ESTILÍSTICA Charles Bally (1902- Traité de stylistique française), seguido de Précis de stylistique, funda sobre bases racionais a estilística de expressão, cujo objetivo define: “A estilística estuda os fatos de expressão do ponto de vista do seu conteúdo afetivo, isto é, a expressão dos fatos da sensibilidade, mediante a linguagem e a ação dos fatos da linguagem sobre a sensibilidade” (2 ª ed. I, p.16). O tema aponta para assuntos de natureza expressiva, ou mesmo desvios da regra gramatical. Para Saussure, a língua é um sistema de elementos vocais comuns a todos os membros de uma comunidade e que a todos se impõem como norma definida. Já a fala ou discurso é a atividade lingüística nas múltiplas e imprevisíveis ocorrências da vida do indivíduo. Assim, a fala é um ato mental individual, embora o indivíduo, ao falar não crie a linguagem e sim utilize o material lingüístico que a sociedade lhe forneceu, ou lhe impôs. É, então, possível assinalar os traços da linguagem coletiva que o escritor põe em relevo na manifestação artística, a partir de certos aspectos da língua utilizados, ou utilizáveis, pelos artistas da palavra, como pretendem Charles Bally e seus seguidores. A tarefa da Estilística consiste em localizar os elementos expressivos que, num momento dado, produzem os efeitos desejados pela razão e pelos sentimentos. Em contrapartida à visão positivista de Bally, temse a corrente idealista da escola alemã de Karl Vossler e seus discípulos, Leo Spitzer e Damaso Alonso que, aceitando inicialmente a tese de Saussure, preocupam-se também em extrair da fala o que nela há de individual, isto é, buscam estudar o esforço do falante em expressar-se da maneira mais adequada possível às circunstâncias em que se encontra, fugindo por uma criação pessoal da automatização na formulação lingüística. Dessa forma, estilo é variação pessoal, impossível de ensinar-se, ainda que possa ser caracterizado. Quando selecionamos da língua, patrimônio comum coletivo, as palavras e expressões que utilizamos na nossa comunicação, muitas vezes somos levados, em nome da expressão, a um afastamento das normas da língua. Assim, o campo de ação da estilística difere do campo de ação da gramática. Um exemplo é o poema Irene de Manoel Bandeira, com a anáfora, a troca de discurso direto/indireto e a mudança de tratamento. Diz-nos Mattoso Câmara: “Disciplina lingüística que estuda a expressão no seu sentido estrito de expressividade da linguagem, isto é, sua capacidade de emocionar e sugestionar...Distingue-se da gramática, por considerar a linguagem afetiva, enquanto aquela analisa a linguagem intelectiva”. A emoção e a sugestão podem ser transmitidos por processos fônicos (sinestesias, aliterações), associações significativas e construções sintáticas. Câmara ignora a morfoestilística; isto se pode explicar pelo próprio caráter da morfologia, invadida que é pela fonologia, sintaxe e semântica. Na camada mórfica, a língua portuguesa apresenta recursos vários de composição só de uso popular (maluco-beleza, showmício, futevôlei), ou erudito (noctívago), ou algumas formas que já perderam idéia de composição (cabisbaixo, mancheias, ensimesmados). Os prefixos que perderam significado original, substituem-se: desumano/ inumano; simpatia/ empatia. Maior valor expressivo têm os sufixos: há grande variedade deles, alguns associados à valorização ou depreciação: -ão (muito usado, como aumentativo a partir da década de 70 – quando acrescentado a verbo deprecia ), -alhão, -aço, -agem (quase sempre pejorativo), -esco (pode ser valorativo ou pejorativo) –ento, eiro, (dependendo da base podem ser depreciativos), -udo ( pode ser elogio ou ofensa – de qualquer forma, indica possuidor de alguma coisa, em excesso, sem ter feito força para isso. Há gradações: rapazinho, rapazola, rapazote, não são equivalentes. Na camada sintática, podemos mencionar: - a presença ou ausência de artigo (Camões [o] grande poeta português, morreu pobre – já o conhecemos ou não); às vezes, tira a ambigüidade (Reuniram-se os chefes [de, do, dos] exército alemão e italiano.); antes do possessivo tem nuances (Este livro é [o] meu.) - a adjetivação dos substantivos, inclusive os compostos: (flor-de-estufa). - a rejeição dos superlativos sintéticos, usados quase apenas na linguagem literária, já que a linguagem popular rejeita os esdrúxulos. - a omissão da preposição (Um rapaz magro, cabelos negros...) - o gerúndio, como modificador do sujeito e do verbo(Os meninos cantando saíram da escola.) - a repetição enfática (O Cântico dos Cânticos) - o plural de modéstia. - o uso, na linguagem oficial, da terceira pessoa pela primeira. - o possessivo tem outras conotações, além de posse: - familiaridade (o nosso Jorge...) - ação ou objeto habitual (ele, com sua bengala...) - eximição de culpa (veja o teu filho...!) - em recriminações (sua desavergonhada) - em sentido aproximado ( ele deve ter seus quarenta anos ) - o demonstrativo tem valor expressivo (Aquele André...) - os pronomes isso, aquilo tem valor pejorativo, até sexual. - o emprego da expletiva é que, quase obrigatório, ao menos na linguagem oral. - é discutível a equivalência entre voz passiva sintética, voz passiva analítica e voz ativa.