Vanessa Cavalheiro Do Couto Personalização e Previsibilidade do

Propaganda
Vanessa Cavalheiro Do Couto
Personalização e Previsibilidade do Sorriso
Digital Smile Design
Universidade Fernando Pessoa
Faculdade Ciências da Saúde
Porto, 2016
Vanessa Cavalheiro Do Couto
Personalização e Previsibilidade do Sorriso
Digital Smile Design
Universidade Fernando Pessoa
Faculdade Ciências da Saúde
Porto, 2016
Vanessa Cavalheiro Do Couto
Dissertação apresentada à Universidade Fernando Pessoa
como parte dos requisitos para a obtenção do grau
de Mestre em Medicina Dentária
_____________________________________________
Universidade Fernando Pessoa
Faculdade Ciências da Saúde
Porto, 2016
RESUMO
A estética é algo que interfere no bem-estar das pessoas e o sorriso não é excepção,
sendo até considerado um factor estético essencial nos dias de hoje, perante uma
sociedade cada vez mais exigente relativamente aos padrões de beleza.
A área da estética dentária, encontra-se em constantes mudanças devido à evolução da
qualidade dos materiais e das técnicas utilizadas, levando a melhorias na reprodução das
características naturais dos dentes.
O médico dentista tem a responsabilidade de adquirir conhecimento e habilidades
profissionais para a elaboração de tratamentos estéticos dentários que satisfaçam as
expectativas dos pacientes quanto ao seu sorriso.
Actualmente, o médico dentista possui várias opções para planear os tratamentos, entre
as quais, o planeamento digital através do Digital Smile Design.
O Digital Smile Design (DSD), criado pelo Doutor Christian Coachman, veio responder
à procura elevada por tratamentos cada vez mais personalizados por parte dos pacientes.
O DSD amplia a visão relativamente aos diagnósticos, melhora a comunicação entre as
diferentes especialidades na área da medicina dentária e cria planos previsíveis durante
o tratamento dentário. Trata-se de um programma onde são trabalhadas imagens
fotográficas do paciente para a elaboração de um tratamento estético que responda as
necessidades biológicas, funcionais e emocionais do paciente. Este poderá acompanhar
e visualizar todos os passos do tratamento e deste modo, torna-se parte integrante do
processo. O paciente expressa a sua opinião e as suas expectativas quanto ao resultado
final.
Neste trabalho realizou-se uma revisão narrativa da literatura sobre a técnica Digital
Smile Design utilizando as palavras-chaves: Digital Smile Design; Visagism; dental
planning; meaning of smile; mock-up.
I
Os objetivos deste trabalho foi o de conhecer a técnica Digital Smile Design, os
princípios do visagismo e a importância do planeamento nestes contextos.
O sucesso de um tratamento está dependente de um correcto planeamento e de uma
execução clínica e laboratorial cuidadosa.
ABSTRACT
The aesthetics is something that affects the well-being of people and the smile is no
exception, and even considered an essential aesthetic factor today, before a society
increasingly demanding in relation to standards of beauty.
The area of aesthetic dentistry, is constantly changing due to evolution of the quality of
the materials and techniques used, leading to improvements in reproduction of natural
characteristics of teeth.
The dentist has a responsability to acquire knowledge and professional skills for the
preparation of a dental aesthectic treatments that meet the expectations of pacientes and
their smile.
Currently, the dentist has several options to plan treatments, including the digital
planning through Digital Smile Design.
The Digital Smile Design (DSD), created by Dr. Christian Coachman, was a response tu
the higt demand for treatments increasingly personalized by patients. The DSD extends
the vision of diagnostis, improves communication between the diferente specialties in
the field of dentistry and creates predictables plans during dental treatment. This is a
program where it is possible to work photographic images of the patient to the
development of an aesthetic treatment that addresses the biological, functional and
emotional of the patient. This can track and view all steps of treatment and thus
becomes an integral part of the process. The pacient expresses their opinion and their
expectations about the outcomes.
II
This work is a narrative review of the literature on the Digital Smile Design using the
keywords: Digital Smile Design; Visagism; dental planning; meaning of smile; mockup.
The objectives of this study was to know the Digital Smile Design technique, the
principles of visagism and the importance of planning in these contexts.
The success of treatment depends on correct planning and careful clinical and laboratory
performance.
III
DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação à minha Mãe, por sempre me incentivar na realização dos meus
objectivos, por todos os sacríficios em prol da minha educação e pelo constante e
incondicional apoio em todos os momentos da minha vida.
OBRIGADA por tudo.
“Deixe o seu sorriso mudar o mundo, mas não
deixe o mundo mudar o seu sorriso.”
Autor desconhecido
IV
AGRADECIMENTOS
Terminado esta dissertação, pretendo aqui deixar algumas palavras de especial e sincero
agradecimento a todos, os que de alguma maneira, colaboraram e o tornaram possível.
À minha Mãe, a minha melhor amiga, que sempre me apoiou nas minhas escolhas, deu
estímulo e compreensão. Por sempre acreditar em mim acima de tudo.
Às minhas colegas de curso, que se tornaram amigas, Ana Flávia, Ana Xuxu, Catarina,
Júlia e Paula por me apoiar nos momentos mais difíceis e por me proporcionar
momentos de gargalhadas e divertimento únicos.
Ao meu binómio, Machado, por ter sido a pessoa fantástica que foi para comigo e pelos
conhecimentos profissionais que me transmitiu. Vou guardar e recordar para sempre as
nossas aventuras.
À Universidade Fernando Pessoa, aos Professores e Funciónarios.
À minha orientadora, professora Alexandrine Carvalho, pela orientação que me deu na
elaboração desta dissertação, pela sua disponibilidade, paciência despendida nas
informações prestadas, e pela simpatia que sempre me facultou.
À todos aqueles que, directa ou indirectamente, contribuíram para a concretização desta
etapa.
Finalmente, um agradecimento muito especial para a minha Grande Amiga, que admiro
imenso, Soraia Vale, com quem partilho muitas aventuras, risos e algumas lágrimas há
mais de vinte anos, consegue surpreender-me constantemente pela forma especial de ela
ser. Uma pessoa que me inspirou a ser melhor, mais humilde e crente das minhas
capacidades.
Para todos, o meu sincero RECONHECIMENTO.
V
ÍNDICE GERAL
I – Introdução……………………………………………………………………………1
II – Desenvolvimento……………………………………………………………………3
1 – Materiais e métodos………………………………………………………………….3
2 – Sorriso………………………………………………………………………………..3
2.i – Significado do sorriso………………………………………………………3
2.ii – Sorriso ideal…………………………………………………………..……5
3 – Visagismo…………………………………………………………………………..10
3.i – Introdução ao visagismo…………………………………………………..10
3.i.i – Símbolos arquetípicos e o cérebro emocional……………....…...11
3.ii – Visagismo em medicina dentária………………………………...……....12
3.ii.i – Comunicação não-verbal………………………………………..13
3.ii.ii – Análise facial…………………………………………………...14
3.ii.iii – Análise dentária …………………….…………………………15
3.ii.iiii – Planeamento e previsibilidade………………………………...17
4- Digital Smile Design………………………………………………………………...19
4.i – Comunicação entre médico dentista e paciente…………………...………19
4.ii – Objectivos………………………………………………………………...21
4.iii – Material necessário………………………………………………………22
4.iii.i – Encerramento de diagnóstico…………………………………...23
4.iii.ii – Mock-up……………………………………………………………....24
4.iiii – Elaboração do projecto………………………………………………….25
III – Conclusão…………………………………………………………………………35
IV – Bibliografia………………………………………………………………...……..38
VI
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Escala para determinar a proporção áurea…………………………………..8
Figura 2 – Efeito estético negativo causado pela alterção de forma……………………9
Figura 3 – Fográfia pós-tratamento baseado nos princípios estéticos…………………..9
Figura 4 – Efeito estético negativo causado pela alterção de forma……………………9
Figura 5 – Fográfia pós-tratamento baseado nos princípios estéticos…………………..9
Figura 6 – Tipos de temperamentos segundo Hipócrates……………...………………14
Figura 7 – Linhas de referência………………………………………………………..15
Figura 8 – Formas básicas dos incisivos centrais……………………………………...16
Figura 9 – Formas básicas das arcadas dentárias……………………………………...17
Figura 10 – Desenho do sorriso de acordo com o tipo de temperamento……………..19
Figura 11 – Formaçao da cruz………………………………………………………....25
Figura 12 – Arco facial digital…………………………………………………………26
Figura 13 – Ánalise do sorriso…………………………………………………………26
Figura 14 – Simulação dital……………………………………………………………27
Figura 15 – Três linhas de referência………………………………………………….27
Figura 16 – Fotografia intraoral calibrada……………………………………………..28
Figura 17 – Proporção dentária……………………………………..…………………28
Figura 18 – Rectângulo com proporção dentária 80%...................................................29
Figura 19 – Desenho dentário………………………………………………………….29
Figura 20 – Desenho dentário com o design ideal…………………………………….30
Figura 21 – Avaliação dento-gengival………………………………………………...30
Figura 22 – Medição no modelo de gesso……………………………………………..31
Figura 23 – Calibragem da régua digital………………………………………………31
Figura 24 – Comparação do desenho actual para o ideal………………….…………..31
Figura 25 – Altura dos dentes………………………………………………………….32
Figura 26 – Largura dos dentes………………………………………………………..32
Figura 27 – Medidas do DSD no modelo de gesso…………………………………....32
Figura 28 – Cruz no modelo de gesso…………………………………………………32
Figura 29 – Mock-up…………………………………………………………………..33
Figura 30 – Preparos minimamente invasivos…………………………………………33
Figura 31 – Restaurações cerâmicas…………………………………………………...33
VII
Figura 32 – Restaurações logo após as cimentações…………………………………..33
Figura 33 – Resultado final……………………………………………………………34
VIII
ABREVIATURAS
DSD – Digital Smile design
IX
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
I – INTRODUÇÃO
A obtenção de um sorriso bonito é sempre o principal objetivo de qualquer tratamento
estético dentário. Afinal é a beleza do sorriso que fará a diferença entre o resultado
estético aceitável ou agradável em qualquer tratamento (Camara, 2010).
