5 mg/kg de midazolan e 0,2mg/kg de morfina por via Intra muscular. Após a aplicação dessas medicações o animal foi induzido com a aplicação de fentanil 0,5µg/kg/h. E o animal foi mantido em plano anestésico pelo isoflurano. Após isso o anestesista realizou um bloqueio mandibular utilizando bupivacaína 0,25mg em abordagem transcutânea no forame mandibular a fim de atingir o ramo alveolar do forame mandibular. 4.5.2 PROCEDIMENTO CIRÚRGICO: Tricotomia ampla da área a ser incisada, animal colocada em decúbito lateral direito antissepsia com clorexidine degermante e clorexidine alcoólico. Diérese comissura labial inferior, divulsionamento das estruturas entre comissura e osso mandibular, osteotomia de sínfise mandibular, excerese da massa tumoral, (nota-se lise óssea em parte rostral na mandíbula) incisão do músculo masseter, dissecação e transecção dos musculos mandibulares laterais (genioglosso e mioglosso) para exposição da hemimandibula , dissecação e transsecção em músculos ventrais da mandíbula (gênio-hióide, milo hióide, digástrico e pterigóide) afim de indetificar veias e artérias alveolares e nervo alveolar, entrando pelo forame mandibular, ligar os vasos mandibulares e deslocar lateralmente para o lado direito a hemimandibula. Evitando atingir o nervo alveolar inferior, desarticula-se a articulação temporomandibular. Retirada da hemimandibula. Sutura simples interrompida da mucosa labial em mucosa sub-lingual com vicryl 2-0. Diérese em parte superior em inferior da comissura labial suturando as duas camadas mucosas 46 com fio vicryl 2-0, (queiloplastia) depois, sutura da pele e camada muscular com nylon 3-0. (FIGURA 14) Figura 14: Aparência Cosmética no pós operatório de mandibulectomia e queiloplastia Fonte: VALVERDE L. A. C. (2011) 4.5.3 HISTOPATOLÓGICO: Removido o nódulo oral, em mandíbula direita, cujo estava ulcerado, era firme e aderido, com aproximadamente três cm de diâmetro (FIGURA 15), com 47 presença de osteólise mandibular. De acordo com as características macroscópicas e microscópicas, o diagnostico foi fibrossarcoma. Descrições microscópicas: Avaliação histopatológica revela neoplasia que compromete a lâmina própria e planos mais profundos, composta por células fusiformes, apresentando citoplasma pouco distinto, acidofílico, núcleo fusiforme, basofílico. Cromatina grosseiramente reticular e nucléolo solitário. A apresentação de figuras de mitose é freqüente, sendo algumas atípicas, alta relação núcleo-citoplasma. Moderada anisocitose e anisocariose. A neoplasia infiltra-se nas estruturas ósseas (mandíbula) adjacentes, observa-se na massa tumoral moderado infiltrado inflamatório mononuclear multifocal,constituído predominantemente por linfócitos, além de discreta necrose multifocal. Descrições macroscópicas: Recebido fragmento de mandíbula medindo 7,0X1,0X1,0cm, apresentando nódulo medindo 2,0X1,0X1,5cm revelando superfície irregular. Coloração acinzentada e consistência macia à firme. Ao corte nota-se formação multinodular e as demais características se mantém Figura 15: Aspecto da massa tumoral (seta amarela) e ramo mandibular direito com lise óssea (seta preta) no pós operatório 48 4.6. DISCUSSÃO: Como relatado por Jones & Hunt et. al.(2000) o fibrossarcoma geralmente acomete o tecido na mucosa oral, e como Fossum et. al.(2005) afirma, é o segundo tumor mais comum na cavidade oral dos gatos. No presente caso podemos confirmar o que dizem estes autores. Segundo Olgivie & Moore (2001) existem três variantes de fibrossarcomas, as formas multicêntricas, solitárias ou relacionadas a aplicação de vacinas ou outras medicações, no presente caso deparamos com a forma solitária, com uma presença de massa tumoral apenas na cavidade oral. Chalita & Reche jr (2003), refere que o fibrossarcoma pode também aparecer em qualquer região do corpo, atingindo geralmente animais mais idosos, corrobando com o caso desta gata que atualmente está com a idade de 17 anos e meio. Slatter (2005) afirma que o