Conversores Analógico/Digital e Digital/Analógico Electrónica 3 – 2005/06 José Machado da Silva Vítor Grade Tavares 1 Conversores Analógico/Digital Sumário n Introduç ão n Condicionamento de sinal n n n Característica de transferência, terminologia Parâmetros característicos Arquitecturas de conversores A/D q Paralelo (Flash) q Paralelo em dois passos (Two-step flash) q Integraç ão Aproximações sucessivas Sobreamostragem (Sigma-Delta) Aplicações q q n Electrónica 3 – 2005/06 2 Conversor Analógico/Digital Um dispositivo que converte um sinal de amplitude contínua e tempo contínuo ou discreto x(t), compreendido numa gama especificada VFS, num sinal de amplitude e tempo discreto, de acordo com uma dada lei de quantização que representa todos os valores analógicos de entrada num número limitado de códigos digitais na saída, cada um dos quais representa uma fracção da gama analógica total de entrada. 3 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Analógico/Digital n Diagrama de blocos q q q q Amostrador – amostragem do sinal em tempo discreto Quantificador – aproximação do valor de tensão amostrado a um dos 2N níveis possíveis, por arredondamento e truncagem Codificação – conversão do valor amostrado num código específico Interface – conversão série/paralelo e/ou “latching” Vreferência Amostragem x(t) Sinal amplitude contínua tempo contínuo f amostragem Quantificação Codificação X(n) x(n) Sinal amplitude contínua tempo discreto Sinal amplitude discreta tempo discreto Electrónica 3 – 2005/06 01001110101 Sinal digital série ou paralelo 4 Condicionamento do sinal - amostragem n Tipos de amostragem q q q q Amostragem impulsional (teórico – não realizável) Amostragem natural (teórico – interruptor ideal) Amostragem com retenção de ordem zero (amostragem e retenção ideal – amostragem instantânea é impossível) Track/hold – amostragem e retenção real (resultado amostrado e retido em memória) x(t) x(t) yb(t) x(t) ya(t) yd(t) Ts Ts b) d) x(t) yc(t) Ts Ts a) c) 5 Electrónica 3 – 2005/06 Condicionamento do sinal - amostragem n O S/H é um dispositivo que amostra sinais analógicos. É fundamental em toda a cadeia de conversão podendo limitar a precisão e largura de banda. Sample Hold Electrónica 3 – 2005/06 6 Condicionamento do sinal - amostragem n Desempenho e características temporais Settling-time Tempo de estabelecimento Overshoot • Overshoot, Settling -time e Elementos amplificadores do S/H Injecção de clock slew-rate: • Injecção de clock: Devido às cargas de canal e capacidades de sobreposição na porta dos MOSFETs que compõem os comutadores. Decaimento • Decaimento: Causado por correntes de fugas e impedância off dos comutadores Slew-rate Sample (ou Tracking ) Tempo de aquisição • Tempo de Abertura: Tempo necessário a desligar a capacidade do sinal que memoriza. Este tempo depende de vários factores, entre eles o ruído e o sinal de entrada. A consequência é uma incerteza neste tempo o que origina erros de amostragem. Hold • Todos estes factores limitam a resolução de conversão. 