Entendendo o que é a estética, juntamente com o termo de percepção estética, surgem os
requisitos estéticos. Estes últimos, têm se tornado muito importantes e exigidos na
prática da medicina dentária restauradora moderna. O aperfeiçoamento da estética facial
é um dos principais objetivos dos pacientes, não se restringindo apenas a restabelecer a
função e prevenção (Shiratori et al., 2011).
É imprescindível um conhecimento consciente e individual dos princípios estéticos, não
apenas das formas mas o conceito da sua natureza. A medicina dentária evoluiu nas
últimas décadas e os aspectos estéticos ganharam muita importância (Rufenacht, 2003).
Walter Armstrong sugere que a estética resulta de uma sensação subconsciente de
realização e de uma adaptação perfeita à função. Não é fácil reconhecer o “belo”, tratase de uma tarefa cerebral, que nem sempre pode ser explicada. Precisamos ter
conhecimento e procurar parâmetros referenciais para avaliar os pontos a serem
melhorados, para de seguida planear adequadamente todos os passos necessários e
executarmos o trabalho (Rufenacht, 2003).
No entanto, na busca deste sorriso atractivo e agradável, não podemos esquecer que
cada ser humano é único. O objetivo de todos os tratamentos estéticos dentários deve
ser o de criar um sorriso que se integre nas necessidades funcionais, estéticas e
emocionais do paciente (Shiratori et al., 2011).
Os conceitos actuais de estética estão voltados para o equilíbrio entre a beleza e a
harmonia e referem-se à restauração da forma e da função dos dentes, tendo a
capacidade de criar um novo sorriso que se adapte ao estilo de vida do paciente, ao seu
trabalho e à sua posição social (Paolucci et al., 2012).
1
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
O objectivo do presente trabalho foi abordar um conceito relativamente recente, sendo
desconhecido para muitos profissionais, o Digital Smile Design (DSD). Segundo o seu
criador e por quem tem vindo a usar esta técnica, o Digital Smile Design tem sido um
auxiliar fundamental no planeamento de tratamentos estéticos dentários.
Desta forma, com a crescente procura de tratamentos personalizados na área da estética
dentária, torna-se cada vez mais importante que o médico dentista conheça diversas
abordagens e procedimentos que se podem realizar numa rehabilitação.
Na actualidade, torna-se essencial integrar ferramentas que possam ampliar a visão
diagnóstica dos profissionais da saúde oral, melhorar a comunicação entre os membros
da equipa e criar sistemas previsíveis durante o processo de planeamento e tratamento,
despertando assim, o interesse da autora na escolha do tema para esta revisão
bibliográfica narrativa.
Com a realização desta revisão bibliográfica narrativa, pretendeu-se dar a conhecer, aos
médicos dentistas, de forma generalista, os recursos existentes na técnica apresentada,
para elaborar um sorriso de acordo com a vontade expressa pelo paciente.
2
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
II - DESENVOLVIMENTO
1 – Materiais e métodos
Para a realização da monografia apresentada foi efectuada uma revisão bibliográfica
durante o ano decorrente, recorrendo-se a diversos motores de busca online,
nomeadamente, Pubmed, b-on, Scielo, JADA, e Science Direct.
Com o objectivo de encontrar o máximo de informação respeitante ao tema, usando
como palavras-chave: “ Digital Smile Design”; “Visagism”; “dental planning”;
“meaning of smile” e “mock-up”.
Na sua maioria, a pesquisa foi realizada no motor de busca Pubmed, usando
combinações MESH, de forma a obter o maior número de artigos relacionados e
interligados entre si, com base nas combinações feitas com as diversas palavras-chave.
Numa primeira pesquisa foram encontrados 1.889 artigos. De seguida, este número
reduziu-se a 145, por aplicação de critérios de exclusão.
Após isso, chegou-se a um total de 86 artigos; destes, apenas 70 foram utilizados para a
realização desta revisão literária, uma vez que os restantes estavam inacessíveis.
Também se utilizaram livros presentes na biblioteca da Universidade Fernando Pessoa e
na biblioteca da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto.
2 – SORRISO
2.i – Significado do sorriso
O sorriso é apresentado na literatura como um processo que activa os mecanismos
emocionais do cérebro. O processo neuropsicofisiológico inicia-se no sistema límbico,
que é considerado o centro emocional, e depende da activação de diversas estruturas
neurológicas, necessárias à activação dos músculos faciais zigomáticos, indutores da
expressão de uma mensagem que seja visível e percepcionada pelo receptor. O desejo
de sorrir é uma representação psicológica (Freitas, 2009).
3
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
A imagem mental do sorriso obriga a um processo cognitivo. Assim, o sorriso é
caracterizado como expressão de uma emoção tendo em conta que se trata de uma
reacção afectiva imediata à estímulos exteriores e provoca alterações psicofisiológicas
(Freitas, 2009).
A teoria da expressão facial da emoção proposta por Ekman, fundamenta a importância
do sorriso na comunicação emocional. Ekman, chegou à conclusão de que existem três
sistemas em interacção no fundamento de uma emoção, sendo estas, a cognição, a
expressão facial e a actividade do sistema nervoso autónomo. Segundo o mesmo, a
expressão facial tem bastante relevância (Freitas, 2007).
A semelhança na expressão das emoções básicas em diversas culturas é sustentada pelo
programa de expressão facial, o qual corresponde à activação de um conjunto de
impulsos nervosos que permitem que o rosto apresente a expressão adequada
(Bochner,1983).
A emoção da felicidade é definida universalmente pelo movimento do zigomático
maior, músculo que participa na elevação dos cantos da boca para originar o sorriso
(Ekman, Levenson e Friesen, 1983).
Entre as expressões faciais, o sorriso é a mais simples, a mais facilmente reconhecida,
mas ainda assim pode causar confusão ao ser interpretado (Ekman e Friesen, 1982).
O sorriso é um dos sinais mais importantes que os seres humanos utilizam para
interagir. É uma expressão recorrente e utilizada numa ampla gama de contextos sociais.
As pessoas sorriem para outras, conhecidas ou não, e geralmente é um indicador de que
o indivíduo está feliz ou que está contente por ver a pessoa ao qual o sorriso é
direccionado (Maringer et al., 2011).
Ainda de acordo com Maringer et al. (2011), ao comparar pessoas que não sorriem com
pessoas que sorriem, constata-se que estas são interpretadas como mais felizes, são
consideradas mais atraentes, amáveis, honestas e competentes, além de receberem maior
cooperação.
4
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Em todas as culturas que foram estudadas expressões faciais, o sorriso é reconhecido
como representação de emoções positivas, tais como a felicidade ou alegria. Tendo em
conta o consenso universal de que quando alguém sorri está a sentir uma emoção
positiva, seria esperado que a função do sorriso fosse a de expressar facialmente o que
está acontecendo fisiologicamente durante uma emoção positiva (Frank e Ekman,
1996).
Rinn (1984), sugere até que as expressões faciais são necessárias para que a emoção
seja experimentada, assim sendo, se a expressão facial não se verificar, a emoção não
poderá ser sentida.
As pesquisas iniciais sobre o sorriso revelaram que a frequência, a duração e a
intensidade da atividade do músculo zigomático maior estava positivamente relacionada
com a felicidade relatada pela pessoa que sorria. Entretanto, foi observado que este
músculo também era accionado quando indivíduos relatavam o sentimento de emoções
negativas como nojo, desilusão, tristeza, incerteza e desconforto em geral (Ekman et al.,
1980; Ekman et al., 1990; Niedenthal et al., 2010).
Para Damasio (2000), o facto de ocorrer mudança de expressão no rosto pressupõe
mudança do que sentimos.
2.ii – Sorriso ideal
Quando nos referimos à beleza, o padrão de beleza não depende de uma imagem préformada, o rosto exato da beleza não tem como ser determinado. A procura por um
padrão de beleza remonta a Pitágoras e Platão, dos ideais matemáticos e filosóficos da
beleza, passando por Leonardo da Vinci até aos tempos actuais, sempre na tentativa de
entendê-la e proporcioná-la. Com a estética dentária não é diferente, como em outras
áreas, baseia-se em leis e técnicas, sempre procurando um sorriso estéticamente
satisfatório e agradável. Na busca da utopia do sorriso estéticamente agradável, o
mercado da estética dentária tem vindo a desenvolver-se em diversas áreas da medicina
dentária, tais como, dentística, ortodontia e implantologia (Silva, 2013).
5
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Segundo Camara (2010), a obtenção de um sorriso bonito é sempre o objectivo
principal de qualquer tratamento estético dentário. Este autor, defende que é a beleza do
sorriso que fará a diferença entre o resultado estético aceitável ou agradável em
qualquer tratamento.