fibrossarcoma é muito comum em cavidade oral, primeiramente na gengiva, depois nos lábios, e por último palato mole ou duro. Foi observado no presente caso que a neoplasia acometia a gengiva e o ligamento periodontal, ocorrendo lise óssea, e a soltura do dente canino inferior direito. Como diagnóstico diferencial de tumores orais temos o osteossarcoma, que segundo Silva & Reis (2008), são tumores de origem óssea que geralmente atingem o esqueleto apendicular, mas também podendo estar presente no esqueleto axial, como a mandíbula. Os mesmos autores referem que esta neoplasia é mais comum em cães do que em gatos. Apesar de Silva e Reis (2008) relatar que o osteossarcoma acomete mais comumente machos do que fêmeas, no presente caso trata-se de fêmea, 49 mais um motivo para diferenciar esta neoplasia do diagnóstico definitivo. Apesar de o autor referir que a neoplasia atinge animais com a faixa etária semelhante ao animal relatado, podemos concluir através de exames complementares como biópsia e radiografia que a neoplasia presente não se trata de um osteossarcoma. Outro diagnóstico diferencial que já pôde ser descartado, foi o de épulides, pelo aspecto da massa, que não correspondia ao que Bojrab & Tholen (1990) dizem, pois o épulides tem aspecto de uma proliferação gengival e a massa tumoral da gata tinha um aspecto nodular. Outra neoplasia que também pode ser diferencial do fibrossarcoma é o ameloblastoma, que segundo Barker (1993) também tem por característica a formação de nódulo em mandíbula ou gengiva. Segundo Head et. al.(2002) os ameloblastomas são incomuns em todas as espécies domésticas incluindo os gatos. Apesar do carcinoma de células escamosas ser a neoplasia mais comum nos gatos como afirmam Slatter (2005), Fossum et. al.(2008), e Olgivie & Moore (2001), no presente caso deparamos com o fibrossarcoma como diagnóstico definitivo. O melanoma maligno é outro diagnóstico diferencial do fibrossarcoma pois segundo Slatter (2005) acomete a cavidade oral, mas os cães são mais acometidos do que gatos. Fossum et. al.(2008) refere que suas características histológicas são semelhantes as do fibrossarcoma, o que pode ser confuso na análise histopatológica, e conclui devido as características macroscópicas e microscópicas, que se tratava de fibrossarcoma. 50 Os sinais clínicos comumente vistos em neoplasias orais como disfagia e relutância em comer, como refere Slatter, (2005) não foram observados no animal relatado, apenas a drenagem de secreção pela massa tumoral. Como Fossum et. al.(2008) refere, é necessária a ressecção cirúrgica do tumor mantendo margens de segurança, como foi feito no presente caso onde foi realizada uma mandibulectomia total unilateral,. Apesar de Slatter (2005) relatar a existência de um caso de tratamento com quimioterápico (sulfato de vincristina), e que esse tratamento fez a regressão total de um fibrossarcoma em um gato. No caso relatado não foi usado da quimioterapia, pois o proprietário recusou, apenas foi feita a ressecção cirúrgica total. Como o próprio Slatter (2005) relatou esse tipo de neoplasia é extremamente invasiva podendo fazer lise óssea, o que podemos concluir na excerese da massa. Apesar de a recidiva ser alta, o animal do presente caso teve uma boa recuperação e com 18 dias de cirurgia estava em bom estado geral, sendo que neste momento já estava ingerindo ração seca e em normorexia. 51 4.7. CONCLUSÃO: Com o presente trabalho conclui que o fibrossarcoma é uma neoplasia maligna e que a presença de metástases pode se suceder após o tratamento cirúrgico sendo necessário a associação com outro tratamento como quimioterapia ou radioterapia, e a avaliação periódica deste paciente. 52 4.8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARKER, I.K., VAN DREUMEL, A.A.; PALMER, N. The Alimentary System. In: Jubb, K.V.F.; Kenned, P.C.; Palmer, N. Pathology of domestic animals, v.2, 4th ed. London: Academic Press, p. 1-30, 1993. 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