7 Electrónica 3 – 2005/06 Condicionamento do sinal - amostragem • S/H Elementar. impulso de curta duração vi(t) vo (t) + C • S/H com impedância de entrada elevada. • Problemas: Amplificador satura quando o trans ístor abre. + vi(t) C ×1 vo (t) Electrónica 3 – 2005/06 • Demora algum tempo at é que o amplificador volte ao ponto de funcionamento correcto na amostragem seguinte 8 Condicionamento do sinal - amostragem • S/H com impedância de entrada elevada. Φ • Mesma função que o último, no entanto os novos comutadores garantem que o amplificador se encontra num ponto de funcionamento adequado durante o período de hold. Φ Φ vi(t) ×1 C vo (t) 9 + Electrónica 3 – 2005/06 Condicionamento do sinal - amostragem • S/H com minimização da injecção de clock . Φ M1 vo (t) + + Φ - vi(t) M2 • Se o ganho dos amplificadores for muito elevado, então o clock feed-through (CFT) devido a M1 é praticamente independente do sinal (de um lado tem um massa virtual, e do outro um nível de sinal de tensão baixo). O CFT resultar á portanto em offset. • O tempo de amostragem também será mais constante. • M 2 serve para manter o primeiro Opamp numa região de funcionamento pr óxima daquela necessária no início do pr óximo ciclo de amostragem (melhora a largura de banda). Electrónica 3 – 2005/06 10 Condicionamento do sinal - amostragem • S/H com minimização da injecção de clock e atenuação de offset. Φ - vi(t) M1 vo (t) + + Φ M2 Φ M3 11 Electrónica 3 – 2005/06 Condicionamento do sinal - filtragem n Filtro anti-imagem q q Necessário para limitar a banda do sinal amostrado (de acordo com o teorema da amostragem) ∆≤ q q A variação máxima na banda passante deve ser inferior a 1 LSB Para um filtro de 1ª ordem Butterworth A ordem do filtro depende da proximidade da f corte da f Nyquist (Fs/2) H( f ) = q 0dB ruído q Fs/2 1 + ( f / fo ) 2 f 1 = 0. 0886 = fo 11. 28 0dB LB 1 Para** um ADC de 8-bit, ∆ H(f) 1 2N n LB < 1/10 da f corte!! Nota: Amostrar a uma frequência tão alta quanto possível. Mínimo 10x a LB do sinal. * *H ( f ) = 1 − ∆ Electrónica 3 – 2005/06 12 Conversores Analógico/Digital n Característica de transferência CAD bipolar, zero não-verdadeiro, linear, código binário CAD unipolar,linear, código binário Código digital de saída 111 Linha de interpolação ideal Largura da frac ção 4, W[4] (1 LSB) Código digital de saída 111 100 x -3 010 001 1 2 1 2N 8 Sinal de entrada 7 -1 VFS x 000 0 -2 2 VFS 2N Sinal de entrada 3 010 001 000 Gama de fim -de-escala Nível de transição 1, T[1] Erro de quantização VFS x +1/2 LSB εq = vIN − Y[k].LSB 2N Sinal de entrada -1/2 LSB 13 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Analógico/Digital n Erros de ganho e de desvio na origem (tipica/ ocorrem simultanea/) Código digital de saída Código digital de saída 111 100 111 Desvio na origem = 2/5 LSB x 001 1 2 Erro de quantização Linha interpoladora que melhor se aproxima 100 010 000 0 Erro de ganho = -3/5LSB 7 VFS 010 2N 001 Sinal de entrada [xLSB] x VFS 2N 000 0 1 2 7 Sinal de entrada [xLSB] Erro de quantização +1/2LSB +1/2 LSB -1/2 LSB -1/2 LSB Electrónica 3 – 2005/06 14 Conversores Analógico/Digital n Não-linearidade Não-linearidade Integral Não-linearidade diferencial 2 N-1 valores Código digital de saída 111 2 N-2 valores Código digital de saída DNL[3]= 111 =(W[3]-Q)/Q x 1LSB =+1/3LSB INL[3]= =-2/3LSB W[3] 100 100 010 x 001 000 0 1 VFS 2N 7 Sinal de entrada [ xLSB] 2 010 001 000 0 Q 1 2 x VFS 2N 7 Sinal de entrada [xLSB] Erro de quantização +1/2LSB -1/2LSB Electrónica 3 – 2005/06 15 Conversores Analógico/Digital n n Não-monotonicidade e falha de códigos Incerteza dos níveis de transição Código digital de saída 111 100 Não-monotonicidade DNL= -1 Falha de código 010 x 001 000 0 1 2 7 VFS 2N Sinal de entrada [ xLSB] Erro de quantização +1/2LSB -1/2 LSB Electrónica 3 – 2005/06 16 Conversores Analógico/Digital n n Gama dinâmica – relação entre a máxima e a m ínima (distinguivel entre o ruído) amplitudes mensuráveis No caso de um conversor