A estética, tão debatida nos dias de hoje, tem a sua origem há muitos anos atrás, ainda
no antigo Egito, onde há registos sobre a preocupação com a estética facial em relação à
forma e proporção (Mack, 1996).
Para Graham (2001), entende-se por estética o estudo filosófico da natureza, do belo,
dos fundamentos da arte e da percepção das emoções pelos fenómenos estéticos e
formas de arte.
No entanto, o conceito de estética é subjetivo e muito particular, variando de acordo
com a cultura da população. Assim, o que é considerado bonito para determinada
população pode não ser para outra (Baratieri et al., 1995).
Segundo o Dicionário Michaelis de Língua Portuguesa (2008), a estética é “o estudo
que determina o caráter do belo nas produções naturais e artísticas''. Este conceito do
que é belo ou estético não forma um conceito imutável, o gostar é particular e varia de
indivíduo para indivíduo. No entanto, um sorriso estéticamente agradável não passa
despercebido aos olhos dos mais desentendidos, que nada conhecem a respeito dos
princípios aplicados na concepção de um sorriso ideal.
Para Goes (2004), é importante salientar que a realização de restaurações
fundamentadas em princípios estéticos auxilia na obtenção de um sorriso agradável,
capaz de devolver a auto-estima ao paciente.
Shiratori et al. (2011), concluiu que um sorriso atractivo e agradável é uma
manifestação de bem-estar e que certamente irá aumentar a integração de um indivíduo
na sociedade por causar uma boa impressão inicial no relacionamento inter-pessoal.
Paolucci et al. (2012), salienta que apesar das constantes evoluções das técnicas e dos
materiais dentários que permitem a obtenção de restaurações dentárias com ótima
6
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
forma, função e com acessos minimamente invasivos, ainda ocorrem falhas no resultado
final. Segundo o mesmo, essas falhas têm origem no esquecimento de que cada ser é
único, ocorrendo uma desarmonia entre o desenho do sorriso e a personalidade de cada
paciente. Quando não é realizada uma análise da personalidade humana antes da
execução do trabalho, o paciente pode ter a sensação que o sorriso e os dentes não lhes
pertencem. Se o médico dentista não tem conhecimento acerca da importância da
personalidade da pessoa, torna-se difícil reconhecer o motivo pelo qual o trabalho não
atingiu as expectativas estéticas do paciente.
Precisamente para auxiliar na inter-relação, estética dentária e personalidade do
paciente, foi desenvolvido o conceito de Visagismo. Para encontrar uma composição
agradável e aceitável do sorriso, alguns factores de composição estética devem ser
observados para orientar a realização nos trabalhos clínicos (Paolucci et al., 2012).
Segundo Gerald Chiche (1996), quatro fatores podem ser efetivamente aplicados ao
sorriso: estruturas de referência, proporção, simetria e perspectiva.
Para Kina (2003), um dos grandes problemas que se enfrenta nesta área é que
determinadas formações estéticas, têm levado alguns clínicos a vícios de formatação,
caracterizando os seus trabalhos sempre na mesma perspectiva, forma e cor. É
importante e fundamental estar atento ao singular, pois apesar dos padrões referenciais,
não devemos negligenciar a harmonia singular, características e anseios do indivíduo.
Um sorriso agradável depende da beleza estrutural, ou seja, da relação da harmonia
entre elementos dentários, tecidos gengivais e lábios.
Um sorriso agradável pode produzir uma áurea que amplia a beleza da face, fazendo
parte das qualidades e virtudes da personalidade humana (Rufenacht, 1990).
Em sorrisos harmoniosos existe uma proporção áurea entre a largura do sorriso, o
segmento dentário anterior e o corredor bucal, assim como na largura dos dentes do
segmento anterior. A proporção de 1,0 para 1,618 é representativa da harmonia
verificada entre as duas partes desiguais (Figura 1), o símbolo secreto é o pentágono
com a estrela de cinco pontas, utilizada como representação geométrica da proporção
7
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
áurea (Mondelli et al., 2006). Também foram estipuladas escalas para facilitar o
estabelecimento das proporções nos trabalhos estéticos restauradores (Levin, 1978).
Figura 1 - Escala para determinar a proporção de 1,0 para 1,618,
alcaçando a proporção áurea (Xavier, 2013)
A aplicação do número dourado à estética dentária foi inicialmente mencionada por
Lombardi e desenvolvida por Levin. Este último observou que nas dentições
estéticamente agradáveis, a largura do incisivo central está em proporção dourada com a
largura do incisivo lateral, que por sua vez está em proporção dourada com a parte
anterior visível do canino (Mondelli, 2006).
A proporção áurea nem sempre é encontrada na composição dentária da população, por
isso, não deve ser utilizada sistematicamente em todos os casos mas sim servir como
guia de diagnóstico e deve ser adaptada para cada caso em particular. O uso desta escala
ajuda a detectar o que não está correcto na relação proporcional do segmento anterior e
serve para auxiliar durante as fases do planeamento (Mondelli, 2006).
Devido ao seu posicionamento na arcada dentária, os dentes anteriores desempenham
um papel de grande importância na análise estética do sorriso (Heinlein, 1980). Assim
sendo, qualquer alteração, seja ela de forma, tamanho ou número, é facilmente
percebida pelo observador e produz de imediato um efeito estético negativo (Figuras 2,
3, 4 e 5), podendo afectar psicologicamente e socialmente o indivíduo (Marinho,
Barretto e Regina, 2011).
8
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Figura 2 - Efeito estético negativo causado pela
Figura 3 - Fotografia pós-tratamento, baseado nos
alteração de forma (Xavier, 2013).
Figura 4 - Efeito estético negativo causado pela
princípios estéticos (Xavier, 2013).
Figura 5 - Fotografia pós-tratamento, baseado nos
alteração de forma (Xavier, 2013).
princípios estéticos (Xavier, 2013).
Os incisivos centrais superiores, devido à sua posição no centro da arcada, devem
aparecer como os mais largos e brancos. Estes também devem ser os dentes mais
visíveis frontalmente (Mondelli, 2006).
Para Baratieri et al., (1995); Sanzio et al., (2005); Carrilho, (2007) e Moskowitz, (2005),
os princípios para criar um sorriso ideal envolvem basicamente quatro factores: a
estética facial, a condição periodontal, os elementos micro-estéticos e os macroestéticos. De acordo com Teixeira et al. (2008), um plano de reabilitação estética deve
englobar todos esses parâmetros e, por isso, deve recolher-se informações acerca da
expressão facial, dos componentes musculares e da relação entre eles, juntamente com a
aparência e a harmonia gengival.
A micro-estética envolve elementos intrínsecos à anatomia de cada dente. A
caracterização cromática e de textura deve assemelhar-se o quanto possível à estrutura
natural dos dentes, bem como permitir a sua inserção harmoniosa na arcada dentária. O
9
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
profissional deve estar habilitado a reconhecer os detalhes que dão a caracterização da
estrutura dentária de cada indivíduo e reproduzi-las com minuciosidade (Baratieri et al.,
1995; Moskowitz, 2005).
Na composição macro-estética ideal, alguns princípios estéticos do sorriso foram
reavaliados por Snow em 1999, sendo eles: simetria a partir da linha média, dominância
anterior ou central e proporção regressiva (Mondelli, 2006).
É também importante, a avaliação do grau de exposição dentária por intermédio da
normalização de parâmetros labiais máximos e mínimos, baseados em posições
fonéticas e musculares, quantificando, assim, as relações e proporções estéticas de
exposição dentária (Kokich e Kinzer, 2005).
Actualmente, ter uma boca livre de problemas biológicos e funcionais não é suficiente
para pacientes exigentes. Eles desejam ter sorrisos bonitos com um aspecto natural que
se integre com as suas características físicas e emocionais. O médico dentista actual
deve ir além das fronteiras da medicina dentária tradicional e desenvolver uma visão
artística (Coachman et al., 2011).
Partindo do pressuposto que o médico dentista possui conhecimentos suficientes para
realizar procedimentos altamente estéticos, esse profissional percorrerá ainda um longo
e importante caminho, pois nenhum tipo de tratamento poderá ter êxito sem o
estabelecimento de um correcto diagnóstico e adequado planeamento (Baratieri et al.,
1995).
3 – VISAGISMO
3.i – Introdução ao visagismo
Relativamente à estética actual, existe um conceito diferenciado denominado visagismo,
consiste num método inovador descrito pelo artista plástico Phillip Hallawell, baseia-se
nos fundamentos da linguagem visual, estética, física, óptica, geométrica, antropológica,
psicológica e neurológica (Kao et al., 2014).
10
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
O visagismo é utilizado em várias áreas relacionadas com a estética, tais como,
cabeleireiros, maquilhadores, consultores de imagem, profissionais da moda, médicos
dentistas, cirurgiões plásticos, médicos da medicina estética, estéticistas, psicólogos,
entre outros (Hallawell, 2009). Este novo conceito conseguiu unir a área da saúde, a
área de ciências humanas e a arte da estética, com o objetivo de oferecer uma visão
alargada para o sorriso (Kao et al., 2014).
O visagismo é a arte de personalizar a imagem pessoal. Um estilo pessoal só é possível quando a pessoa
realmente tem valores, princípios próprios e um pensamento livre de padrões. Isso aplica-se a qualquer
pessoa, de qualquer classe social. É preciso que ela saiba quem ela é e que tenha conteúdo, personalidade.