( a porta se abriu/ a porta foi aberta/ abriram a porta). - advérbios, tidos como invariáveis, nem sempre o são ( andou por longes terras). - os advérbio cá e lá são enfáticos (eu lá sei? / eu cá só trabalhando.). - a omissão do porque torna a afirmativa mais (não posso entrar, [porque] a porta está fechada. - a colocação das palavras vale por muitas insinuações (o menino, eu não vi; alto ele é.) - o uso de assindéticas ou sindéticas tem valor estilístico (anda, corre, voa! “ e trabalha, e teima, e lima e sofre, e sua.”) Quando selecionamos da língua, patrimônio comum coletivo, as palavras e expressões que utilizamos na nossa comunicação, muitas vezes somos levados, em nome da expressão, a um afastamento das normas da língua. Assim, o campo de ação da estilística difere do campo de ação da gramática. Um exemplo é o poema Irene de Manoel Bandeira, com a anáfora, a troca de discurso direto/indireto e a mudança de tratamento. ASPECTOS EXPRESSIVOS DA CONCORDÂNCIA VERBAL A concordância é um procedimento sintático decorrente da própria natureza flexiva da língua, que encontra, na língua escrita, as condições asseguradas de uma rigorosa correspondência formal. Ao lado dessa concordância, que está na estruturação lógica da língua, é força reconhecer os fatos à margem da simples correspondência formal e que encontram na informal os meios de expressão válida e plena, onde prevalece o critério da expressividade afetiva. Neste sentido, poderíamos falar em dois critérios de especificar a concordância: A - lógico-formal; B - estilística. A concordância lógico-formal é obrigatória a quantos escrevam ou pretendam escrever corretamente, é aquela que não deixa possibilidade de escolha. É aquela que a escola ensina, dentro da organização gramatical que ninguém pode ignorar quer no uso público, quer na utilização artística. O domínio da lógica é limitado. Se o gramático se restringe ao uso objetivo da língua, o estilista reconstrói a utilização subjetiva dessa mesma língua. Porém, o uso gramatical pode se dizer estilístico, assim como o estilístico pode se tornar "gramatical", patrimônio de todos. 1) Concordância por atração: A atração não é um processo puramente mecânico. Para que ela se dê, é preciso contar com a participação psicológica, consciente ou inconsciente do autor da frase. O fenômeno é da parole, não da langue. Vejamos alguns casos: a) estando o sujeito posposto, quase sempre se dá a concordância com o primeiro elemento "Passará o céu e a terra, mas minhas palavras não passarão." "Muito trabalhou o diabo e seus ministros para que eu não viesse a Portugal." Nesse último exemplo, dá-se ênfase ao diabo, secundarizando-se seus ministros. "Viu-se um casal de noivos, na flor da vida, que se debatiam já com a morte." A concordância não se dá com o núcleo casal, mas com noivos. Essas concordâncias exprimem e representam o modo como foram pensadas as frases, portanto refletem, fielmente, a hierarquia psicológica dos termos. b) a silepse, também chamada concordância ideológica, consiste em fazer a concordância de uma palavra, não com outra palavra, mas com a idéia que esta sugere. Não com a letra, mas com o espírito. O caso mais comum de concordância ideológica consiste em recorrer à 1a pessoa do plural para incluir entre os sujeitos gramaticais a própria pessoa que fala ou escreve. "Os cariocas somos pouco dados a jardins públicos"(M. de Assis) A gramática, coerente com seu critério formal de classificar as palavras, vê, nos coletivos (povo, rebanho, gente, casal), apenas um singular, mesmo não sendo menos verdadeira, neles, a categoria psicológica de plural. "parece que essa gente está doida; botam abaixo, demolem casas, levantam outras..." (Lima Barreto). No momento em que a gente entra em ação, só o plural dos verbos poderia transmitir dinamismo sôfrego e variado. "_ Que vida! uma pessoa assim cria mofo. Nem vão à igreja!"