linear e sem ruído, a gama dinâmica é o próprio nº de bits (resolução) Um conversor de 8 bits tem uma gama dinâmica de 256 q n Um conversor de 8-bit de resolução numa gama dinâmica de 12bit, adquire um sinal numa gama equivalente a 1-4000 com uma resolução de 0.39% 17 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Analógico/Digital n Erro de quantização n Progressão “linear” dos degraus de quantização com largura uniforme n Tensão de entrada máxima = Vref n Largura de quantização, Q, identifica a variação mínima da entrada detectável na saída: 111 100 Q/2 9Q/2 13Q/2 Q= Q/2 -Q/2 n Vref 2N Os parâmetros de caracterização estática são obtidos da função de transferência Electrónica 3 – 2005/06 18 Conversores Analógico/Digital n O erro de quantização depende da gama dinâmica do sinal de entrada e do número de níveis de quantização pe(e) 1/Q n n Com um elevado número de níveis de quantização, o sinal de erro pode ser modelado como um ruído aditivo com uma densidade de probabilidade de distribuição uniforme A potência do sinal de erro de quantização é dada pela sua variância e -Q/2 Q/2 Q/2 Q/2 1 Q2 σ e 2 = ∫ e 2 p(e) de = ∫ e 2 de = 12 −Q / 2 −Q / 2 Q 19 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Analógico/Digital Parâmetros de caracterização dinâmica Relação sinal-ruído Ideal SNR = sinalrms A/21/2 Q2N-1 /21/2 = = σ ruídorms Q/121/2 = 2N-1 .61/2 SNR(dB) = 6.02N + 1.76 Para um sinal sinusoidal na entrada, o ruído de quantização é: 0.095 0.09 0.085 2 • σ2eq= Q + 12 Σk=1 12 Jo(2Nπk)Q 2 k 1/12 0.08 Electrónica 3 – 2005/06 11 9 10 8 7 0.075 6 π 5 12 4 n 20 Conversores Analógico/Digital Parâmetros de caracterização dinâmica n Número efectivo de bits Nef = SNR−1,76 6,02 Se o sinal de entrada varre toda a gama de conversão. V SNR−1,76 + 20 log FS V Nef = 6,02 n Se o sinal de entrada tem amplitude V<VFS Relação sinal ruído + distorção (SINAD) 2 Yn[ fh] SINAD= −20 log ∑ 10 20 h onde fh= são todas as frequências da gama considerada, excluindo a fundamental e componenteDC. 21 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Analógico/Digital Parâmetros de caracterização dinâmica n Distorção harmónica THD = Spurious Free Dynamic Range PTotal_Harm ónicos PFundamenta l t THD d B V 2 + V 2 + V 2 + ... h3 h4 = 10 log h 2 2 V f THD% = V h 2 2 + V h3 2 + Vh 4 2 + ... Vf 0dB SFDR × 100 Electrónica 3 – 2005/06 22 Conversores Analógico/Digital Parâmetros de caracterização dinâmica n Distorção harmónica total (THD) m THD = 20log ∑ Y[ f h ]2 h=2 Usando amplitudes absolutas Y[ f1] 2 Y[ f h ] THD = 20log ∑ 10 20 h= 2 m Usando amplitudes dos harmónicos Yn[fh] em dBc (relativas à fundamental) 23 Electrónica 3 – 2005/06 Exemplo - 12 bit AS ADC, amostragem coerente (fs/fo=123) Spurious tone Fundamental Noise floor Harmonics 7 3 5 Electrónica 3 – 2005/06 4 24 Conversores Analógico/Digital Parâmetros de caracterização dinâmica Incerteza no instante de amostragem - Jitter v = Asen(2πft) → dv dt 1LSB 2πfA < 1LSB= ∆t HDTV N = 10 bits f = 30 MHz ∆t = 10 ps Áudio N = 14 bits f = 20 kHz ∆t = 970 ps ∆t = máx = 2πfA 2A 2N 1 πf 2 N 25 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Analógico/Digital - Arquitecturas n Conversores de operam entre 1,5 Nyquist (i.e. 3 a entrada): flash, pipeline, ... Nyquist: Conversores que e 10 vezes a frequência de 20 vezes a LB do sinal de aproximaçãoes sucessivas, DAC: Conversor digital-analógico ADC: Conversor analógico-digital Conversores Sobreamostrados: Conversores que operam a frequências muito superiores à