A imagem vai reflectir o seu pensamento, os seus valores, o seu modo de vida, assim sendo, a sua
personalidade será única com características únicas
(Hallawell et al., 2003).
Para Hallawell (2009), o visagismo auxilia o profissional a ler a imagem pessoal do
indivíduo, o que cada linha, formato, proporção e cor expressam, como afetam as
pessoas emocional e psicologicamente. Pretende-se ajudar os pacientes a estabelecer
uma imagem pessoal que os identifique positivamente para o mundo e para si mesmos,
com o comportamento em sintonia com o melhor de si.
3.i.i – Símbolos arquetípicos e o cérebro emocional
Carl Jung (1968), passou os últimos anos da sua vida a investigar diferentes culturas e
civilizações. Descobriu que certos símbolos e imagens têm sido utilizados em todas as
culturas com o mesmo significado. Jung criou os símbolos arquetípicos para definir
estas imagens.
O mais simples destes arquétipos são as formas geométricas: o quadrado, o triângulo, o
círculo, o oval e as suas variações. As cores primárias e secundárias também são
arquétipos (Jung, 1968).
Hallawell (2003), observou que cada composição visual é estruturada por uma ou por
várias combinações destas formas, e que as linhas que estas formam, também podem ser
consideradas arquétipos. Estes elementos visuais, linhas, formas e cores estabelecem
11
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
uma linguagem universal, independentemente da cultura, raça ou educação do
indivíduo.
Para Jung (1968), esta linguagem era parte do subconsciente. Apesar de ainda não se
saber como é que o cérebro reconhece um arquétipo, pesquisas recentes têm procurado
como esses símbolos são processados mentalmente e como afectam as pessoas.
O neurocientista Joseph LeDoux (1998), descobriu que o sistema límbico não é
responsável pela criação de emoções, como era assim defendido. Vários sistemas
autónomos estão relacionados com as funções básicas de sobrevivência, o que indica
que o tálamo visual é capaz de reconhecer arquétipos que desencadeiam os sistemas que
geram emoções. Dessa forma, explicaria porque uma imagem provoca sempre uma
reacção emocional imediata, tal como observado por muitos investigadores e artistas.
Quando um indivíduo observa uma imagem, o cérebro emocional primeiro percebe uma
combinação de linhas, formas e cores que têm significados específicos. Só depois disso,
uma vez que o córtex visual é estimulado, é que a imagem é observada como um
conceito no seu todo.
Quando o médico dentista efectua um tratamento personalizado em que usou visagismo
é visível uma reação emocional imediata por parte do paciente e pode ser acompanhada
por mudanças no comportamento, postura, e até mesmo na fonética (Paolucci et al.,
2012).
3.ii – Visagismo em medicina dentária
O conceito de estética dentária, que revela o desejo de um sorriso belo e padronizado,
tem vindo a perder sentido, pois o grau de exigência do paciente para uma melhor
observação dos detalhes do sorriso está cada vez mais elevado (Coachman e Calamita,
2012).
A constante evolução das técnicas e dos materiais restauradores melhora
significativamente a reprodução das características estéticas e funcionais dos elementos
dentários. No entanto, alcançar a expectativa do paciente não está diretamente
12
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
relacionado à qualidade do material ou das técnicas utilizadas, é fundamental ter em
conta factores como a percepção da beleza e harmonia entre a transformação do antigo
sorriso e as características faciais do paciente, isto é, como o paciente identifica a sua
imagem pessoal e percebe a beleza (Coachman e Calamita, 2012).
Paolucci (2011), realizou um estudo com o intuito de informar os médicos dentistas e
demonstrar a relevância da visão interdisciplinar do sorriso, por meio de trabalhos
relacionados com o conceito “beleza do sorriso”.
As alterações da imagem pessoal, modificando a estética dentária, tais como a forma,
tamanho ou cor na anatomia dos dentes do paciente devem ser realizadas com cuidado,
pois poderá alterar a sua identidade visual e causar danos na sua auto-estima. Nesse
sentido, o visagismo tem por finalidade personalizar o sorriso com harmonia, interrelacionar o formato das estruturas anatômicas faciais e das características pessoais,
ajudando o profissional a alcançar resultados que reflictam com naturalidade as
características individuais do paciente (Kao et al., 2014).
3.ii.i – Comunicação não-verbal
A região oral predomina no terço inferior do rosto e imediatamente atrai a visão porque
contem ambas as funções comunicativas verbais e não-verbais. A comunicação nãoverbal, que é a questão primária de estudo no visagismo, ocorre em apenas uma fracção
de segundos. Quando o olhar se foca na boca, os símbolos arquetípicos são
instantaneamente registados no cérebro e entendidos de forma inconsciente e
emocionalmente (Hallawell, 2003; Ledoux, 1998; Paolucci, 2011).
No Visagismo, os incisivos centrais superiores são os elementos dentários mais
importantes na comunicação não-verbal por causa da sua posição de destaque na boca.
Os incisivos laterais superiores estão associados a aspectos intelectuais e emocionais da
personalidade, os caninos expressam a agressividade de um indivíduo, a ambição e o
dinamismo. Os lábios também revelam informações importantes através da sua forma,
tamanho e espessura, a largura do sorriso também é tida em conta (Ledoux, 1998;
Paolucci, 2011).
13
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
3.ii.ii – Análise facial
As formas geométricas básicas possuem um significado e, consequentemente, uma
mensagem psicológica que podem ser relacionadas com o formato da face do paciente.
Segundo Hipócrates, de acordo com a personalidade individual, existem quatro tipos
básicos de aparência temperamental facial, que são: o colérico, o optimista, o
melancólico e o fleumático (Figura 6). Porém, pelo facto da maioria das pessoas não
gostarem destas designações, foram substituídas respectivamente por, forte, dinâmico,
sensível e calmo. O uso desses quatro tipos básicos de aparência temperamental facial
na medicina dentária, auxilia na decisão da forma dentária que deve ser escolhida para
cada tipo de pessoa (Rufenacht, 1990; Rufenacht, 2000).
Figura 6 – Tipos de temperamentos segundo Hipócrates
(Paolucci et al., 2012)
O indivíduo colérico ou forte caracteriza-se por ter o formato da face retangular, com
ângulos bem definidos, apresenta também linhas horizontais e verticais bem definidas à
volta da testa e da boca e olhos profundos. São caracterizados por serem determinados,
objectivos, explosivos, intensos, empreendedores e passionais (Paolucci et al., 2012).
O tipo dinâmico ou optimista, tem um rosto triangular com linhas oblíquas em torno dos
olhos e da testa, um nariz proeminente e uma boca larga. Caracteriza-se por ser um
indivíduo impulsivo, dinâmico, entusiasta, comunicativo e extrovertido (Paolucci et al.,
2012).
14
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Por sua vez, o tipo melancólico ou sensível tem os olhos bastante próximos, um rosto
com formato oval e tem uma personalidade caracterizada pela gentileza, organização, é
uma pessoa perfeccionista, artística, tímida e reservada (Paolucci et al., 2012).
Por último, o fleumático ou calmo, é um ser diplomático, pacífico, espiritualista,
conformista e discreto com feições arredondadas ou mais quadradas. Os lábios
inferiores são projetados e as pálpebras são descaídas (Paolucci et al., 2012).
3.ii.iii – Análise dentária
Os dentes antero-superiores são o foco dos estudos visagistas, pois é nesta região que
estão concentradas as mais importantes informações não-verbais da face do paciente.
Ao observar os dentes anteriores superiores, uma série de linhas de referência devem ser
consideradas, tais como, o contorno gengival, os pontos de contacto, as papilas
gengivais e o plano incisal (Figura 7).
Figura 7 – Linhas de referência (Paolucci et al., 2012).
Estas linhas são símbolos arquetípicos, o que significa que variações específicas na sua
disposição vão despertar emoções diferentes no observador. A intenção do paciente
deve ser entendida e levada em conta, juntamente com o conhecimento visagista do
profissional antes do tratamento (Paolucci et al., 2012).
Existem contradições literárias sobre a escolha do formato do incisivo central, se este
tem ou não uma relação direta com o formato da face do indivíduo. O estudo no qual
demonstra a ausência de relação, sugere que a proporção entre estes elementos traz mais
harmonia ao sorriso (Paolucci et al., 2011)
15
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Há quatro formas básicas de dentes (Figura 8): retangular (fig. 8a), triangular (fig. 8b),
oval (fig. 8c) e quadrado (fig. 8d) com algumas variações possíveis. As linhas podem
ser retas, verticais, horizontais, inclinadas ou curvas, têm formas infinitas de interação
para criar a diversidade da forma dos dentes naturais (Paolucci et al., 2012).
Figura 8- Formas básicas dos incisivos centrais
(Paolucci et al., 2012)
De acordo com Ahmad (1998), estas linhas têm um poder de expressão e significado
emocional, que podem ser classificados da seguinte forma:
 As linhas rectas verticais representam força, poder e masculinidade.
 As linhas rectas horizontais representam como nascemos, vivemos e morremos e
expressa equilíbrio, passividade e tranquilidade. Nalguns casos podem
representar uma barreira.
 As linhas rectas inclinadas expressam dinamismo, movimento e alegria.
 As linhas curvas representam a transição gradual entre dois planos (vertical e
horizontal) e expressam suavidade, delicadeza, feminidade e sensualidade.
As arcadas dentárias também seguem as quatro formas básicas (Figura 9), retangular
(fig. 9a), triangular (fig. 9b), oval (fig. 9c) e quadrado (fig. 9d), no entanto, é importante
realçar que frequentemente são observadas algumas variações.
