Introdução ao Estudo da Astronomia e Astronáutica Fundamental Prof. Sandro Prass / Física [email protected] ** Este material foi elaborado para auxiliar os nossos alunos nos estudos para a Olimpíada brasileira de Astronomia e Astronáutica e deve ser estudado para a realização da prova. Como o objetivo principal da OBA não é propriamente cobrar conhecimentos avançados, orienta-se os estudantes a fazerem um estudo menos tenso sobre os tópicos a seguir listados. Corpos Celestes Corpos celestes ou objetos astronômicos são genericamente todos os astros que se encontram no cosmo, podem ser matérias fluidas, artificiais, naturais, ou quaisquer objetos que se encontrem no espaço sideral, por exemplo: Planetas; Estrelas; Cometas; Planetóides; etc. Planetas Um planeta (em alfabeto latino, planētēs que significa "errantes") é um corpo de massa considerável que não produz energia através da fusão nuclear. Em 1801, foi descoberto um planeta entre Marte e Júpiter, Ceres. A idéia de dois planetas partilharem a mesma órbita era uma afronta a milhares de anos de pensamento. Eventualmente, o número destes planetas aumentou para milhares, e foi-lhes dada uma classificação própria e separada - "asteróides". Mais recentemente, e com a evolução dos instrumentos e do conhecimento novas divisões foram necessárias, especificamente para o largo número de planetas que têm vindo a ser descobertos para lá do sistema solar. Tipos de Planetas: Planeta principal (ou simplesmente "planeta") - Planetas que orbitam o Sol. Planeta secundário (ou "lua" ou "satélite natural") Planetas que orbitem outros planetas. Planeta menor (ou "asteróide" ou "planetóide") - Planetas com dimensão pequena num grupo lato. Planeta menor transneptunino (ou "planetóide transneptunino" ou "Kuiper Belt Object" - KBO) Asteróides semelhantes a cometas que tem órbita depois da órbita de Netuno. Planeta extra-solar (ou "exoplaneta") - planetas que orbitem outras estrelas. Para além destes planetas, existem ainda outro tipo de planetas, que desafiam toda a lógica da evolução planetária, planetas que não orbitam qualquer estrela, caminhando errantes por entre o espaço inter-estrelar. Os planetas podem ser divididos em sub-grupos de várias formas. Por exemplo, os planetas principais podem ser divididos em vários grupos: "Telúricos" (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte), "Gasosos" (Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno) e "Gelados" (como era Plutão). Asteróides (Planetóide) Um asteróide é um corpo menor do sistema solar, geralmente da ordem de algumas centenas de quilômetros apenas. É também chamado de planetóide. O termo "asteróide" deriva do grego "astér", estrela, e "óide", sufixo que denota semelhança. Já foram catalogados mais de 3 mil asteróides, sendo que diversos deles ainda não possuem dados orbitais calculados; provavelmente existem ainda milhares de outros asteróides a serem descobertos. Estima-se que mais de 400 mil possuam diâmetro superior a 1 quilômetro. Cometas Um cometa é o menor corpo do sistema solar, semelhante a um asteróide, mas composto principalmente por gelo. No nosso sistema solar, as órbitas dos cometas estendem-se para lá da órbita de Plutão. Estrela Cadente (Meteoróides) Damos o nome de “estrela cadente” ou meteoro a esse risco luminoso feito no céu por essas pedras “caindo” em nosso planeta. Quando essas pedras estão no espaço, nós as chamamos de meteoróides. Se alguma parte de uma determinada pedra sobrevive à queda, nós a chamamos de meteorito.Os meteoróides tem a tendência de girar em torno do Sol em enxames e a Terra passa através de vários enxames todos os anos. No momento que a Terra atravessa uma dessas correntes de meteoros, ocorrem as denominadas chuvas de estrelas cadentes. Alguns enxames de meteoros estão associados a determinados cometas. Meteoróide Meteoróides são fragmentos de material que vagueiam pelo espaço e que, utilizando a definição da IMO, "possuem dimensões significativamente menores que um asteróide e significativamente maiores que um