frequência de Nyquist (tipicamente de 20 a 512 vezes maior). São conversores que conseguem aumentar a SNR por intermédio de uma filtragem do ruído de quantificação fora da banda do sinal: sigma-delta Electrónica 3 – 2005/06 26 Arquitecturas - Paralelo (Flash) n 2N -1 comparadores • Em geral um conversor Flash converte num único ciclo de relógio com duas fases. Na primeira fase o sinal é amostrado e aplicado à entrada dos 2N-1 comparadores. Na segunda fase a saída dos comparadores é codificada numa palavra digital de N bits e guardada num registo. Vin Vref + R - R + Codificador / registo - R 2N -1 para N : : D + • São complexos, ocupam um grande área, apresentam grande capacidade de entrada, e consomem elevada potência. - R + R 2 N-1 comparadores 27 Electrónica 3 – 2005/06 Arquitecturas - Paralelo (Flash) Arquitectura básica Vin1 Vin2 A Latch Φ Vout /Φ Comparador baseado em inversor e capacidades comutadas Vin Rn S1, Φ comparador S3 ,Φ C1 Modo amostragem – S1, S3 on; S2 off Modo comparação – S1, S3 off; S2 on S2, /Φ Vrefn + δV Electrónica 3 – 2005/06 28 Arquitecturas – Paralelo de 2 passos com refinamento de escala (subranging) N N1 N2 2 -1 comparadores -> 2 -1 + 2 -1 V in 1º passo MSBs X[T16] Amostragem e retenção 11 Quantificador de N2-bits em 1 passo Conversor D/A X[T0] Quantificador de N1-bits em 1 passo X[T2N ] 2º passo LSBs X[T12] X[T(i +1)2N2] X[T11] 11 10 X[T9] 01 00 10 X[T8] 01 X[T4] bN , ---- , bN2+2 , b N2+1 X[Ti2N2 ] 00 bN2, ---- , b2 , b 1 X[T0] 29 Electrónica 3 – 2005/06 Paralelo em 2 passos c/ amplificação de resíduo (Two step flash ou parallel feed-forward) 2N -1 comparadores -> 2N/2-1 + 2N/2-1 + v in S/H ADC MSB (N/2 bits) O ADC de dois passos primeiro efectua uma conversão “grosseira” com N/2 bits, correspondentes aos MSBs. Este resultado é subtraído à entrada do que resulta o 1º erro de quantização. Este é depois refinado num 2º ADC de N/2 bits. - DAC 2N/2 ADC LSB (N/2 bits) + Amplificador do resíduo MSBs b1 ; b2 ;... Vref v in ...; bN-1 ; bN ×2N/2 0 Electrónica 3 – 2005/06 LSBs Vref 0 30 Paralelo em 2 passos c/ amplificação de resíduo (Two step flash ou parallel feed-forward) n n n n n Cada conversor é um conversor flash. O número de comparadores é bastante reduzido relativamente a um ADC puramente flash (reduz-se de (2N-1) para 2(2N/2-1)). Precisa de dois passos para determinar a palavra final (menor largura de banda). Cada ADC tem de possuir a resolução correspondente aos N bits (caso contrário o DNL e/ou INL não estariam dentro de ±½ LSB. Há uma grande exigência sobre o amplificador do res íduo: tem de ser capaz de descriminar sinais de ±½ LSB. Vin SHA1 clk ADC1 DAC - /clk + + SHA2 clock SHA1:hold SHA2:sample Conversão grosseira Conversão D/A, subtrac ção ADC2 ∆t SHA1:sample SHA2:hold Conversão fina LSB MSB Fig.6.31 do data conversion system design 31 Electrónica 3 – 2005/06 Cascata de conversores de 1 bit (pipeline) • ADC de N-passos com conversores de um bit cada. Após um atraso inicial de N ciclos de relógio, obtem-se uma conversão por cada ciclo de relógio. Os erros propagam-se ao longo da cadeia, pelo que a exactidão é condicionada pelas características dos primeiros andares. vi + + - S/H + + - S/H 2 “ 1” “ 0” ... “ 1” “ 0” + - + Vref/2 b1 2 Vref/2 1bit Electrónica 3 – 2005/06 b2 ... 