16
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Figura 9 – Formas básicas das arcadas
dentárias (Paolucci et al.,2012)
3.ii.iiii – Planeamento e previsibilidade
Os médicos dentistas que trabalham com o visagismo, devem fazer uma entrevista,
denominada por Hallawell, de consultoria, na qual o profissional faz uma análise dos
traços físicos, do modo de andar e sentar, do tom de voz e da postura do paciente,
seguido de uma análise comportamental, com o objectivo de analisar e entender as
necessidades e preferências pessoais. No final do processo, o profissional conseguirá ter
um entendimento do tipo temperamental do seu paciente (Kao et al., 2014).
Esses tipos temperamentais, como já referido anteriormente, foram descritos por
Hipócrates como colérico, optimista, melancólico e fleumático, no qual, de modo geral,
um ou dois apresentam-se dominantes na personalidade de um indivíduo. Esses
temperamentos estão associados a tipos de desenhos de sorriso (figura 10). Os desenhos
de sorriso são combinações formadas pelos dentes e por todas as estruturas até agora
mencionadas. Cada combinação é composta por um grupo específico de elementos com
o mesmo significado e expressam uma mensagem não-verbal, que será trabalhada pelo
médico dentista e toda a equipa envolvida no caso (Coachman et al., 2012; Pantano,
2012).
17
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
O indivíduo colérico/forte é associado ao desenho de sorriso forte, o longo eixo dos
dentes antero-superiores está perpendicular ao plano horizontal, os incisivos centrais são
retangulares e bem visíveis, a posição do canino é vertical. A simetria é radial, a linha
de união dos pontos de contactos entre os incisivos centrais e laterais é horizontal,
enquanto que, a linha de ligação do contorno gengival de canino a canino é horizontal,
com os incisivos laterais abaixo da mesma. A arcada superior é dominantemente
rectangular (Kao et al., 2014).
A pessoa caracterizada como optimista/dinâmica geralmente tem os dentes anteriores
superiores posicionados com o seu longo eixo ligeiramente inclinado para distal, com
simetria radial discreta. A linha de conexão do contorno gengival é ascendente ou em
ziguezague, as linhas de união dos pontos de contacto assim como o plano incisal são
ascendentes a partir da linha média. Os incisivos centrais são triangulares ou
trapezoidais e os caninos têm o limite vestibular representado por uma linha recta
inclinada para mesial. A arcada superior é predominantemente triangular ou poligonal e
harmoniza-se com o rosto hexagonal, triangular invertido ou em forma de losango (Kao
et al., 2014).
No indivíduo considerado melancólico/sensível, o desenho do seu sorriso é suave com o
longo eixo dos dentes antero-superiores rectilíneo ou com uma ligeira inclinação para
distal. A simetria radial é discreta. A linha de união dos pontos de contacto e do
contorno gengival são abaixo da linha média, criando assim um plano incisal invertido.
A forma dos incisivos centrais é geralmente oval, por conseguinte, a face vestibular dos
caninos é curvada e inclinada para mesial. A arcada superior é predominantemente oval.
Os dentes antero-superiores são bem alinhados em curva ou parábola (Kao et al., 2014).
A pessoa caracterizado como fleumática/calma, é associada ao sorriso plano, no qual o
longo eixo dos dentes maxilares anteriores está perpendicular ao plano horizontal, com
excepção do canino, que podem estar ligeiramente rodados para os lados. Nenhum
grupo de dentes é dominante. A simetria horizontal está presente mas pode existir
diastema. A linha de união do contorno gengival e dos pontos de contacto é recta. Os
incisivos centrais tendem a ser quadrados e pequenos e a face vestibular dos caninos é
18
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
curva e posicionada verticalmente. A arcada superior geralmente é larga e circular. O
rosto tem um formato quadrado ou redondo (Kao et al., 2014).
Figura 10 – Desenho do sorriso de acordo com o tipo de
temperamento (Paolucci et al., 2012)
Actualmente, a individualização do sorriso é cada vez mais procurada, para tal, a
utilização dos princípios do visagismo torna-se uma ferramenta fundamental. A análise
das características das estruturas faciais juntamente com a personalidade do indivíduo
torna-se indispensável para harmonizar estes dois elementos na elaboração do sorriso
que mais se adequa ao perfil do paciente. Todos estes passos levam a uma significativa
melhoria na auto-estima e no relacionamento social do paciente. O planeamento tornase mais previsível e individualizado para cada pessoa (Kao et al., 2014).
4 – DIGITAL SMILE DESIGN
4.i – Comunicação entre médico dentista e paciente
No primeiro contacto com um paciente que procura um tratamento estético dentário, o
médico dentista tem de entender as necessidades desse paciente, isto é, entender qual é o
principal problema que o incomoda. Assim, ouvir atentamente as explicações da pessoa,
definir a sua personalidade, analisar as expectativas e o grau de exigência em relação ao
que pretende é de extrema importância por parte do clínico (Fradeani, 2006).
19
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
De acordo com Mondelli et al. (2006), o diálogo entre o profissional e o paciente é
fundamental, devem ser esclarecidas todas as dúvidas. É muito importante que exista
entendimento, pois muitas vezes a aparência da pessoa será modificada, e isso exige
uma série de cuidados.
Segundo Goldstein (1998), o objetivo da comunicação entre o dentista e o paciente é
ajudar este último a antecipar a imagem do resultado na sua cabeça, aumentando as
possibilidades em concordar com o plano de tratamento, mas também em ficar satisfeito
com as futuras alterações.
A mudança na face do paciente é um factor com que muitos médicos dentistas lidam
frequentemente, mas para além das implicações físicas, os factores psicológicos
envolvidos também devem ser tidos em conta. Não devemos apenas avaliar os
resultados que o paciente gostaria de alcançar, mas também as causas, motivações e
desejos que o levaram a procurar este tratamento (Goldstein, 1998).
Não é incomum, o paciente apresentar uma imagem daquilo que pretende, mas quando
vê o resultado em boca pode ficar insatisfeito. Por vezes o médico dentista terá de lidar
com pacientes que não conseguem explicar, exteriorizar, o que realmente desejam ou
até mesmo não terem a noção do que pretendem. Uma das prioridades do clínico deverá
ser esclarecer o paciente relativamente às técnicas e filosofias da estética dentária.
(Goldstein, 1998).
Outra consideração relevante para Goldstein (1998), é que nunca se deve prosseguir
com um plano de tratamento enquanto não houver um entendimento explícito das
mudanças proporcionadas pelo tratamento. Por isso, é de extrema importância que o
paciente possa, de alguma forma, visualizar os possíveis resultados.
20
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
4.ii – Objectivos
Christian Coachman juntamente com um técnico dentário começaram a desenvolver o
conceito de DSD ao entender que algumas falhas durante o planeamento de diagnóstico,
a comunicação e os procedimentos interferiam negativamente nos resultados do
tratamento. A ideia inicial evoluiu consistentemente para um protocolo abrangente com
a intenção de alcançar resultados previsivelmente superiores. Atualmente, o Dr.
Coachman está a lançar uma nova imagem da medicina dentária, mais humana,
emocional e artística, com o objetivo de proporcionar sorrisos saudáveis e naturalmente
belos (Coachman et al., 2012).
Para Coachman, Calamita e Schayder (2012), o objetivo de todo o tratamento estético
dentário deve ser o de criar um design do sorriso que se integre nas necessidades
funcionais, estéticas e emocionais do paciente. As melhores técnicas e materiais do
mercado podem ser inúteis se o resultado final não atingir as expectativas estéticas do
paciente. Como tal, a equipa multidisciplinar de profissionais deve recorrer a todas as
ferramentas possíveis no sentido de melhorar a visualização dos problemas estéticos, de
criar possíveis soluções e de as apresentar ao paciente, orientando com precisão os
procedimentos clínicos e laboratoriais para atingir resultados previsíveis.
O DSD pretende facilitar o trabalho do médico dentista ao lhe permitir visualizar o
sorriso ideal. Um projeto sem um desenho prévio ocorre com frequência na medicina
dentária, e numa situação fracassada a resolução geralmente torna-se complexa. O
desenho do sorriso é o primeiro princípio do planeamento restaurador. O DSD surgiu
devido as dificuldades na previsibilidade dos tratamentos e na dificuldade em realizar o
planeamento do design do sorriso (Coachman, Calamita e Schayder, 2012).
O DSD é uma ferramenta que reforça a comunicação entre a equipa de dentistas que
participam no caso, entre os dentistas e os técnicos de laboratório, e também entre os
médicos dentistas e os seus pacientes (Coachman et al., 2011).
Com uma melhoria na comunicação com o paciente e a possibilidade de visualizar os
problemas estéticos do mesmo, surge outro objectivo também importante relacionado ao
21
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
DSD, que é facilitar a venda do “produto” do médico dentista. Segundo Coachman, se o
“produto” do dentista é o plano de tratamento, a apresentação passa a ser fundamental.
Portanto, a aceitação do tratamento, por parte do paciente, também está relacionada ao
planeamento e à forma como este lhe será apresentado. Assim, uma visão de marketing
comercial no ramo da medicina dentária torna-se essencial (Coachman et al., 2011).