(G. Ramos) Aqui uma pessoa aplica-se a todas as pessoas. "A mim parece boa a gente Aguiar. Nunca tiveram filhos." (M. de Assis). O plural psicológico prevalece sobre o singular, pois a ação, a rigor, cabe a ambos os membros do casal. c) a concordância afetiva é uma conseqüência do estado emotivo, da marca sentimental do pensamento. Esse estado emotivo leva o indivíduo a falar consigo mesmo, diante de outras pessoas "Carlos, escondamo-nos, mas de modo que se ouça o que ele diz...( Martins Pena ). Outro caso curioso é a saudação _ Como vamos? Demonstra mais que polidez, um interesse pessoal e até solidariedade. d) o anacoluto consiste na ruptura da lógica sintática, como se o falante, depois de iniciada a frase, resolvesse alterar-lhe o plano sintático. "Eu, que trabalhei mais que todos, nem um agradecimento me deram" ( A. Garret ), quando a ordem lógica seria: "eu que trabalhei mais que todos, nem um agradecimento recebi ". e) para dar realce ao sujeito, vale-se a língua da expressão é que e demais flexões, idiotismo do português, de grande valor expressivo. "As rosas é que são belas..." "São eles que trabalham..." "Era ela que fazia os trabalhos dele..." etc f) o uso do pronome relativo como sujeito admite duas construções. Comparem-se as frases: "Sou um pobre homem que não faz mal a ninguém " e "Sou um pobre homem que não faço mal a ninguém". A primeira construção é mais afetiva por concentrar o interesse na primeira pessoa. É um processo lírico. A segunda construção perde intensidade afetiva e se torna propriamente narrativa. g) o sujeito composto leva o verbo ao plural, mas encontramos em Bernardes " O vício e a vaidade andou muito válido no mundo " M. Câmara justifica, dizendo que o vício é um todo do qual a vaidade é uma parte. h) quando os elementos do sujeito vêm dispostos numa seqüência gradativa, ou numa sucessão de caráter enfático, pode-se usar o verbo no singular, como no clássico exemplo: "Um olhar, um sorriso, um gesto bastava. i) os sujeitos reunidos pela preposição nem, ou pedem o, verbo no singular ou no plural, segundo exprimam, respectivamente, alternativa ou concomitância: "Nem Pedro nem João saíram." "Nem Pedro nem João sentará nessa cadeira." A ação de sair pode ser praticada pelos dois ao mesmo tempo, enquanto estando um deles sentado na cadeira, não haverá lugar para o outro. j) com relação ao emprego do infinitivo flexionado, os mais ilustres filólogos concordam em que a dificuldade de sua regulamentação está no fato de as questões estilísticas se sobreporem a critério de natureza puramente gramatical. Encontram-se em Graciliano Ramos: "...arrastaram-se como cobras até chegar ao meio da caatinga...", ou, "...elas iam devagarinho até subirem pelas paredes...". Como diz Souza da Silveira: "o infinitivo impessoal é mais vago, mais abstrato; o pessoal é mais preciso.” Em resumo: a concordância é campo vastíssimo, em que constantemente entram em conflito a rigidez da lógica gramatical e os direitos superiores da imaginação e da sensibilidade. Razões de ordem psicológica ou estética ferem fundo, por vezes, as normas que a disciplina gramatical estabeleceu por boas e invioláveis. Há casos em que se despreza o critério formal e faz-se a concordância com o que se tem em mente. Desvios aparentes de concordância se explicam por: _ não seguir a forma e sim a idéia; _ posição dos termos no discurso; _ propósito de fazer a concordância com o termo que se quer valorizar; _ exigências do melhor ritmo para a frase; _ generalização do substantivo em questão. Tende-se a restringir os casos de concordância ideológica pelo poder coercitivo que a gramática impõe. Se isso traz mais ordem e clareza, por outro lado, restringe a expressividade. Considerem-se as frases: _ Um bando de corvos pairavam sobre o cadáver.(in Lapa, 167 ) _ A formosura de Páris e Helena foram causa da destruição de Tróia.(idem) _ O casal esqueceram que havia mundo. (idem, 170) _ Ele é um dos que jogou sua última Copa. _ Ele é um dos que jogaram sua última Copa. _ Gosto de uvas e maçãs verdes. _ O furor e a raiva humana. _ O furor e a raiva humanas. _ Este rapaz é os meus pecados. _ Aconteceu dois acidentes. _ Aconteceram dois acidentes. _ Cataplasmas de linhaça é bom para ferimentos. _ Cataplasmas de linhaça são bons para ferimentos. _ Hoje os pregadores são eu e outros como eu. (in Lapa, 180 ) ASPECTOS EXPRESSIVOS DA REGÊNCIA VERBAL A teoria gramatical classifica os verbos em transitivos e intransitivos conforme a ação expressa pelo verbo recaia ou transite necessariamente para um objeto ou não. A expressividade nem sempre respeita essas categorias. "chorou lágrimas amargas" é uma expressão pleonástica, porém expressiva, pois