32 Cascata de conversores de 1 bit (pipeline) + C1 - Vin - C2 Vout=0 + Amostragem -C1 + Vref Vout=2Vin-Vref - C2 + C1=C2 A polaridade desta tensão determina se Vin>Vref /2 ou Vin <Vref /2. Se Vin<Vref Vref é adicionada ao res íduo. Amplificação e comparação 33 Electrónica 3 – 2005/06 Cascata de conversores de 1 bit (pipeline) n Latência – atraso entre o instante de amostragem do sinal e o instante em que o código é disponibilizado à saída Sinal entrada N N+1 N+2 N+3 N+5 N+4 Relógio conversão Dados saída N-3 N-2 N-1 Electrónica 3 – 2005/06 N N+1 N+2 34 Integração de dupla rampa n n Conversor muito popular pelo seus baixos offset e erro de ganho, e elevada linearidade. Exige circuitos de baixa complexidade. n É vocacionado para sinais bastante lentos sendo adequada para aparelhos de medida (corrente e tensão). n Baixo custo, boa resolução, baixa taxa de conversão (dependente de vIN ). 35 Electrónica 3 – 2005/06 Integração de dupla rampa n Conversão realizada em duas fases. V (Declive variável= -Vin/K) V3 Fase I Fase II -Vin3 V2 (Declive fixo=Vref/K) -Vin2 -Vin1 V1 Durante a fase I é gerada uma rampa de declive variável, directamente proporcional ao valor da tensão de entrada a converter. Durante a fase II decresce-se do valor V i atingido no final da fase I até 0 com declive constante. Este tempo é variável e directamente proporcional ao valor da rampa no fim da fase I. T1 (Fixo) T (Depende de Vin) Como T é fixo então T é directamente I 2 proporcional à entrada. Se T2 controlar o tempo de contagem de um contador binário, a saída digital do contador é directamente proporcional a Vin. 2 T1 Vin K T2 = T1 × V T2 ref Vi = − ×Vref K Vi = − Vin_ i Electrónica 3 – 2005/06 36 Integração de dupla rampa • S1 é ligado a -Vin durante T1 segundos e a Vref durante T2. S2 fecha com um impulso no fim de T2, curto-circuitando o condensador. T1 = 2N TCk = − T2 = Vi RCVref O contador conta durante T2 segundos, então a saída digital indica o número de períodos Tck contados em T2 segundos. Vi RC (− Vin ) Vin N T2 = 2 TCk V ref 2N D = ( T2 ; D = b1 2 −1 + b2 2−2 + ... + bN 2− N TCk D= S2 C + Integrador Vi Vin Vref Comparador Lógica de Controlo + R - S1 - -Vin Vref ) Contador : b1 b2 b3 bN A dupla rampa permite eliminar a sensibilidade a variações de R e C TCk Electrónica 3 – 2005/06 37 Integração de dupla rampa n n n n A conversão é independente do factor de ganho RC e portanto os erros de ganho são muito baixos. RC deve ser escolhido por forma a maximizar Vin para garantir boas relações sinal ruído. Os erros de offset podem ser compensados recorrendo-se a um conversor de quadrupla rampa. Uma conversão faz-se com Vin=0 (amostrar o offset). A segunda conversão corresponde a Vin. O valor final será este subtraído do primeiro. Os conversores de dupla rampa são muito lentos. No pior dos casos TT=T1+T2|T1=T2=2N+1TCk Electrónica 3 – 2005/06 38 Aproximações sucessivas n n A determinação da conversão é efectuada por aproximações sucessivas dos bits, começando-se pelo mais significativo. O número de iterações reduz-se neste conversor a NTCk N passos b2 =1 b1 =1 b2 =0 b2 =1 b1 =0 b2 =0 b3 =1 b3 =0 b3 =1 b3 =0 b3 =1 b3 =0 b3 =1 b3 =0 111 110 101 100 011 010 001 000 t 39 Electrónica 3 – 2005/06 Aproximações sucessivas n Alta taxa de conversão, boa resolução, relativamente pequena área. Saída D/A D/A Conversor REF Comparador V IN Registo Aproximações sucessivas + n Clock O DAC aplica recursivamente N tensões de referência ao comparador q n 3/4 FS DIGITAL OUTPUT DATA 1/2 FS Código de saída: 1/4FS 101011 1 2 3 4 5 6 Um conversor de 16 bits realiza 16 comparações por ciclo de conversão É necessário um Track/Hold na entrada (para manter Vin constante durante a conversão) Electrónica 3 – 