Aula Demonstrativa - Ponto dos Concursos

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Microeconomia para o Banco Central do Brasil – Área 3
Aula 00 - Aula Demonstrativa
Prof. César de Oliveira Frade
Aula 00 – Aula Demonstrativa
Olá pessoal,
Primeiramente, irei fazer uma breve apresentação. Meu nome é César de Oliveira
Frade, sou funcionário de carreira do Banco Central do Brasil – BACEN – aprovado no
concurso de 1997.
Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
Possuo uma Pós-graduação em Finanças e Mercado de Capitais pelo IBMEC, outra em
Derivativos para Reguladores na Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F e uma
especialização em Derivativos Agrícolas pela Chicago Board of Trade – CBOT1. Sou
Mestre em Economia2 com ênfase em Finanças na Universidade de Brasília e o
Doutorado, pela mesma Universidade, está faltando apenas a defesa da Tese3, sendo
que os créditos já foram concluídos.
Comecei no Banco Central trabalhando com a emissão de títulos da dívida pública
externa. De 2005 a 2008 fui Coordenador-Geral de Mercado de Capitais na Secretaria
de Política Econômica do Ministério da Fazenda, auxiliando em todas as mudanças
legais e infralegais, principalmente aquelas que tinham ligação direta com o Conselho
Monetário Nacional – CMN. Voltei ao BACEN para trabalhar na área de risco com
derivativos em um Departamento da área de Fiscalização. No início de 2012 fui cedido
para a Presidência da República e trabalho no Departamento de Regulação e
Concorrência na Secretaria de Aviação Civil.
Sou professor de Finanças, Microeconomia, Macroeconomia, Matemática, Sistema
Financeiro Nacional, Mercado de Valores Mobiliários, Estatística e Econometria. Leciono
na área de concursos públicos desde 2001, tendo dado aula em mais de uma dezena
de cursinhos em várias cidades do país, desde presenciais até via satélite.
Nesse curso, veremos a parte de Microeconomia para o BACEN.
Possuo um estilo peculiar de dar aulas. Prefiro tanto em sala quanto em aulas escritas
que elas transcorram como conversas informais. Entretanto, quando tenho que dar
aulas de Teoria gosto de explicar não apenas a matéria mas também a forma como
1
A Chicago Board of Trade - CBOT é a maior bolsa de derivativos agrícolas do mundo.
A dissertação “Contágio Cambial no Interbancário Brasileiro: Uma Análise Empírica” defendida em 2003 foi publicada
na Revista da BM&F, o paper aceito na Revista Estudos Econômicos e em alguns dos mais importantes Congressos de
Economia da América Latina – LAMES. Versava sobre o risco sistêmico a ser propagado via mercado de câmbio e as
contribuições da Câmara de Compensação de Câmbio da BM&F para a mitigação desse risco.
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Tese de Doutorado é um parto e a gestação já está durando alguns anos. Acho que pode ser que ela não saia.
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Microeconomia para o Banco Central do Brasil – Área 3
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vocês devem raciocinar para acertar a questão. Acredito que todos aqui estão muito
mais interessados em passar no concurso do que aprender Economia.
Desta forma, estarei fazendo uma mescla entre um papo informal (papo que ocorrerá
sempre que for possível) e a teoria formal. Mas nunca deixarei de ensinar qual o
raciocínio que vocês devem utilizar para acertar as questões. Acredito que a matéria
sendo exposta de forma informal torna a leitura mais tranqüila e isso pode auxiliar no
aprendizado de uma forma geral. Exatamente por isso, utilizo com freqüência o
Português de uma forma coloquial.
Assim, a “Aula Demonstrativa” mostrará para vocês um pouco do que será esse curso.
Não há a necessidade de nenhum conhecimento prévio de Economia, pois irei começar
do zero. Dessa forma, terei, inclusive, que colocar duas aulas com os conceitos básicos
que são necessários para o desenvolvimento do conteúdo.
Serão várias páginas dissecando todo o assunto de forma clara e mostrando a vocês
como devem raciocinar para conseguir êxito na prova. Além disso, nestas aulas
resolveremos várias questões acerca de todos os assuntos. Garanto a vocês que
esse é o curso com o maior número de questões e o mais completo do
mercado.
As questões serão TODAS de provas anteriores e iremos fazer muitas, muitas mesmo.
Grande parte das questões será do CESPE, entretanto, colocarei algumas questões de
outras bancas também para complementar o material.
Espero que este curso seja bastante útil a você e que possa, efetivamente, auxiliá-lo
na preparação para o concurso do BACEN.
Aula
Conteúdo Programático
Data
00
Conceitos Básicos
23/02
01
Teoria do consumidor – Parte 1
23/02
02
Teoria do consumidor – Parte 2
29/02
03
Teoria do consumidor – Parte 3
07/03
04
Teoria da Firma
14/03
05
06
Estrutura de
concentração
Estrutura de
concentração
mercado e formação de preço, análise de
– Parte 1
mercado e formação de preço, análise de
– Parte 2
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21/03
28/03
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Estrutura de
concentração
Estrutura de
concentração
mercado e formação de preço, análise de
– Parte 3
mercado e formação de preço, análise de
– Parte 4
Teoria dos Jogos
Falhas de mercado: informação assimétrica, seleção
adversa e risco moral (moral hazard). Externalidades e
bens públicos.
Equilíbrio geral, lei de Walras e equilíbrio de Pareto. 8 Bem
estar social.
04/04
11/04
18/04
25/04
02/05
É muito importante ressaltar que alguns assuntos que estão descritos nessa aula
entram no tópico “Conceitos Fundamentais”. É complicado quando o examinador coloca
um tópico tão amplo, pois assim ele pode cobrar quase que qualquer coisa da matéria
de microeconomia. Entretanto, nós partiremos do pressuposto que esses conceitos são
relativos aos tópicos básicos da área de regulação e concorrência, dado que esse é o
foco da matéria em questão.
Sumário
1. Economia: Microeconomia x Macroeconomia ............................................................................... 5
2. Curva de Demanda ................................................................................................................................. 5
2.1. Fatores que alteram a quantidade demandada ................................................................. 11
3. Curva de Oferta...................................................................................................................................... 20
3.1. Fatores que alteram a quantidade ofertada........................................................................ 21
4. Equilíbrio ................................................................................................................................................... 27
5. Elasticidades ............................................................................................................................................ 35
5.1. Elasticidade-preço da demanda ............................................................................................... 37
5.2. Elasticidade-renda da demanda .............................................................................................. 48
5.3. Elasticidade cruzada da demanda ........................................................................................... 51
5.4. Elasticidade-preço da Oferta ..................................................................................................... 52
6. Elasticidade Constante ........................................................................................................................ 58
QUESTÕES PROPOSTAS ........................................................................................................................... 61
QUESTÕES RESOLVIDAS ......................................................................................................................... 74
As dúvidas serão sanadas por meio do fórum do curso, a que todos os matriculados
terão acesso. Se você tiver algum exercício de prova anterior e quiser que ele seja
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resolvido na aula, envie-o para o meu e-mail que farei o possível para incluí-lo no
texto.
As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para:
[email protected].
Finalmente, gostaria de dizer a vocês que muito mais do que saber toda a matéria, é
importante que você saiba fazer uma prova e esteja tranqüilo! Portanto, tente
aprender a matéria, mas certifique-se que você entendeu como deve proceder para
marcar o “X” no lugar certo. Não interessa saber a matéria, interessa marcar o “X” no
lugar certo e ver o nome na lista. Portanto, guarde que passa aquele que mais acerta e
não aquele que mais sabe. Vocês aprender a fazer prova em primeiro lugar e esse é
um dos objetivos desse curso. Tentarei ensinar a vocês o raciocínio a ser utilizado para
acertar a questão no menor espaço de tempo possível.
Prof. César Frade
FEVEREIRO/2016
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1. Economia: Microeconomia x Macroeconomia
A economia possui recursos escassos e a microeconomia estuda a melhor forma de
aproveitar esses recursos que são colocados à disposição das pessoas.
De uma forma simplificada, podemos dizer que enquanto a macroeconomia estuda os
problemas existentes em um país, a microeconomia se preocupa com as decisões
individuais das pessoas e empresas. Esse curso versará sobre as pessoas e empresas.
Logo, para que você otimize o seu aprendizado, pense sempre nas suas decisões
individuais para cada situação proposta no curso. Tentarei mostrar a vocês algumas
situações inusitadas que ilustrariam bem cada momento.
Acredito que a forma mais simples de aprendermos a microeconomia é pensando no
nosso dia-a-dia, no cotidiano.
Na verdade, acho que está na hora de passarmos para a matéria propriamente dita.
Vamos lá?
2. Curva de Demanda
A curva de demanda informa a quantidade a ser consumida de um produto a cada
nível de preço.
De uma forma geral, sabemos que quanto maior for o preço de um bem menos as
pessoas querem adquirir daquele bem. Veja que estou falando de uma forma geral,
mas é claro que existem exceções.
Imagine que você adore feijão ou carne. Se o preço do quilo do feijão subir, a sua
tendência não seria reduzir o consumo do bem? Pois bem, se todos pensassem e
tomassem atitudes dessa forma, a demanda coletiva do bem feijão cairia com essa alta
de preço.
Portanto, o normal na atitude das pessoas é reduzir o consumo quando há
aumento no preço do bem e aumentar o consumo quando o preço do bem for
reduzido.
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• Geralmente, um aumento no preço reduz a quantidade demandada
e vice-versa.
Suponhamos que o bem esteja com o preço P1, conforme mostrado no desenho acima.
Com esse preço, os consumidores estariam demandando uma quantidade Q1 e,
portanto, estariam sobre o ponto 1 da curva de demanda.
Se por um motivo qualquer (por exemplo, grande produção agrícola daquele bem) o
preço cair para P2, haverá um conseqüente aumento da quantidade demanda para Q2.
Imagine que o preço da carne caia 50%. Você concorda que a sua demanda por carne
será aumentada? Por exemplo, ela poderá passar de Q1 para Q2.
Esses bens que atendem à referida Lei da Demanda são chamados de Bens Comuns.
Entendemos como bens comuns aqueles bens em que as pessoas reduzem o seu
consumo quando ocorre um aumento no preço ou quando as pessoas aumentam o seu
consumo quando os preços são reduzidos. O livro do Varian define o bem comum
exatamente como expus acima.
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Matematicamente, podemos definir os bens comuns da seguinte forma:
Já sei que alguns de vocês não compreenderam a equação acima. Eu explico, calma.
Na
verdade,
essa
equação
está
mostrando
exatamente
aquilo
que
foi
dito
anteriormente, ou seja, que a demanda e os preços se “movimentam” em direções
opostas quando o bem for considerado comum.
De forma simplificada, podemos dizer que o símbolo
indica que estamos falando da
variação, seria a diferença entre as quantidades inicial e final ou do preço inicial e final.
Observe que a razão
é negativa e isso indica que se a variação do preço for
positiva (houver um aumento no preço), a variação da quantidade deverá ser negativa
(haverá uma queda na quantidade demandada) e vice-versa. Ocorrendo tais fatos,
podemos garantir que a razão será sempre um número negativo, pois
.
A dúvida agora reside na igualdade, não é mesmo. Isso é mera definição. Se o preço
de um bem mudar e você continuar consumindo exatamente a mesma quantidade,
esse bem será classificado como bem comum.
Portanto, quando a equação informa que
, ela está dizendo que se
o bem for comum, quando o preço cair a demanda irá subir ou ficar igual ou quando o
preço subir a demanda deverá cair ou se manter constante.
Além disso, indica também que sempre que o preço e a demanda se comportarem
dessa forma, devemos concluir que o bem é comum. Ela não diz nada a mais,
absolutamente nada. Com isso, vemos que vocês podem ficar tranqüilos com relação
às representações matemáticas, não é mesmo?
Observe que a regra é a relação inversa entre preço e quantidade. Entretanto, existem
algumas exceções. Imagine que uma farmácia esteja colocando o preço de um remédio
na promoção. Será que pelo fato de o preço do remédio estar mais barato, você irá
comprar e consumir mais daquele remédio?
Se o preço do sal cair em 30%, isso fará com que você compre mais sal e coloque mais
sal na comida?
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A resposta para essas duas perguntas é NÃO. As pessoas não irão alterar o consumo
desses produtos porque houve variação em seus preços. Veja que esses dois casos
também são exemplos de bens comuns.
Você acha que uma pessoa poderá reduzir o consumo de um bem quando o preço
desse bem for reduzido? Ou seja, será que a queda do preço de um produto pode
induzir o consumidor a comprar menos daquele produto?
É intrigante essa situação, mas a resposta é SIM. É possível que uma pessoa reduza o
consumo de um bem pelo fato de o preço do produto ter caído. Fazendo isso, ela
passaria a ter uma quantidade maior de recursos para adquirir outros bens. Acredito
que a melhor forma de explicar tal evento é por meio de um exemplo. Veja o exemplo.
Suponha que um consumidor esteja comendo batata no café da manhã, batata no
almoço e batata no jantar. Ele repete esse cardápio há 30 dias. Será que se o preço da
batata cair, o consumidor irá consumir mais batata? A resposta é não. Se o preço da
batata cair, esse consumidor dará graças a Deus por isso, pois sobrarão mais recursos
para a aquisição de outro bem e, assim, poderá reduzir a quantidade demandada de
batata.
Esses são os chamados BENS DE GIFFEN. Vamos a um exemplo.
Imagine que você tenha uma verba mensal de R$ 600,00 para fazer os seus almoços
de um mês e deverá dividi-la entre as duas possibilidades existentes, quais sejam:
sanduíche ou filé com fritas. De início, te digo que você preferiria sempre filé a
sanduíche. Entretanto, o preço de uma refeição de filé custa, atualmente, R$ 30,00
enquanto que o sanduíche custa R$ 20,00.
Assim sendo, se você tem esses preços e essa renda, a melhor forma que o indivíduo
teria de conseguir almoçar seria comendo apenas sanduíche nos trinta dias. Dessa
forma, estaria gastando a totalidade de sua verba mensal com sanduíche. Mas
observe, essa pessoa prefere comer filé a sanduíche e não come filé todo dia senão os
recursos acabariam em vinte dias e ela teria que ficar dez dias sem almoço.
Suponha agora que o preço do sanduíche caia pela metade, ou seja, passe para R$
10,00. A idéia inicial seria a de que se o preço do sanduíche caiu, o indivíduo deveria
comer mais sanduíche, certo? Nesse caso, errado.
Errado, porque a queda no preço do sanduíche fez com que sobrasse dinheiro e esse
recurso poderia ser destinado a um bem que fizesse o consumidor mais feliz. Observe
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que se o consumidor continuar comprando apenas sanduíche, seu custo mensal de
almoço passaria para R$300,00. Ele teria R$300,00 ainda para gastar.
Sendo assim, qual seria a melhor escolha para o consumidor?
É claro que a melhor escolha seria comer apenas filé, mas o consumidor continua sem
ter recursos suficientes para isso. Assim, a melhor escolha seria comer quinze dias de
filé e quinze dias de sanduíche. Dessa forma, estaria gastando R$ 450,00
com o almoço de filé e R$ 150,00
com o sanduíche.
Observe que o sanduíche é um bem de Giffen, pois uma queda em seu preço
provocou uma redução na quantidade demandada. Entretanto, tenho que ressaltar que
o sanduíche é um bem de Giffen para essa pessoas e nessa circunstância narrada.
No entanto, você deve guardar que um bem só pode ser classificado conforme sua
situação, conforme o enredo da questão. Um bem de Giffen para uma determinada
pessoa pode ser comum para outra. Quero dizer com isso que TODAS essas
classificações são relativas.
Certa vez, dando uma aula, um aluno me perguntou: Professor, você não vai explicar o
que é Bem de Veblen?
Eu respondi: Bem de quem??
Ele falou: Bem de Veblen.
Respondi: Nunca ouvi falar nisso. Onde você leu isso?
Ele responde: um professor me indicou um livro que fala desse bem.
Enfim, esse foi o papo que tive com o aluno. Chegando em casa peguei o Varian e ele
não falava nada, Pindyck não tinha nada, Mas-Colell muito menos. No dia que tinha
aula na UnB (estava fazendo meu Doutorado) perguntei à minha orientadora e ela me
respondeu: Bem de quem?? Ela sugeriu que eu perguntasse ao professor de micro,
doutor em uma TOP 5 americana. E lá fui eu. Professor, o que é Bem de Veblen? E ele
responde, nunca ouvi falar. Enfim...Só me restava uma coisa (e não era acreditar no
livro que o aluno descreveu).
O que me restava? Procurar no Google. Lá, eu tinha certeza que acharia. E descobri,
claro.
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Veblen era um economista nascido em 1857 e que veio a falecer em 1929 (ninguém
nem sabia quem era Keynes na época). Pelo que li, ele vivia sempre em conflito com
os outros acadêmicos da época e tinha ideias bastante independentes. Ficou conhecido
como bem de Veblen4 aquele bem que teria a demanda aumentada quando ocorresse
um aumento no preço.
Dito isso, queria dizer a vocês para ESQUECEREM isso. Não existe essa definição
nem no Varian, Pindyck, Mas-Collel ou Ferguson. Logo, não podemos levar em
consideração, ou melhor, não devemos levar em consideração, na minha opinião, esse
tipo de bem.
O Mas-Collel define bem de Giffen da seguinte forma:
“Although it may be natural to think that a fall in a good´s price will lead the
consumer to purchase more of it, reverse situation is not an economic
impossibility. Good L is said to be a Giffen good at (p,w) if
x L  p, w
 0 .”
p L
Matematicamente, podemos dizer que:
Vamos interpretar a equação, conforme a definição do Mas-Collel5?
Observe que ele informa que um bem L é dito bem de Giffen se a relação preçoquantidade for positiva. Apesar de a frase que foi transcrita não afirmar que se a
relação for positiva o bem é de Giffen, este fato é verdadeiro também. Ou seja, vale o
“se, e somente se” que é representado pelo símbolo
.
A equação descrita acima diz que se o preço cair e isso provocar uma redução na
quantidade demanda, o bem em questão é de GIFFEN. Esse é o caso do exemplo do
sanduíche, pois a razão entre dois número negativos (variações negativas) é um
número positivo
.
4
Importante destacar que além desse conceito não estar em nenhum dos livros de vanguarda, eu nunca vi esse assunto
sendo cobrado em prova e olha que já pesquisei nas provas que já foram elaboradas de 97 até os dias atuais.
5
O livro do Mas-Collel é utilizado há alguns anos nos mestrados e doutorados de algumas das melhores universidades
brasileiras e americanas.
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Por outro lado, se o preço de um determinado bem for majorado e a demanda por esse
bem
também
grandezas
crescer
teremos
uma
relação
de
proporção
direta
entre
as
, e o bem em questão também será considerado de GIFFEN, conforme
a definição apresentada. Um exemplo desse tipo? Em geral, bens de ostentação
possuem essa característica.
Imagine que você não entende nada de quadro, nunca foi a uma exposição e nunca viu
um quadro famoso. Em um leilão são apresentados dois quadros da Monalisa. O
primeiro deles enorme e o segundo pequeno. A sua tendência inicial seria dar um lance
maior no quadro maior, não é mesmo? Ainda mais se você olhar para os dois e não ver
diferença nenhuma entre eles. No entanto, após ficar sabendo que o menor é o
autêntico, é capaz de você passar a dar maior valor a ele pelo simples fato de poder
dizer que comprou um Da Vinci. Nesse exemplo, o preço subiu e você aumentou a
demanda pelo quadro. Bens de ostentação funcionam dessa forma.
• Se preço e quantidade forem grandezas diretamente proporcionais,
consideramos o bem como sendo de GIFFEN.