intensificadora. Emprega-se freqüentemente complemento cognato do verbo: "Morrerás morte vil." "Viveu uma vida modesta". - é construção mais expressiva que viverás modestamente. Verbos transitivos usam-se intransitivamente quando o que mais importa é a ação, muito usado nas descrições: “À porta fiava uma velhinha” "A mãe lia, o filho estudava, a criada lavava." o objeto está, momentaneamente sem importância. Ou, em letreiros comerciais: "Entrega-se a domicílio". Ou "O pintor X expõe no MNBA." - os objetos omitem-se por serem óbvios. Os verbos intransitivos têm preferência em descrição, quando o autor quer pintar: "o rio murmura" ; "o sol brilha"; "o punhal negreja". Ocorre a operação inversa: "cismo o seu perfil de inércia e vôo... "o que eu sonhei, morri-o" (in Lapa, 1970, p.140). A elipse do verbo indica necessidade de síntese, expressão dúbia, influência de um choque sentimental: O macaco, já na árvore. A repetição do verbo é enfática: Ela chorou, chorou... Na história da língua, notam-se modificações na construção da complementação verbal. Em períodos arcaicos e clássicos, notam-se as formas: _ "Andei terras do meu reino..." (por terras ) _ "Ela não soube de amar..." ( soube amar ) _ "Foge a vida turbulenta das cidades..." ( da vida) _ "Não pôde resistir a força do inimigo..." ( à força) O uso ou o abandono da preposição prendem-se a razões de eufonia, necessidade de clareza, ou simples frouxidão dos hábitos lingüísticos. São correntes no português do Brasil: assistir o jogo; perdoar o filho; agradar o marido. A não observância das prescrições da norma culta estende-se aos pronomes objetos, inclusive na imprensa: convido-lhe para a festa; vejo-lhe amanhã. Quebra-se a norma também na passagem à voz passiva: O jogo foi assistido por muitos. Nos casos em que convivem mais de uma construção, há um matiz estilístico: apontar o ( para o) retrato; cumprir a (com a) obrigação; abraçar-se no (com) o filho; tem de/que ficar; copo com / d’água; anel de/com ouro; olhou no/ com o maior desprezo. A preposição pode indicar ação habitual: ele, na sua mania de limpeza... Por vezes a diferença de significado é grande: dispor o (do) dinheiro. Há variantes sinstráticas e sincrônicas aceitas pela NGB: esqueci o livro; esqueci-me do livro; esqueceu-me o livro. Há verbos transitivos e intransitivos, em português, que expressam fenômenos sem causa aparente ou conhecida. O fenômeno basta-se a si mesmo. O melhor exemplo é o dos verbos que indicam fenômenos de tempo, cronológico ou meteorológico: É tarde. Já deu 3 horas. Aqui fazem verões terríveis. Alguns autores contornam a impessoalidade, atribuindo sujeito à ação: Vinha rompendo a manhã - por - amanhecia. Metaforicamente esses verbos podem assumir sujeito: Eles esqueceram a hora e amanheceram na rua; choveram pedras lá de cima; o tribuno trovejava palavras pesadas sobre os espectadores. Outras forma de exprimir impessoalidade é a 3a pessoa do plural, ou a partícula se, opção que obedece a questões estilísticas: aqui trabalham com amor; aqui se trabalha com amor (o autor se inclui ou não na ação). O verbo ser emprega-se impessoalmente nas narrativas: era o ano de 1800 (no lugar de estávamos no ano de 1800, ou corria o ano de 1800 ). Também nas descrições, no lugar de haver ou estar: lá em cima é uma área de lazer. A língua portuguesa dispõe dos verbos ser e estar (como o espanhol), com suas características de imanência ou contingência, respectivamente, com ou sem sujeito (o que também não acontece em outras línguas), com concordância por atração com o predicativo: são 3 horas; são 3 quilômetros. ASPECTOS EXPRESSIVOS DA COLOCAÇÃO PRONOMINAL No vocábulo fonológico, o pronome pode funcionar como sílaba inicial, constituindo a próclise, ou como sílaba final, na ênclise: eu o vi; eu vi-o. As relações entre os verbos e essas partículas servem para distinguir o português arcaico do moderno, bem como para diferenciar o português moderno de Portugal com o do Brasil. No português arcaico, não havia compromisso estreito entre o verbo e o pronome, que também podia atuar junto ao sujeito: _ "Tanto que lh'eu este cantar oí (tanto que eu este cantar lhe ouvi) No português brasileiro contemporâneo, a tendência da colocação do pronome átono é antes do verbo ( próclise, inclusive em início de frase (me dê um cigarro), divergindo da tendência enclítica lusitana e das recomendações da nomenclatura gramatical, que estabelece a incorreção de se iniciar a frase com pronome oblíquo. Câmara Jr. só atesta um caso de ênclise espontânea no Brasil: aquele que anuncia venda, aluguel etc Note-se a diferença entre: Vende-se o livro. e O livro se vende. De maneira semelhante, nas formas verbais compostas do português do Brasil, a tendência é a de próclise ao segundo verbo e não de ênclise ao primeiro verbo, como em Portugal. (tinha me dito, e não, tinha-me dito). A presença de algumas palavras antes dos verbos faz com que alguns pronomes também a eles se anteponham. Isso ocorre com: - palavras e expressões negativas _ Essa solução não nos convém; Ninguém se acostuma com o ócio. - advérbios _ Agora se negam a depor; Assim se passaram três meses. - pronomes relativos _ Este é o circo onde me empreguei na juventude.; Todos quantos se oferecerem, encontrarão trabalho. - pronomes indefinidos _ Poucos se negaram ao trabalho; Todos se encontrarão no baile. - pronomes demonstrativos _ Esses meninos se banharam no rio; Isso me fizeram quando eu tinha seis anos. - conjunções subordinativas _ Veja se me faz esse favor; Sempre soube que nos dariam autorização. - com duas partículas atrativas, o pronome pode ir entre elas _ Há paixões que se não esgotam em pouco tempo, ou, após as duas partículas _ Há paixões que não se esgotam em pouco tempo. Há também alguns tipos especiais de frase que, pela própria entonação, requerem a próclise: - frases interrogativas _ Quando se realizarão as bodas? Por que me mentiste? - frases exclamativas _ Quantos problemas me causaram! - frases optativas com sujeito antes do verbo _ Deus te acompanhe! Oxalá nos ouçam! (com sujeito depois do verbo, ocorre ênclise: Valha-nos Nossa Senhora! Protejam-te os santos! Algumas formas verbais solicitam a próclise: - gerúndio precedido de preposição ou negação _ Em se tratando de falcatruas, ele é mestre; Não se encontrando o remédio, recorreremos à cirurgia. - infinitivo pessoal, precedido de preposição _ Por se acharem insubstituíveis, perderam os empregos; Ao se fazerem notadas, conseguiram sucessos. Usa-se a mesóclise com o futuro do presente e com o futuro do pretérito, se não for detectada nenhuma circunstância que exija a próclise _ Fa-lo-ei agora mesmo; compra-lo-ía se pudesse. (mas, Não me renderei jamais.). Deve-se levar em consideração ser essa uma construção formal. Não se inicia frase com pronome oblíquo, ao menos na linguagem escrita. Na linguagem falada, a regra é pronome antes do verbo, em qualquer situação._ Faça-me um favor (na fala _ me faz um favor) Havendo pausa antes do verbo, mesmo com palavra atrativa, geralmente se usa a ênclise _ Quando o tempo melhorar, vou-me embora; Sobrando um dinheiro, livro-me dos cupins. Algumas formas verbais pedem a ênclise. São elas: - imperativo afirmativo (sem palavra atrativa) Leve-me até o sobrado; Mantenham-se em seus lugares. - gerúndio (sem preposição em e sem palavras atrativas) _ Ficarás sem marido, portando-te desse jeito; Conseguiu ser inocentado, fingindo-se de perturbado. - infinitivo impessoal _ Não era meu desejo ferir-te. (mas, Fez de tudo para não me magoar pronome atraído pela palavra negativa) As combinações mo, to lho. no-lo,vo-lo com seus femininos e plurais podem ser proclíticas, mesoclítica e eclíticas, seguindo as mesmas regras dos pronomes simples. A colocação dos pronomes em tempos compostos seguem regras específicas. - com verbo principal no infinito, ou no gerúndio, sem partícula atrativa, o pronome vai depois do auxiliar ou depois do verbo principal _ Posso lhe fazer um pedido? Posso fazer-lhe um pedido ( mais formal ); Estou pedindo-lhe um favor. Estou lhe pedindo um favor. - com partícula atrativa, o pronome vai antes do auxiliar, ou depois do principal _ Não lhe posso prestar qualquer esclarecimento; Não posso prestar-lhe qualquer esclarecimento; Nada me estava faltando; Nada estava faltando-me. É comum ocorrer a próclise ao verbo principal: Não posso te ajudar. Não estava me dizendo a verdade. - com verbo principal no particípio, sem partícula atrativa, o pronome vai depois do auxiliar _ Haviam-me convidado; Tem-se enganado. - com partícula atrativa e o verbo no particípio, o pronome vai antes do auxiliar _ Nunca me tinham esclarecido; Não nos tinham visto. - em locução verbal com verbo no futuro do presente, ou futuro do pretérito, valem as regras para as outras locuções verbais, exceto os casos de ênclise ao verbo auxiliar _ Não se teriam discutido os problemas; Poder-te-ia prestar esse favor (mais formal) , mas nunca: Poderia-te prestar o favor. - ASPECTOS EXPRESSIVOS DA FLEXÃO VERBAL Segundo Câmara Jr. Nomes são símbolos lingüísticos de representação estática, que designam os seres e possuem semantemas, elementos de significação externa, que remetem ao mundo bio-social. A sua relação