2005/06 40 Aproximações sucessivas por redistribuição de carga n Sp CM CM-1 n Topologia preferida para os conversores SAR n A malha de resistências de conversão D/A é substituída por um conversor D/A capacitivo n Porquê?? C0 V REF V in Registo decisão q Lógica decisão Clk Apontador q O emparelhamento de condensadores em tecnologia CMOS é mais fácil de obter do que o de resistências de precisão Apresenta por inerência uma função de S/H 41 Electrónica 3 – 2005/06 Aproximações sucessivas por redistribuição de carga n Distribuição de carga 4 bits V x˜ 0 8C 4C 2C C S2 1. Modo amostragem V in S1 4C 2C V in Vx reposta a 0 Condensadores executam amostragem q Carga nos Cs = 16CVin n Todos os condensadores carregados com Vin C S2 2. C Modo retenção q Modo retenç ão S1 q V REF V x˜ -Vin 8C Modo amostragem q C q S2 aberto (comparador activado) Todos os Cs ligados à massa n Preservando a carga, V xà-Vin V REF Electrónica 3 – 2005/06 42 Aproximações sucessivas por redistribuição de carga n Distribuição de carga 4 bits 3. Modo redistribuição de carga (processo de aproximações sucessivas) q q Vx 8C 4C V in 2C S1 C S2 O C de maior valor (8C) é ligado a Vref Como 8C = ½ C tot, Vx à -Vin + Vref /2 n C n Modo Comparação bit a bit q V REF q n Se V x permanece negativa àVin > Vref/2, e o condensador MSB é deixado ligado a Vref (valor do MSB = 1) Se V x passa a positivoàVin < Vref/2, e o condensador MSB é ligado à massa (MSB value = 0) O processo é repetido N vezes, com um condensador de menor valor a ser ligado de cada uma das vezes, at é que se conclua a conversão Equivalente a um divisor capacitivo Aspectos críticos q Transitórios de comutação Electrónica 3 – 2005/06 43 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ n O que é um conversor sigma-delta (delta-sigma) q Um conversor de 1-bit (tb. pode ser multi-bit) que tira partido da sobreamostragem q “Delta” = comparação com DAC 1-bit q “Sigma” = integração dos erros (sequência de valores Delta) n Quais as vantagens de um sigma-delta? q Realizado com essencialmente circuitos digitais o que permite baixo custo q Grande resolução n Quais as desvantagens ? q Resposta em frequência limitada (tem tendência a deixar de ser!) q Mais efectivo com entradas contínuas q Latência n A vantagem da sobreamostragem reside no facto de a gama dinâmica do conversor aumentar, i.e., a relação sinal ru ído na banda do sinal aumenta com o aumento da frequência de amostragem. Isto acontece pelo facto do ru ído de quantificação se estender numa banda maior. Electrónica 3 – 2005/06 44 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ n Filtro de média Fim de escala Modulador Sigma-Delta Tensões contínuas 1-bit 0V 1-bit stream Entrada a 1/2 escala 1 0 1 0 1 0 1 0 1/4 do fim de escala 1 0 0 0 1 0 0 0 média = 0.5 3/4 do fim de escala 1 1 1 0 1 1 1 0 média = 0.25 média = 0.75 45 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ n n A sobreamostragem permite a utilização de circuitos analógicos com especificações menos restritivas. Permite também a utilização de filtros de anti-aliasing com especificações menos rigorosas na banda de transição. Banda de transição Sinal fB fB fs/2 fs fs/2 Electrónica 3 – 2005/06 fs 46 n Signa l i nput, X 1 X3 X2 + - + X4 Differenc Somador e Amp Integra integrador tor X5 VMax Latch Conversores Sobreamostrados – Σ∆ Entrada do To Digital Filtro digital Fi lter 1000100010001 Compa ra tor Comparador ADC de 1 bit (1-bit ADC) Relógio do modulador DAC 1-bit1DAC bit X1 Vmax 0V X2 +Vmax X3 +Vmax