Se preço e quantidade forem inversamente proporcionais, o bem é
COMUM.
2.1. Fatores que alteram a quantidade demandada
São cinco os fatores que podem modificar a quantidade demandada. São eles:

Preço;

Renda;

Preço de Produtos Relacionados;

Gosto; e

Expectativas
a) Preço
Esse princípio já foi anunciado. Em geral, uma variação no preço do produto provoca
uma alteração na quantidade demandada do mesmo. Importante ressaltar que apesar
de o examinador cobrar com bastante freqüência questões acerca do Bem de Giffen,
devemos pensar nesse bem apenas como uma exceção.
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Tendo em vista o fato de já termos discutido exaustivamente o seu funcionamento, a
partir de agora vamos tratar dos bens que possuem uma relação preço-quantidade
inversamente proporcional.
Observe que a curva de demanda é uma função que exprime a quantidade demandada
pelos consumidores em função do preço do bem. Matematicamente, temos:
Sendo a e b constantes positivas. O sinal negativo mostra que a curva de demanda é
negativamente inclinada, ou seja, que preço e quantidade são grandezas inversamente
proporcionais.
Sendo assim, quando aumentamos o preço do bem, haverá uma variação na
quantidade demandada do mesmo e, portanto, um deslocamento SOBRE a curva de
demanda. Veja a figura abaixo.
b) Renda
Uma variação na sua renda poderá provocar uma alteração na quantidade demandada
do bem.
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Se eu te perguntar, o que ocorreria com a demanda de um bem se você passasse
nesse concurso público e, portanto, tivesse a sua renda aumentada? Provavelmente,
você me responderia que esse aumento na sua renda provocaria um aumento na
quantidade demandada do bem.
Veja bem. Se atualmente você compra um curso de microeconomia do Ponto dos
Concursos, será que quando você passar no concurso e a sua renda for aumentada,
você irá comprar dois cursos de microeconomia? Você me disse que quando a renda
aumentar você irá aumentar a demanda do bem e, assim, quando passar no concurso
posso pressupor que comprará muito mais cursos do Ponto, não é mesmo?
Pois bem. Já vimos que as coisas não funcionam assim. Existem alguns bens que você
gosta de consumir (não é o caso de microeconomia) e existem outros que a situação te
faz consumir. Muito provavelmente, quando a sua renda aumentar você irá aumentar o
consumo daqueles bens que você gosta de consumir, mas que ainda não consome em
uma quantidade adequada (por exemplo, viagens). No entanto, aqueles bens que você
não gosta, mas consome por necessidade (como esse curso) podem ter o seu consumo
reduzido com o aumento da renda.
Isso dará origem a dois tipos distintos de bens. Serão os bens inferiores e os bens
normais.
Se não entenderam, não fiquem preocupados. Explico de novo e de uma forma mais
clara.
Se um consumidor tiver a sua renda aumentada e, com isso, optar por reduzir o
consumo de um bem, esse bem será chamado de inferior.
Já imagino que vocês devam estar com certa dúvida. Sempre pergunto em sala: Se o
seu salário aumentar, o que ocorrerá com o seu consumo dos bens. E a galera em peso
responde: aumentará. No entanto, isto não está correto, como eu já disse.
Imagine um bem que você não goste, mas consome porque não tem condições de
comprar outro bem melhor, o que você gosta. Vou dar um exemplo que ocorreu
comigo mesmo.
Antes de passar em um concurso público, fui morar em Brasília para trabalhar como
engenheiro. Foi uma época difícil, despesa com moradia aqui não é nada barata e o
salário de engenheiro, na época, bem baixo. Portanto, era sempre necessário
economizar para não ter que ficar pedindo dinheiro para meu pai. Um bem que não me
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agrada, em nenhuma hipótese, é carne de frango. Eu não gosto mesmo, mas quando
tenho que comer, só o faço se for peito de frango. Mas duro, sem grana, morando em
uma cidade cara, tinha que abrir uma exceção. Éramos 7 dividindo uma casa (uma
república com três homens e quatro mulheres), todos sem dinheiro. Então, ficou
decidido que comeríamos frango três vezes por semana (segunda, quarta e sexta),
pois, na época, o frango custava algo em torno de R$ 1,00 / quilo.
Conclusão: na minha cesta de consumo tinha o frango, entre outros bens.
Um ano depois passei no concurso do BACEN. Te pergunto: Você acha que, por ter
passado no concurso e estar recebendo um salário maior, eu aumentei o consumo de
frango? Claro que não. Na verdade, quase deixei de comer frango.
Logo, vimos que um aumento de renda pode provocar uma redução na quantidade
demandada de um bem. Se isso ocorrer, dizemos que esse bem é inferior.
Portanto, bens inferiores são aqueles que:
reduzir
e
a
demanda
pelo
bem
Q DX
 0 . Observe que se a sua renda
R
aumentar,
esse
bem
também
é
inferior.
Matematicamente:
Q DX
Bem Inferior 
0
R X
Conclusão: Se a demanda pelo bem estiver em uma direção e a renda na direção
oposta, esse bem será considerado inferior.
Chegou a hora de explicar a equação, não é mesmo?
Se o aumento da renda induzir a uma redução da demanda
, a relação entre as
grandezas será inversamente proporcional e a razão negativa. Assim, o bem será
considerado inferior. De forma análoga, se a redução da renda provocar um aumento
da demanda
, o bem também é considerado inferior.
No entanto, alguns dos bens que eu consumia antes de passar no concurso me
deixavam satisfeitos. Esses bens tiveram um aumento de consumo quando a
renda aumentou. Entre eles, podemos citar, no meu caso, viagens, picanha, filé
mignon, entre outros.
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Segundo Hal Varian:
“Normalmente pensaríamos que a demanda por um bem aumenta quando a
renda aumenta. Os economistas, com uma falta singular de imaginação,
chamam esses bens de normais.”
Portanto, gravem: o inverso dos bens inferiores são os bens normais.
Matematicamente, dizemos que um bem é normal:
Bem Normal 
Q DX
0
R X
A equação acima indica que quando a renda e a quantidade demandada de um bem
forem grandezas diretamente proporcionais, o bem será considerado normal. Ou seja,
se uma pessoa tiver um aumento da renda e optar por aumentar o consumo de um
bem
, esse bem poderá ser considerado normal, nessa situação. Por outro lado,
se uma pessoa tiver a sua renda reduzida e com isso reduzir o consumo de um
bem
, esse bem também será considerado normal.
Como foi dito anteriormente, uma mudança na renda poderá proporcionar uma
mudança na quantidade demandada do bem mesmo sem que ocorra a mudança em
seu preço. Como a função de demanda mostra uma relação entre o preço e a
quantidade demandada de um bem, não teremos o que fazer a não ser DESLOCAR a
curva para que seja possível aumentar a quantidade demandada a um determinado
nível de preço. Veja na figura abaixo:
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Guarde uma dica. Sempre que o preço alterar a demanda, exatamente pelo fato de a
curva estar em um plano PREÇO x QUANTIDADE, ocorrerá um deslocamento sobre a
curva de demanda. Qualquer outra variável que venha a modificar a quantidade
demandada, exatamente pelo fato de manter o preço em um nível constante,
provocará um deslocamento da curva de demanda.
O último detalhe que gostaria de salientar nesse item é que todo bem de Giffen é
inferior, mas nem todo inferior é de Giffen. Observe o diagrama de Venn abaixo:
Observe que a totalidade dos bens que são classificados como bem de Giffen estão
dentro dos bens inferiores. Tomando como referência o diagrama acima, vemos que os
bens de Giffen encontram-se inseridos no círculo e a totalidade do círculo é
subconjunto dos bens considerados inferiores. No entanto, é importante notar que
existem alguns bens inferiores que não estão dentro do círculo. É exatamente por esse
motivo que todo Giffen é inferior, mas nem todo inferior é Giffen.
Tem mais um detalhe importante. Se o examinador afirmar que quando o preço de um
bem cai e, consequentemente, isso provoca uma queda na quantidade demanda,
sabemos que o bem é de Giffen. E como todo Giffen é inferior, podemos afirmar que se
um bem tem uma queda no preço e, em conseqüência disso, sua demanda é reduzida,
esse bem é inferior (pois é Giffen).
Ultimamente tem sido muito comum o examinador colocar algumas afirmativas que
não explicitam diretamente os bens de Giffen. Entretanto, nós já vimos que todo Giffen
é inferior e não existe nenhum Giffen que seja normal. Logo, nenhuma normal é
Giffen, certo? Portanto, se um examinador afirmar que um bem é normal, ele pode
estar querendo afirmar que aquele bem não é de Giffen e as grandezas preço e
quantidade são inversamente proporcionais.
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Na verdade pessoal essa é a grande diferença de uma aula escrita como essa. Estou
sempre com o intuito de mostrar a vocês o assunto da forma mais clara e falando das
tendências mais atuais dos examinadores. É assim que faremos o tempo todo do curso.
Dicas e mais dicas de resolução de questões.
c) Preço de Produtos Relacionados
Importante ressaltar que um único bem pode ter várias classificações. Por exemplo, ele
pode ser normal e comum, inferior e comum, Giffen e inferior. Ou seja, não é apenas
uma classificação por cada bem.
Nesse tópico apresentaremos outra classificação para os mais variados bens.
Imagine dois bens, por exemplo, manteiga e margarina. Suponha ainda que você é
uma pessoa indiferente entre o consumo desses bens. Logo, se o preço da manteiga
sobe, você irá reduzir o consumo da manteiga e substituí-la pela margarina. Sendo que
esta última terá seu consumo majorado. Se o preço da manteiga cair, você vai
consumir mais margarina.
Pois bem, se dois bens tiverem essa característica eles são denominados de bens
substitutos. Ou seja, se a mudança no preço de um dos bens provocar uma mudança
na demanda do outro bem eles podem ser substitutos. Serão considerados substitutos
se o aumento no preço de um bem provocar aumento da demanda do outro bem. De
forma análoga, dois bens são substitutos se a redução no preço de um dos bens
provocar redução na demanda do outro bem.
Com isso concluímos que:
Bens Substitutos 
É importante esclarecer que o símbolo (
Q DX
0
PY
 ) significa se, e somente se. A conclusão
acima deve ser lida da seguinte forma:
Q DX
Q DX
 0 for verdadeiro e se
 0 , os bens são
Os bens são substitutos se
PY
PY
substitutos.
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Querem a interpretação da equação? Tenho certeza de que já conseguem fazer isso
sozinhos, mas vamos lá.
Quando a relação entre o preço de um dos bens e a quantidade do outro bem for
diretamente
positiva
proporcional,
a
razão
entre
a
variação
das
grandezas
será
e, portanto, os bens serão considerados substitutos. Falta
sabermos a lógica econômica, não é mesmo? Pois bem, os bens são considerados
substitutos porque as pessoas acabam trocando um bem pelo outro, substituem esses
bens na sua cesta de consumo. Esse é o caso da margarina e da manteiga para o
consumidor em questão. No entanto, pode ser que você não considere esses dois bens
substitutos, por não gostar de margarina de forma alguma, mas algumas pessoas
consideram.
Agora imaginemos a gasolina e o óleo de motor. Se o preço da gasolina aumentar, as
pessoas tendem a andar menos de carro e, portanto, reduzem a demanda por
gasolina. Se as pessoas andarem menos de carro, elas passarão mais tempo sem
efetuar a troca de óleo e, assim, a demanda por óleo de motor será reduzida.
Recapitulando, um aumento no preço da gasolina reduz a demanda por gasolina e,
conseqüentemente, reduz a demanda por óleo de motor. Esses dois bens são
considerados bens complementares.
São complementares aqueles bens que, em geral, o consumo de um bem induz o
consumo de outro. Temos vários exemplos que funcionam bem, a pinga e o limão, a
goiaba e o queijo minas. Enfim, é claro que coloquei esses exemplos, até certo ponto
grotestos e regionalistas, para conseguir ilustrar a questão.
Com isso concluímos que:
Bens Complementares 
Q DX
0
PY
Observe que está havendo uma mudança na quantidade demandada do bem X porque
o preço do bem Y está sendo alterado. Dessa forma, haverá um deslocamento da curva
de demanda, como ocorre no caso da renda.
d) Gosto
E possível que o gosto de uma pessoa altere o consumo de um determinado bem. Esse
consumo poderá ser aumentado ou reduzido. Isto depende do bem e de cada pessoa.
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Apesar de esse ser mais um motivo para que haja alteração na quantidade
demandada, não me lembro de nenhuma questão em prova que isso foi cobrado.
Importante lembrar que essa alteração na quantidade demandada, tendo em vista o
fato de que o preço do bem não é alterado, provoca um DESLOCAMENTO na curva de
demanda.
e) Expectativas
As expectativas modificam a quantidade demandada. Imagine que após ler essa aula,
você decidiu se matricular no curso de Micro com a convicção de que se tudo for
explicado dessa forma, não haverá nada que você não consiga compreender muito
bem. E aí, você optou por comprar o curso dado que isso criou uma expectativa de
aumento da probabilidade de passar. Com esse aumento, você acaba indo ao Shopping
fazer compra e começando a gastar por conta, pois houve uma mudança da
expectativa.
Enfim, assim como esse exemplo que coloquei para vocês, vários outros podem ser
colocados e inventados pelo examinador. O importante é tentar notar qual dos itens
está alterando a demanda. Se for a expectativa a curva de demanda também será
DESLOCADA.
Alguns autores afirmam que a quantidade de compradores também altera a quantidade
demandada. Entretanto, tal afirmativa é encontrada, apesar de estar correta, em um
pequeno número de acadêmicos. No entanto, essa afirmativa pode ser considerada
correta sem o menor problema, pois aqueles que não colocam essa alternativa acabam
por afirmar de forma implícita que o número de compradores foi aumentado por causa
de alguma expectativa que foi gerada. Sendo assim, aqueles autores que não
explicitam essa sexta característica que modifica os preços, acabam considerando-a
nas EXPECTATIVAS.

Todo bem de Giffen é inferior, mas nem todo inferior é Giffen.

Se um bem for normal, ele não será de Giffen.

Se o preço de um bem for alterado, haverá um deslocamento
sobre a curva de demanda.

Se a mudança na demanda de um bem vier de uma alteração na
renda de um indivíduo, preço de um bem relacionado, gosto ou
expectativas, haverá um deslocamento da curva de demanda.
Lembre-se de que o preço do bem é mantido constante.
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3. Curva de Oferta
A curva de oferta informa a quantidade a ser produzida de um produto a cada
nível de preço.
Se quando estudamos a curva de demanda estávamos raciocinando como se fossemos
um consumidor, neste momento deveremos passar a raciocinar como um empresário
uma vez que estamos estudando a curva de oferta.
De uma forma geral, sabemos que quanto maior for o preço de um bem mais os
produtores querem vender daquele bem. Veja que estou falando de uma forma geral,
claro que existem exceções.
Dessa forma, a curva de oferta será uma curva positivamente inclinada que se situa no
espaço preço x quantidade, como demonstrado abaixo:
Observe que quando o preço do bem era P1, havia uma quantidade ofertada igual a Q1.
À medida que o preço do bem aumentou, o empresário passou a ter um estímulo maior
a aumentar a quantidade ofertada. Dessa forma, quando o preço passa para P2, o
empresário aumenta a sua produção e passa a ofertar a quantidade Q2.
Diferentemente de quando estávamos estudando a curva de demanda, na curva de
oferta não temos as classificações dos bens em vários tipos, mas há uma exceção
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também. Exceção essa que faz com que a curva de oferta possa ser negativamente
inclinada.
Em geral sabemos que quanto maior o preço, maior a quantidade ofertada.
No entanto, imagine uma situação em que há a criação de um site para concursos
público, imaginemos a situação do Ponto dos Concursos. Há a necessidade de se
fazer uma instalação inicial, contratar servidores que consigam armazenar as aulas,
alugar sala, funcionários e por aí vai. Em determinado momento o site entra em
contato com um professor de Microeconomia com o intuito de ministrar um curso da
matéria. O professor irá dispor de uma quantidade x de horas para poder elaborar o
curso e, para valer a pena, quer uma determinada remuneração.
Para que essa remuneração seja conseguida, haverá uma cobrança do curso. No
entanto, quanto maior for o número de alunos, menor poderá ser o preço do curso. O
curso pode ser ofertado em uma quantidade muito grande e uma redução de preço
pode aumentar a quantidade a ser ofertada pelo curso (pense que existe servidor em
número suficiente).
É mais fácil pensar neste ponto, se analisarmos a curva de oferta e de demanda
juntas, pelo menos intuitivamente é isso que faremos.
Imagine que sejam 50 alunos interessados no curso, assim o preço deverá ser um para
cobrir os custos. No entanto, se o preço for reduzido isso induzirá a um aumento do
número de alunos, mas não haverá um acréscimo tão grande no trabalho do professor
ou no custo do site. Basicamente, terá um incremento nas respostas do fórum.
Dessa forma, a oferta poderá ser aumentada para 100 e o preço cobrado ser mais
baixo. Se o preço cair pode ser que a demanda aumente novamente e a oferta volte a
aumentar com preço ainda mais baixo. Observe que para que haja uma curva de oferta
negativamente inclinada, há a necessidade de ganhos de escala, fato que ocorre em
cursos via internet ou tele-presenciais.
3.1. Fatores que alteram a quantidade ofertada
São quatro6 os fatores que podem modificar a quantidade ofertada. São eles:

Preço;
6
Alguns autores podem colocar vários outros fatores. Entretanto, esses quatro fatores são os apresentados pelos mais
renomados. Em geral, os outros podem ser encaixados no item expectativas.
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
Preço dos Insumos;