com a significação interna, gramatical da língua é estabelecida a partir dos elementos terminais que os inserirão nas categorias de gênero e número, pertinentes aos nomes. As flexões de g6enero e número dos nomes também podem servir como recursos de expressividade, de enriquecimento de significa do e ampliação de seu poder comunicativo. Alguns fatos confirmam essa afirmação: 1. Flexão de número: a) O uso do singular muitas vezes dá a idéia de pluralidade: O brasileiro é otimista. b) O uso do plural em nomes abstratos pode concretizá-los e/ou intensificá-los: Os amores que tive roubaram-me a juventude. Lá em casa a família passava fomes. c) A metonímia permite o plural de várias palavras que não o permitiriam no se sentido denotativo: Existem vários brasis. Ele tem alguns Portinaris. 2. Flexão de gênero: a) Nos seres que não possuem sexo, mas apresentam formas para o feminino e o masculino, geralmente a forma masculina traduz maior dimensão: o porto/aporta; o barraco/ a barraca; o cesto/ a cesta; o poço/ a poça. O aumentativo é também, nos animais, reservado ao masculino, ficando o diminutivo com o feminino: perdiz/perdigão; galo/galinha. b) A terminação –nte (particípio presente) é, na língua formal, invariável. Porém a linguagem coloquial admite o feminino: governanta, presidenta. c) Culturalmente, desenvolveu-se a associação entre o que é forte, poderoso, grande, ao masculino, e entre o que é frágil, pequeno, ao feminino: Ela é um mulherão. Ele é um mariquinhas. d) Os nomes geográficos em silepse levam artigo quando levam adjetivo: A triste Ouro Preto. A grandiosa São Paulo. MUDANÇAS SEMÂNTICAS Os processos de evolução histórica seguem uma determinada sistemática que estabelece que qualquer elemento resultante de mutação terá necessariamente uma associação de forma e/ou de conteúdo com o elemento que o precede. Tal fato acontece também com as mudanças semânticas – um novo significado será associado com o que o precede. As mudanças semânticas podem ser de quatro tipos: 1) Semelhança de sentidos (metáfora) : a metáfora é o uso de uma expressão no lugar de outra, sendo que, entre as duas existe uma semelhança de sentido. - uma loura (a cerveja); - um abacaxi (um problema difícil ) As metáforas podem ser de quatro tipos: a) metáforas antropomórficas: baseadas na similaridade aproximativa em relação ao corpo humano e seu funcionamento; - o coração do país - o cérebro da operação - o braço direito do Ministro b) metáforas animais; transmitem características de animais e referentes que não são dessa classe: - rabo- de- cavalo (penteado) - pé-de- cabra (ferramenta) - olho-de- gato (sinal de trânsito) c) metáforas de abstração: uso de termos concretos por abstratos; - estrelar um filme - estar em foco - fritar o Secretário d) metáforas sinestésicas: obliteração das fronteiras de atuação de dois ou mais sentidos físicos - corres berrantes - corres frias - voz áspera 2) Contigüidade de sentidos (metonímia): utilização de uma palavra por outra, quando existe entre elas uma relação lógica e constante de significação: - autor /obra – Não estou com disposição para Clarice Lispector. - conteúdo/continente – Ele comeu dois pratos. - causa/efeito - Vá lavar a dor do rosto. - inventor, descobridor/ invento, descoberta – Santos Dumont encurtou a distância entre os países. - símbolo/coisa simbolizada – Cabral plantou a Cruz em terras brasileiras. - lugar/produto do lugar – Tomei um excelente Porto. - instrumento/pessoa que o utiliza – João é um bom taco. (jogador de sinuca) 3) Mudança semântica e criação de palavras em níveis mais informais de linguagem: - contradança (country dance ) - arigó (where you go) 4) Elipse: siglas, reduções de palavras e locuções, quando mantém o significado original: - metrô (metropolitano) - Copa (Copacabana) - IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) Causas das mudanças semânticas: As causa das mudanças semânticas podem se ater tanto ao sistema lingüístico quanto envolver outros aspectos relacionados intimamente à linguagem, como os valores sociais, as características psicológicas dos falantes e as mudanças históricas. Tais causas são de caráter eminentemente diacrônico. 1) Causas históricas: muitos termos, com o decorrer do tempo, passaram, por analogia, a designar outros elementos nas sociedades que se transformam. - lat. Legio, legionis, (agrupamento guerreiro) passou a denominar vários tipos de agrupamentos humanos, principalmente religiosos. - lat. stylum (objeto usado para escrever) passou, por extensão, a designar também a maneira individualizada de escrever, falar e até de ser (estilo). - Lat. carrus (veículo de quatro rodas) passou a designar muitos veículos sobre qualquer número de rodas. 