O DSD envolve éticamente os pacientes no processo, estes tornam-se co-autores do
tratamento, compartilham objetivos, responsabilidades e expectativas com a equipa de
rehabilitação, com isto, pretende-se uma melhoria significativa ao longo de todo o
processo para atingir o resultado final desejado. O projeto personalizado do paciente
pode ser visualizado e sempre que surja necessidade podem ser feitas modificações. O
DSD também pode ser usado para fins médico-legais, ficam registadas as melhorias que
foram alcançadas e os motivos das decisões durante o tratamento (Coachman et al.,
2011).
O conceito DSD pretende auxiliar o dentista em 3 aspectos (Coachman et al., 2012):

Melhorar o planeamento estético e o design do sorriso.

Melhorar a comunicação entre os profissionais envolvidos no caso.

Melhorar a comunicação com o paciente e envolvê-lo activamente na elaboração
do seu próprio sorriso.
4.iii – Material necessário
O programa DSD tem um custo único e vitalício, é necessário fazer formação acerca da
técnica, em cursos especializados, para utilizá-la da melhor forma. A técnica é de fácil
compreensão e não exige equipamentos ou softwares específicos. No mínimo, são
necessárias três fotografias digitais básicas, uma extra-oral frontal com sorriso amplo e
dentes entreabertos, extra-oral em repouso, e intra-oral da arcada superior, podem ser
obtidas com equipamentos simples, até mesmo com determinados smartphones. O
conceito é baseado na colocação de linhas e desenhos digitais sobre as fotos, extra e
intra-orais do paciente. É feita uma análise das proporções faciais e dentárias através das
22
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
fotografias digitais para avaliar a relação estética entre dentes, gengiva, sorriso com as
características faciais (Coachman, Calamita e Schayder, 2012).
Poderá ser feito um vídeo de curta duração da face do paciente para melhorar e
complementar a análise fotográfica. Deverão ser captadas várias posições dos dentes e
do sorriso, incluindo planos de perfil e de 45º (Coachman e Calamita, 2012).
Quando estes dados estão reunidos, são transferidos para um computador. A imagem é
calibrada através de uma régua digital e realizam-se as alterações pretendidas no sorriso.
O programa utilizado para a elaboração do projecto é o powerpoint ou keynote. O caso
pode ser compartilhado com outros membros da equipa através da internet (Coachman,
Calamita e Schayder, 2012).
Após a aprovação do projecto por parte do paciente, é partilhado com todos os
elementos necessários para proceder à sua elaboração. O passo seguinte passa pela
elaboração de um encerramento de diagnóstico (Coachman et al.,2012).
4.iii.i – Encerramento de diagnóstico
O encerramento de diagnóstico é uma ferramenta fundamental num tratamento
restaurador directo e indirecto. É uma reprodução feita em cera, realizada num modelo
de estudo, com o objectivo de visualizar em três dimensões, a reprodução da forma final
dos dentes antes do tratamento por parte do dentista. Numa fase mais avançada irá
também ajudá-lo visualmente para a realização do preparo dentário (Calixto, Bandeca e
Andrade, 2011).
Com o enceramento de diagnóstico, é possível prever a estabilidade oclusal, os
movimentos mandibulares e a ausência de interferências, todos estes factores são
considerados essenciais para o equilíbrio do aparelho estomatognático (Bassanta, 1992).
23
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Nesta fase, é essencial a aprovação do paciente para se poder prosseguir e evitar
qualquer insatisfação após a confecção das peças protéticas ou restaurações. (Kina et al.,
2006).
O modelo encerrado vai possibilitar a elaboração da guia de silicone, que auxiliará o
profissional durante a fase restauradora, uma vez que copia de forma fiel a superfície
dos dentes (Boselli e Pascotto, 2007).
A partir do enceramento de diagnóstico é possível confeccionar peças provisórias
também designadas por mock-up, ou elaborar peças definitivas, seguindo o mesmo
padrão anatómico (Calixto, Bandeca e Andrade, 2011).
Para uma reabilitação oral ideal é de extrema importância o enceramento de diagnóstico
(Bassanta, 1992; Dias et al., 1993 Shirata et al., 1999; Shiroma et al. 2007).
4.iii.ii – Mock-up
O mock-up dentário permite uma simulação do resultado estético e funcional que é
pretendido. O dentista coloca temporiarmente o mock-up num ou mais dentes já
existentes. Possibilita que o paciente faça uma avaliação antes de proceder ao
tratamento definitivo, este tratamento pode durar alguns dias ou meses, e é uma técnica
totalmente reversível (Kovacs, 2011).
O mock-up pode ser realizado em resina acrílica ou resina composta ou de uma forma
mais prática em resina bis-acrílica (Kovacs, 2011).
Esta prova vai permitir ao profissional trabalhar com maior previsibilidade dos
resultados e uma menor margem de erros em casos mais complexos. Em tratamentos
com alterações de forma, comprimento ou até mudanças de posição do dente na arcada,
o mock-up pode ser uma mais-valia pois teremos uma visualização prévia do resultado
final (Kovacs, 2011).
24
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
4.iiii – Elaboração do projecto
São necessárias apenas três fotografias digitais para todo o processo, nomeadamente:
 Extra-oral frontal com sorriso amplo e dentes entreabertos
 Extra-oral em repouso
 Intraoral da arcada superior
A Sequência do DSD é dividida em 10 etapas:
1) Na primeira etapa é aberto um slide e insere-se duas linhas no centro do slide
formando uma cruz. Ver figura 11.
Figura 11: Formação da cruz (Coachman et al., 2012).
2) A segunda etapa é a formação do arco facial digital, onde a fotografia da face com o
sorriso amplo e dentes entreabertos é movimentada atrás das linhas até que uma
posição estéticamente harmónica seja atingida. São traçadas duas linhas, a linha
bipupilar, que é considerada a primeira referência para estabelecer o plano
horizontal e a linha média facial, de acordo com as caraterísticas faciais, tais como a
glabela, nariz e mento. Ver figura 12.
25
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Figura 12: Arco facial digital (Coachman et al., 2012).
3) A terceira etapa é a análise do sorriso onde a cruz facial é transferida para a região
oral, permite uma análise comparativa entre as linhas faciais e o sorriso.
Observamos o traçado da linha média dentária, plano oclusal e a linha do sorriso.
Ver figura 13.
Figura 13: Análise do sorriso (Coachman et al., 2012).
26
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
4) A quarta etapa é a simulação dentária, podem ser feitas simulações para melhorar o
entendimento da posição/proporção ideal dos incisivos. Ver figura 14.
Figura 14: Simulação digital (Coachman et al., 2012).
5) A quinta etapa é a transferência da cruz facial para a imagem intraoral, através de
um traçado de três linhas de referência, utilizadas para transferir as linhas faciais
para a fotografia intraoral de modo a calibrá-la. Isto permitirá uma análise dentogengival em relação à face. Ver figuras 15 e 16.
Figura 15: Três linhas de referência (Coachman et al., 2012).
27
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Figura 16: Fotografia intraoral calibrada (Coachman et al., 2012).
6) A sexta etapa consiste em analisar a proporção dentária. A medição da proporção
largura/altura dentária é feita no slide, permite uma análise da proporção actual e
uma comparação com a proporção ideal. Observar figuras 17 e 18.
Figura 17: Proporção dentária (Coachman et al., 2012).
28
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Figura 18: Rectângulo com proporção dentária 80% (Coachman et al., 2012).
7) Na sétima etapa define-se o desenho dentário. Seleciona-se e insere-se o contorno
dentário pretendido. Os desenhos das peças dentárias deverão ser guiados pela cruz
facial e pela sua proporção mesio-distal e cervico-incisal. Podem ser realizados de
duas formas, individualmente, de acordo com as expetativas estéticas e caraterísticas
faciais do paciente ou através da biblioteca de formas dentárias. Ver figuras 19 e
20.
Figura 19: Desenho dentário (Coachman et al., 2012).
29
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Figura 20: Desenho dentário com o design ideal (Coachman et al., 2012).
8) Na oitava etapa é feita a avaliação estética dento-gengival. Com a cruz facial, os
desenhos sobrepostos e a foto intraoral a visualização dos problemas estéticos fica
simplificada. O clínico deve ter em consideração todas os parâmetros estéticos
envolvidos na arcada superior do paciente, tais como, a proporção dentária, a
relação interdentária com a linha do sorriso, a discrepância entre a linha média facial
e dentária, a discrepância entre a linha média facial e a inclinação do plano oclusal,
a avaliação da harmonia dos tecidos moles e a relação destes com os dentes, a altura
das papilas interdentárias, o nível da margem gengival, o contorno dos bordos
incisais e o eixo dos dentes. Observar figura 21.
Figura 21: Avaliação estética dento-gengival (Coachman et al., 2012).
30
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
9) A nona etapa, consiste na calibragem da régua digital sobre a fotografia de forma a
permitir a medição das relações importantes evidenciadas pelos desenhos. A régua
digital pode ser calibrada através da medição do comprimento de um dos incisivos
centrais no modelo de gesso. Essa mesma medida é transferida para o computador e
uma vez que a régua digital esteja calibrada, o clínico pode proceder às medições
necessárias. Ver figuras 22, 23 e 24.
Figura 22: Medição no modelo de gesso (Coachman et al., 2012).
Figura 23: Calibragem da régua digital
Figura 24: Comparação do desenho atual para o
(Coachman et al., 2012).
ideal (Coachman et al., 2012).