átomo ou molécula". Podem ter origem na ejecção a partir de cometas que se encontram em aproximação ao sol, ou na colisão entre dois asteróides, ou mesmo ser um fragmento de sobra da criação do sistema solar. Ao entrar em contacto com a atmosfera de um planeta, um meteoróide dá origem a um meteoro. Os meteoróides derivam de corpos como os asteróides e os cometas. Meteorito Um meteorito é a denominação dada fragmentos de asteróides, cometa ou meteoro ou ainda restos de planetas desintegrados, que podem variar de tamanho desde simples poeira a corpos celestes com quilômetros de diâmetro alcançam a superfície da Terra. Podem ser compostos de rocha, metal ou gelo. Tais eventos acontecem aproximadamente 150 vezes por ano sobre toda a superficie terrestre. Cinturão de Kuiper A Cintura de Kuiper é uma área do sistema solar que se estende desde a órbita de Netuno (a 30 UA do Sol) até 50 UA do Sol. Os objetos do cinturão de Kuiper são comumente chamados de KBO (Kuiper belt object). Sua existência foi sugerida por G. P. Kuiper (1905-1973) em 1951, na tentativa de explicar as anomalias encontradas pela Voyager 2 em sua passagem por este planeta. Em 1993, Miles Standish reanalizou os dados, e descobriu que a anomalia era menor. No entanto, desde a descoberta de 1992 QB1 - o primeiro objeto nesta região -, já foram catalogados mais de mil outros pequenos objetos transnetunianos. Acredita-se que nesta região existam mais de 100 mil pequenos corpos celestes. Planeta Terra A Terra é o terceiro planeta em órbita do sol e possui a lua como satélite natural. Possui água, placas tectônicas e campo magnético. Seu movimento de rotação dura 23 horas, 56 minutos e 4,09 segundos equivalendo um dia sideral. Nesse período, a Terra faz uma volta em torno do eixo que une os pólos norte e sul. O movimento de translação feito em torno do sol leva 365,2564 dias solares médios equivalendo um ano sideral. Seu plano de órbita e seu plano axial não são alinhados. O eixo do planeta é inclinado 23 graus e 30 minutos em relação à linha Terra-Sol. O plano Terra-Lua é inclinado 5 graus em relação ao plano Terra-Sol. Como a Terra está sempre se movimentando em torno do sol, ela precisa rodar mais alguns graus para que o sol apareça na posição anterior, pois com a mudança de posição, a Terra avança cerca de 2.500 milhares de quilômetros. Sua forma é irregular, ondulada, matematicamente complexa e seu interior é dividido por: • Crosta: Forma a maior parte da litosfera com extensão variável podendo atingir 70 km de profundidade. É composta por silicatos de alumínio onde se diferenciam em doze tipos sendo a crosta oceânica e a continental as principais. • Manto: Estende-se a 30 km numa profundidade de 2.900km. É composto por ferro e magnésio apresentados em estado sólido ou como pasta viscosa. • Núcleo: Com massa de 5.515 m³, é o planeta mais denso. Era formada por materiais líquido ou pastoso que, com a ação da gravidade foram empurrados para o interior do planeta e os materiais menos densos foram trazidos para a superfície. É dividido em núcleo sólido composto por ferro e níquel e em núcleo líquido composto por ferro líquido e níquel líquido que não transmitem ondas sísmicas. Acredita-se que a Terra foi formada por uma junção de poeira cósmica em rotação que se aqueceram por reações químicas e reteu gases que constituiu a atmosfera atuando como isolante térmico. As primeiras rochas se consolidaram pelo resfriamento do magma originando os escudos cristalinos que formam a litosfera ou crosta terrestre. A biosfera que é o conjunto de seres vivos apareceu há 3,5 bilhões de anos divididos em biomas separados pela latitude e pelo clima. Os biomas do pólo norte e do pólo sul são pobres em fauna e flora e os da linha do Equador são os mais ricos. A atmosfera é composta 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, 1% de argônio e quantidades menores de dióxido de carbono e água. Suas camadas variam conforme as estações do ano. A hidrosfera é uma superfície onde 71% da Terra é coberta por ela. É composta