Tecnologia; e

Expectativas
a) Preço
Esse princípio já foi anunciado. Em geral, uma variação no preço do produto provoca
uma alteração na quantidade ofertada do mesmo. Importante ressaltar que são poucas
as questões que versam sobre curva de oferta negativamente inclinada. Isso é muito
raro.
Se examinador fizer uma pergunta e nela afirmar que a curva de oferta é
positivamente inclinada, a tendência é que você marque que o item está correto, pois
não foi utilizado nenhum chavão (sempre, nunca, etc). Logo, a pergunta fala de uma
forma geral sobre a curva de oferta e, em geral, ela é positivamente inclinada.
Observe que a curva de oferta é uma função que exprime a quantidade ofertada pelos
produtores em função do preço do bem. Matematicamente, temos:
QO = a + bP
Sendo a e b constantes positivas. E o sinal positivo mostra que a curva de oferta é
positivamente inclinada. Sendo assim, quando aumentamos o preço do bem, haverá
uma variação na quantidade ofertada do mesmo e, portanto, um deslocamento SOBRE
a curva de oferta. Veja a figura abaixo.
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b) Preço dos Insumos
Uma mudança no preço dos insumos7 provoca uma alteração na quantidade ofertada
do bem.
Se o preço do insumo subir, haverá um aumento no custo de produção que provocará
uma redução no lucro. Essa redução no lucro faz com que o empresário tenha interesse
em reduzir a quantidade ofertada do bem.
Já sei. Você deve estar pensando assim: se há uma redução no lucro, seria mais
interessante que o empresário aumentasse a quantidade ofertada com o objetivo de
ter o mesmo nível de lucro.
Não é assim que você deve raciocinar. Pense no lucro por unidade produzida, mas
como um percentual. Se o lucro por unidade cair em termos percentuais, pode ser que
seja mais interessante para alguns empresários vender a empresa e aplicar no
mercado financeiro.
Entendido? Grave então, se o preço de um insumo subir haverá uma redução na
quantidade ofertada.
Observe que haverá uma mudança apenas no preço do insumo, sendo que o preço do
bem será mantido constante. Como a curva de oferta mede a relação em um plano
preço do bem x quantidade ofertada do bem, para que mudemos a quantidade
ofertada sem que seja feita qualquer mudança no preço do bem será necessário
DESLOCAR A CURVA DE OFERTA.
Portanto, um aumento no preço do insumo provoca uma redução na quantidade
ofertada, deslocando a curva de oferta para cima e para a esquerda, conforme
mostrado abaixo:
7
Segundo o Mini-dicionário Aurélio, insumo é o “elemento que entra no processo de produção de mercadorias ou
serviços (máquinas e equipamentos, trabalho humano, etc.); fator de produção.”
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Por outro lado, se o preço de um insumo ficar mais barato, isso provocará uma
redução no custo do empresário e mantendo o preço do produto constante, aumentará
o lucro. Dessa forma, o empresário terá um incentivo a aumentar a quantidade
ofertada do bem.
Ao aumentar a quantidade ofertada do bem, como o preço do bem está mantido
constante, o empresário estará provocando um deslocamento da curva de oferta
para baixo e para a direita.
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Já sabemos que se uma alteração no preço de um bem modificar a sua quantidade
ofertada haverá um deslocamento sobre a curva de oferta. No entanto, é importante
destacar que qualquer outra variável que modificar a quantidade ofertada, tendo em
vista o fato de que o preço é mantido constante, provocará um deslocamento da
curva de oferta.
Observe que para fazer qualquer tipo de análise em economia precisamos alterar uma
variável e manter todas as outras variáveis constantes. Assim, podemos entender o
que aquela variável sozinha pode provocar. Portanto, a nossa análise sempre será
ceteris paribus8.
Segundo Mankiw:
“Os economistas usam a expressão ceteris paribus para dizer que todas as
variáveis relevantes, exceto a que estiver sendo estudada na ocasião, são
mantidas constantes. A expressão latina significa, literalmente, “outras
coisas sendo iguais”. A curva de demanda se inclina para baixo porque,
ceteris paribus, preços menores indicam uma maior quantidade demandada.
Embora a expressão ceteris paribus se refira a uma situação hipotética na
qual algumas variáveis são mantidas constantes, no mundo real muitas
coisas se alteram simultaneamente. Por isso, quando usarmos ferramentas
de oferta e de demanda para analisar fatos ou políticas, é importante ter em
mente o que está sendo mantido constante e o que está mudando.”
c) Tecnologia
Sabemos que, normalmente, há um ganho tecnológico com o passar do tempo. Esse
ganho tecnológico contribui para aumentar a quantidade ofertada dos bens. Esse é o
senso comum e deve ser assim que você está pensando, certo?
Então
me
explique.
Você
concorda
que
uma
TV
LED
é
mais
desenvolvida
tecnologicamente que uma TV de Plasma, certo? Então, porque que a quantidade
ofertada de TV LED é menor que a quantidade ofertada de TV de Plasma?
Talvez você deva estar pensando: isto ocorre porque a TV LED é muito cara. Não, não
é por causa disso. Se pensar assim, entraremos no problema do ovo e da galinha...rsrs
8
Alguns autores escrevem “coeteris paribus”.
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Na verdade, a curva de oferta da TV de LED é uma e a curva de oferta da TV de
Plasma é outra, completamente diferente. Isto porque estamos falando de produtos
diferentes. Logo, possuem curvas diferentes.
Observe que não estamos falando de tecnologia de produto e o exemplo que coloquei
para vocês diz respeito à tecnologia do produto. Quando falamos de tecnologia
provocando um aumento na quantidade ofertada, estamos nos referindo à
TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO.9
E isso faz todo sentido, pois se passamos a ter uma máquina mais produtiva, mais
eficiente, ela poderá contribuir para aumentar a quantidade a ser ofertada pelos
empresários. É claro que, em princípio, estamos tratando o preço do bem como
constante e esse aumento da tecnologia de produção provocará um deslocamento da
curva de oferta para baixo e para a direita.
Guarde duas coisas muito importantes aqui.
A primeira é que o examinador vai querer te enrolar e falar de tecnologia do produto,
mas você não pode, em hipótese alguma, errar uma questão desse tipo. O que altera a
quantidade ofertada é a TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO.
A segunda é que a tecnologia de produção provoca um DESLOCAMENTO da curva de
oferta.
d) Expectativas
Expectativas... Quem adora questão com expectativas é o CESPE, pois assim ele pode
inventar qualquer história e fazer a pergunta. Cai em todas as bancas, mas o CESPE é
campeão nesse item.
As expectativas modificam a quantidade ofertada. Imagine que o Ministério da Fazenda
fez uma previsão de que o Brasil irá crescer 6%, em média, nos próximos quatro anos.
Isso é uma indicação de que a renda da população deve aumentar e assim altera a
nossa expectativa a respeito do País. Dessa forma, com a mudança da expectativa em
relação à renda das pessoas, o empresário acaba aumentando a quantidade ofertada
do bem.
9
É fundamental que você consiga fazer essa diferenciação. Faz toda a diferença na análise da questão.
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Por outro lado, se um empresário do setor hoteleiro está pensando em construir um
complexo hoteleiro no nordeste com o intuito de competir com a Croácia e Emirados
Árabes como destino dos europeus nas férias e escuta falar que há uma tendência de
valorização da moeda nacional em relação ao Euro e ao dólar, imediatamente ele passa
a ter uma expectativa pessimista em relação ao seu empreendimento. Isto ocorre
porque boa parte do seu custo será em moeda nacional e está sendo criada uma
expectativa de que ela fique cada vez mais forte e, portanto, o destino pode estar
ficando caro para os europeus. Essa expectativa pode acabar fazendo com que haja
uma redução da quantidade ofertada.
Enfim, assim como esse exemplo que coloquei para vocês, vários outros podem ser
colocados e inventados pelo examinador. O importante é tentar notar qual dos itens
está alterando a oferta. Se for a expectativa a curva de oferta também será
DESLOCADA. Esse deslocamento pode ser tanto na direção do aumento quanto da
redução da quantidade ofertada.
DICA: A primeira coisa que devemos fazer quando pegamos uma questão de oferta e
demanda é tentar saber qual fator está alterando a curva. Em geral, o erro da questão está
no deslocamento SOBRE a curva ou no deslocamento DA curva.
4. Equilíbrio
Já estudamos tanto a curva de demanda quanto a curva de oferta separadamente.
Agora, vamos juntar as duas curvas no mesmo espaço e verificar o que ocorre. É isso
que chamamos de equilíbrio de mercado. Cuidado com uma coisa. Aqui estamos
falando de equilíbrio parcial e não de equilíbrio geral.
Lembre-se que apesar de tanto a curva de oferta quanto a curva de demanda poderem
ser tanto positivamente quanto negativamente inclinadas, sempre que ouvirmos falar
em
curva
de
demanda
pensaremos
em
uma
curva
negativamente
inclinada
(descendente da esquerda para a direita). Quando ouvirmos falar na curva de oferta,
devemos pensar em uma curva positivamente inclinada (ascendente da esquerda para
a direita).
Portanto, em geral, não se deve utilizar a curva de demanda positivamente inclinada
(bem de Giffen) e a curva de oferta negativamente inclinada (ganhos de escala). Isso
somente deve ocorrer quando estivermos tratando de exceções. Ou seja, se o
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examinador falar de uma curva de oferta ou de uma curva de demanda, devemos fazer
um desenho de curvas positivamente e negativamente inclinadas, respectivamente.
Veja abaixo como proceder:
O ponto em que as curvas de oferta e demanda se cruzam se chama EQUILÍBRIO.
Esse ponto indica o nível de preço e a quantidade que está sendo negociada de forma
que não há sobra de estoque ou falta de produto. Ou seja, se o preço do bem em
questão estiver cotado em P1, tudo que for produzido pelo empresário será vendido e
não haverá formação de estoques nem falta de produtos. Mais à frente veremos o que
ocorre se o preço cobrado estiver acima ou abaixo de P1.
Existem tipos diversos de questões que podem ser formuladas com o equilíbrio. A
primeira delas ocorre quando o examinador determina uma equação matemática que
represente a demanda e uma equação que represente a oferta. Com o objetivo de
encontrar o equilíbrio, basta igualarmos as equações que determinam as curvas.
Observe que o equilíbrio ocorre no ponto de encontro entre as duas curvas. Assim,
quando igualamos a equação da curva oferta com a equação da curva demanda
estamos supondo que a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada. Dessa
forma, iremos encontrar o ponto em cada uma das retas (das curvas de oferta e
demanda) que equilibra o mercado.
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Já sei que você deve estar se perguntando o motivo pelo qual você deve igualar as
curvas, certo?
Vou te explicar. Observe que a equação que determina a demanda informa a
quantidade que está sendo demandada a cada nível de preço. Por outro lado, a
equação que determina a oferta informa a quantidade que está sendo ofertada a cada
nível de preço.
No equilíbrio, a quantidade que está sendo demandada é a mesma da que está sendo
ofertada. Portanto, ao igualarmos as duas curvas, estamos dizendo que a quantidade
ofertada se iguala à quantidade demandada. Dessa forma, formaremos uma equação
que depende do preço, uma vez que o preço que está na equação da demanda é igual
ao preço da equação da oferta. Se resolvermos a equação formada, encontraremos o
preço de equilíbrio e se esse preço for o praticado no mercado, isso significa que toda a
produção está sendo vendida e não sobra nem falta nenhuma unidade do produto.
Vamos a um exemplo, para que vocês compreendam o procedimento a ser utilizado.
Imagine que as curva de demanda e oferta sejam designadas pelas seguintes
equações, respectivamente:
QD = 90 - 6P
QO = -10 + 4P
Se estivermos interessados em encontrar o preço de equilíbrio, devemos assumir que
este preço ocorrerá quando a quantidade ofertada for igual à quantidade demandada,
ou seja, QO = QD. Matematicamente, temos:
Q O  QD
 10  4P  90  6P
4P  6P  90  10
10P  100
P  10,00
Observe que ao igualarmos as equações e resolvermos para P, encontraremos que o
preço de equilíbrio será igual a R$10,00. Se substituirmos esse valor em qualquer uma
das duas equações (oferta ou demanda), a quantidade encontrada deverá ser a
mesma. Afinal de contas, saímos exatamente desse pressuposto para encontrar o
preço.
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Vamos verificar qual a quantidade demandada se o preço for igual a R$10,00:
QD = 90 - 6P
QD = 90 – 6x10
QD = 90 – 60
QD = 30 unidades
Vamos, agora, verificar qual a quantidade ofertada se o preço for igual a R$10,00:
QO = -10 + 4P
QO = -10 + 4x10
QO = -10 + 40
QO = 30 unidades
Observe que o resultado encontrado foi exatamente o que estávamos prevendo, ou
seja, que ao preço de R$10,00 a quantidade ofertada é igual à quantidade demandada.
Isso significa que se o preço do bem estiver cotado a R$10,00, o empresário deverá
optar por produzir 30 unidades do bem. De forma análoga, se o preço estiver cotado a
R$10,00, o consumidor irá demandar 30 unidades do bem. E, dessa forma, tudo que
está sendo produzido pelo empresário está sendo adquirido pelo consumidor e, com
isso, estamos com o mercado em equilíbrio.
Graficamente, podemos representar da seguinte forma:
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Imagine a situação em que o preço do mercado esteja abaixo do preço de equilíbrio.
Porque motivo? Que tal pelo fato de o Governo ter congelado os preços em um
patamar inferior àquele que seria o de equilíbrio10.
Se o preço da mercadoria estiver cotado a R$8,00, haverá um aumento da quantidade
demandada do bem uma vez que ele está custando menos e, ao mesmo tempo, uma
redução da quantidade ofertada, pois o bem está com um preço mais baixo.
Veja que se colocarmos esse preço na equação de demanda, teremos:
QD = 90 - 6P
QD = 90 – 6x8
QD = 90 – 48
QD = 42 unidades
De forma análoga, com o preço de R$8,00, a quantidade ofertada seria de:
QO = -10 + 4P
QO = -10 + 4x8
QO = -10 + 32
QO = 22 unidades
Portanto, vemos que quando o preço estiver abaixo do preço de equilíbrio, a
quantidade demandada supera a quantidade ofertada e, com isso, faltará produto no
mercado. A diferença entre as quantidades, nesse caso, será chamada de excesso de
demanda ou escassez de produtos.
Graficamente, temos:
10
Tal pressuposto nos faz relembrar o congelamento imposto pelo Plano Cruzado em 1986.
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Por outro lado, imaginemos uma situação em que o preço de mercado se situa acima
do preço de equilíbrio. Isso pode ocorrer em uma economia com livre comércio e na
qual o preço de equilíbrio internacional encontra-se em nível superior ao preço de
equilíbrio. Logo, este fato induzirá a um aumento no preço interno do produto, redução
da quantidade demanda internamente e aumento na quantidade produzida pelo
empresário.
Outra opção ocorre quando o Governo opta por estabelecer um preço mínimo para um
produto com o intuito de induzir a produção e não provocar o desabastecimento.
Veja o que ocorrerá se colocarmos o preço de R$13,00 na curva de demanda:
QD = 90 – 6P
QD = 90 – 6x13
QD = 90 – 78
QD = 12 unidades
De forma análoga, com o preço de R$13,00, a quantidade ofertada seria de:
QO = -10 + 4P
QO = -10 + 4x13
QO = -10 + 52
QO = 42 unidades
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Observe que quando o preço está acima do preço de equilíbrio, a quantidade ofertada
supera a quantidade demandada e, com isso, sobrará produto no mercado. A diferença
entre as quantidades, nesse caso, será chamada de excesso de oferta ou excedente
de produtos.
Graficamente, temos:
Vamos passar a mais uma etapa do estudo do equilíbrio, a última. Vou te fazer uma
pergunta e vamos ver se você consegue me responder corretamente.
O que ocorre com a quantidade demandada da cerveja Antarctica se o preço da cerveja
Skol aumentar?
Não vale responder que você não gosta de Antarctica e só toma Skol, está combinado?
A ideia é a seguinte: se o preço da cerveja Skol aumentar, haverá uma redução na
quantidade demandada por Skol e, consequentemente, um aumento na demanda por
Antarctica. Afinal de contas, os dois bens são substitutos. Veja:
 PSKOL   QDSKOL   QDANTARCTICA
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Esse aumento no preço da Skol provoca um deslocamento na curva de demanda11 de
D1 para D2, uma vez que essa mudança foi provocada por uma alteração no preço de
produto relacionado. Veja o gráfico:
Observe que para um dado preço P1 da cerveja Antarctica, tendo em vista o fato de o
preço da Skol ter sido majorado, haverá um aumento na demanda por Antarctica para
Q2. Dessa forma, o mercado sairá do equilíbrio, pois a quantidade ofertada de
Antarctica será Q1 (representado pelo ponto 1 do gráfico) e a quantidade demandada
será Q2 (representado pelo ponto 2 do gráfico). Observe ainda que o preço da cerveja
Antarctica não sofreu qualquer alteração até o momento e continua sendo P1.
Com o mercado em desequilíbrio e a quantidade demandada sendo maior que a
quantidade ofertada, haverá formação de filas para a aquisição do bem e, portanto, um
aumento do mesmo. Quando aumentamos o preço da cerveja Antarctica, haverá um
deslocamento sobre a curva de oferta (do ponto 1 para o ponto 3) e um deslocamento
simultâneo sobre a curva de demanda (do ponto 2 para o ponto 3), até que o equilíbrio
seja reestabelecido. Veja o gráfico abaixo:
11
Já sei que você deve estar querendo saber se a curva de demanda é da Skol ou da Antarctica. Como o preço majorado
foi o da cerveja Skol, só podemos deslocar a curva de demanda da Antarctica. Se estivéssemos com o gráfico da cerveja
Skol, o deslocamento ocorreria sobre a curva de demanda, uma vez que a alteração ocorreu no preço do bem.
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Dessa forma, no final, haverá um aumento no preço e na quantidade de equilíbrio da
cerveja Antarctica. (representado pelo ponto 3). Nesse momento, chegamos a um
equilíbrio parcial.
Não
vou
ficar
repetindo
esse
procedimento
diversas
vezes.
Se
houver
um
deslocamento, seja da curva de demanda ou da curva de oferta, haverá um
desequilíbrio inicial. Em seguida, as forças de mercado irão estabelecer um novo
equilíbrio para o mercado.
5. Elasticidades
A elasticidade tem como objetivo medir a reação ocorrida em uma variável quando
uma segunda variável for modificada.
Sabemos que, em geral, quando o preço de um bem aumenta, a quantidade
demandada do mesmo cai. Será que um empresário, antes mesmo de aumentar o
preço do seu produto, gostaria de saber como as pessoas iriam reagir a esse aumento
de preços? Será que ele se interessaria em saber qual seria a redução percentual no
consumo para cada 1% de aumento no preço? Essa medida é dada pela elasticidade.
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Existem inúmeras elasticidades, mas todas nos informam a relação entre duas
variáveis quaisquer.
Podemos conceituar a elasticidade como sendo um número que informa a variação
percentual em uma variável em decorrência de uma mudança de 1% em outra
variável.
Segundo Pindyck:
“Já vimos que a demanda por uma mercadoria depende de seu preço, bem
como da renda do consumidor e dos preços de outras mercadorias. De modo
semelhante, a oferta depende do preço, bem como de outras variáveis que
afetam o custo de produção. Por exemplo, se o preço do café aumenta, sua
quantidade
demandada
cairá
e
sua
quantidade
ofertada
aumentará.
Frequentemente, contudo, desejamos saber quanto irá aumentar ou cair a
oferta ou a demanda. Quão sensível será a demanda de café em relação a
seu preço? Se o preço aumentar 10%, qual deverá ser a variação da
demanda? Quanto seria a variação da demanda se o nível de renda
aumentasse em 5%? Utilizamos elasticidades para responder a perguntas
como essas.
A elasticidade é uma medida da sensibilidade de uma variável em relação a
outra. Mais especificamente, trata-se de um número que nos informa a
variação percentual que ocorrerá em uma variável como reação a uma
variação de 1% em outra variável.”
Apresentamos, acima, uma definição generalizada acerca do conceito elasticidade. No
entanto,
em
microeconomia,
estudaremos,
em
princípio,
quatro
importantes
12
elasticidades , quais sejam:

Elasticidade-preço da demanda13;

Elasticidade-renda da demanda;

Elasticidade cruzada da demanda14; e

Elasticidade-preço da oferta.
12
A elasticidade é um importante informação a ser considerada quando estamos pensando em mercados regulados.
Também pode ser chamada de elasticidade-preço da procura. Em todas as elasticidades, o termo demanda pode ser
substituído pelo termo procura sem que o significado seja alterado.
14
Também conhecida como elasticidade-preço cruzado da demanda.
13
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5.1. Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda informa a variação percentual que ocorrerá na
quantidade demandada de determinado bem quando o preço deste bem for modificado
em 1%15.
A elasticidade-preço da demanda é representada pela seguinte equação16:
D
Q
Q P
Q P
Q





P
Q P
P Q
P
Vamos, em primeiro lugar, discutir o que significa, por exemplo,
Q
. É o mesmo que
Q
S S2  S1

, sendo que S é o salário recebido por você.
S
S1
Esses anos de sala de aula me ensinaram que se os alunos não entenderem alguma
coisa, mexa no bolso deles que irão entender rapidamente... E é isso que farei com
vocês.
Imagine, então que você perceba um salário mensal de R$3.000,00. Seu chefe acaba
de te informar que você terá um aumento de 10% no salário pelos bons serviços
prestados. Sabemos que, dessa forma, seu salário passará a ser de R$3.300,00,
concorda? Logo, seu salário inicial (S1) era de R$3.000,00 e o seu salário final (S2)
passou a R$3.300,00. Com isso, temos:
S S2  S1 3300  3000
300



 0,10  10%
S
S1
3000
3000
15
16
Essa alteração pode ser tanto com aumento ou redução no preço.
Importante ressaltar que mais à frente explicarei o que é uma derivada. Não há necessidade de se preocupar com isto
nesse momento. Entretanto, aquelas pessoas que sabem, já podem ir utilizando o conceito.
Q P
Q P
 

P Q P Q
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Observe que o resultado encontrado foi idêntico ao valor percentual do aumento dado.
Então, quando estamos falando de
Q
, estamos verificando qual a variação percentual
Q
na quantidade demandada. De forma análoga,
P
é a variação percentual no preço.
P
Portanto, a elasticidade-preço da demanda irá informar quantos por cento variou a quantidade
demandada para cada variação percentual do preço do bem.
Sabemos que, em geral, um aumento nos preços provoca uma redução na quantidade
demandada e, analogamente, uma redução nos preços provoca um aumento na
quantidade demandada. Dessa forma, vemos que:
D
Q
Q


Q
Q

  0 ou  D 
 0
P
P


P
P
Portanto, a elasticidade-preço da demanda é, em geral, um número negativo e
isso representado pelo fato de as grandezas preço e quantidade serem inversamente
proporcionais. Entretanto, há uma exceção e são os bens de Giffen.
Os bens de Giffen possuem uma elasticidade-preço da demanda positiva.
A partir de agora, não mais falaremos dos bens de Giffen e nem pensaremos neles
para podermos desenvolver nossa matéria. Eles serão retomados apenas quando
falarmos de exceções. Ou seja, se estivermos discutindo a elasticidade-preço da
demanda estará implícito que o resultado é um número negativo, a menos que falemos
se tratar de um bem de Giffen17. Fechado?
Imagine que um aumento de 10% no preço de um bem faça com que o consumidor
reduza a demanda em 50%. Isso significa que se
irá reagir reduzindo o consumo,
P
for igual a 10%, o consumidor
P
Q
, em 50%. Observe que a reação do consumidor,
Q
17
Essa definição, apesar de importante para a Microeconomia, quando falamos de bens regulados perde um pouco da sua
importância.
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nesse caso, foi muito forte quando o preço foi majorado. Neste caso, a elasticidadepreço da demanda é igual a:
D
Q
 50%
Q


 5   D  5
P
 10%
P
Se o módulo da elasticidade-preço da demanda for maior do que 1, a demanda
é considerada elástica.
Ou seja, há uma reação por parte do consumidor reduzindo a quantidade demandada
em um nível superior à variação no preço do bem. Tal fato pode ocorrer por alguns
motivos.
Primeiro, o produto possui bons substitutos na visão desse consumidor e quando o
preço aumenta, ele desloca o seu consumo para o outro bem, para o bem substituto e,
portanto, reage fortemente, reduzindo a demanda.
Outra opção possível é que o bem seria considerado supérfluo pelo consumidor em
questão. Quando o preço aumenta, ele passa a considerar que esse bem deve ter o seu
consumo restringido uma vez que não seria um bem fundamental para ele.
Observe que, nos dois casos, isso depende do consumidor em questão. Pois um bem
que eu posso considerar supérfluo, você pode acreditar que seja fundamental para
você, concorda? E vice-versa, claro. Você, por exemplo, pode achar que o frango é um
ótimo substituto para a carne de boi, mas eu, traumatizado com isso, não acredito.
Então, quando o preço da carne de boi subir, não substituirei o produto por frango. No
entanto, posso também ser elástico para a carne de boi, mas a substituirei por algum
outro produto. Portanto, o fato de um produto ser elástico ou não depende dos
costumes, gostos, etc dos consumidores que estão sendo analisados.
Imagine, agora, que um aumento de 10% no preço de um bem faça com que o
consumidor reduza a demanda em 3%. Isso significa que se
consumidor irá reagir reduzindo o consumo,
P
for igual a 10%, o
P
Q
, em 3%. Observe que a reação do
Q
consumidor, nesse caso, foi muito fraca quando o preço foi majorado. Neste caso, a
elasticidade-preço da demanda é igual a:
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D
Q
 3%
Q


