Cirurgia para crescimento

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BIOLOGIA
Profº. Silvio Boulhosa
morador de Nova Jersey, nos EUA, Akash Shukla, tinha
120 cm de altura e “cresceu” para 160 cm depois de
submetido à cirurgia. "Havia um vazio dentro de mim,
um vazio no meu coração”, descreveu o que sentia
antes da cirurgia. "Há pessoas que dizem que temos
que aceitar o que Deus nos deu, mas, de algum jeito,
todos estão tentando alterar o que Deus deu-lhes. Se
Deus deu a crianças dentes tortos, que não usem
aparelhos”, opinou.
Tendo em vista que a cirurgia pode custar mais de
US$ 85 mil dólares nos EUA, algumas pessoas estão
optando por viajar para a Índia, onde o método é,
aparentemente, mais acessível. O Dr. Amar Sarin, um
cirurgião ortopédico de Nova Deli, é especialista em
cirurgia de alongamento das pernas. "Inicialmente, a
maioria dos meus pacientes era dos EUA, da Europa e
da China", disse ele. "Mas isso mudou ao longo dos
últimos três anos. Indianos agora correspondem por
duas em cada três cirurgias que faço".
Polêmica: Método de cirurgia quebra pernas de
pacientes para ficarem mais alta
Operações de alongamento de membros são uma
tendência crescente no campo da cirurgia
estética
O procedimento é geralmente visto como uma
dádiva para as pessoas cuja baixa estatura afeta suas
vidas, além de alimentar o bem-estar psicológico.
As operações podem adicionar até sete centímetros
à sua altura, mas, além de custarem muito caro,
também envolvem quebrar as pernas do paciente.
A cirurgia dolorosa já foi reservada para pessoas
com nanismo ou crianças com o comprimento desigual
de membros. Mas agora parece que homens e
mulheres com altura abaixo da média estão dispostos
a enfrentar o tormento por razões puramente estéticas.
O procedimento difícil e prolongado começa com
uma fratura dos ossos da tíbia realizados pelo médico,
que depois faz a inserção de uma haste telescópica
neles.
Ao longo do tempo, como os ossos se regeneram, a
haste puxa os ossos separados gradualmente – cerca
de um milímetro por dia. Como o osso é esticado, novos
ossos, nervos, artérias e pele crescem para preencher
a lacuna. O processo é concluído em cerca de três
meses, adicionando de dois a oito centímetros à altura
total. Depois disso, o paciente precisa de vários meses
de fisioterapia para se recuperar completamente.
Dr. Dror Paley, um cirurgião ortopédico da Flórida,
realizou cerca de 650 cirurgias de alongamento das
pernas até 2012. Ele disse que a maioria de seus
pacientes teve nanismo ou deformidades graves,
enquanto alguns tinham altura disforia e não
encontraram
psicoterapia
útil.
"Eles
estavam
insatisfeitos com a sua altura", explicou Paley. "É um
daqueles poucos distúrbios psicológicos-psiquiátricos
que você pode realmente pode curar com a faca”.
O cirurgião disse que utiliza a técnica russa
chamada llizarov – o osso é cortado ou rompido e
alongado gradualmente com a ajuda de fios e anéis de
metal. Ele já realizou mais de 3 mil procedimentos,
desde 1996, 150 dos quais foram feitos por razões
cosméticas.
Tão bem-sucedido quanto o tratamento tem sido,
vários
ortopedistas
não
recomendam
que
o
procedimento seja realizado, a menos que seja
absolutamente necessário. "Eu não o defendo por
razões cosméticas, pois pode haver problemas como
infecção e complicações neurovasculares por conta da
inserção e o aparecimento de osteoporose no local da
fratura", disse Manish Dhawan, também cirurgião
ortopédico de Nova Deli.
De acordo com um estudo de 2006, divulgado no
Jornal de Ortopedia Internacional, "complicações desse
tratamento são frequentes". Elas incluem danos nos
nervos, alongamento irregular, problemas no quadril e
paralisia.
A dor excruciante também é um impedimento, e os
médicos
não
prescrevem
analgésicos
antiinflamatórios, pois eles podem inibir o crescimento
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ósseo. Algumas pessoas chegam a arrepender-se da
cirurgia por conta da dor. Jack, um homem de 1,67,
viajou para a China para ter uma altura de 1,75. “Foi a
pior decisão que tomei na minha vida", afirmou.
O processo tem sido muito popular na China,
recentemente. Kong Jim-Wen gastou mais de 8 mil
dólares para alongar suas pernas em 2003, apesar de
ser uma mulher saudável, sem distúrbios ou doenças.
"Dói, mas vai valer a pena ser mais alta", disse ela,
enquanto estava deitada na cama com uma dor
considerável. "Eu vou ter mais oportunidades na vida e
uma melhor chance de encontrar um bom emprego e
um bom marido", opinou.
Seus pais, que financiaram a operação, concordaram
com sua decisão. "É um investimento no futuro da
nossa filha. Por ser baixa, ela tinha muita falta de
confiança, mas isso deve mudar agora”, disseram.
http://180graus.com/noticias/polemica-metodo-de-cirurgia-quebrapernas-de-pacientes-para-ficarem-mais-alta
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