por água sendo 97% água salgada e 3% água doce. Divide os sete continentes através de cinco oceanos. Hoje, 20% da água estão concentradas nas geleiras e calotas polares. Nascer e Por do Sol Dizemos que o Sol nasce quando ele surge no horizonte pela manhã e dizemos que o Sol se põe quando ele desaparece no horizonte a tarde. As palavras nascer e por são usadas porque os povos antigos acreditavam que a cada dia nascia um novo Sol, e a tarde ele se punha abaixo do horizonte para morrer. Hoje sabemos que isso não é verdade, pois ele nasce e se põe por causa da rotação da Terra, mas por tradição as palavras nascer e por do Sol ainda são usadas. O que são os pontos cardeais? Como o próprio nome diz: são pontos e significam pontos principais ou pontos de referência. Através deles é possível localizar qualquer lugar sobre a superfície da Terra, são eles: o Norte e o Sul que apontam na direção dos pólos terrestre; o Leste e o Oeste que apontam para o lado do nascer e do por do Sol, cruzando a linha Norte-Sul, como mostra a figura 3. CUIDADO, o Leste e o Oeste não apontam sempre para o ponto onde o Sol nasce ou se põe e sim para o lado do nascente ou lado do poente. Durante o ano, o Sol nasce em pontos diferentes do lado do nascente e se põe em pontos diferentes do poente. Por isso, não podemos dizer que o Sol nasce sempre a Leste e se põe sempre a Oeste. Dependendo da época do ano a diferença, entre o nascente (ponto onde o Sol nasceu) e o Leste verdadeiro, é grande. Bússolas Um outro nome aplicado a esse mostrador é o de: ROSA DOS VENTOS. Esses nome tem origem nos navegantes do Mar Mediterâneo em associação aos ventos que impulsionavam suas embarcações. Outros nomes estão ligados ao nascer e ocaso do Sol. "A bússola, mais conhecida pelos marinheiros como agulha, é sem dúvida o instrumento de navegação mais importante a bordo. O magnetismo da Terra é inverso ao magnetismo das agulhas das bússolas, o pólo norte da agulha da bússola aponta para o norte geográfico da Terra que é o sul magnético da Terra. Já o sul geográfico da Terra é o norte magnético do planeta. É invertido. Brilho das Estrelas Quando uma estrela é mais brilhante que outra é porquê ela é maior ou é porquê ela está mais próxima? Se alguém nos fizer esta pergunta fica difícil responder, pois cada estrela é um caso diferente. Pode acontecer as duas coisas. Se ela estiver próxima de nós ficará brilhante mesmo sendo pequena, ou poderá ser brilhante mesmo estando longe se for uma estrela grande. As estrelas variam muito de tamanho, algumas são menores que o Sol podendo ser pouco maior que o planeta Júpiter e com massa até dez vezes menor que o Sol. Outras podem ser até 300 vezes maior que o Sol como é o caso da estrela Antares da constelação do escorpião ou ter massa até 120 vezes maior. O Movimento dos Astros Todos os astros que observamos no céu apresentam algum tipo de movimento, mesmo que não consigamos perceber, por serem muito lentos. O movimento do Sol é o mais fácil de ser percebido, você já observou um desses movimento quando esperou a sombra da vareta mudar de posição, na determinação dos pontos cardeais. A Lua Sabemos que a Lua gira ao redor da Terra, por isso nós a chamamos de satélite natural da Terra. Esse movimento da Lua é seu movimento próprio, pois ele não deixaria de acontecer se fosse possível fazer a Terra parar de girar. Uma volta completa da Lua ao redor da Terra dura aproximadamente 28 dias. Mas, observando a Lua numa noite de tempo bom podemos ver outro movimento bem mais rápido. Nós a vemos nascer de um lado e se por do outro como acontece com o Sol. Esse é o movimento aparente da Lua, ou seja, só observamos a Lua nascer do lado leste e se por do lado oeste porque a Terra é quem está girando no sentido contrário. Se a Terra parasse de girar só veríamos o movimento próprio da Lua. Dia e Noite Um dos movimentos próprios da Terra é a rotação. Ela gira como se fosse um pião, sobre um eixo imaginário, chamado de "eixo da Terra", que passa pelos pólos e aponta para a estrela Polaris. A