 0,3   D  0,3
P
 10%
P
Se o módulo da elasticidade-preço da demanda for menor do que 1, a
demanda é considerada inelástica18.
Ou seja, há uma reação por parte do consumidor reduzindo a quantidade demandada
em magnitude inferior à variação no preço do bem. Isto pode ocorrer por alguns
motivos. Interessante é que todas as vezes que solicito aos alunos para me dar um
exemplo de um bem inelástico, elas me falam: sal. Eu, particularmente, não acho esse
um bom exemplo, mas vamos discutir isso.
O primeiro motivo para uma reação tão pequena por parte do consumidor é devido ao
fato de o produto ser essencial para a sua sobrevivência. Estamos falando de um
remédio, remédio esse que sem ele o consumidor morreria. Se o laboratório aumentar
o preço do remédio, o que faria o consumidor? Compraria o remédio e continuaria
tomando a mesma atitude enquanto tivesse recurso suficiente. Nesse caso, o aumento
de preço pouco altera ou nada altera a quantidade demandada do bem.
Um segundo caso e aqui se inclui o sal, ocorre quando o bem possui um valor muito
baixo se comparado ao orçamento do consumidor. Por exemplo, suponha em na sua
casa seja gasto um quilo de sal por mês. Se o preço do sal aumentar em 10%, você
continuará comprando 1 quilo de sal por mês. Isso se deve muito mais ao fato de o sal
custar R$1,00 do que você achar que o sal é essencial. Não concorda? Então pense que
o quilo de sal está sendo negociado a R$1.000,00 e ainda foi majorado em 10%.
Quanto de sal você gastaria por mês. Ah, não gosta mais sal.. Está vendo, essa seria a
sua resposta. Isso nos mostra que as pessoas são inelásticas em relação aos bens que
elas gostam e que pouco representam em seu orçamento.
Um terceiro e último caso se refere aos bens que provocam vício. Por exemplo, o
cigarro. Uma pessoa que fuma reduzirá muito pouco o consumo do cigarro se o preço
do mesmo aumentar. Isso ocorre porque ela é viciada no bem, independente deste
bem ter muita ou pouca representatividade em seu orçamento. Lembre-se que sempre
escutamos que pessoas roubam para fumar crack, pessoas que possuem dinheiro
18
Os bens regulados, geralmente, são aqueles que possuem uma demanda inelástica para a média dos consumidores. O
padrão é que exista uma regulação maior (controle mais próximo por parte do Governo) quando a inelasticidade do
consumidor for alta, dada a grande dependência do consumidor pelo produto e, assim, o grande poder de mercado da
empresa. Inelasticidade alta significa que o valor da elasticidade-preço da demanda, em módulo, é bem próxima de zero e
isso mostra a dependência do consumidor em relação ao bem consumido.
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acabam com seus recursos utilizando essa droga. Na verdade, depois que a pessoa se
droga, se vicia, aumenta e muito o seu nível de inelasticidade em relação ao bem.
Entretanto, é interessante notarmos que se pegarmos uma pessoa como exemplo, seu
nível de elasticidade ou de inelasticidade em relação a um determinado bem vai sendo
alterado à medida que o preço do bem vai sendo modificado.
Vamos retornar ao exemplo do sal. Enquanto o sal custava R$1,00 o quilo, você tinha a
clara noção de que você era muito inelástico em relação ao preço do bem e que um
aumento de 10% nele não provocaria mudança alguma na sua quantidade demandada.
Entretanto, se o sal passasse a custar R$10,00, o mesmo aumento de 10% induziria a
grande maioria a começar a pensar sobre a utilização do sal, e, talvez, a desculpa
estaria no fato de que o sal não faz bem à saúde, aumenta a pressão, apesar de a
pessoa ainda ser inelástica, mas menos do que quando o preço era R$1,00. Se
pensarmos no sal custando R$100,00 o quilo, um aumento de 10% em seu preço faria
com que houvesse uma redução ainda maior na quantidade demandada do mesmo.
Observe que um aumento de mesma magnitude no preço do bem, mas incidindo sobre
diferentes valores provoca reações completamente diferentes nos consumidores. Em
princípio, quanto maior for o preço do bem menor tende a ser a inelasticidade do
consumidor e, portanto, mais elástico ele tende a ser.
Se o sal estiver cotado em R$10.000,00 o quilo é muito provável que quase todos nós
já estejamos convencidos de que o sal não é um bem interessante, que faz muito mal
à saúde e que não deve ser consumido. Talvez uma pessoa que ganhe mais de R$1
milhão por mês, talvez um bom jogador de futebol (ou ex-jogador em exercício)
continue comprando o sal.
Portanto, quando o preço de um bem vai aumentando continuamente, um consumidor
que é inelástico em relação a esse bem, vai, gradativamente, aumentando sua reação
e se tornando cada vez menos inelástico (mais elástico). Até que em determinado
momento, a partir de certo preço, ele passa a ser elástico. Observe que essa mudança
passou por um ponto em que a elasticidade é igual a -1. Quando isso ocorrer, e isto é
apenas uma coincidência matemática, dizemos que temos a elasticidade unitária da
demanda.
Com isto, podemos sintetizar da seguinte forma:
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Se
 D  1 ⇒ Demanda Inelástica
Se
 D  1 ⇒ Elasticidade Unitária da Demanda
Se
 D  1 ⇒ Demanda Elástica
Temos dois casos especiais, quais sejam:

Demanda infinitamente elástica;

Demanda infinitamente inelástica.
Quando a demanda for infinitamente elástica, a curva de demanda será uma reta
horizontal e a elasticidade-preço da demanda será igual a infinito. Casos como esses
ocorrem em mercados competitivos e todos os produtores devem vender seus
produtos ao mesmo preço. Se algum produtor optar por vender por um preço
ligeiramente superior, ele não conseguirá alienar uma unidade sequer.
O gráfico de uma curva de demanda infinitamente elástica é o seguinte:
Quando a demanda for infinitamente inelástica, a curva de demanda será uma reta
vertical e a elasticidade-preço da demanda será igual a zero. Nesses casos, os
consumidores necessitam muito dos bens e um aumento de preço não induziria a
qualquer redução da quantidade demandada.
O gráfico de uma curva de demanda infinitamente inelástica é o seguinte:
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Vou mostrar algo errado para vocês, mas que ajudará a entender o conceito.
Observem as duas curvas de demanda acima. Veja que para uma mesma variação no
preço do bem, há uma variação muito maior na quantidade demandada no segundo
gráfico. Ou seja, a quantidade varia bem mais se a curva de demanda for mais
“deitada”, não é mesmo? Portanto, sempre que você tiver que desenhar uma curva de
demanda inelástica, faça o desenho de uma curva mais vertical. Por outro lado, sempre
que necessitar desenhar uma curva de demanda mais elástica faça uma curva mais
horizontal.
Então, mesmo estando errado isto que estou dizendo, pense que se a curva de
demanda for mais “em pé”, a demanda será inelástica e se a curva de demanda for
“mais deitada”, a demanda será mais elástica.
Guardem uma dica: O que está escrito no parágrafo anterior pode ser usado sempre,
desde que a questão não fale em curva de demanda linear.
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Vamos agora, passar para o estudo de uma curva de demanda linear. Apesar de
termos representado todas as curvas de demanda, até então, como retas, em geral
elas são parecidas com uma hipérbole. No entanto, para não complicar, podemos
representá-las como retas19. Mas, sempre que o examinador falar em curva de
demanda linear, ele estará afirmando que a curva de demanda é uma equação de
primeiro grau, é uma reta, deverá ser representada por uma equação da reta (QD = ax
+ b)20 e, para calcularmos a elasticidade dessas funções devemos proceder da seguinte
forma:
Utilizemos a seguinte curva de demanda: Q = 8 – 2P.
Vamos sair de um determinado ponto, apontando o par P,Q. Variando em 1% o valor
de P, devemos determinar o novo valor de Q e verificar qual foi a mudança percentual
nessa quantidade.
Vamos escolher como ponto de partida o local em que a curva de demanda toca o eixo
dos preços, o eixo y. Nesse ponto, a quantidade demandada é igual a zero. Colocando
isso na equação temos:
Q0  0  0  8  2 P0
2 P0  8
P0  4
Portanto, partiremos de um par (P,Q) igual a (4,0) para determinarmos a elasticidadepreço da demanda neste ponto.
19
É exatamente assim que todos os autores renomados fazem.
Observe que essa equação é idêntica àquela que na primeira aula foi dito que seria a função de demanda. Tudo bem, é
assim mesmo. Mas o que vai ser desenvolvido agora só deve ser utilizado se o examinador falar em DEMANDA
LINEAR.
20
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Vamos reduzir o preço em 1% e calcular a quantidade demandada correspondente21.
P1  P0  1  1% 
P1  4  0,99  3,96
Q1  8  2 P1
Q1  8  2  3,96  Q1  0,08
Q D Q2  Q1  0,08  0
0,08
Q
Q1
0
D  D 

 0
P2  P1  3,96  4  0,04
P
P
4
4
P1
0,08
não existe. Mas não é verdade.
0
Imagine um número positivo dividido por um número muito próximo de zero, como por
Já sei que vocês devem estar pensando que
exemplo, 0,0000000000000000000000001. Você concorda que quando comparamos
esse número com zero, a diferença é insignificante. Logo, temos:
0,08
0,08


0
0,0000000000000000000000001
Sendo assim, a elasticidade-preço da demanda fica:
0,08

D  0 
 
 0,04  1%
4
Dessa forma, vemos que no ponto em que a curva de demanda toca o eixo Y, ou seja,
o eixo dos preços, a elasticidade-preço da demanda nesse ponto é igual a -∞.
Já sei que você não está entendendo a teoria, apesar de ter engolido a matemática,
certo? Então vou dar um exemplo que dou em sala de aula que ilustra bem esse ponto.
Imagine que você trabalha em um determinado local e seu salário é zero. Isso mesmo,
zero. Não leva sequer um centavo no final do mês. Seu chefe chega para você e diz
que está muito satisfeito com o seu desempenho e que vai te dar um aumento de
21
Optei por reduzir o preço, neste caso, porque se aumentasse a quantidade resultante seria negativa. Além disso,
esclareço que devemos variar em 1% o preço, aumentando ou diminuindo.
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100%. Se ele te der um aumento de 100%, qual o seu novo salário? Seu novo salário
será de R$ 0,00.
A pergunta é: Se o seu salário subir para R$ 0,01, qual terá sido o seu aumento
percentual?
A resposta é que você terá tido um aumento muito grande, um aumento de infinito por
cento. Concordam? Aqui é, exatamente, a mesma coisa. A partir do momento em que
você não consumia nada e passa a consumir uma quantia, por menor que seja essa
quantidade, o aumento percentual dela foi gigantesco, foi infinito.
Vamos fazer o cálculo da elasticidade-preço no ponto médio da curva de demanda em
questão. No ponto médio, o preço valerá R$ 2,00 e teremos uma quantidade igual a 4.
Veja:
P0  2  Q)  8  2  2
Q0  8  4
Q0  4
Agora, para mostrar que não faz a menor diferença se optarmos por aumentar ou
reduzir o preço, iremos subi-lo de 1%. Temos:
P1  P0  1  1% 
P1  2 1,01  2,02
Q1  8  2 P1
Q1  8  2  2,02  Q1  3,96
Utilizando esses dados, podemos substituir na equação da elasticidade-preço da
demanda e calculá-la:
Q D Q2  Q1 
3,96  4  0,04
Q
Q1
 1%
4
D  D 

 4 
 1
P2  P1  2,02  2,00  0,02  1%
P
P
2
2
P1
Com isso vemos que a elasticidade-preço da demanda no ponto médio de uma curva
de demanda linear é igual a -1.
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Se repetirmos os cálculos para o ponto em que P é igual a zero22, teremos:
P0  0,01  Q)  8  2  0,01
Q0  8  0,02
Q0  7,98
Ao aumentarmos o preço em 1%, temos:
P1  P0  1  1%
P1  0,01 1,01  0,0101
Q1  8  2 P1
Q1  8  2  0,0101  Q1  7,9798
Passemos agora ao cálculo da elasticidade-preço da demanda em um ponto muito
próximo do ponto em que o preço é igual a zero.
Q D Q2  Q1  7,9798  7,98  0,002
Q
Q1
 0,000025
7,98
7,98
D  D 



 0,0025
P2  P1  0,0101  0,01  0,0001
P
 1%
P
0,01
0,01
P1
Observe que a elasticidade-preço da demanda nesse ponto está muito próximo de zero
e será IGUAL A ZERO no ponto em que o preço for zero.
Portanto, vemos o seguinte:
22
Faremos o cálculo para um ponto muito próximo do ponto em que P for igual a zero. Isto ocorre porque se P for zero,
ao alterarmos em 1% esse valor, o preço do bem não será alterado.
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Portanto, em uma curva de demanda linear, temos:

No ponto em Q for zero, a demanda é infinitamente elástica;

No ponto em P for zero, a demanda é infinitamente inelástica;

No ponto médio temos a elasticidade unitária da demanda;

Entre Q igual a zero e o ponto médio, a demanda é elástica; e

Entre P igual a zero e o ponto médio, a demanda é inelástica.
5.2. Elasticidade-renda da demanda
A elasticidade-renda da demanda informa a variação na quantidade demandada do
bem como reação a uma mudança de 1% na renda do consumidor.
A elasticidade-renda da demanda é representada pela seguinte equação:
R
Q
Q R
Q R
Q





R
Q R
R Q
R
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Sabemos que quando a nossa renda aumenta, temos a tendência de modificar a
demanda de alguns produtos. Sabemos ainda que alguns do produtos terão seu
consumo majorado quando aumentarmos a renda e outros terão seu consumo
reduzido.
a) Bens Normais
Nos casos em que um aumento de renda induzir a um aumento no consumo ou que
uma redução de renda levar a uma redução no consumo, teremos uma elasticidaderenda da demanda positiva e o bem será considerado normal. Matematicamente,
temos:
R
Q

Q

 0
R

R
ou
R
Q

Q

 0
R

R
b) Bens Inferiores
Nos casos em que um aumento de renda induzir a uma redução no consumo ou que
uma redução de renda leve a um aumento no consumo, teremos uma elasticidaderenda da demanda negativa e o bem será considerado inferior. Matematicamente,
temos:
R
Q

Q

 0
R

R
ou
R
Q

Q

 0
R

R
c) Bens de Luxo
Se a elasticidade-renda da demanda for positiva e superior à unidade, isso significa
que quando houver uma variação na renda isso provocará uma variação da quantidade
em proporção maior que a variação da renda. Em geral, isso ocorre em bens que o
consumidor ainda acredita que o seu nível de consumo atual está bem aquém daquele
desejável. Um bom exemplo seria viagens.
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Você concorda que se você tiver um aumento do nível de renda deverá haver um
aumento considerável nos gastos com viagens? Então, se isso for verdade, é provável
que viagem seja um bem de luxo. Matematicamente, temos:
R
Q

Q

 1
R

R
ou
R
Q

Q

 1
R

R
d) Bens Necessários
Se a elasticidade-renda da demanda for positiva mas inferior à unidade, isso significa
que a variação na renda provocará uma variação positiva na quantidade demandada
mas em uma proporção menor que a variação na renda.
Intuitivamente, isso significa que o consumidor gosta do bem e está interessado em
consumir mais daquele bem caso tenha uma melhora nas suas condições financeiras.
No entanto, a quantidade consumida por ela na atualidade já é considerada razoável.
Logo, esse aumento de renda provocará um aumento no consumo, mas um aumento
muito pequeno.
Um bom exemplo para pessoas como nós é comida. Pode até ser que quando nossa
renda aumentar venhamos a comer mais filet mignon, mais picanha, mais carne de
uma forma geral, mas já consumimos mais ou menos aquilo que desejamos.
Matematicamente, temos:
R
Q

Q

 1
R

R
R
Q

Q

 1
R

R
e 0  R  1
e 0  R  1
Em geral, os bens que necessitam de regulação por parte do Governo são os bens
necessários. Caso contrário, o próprio mercado seria capaz de efetuar essa regulação,
geralmente.
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5.3. Elasticidade cruzada da demanda
A elasticidade cruzada da demanda mede a variação na quantidade demandada do
bem X como reação a uma mudança de 1% no preço do bem Y.
Sabemos que a alteração no preço de um bem pode provocar a mudança na demanda
de outro bem. Essa elasticidade irá medir o quanto que uma pessoa modifica o
consumo de um bem pelo fato de o outro bem ter tido seu preço alterado.
Matematicamente, temos:
 X, Y
Q X
QX
Q X PY
Q X PY





PY
Q X PY
PY Q X
PY
a) Bens Substitutos
Se a variação positiva no preço de um bem provocar uma mudança positiva na
demanda do outro bem, esses bens são considerados substitutos. Ou seja, se a
elasticidade cruzada da demanda for positiva, os bens são considerados substitutos.
Observe o caso da manteiga e margarina. Se o preço da manteiga (bem Y) subir,
haverá uma redução na quantidade demandada de manteiga e, consequentemente, um
aumento na demanda de margarina (bem X). Observe que:
 PMANTEIGA   QMANTEIGA
  QMARGARINA
D
D
 X, Y
QMARGARINA
Q X
D
MARGARINA
QX
QD



 0
PY
PMANTEIGA

PY
PMANTEIGA
Vamos analisar agora a magnitude da elasticidade cruzada da demanda. Se a
elasticidade cruzada da demanda for alta, isso significa que quando o preço de um bem
aumenta as pessoas “correm” para o outro bem. Isto quer dizer que esse outro bem
que não teve seu preço majorado é um bom substituto ao primeiro.
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Com isso, podemos concluir que quanto maior for a elasticidade cruzada da demanda
melhor é a substituição entre os bens para um dado consumidor.
b) Bens Complementares
Se a variação positiva no preço de um bem provocar uma redução na quantidade
demandada de outro bem, esses bens são considerados complementares.
Vamos a um exemplo. Seria o caso do combustível e do óleo de motor. Se o preço do
combustível sobe, as pessoas reduzem a demanda por combustível, andam menos de
carro e isso provoca, ceteris paribus, uma redução na quantidade demandada de óleo
de motor.
 PCOMBUSTIVEL   QDCOMBUSTIVEL   QDOLEO DE
 X, Y
MOTOR
Q DOLEO DE MOTOR
Q X
QX
Q DOLEO DE MOTOR



 0
PY
PCOMBUSTÍVEL

PY
PCOMBUSTÌVEL
Portanto, se a elasticidade cruzada da demanda for negativa temos que os bens são
complementares.
5.4. Elasticidade-preço da Oferta
A elasticidade-preço da oferta informa a variação na quantidade ofertada como reação
a uma mudança de 1% no preço do bem. Matematicamente, temos:
O
Q O
QO
Q O P
Q O P





P
Q O P
P Q O
P
Na verdade, queremos ver agora, como o empresário irá reagir a uma mudança no
preço. Se quando o preço mudar, a sua reação for forte e proporcionalmente maior que
a mudança de preço, dizemos que ele é elástico em relação preço. Em geral, isso
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ocorre quando ele possui uma capacidade produtiva ociosa que o permite fazer isso.
Uma oferta é considerada elástica se a elasticidade for superior à unidade.
Se uma mudança de preço gerar uma reação pequena por parte do produtor, a oferta
será inelástica. Em geral, isto ocorre quando o produtor possui a capacidade produtiva
praticamente toda tomada e essa mudança de preços o “pega com as calças na mão” e
ele não tem muito que fazer, dado que a construção de uma nova planta demoraria
algum tempo. Outra opção seria o fato de que o produtor pode não dispor de
fornecimento de insumos suficientes para aumentar a sua produção de forma
significativa. Uma oferta é considerada inelástica se a elasticidade for inferior à
unidade.
Em muitos mercados regulados, o produtor não tem muita condição de aumentar a sua
oferta de um instante para outro. Logo, em geral, o Governo negocia melhorias de
longo prazo para que seja possível essa resposta na parte da oferta. Imagine uma
mudança drástica na oferta de telefonia celular para daqui uma semana. Por mais que
o preço tenha se tornado atrativo é impossível majorar a oferta em grande magnitude,
a menos que a capacidade esteja ociosa.
Assim como na demanda, a curva de oferta também possui duas exceções, são elas:

Oferta infinitamente elástica;

Oferta infinitamente inelástica.
Quando a oferta for infinitamente elástica, a curva de oferta será representada por
uma reta horizontal e a elasticidade é igual a infinito. Isto significa que o produtor
responde plenamente a um aumento de preços.
Graficamente, a oferta infinitamente elástica é representada da seguinte forma:
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Quando a oferta for infinitamente inelástica, a curva de oferta será representada por
uma reta vertical e a elasticidade será igual a zero. Isso significa que o produtor não
responde a um aumento de preço. Graficamente, representamos a situação da
seguinte forma:
Essas são as quatro modalidades de elasticidade que necessitamos nessa fase da
matéria.
Assim
como
na
demanda,
a
curva
de
oferta,
quando
linear
tem
as
suas
particularidades. Observem que mesmo apresentando a curva de oferta sendo uma
reta e afirmando que se ela for mais “deitada” ela seria elástica e quando for mais “em
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pé” seria mais inelástica, há um equivoco nessa afirmativa. Entretanto, se a questão
for teórica e você desenhar dessa forma, estará acertando o item.
Vamos tratar agora da Oferta Linear.
Imagine três situações distintas que serão representadas pelas curvas O1, O2 ou O3 no
desenho abaixo:
Vamos começar nossos cálculos para curva de oferta O1. A equação pode ser a
seguinte:
QO = -20 + 2P
No ponto em que a curva de oferta O1 toca o eixo dos preços, temos que a quantidade
ofertada será igual a zero. Dessa forma:
Q O  20  2P
Se Q O  0  0  20  2P
2P  20
P  10
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Se utilizarmos o conceito de elasticidade, devemos modificar o preço em 1% e verificar
qual foi a variação percentual na quantidade ofertada.
Com isso, temos:
Q1  0 e P1  10
P2  P1  1  1%
P2  10  1,01
P2  10,10  Q 2  20  2  10,10
Q 2  0,20
A elasticidade no ponto será determinada da seguinte forma:
O
Q O
Q 2  Q1
QO
Q1


P
P2  P1
P
P1
O
0,20  0
0,20

0

 0 

10,10  10
0,10 1%
10
10
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Façamos agora a análise da curva O2 de oferta. Imaginemos que a equação que
representa esta curva seja:
QO = 2P
Com isso, temos:
Q1  200 e P1  100
P2  P1  1  1%
P2  100  1,01
P2  101,00  Q 2  2  101,00
Q 2  202
A elasticidade na reta como um todo será determinada da seguinte forma:
O
Q O
Q 2  Q1
QO
Q1


P
P2  P1
P
P1
O
202  200
2
1%
200

 200 
1
101,00  100,00
1,00
1%
100,00
100,00
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Portanto, em todos os pontos da curva de oferta O2 a elasticidade-preço da oferta é
igual a 1.
De forma análoga, podemos determinar a elasticidade da curva de oferta O3. Essa
curva pode ser representada pela seguinte equação:
QO = 20 + 2P
Portanto, teremos:
Q1  20,20 e P1  0,10
P2  P1  1  1%
P2  0,10  1,01
P2  0,101  Q 2  20  2  0,101
Q 2  20,202
Dessa forma, a elasticidade-preço da oferta ficaria assim:
O
Q O
Q 2  Q1
QO
Q1