2) Causas sociais: diferentes grupos profissionais, técnicos, etários etc podem atribuir uma especialização diferente para determinadas palavras: camada de tinta mão sentido de rua ajuda árvore frutífera pé altura suficiente medida de altura via férrea linha fio de costura conduta elegante, etc 3) Causas psicológicas: na criação da gíria, com intuitos humorísticos e irônicos, ou para facilitar a compreensão; a associação é feita a partir de fatos ou personagens literários ou religiosos, muito conhecidos de todos. - rodar a baiana - abrir o olho - estar antenada - ser um pilatos - ser uma balzaqueana - ser um quasímodo Tabus: (em relação a doenças, à morte, ao demônio, e ao sexo) - mal de Lázaro - mal dos peitos - ir dessa para melhor - o coisa ruim, o cujo, o sem-nome - perder-se ( a jovem ) Aqui se encaixam os termos técnicos, usados entre profissionais da mesma área. As diferentes classes sociais também estabelecem distinções de vocabulário: Para o cônjuge feminino: mulher, esposa, patroa, senhora, dona, encrenca, etc. 4) Influências estrangeiras, com maior ou menor grau de adaptação: bonde, futebol, blecaute, software, etc. 4) Atribuição de novo valor, por referência histórica, geográfica etc - biquini, dia D, inconfidência, etc - bermuda, panamá, etc Conseqüências das mudanças semânticas: 1) Mudanças de âmbito semântico: a) com restrição de significado: lat. cattus ( filhote de animal doméstico) um tipo de animal doméstico. b) com extensão de significado: vetus (para seres inanimados) lat. vetulus ( animais e plantas ) port. velho senex (para pessoas ) 2) Mudanças na valorização: pode ser eufêmica ou valorativa: O eufemismo é uma tentativa de suavizar uma desagradável realidade. A intenção do falante é não chocar o ouvinte: - companheira ( mulher não legalmente casada) - mulher da vida fácil ( prostituta ) Os pejorativos podem ser morfologicamente marcados por alguns sufixos: -ão (pidão), -inha (gentinha) , -ento (nojento) , -eiro (rueiro ), -agem (molecagem), etc. Alguns adjetivos pátrios são usados pejorativamente, como resultado de ressentimentos entre vencidos e vencedores, ou por preconceito: ianque, polaco, carcamano (italiano), gringo, bárbaro (originalmente, gago, depois, estrangeiro, atualmente, malvado) No campo das artes, também há valorização ou restrição de significado: Nefelibata (habitante das nuvens, os simbolistas) Lunático (idem, para os modernistas) Barroco (originalmente, pérola irregular) ESTILÍSTICA FÔNICA As camadas da linguagem se complementam, se fundem, tornando, por vezes, difícil e, até, desnecessário distinguir a qual camada da linguagem pertence um fato gramatical ou estilístico. No verso de Raimundo Correia: “Bramem leões de fulva juba”, registramos: - repetição de vogais fechadas e de nasais; - ausência de artigo; - sujeito depois do verbo; - uso de vocábulos não usuais. Esses recursos se somam para maior expressividade. Quando se diz: “Subi três ladeiras contadinhas” a expressividade vem do maior apoio na vogal i. do uso do diminutivo, ou ambos ? O uso do diminutivo diz respeito à morfologia, a sonoridade tem a ver com a fonética e o significado pertence ao terreno da semântica. Na prática são inseparáveis. Consideremos so versos: - Vozes veladas, veludosas vozes... - Ó formas alvas, brancas, formas claras... - Auriverde pendão da minha terra, que a brisa do Brasil beija e balança... - Na messe que enlourece, estremece a quermesse... - Esperando parada pregada na pedra do porto... Esses recursos têm relação direta com a poesia, sendo desastrosos seus efeitos na prosa. No verso de Mário de Andrade “maravilha de milhares de brilhos vidrilhos” além da musicalidade, pela aliteração e pela onomatopéia, trabalha-se também a sinestesia, em que a impressão visual é completada pela impressão acústica. EXERCÍCIOS A) Relacione as colunas, de acordo com o tipo de relação que justifique a metonímia: 1- abstrato/concreto ( ) Ela precisa de quem lhe dê um teto. 2- continente/conteúdo ( ) O virus da gripe chegou. 3- material/objeto ( ) Bebeu três copos. 4- singular/plural ( ) Minha Brastemp é nova. 5- parte/todo ( ) Dedicar-se à infância carente. 6- autor/obra ( ) Ouviu soarem os bronzes. 7- marca/objeto ( ) Ele é um bom garfo. 