31
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
10) Na décima etapa é transferida a cruz facial para o modelo, utilizando a régua digital
e um paquímetro, orientamos o enceramento diagnóstico de forma a evitar
problemas de desvio na linha média e inclinação do plano oclusal. Inicialmente, a
linha horizontal sobre a fotografia intraoral é movimentada para cima da margem
gengival dos dentes a rehabilitar. A distância entre a linha horizontal e a margem
gengival é medida com o auxílio da régua digital. O próximo passo é a transferência
da linha vertical. A distância entre a linha média facial e dentária é medida igualmente com a régua digital e ambas as distâncias referidas anteriormente são
transferidas para o modelo de gesso. Após fazer o traçado da cruz no modelo, é
possível transferir várias informações, tal como, o nível da margem gengival, o
comprimento e largura das peças dentárias. Assim, o técnico tem à sua disposição
todos os dados essenciais para a realização de um enceramento de diagnóstico
preciso. Ver figuras 25, 26, 27 e 28.
Figura 25: Altura dos dentes (Coachman et
Figura 26: Largura dos dentes (Coachman
al., 2012).
et al., 2012).
Figura 27: Medidas do DSD no modelo de
gesso (Coachman et al., 2012).
Figura 28: Cruz no modelo de gesso
(Coachman et al., 2012).
32
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
A finalização do caso ocorre com a confecção do mock-up feito com resina e uma chave
de silicone (figura 29), utilizando como guia o enceramento diagnóstico previamente
esculpido e realizando preparos minimamente invasivos (figura 30). Após avaliação
estética final e aprovação do paciente, as preparações dentárias podem ser ajustadas de
acordo com o necessário. Com a aprovação do mock-up, são confeccionadas as
restaurações em cerâmica no laboratório (figura 31), para que depois as mesmas sejam
cimentadas definitivamente (figura 32).
Na figura 33, podemos visualizar o resultado final 6 meses após o tratamento.
Figura 29: Mock-up (Coachman et al.,
Figura 30: Preparos minimamente
2012).
invasivos (Coachman et al., 2012).
Figura 31: Restaurações cerâmicas
Figura 32: Restaurações logo após as
(Coachman et al., 2012).
cimentações (Coachman et al., 2012).
33
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
Figura 33: Resultado final
(Coachman et al., 2012).
34
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
III – CONCLUSÃO
O sorriso é dos sinais mais importantes que o ser humano utiliza para interagir. É uma
expressão que indica o nosso estado emocional, geralmente é um indicador de emoções
positivas. Socialmente, consideram-se as pessoas que sorriem, mais felizes e amáveis.
Um sorriso atractivo e agradável é entendido como uma manifestação de bem-estar, daí,
por causar uma boa imagem inicial da pessoa poderá aumentar a sua integração na
sociedade.
A estética dentária não é diferente de outras áreas, ela também se baseia em leis e
técnicas. Na busca da utopia do sorriso estéticamente agradável, o mercado da estética
dentária tem vindo a desenvolver-se em diversas áreas da medicina dentária.
Apesar das constantes evoluções das técnicas e dos materiais dentários que permitem a
obtenção de restaurações dentárias com ótima forma, função e com acesso
minimamente invasivo, ainda ocorrem falhas no resultado final.
No entanto, o conceito de estética é subjectivo e muito peculiar, alterando-se de acordo
com vários factores. Na procura pelo sorriso ideal, não podemos esquecer que cada ser
humano é único e, nos dias de hoje, a individualização do sorriso é cada vez mais
procurada e reconhecida. Consequentemente, a utilização dos princípios do visagismo
torna-se uma ferramenta fundamental.
O visagismo tem por finalidade personalizar o sorriso com harmonia, inter-relacionando
o formato das estruturas anatômicas faciais e das características pessoais, ajudando o
profissional a alcançar resultados, não meramente bonitos e funcionais, mas que
reflictam com naturalidade as características individuais do paciente. No final do
processo, o profissional conseguirá ter uma ideia do tipo temperamental do seu paciente.
No primeiro contacto com um paciente que procura um tratamento estético dentário, o
médico dentista tem por objectivo fundamental compreender as suas necessidades, isto
é, entender qual é o principal problema que o incomoda.
35
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
O profissional deve elaborar uma sequência de procedimentos com a finalidade de obter
todas as informações essenciais para um planeamento estético individualizado,
iniciando assim um exame clínico detalhado.
O Desenho Digital do Sorriso é um programa que apresenta ao médico dentista os
problemas estéticos do paciente e como possivelmente solucioná-los. Através da melhor
compreensão dos objectivos do paciente, o profissional entende as suas particularidades,
desejos e necessidades pessoais, para obter um diagnóstico amplo, podendo propor um
tratamento adequado.
Pretende-se uma máxima integração do sorriso em relação à face através de um sorriso
natural. Ao obter um bom resultado estético e funcional teremos um paciente com as
suas expectativas cumpridas.
Assim, ouvir atentamente as explicações do paciente, definir a sua personalidade,
analisar as expectativas e o grau de exigência em relação ao que pretende é de extrema
importância por parte do clínico.
Além da vantagem de ser uma ferramenta de construção contínua, o Digital Smile
Design permite que uma equipa multi-disciplinar de profissionais na área da medicina
dentária possa interagir e opinar sobre o caso, facilitando o planeamento e a execução
do tratamento.
O principal objectivo de um médico dentista é o de restabelecer a saúde oral ao seu
paciente, e que este também fique satisfeito com os resultados, contribuindo dessa
forma para o aumento da sua auto-estima e bem-estar físico e mental.
Após a elaboração deste trabalho foi possível concluir que o DSD envolve éticamente
os pacientes em todo o processo, tornando-os co-autores do tratamento, compartilhando
objetivos, responsabilidades e expectativas com toda a equipa envolvida no caso.
Conceber um design do sorriso que se integre com as necessidades funcionais,
biológicas e emocionais do paciente é o objectivo pretendido de todos os tratamentos
estéticos dentários. O sucesso dos casos está dependente, do correto diagnóstico e
36
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
planeamento a ser elaborado, assim como de uma execução clínica e laboratorial
cuidadosa. Torna-se fundamental a busca constante do conhecimento, aperfeiçoamento
e investimento na formação para alcançar os objectivos pretendidos como bom
profissional.
37
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
IV BIBLIOGRAFIA
1. Ahmad, I. (1998). Geometric considerations in anterior dental esthetics: Restorative
principles. Pract Periodontics Aesthet Dent, 10, pp. 813–822
2. Baratieri, LN., et alii. (1995). Estética: restaurações adesivas diretas em dentes
anteriores fraturados. São Paulo: Editora Santos.
3. Bassanta, AD. (1992). A importância do enceramento de diagnóstico na reabilitação
oral. Revista Brasileira de Odontolologia, 49(6).
4. Behle, C. (2000). Placement of direct composite veneers utilizing a silicone buildup
guide and intraoral mock-up. Practical Periodontics and Aesthetic Dentistry, 12(3),
pp. 66-259.
5. Bochner, S. (1983). Cultures in contact: Studies in cross cultural interaction. Oxford:
Pergamnon Press.
6. Boselli, G. e Pascotto, RC. (2007). Incisivos Laterais Conóides: Diagnóstico,
Planejamento e Tratamento Restaurador Direto. Dental press, pp. 111–117.
7. Camara, CA. (2010). Estética em Ortodontia: seis linhas horizontais do sorriso.
Dental Press J. Orthod. 15(1), pp. 118-131. [Em linha]. Disponível em
<http://dx.doi.org/10.1590/S2176-94512010000100014>.
[Consultado
em
20/06/2016]
8. Calixto, LR., Bandeca, MC. e Andrade, MF. (2011). Enceramento diagnóstico:
previsibilidade no tratamento estético indireto. Dental press, 8(3), pp. 26–34.
9. Carrilho, E. e Paula, A. (2007). Reabilitações estéticas complexas baseadas na
proporção áurea. Rev Por Estomatol Cir Max, 48, p. 43.
38
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
10. Chiche, GP. e Pinavet, A. (1996). Estética em prótese fixas anteriores. São Paulo:
Ed. Santos,1.
11. Coachman, C., Calamita, M. e Schayder, A. (2012). Digital Smile Design: uma
ferramenta para planejamento e comunicação em odontologia estética. Dental press,
1(2), pp. 36-55.
12. Coachman, C., et alii. (2011). Smile Design: from digital treatment planning to
clinical reality. In: Cohen, M. (Ed.). Interdisciplinary treatment planning:
comprehensive case studies. Hanover Park: Quintessence Publishing, 2.
13. Coachman, C., et alii. (2012). Desenho digital do sorriso: do plano de tratamento à
realidade clínica. In: Paolucci, B., et alii. (Ed). Visagismo: a arte de personalizar o
desenho do sorriso. São Paulo, Vm Cultural, pp. 1-18.
14. Coachman, C., Calamita, M. e Schayder A. (2012). Digital Smile Design: uma
ferramenta para planejamento e comunicação em odontologia estética. Dental press,
1(2), pp.36-55.
15. Coachman, C. e Calamita, M. (2012). Digital Smile Design: A tool for treatment
planning and Communication in Esthetic dentistry. Quintessence of Dental
Technology, 35, pp.1-9.
16. Christensen, GJ. (2005). Important clinical uses for digital photography. Journal of
the American Dental Association, 136(1), pp. 77-79.
17. Damásio, A. (2000). O sentimento de si – o corpo, a emoção e a neurobiologia da
consciência. Lisboa: Publicação Europa-América.
18. Dawson, PE. (2007). Functional occlusion: From TMJ to smile design. St Louis:
Mosby.