P
P2  P1
P
P1
O
20,202  20,20
0,002
20,20
20,20 0,0001



 0,01
0,101  0,10
0,001
0,01
0,10
0,10
Portanto, com isso podemos ver que no ponto em que P for igual a zero, a elasticidadepreço da oferta é igual a zero.
6. Elasticidade Constante
Para compreendermos a elasticidade constante devemos, primeiro, entender como se
deriva. Entretanto, acredito que ainda está muito cedo para se fazer isso na aula de
micro. Logo, vou mostrar algumas operações aqui e depois o resultado final.
Sugestão: Aqueles que sabem derivar podem acompanhar o breve raciocínio. Aqueles
que não sabem, não precisam se preocupar com isso agora, preocupe-se em saber a
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resposta que está ótimo. Pois no fim, até quem sabe derivada estará decorando a
resposta dada a facilidade da mesma. Combinado? Mais à frente do curso mostrarei
como se deriva e quando você deve fazer isso. Não quero assustá-los.
Imagine uma equação de demanda como a seguinte:
QDx  15  p X3  p1Y
Para calcular a elasticidade-preço da demanda23, temos:
D 
Q D
P
D 
Q D
QD
Q D P
Q D P




P
Q D P
P Q D
P
Q D

  3  15  p X31  p1Y
P
PX
 3  15  p X31  p1Y 
15  p X3  p1Y
Simplifica ndo :
 D  3
Portanto, observe que uma equação de demanda com esse formato terá uma
elasticidade-preço da demanda constante.
Vamos supor uma equação mais completa e que a demanda do bem X dependa tanto
do preço do bem X, quanto de Y e da renda do consumidor. Imagine a seguinte
equação:
QDx  A  p X  pY  R 
Nesse caso, “A” deve ser uma constante positiva. E as elasticidades são:
 - Elasticidade - preço da demanda;
 - Elasticidade cruzada da demanda;e
 - Elasticidade - renda da demanda
23
Essa próxima fórmula é que as pessoas que não entendem derivada não precisam se preocupar, ok?
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Em geral, a curva de demanda tem inclinação negativa, pois quanto maior o preço
menor será a quantidade demandada. A exceção à regra é o chamado bem de GIFFEN.
Nele, preço e quantidade “andam” na mesma direção.
Cinco fatores alteram a quantidade demandada de um bem. São eles: preço do bem,
renda, preço de produtos relacionados, gosto e expectativas. Alguns autores assumem
que a quantidade de compradores também altera a demanda.
Todos os itens acima provocam um deslocamento DA curva de demanda. A
exceção a essa regra é uma mudança no preço do bem, pois aqui há um
deslocamento SOBRE a curva de demanda.
Se renda e quantidade variarem na mesma direção, dizemos que o bem é normal. Se a
direção for contrária, o bem é inferior. É importante destacar que todo bem de Giffen é
inferior, mas nem todo inferior é de Giffen. Veja o gráfico abaixo:
Se preço de produto relacionado e quantidade demandada do outro bem estiverem
positivamente relacionados, os bens serão substitutos. Ou seja, se o preço da
manteiga subir, a demanda por margarina irá subir, pois os consumidores irão
substituir os bens. Se o preço de um produto e a demanda do outro forem
negativamente relacionados, os bens são complementares.
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QUESTÕES PROPOSTAS
Enunciado para as Questões 1 a 5
No que diz respeito aos fatores que determinam as curvas de procura, assinale as
opções corretas.
Questão 1
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – A redução no preço de um bem complementar
desloca, para a esquerda, a curva de demanda por esse bem.
Questão 2
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Um deslocamento da curva de demanda por um
bem é deslocada para a direita pelo aumento no preço dos insumos.
Questão 3
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – A curva de demanda por um bem inferior é
deslocada para a direita se houver aumento na renda do consumidor típico desse bem.
Questão 4
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – A renda dos consumidores define o tipo de curva
de demanda: preço-elástica ou preço-inelástica.
Questão 5
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Um aumento no preço de certo bem substituto
desloca, para a direita, a curva de demanda por esse bem.
Enunciado para as Questões 6 a 10
Elasticidades servem para medir quão sensíveis são as demandas em relação às
variações de preço ou de renda. Com base nessa informação, assinale a opção correta
em relação às elasticidadespreço de uma demanda linear.
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Questão 6
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Um bem com muitos substitutos próximos
apresenta curva de demanda menos sensível às variações de preços que um bem com
poucos substitutos próximos.
Questão 7
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Para um bem com elasticidade-preço da
demanda unitária, um aumento de preço de 1% diminui a receita total em 1%.
Questão 8
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Empresários dos setores de produção de bens
inelásticos têm seus lucros aumentados durante greves nos seus respectivos setores.
Questão 9
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Se um empresário quer determinar o preço de
um bem inelástico com o fim de maximizar seu lucro, então ele deve fixar um preço no
qual a demanda seja inelástica.
Questão 10
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Se, em uma demanda linear, o preço do bem for
igual a zero, então a elasticidade-preço da demanda será infinita.
Questão 11
(CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2006) – Dada uma curva de
demanda de um bem X, tudo o mais constante, é correto afirmar que, quando
aumenta o(a):
a) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda.
b) preço de um bem complementar ao bem X, a curva de demanda do bem X deslocase para a esquerda.
c) preço de um bem substituto do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se
para a esquerda.
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d) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita.
e) renda do consumidor, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita, se
este bem for inferior.
Enunciado para a questão 12
Considerando a equação de demanda
QDX  QD PX , PY , R  ,
X
em que QD
seja a
quantidade demandada do bem X; PX , o preço do bem X; PY , o preço do bem
relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subsequentes.
Questão 12
Q DY
0
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Se R
, então, o bem X é considerado
superior.
Questão 13
(CESPE – Especialista em Regulação – ANATEL – 2009) – A essencialidade do produto
é um fator determinante de sua elasticidade preço-demanda, ou seja, quanto menos
essencial é um bem, maior será sua elasticidade preço-demanda.
Questão 14
(CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2006) – Dada uma curva de
demanda de um bem X, tudo o mais constante, é correto afirmar que, quando
aumenta o(a):
a) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda.
b) preço de um bem complementar ao bem X, a curva de demanda do bem X deslocase para a esquerda.
c) preço de um bem substituto do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se
para a esquerda.
d) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita.
e) renda do consumidor, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita, se
este bem for inferior.
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Questão 15
(CESGRANRIO – SFE – Economista Junior – 2009) – O gráfico abaixo mostra a curva
de demanda inicial D dos consumidores do bem x.
O preço do bem y aumentou, e nenhuma outra variável determinante da demanda por
x se alterou. Em consequência, a curva de demanda por x se deslocou para D’,
tracejada no gráfico. Supondo que x seja um bem normal, pode-se afirmar,
corretamente, que
a) x e y são complementares.
b) x e y são substitutos.
c) x e y são bens inferiores.
d) y é um bem inferior.
e) a demanda por x não depende do preço de y.
Enunciado para as questões 16 e 17
Considerando a equação de demanda
QDX  QD PX , PY , R 
X
, em que QD seja a
quantidade demandada do bem X; PX , o preço do bem X; PY , o preço do bem
relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subsequentes.
Questão 16
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – O bem Y é um bem complementar ao bem X,
caso
Q DX
 0.
PY
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Questão 17
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Se
Q DX
 0 , então, o bem é considerado
PX
normal.
Enunciado para as questões 18 e 19
Utilizando os conceitos básicos da teoria microeconômica, julgue os itens seguintes.
Questão 18
(CESPE – Polícia Federal – Agente – 2000) – Supondo-se que a expansão do efetivo
policial conduza a um aumento da necessidade de melhor equipá-lo, por exemplo, com
armamentos e viaturas, então as exigências em termos de pessoal e equipamentos são
bens substitutos no que diz respeito à provisão dos serviços de segurança pública.
Questão 19
(CESPE – Polícia Federal – Agente – 2000) – Análise da demanda de farinha de
mandioca, no Brasil, indicam que uma expansão da renda dos consumidores reduz a
demanda por esse produto. Caso essas análises estejam corretas, então a farinha de
mandioca é um bem inferior.
Questão 20
(FUNIVERSA – CEB – Economista – 2010) – Segundo o estudo da Teoria da Oferta e
com relação às curvas de Oferta, assinale a alternativa correta.
a) As variáveis consideradas mais relevantes e gerais à teoria da oferta são: Preço do
bem “i” (Pi); Preço de outros bens (Pn); Preço dos fatores de produção (πm) e a
Tecnologia (T), em um dado período de tempo.
b) A curva de oferta (So) desloca-se para a esquerda formando a curva de oferta (S1),
quando ocorrer uma redução no preço da matéria-prima.
c) As variáveis consideradas mais relevantes e gerais à teoria da oferta são: Preço do
bem “i” (Pi); Preço dos bens substitutos (Ps); Preço dos bens complementares (Pc):
Renda (R) e o Gosto do consumidor (G), em um dado período de tempo.
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d) A curva de oferta (So) é representada graficamente por meio de uma reta ou curva
descendente da esquerda para a direita.
e) A curva de oferta (So) desloca-se para a direita formando a curva de oferta (S1),
quando ocorrer um aumento no preço da matéria-prima.
Questão 21
(CESGRANRIO – BNDES – 2008) – O gráfico abaixo mostra, em linhas cheias, as
curvas da demanda e da oferta no mercado de maçãs.
Considere que maçãs e pêras são bens substitutos para os consumidores. Se o preço
da pêra aumentar e nenhum outro determinante da demanda e da oferta de maçãs se
alterar, pode-se afirmar que
a) a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição como AB.
b) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD.
c) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para posições
como AB e CD.
d) o preço da maçã tenderá a diminuir.
e) não haverá alteração no mercado de maçãs.
Questão 22
(CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Junior – 2008) – A figura abaixo mostra a
demanda (D) e a oferta (S) de maçãs, bem como o preço e a quantidade de equilíbrio
do mercado (p* e q*, respectivamente).
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Suponha que os consumidores considerem a pêra um bem substituto da maçã. Um
aumento do preço da pêra altera
a) o preço de equilíbrio no mercado de pêras, apenas.
b) o preço de equilíbrio no mercado de maçãs para um valor maior que p*.
c) a quantidade de equilíbrio no mercado de maçãs, para um valor menor que q*.
d) a curva de oferta de maçãs, apenas.
e) a curva de demanda por maçãs para uma posição como AB na figura.
Questão 23
(CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2007) – A curva de demanda por
determinado bem é mais elástica (em relação a seu preço) se houver:
a) muitos bens complementares ao bem em questão.
b) maior prazo para o consumidor se adaptar ao novo preço.
c) custo fixo elevado na produção do bem.
d) expansão da política monetária.
e) poucos bens substitutos para o bem em questão.
Questão 24
(CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2006) –
Mês 1: Pb = 50 e Qa = 400
Mês 2: Pb = 45 e Qa = 420
Baseada nos dados acima, a elasticidade-preço cruzada da demanda dos bens a e b é:
a) 1.50
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b) 1.25
c) 1.00
d) 0.50
e) 0.00
Questão 25
(CESGRANRIO – Ministério Público Rondônia – Economista – 2005) – A elasticidadepreço da demanda é a relação preço-quantidade multiplicada pela(o):
a) inclinação da curva de demanda.
b) inclinação da curva de oferta.
c) unidade.
d) quadrado da quantidade demandada.
e) quadrado dos preços.
Questão 26
(CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Junior – 2008) – Quando a elasticidade-renda
da demanda por determinado bem é igual a – 0,5, o bem é considerado
a) inferior.
b) normal.
c) inelástico.
d) superior.
e) de luxo.
Questão 27
(CESGRANRIO – Refap – Economista Junior – 2007) – A elasticidade renda da
demanda por certo bem é menor que 1. Isso significa, necessariamente, que:
a) aumentos na renda diminuem a quantidade demandada do bem.
b) aumentos da renda aumentam a quantidade demandada do bem.
c) a variação percentual da quantidade demandada do bem é menor que o aumento
percentual da renda.
d) o bem é superior.
e) o bem é inferior.
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Enunciado para as questões 28 a 31
Tarifa de ônibus pode ir para R$ 1,90
A proposta de aumento das passagens de ônibus de Belém e Ananindeua sai segundafeira, 1.º de fevereiro. Segundo o DIEESE, uma planilha de custos mostra que há
defasagem na atual tarifa, já que, segundo justificativas das empresas, houve aumento
do salário mínimo, de peças e de combustível. No dia seguinte, a companhia chegou a
divulgar uma planilha técnica com a proposta do aumento da passagem de R$ 1,70
para R$ 1,90, com reajuste de 11,76%.
O Liberal, 29/1/2010 (com adaptações).
Com referência ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem.
Questão 28
(CESPE – BASA – Economista – 2010) – Transporte público de ônibus tem
característica de serviço com demanda inelástica. Portanto, com o reajuste anunciado
espera-se uma redução inferior a 11,76% na quantidade de passageiros transportados.
Questão 29
(CESPE – BASA – Economista – 2010) – Considere que uma greve dos motoristas e
cobradores de ônibus por aumento de salários acarrete um aumento no preço das
passagens superior aos 11,76% anunciados. Nesse caso, se o transporte público de
ônibus tiver característica de serviço com demanda inelástica e se as demais variáveis
envolvidas no setor forem mantidas constantes, então esse aumento de preços
ocasionará redução no lucro dos empresários.
Questão 30
(CESPE – BASA – Economista – 2010) – Caso o coeficiente de elasticidade da demanda
por transporte público de ônibus em Belém e Ananindeua seja igual a 0,5, então
haverá uma redução, entre 8% e 10%, na quantidade demandada por transporte
público.
Questão 31
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(CESPE – BASA – Economista – 2010) – Com demanda inelástica, o aumento da oferta
de transporte com a colocação de mais ônibus nas ruas aumenta a receita dos
empresários.
Questão 32
(FCC – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – SEFAZ/SP 2010) – Alterações
no preço de um bem comercializado em uma estrutura de mercado de concorrência
perfeita ocorrem
a) ao longo da curva de demanda, quando se modifica a quantidade de consumidores
no mercado.
b) em função de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera a renda dos
consumidores.
c) ao longo da curva de demanda, quando se altera o preço de bens complementares.
d) em função de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera o preço dos
insumos de produção desse bem.
e) ao longo da curva de demanda, quando se modificam as preferências dos
consumidores.
Questão 33
(FCC – AUDITOR TCE/AL – 2008) – O gráfico abaixo mostra as curvas de demanda e
de oferta no mercado competitivo de soja. Um aumento do preço de fertilizantes
agrícolas vai provocar:
a) uma quantidade de equilíbrio final no mercado de soja superior à quantidade de
equilíbrio inicial q0.
b) um preço de equilíbrio final de soja inferior ao preço de equilíbrio inicial p0.
c) um deslocamento da curva de demanda por soja.
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d) um deslocamento da curva de oferta de soja.
e) aumento na oferta de farelo de soja.
Questão 34
(FCC – AUDITOR TCE/AL – 2008) – Se a elasticidade preço da demanda por cigarros
for igual a menos 0.4, isto significa que:
a) um aumento de preço dos cigarros reduz a receita total auferida pelos produtores de
cigarro.
b) os aumentos na renda do consumidor aumentam em 0.4% a demanda por cigarros.
c) se o preço de cigarros aumentar 10%, a quantidade demandada por cigarros vai
diminuir em 8%.
d) se o preço de cigarros aumentar 4%, a quantidade demandada por cigarros vai
diminuir em 10%.
e) se o preço de cigarros aumentar, a quantidade demandada por cigarros vai diminuir,
embora percentualmente menos que o aumento dos preços.
Questão 35
(FCC – AUDITOR TCE/AL – 2008) – No gráfico abaixo aparece em traço cheio a curva
de demanda por maçãs. Sendo as pêras um bem substituto para as maçãs, um
aumento de preço da pêra:
a) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como A B.
b) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como C D.
c) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como A D.
d) altera apenas a curva de oferta de maçãs.
e) não altera a posição da curva de demanda por maçãs.
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Questão 36
(FCC – ANALISTA TRAINEE – METRO/SP – 2008) – A curva de demanda de mercado de
um bem normal se desloca para a esquerda de sua posição original. Uma das causas
possíveis é o aumento do
a) preço do bem substituto.
b) poder aquisitivo real dos consumidores.
c) número de consumidores.
d) preço do próprio bem.
e) preço de um bem complementar.
Questão 37
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – A demanda de um bem normal num
mercado de concorrência perfeita é função decrescente
a) do número de demandantes do bem.
b) do preço dos insumos utilizados em sua fabricação.
c) do preço do bem complementar.
d) do preço do bem substituto.
e) da renda dos consumidores.
Questão 38
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – O deslocamento para a esquerda da
curva de oferta de um bem num mercado de concorrência perfeita pode ser
ocasionado, tudo o mais constante, por
a) uma diminuição do preço do bem substituto.
b) um aumento do número de consumidores do bem.
c) um aumento do preço do bem complementar.
d) uma redução dos preços dos insumos utilizados em sua fabricação.
e) um aumento da tributação indireta.
Questão 39
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – Quanto à função demanda, é
correto afirmar:
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a) uma diminuição do preço do bem, tudo mais constante, implicará aumento no
dispêndio do consumidor com o bem, se a demanda for elástica em relação a variações
no preço desse bem.
b) se essa função for representada por uma linha reta paralela ao eixo dos preços, a
elasticidade-preço da demanda será infinita.
c) se essa função for representada por uma linha reta negativamente inclinada, o
coeficiente de elasticidade- preço será constante ao longo de toda essa reta.
d) se a demanda for absolutamente inelástica com relação a modificações no preço do
bem, a função demanda será representada por uma reta paralela ao eixo das
quantidades.
e) uma diminuição do preço do bem deixará inalterada a quantidade demandada do
bem, a menos que também seja diminuída a renda nominal do consumidor.
Questão 40
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – Em relação à elasticidade-preço da
demanda, é correto afirmar que:
a) quanto maior o número de substitutos do bem, sua demanda tende a ser menos
elástica.
b) se a demanda for inelástica, a variação percentual da quantidade procurada é maior,
em módulo, que a do preço de mercado.
c) se a curva de demanda do bem for linear, a elasticidade-preço é constante qualquer
que seja o preço de mercado.
d) quanto maior a essencialidade do bem para o consumidor, mais elástica será sua
demanda.
e) se a demanda for elástica, um aumento do preço de mercado tenderá a reduzir a
receita total dos produtores.
Questão 41
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – A participação dos gastos do bem X
no orçamento das famílias tende a diminuir quando a renda dos consumidores
aumenta. Logo, pode-se concluir, com certeza, que a elasticidade-renda da demanda
do bem X é
a) negativa e maior que 1, em módulo.
b) negativa e menor que 1, em módulo.
c) igual a 1.
d) menor que 1.
e) positiva e maior que 1.
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QUESTÕES RESOLVIDAS
Enunciado para as Questões 1 a 5
No que diz respeito aos fatores que determinam as curvas de procura, assinale as
opções corretas.
Questão 1
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – A redução no preço de um bem complementar
desloca, para a esquerda, a curva de demanda por esse bem.
Resolução:
Imaginemos dois bens complementares, a título de exemplo, para que possamos
verificar o que ocorre quando há uma mudança de preço em um dos bens.
Portanto, pensemos em gasolina e óleo de motor. Se o preço da gasolina cai, haverá
um aumento na demanda por gasolina e, assim, um aumento na demanda por óleo de
motor, dado que as pessoas andariam mais de carro.
Esse aumento na demanda de óleo de motor provocaria um deslocamento da curva de
demanda para a direita.
Sendo assim, o item está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 2
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Um deslocamento da curva de demanda por um
bem é deslocada para a direita pelo aumento no preço dos insumos.
Resolução:
O primeiro passo para podermos verificar o que ocorre com a curva é tentar relacionar
o evento com algum daqueles pontos que fazer a alteração da demanda.
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Lembre que os fatores que alteram a quantidade demandada são: preço, renda, preço
de produtos relacionados, gosto e expectativas. Enquanto que a oferta é alterada por
preço, tecnologia, preço dos insumos e expectativas.
Sendo assim, não há qualquer alteração na quantidade demandada quando o preço do
insumo for modificado.
Sendo assim, o item está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 3
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – A curva de demanda por um bem inferior é
deslocada para a direita se houver aumento na renda do consumidor típico desse bem.
Resolução:
O bem é considerado inferior se a relação renda x quantidade demandada for
inversamente proporcional. Ou seja, se a renda subir, a quantidade demandada deverá
cair para que o bem seja inferior. Se a renda cair, a quantidade demandada deverá
subir.
Sabemos, pela questão, que o bem é inferior. O deslocamento da curva de demanda
para a direita, mostra que há um aumento da quantidade demandada e, portanto, a
renda deveria cair.
Sendo assim, o item está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 4
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – A renda dos consumidores define o tipo de curva
de demanda: preço-elástica ou preço-inelástica.
Resolução:
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Na verdade, não é a renda dos consumidores que, a princípio, definem se o agente
está na parte elástica ou inelástica.
Sendo assim, o item está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 5
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Um aumento no preço de certo bem substituto
desloca, para a direita, a curva de demanda por esse bem.
Resolução:
Novamente, devemos procurar um exemplo para tentar facilitar a nossa análise.
Pensemos em dois bens substitutos: manteiga e margarina.
Imagine que o preço da manteiga suba. Esse aumento no preço da manteiga provoca
uma redução na quantidade demandada de manteiga e uma substituição de manteiga
por margarina.
Dessa forma, há um aumento na demanda por margarina e um consequente
deslocamento da curva de demanda para a direita.
Sendo assim, o item está CERTO.
Gabarito: C
Enunciado para as Questões 6 a 10
Elasticidades servem para medir quão sensíveis são as demandas em relação às
variações de preço ou de renda. Com base nessa informação, assinale a opção correta
em relação às elasticidades-preço de uma demanda linear.
Questão 6
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Um bem com muitos substitutos próximos
apresenta curva de demanda menos sensível às variações de preços que um bem com
poucos substitutos próximos.
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Resolução:
Quando um bem possui muitos substitutos, ele acaba sendo um bem elástico. No
entanto, quando a demanda é linear (observe que a questão pede para versarmos
sobre demanda linear) há uma elasticidade-preço para cada ponto da curva.
Portanto, a curva não terá seu formato modificado.
Sendo assim, o item está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 7
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Para um bem com elasticidade-preço da
demanda unitária, um aumento de preço de 1% diminui a receita total em 1%.
Resolução:
Se tivermos uma elasticidade-preço unitária, isso significa que um aumento no preço
da ordem de 1% provoca uma mudança na quantidade demandada também de igual
magnitude.
Dessa forma, não há variação na receita total, pois o suposto aumento de receita
advindo da variação de preço é compensado pela redução da quantidade demandada.
Sendo assim, o item está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 8
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Empresários dos setores de produção de bens
inelásticos têm seus lucros aumentados durante greves nos seus respectivos setores.
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Resolução:
Bens são considerados inelásticos quando um aumento de preço do bem vem
acompanhado de uma pequena redução da quantidade demandada. Uma greve no
setor faz com que a quantidade seja reduzida e, portanto, como a demanda continua
grande, pode ocorrer um aumento no preço de forma considerável.
Dessa forma, a receita pode ser majorada. Um aumento na receita com uma produção
de uma quantidade menor acaba gerando um aumento no lucro.
Sendo assim, o item está CERTO.
Gabarito: C
Questão 9
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Se um empresário quer determinar o preço de
um bem inelástico com o fim de maximizar seu lucro, então ele deve fixar um preço no
qual a demanda seja inelástica.
Resolução:
A maximização do lucro deve ocorrer SEMPRE em uma parte elástica da demanda. Isso
ocorre porque enquanto o consumidor for inelástico, há a possibilidade de que um
aumento de preço provoque um aumento no lucro tendo em vista a pequena reação
por parte dos consumidores.
Sendo assim, o item está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 10
(CESPE – TJ/AL ECONOMIA – 2012) – Se, em uma demanda linear, o preço do bem for
igual a zero, então a elasticidade-preço da demanda será infinita.
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Resolução:
Pelo gráfico, podemos ver facilmente que quando o preço de um bem é igual a zero, a
elasticidade-preço da demanda será igual a zero, em uma curva de demanda linear.
Sendo assim, o item está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 11
(CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2006) – Dada uma curva de
demanda de um bem X, tudo o mais constante, é correto afirmar que, quando
aumenta o(a):
a) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda.
b) preço de um bem complementar ao bem X, a curva de demanda do bem X deslocase para a esquerda.
c) preço de um bem substituto do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se
para a esquerda.
d) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita.
e) renda do consumidor, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita, se
este bem for inferior.
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Resolução:
Observe que o examinador está interessado em saber o que acontece com a curva de
demanda de um bem nas mais variadas situações. Lembro que, se houver alteração no
preço do bem X, essa mudança de preço provocará um deslocamento sobre a curva de
demanda, alterando a quantidade demandada. Se houver uma alteração na renda do
consumidor, no preço de um produto relacionado ao bem X, no gosto do consumidor
ou em suas expectativas, isso provocará um deslocamento da curva de demanda do
bem X.
Se houver um aumento no preço de um bem substituto ao bem X ou se houver um
aumento na renda do consumidor sendo esse bem normal, haverá um deslocamento
da curva de demanda para cima e para a direita. Ceteris paribus, haverá um aumento
da quantidade demandada.
Se houver um aumento no preço de um bem complementar ao bem X ou se houver um
aumento na renda do consumidor sendo esse bem inferior, haverá um deslocamento
da curva de demanda para baixo e para a esquerda. Ceteris paribus, haverá uma
redução da quantidade demandada.
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Sendo assim, o gabarito é a letra B.
Gabarito: B
Enunciado para a questão 12
Considerando a equação de demanda
QDX  QD PX , PY , R  ,
X
em que QD
seja a
quantidade demandada do bem X; PX , o preço do bem X; PY , o preço do bem
relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subsequentes.
Questão 1224
Q DY
0
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Se R
, então, o bem X é considerado
superior.
Resolução:
A primeira coisa que devemos fazer é tentar classificar os bens em relação à sua
quantidade demandada.
A quantidade demandada informa o quanto que cada consumidor demandaria de um
determinado bem para cada unidade de preço. Estaremos trabalhando em um plano
preço x quantidade. Ou seja, a curva de demanda é plotada em um espaço em que em
uma das direções determinamos o preço do bem e na outra direção há a determinação
da quantidade do bem.
Em geral, uma alta no preço faz com que as pessoas reduzam o consumo daquele
bem específico. Claro que existem exceções e essas serão definidas oportunamente.
Algumas grandezas alteram a quantidade demandada. São elas:

Preço;

Renda;

Preço de Produtos Relacionados;
24
Observe que nas minhas aulas desse curso, a solução dos exercícios tenta sempre trazer informações que agregam no
conteúdo ministrado e não apenas opto por solucionar a questão sem maiores comentários. Elas serão, em sua maioria,
resolvidas e terão extensos comentários.
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
Gosto; e

Expectativas
Se um consumidor tiver a sua renda aumentada e, com isso, optar por reduzir o
consumo de um bem, esse bem será chamado de inferior.
Já imagino que vocês devam estar com uma certa dúvida. Sempre pergunto em sala:
Se o seu salário aumentar, o que ocorrerá com o seu consumo dos bens. E a galera em
peso responde: aumentará. No entanto, isto não está correto.
Para alguns autores, os bens considerados superiores são aqueles que com o aumento
da renda ocorre um aumento da quantidade demandada. Entretanto, esses autores são
minoria. Uma outra parte considera bens superiores aqueles bens que com o aumento
da renda, há um aumento mais que proporcional no consumo dos bens e, nesse
caso, eles seriam sinônimos de bens de luxo. Verificamos que para alguns autores,
os bens superiores são sinônimos dos normais, para outros formam um
subconjunto dos bens normais.
Vejamos o que alguns renomados autores dizem a respeito desses conceitos:
Segundo Eaton & Eaton25:
“um bem é normal se o seu consumo aumenta quando a renda aumenta, e é
inferior se seu consumo diminui quando a renda aumenta.”
Segundo Mas-Colell26, Whinston & Green:
“A commodity L is normal at (p,w) if
x L  p, w
 0 ; that is, demand is
w
nondecreasing in wealth. If commodity L´s wealth effect is instead negative,
then it is called inferior at (p,w). If every commodity is normal at all (p,w),
then we say that demand is normal.”
Segundo Ferguson27:
25
Esse é um livro pouco conhecido no Brasil, mas que me agrada bastante. Algumas passagens só ele consegue ser claro
o suficiente.
26
Este livro há pelo menos dez anos é utilizado em cursos de mestrado e doutorado em boa parte das conceituadas
Universidades ao redor do mundo. Seria uma das bíblias da Microeconomia. Além disto, vou me dar o direito de, sempre
em caso de dúvida, optar pelo que o Mas-Colell define.
27
Esse livro foi bastante utilizado nas décadas de 60 e 70. No entanto, atualmente, está esquecido nos armários.
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“para os chamados bens “normais” ou “superiores” um acréscimo de renda
monetária conduz a um acréscimo no consumo, e um decréscimo na renda
monetária a um decréscimo no consumo.”
Observamos com isso que autores como Mas-Colell e Varian, que podemos considerar
entre os mais importantes da atualidade, sequer mencionam a existência dos bens
superiores. O único que faz menção a esse bem é o Ferguson.
No entanto, a questão está claramente errada, pois a equação de demanda
fornecida é do bem x e ela informa que a quantidade demandada do bem x depende
do preço do bem x, do preço de y e da renda. Para podermos classificar o bem x como
normal ou inferior, devemos verificar o que ocorre com a demanda desse bem quando
há uma variação na renda.
Por outro lado, se quisermos classificar o bem y como normal ou inferior, deveríamos
ter acesso à curva de demanda desse bem y e, assim, podermos verificar o que
ocorreria com essa demanda quando houvesse uma mudança na renda.
Como a curva de demanda fornecida foi a do bem x, não podemos classificar (nem
afirmar) que o bem y é normal, inferior ou superior. Essas classificações só poderiam
ser possíveis em relação ao bem x.
Não é muito comum cair em prova o bem superior, pois os autores possuem opiniões
diferentes e cobrar uma questão dessa e ter a resposta como CERTO só trará
problemas para a Banca que deverá examinar uma enxurrada de recursos.
Gabarito: E
Questão 13
(CESPE – Especialista em Regulação – ANATEL – 2009) – A essencialidade do produto
é um fator determinante de sua elasticidade preço-demanda, ou seja, quanto menos
essencial é um bem, maior será sua elasticidade preço-demanda.
Resolução:
A elasticidade-preço da demanda mede a variação na demanda por um bem quando o
seu preço é alterado. É sempre mais simples raciocinar aumentando o preço dos bens
e tentando achar explicação para a reação das pessoas.
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Imagine o peixe. Você adora peixe e adora carne de boi e porco. Se o preço do peixe
aumentar, você
substituiu
o
bem
por outro. Portanto,
haverá uma redução
considerável na demanda pelo peixe. Esse tipo de bem que, para o seu gosto, possui
bons substitutos é considerado elástico.
Imaginemos o que ocorrerá com a demanda por água se o seu preço for majorado.
Como o produto não tem bom substituto e é um produto essencial, as pessoas
acabarão não reduzindo ou reduzindo muito pouco o consumo de água e tendendo a
consumir menos de outro produto para que haja uma transferência de recursos para
gastar com a água.
Com isso vemos que quanto menor a essencialidade do bem, mais elástico ele tende a
ser. Observe que se um bem é mais elástico, o valor da elasticidade-preço da demanda
é menor do que aquele mais inelástico
.
Mas se considerarmos o módulo da elasticidade, quanto mais elástico for o bem maior
será a elasticidade-preço da demanda
.
ATENÇÃO: Essa é uma questão que cabe recurso, pois o examinador apesar de não
ter falado em módulo, o considerou na resolução da questão. Cuidado com esse tipo de
questão na prova de vocês.
Segundo Varian:
“O sinal da elasticidade da demanda é em geral negativo, uma vê que as
curvas de demanda têm, invariavelmente, inclinação negativa. No entanto, é
muito cansativo nos referirmos sempre a uma elasticidade de menos isso ou
aquilo, o que faz com que, na discussão verbal, seja mais comum falar em
elasticidades de 2 ou 3, em vez de -2 ou -3. Tentaremos manter no texto os
sinais corretos, mas você deve atentar para o fato de que o tratamento
verbal tende a ignorar o sinal negativo.
Outro problema com os números negativos ocorre ao comparar grandezas.
Uma elasticidade de -3 é maior ou menor do que uma elasticidade de -2? Do
ponto de vista algébrico, -3 é menor do que -2, mas os economistas tendem
a dizer que demanda com elasticidade de -3 é “mais elástica” do que a
demanda com elasticidade de -2. Neste livro, faremos comparações em
termos de valor absoluto para evitar esse tipo de ambiquidade.”
Comentário parecido é feito pelo Pindyck. Observem que o examinador deveria ter dito
que está falando em valores absolutos. O problema é que às vezes ele fala, às vezes
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não fala. Em questões do CESPE é comum ele não falar e nessa considerou que era
valor absoluto. E não podia ter feito isso.
O gabarito da questão foi CERTO, mas cabe recurso. Eu não concordo com o gabarito.
Gabarito: C
Questão 14
(CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2006) – Dada uma curva de
demanda de um bem X, tudo o mais constante, é correto afirmar que, quando
aumenta o(a):
a) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a esquerda.
b) preço de um bem complementar ao bem X, a curva de demanda do bem X deslocase para a esquerda.
c) preço de um bem substituto do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se
para a esquerda.
d) preço do bem X, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita.
e) renda do consumidor, a curva de demanda do bem X desloca-se para a direita, se
este bem for inferior.
Resolução:
Observe que o examinador está interessado em saber o que acontece com a curva de
demanda de um bem nas mais variadas situações. Lembro que, se houver alteração no
preço do bem X, essa mudança de preço provocará um deslocamento sobre a curva de
demanda, alterando a quantidade demandada. Se houver uma alteração na renda do
consumidor, no preço de um produto relacionado ao bem X, no gosto do consumidor
ou em suas expectativas, isso provocará um deslocamento da curva de demanda do
bem X.
Se houver um aumento no preço de um bem substituto ao bem X ou se houver um
aumento na renda do consumidor sendo esse bem normal, haverá um deslocamento
da curva de demanda para cima e para a direita. Ceteris paribus, haverá um aumento
da quantidade demandada.
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Se houver um aumento no preço de um bem complementar ao bem X ou se houver um
aumento na renda do consumidor sendo esse bem inferior, haverá um deslocamento
da curva de demanda para baixo e para a esquerda. Ceteris paribus, haverá uma
redução da quantidade demandada.
Sendo assim, o gabarito é a letra B.
Gabarito: B
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Questão 15
(CESGRANRIO – SFE – Economista Junior – 2009) – O gráfico abaixo mostra a curva
de demanda inicial D dos consumidores do bem x.
O preço do bem y aumentou, e nenhuma outra variável determinante da demanda por
x se alterou. Em consequência, a curva de demanda por x se deslocou para D’,
tracejada no gráfico. Supondo que x seja um bem normal, pode-se afirmar,
corretamente, que
a) x e y são complementares.
b) x e y são substitutos.
c) x e y são bens inferiores.
d) y é um bem inferior.
e) a demanda por x não depende do preço de y.
Resolução:
Observe que o examinador está informando que houve uma mudança no preço do bem
Y. Essa mudança foi um aumento no preço. Esse aumento no preço de Y provocou uma
redução na quantidade demandada de Y e, pela questão, deslocou a curva de demanda
de X cima e para a direita, aumentando a demanda pelo bem.
Portanto, tendo em vista o fato de que a curva foi deslocada para a direita, isso indica
que haveria um aumento da quantidade demandada caso o preço tenha sido mantido
constante. Esse fato ocorre apenas se os bens forem substitutos.
Sendo assim, o gabarito é a letra B.
Gabarito: B
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Enunciado para as questões 16 e 17
Considerando a equação de demanda
QDX  QD PX , PY , R 
, em que QDX seja a
quantidade demandada do bem X; PX , o preço do bem X; PY , o preço do bem
relacionado Y; e R, a renda do consumidor, julgue os itens subsequentes.
Questão 16
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – O bem Y é um bem complementar ao bem X,
Q DX
caso
 0.
PY
Resolução:
Há uma segunda classificação que diz respeito à relação existente entre os bens.
Imagine dois bens, por exemplo, manteiga e margarina. Suponha ainda que você é
uma pessoa indiferente entre o consumo desses bens. Logo, se o preço da manteiga
sobe, você irá reduzir o consumo da manteiga e substituí-la pela margarina. Sendo que
esta última terá seu consumo majorado.
Pois bem, se dois bens tiverem essa característica eles são denominados de bens
substitutos. Ou seja, se a mudança no preço de um dos bens provocar uma mudança
na demanda do outro bem eles podem ser substitutos. Serão considerados substitutos
se o aumento no preço de um bem provocar aumento da demanda do outro bem. De
forma análoga, dois bens são substitutos se a redução no preço de um dos bens
provocar redução na demanda do outro bem.
Com isso concluímos que:
Bens Substitutos 
É importante esclarecer que o símbolo (
Q DX
0
PY
 ) significa se e somente se. A conclusão
acima deve ser lida da seguinte forma:
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Q DX
Q DX
Os bens são substitutos se
 0 for verdadeiro e se
 0 , os bens são
PY
PY
substitutos.
Agora imaginemos a gasolina e o óleo de motor. Se o preço da gasolina aumentar, as
pessoas tendem a andar menos de carro e, portanto, reduzem a demanda por
gasolina. Se as pessoas andarem menos de carro passarão mais tempo sem efetuar a
troca de óleo e, assim, a demanda por óleo de motor será reduzida. Recapitulando, um
aumento no preço da gasolina reduz a demanda por gasolina e, conseqüentemente,
reduz a demanda por óleo de motor. Esses dois bens são considerados bens
complementares.
Com isso concluímos que:
Q DX
Bens Complementares 
0
PY
Com isso, os bens são complementares se
Q DX
Q DX
 0 for verdadeiro e se
 0 , os
PY
PY
bens são complementares.
A questão está errada.
Gabarito: E
Questão 17
(CESPE – MPU - Economista – 2010) – Se
Q DX
 0 , então, o bem é considerado
PX
normal.
Resolução:
Explicamos anteriormente que um bem é considerado normal se uma variação positiva
na renda provocar um aumento na quantidade demandada do bem.
Bem Normal 
QDX
0
R
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De forma análoga, se houver uma redução na renda e isso provocar um aumento na
demanda pelo bem, esse bem é considerado inferior.
QDX
Bem Inferior 
0
R
A relação entre preço e quantidade classifica o bem em comuns ou de Giffen. Entendese como bens comuns aqueles bens em que as pessoas reduzem o seu consumo
quando ocorre um aumento no preço ou quando as pessoas aumentam o seu consumo
quando os preços são reduzidos. O livro do Varian define o bem comum exatamente
como expus acima.
O Mas-Collel define bem de Giffen da seguinte forma:
“Although it may be natural to think that a fall in a good´s price will lead the
consumer to purchase more of it, reverse situation is not an economic
impossibility. Good L is said to be a Giffen good at (p,w) if
x L  p, w
 0 .”
p L
Com isso, podemos deduzir:
Bem de Giffen 
Q DX
0
p X
O gabarito da questão está errado.
Gabarito: E
Enunciado para as questões 18 e 19
Utilizando os conceitos básicos da teoria microeconômica, julgue os itens seguintes.
Questão 18
(CESPE – Polícia Federal – Agente – 2000) – Supondo-se que a expansão do efetivo
policial conduza a um aumento da necessidade de melhor equipá-lo, por exemplo, com
armamentos e viaturas, então as exigências em termos de pessoal e equipamentos são
bens substitutos no que diz respeito à provisão dos serviços de segurança pública.
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Resolução:
A questão afirma que equipamentos e pessoal para a policia são bens substitutos. Ou
seja, você não precisa ao mesmo tempo contratar pessoas e comprar equipamentos,
pois um substituiu o outro.
Na verdade, a questão está claramente errada, pois pessoal e equipamentos são bens
complementares.
Não adianta comprar armamento se não tiver ninguém para manuseá-lo e não adianta
contratar policiais se não tiver armamentos para eles.
Gabarito: E
Questão 19
(CESPE – Polícia Federal – Agente – 2000) – Análise da demanda de farinha de
mandioca, no Brasil, indicam que uma expansão da renda dos consumidores reduz a
demanda por esse produto. Caso essas análises estejam corretas, então a farinha de
mandioca é um bem inferior.
Resolução:
Nós nunca podemos afirmar que um bem é inferior ou normal. Temos que pesquisar a
característica daquele bem para uma determinada pessoa, um grupo de pessoas, um
pais, etc.
A questão informa que pesquisas foram realizadas e que o aumento da renda indicou
uma redução no consumo da farinha de mandioca. Como sabemos que:
Bem Inferior 
QDX
0
R
É possível concluir que a farinha de mandioca, nesse caso em específico, é um bem
inferior e a resposta está correta.
Gabarito: C
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Questão 20
(FUNIVERSA – CEB – Economista – 2010) – Segundo o estudo da Teoria da Oferta e
com relação às curvas de Oferta, assinale a alternativa correta.
a) As variáveis consideradas mais relevantes e gerais à teoria da oferta são: Preço do
bem “i” (Pi); Preço de outros bens (Pn); Preço dos fatores de produção (πm) e a
Tecnologia (T), em um dado período de tempo.
b) A curva de oferta (So) desloca-se para a esquerda formando a curva de oferta (S1),
quando ocorrer uma redução no preço da matéria-prima.
c) As variáveis consideradas mais relevantes e gerais à teoria da oferta são: Preço do
bem “i” (Pi); Preço dos bens substitutos (Ps); Preço dos bens complementares (Pc):
Renda (R) e o Gosto do consumidor (G), em um dado período de tempo.
d) A curva de oferta (So) é representada graficamente por meio de uma reta ou curva
descendente da esquerda para a direita.
e) A curva de oferta (So) desloca-se para a direita formando a curva de oferta (S1),
quando ocorrer um aumento no preço da matéria-prima.
Resolução:
São quatro os fatores que podem modificar a quantidade ofertada. São eles:

Preço do bem;

Preço dos Insumos;