X4 1 X5 Vmax -Vmax -Vmax 0 0V 47 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ n SNR = 6.02N + 1.76dB ; (para um conversor de N bits e entrada sinusoidal) Potência Potência Amplitude da fundamental Sobreamostragem de kx SNR = 6.02N + 1.76dB ; O mesmo ruído total mas espalhado por uma banda maior Ruído de quantização Nível médio do r uído Nível médio do r uído Frequência FS / 2 FS Electrónica 3 – 2005/06 Frequência k FS / 2 k FS 48 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ n Filtro ideal Amplitude da fundamental SNR = 6.02N + 1.76dB Potência Potência SNR = 6.02N + 1.76dB + 10 log(kFs/2*BW) 10log(4) ˜ 6 O integrador é um passaalto para o ruído. Como resultado obtém-se uma formatação do ruído (noise shaping) Ruído removido Frequência BW k FS / 2 Frequência k FS k FS / 2 k FS 49 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ Quantificador Potência do ruído Área= Q2 /12 K2 Q K= -fs/2 Q 12 fs/2 1 fs A área ao quadrado tem de ser constante pois como observamos o ruído de quantificação é independente da frequência de amostragem. Para o mesmo quantificador se fs aumenta então K diminui. K2 Áreas iguais K ' = Q 12 K’2 -f’s /2 -fs/2 fs/2 Electrónica 3 – 2005/06 1 f 's f’s/2 50 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ n O= fs 2 fB Razão de sobreamostragem Após a filtragem (ideal) verificamos que na banda base resta-nos um ruído total (potência igual às áreas rectangulares com K e K’ quadrado) de: Area = K 2 × (2 f B ) = Q 2 2 fB Q 2 1 = 12 f s 12 O A relação sinal ruído para um conversor de N bits: V2 SNR = 10 log inRMS V2 Q 2 2 V = 10 log inRMS O = 10 log VinRMS 2 Q Q2 12 12 Se a entrada for uma sinus óide: + 10 log(O ) SNR = 6.02 N + 1. 76 + 10 log(O) Electrónica 3 – 2005/06 51 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ n Sobreamostragem e filtragem permitem melhorar a SNR q Cada aumento da sobreamostragem por um factor de 4, permite melhorar a SNR em 6 dB (1-bit) n Com um conversor de 1-bit a sobreamostragem e a filtagem permitem obter: q 2-bits para uma sobreamostragem de 4x q 3-bits para uma sobreamostragem de 16x q 4-bits para uma sobreamostragem de 64x q .. .. .. .. q 24-bits para uma sobreamostragem de 70.368.744.177.664x n Com uma frequência de 40kHz levar-se-iam 56 anos a obter a média – l sobreamostragem não é tudo n Os conversores sigma-delta tiram partido da técnica de noise shaping para se obterem mais do que 6dB de gama dinâmica por cada incremento de 4x da taxa de sobreamostragem Electrónica 3 – 2005/06 52 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ • A SNR cresce a 10dB/dec com a razão de sobreamostragem • A sobreamostragem apenas aumenta o SNR diminuindo o efeito de quantificação na banda base do sinal. No entanto não melhora a linearidade do conversor utilizado. Se se quiser obter um conversor de M bits com M>N apenas por sobreamostragem , então o conversor de M bits deverá apresentar medidas de linearidade equivalentes a um conversor de M bits, i.e., em termos de linearidade o conversor original deverá ter uma resolução equivalente a M bits. • Isto pode ser conseguido usando um conversor de 1 bit (comparador) pois este é inerentemente linear, i.e., como só apresenta dois valores possíveis a curva que os une é sempre um segmento de recta. 53 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ Digital Analógico Vi Filtro Passa-Baixo Digital ∆Σ modulador Filtro S/H O Filtro de decimação Q H(z) + Y(z) A função do modulador é a de moldar (modelar) o ruído na banda base do sinal sem atenuar o próprio sinal a converter. 