39
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
19. Dias, PV., et alii. (1993). Exame do paciente, diagnóstico e prognóstico relacionado
com implantes ósseo-integrados e enceramento de diagnóstico. Rev. Inst. Ciências
Saúde, 11(1), pp. 27-31.
20. Ekman, P. (1992). Facial expressions of emotion: new findings, new questions.
Psicological scienc, 3(1), pp. 34-38.
21. Ekman, P., Davidson, R. e Friesen, WV. (1990). The Duchenne smile: Emotional
expression and brain physiology. Journal of Personality and Social Psychology,
58(2), pp. 342-53.
22. Ekman, P. e Friesen, WV. (1982). Felt, false and miserable smiles. Journal of
Nonverbal Behavior, 6, pp. 238-252.
23. Ekman, P., Friesen, WV. e Ancoli, S. (1980). Facial signs of emotional experience.
Journal of Personality and Social Psychology, 39, pp. 1125-1134.
24. Ekman, P., Levenson, R. e Friesen, W. (1983). Autonomic nervous system activity
distinguishes between emotion. Science, 221, pp. 1208-1210.
25. Fradeani, M. (2006). Análise estética: uma abordagem sistemática para o tratamento
protético. São Paulo: Quintessence Editora Ltda.
26. Frank, MG. e Ekman, P. (1996). Physiologic effects of the smile. Directions in
Psychiatry, 16(25).
27. Freitas, MA. (2009). A construção neuropsicológica do sorriso humano. Edições
Universidade Fernando Pessoa.
28. Guilherme, J. e Pompeu, F. (2004). Técnica fácil e rápida de enceramento
diagnóstico utilizada no atendimento odontológico público na Universidade Federal
do Piauí. International journal of dentistry, pp. 1-4.
40
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
29. Graham, G. (2001). Filosofia das artes: introdução à estética. Lisboa: Edições, 70.
30. Gürel, G. (2003). The Science and Art of Porcelain Laminate Veneers. Berlin:
Quintessence Editora Ltda.
31. Goes, GSFO. (2004). Relação entre as medidas da face e a largura dos dentes
anteriores em pacientes de ambos os sexos. Universidade Tiradentes, Aracaju.
32. Goldstein, RE. (1998). Esthetics in dentistry: principles, communication, treatment
methods. Ontario: BC Decker.
33. Hallawell, P. (2003). Visagismo: Harmonia e Estética. São Paulo: Senac.
34. Hallawell, P. (2009). Visagismo integrado: identidade, estilo e beleza. São Paulo:
Senac.
35. Heinlein, WD. (1980). Anterior teeth: Esthetics and function. Journal of Prosthetic
Dentistry, 44(4), pp. 389-393.
36. Jung, CG. (1968). Man and His Symbols. New York: Dell.
37. Kao, CMS., et alii. (2014). Visagismo na Odontologia: A personalização do sorriso.
Revista odontológica de Araçatuba, 35(2), pp. 67-70.
38. Kina, S., et alii. (2006). Planejamento Estético em Dentes Anteriores. Odontologia
Estética: planejamento e técnica. São Paulo: Artes Médicas Brasil, pp.139-154.
39. Kina, S., Kina, VV. e Hirata, R. (2003) Limites das restaurações estéticas In:
Cardoso, RJA. e Machado, ME (Ed). Odontologia, conhecimento e arte. São Paulo:
artes médicas, pp. 99-120.
40. Kois, J. (2002). Diagnostically driven interdisciplinary treatment planning. Seattle
Study Club J, 6(4), pp. 28-34.
41
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
41. Kokich, JR. e Kinzer, GA. (2005). Managing congenitally missing lateral incisors.
Part I: Canine substitution. Journal of Esthetic and Restorative Dentistry, 17(1), pp.
5-10.
42. Kyrillos, M., Moreira, M. e Calicchio, L. (2012). Arquitetura do sorriso. São Paulo:
Quintessence.
43. Laila, B e Hashim, H. (2005). An anterior tooth size comparison in unilateral and
bilateral congenitally absent maxillary lateral incisors. J Cont Dent Pract, 6, pp. 5663.
44. LeDoux, J. (1998). The Emotional Brain: The Mysterious Underpinnings of
Emotional Life. New York: Simon and Schuster.
45. Levin, EI. (1978). Dental esthetics and the golden proportion. Journal of Prosthetic
Dentistry, 40 (3), pp. 244-252.
46. Mack, MR. (1996). Perspective of facial esthetics in dental treatment planning. J
Prosthet Dent, 75(2), pp.169-76.
47. Madeira, H. et alii. (2015). Digital Smile Design: planeamento e execução.
OJDentistry, 23.
48. Magne, P. e Belser, U. (2003). Restaurações adesivas de porcelana na dentição
anterior: uma abordagem biomimética. São Paulo: Quintessence Editora Ltda.
49. Maringer, M., et alii. (2011). Beyond smile dynamics: mimicry and beliefs in
judgments of smiles. Emotion, 11(1), pp.181-187.
50. Marinho, T., Barreto, S. e Regina, S. (2011). Odontologia estética em proporção.
Revista caderno de graduação, ciências bioógicas e médicas.
42
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
51. Meereis, CTW., et alii. (2016). Digital Smile Design for Computer- assisted Esthetic
Rehabilitation: Two-year Follow-up. Operative dentistry.
52. Michaelis. (2008). Moderno dicionário da língua português. São paulo: Companhia
Melhoramento.
53. Mondelli, J., et alii. (2006). Estética e cosmética em dentística restauradora.
Atualização na clínica odontológica: a prática na clínica geral. São Paulo, Artes
Médicas.
54. Morley, J. (1999). The role of cosmetic dentistry in restoring a youthful appearance.
JADA, 13(11), pp. 66-72.
55. Moskowitz, ME. (2005). Determinants of dental esthetics: a rational for smile
analysis and treatment. Compend Contin Educ Dent, 18(12), pp. 66-84.
56. Newsome, P. e owen, S. (2003). Ceramic veneers in general dental practice.
Treatment planning, 1.
57. Niedenthal, PM., et alii. (2010). The Simulation of Smiles Model: A window to
general principles in processing facial expression. Behavioral and Brain Sciences,
33(6), pp. 417-480.
58. Pantano, M. (2012). Em busca do sorriso perfeito. APCD jornal, 664.
59. Paolucci, B. et alii. (2011). Visagismo: A Arte de Personalizar o Desenho do
Sorriso. São Paulo: Vm Cultural.
60. Paolucci, B., et alii. (2012). Visagism: The Art of Dental Composition.
Quintessence Of Dental Odontology, Barbacena, 201(35), p. 236.
43
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
61. Papasotiriou, OS., Nathanson, D. e Goldstein, RE. (2000). Computer imaging versus
conventional esthetic consultation: a prospective clinical study. Journal of Esthetic
and Restorative Dentistry, 12(2), pp. 7-72.
62. Pardo, S. (2012). Visagismo: a arte de personalizar a forma do sorriso. Bem-estar,
15.
63. Pinto, DCS., et alii. (2014). Desenho digital do sorriso – descrição de uma nova
técnica. Revista Gestão & Saúde, 11, pp. 1-9.
64. Rimmer, SE. e Mellor, AC. (1996). Patients quality in crowns and fixed partial
dentures., Journal of Esthetic and Restorative Dentistry, 14(3).
65. Rinn, W. (1984). The neuropsychology of facial expression: a review of the
neurological and psycological mechanisms for producting facial expressions.
Psychological Bulletin, 95, pp. 52-77.
66. Rufenacht, CR.(1990). Fundamentals of Estetic. Chicago, Ed Quienssence
67. Rufenacht, CR. (2003). Principles of Esthetic Integration. Chicago: Ed Quienssence
.
68. Sanzio, M., et alii. (2005). Harmonia entre o sorriso e a face Estética com resinas
compostas em dentes anteriores: percepção, arte e naturalidade. São Paulo: Editora
Santos, pp. 15-23.
69. Shirata, OC., et alii. (1999). As influências dos determinantes da oclusão no
enceramento de diagnóstico. Odonto, 7(16), pp. 46-50.
70. Shiratori, LN., et alii. (2011). Estética em prótese dentária. Revista de Odontologia
da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, 2(23), pp.154-161.
44
Personalização e Previsibildade do Sorriso – Digital Smile Design
_____________________________________________________________________________
71. Shiroma, E. e Castillo, DB. (2007). Aplicação do enceramento diagnóstico na
Dentística: relato de caso clínico. Campo Grande, 3.
72. Silva, IT. (2013). Os desafios da odontologia estética, Digital Smile Design – como
projectar o sorriso ideal. Florianópolis, Universidade Federal de santa Catarina.
73. Snow, SR. (1999). Esthetic smile analysis of maxillary anterior tooth width: the
golden percentage. Journal of Esthetic Dentistry, 11(4), pp. 84-177.
74. Spear, FM. (1999). The maxillary central incisor edge: a key to esthetic and
functional treatment planning. Compend Contin Educ Dent, 20(6), pp.512-516.
75. Teixeira, L., et alii. (2008). Planeamento Estético na Restauração Directa de Dentes
Anteriores:
Técnica de Simulação Semi-Directa.
Revista Portuguesa de
Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, 49(4), pp. 241–246.
76. Terry, DA., Snow, SR. e McLaren, EA. (2008). Contemporany dental photography:
selection and application. Compend Cantin Educ Dent; 29(8), pp. 432-440.
77. Xavier, TB., (2013). Planejamento estético em dentística restauradora e
reabilitadora. Universidade Estadual de Londrina.
45
Download