8- objeto/agente ( ) Gosto de ouvir Bach. O símbolo é a imagem que vale por um sinal ou um apalavra usada referencialmente. Para a criação do símbolo, concorrem muitas fontes, inclusive a Mitologia. Relacione o símbolo ao simbolizado: 1- Vênus ( ) dinheiro 2- Hércules ( ) beleza masculina 3- Mercúrio ( ) vaidade 4- Narciso ( ) amor, beleza feminina 5- Baco ( ) medicina 6- Esculápio ( ) sabedoria 7- Minerva ( ) força 8- Apolo ( ) vinho, orgia 1- Alexandre ( ) paciência 2- Nero ( ) oratória 3- Creso ( ) longevidade 4- Cícero ( ) conquista 5- Waterloo ( ) riqueza 6- Sócrates ( ) perversidade 7- Matusalém ( ) derrota 8- Jó ( ) sabedoria 1- Penélope ( ) mediocridade 2- Hamlet ( ) mau agouro 3- Otelo ( ) conquistador amoroso 4- Cordélia ( ) fidelidade conjugal 5- Sherlock ( ) apatia 6- Don Juan ( ) indecisão 7- Jeca Tatu ( ) detetive 8- Velho de Restelo ( ) ciúme 9- Conselheiro Acácio ( ) amor filial 1- cisne ( ) paz 2- víbora ( ) força, majestade 3- lesma ( ) beleza, elegância 4- raposa ( ) moleza 5- gato ( ) estupidez, ignorância 6- leão ( ) maldade 7- burro ( ) agilidade 8- pomba ( ) malícia 1- elipse do sujeito ( ) Perdoaremos a fraqueza da inveja. 2- elipse do verbo ( ) Queira Deus não voltes mais triste. 3- elipse da conjunção ( ) Eu canto samba, você, baião. 4- pleonasmo ( ) Paciência tenho eu tido. 5- hipérbato ( ) Você falou, ralhou, nada adiantou. 6- sínquise ( ) Ninguém não vê nem um pé de cana. 7- assíndeto ( ) E falamos, e falamos, e cantamos... 8- polissíndeto ( ) Essa gente velha, como comem! 9- silepse de número ( ) V. Exa. Parece magoado. 10- silepse de pessoa ( ) Eu, que me importa sua opinião? 11- silepse de gênero ( ) Os brasileiros, gostamos de Carnaval. 12- anacoluto ( ) Quando inteiros virá, como tu, dar- nos a paz às boas artes? Recursos sintáticos: 1- Realce do sujeito por sua posposição ao verbo ( ) És tu, és tu, sempre vieste afinal! 2- Realce do predicativo anteposto ao verbo 3- Idem, do objeto direto ( ) Ao bom darás e do mau te afastarás. ( ) Agora, confirmam-se as suspeitas. 4- Idem, do objeto indireto ( ) Fadas e elfos, se eu chamasse, via. 5- Idem, do adjunto adverbial ( ) Avô de Otacília, esse velhinho era. 1- Objeto direto anteposto, para maior realce ( ) A vida, meu amor, quero vivê-la. 2- Idem, com o objeto indireto ( ) Ao pobre, não lhe prometas nada. 3- Sem função sintática, realçando o desejo de quem fala de que a ordem seja cumprida ( ) Não me estragues o reboco do muro. 4- Com valor de possessivo ( ) Depois o vento se foi, também... 5- Expletivo, para realçar a espontaneidade ( ) Tirou-me o sobretudo e guardou-o 1- plural de modéstia ( ) Nós, D. Pedro II, Imperador, fazemos saber... 2- plural de majestade ( ).Ivo de Sá aluno desse colégio, vem requerer.. 3- fórmula de cortesia -3ª pessoa pela 1ª ( ) Este exercício foi preparado por nós. 4- sujeito enfático, realçado ( ) Tu mesmo disseste que virias. A anteposição, ou posposição do adjetivo pode trazer mudanças de significado: 1- jovem rica ( ) verdadeiro 2- rica jovem ( ) corpulento 3- grande homem ( ) algum 4- homem grande ( ) opulenta 5- certo amigo ( ) eminente 6- amigo certo ( ) estimada O pronome possessivo pode ter particularidades estilísticas: 1- denotando familiaridade ( ) Veja o que fez o teu filho! 2- significando ato ou coisa habitual ( ) O nosso dr. Barnard almoçará conosco hoje. 3- isentando de culpa quem fala ( ) Estamos perplexos, sua desavergonhada! 4- com forte sentido recriminativo ( ) O doente teve o seu ataque, mas está melhor. 5- exprimindo uma estimativa ( ) Este livro é o meu, aquele é o teu. 6- com certa malícia e ironia ( ) A parede é longa, deve ter seus três metros. 7- com valor pitoresco, demonstrativo ( ) Vem cá, Luís, meu reformador do mundo! 8- com artigo, realçando a posse ( ) Saem bem cedo, minhas duas funcionárias! O emprego de tempos e modos também tem valor estilístico: 1- futuro pelo presente ( ) Pedro chega a S. Paulo e recebe notícias da Corte. 2- presente histórico, pelo perfeito ( ) Hoje estou partindo e, talvez, não hei de voltar. 3- imperfeito oposto ao presente ( ) Amanhã chega teu primo, vais esperá-lo. 4- futuro composto pelo subjuntivo ( ) Tu queres receber? Querias! 5- uso do subjuntivo pelo imperativo ( ) Sejas benvindo, meu amigo! Leia mais: CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Contribuição à Estilística Portuguesa. RJ, Padrão, 1976. GUIRAUD, Pierre. A Estilística. SP, Mestre Jau, 1970. __________. A Semântica. SP. Difusão Européia do Livro, 1972. ILLARI, Rodolfo. A Semântica. SP, Ática, 1985. LAPA, Manoel Rodrigues. Estilística da Língua Portuguesa. RJ, Livraria Acadêmica, 1965. MONTEIRO, José Lemos. Fundamentos da Estilística. Fortaleza, Secret. de Cult. e Desporto, 1987. MARQUES, Maria Helena Duarte. Estudos Semânticos. RJ, Grifo, 1970. _________. Iniciação à Semântica. RJ, Jorge Zahar Editor, 1990.