1/s U(z) + H(z) + X(z) Q Y(z)=X(z)+Q(z) Quantificador Y (z ) = H (z ) 1 U (z ) + Q (z ) 1 + H (z ) 1+ H ( z ) DAC Electrónica 3 – 2005/06 54 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ • Exemplo de primeira ordem (consideremos conversor de 1 bit) H ( z) = u(nT) + - 1 z −1 Z-1 + x(nT) y(n) ADC ( ) Y ( z ) = z −1 X ( z ) + 1 − z −1 Q( z) y(n)+q(t) DAC FIR passa-alto Ruído de quantificação 55 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ n INTEGRADOR INTEGRADOR 1-BIT ADC + ? - ∫ + Saída 1-BIT ∫ ? INTEGRADOR + ∫ ? - 1-BIT ADC Saída 1-BIT - 1-bit DAC 1-bit DAC Modulator noise densities Modulator noise densities 0 1 1st-order 2nd-order 3rd-order 4th-order 2 3 4 Hz 5 6 7 0 100 200 300 400 500 Hz 1st-order 2nd-order 3rd-order 4th-order “Conditioning Sensor Signals For Data Converter Applications” Joe DiBartolomeo,,Dennis Cecic, IEEE IMS Toronto) Electrónica 3 – 2005/06 56 Conversores Sobreamostrados – Σ∆ 3ªordem 21dB/oitava 3,5 bit/ oitava bits [dB] 2ªordem 15dB/oitava 2,5 bit /oitava 19.6 120 16.3 100 13 80 1ªordem 9dB/oitava 1,5 bit /oitava 9.7 60 6.4 40 Taxa de sobreamostragem 3 20 4 2 erms = 8 Q πn 12 2n + 1 16 32 64 128 256 512 k 4 6 8 oitavas ( O) −( n +1 2 ) n - ordem do modulador Electrónica 3 – 2005/06 57 Conversores Analógico/Digital - especificações n Especificações de amostragem: q q n Tempo de conversão, tempo de aquisição, taxa de conversão, atraso de amostragem (aperture delay) Incerteza de amostragem (aperture jitter), reposta ao degrau Parâmetros de caracterização estática: q Obtidos por testes realizados com estímulos DC ou de baixa frequência n n Erro de ganho, desvio na origem (offset error), INL, DNL Parâmetros de caracterização dinâmica: q q Obtidos por testes realizados com estímulos sinusoidais à frequência de operação SNR, SINAD, THD, Nef Electrónica 3 – 2005/06 58 Conversores Analógico/Digital - Arquitecturas n 24 Resolução- bits Aumento da taxa de conversão 20 ∆Σ sobreamostragem Aumento da taxa de conversão 16 12 Aumento da taxa de conversão AS Pipeline 8 10 100 1K 10K 100K 1M 10M 100M Taxa de conversão (a/s) 59 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Analógico/Digital - Arquitecturas n Nef Mas em tecnologia nada deve ser tomado como definitivo ! Jerry Horn http://www.chipcenter.com/eexpert/jhorn/jhorn015.html Electrónica 3 – 2005/06 60 Conversores Analógico/Digital - Arquitecturas n Classificação de diferentes ADC de acordo com a rapidez e resolução Baixa ou média velocidade Elevada resolução Dupla Rampa Sobre-amostragem Velocidade moderada Resolução média Elevada velocidade Baixa ou média resolução Aproximações sucessivas Algor ítmica Flash Dois-passos Interpolação Folding Pipelined Time-interleaved 61 Electrónica 3 – 2005/06 Conversores Analógico/Digital - Arquitecturas n Exemplos de aplicações Aplicação Arquitectura Nº de bits Taxa de conversão Áudio Σ∆, Σ∆ 4ª-7ª ordem 48-50 kA/s 48-96 kAs 85-500 kA /s AS 14-18 consumidor 18-24 profissional 10-16 Controlo automático Sensores Σ∆ AS Rampa (integrador) 24 8-18 18-20 780 A/s 20-2000 kA/s 100-2000 A/s Transmissão de dados Σ∆, Σ∆ 4ª ordem 8 kA/s modems 80-160 kA /s ISDN 2,2 MAs ADSL 40 MA/s VDSL Pipeline 12-16 modems 13-16 ISDN 12 ADSL 12 VDSL Controlo de disco duro Half-flash Pipeline AS Flash 10 8-12 8 6 320 kA/s 800 – 1500 kA /s 100 kA/s 30-140 MA/s Video, TV digital Half-flash ( video profissional) Pipeline 8 – 12 8 – 12 10 – 40 MA/s 30 – 50 MA/s Electrónica 3 – 2005/06 62