TURISMO SEXUAL: UMA REFLEXÃO CRÍTICA Ana Beatriz do Nascimento Góes e Rose Mary Gomes de Oliveira (3TUV1) Profª MSc. Darcy Flexa Di Paolo 1. Introdução O turismo é tido como fonte de prazer e lazer para quem usufrui, além de ser gerador de renda, desenvolvimento sócio-econômico e cultural para quem o produz. É triste percebermos que uma atividade tão dinâmica, possa, em certos casos, estar associada a práticas ilícitas, como o do chamado “Turismo Sexual”, onde pessoas ou grupos buscam aventuras eróticas. O Turismo Sexual está cada vez mais difundido, principalmente pelos europeus que visitam paises ainda não tão desenvolvidos como o Brasil, à procura de mulheres (jovens e até adolescentes e crianças), para a realização de suas fantasias sexuais. Tal prática, em geral está ligada à prostituição, fazendo parte da rota de tráfico internacional de pessoas, drogas e armas, sendo, em alguns casos gerenciada por agências de turismo. O conteúdo deste artigo é parte de um estudo mais amplo, desenvolvido na disciplina “Metodologia de Pesquisa em Turismo II” e tem como objetivo fazer uma breve reflexão sobre esta realidade tão presente em nossa sociedade e ao mesmo tempo tão silenciada, que a nosso ver deve merecer maior atenção dos setores competentes. 2. Turismo Sexual O Brasil, por ser um país com ampla riqueza natural e diversidades regionais consegue reunir tantos atrativos turísticos, com beleza e sedução incomparáveis, acrescido ainda de todo o seu processo histórico-cultural que dá uma beleza única ao seu povo. Todos esses atrativos fazem com que o Brasil entre na rota dessa vergonhosa atividade chamada de “turismo sexual”, principalmente as regiões Norte e Nordeste. Segundo Oliveira (2000) turismo Sexual significa a exploração de meninos, meninas, adolescentes e jovens por visitantes, em geral, procedentes de países desenvolvidos ou mesmo turistas do próprio país, envolvente à cumplicidade por ação direta ou omissão de agências de viagem e guias turísticos, hotéis, restaurantes e outros. Assim, o país é vendido principalmente através do carnaval e suas praias ensolaradas, com suas mulheres seminuas. Combater a prostituição torna-se difícil pelas leis do nosso país, pois só é considerado crime quando houver benefícios de terceiros. 3. Aspecto Social e Econômico Na maioria das vezes a origem do problema é a desagregação familiar, pois, quando não existe carinho, estabilidade financeira e moral, crianças, adolescentes e jovens acabam por procurar a rua como refúgio, chegando a transformar seus corpos em mercadorias, atrás de sonhos de relacionamento mais sério ou casar e ter filhos (MARCEL, 2004). Por outro lado, estão turistas à procura de companhias simplesmente para satisfazer suas fantasias sexuais. Vários fatores influenciam este tipo de problema, como: culturais, políticos, econômicos, psicossociais, entre outros que levam a aceitação da atividade. A mídia, a família, a igreja, a escola não estão sendo capazes de orientar e direcionar a vida de suas crianças, adolescentes e jovens, no sentido de alertá-las para os riscos destes tipos de atividades, deixando prevalecer propagandas consumistas que acabam atraindo e predominando no pensamento de pessoas, muitas das quais acabam trocando os seus corpos por uma roupa de marca, uma casa melhor, e outras até para pagar os estudos. O problema do turismo sexual no Brasil é muito grave, mas infelizmente muitas pessoas fingem que ele não existe. 4. Considerações Finais O turismo sexual faz parte da realidade brasileira, cujos reflexos podem ser observados ainda que pontuais em Belém do Pará, sobretudo em pontos turísticos de nossa cidade. E a mídia, como formadora de opinião, em geral, não procura despertar para os perigos desta atividade ilícita e perniciosa que está cada vez mais crescendo em nosso País. Além de uma ação mais determinante da mídia, outras alternativas poderiam também ser criadas para a minimização dos males desta prática, por exemplo, o setor privado na área de turismo, poderia criar um código de ética para todos os profissionais do ramo, onde exerceriam um controle sobre as práticas comercias comuns de caráter obrigatório; setores do poder público, devem garantir os direitos e a legalidade de atividades turísticas, buscando formas de reprimir o abuso e a exploração sexual principalmente de adolescentes e crianças, possibilitando o fortalecimento das conquistas de cidadania no País. REFERÊNCIAS MARCEL, Hazeu. Direitos sexuais da criança e do adolescente numa visão interdisciplinar para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Belém:TXAI, Movimento República de Emaús, 2004. OLIVEIRA, Marcus Amorim de.Turismo Sexual no Ceará (2000) apud (CECRIA/MJ-1996) Disponível em <www.acmp-ce.org.brs/turismosexualceara.doc> Acessado em 2 de abril de 2005.