Tecnologia; e

Expectativas
Cabem duas orientações básicas nesse caso. A primeira e muito importante é que a
tecnologia de PRODUÇÃO é que modifica a quantidade produzida. Não deixe o
examinador te enrolar. A tecnologia do PRODUTO NÃO MODIFICA a quantidade
ofertada.
Como o nosso gráfico mostra uma relação preço x quantidade, mudanças no preço
provocam alteração na quantidade demandada via deslocamento sobre a curva de
oferta, conforme mostrado abaixo:
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No entanto, alterações na Tecnologia de Produção, Preços dos Insumos e Expectativas
provocam deslocamentos na curva de oferta, pois o preço do produto não poderá
ser alterado.
Caso haja a necessidade de se aumentar a quantidade ofertada, e isso ocorre quando
há um aumento da tecnologia de produção, redução do preço do insumo ou ocorrência
de alguma expectativa que trará benefícios para o produtor, a curva de oferta será
deslocada para baixo e para a direita.
Se, por outro lado, ocorrer uma redução da quantidade ofertada por uma redução da
tecnologia de produção, aumento do preço dos insumos ou expectativa ruim gerada ao
produtor, haverá um deslocamento da curva de oferta para cima e para a esquerda,
conforme mostrado no gráfico28 abaixo:
28
Tratamos no desenho de O1 a curva denominada de S1 pelo examinador e de O2 a que foi denominada de S2.
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Não é comum, mas nesse caso, o examinador colocou que os preços de outros bens
também afetam a quantidade ofertada. É razoável você pensar que isso ocorre, pois,
por exemplo, se houver uma mudança no preço de um bem concorrente isso poderá
alterar a quantidade ofertada do produto.
Entretanto, esse item pode ser explicado pela mudança de uma expectativa. Ou seja,
quando é alterado o preço de outro bem, o produtor acaba mudando suas expectativas
e alterando a quantidade ofertada. Dessa forma, podemos continuar nos quatro itens
que alteram a quantidade ofertada, mas desde que façamos uma análise minuciosa de
tudo aquilo que pode gerar expectativas no produtor e, portanto, fazer com que ele
modifique a quantidade a ser ofertada de seu produto.
Sendo assim, o gabarito é a letra A.
Gabarito: A
Questão 21
(CESGRANRIO – BNDES – 2008) – O gráfico abaixo mostra, em linhas cheias, as
curvas da demanda e da oferta no mercado de maçãs.
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Considere que maçãs e pêras são bens substitutos para os consumidores. Se o preço
da pêra aumentar e nenhum outro determinante da demanda e da oferta de maçãs se
alterar, pode-se afirmar que
a) a curva de demanda por maçãs se deslocará para uma posição como AB.
b) a curva de oferta de maçãs se deslocará para uma posição como CD.
c) as duas curvas, de demanda e de oferta de maçãs, se deslocarão para posições
como AB e CD.
d) o preço da maçã tenderá a diminuir.
e) não haverá alteração no mercado de maçãs.
Resolução:
A questão informa que peras e maçãs são bens substitutos para os consumidores.
Portanto, quando o preço da pêra aumentar, haverá uma redução na quantidade
demandada.
 PPÊRA   QPÊRA
D
Essa redução na demanda por pêra faz com que os consumidores migrem para o
consumo de maçã e acabam provocando um deslocamento da curva de demanda de
maçã para cima e para a direita (linha tracejada AB).
 PPÊRA   QPÊRA
 QMAÇÃ
D
D
Observe que, pelo gráfico, parece que há uma resposta por parte dos produtores de
maçã, que desloca a curva de oferta do bem, mas isso já está fora do que é necessário
para responder à questão.
Sendo assim, o gabarito é a letra A.
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Gabarito: A
Questão 22
(CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Junior – 2008) – A figura abaixo mostra a
demanda (D) e a oferta (S) de maçãs, bem como o preço e a quantidade de equilíbrio
do mercado (p* e q*, respectivamente).
Suponha que os consumidores considerem a pêra um bem substituto da maçã. Um
aumento do preço da pêra altera
a) o preço de equilíbrio no mercado de pêras, apenas.
b) o preço de equilíbrio no mercado de maçãs para um valor maior que p*.
c) a quantidade de equilíbrio no mercado de maçãs, para um valor menor que q*.
d) a curva de oferta de maçãs, apenas.
e) a curva de demanda por maçãs para uma posição como AB na figura.
Resolução:
É impressionante como a CESGRANRIO gosta de maçãs e peras. Não é mesmo?
Risos...
O aumento no preço da pêra, dado que ela é considerada substituta maçã, reduz a
quantidade demandada de pêra e, consequetemente, aumenta a demanda de maçã.
Esse aumento na demanda por maçã é mostrado com um deslocamento da curva de
demanda para cima e para a direita. Se nada mais for alterado, haverá um aumento no
preço de equilíbrio do mercado de maçã que passará a ser negociada por um valor
superior a p*.
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Sendo assim, o gabarito é a letra B.
Gabarito: B
Questão 23
(CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2007) – A curva de demanda por
determinado bem é mais elástica (em relação a seu preço) se houver:
a) muitos bens complementares ao bem em questão.
b) maior prazo para o consumidor se adaptar ao novo preço.
c) custo fixo elevado na produção do bem.
d) expansão da política monetária.
e) poucos bens substitutos para o bem em questão.
Resolução:
Em geral, quando um preço de um bem aumenta, você está preso àquele bem. Se o
preço do bem aumentar muito e você não tiver condição de modificar o seu consumo,
você continuará comprando o bem mas começará a procurar uma alternativa de
consumo.
Portanto, a elasticidade da grande maioria dos bens é maior no longo prazo do que no
curto prazo. Ou melhor, vamos escrever isso de forma mais correta apesar de o
examinador usar com muita freqüência essa linguagem que utilizei acima.
As pessoas, em geral, são mais elásticas no longo prazo do que no curto prazo. Isto
porque quanto maior o prazo maior a facilidade de se encontrar bens substitutos
àqueles que tiveram seus preços majorados.
Sendo assim, o gabarito é a letra B.
Gabarito: B
Questão 24
(CESGRANRIO – Empresa de Pesquisa Energética – 2006) –
Mês 1: Pb = 50 e Qa = 400
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Mês 2: Pb = 45 e Qa = 420
Baseada nos dados acima, a elasticidade-preço cruzada da demanda dos bens a e b é:
a) 1.50
b) 1.25
c) 1.00
d) 0.50
e) 0.00
Resolução:
A equação da elasticidade-preço cruzada é:
 A,B
Q 2A  Q1A
Q A
QA
Q1

 2 A 1
PB
PB  PB
PB
PB1
 A,B
420  400
20
0,05
400

 400 
 0,50
45  50
5
 0,10
50
50
A elasticidade cruzada da demanda é negativa e isso mostra que os bens são
complementares. Observe que quando o preço do B cai, há um aumento na quantidade
demandada de B e, consequentemente, um aumento na demanda de A. Isso condiz
com os números, mas infelizmente não há uma resposta correta.
Imagine-se no meio da prova. O que você faria? Eu faria a questão novamente,
conferindo as contas e vendo que não há nenhum erro, marcaria D. Se o gabarito
oficial viesse diferente disso, recurso na certa.
Sendo assim, o gabarito (apesar de equivocado) é a letra D.
Gabarito: D
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Questão 25
(CESGRANRIO – Ministério Público Rondônia – Economista – 2005) – A elasticidadepreço da demanda é a relação preço-quantidade multiplicada pela(o):
a) inclinação da curva de demanda.
b) inclinação da curva de oferta.
c) unidade.
d) quadrado da quantidade demandada.
e) quadrado dos preços.
Resolução:
A equação da elasticidade-preço da demanda é a determinada abaixo:
D
Q
Q P
Q




P
Q P
P
Q
P


P
Q
INCLINAÇÃO
DA DEMANDA
Sendo assim, o gabarito é a letra A.
Gabarito: A
Questão 26
(CESGRANRIO – Petrobrás – Economista Junior – 2008) – Quando a elasticidade-renda
da demanda por determinado bem é igual a – 0,5, o bem é considerado
a) inferior.
b) normal.
c) inelástico.
d) superior.
e) de luxo.
Resolução:
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Se a elasticidade-renda da demanda for negativa indica que um aumento na renda
provoca uma redução na quantidade demandada ou uma redução na renda induz a um
aumento na demanda.
Quando isso ocorre, dizemos que o bem é inferior.
Sendo assim, o gabarito é a letra A.
Gabarito: A
Questão 27
(CESGRANRIO – Refap – Economista Junior – 2007) – A elasticidade renda da
demanda por certo bem é menor que 1. Isso significa, necessariamente, que:
a) aumentos na renda diminuem a quantidade demandada do bem.
b) aumentos da renda aumentam a quantidade demandada do bem.
c) a variação percentual da quantidade demandada do bem é menor que o aumento
percentual da renda.
d) o bem é superior.
e) o bem é inferior.
Resolução:
Vejam, se a elasticidade-renda da demanda for menor do que 1, ela pode ser negativa
ou estar situada no intervalo entre zero e um.
Observem que o examinador deixou aberta uma possibilidade de recurso, até porque
quando ela indica como gabarito o fato de que a variação percentual da quantidade
demandada é menor que o aumento percentual da renda, ele está afirmando que a
elasticidade-renda está entre o intervalo de -1 a 1.
Com base em nossa análise inicial, parece que ele queria se referir aos bens
necessários, mas não o fez da forma mais correta.
Por falta de uma alternativa melhor, devíamos marcar a letra C.
Gabarito: C
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Enunciado para as questões 28 a 31
Tarifa de ônibus pode ir para R$ 1,90
A proposta de aumento das passagens de ônibus de Belém e Ananindeua sai segundafeira, 1.º de fevereiro. Segundo o DIEESE, uma planilha de custos mostra que há
defasagem na atual tarifa, já que, segundo justificativas das empresas, houve aumento
do salário mínimo, de peças e de combustível. No dia seguinte, a companhia chegou a
divulgar uma planilha técnica com a proposta do aumento da passagem de R$ 1,70
para R$ 1,90, com reajuste de 11,76%.
O Liberal, 29/1/2010 (com adaptações).
Com referência ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem.
Questão 28
(CESPE – BASA – Economista – 2010) – Transporte público de ônibus tem
característica de serviço com demanda inelástica. Portanto, com o reajuste anunciado
espera-se uma redução inferior a 11,76% na quantidade de passageiros transportados.
Resolução:
A elasticidade mostra a variação de uma grandeza quando há uma mudança em outra
grandeza.
Nós falamos que quando há um aumento de preços, em geral, espera-se uma redução
na quantidade demandada. Seria interessante tanto para o consumidor quanto para o
empresário, mesmo antes de aumentar o preço, saber o quanto que haveria de
redução de demanda caso esse preço fosse majorado em 1%. Ou seja, qual a redução
de demanda por cada unidade de aumento de preço. Esse conceito é o de elasticidadepreço da demanda.
Segundo Pindyck:
“A elasticidade é uma medida da sensibilidade de uma variável em relação a
outra. Mais especificamente, trata-se de um número que nos informa a
variação percentual que ocorrerá em uma variável como reação a uma
variação de 1% em outra variável.”
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Apesar de o conceito de elasticidade ser genérico, ao relacionarmos duas grandezas,
especificamos esse conceito em relação a elas.
Ao falarmos da elasticidade-preço da demanda29 estaremos mensurando a variação
na quantidade demandada como reação a uma variação de 1% no preço do bem.
Matematicamente, temos:
QD
QD P
QD
P
Q
D  D 



P
QD P
P
QD

Derivada de Q
P
em relação a P
Quando definimos a elasticidade-renda da demanda, estamos buscando a variação
percentual na quantidade demandada como reação a uma mudança de 1% na renda.
Matematicamente, temos:
QD
QD R
QD
R
QD
R 




R
QD R

R
QD


Derivada
de
Q
R
em relação a R
Se falarmos da elasticidade-preço cruzado da demanda (ou elasticidade cruzada da
demanda) estamos procurando saber qual seria a variação percentual na demanda do
bem Y quando ocorrer uma mudança de 1% no preço do bem X. Matematicamente,
temos:
 X ,Y
QY
QY PX
QY
P
Q
 Y 


 X
PX
QY PX

P
Q
X
Y

Derivada de Q Y
PX
em relação a PX
Por fim, tratando da elasticidade-preço da oferta estaremos informando qual seria a
variação percentual na oferta quando ocorrer uma mudança de 1% no preço do bem.
Observe que enquanto o aumento de preço afasta os consumidores e, portanto, reduz
a demanda, esse mesmo aumento encoraja os produtores a aumentar a produção.
Logo, a relação preço x quantidade ofertada é direta. Matematicamente, temos:
29
A derivada de Q em relação a P, informará a variação da quantidade quando o preço alterar em uma unidade. Você
deve estar pensando que a elasticidade é a própria derivada, mas não é verdade, pois aqui tratamos de valores absolutos
enquanto que a elasticidade mensura valores relativos.
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QO
QO P
QO
P
Q
O  O 



P
QO P
P
QO

Derivada de Q O
P
em relação a P
Em geral, a elasticidade-preço da demanda é negativa. A exceção ocorre com os bens
de Giffen, cuja elasticidade é positiva.
Importante ainda alguns conceitos atrelados a essa elasticidade. Observe que, se a
equação der um resultado maior do que a unidade, isso significa que quando houver
uma variação no preço a variação da quantidade será ainda maior que esse montante.
Ou seja, um aumento no preço é seguido de uma redução mais que proporcional da
quantidade.
QD
 X
Q
D  D 
 1 ou  D  1
P
X
P
A equação acima mostra que se o preço aumentar em X, a demanda cairá mais que X
e, assim, a elasticidade será menor do que – 1. Podemos ainda dizer que o módulo da
elasticidade será maior que 1. Nestes casos, dizemos que o bem tem demanda
elástica, ou seja, menor que – 1 (em módulo, maior que 1).
Bens com demanda elástica são aqueles dos quais os consumidores possuem condições
de reduzir bem o seu consumo quando houver um aumento de preço. Em geral, isso
ocorre quando o bem possui bons substitutos ou é um bem supérfluo. Nesses dois
casos, o consumidor pode reduzir o consumo quando o preço for majorado sem que
perca muito de seu bem-estar.
Se o aumento de preço provocar uma pequena redução na quantidade demandada,
dizemos que esse bem é inelástico. Isso ocorrerá somente se a variação percentual na
demanda for menor, em módulo, que a variação percentual no preço.
QD
 X
Q
D  D 
 1 ou  D  1
P
X
P
Se o preço do bem aumentar em X e houver uma redução da demanda menor do que –
X, logo, a elasticidade será maior que – 1. E o módulo da elasticidade-preço da
demanda será menor que 1. Isso significa que o consumidor não pode ou não está
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interessado em reagir a um aumento de preço. E isto se deve ao fato de que o
consumidor precisa do bem em questão ou esse bem tem um preço muito baixo se
comparado à renda ou patrimônio do consumidor.
Imagine que você foi a uma boa churrascaria, por exemplo, Porcão. Ao pagar a conta
viu que o rodízio saiu por R$ 80,00. Você acha caro, mas pagou e voltará poucas vezes
no ano. O que ocorrerá com a sua demanda por rodízios no Porcão se o preço por
pessoa passar para R$ 150,00. Com certeza, sua demanda que já era reduzida, irá se
reduzir ainda mais.
Vamos agora pensar em um excelente e consagrado jogador de futebol. Pense em
algum que joga ou já jogou na Europa por pelo menos 5 anos, em time de ponta, já
disputou, no mínimo, duas Copas do Mundo. Imagine que essa pessoa adora, assim
como você, o rodízio do Porcão. Quando o preço subir de R$ 80,00 para R$ 150,00, o
que vai ocorrer com a demanda de rodízio por essa pessoa? Praticamente não sofrerá
alteração porque esse rodízio mesmo que seja consumido diariamente pouco impactará
na receita mensal desse jogador ou em seu patrimônio. Logo, esse jogador acaba
sendo inelástico em relação a esse bem.
Como as pessoas que utilizam o transporte público, em geral, o fazem por necessidade
e não por luxo, quando houver um aumento no preço do mesmo, essas pessoas não
poderão alterar muito o seu consumo. Elas não alteram porque necessitam manter sua
rotina e não possuem uma alternativa razoável no curto prazo. Com isso, podemos
concluir que o transporte público é um bem inelástico, bem este que reduz a demanda
em uma quantidade menor do que o aumento do preço. Sendo assim, se o preço subiu
11,76%, a demanda irá reduzir menos que 11,76% e o gabarito é CERTO.
Observe que a questão não te obriga a saber que o transporte público é inelástico. Este
fato é AFIRMADO na questão. Em geral, as questões deverão fazer isso pois o que é
inelástico para mim pode ser elástico para você e vice-versa.
Gabarito: C
Questão 29
(CESPE – BASA – Economista – 2010) – Considere que uma greve dos motoristas e
cobradores de ônibus por aumento de salários acarrete um aumento no preço das
passagens superior aos 11,76% anunciados. Nesse caso, se o transporte público de
ônibus tiver característica de serviço com demanda inelástica e se as demais variáveis
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envolvidas no setor forem mantidas constantes, então esse aumento de preços
ocasionará redução no lucro dos empresários.
Resolução:
O entendimento dessa questão é muito importante. Se a demanda pelo bem é
inelástica, isso significa que a resposta na redução da quantidade demandada será
menor do que o aumento no preço. Vamos para um exemplo numérico que isso ficará
mais claro.
Suponha que uma empresa tenha um bem sendo comercializado ao preço de R$ 1,00 e
que ela consegue vender 100 unidades desse produto. Dessa forma, a receita total da
empresa é igual a R$ 100,00.
Se os consumidores forem inelásticos em relação a esse bem, um aumento de 10% no
preço provocará uma redução na demanda inferior a 10%. Para facilitar nossas contas,
suponhamos que à medida que o preço aumento para R$ 1,10 a demanda caia para 95
unidades. Dessa forma, a demanda é inelástica, conforme calculado abaixo e a receita
será de R$ 104,50.
QD Q2  Q1 
95  100  5
 5%
QD
Q1
100
D 


 100 
P2  P1  1,10  1,00 0,10 10%  0,5
P
P
P1
1,00
1,00
Observe que o aumento no preço levou a um aumento da receita. Dessa forma, vemos
que o lucro da empresa aumentou. O lucro de uma empresa é a receita total menos o
custo total. Observe que a receita total aumentou e o custo caiu, pois agora serão
produzidos apenas 95 unidades e não mais 100 unidades.
Lucro    Receita Total - Custo Total
   RT-  CT
Se o bem for elástico, a demanda se reduzirá mais do que o aumento do preço.
Imagine o mesmo aumento de 10% no preço e uma redução de 20% na quantidade
demandada. Dessa forma, o preço passaria para R$ 1,10 mas a demanda cairia para
80 unidades.
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QD Q2  Q1 
80  100  20
 20%
QD
Q1
100
100
D 

