Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim

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Karl Marx, Max Weber e Émile
Durkheim
Sugestão de atividade para trabalhar as contribuições de Karl
Marx, Max Weber e Émile Durkheim na interpretação da realidade
social:
Segue abaixo:
A partir de um movimento social destacado na mídia (a
escolher) busque analisá-lo a partir das principais teorias
sociológicas de Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim.
26/04/2010
Mais de 2.000 sem-teto ocupam três imóveis e acampam em frente
à Prefeitura de SP
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Mais de 2.000 manifestantes sem-teto ligados à Frente de Luta
por Moradia (FLM) realizam nesta segunda-feira (26) ações em
São Paulo para cobrar do poder público políticas habitacionais
efetivas. Dois prédios do centro e um terreno na estrada do
M’Boi Mirim –extremo sul da capital– foram ocupados por
milhares de famílias. Outro grupo permanece acampado em frente
ao prédio da prefeitura, também no centro.
“Nós queremos denunciar a lentidão do governo federal e
estadual na resolução dos problemas de moradia na cidade de
São Paulo, que se arrastam há mais de dez anos”, diz uma das
coordenadoras do MSTC, Carmen da Silva Ferreira.
(…)
Prestes Maia
Um dos prédios ocupados, ainda domingo à noite, é o edifício
Prestes Maia, próximo à Estação da Luz, que já foi uma das
maiores ocupações urbanas da América Latina. O edifício
pertence aos empresários Jorge Hamuche e Eduardo Amorim e está
vazio há mais de 15 anos. Com uma dívida de mais de R$ 3
milhões em IPTU, o prédio permaneceu ocupado pelos sem-teto
entre 2004 e 2007.
Após uma tensa negociação e várias intervenções policiais, o
edifício foi desocupado em 2007 e teve as entradas lacradas
pela prefeitura. Contudo, os sem-teto voltaram a ocupar o
edifício nesta madrugada e pedem ao Ministério das Cidades que
transforme o local em moradia para as famílias de baixa renda.
Aproximadamente 250 pessoas estão no local nesse momento.
Muitos manifestantes que ocuparam o prédio de madrugada saíram
para trabalhar, mas devem retornar à ocupação.
Nove de Julho
Outro edifício ocupado é o Nove de Julho, que pertencia ao
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e foi adquirido
pelo Ministério das Cidades para transformação em habitação de
interesse social. O prédio está vazio há 18 anos e aguarda
para ser incluído no programa “Minha Casa, Minha Vida”, do
governo federal. De acordo com a FLM, mais de 400 pessoas
estão no local (…).
Além das ocupações, cerca de 700 famílias armaram acampamento
em frente ao prédio da Prefeitura de São Paulo, no viaduto do
Chá, região central da cidade. Ao menos duas viaturas da PM e
da Guarda Civil Metropolitana estão no local. Os manifestantes
ocupam a calçada e não prejudicam o trânsito, segundo os
policiais.
De acordo com as lideranças do movimento, em todas as
ocupações os manifestantes só irão deixar os imóveis após
obterem uma posição concreta do poder público –nos níveis
municipal, estadual e federal.
Fonte:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/04/26/milhares-de-se
m-teto-ocupam-tres-imoveis-e-acampam-em-frente-a-prefeiturade-sp.jhtm
–————————————————————————————————————Respostas (exemplo):
1. O movimento Sem-Teto (MSTC) sob uma visão marxista
Utilizando-se das principais idéias desenvolvidas por Karl Max
podemos analisar o movimento Sem-Teto sob uma perspectiva de
luta de classes. Para Marx as relações sociais entre a
burguesia (os donos dos meios de produção) e os proletariados
(assalariados) se dão de forma desarmônica e exploratória.
Trata-se de uma relação de trabalho baseada no lucro de uns
poucos.
Utilizando-se das idéias de Marx podemos afirmar que tal
movimento social é, em grande parte, reflexo da pobreza dos
proletariados vitimados pela “Mais-Valia”. A mais-valia,
situação na qual, o patrão se apropria da riqueza produzida
pelo operário, é a causa do grande fosso social existente, a
ponto de alguns indivíduos não possuírem residência, enquanto
outros possuem mais de uma.
Para Max a luta de classe é o motor da História, onde a
consciência de classe pode vir a ser uma ferramenta para
mudanças na “estrutura social” (“a História é a História das
lutas de classe”, afirmava Marx). A união destes é fundamental
para que a exploração e a desigualdade social sejam
aniquiladas. Por esse motivo, escreveu: “Proletariado de todo
mundo, uni-vos!”.
2. O movimento Sem-Teto (MSTC) sob uma visão durkheimiana
Para Durkheim a Sociologia deve se ocupar com os estudos dos
“Fatos Sociais”, buscando entende-los, a fim de, se
necessário, apontar caminhos para a intervenção.
O movimento Sem-Teto, sob a ótica durkheimiana, trata-se de
uma Fato Social, por tanto, passível de ser estudado pela
Sociologia. Para Durkkeim os Fatos Sociais podem ser
“normais”, “patológicos” e “anômicos”. É claro que tal
classificação dependerá da sociedade onde o fenômeno social
acontece.
Talvez para os donos dos imóveis, o movimento sem-teto seja um
caso patológico, uma vez que para estes, trata-se de um
comportamento social indesejável, que afeta outras partes da
sociedade, como por exemplo, o mercado imobiliário.
Já na ótica dos envolvidos no movimento, patológico seria a
situação de desigualdade social que vivencia o país. Fato
Social Normal seriam, pela os manifestantes, sair do trabalho
e ter uma casa própria para dormir.
Possivelmente para muitos brasileiros a “baderna” dos
movimentos sem-teto seja um caso de anomia, uma sensação de
que não existem leis e normas impostas pela sociedade
referente a esta situação (embora exista, mas muitas vezes não
são cumpridas).
3. O movimento Sem-Teto (MSTC) sob uma visão weberiana
A partir da visão de Weber, podemos afirmar que o MSTC tratase de uma “Ação Social”, isso por ser dotada de sentido em
relação ao outro, possuindo um objetivo.
Para Weber as ações sociais (que interessam a Sociologia)
podem ser divididas em duas: i) ação social racional com
relação a valores (aquela que o sociólogo consegue construir
uma racionalidade a partir dos valores presentes na sociedade)
e; ii) ação social racional com relação aos fins (são aquelas
que os indivíduos escolhem levando em conta sua finalidade e
seus meios).
O MSTC trata-se de uma ação social racional com relação aos
fins, uma vez que tal ação conjunta (por isso social) possui
um objetivo claro. Não trata-se apenas de um encontro de
pessoas, mas de um grupo que possui consciência da ação.
A situação envolve o que Weber classificou como “burocracia”.
Para ele a burocracia é a forma mais racional e legítima de
dominação. A burocracia está baseada na crença da legalidade
ou na racionalidade de uma ordem. No caso do MSTC a burocracia
é, de certa forma, utilizada para exercer a dominação legítima
dos donos de imóveis sobre os sem-tetos.
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