P2  P1   1,10  1,00  0,10  10%  2,0
P
P
P1
1,00
1,00
Se por um lado o custo da empresa irá se reduzir pois houve uma redução na
quantidade produzida, por outro a receita também será reduzida. Se o lucro vai
aumentar ou diminuir, depende de qual dos dois movimentos irá prevalecer.
Lucro    Receita Total - Custo Total
   RT-  CT
Portanto, tendo em vista o fato de que a questão afirma que o transporte público é
inelástico, um aumento no preço provocará aumento no lucro. Se o bem fosse elástico,
o aumento no preço poderia provocaria aumento no lucro até determinado momento e
depois passaria a provocar redução.
Sendo assim, a questão está ERRADA, pois o aumento de preços AUMENTARÁ o lucro
dos empresários, dada a inelasticidade do bem.
Gabarito: E
Questão 30
(CESPE – BASA – Economista – 2010) – Caso o coeficiente de elasticidade da demanda
por transporte público de ônibus em Belém e Ananindeua seja igual a 0,5, então
haverá uma redução, entre 8% e 10%, na quantidade demandada por transporte
público.
Resolução:
Se houve um aumento de 10,76% no preço do transporte público e sabendo que a
elasticidade é igual a 0,5 (observe que foi informado o módulo da elasticidade ou então
o examinador “comeu mosca”. Entretanto, isso não mudará o gabarito, mas abriu uma
grande chance para recurso se fosse certo), podemos calcular a variação na demanda
nesses dois municípios.
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QD Q2  Q1 
Q
Q1
D  D 
P2  P1 
P
P
P1
X
11,76%
X  0,5 11,76%
 D  0,5 
X  5,88%
Observe que apesar de eu ter feito os cálculos sem considerar os sinais, na verdade o
valor de X deveria ser -5,88%.
Assim sendo, o gabarito está ERRADO.
Gabarito: E
Questão 31
(CESPE – BASA – Economista – 2010) – Com demanda inelástica, o aumento da oferta
de transporte com a colocação de mais ônibus nas ruas aumenta a receita dos
empresários.
Resolução:
Se a demanda é inelástica, uma variação nos preços provoca uma variação na
demanda de proporção menor do que aquela obtida nos preços. Isso vale tanto para
aumento quanto para redução de preços.
Por exemplo, em geral, café é um bem inelástico para muitas pessoas. Imagine que
um consumidor goste muito de café. Você acredita que uma queda no preço do café
poderá aumentar muito o consumo deste bem? Provavelmente, não. Pois, café é um
bem que você suporta tomar até um determinado limite e se esse consumidor gosta
tanto de café, ele deve estar próximo desse limite e não é a queda no preço que irá
alterar seu consumo.
Podemos pensar de forma análoga sobre o serviço de transporte público. Imagine um
trabalhador que necessita de transporte público pelo fato de não possuir um carro.
Será que quando houver mais ônibus na rua, ele utilizará mais transporte público? A
resposta é não. Primeiro porque estamos falando da elasticidade-preço da demanda e
isso informa como que a demanda altera em relação ao preço. Se o preço não mudou,
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não haverá alteração da demanda e, portanto, a receita do produtor continua a
mesma.
Em segundo lugar, porque esse consumidor já consome, em geral, a quantidade de
transporte público que lhe agrada e um aumento da oferta lhe trará mais conforto mas
não fará com que ele o utilize mais.
Sendo assim, a questão está ERRADA.
Gabarito: E
Questão 32
(FCC – ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – SEFAZ/SP 2010) – Alterações
no preço de um bem comercializado em uma estrutura de mercado de concorrência
perfeita ocorrem
a) ao longo da curva de demanda, quando se modifica a quantidade de consumidores
no mercado.
b) em função de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera a renda dos
consumidores.
c) ao longo da curva de demanda, quando se altera o preço de bens complementares.
d) em função de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera o preço dos
insumos de produção desse bem.
e) ao longo da curva de demanda, quando se modificam as preferências dos
consumidores.
Resolução:
Apesar de essa questão falar do mercado de concorrência perfeita, tal fato não muda
em nada tudo que foi estudado sobre demanda.
Dessa forma, sabemos que mudanças nos preços provocam deslocamento sobre a
curva de demanda. Por outro lado, mudanças na renda dos consumidores, preço de
outros bens, gosto e expectativas.
Portanto, quando ocorre uma alteração na renda dos consumidores, há um
deslocamento da curva de demanda.
Sendo assim, o gabarito é a letra B.
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Gabarito: B
Questão 33
(FCC – AUDITOR TCE/AL – 2008) – O gráfico abaixo mostra as curvas de demanda e
de oferta no mercado competitivo de soja. Um aumento do preço de fertilizantes
agrícolas vai provocar:
a) uma quantidade de equilíbrio final no mercado de soja superior à quantidade de
equilíbrio inicial q0.
b) um preço de equilíbrio final de soja inferior ao preço de equilíbrio inicial p0.
c) um deslocamento da curva de demanda por soja.
d) um deslocamento da curva de oferta de soja.
e) aumento na oferta de farelo de soja.
Resolução:
A questão fala que houve um aumento do preço dos fertilizantes. Isso não provoca
nada na curva de demanda, altera apenas a curva de oferta.
Como o fertilizante é um insumo para produzir soja, quando há um aumento no preço
dos fertilizantes, ocorre uma redução na produção, ceteris paribus, e, portanto, um
deslocamento na curva de oferta.
Para que haja uma redução na quantidade ofertada de equilíbrio, a curva de oferta
deverá se deslocar para cima e para a esquerda como na figura abaixo.
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Sendo assim, o gabarito é a letra D.
Gabarito: D
Questão 34
(FCC – AUDITOR TCE/AL – 2008) – Se a elasticidade preço da demanda por cigarros
for igual a menos 0.4, isto significa que:
a) um aumento de preço dos cigarros reduz a receita total auferida pelos produtores de
cigarro.
b) os aumentos na renda do consumidor aumentam em 0.4% a demanda por cigarros.
c) se o preço de cigarros aumentar 10%, a quantidade demandada por cigarros vai
diminuir em 8%.
d) se o preço de cigarros aumentar 4%, a quantidade demandada por cigarros vai
diminuir em 10%.
e) se o preço de cigarros aumentar, a quantidade demandada por cigarros vai diminuir,
embora percentualmente menos que o aumento dos preços.
Resolução:
A elasticidade-preço da demanda por um bem informa qual a variação percentual na
demanda resultante de uma variação de um por cento no preço do bem.
Portanto, sabemos que, se um bem não for de Giffen, quando o preço dele aumentar,
tal fato irá provocar uma redução na quantidade demandada do mesmo.
Assim, se a elasticidade-preço da demanda for igual a -0,4, temos que para cada
aumento de 1% no preço, a demanda cairá em 0,4%. Portanto, ocorrerá uma
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diminuição percentual menor na demanda por cigarro do que no preço do mesmo e o
bem será considerado inelástico.
Sendo assim, o gabarito é a letra E.
Gabarito: E
Questão 35
(FCC – AUDITOR TCE/AL – 2008) – No gráfico abaixo aparece em traço cheio a curva
de demanda por maçãs. Sendo as pêras um bem substituto para as maçãs, um
aumento de preço da pêra:
a) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como A B.
b) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como C D.
c) altera a curva de demanda por maçãs para uma posição como A D.
d) altera apenas a curva de oferta de maçãs.
e) não altera a posição da curva de demanda por maçãs.
Resolução:
Observe que o gráfico acima trata da demanda por maçãs em função do preço das
maçãs. A questão pergunta o que ocorrerá com o gráfico da demanda por maçãs se o
preço da pêra for modificado dado que esses bens são substitutos.
A ideia inicial que temos é que pêra e maçã são bens substitutos. Entretanto, é
necessário que a questão deixe isso bem claro, pois não precisamos saber desse tipo
de argumento e assim foi feito, não é mesmo?
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Quando bens complementares ou substitutos modificarem a demanda de um bem, a
curva de demanda irá se deslocar de forma paralela. Com isso, não pode ser resposta
o segmento de reta representado por B C.
A resposta a essa questão será, obrigatoriamente, A B ou C D.
Como os bens são substitutos, um aumento no preço da pêra reduz a demanda por
pêra e, portanto, aumenta a demanda por maçã. Dessa forma, haverá um
deslocamento da curva de demanda para cima e para a direita. Portanto, será o
segmento A B a nova curva de demanda.
Sendo assim, o gabarito é a letra A.
Gabarito: A
Questão 36
(FCC – ANALISTA TRAINEE – METRO/SP – 2008) – A curva de demanda de mercado de
um bem normal se desloca para a esquerda de sua posição original. Uma das causas
possíveis é o aumento do
a) preço do bem substituto.
b) poder aquisitivo real dos consumidores.
c) número de consumidores.
d) preço do próprio bem.
e) preço de um bem complementar.
Resolução:
Se um bem é considerado normal, esse bem não é de Giffen. Lembre-se que todo bem
de Giffen é um bem inferior. Sendo assim, a curva de demanda tem uma inclinação
descendente, como na figura abaixo.
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Se a curva for deslocada para a esquerda, está ocorrendo uma redução na quantidade
demandada e tal fato só pode ocorrer se houver mudança em renda, preço de produtos
substitutos, gosto e expectativas.
Observe que temos tanto a opção de bem complementar e bem substituto. Como a
reação deles é inversa, a resposta tem que ser um dos dois. Vamos tratar dos bens
substitutos, inicialmente.
Se aumentarmos o preço de um bem substituto, a quantidade demandada desse bem
será reduzida. Portanto, ao aumentarmos o preço da margarina, a demanda por
margarina cairá e, assim, haverá um aumento na demanda por manteiga que seria um
substituto da margarina. Com isso, a demanda haveria um deslocamento da curva de
demanda para cima e para a direita.
Se pensarmos no caso de bens complementares, nós teríamos o resultado inverso. Ou
seja, ao pensarmos em um aumento no preço do óleo da gasolina, haveria uma
redução no consumo do mesmo e, portanto, uma redução na demanda por óleo de
motor. Dessa forma, haveria um deslocamento para baixo e para a esquerda da curva
de demanda.
Sendo assim, o gabarito é a letra E.
Gabarito: E
Questão 37
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(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – A demanda de um bem normal num
mercado de concorrência perfeita é função decrescente
a) do número de demandantes do bem.
b) do preço dos insumos utilizados em sua fabricação.
c) do preço do bem complementar.
d) do preço do bem substituto.
e) da renda dos consumidores.
Resolução:
Vamos verificar qual das variáveis é função decrescente da demanda, ou seja, qual a
variável que quando aumentada provoca redução na quantidade demandada.
Sabemos que variação nos preços de bens complementares e substitutos podem
provocar mudanças na quantidade demandada do bem. Observe que temos essas duas
opções. Portanto, a resposta, obrigatoriamente, deve ser uma das duas alternativas.
Comecemos testando os bens complementares. Se dois bens forem complementares,
caso da gasolina e óleo de motor, o aumento do preço de um deles (gasolina) provoca
a redução de sua demanda (gasolina) e, assim, uma redução na demanda do outro
bem. Logo, os bens complementares, quando majorados provocam uma redução na
quantidade demandada.
Sendo assim, o gabarito é a letra C.
Gabarito: C
Questão 38
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – O deslocamento para a esquerda da
curva de oferta de um bem num mercado de concorrência perfeita pode ser
ocasionado, tudo o mais constante, por
a) uma diminuição do preço do bem substituto.
b) um aumento do número de consumidores do bem.
c) um aumento do preço do bem complementar.
d) uma redução dos preços dos insumos utilizados em sua fabricação.
e) um aumento da tributação indireta.
Resolução:
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A quantidade ofertada de um bem é modificada por variação do preço do bem, por
variação no preço dos insumos e expectativas.
Importante notar que quando ocorre a tributação de um determinado bem, tal fato vai
propiciar um deslocamento das curvas de oferta ou demanda também, dependendo do
agente que “notificado” a efetuar o pagamento, resultando em aumento de preço e
redução de quantidade de equilíbrio.
Observe que a aplicação de uma tributação indireta sobre o bem acima, acabou
ocasionando um deslocamento na curva de oferta para cima e para a esquerda.
Provocando, em último caso, uma redução da quantidade ofertada e da quantidade de
equilíbrio.
Sendo assim, o gabarito é a letra E.
Gabarito: E
Questão 39
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – Quanto à função demanda, é
correto afirmar:
a) uma diminuição do preço do bem, tudo mais constante, implicará aumento no
dispêndio do consumidor com o bem, se a demanda for elástica em relação a variações
no preço desse bem.
b) se essa função for representada por uma linha reta paralela ao eixo dos preços, a
elasticidade-preço da demanda será infinita.
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c) se essa função for representada por uma linha reta negativamente inclinada, o
coeficiente de elasticidade- preço será constante ao longo de toda essa reta.
d) se a demanda for absolutamente inelástica com relação a modificações no preço do
bem, a função demanda será representada por uma reta paralela ao eixo das
quantidades.
e) uma diminuição do preço do bem deixará inalterada a quantidade demandada do
bem, a menos que também seja diminuída a renda nominal do consumidor.
Resolução:
Essa questão versa sobre a relação entre elasticidade e dispêndio. Esse é um tópico
interessante e a melhor forma de compreender o assunto é tentando simular um
exemplo numérico.
Imagine a situação de um bem que custa R$1,00 e que o consumo do mesmo seja
igual a 100 unidades.
Preço (R$)
Quantidade
Dispêndio (R$)
Elasticidade
1,00
100
100,00
Elástica
Se a demanda é dita elástica, isso significa que o módulo da elasticidade é maior do
que 1 e, portanto, um aumento no preço provocará uma redução mais do que
proporcional na quantidade demandada. Ou seja, se supormos um aumento de 10% no
nível de preço, a demanda deverá cair de uma magnitude maior do que esses 10%.
Preço (R$)
Quantidade
Dispêndio (R$)
Elasticidade
1,00
100
100,00
Elástica
1,10
80
88,00
Observe que um aumento no preço de 10%, provocou uma redução da demanda da
ordem de 20%. No entanto, a redução no dispêndio do consumidor foi de apenas 12%.
Preço (R$)
Quantidade
Dispêndio (R$)
Elasticidade
1,00
100
100,00
Inelástica
1,10
95
104,50
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Sendo o bem inelástico, quando ocorre o aumento do preço deste bem em 10%, a
quantidade demandada cai mas numa proporção inferior ao aumento do preço e, nesse
caso, caiu 5%. Quando isto ocorre, há um aumento do dispêndio do consumidor em
relação àquele bem.
E o inverso também vale para os dois casos. Ou seja, se a demanda for elástica e o
preço cair em 10%, a quantidade demandada irá aumento em mais que 10%, por
exemplo, 20%. Com isso, o dispêndio do consumidor irá aumentar. Para vermos isso,
basta pensarmos no processo inverso, no processo de retorno do exemplo citado.
Preço (R$)
Quantidade
Dispêndio (R$)
Elasticidade
Elástica
1,10
80
88,00
1,00
100
100,00
Sendo assim, o gabarito é a letra A.
Gabarito: A
Questão 40
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – Em relação à elasticidade-preço da
demanda, é correto afirmar que:
a) quanto maior o número de substitutos do bem, sua demanda tende a ser menos
elástica.
b) se a demanda for inelástica, a variação percentual da quantidade procurada é maior,
em módulo, que a do preço de mercado.
c) se a curva de demanda do bem for linear, a elasticidade-preço é constante qualquer
que seja o preço de mercado.
d) quanto maior a essencialidade do bem para o consumidor, mais elástica será sua
demanda.
e) se a demanda for elástica, um aumento do preço de mercado tenderá a reduzir a
receita total dos produtores.
Resolução:
Essa questão versa sobre elasticidade.
Se um bem possui bons e muitos substitutos, quando ocorre uma alteração em seu
preço, há uma fuga para o bem substituto e, portanto, uma alteração significativa da
quantidade demandada. Dessa forma, podemos concluir que quando um produto tem
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bons substitutos, a sua demanda tende a ser elástica, uma vez que a fuga do produto
tende a ser relativamente maior se comparada ao aumento de preços. Portanto,
quanto maior o número de substitutos, mais elástica tende a ser a demanda.
Sabemos que a equação da elasticidade-preço é dada por:
A demanda é considerada inelástica se o módulo da elasticidade-preço for menor do
que 1 e isso ocorre quando a reação na demanda for proporcionalmente menor do que
a variação no preço. Portanto, se a variação na demanda for maior que a variação no
preço, o numerador da equação é maior que o denominador, em módulo, e, assim, a
demanda seria elástica.
Quando a curva de demanda for linear, a elasticidade-preço da demanda será diferente
em todos os pontos da curva. Veja no gráfico abaixo as elasticidades-preço em cada
ponto da curva de demanda.
Portanto, em uma curva de demanda linear, temos:

No ponto em Q for zero, a demanda é infinitamente elástica;

No ponto em P for zero, a demanda é infinitamente inelástica;

No ponto médio temos a elasticidade unitária da demanda;

Entre Q igual a zero e o ponto médio, a demanda é elástica; e

Entre P igual a zero e o ponto médio, a demanda é inelástica.
Com relação ao conceito de essencialidade, temos que ter certo cuidado. Imagine a
situação de um remédio essencial. Se o preço desse remédio for aumentado, como ele
é essencial, o consumidor não deverá reduzir a sua demanda de forma significativa em
relação a esse bem. Dessa forma, a variação na demanda tende a ser menor que a
variação no preço. Portanto, a demanda tende a ser inelástica.
Para verificarmos a relação entre a receita e elasticidade, a melhor opção é fazermos
um exemplo.
Imagine a situação de um bem que custa R$1,00 e que o consumo do mesmo seja
igual a 100 unidades.
Preço (R$)
Quantidade
Dispêndio (R$)
Elasticidade
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1,00
100
100,00
Elástica
Se a demanda é dita elástica, isso significa que o módulo da elasticidade é maior do
que 1 e, portanto, um aumento no preço provocará uma redução mais do que
proporcional na quantidade demandada. Ou seja, se supormos um aumento de 10% no
nível de preço, a demanda deverá cair de uma magnitude maior do que esses 10%.
Preço (R$)
Quantidade
Receita (R$)
Elasticidade
1,00
100
100,00
Elástica
1,10
80
88,00
Observe que um aumento no preço de 10%, provocou uma redução da demanda da
ordem de 20%. Portanto, houve uma queda da receita da empresa da ordem de 12%.
A ideia é a mesma do dispêndio do consumidor.
Preço (R$)
Quantidade
Receita (R$)
Elasticidade
1,00
100
100,00
Inelástica
1,10
95
104,50
Sendo o bem inelástico, quando ocorre o aumento do preço deste bem em 10%, a
quantidade demandada cai, mas numa proporção inferior ao aumento do preço e,
nesse caso, caiu 5%. Quando isto ocorre, há um aumento da receita total do produtor
em relação àquele bem.
Sendo assim, o gabarito é a letra E.
Gabarito: E
Questão 41
(FCC – ANALISTA MPU 2007 – ÁREA ECONOMIA) – A participação dos gastos do bem X
no orçamento das famílias tende a diminuir quando a renda dos consumidores
aumenta. Logo, pode-se concluir, com certeza, que a elasticidade-renda da demanda
do bem X é
a) negativa e maior que 1, em módulo.
b) negativa e menor que 1, em módulo.
c) igual a 1.
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d) menor que 1.
e) positiva e maior que 1.
Resolução:
A elasticidade-renda da demanda mostra a variação percentual na demanda quando
ocorre uma variação na renda do consumidor.
Acredito que a melhor forma de se fazer essa questão seja por meio de um exemplo.
Vamos imaginar uma situação em que uma pessoa tenha uma renda da ordem de
R$1.000,00. O bem em questão custa R$1,00 e o consumidor demanda 100 unidades
do bem, gastando, portanto, 10% de sua renda com o produto.
Preço (R$)
Demanda
Renda (R$)
Gasto com Produto
1,00
100
1.000,00
10%
Se a renda aumentar da ordem de 50%, a demanda poderá se manter constante,
aumentar o reduzir. Imagine que o bem em questão seja um bem que o consumidor
deseja consumir, mas não fazia na quantidade desejada por questões financeiras. À
medida que a renda aumenta para R$1.500,00, o consumidor aumenta o consumo do
bem para 120 unidades. Observe que o preço do bem foi mantido constante.
Se isso ocorresse, teríamos o seguinte:
Preço (R$)
Demanda
Renda (R$)
Gasto com Produto
1,00
100
1.000,00
10,0%
1,00
120
1.500,00
8,0%
Observe que quando o aumento da renda supera o aumenta da demanda, há uma
redução no gasto percentual com o produto. Apesar de esse produto ser normal, ele é
considerado necessário e tem uma elasticidade-renda da demanda menor do que a
unidade. Veja o cálculo:
Por outro lado, imagine que a renda aumenta para R$1.500,00, mas o consumidor
aumenta o consumo do bem para 180 unidades. Observe que o preço do bem foi
mantido constante.
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Se isso ocorresse, teríamos o seguinte:
Preço (R$)
Demanda
Renda (R$)
Gasto com Produto
1,00
100
1.000,00
10,0%
1,00
180
1.500,00
12,0%
Observe que quando o aumento da demanda supera o aumenta da renda, há um
aumento no gasto percentual com o produto. Apesar de esse produto ser normal, ele é
considerado um bem de luxo e tem uma elasticidade-renda da demanda maior do que
a unidade. Veja o cálculo:
Por fim, imagine que a renda aumenta para R$1.500,00, mas o consumidor reduz o
consumo do bem para 75 unidades. Observe que o preço do bem foi mantido
constante.
Se isso ocorresse, teríamos o seguinte:
Preço (R$)
Demanda
Renda (R$)
Gasto com Produto
1,00
100
1.000,00
10,0%
1,00
75
1.500,00
5,0%
Observe que quando há uma redução na demanda e um aumento na renda e tal fato
provoca uma redução no percentual gasto com o produto. Esse é o tipo de bem que o
consumidor não tinha tanto interesse em consumir, mas fazia isso por necessidade, por
exemplo. Dada essa característica, o produto é considerado um bem inferior e possui
elasticidade-renda da demanda negativa. Veja o cálculo:
Essa questão, com os dados que foram colocados não nos permite fazer nenhuma
inferência acerca da magnitude da elasticidade-renda dos consumidores, mas apenas
determinar o sinal da mesma. Com certeza, sabemos que ela será negativa e um todos
os números negativos são menores do que 1.
Assim sendo, o gabarito é a letra D.
Gabarito: D
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Bibliografia
Eaton & Eaton – Microeconomia, Editora Saraiva – 3ª Edição, 1999.
Ferguson, C.E. – Microeconomia, Editora Forense Universitária – 8ª Edição, 1985.
Kupfer & Hasenclever – Economia Industrial, Editora Campus – 1ª Edição, 2002.
Laffont & Martimort – The Theory of Incentives – The Principal-Agent Model, Princeton
University Press – 1ª Edição, 2002.
Mankiw, N. Gregory – Introdução à Economia – Princípios de Micro e Macroeconomia,
Editora Campus, 1999.
Mas-Colell, Whinston & Green – Microeconomic Theory, Oxford University Press, 1995.
Notas de Aula – Organização Industrial – Doutorado em Economia –Universidade de
Brasília.
Notas de Aula – Economia da Regulação – Doutorado em Economia – Universidade de
Brasília.
Notas de Aula – Organização Industrial – Doutorado na New York University.
Pindyck & Rubinfeld – Microeconomia, Editora MakronBooks – 4a Edição, 1999.
Tirole, Jean – The Theory of Industrial Organization – 1988 – MIT PRESS.
Varian, Hal R. – Microeconomia – Princípios Básicos, Editora Campus – 5ª Edição,
2000.
Vasconcellos, M.A. Sandoval – Economia Micro e Macro, Editora Atlas – 2ª Edição,
2001.
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GABARITO
1-
E
2-
E
3-
C
4-
E
5-
E
6-
E
7-
E
8-
C
9-
E
10-
E
11-
B
12-
E
13-
C
14-
B
15-
B
16-
E
17-
E
18-
E
19-
C
20-
A
21-
A
22-
B
23-
B
24-
D
25-
A
26-
A
27-
C
28-
C
29-
E
30-
E
31-
E
32-
B
33-
D
34-
E
35-
A
36-
E
37-
C
38-
E
39-
A
40-
E
41-
D
Galera,
Terminamos aqui a nossa “Aula Demonstrativa”. Tentei passar para vocês nesta aula
um pouco de como vai ser o curso, lembrando sempre que irei mantê-lo com uma
linguagem simples e direta com o intuito de facilitar a compreensão. Sempre tentando
colocar exemplos do nosso dia-a-dia.
Lembro que serão apresentadas várias questões e elas não serão apenas resolvidas.
Optarei, em grande parte delas, em fazer a solução além de citar o que os vários
renomados autores falam sobre o assunto e tecer comentários adicionais com o intuito
de enriquecer o material.
Abraços,
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