Terra demora 24 horas para completar uma volta. Como ela gira sempre com a mesma velocidade (não para ou acelera) nós não percebemos esse giro, percebemos apenas o céu girando no sentido contrário movimento aparente do céu - por isso pensou-se durante muito tempo que tudo girava ao redor da Terra.. Sabendo que a Terra dá uma volta completa ao redor do seu eixo a cada 24 horas podemos pensar que o período de luz, isto é, que o dia claro têm 12 horas e o período de escuro ou noite também têm 12 horas. E a maioria das pessoas acreditam que ao meio dia o Sol passa a pino, ou seja, sobre as nossas cabeças e a nossa sombra fica sob nossos pés. Eclipse Solar é o fato da Lua cobrir o Sol e produzir uma sombra sobre a Terra e só ocorre com lua nova. Dependendo da nossa posição na Terra podemos ver um Eclipse Solar Total que é quando o Sol fica totalmente encoberto pela Lua. Esse eclipse produz alguns minutos de escuro. Podemos ver também o Eclipse Solar Parcial que é quando a Lua cobre apenas uma parte do Sol. Quanto mais afastados nós estivermos da região de Eclipse Total menor é a parte do Sol coberta pela Lua. acontecer no mínimo 12 e no máximo 13 vezes num único ano. Lado oculto da Lua Existe uma sincronia entre os movimentos de rotação e revolução da Lua. Por causa disso, ela mantém sempre a mesma face voltada para a Terra. Não podemos observar plenamente o outro lado, que por isso recebe o nome de “lado oculto”. Já o “lado escuro” varia, do mesmo modo que na Terra. A Lua gira sobre si mesma, só que demora tanto tempo quanto para circular a Terra. Por isso os dias e noites por lá duram, cada um, cerca de 14 dias terrestres. As Constelações Praticamente todos os povos da Terra deram nomes e inventaram histórias sobre as estrelas. Às vezes essas lendas falavam sobre grupos de estrelas que recordavam algo familiar. Pessoas de diferentes lugares, que viveram em diferentes épocas, muitas vezes escolhiam um mesmo grupo de estrelas para contar uma história, sua própria história. Assim surgiram as constelações. Mais que um mero depositório de lendas, as figuras no céu ajudavam os povos antigos em suas atividades agrícolas e náuticas. As constelações mais antigas que se tem notícia foram criadas pelos babilônicos, povos que habitavam a Mesopotâmia, região entre os rios Tigre e Eufrates (hoje Iraque). Havia dois sistemas, o zodiacal, relacionado à agricultura, e o equatorial, ligado à navegação. Para determinar o início das estações (e a melhor época do ano para o plantio e a colheita) eram utilizadas as constelações do sistema zodiacal. Eclipse Lunar Ocorre quando a Lua (cheia) passa pelo cone de sombra da Terra. Permanecendo por algum tempo escura e voltando a aparecer cheia novamente logo em seguida. Fases da Lua O ASPECTO DA LUA SE MODIFICA DIARIAMENTE. Mas isso se deve tão somente a posição relativa da Lua, Terra e Sol. A cada dia o Sol ilumina a Lua sob um ângulo diferente, à medida que ela se desloca em torno da Terra. Um ciclo completo leva 29 dias e meio e se chama mês lunar, lunação, revolução sinódica ou ainda período sinódico da Lua. A Lua apresenta, portanto, quase 30 aspectos diferentes, um para cada dia da lunação. Poderíamos muito bem chamar cada um deles de fase. No entanto, geralmente apenas 4 fases recebem denominações especiais: as luas crescente, cheia, minguante e nova. Entre duas fases iguais (duas luas novas, por exemplo) passam-se 29,5 dias. Assim, em 1 ano temos 12,4 ciclos lunares completos. Isto significa que uma mesma fase pode Zodíaco – A palavra vem do grego zodion, animal, e kyklos, círculo. Nos primeiros zodíacos havia apenas dez constelações: Touro, Gêmeos, Leão, Virgem, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário, Peixes e Áries. Depois foram introduzidos Câncer e Balança, fazendo o zodíaco ter um número de partes igual ao numero de meses do ano. Os nomes das constelações eram associados à mitologia de cada civilização. Era um modo eficiente de transmitir as descrições do céu de geração em geração – mas também uma série de superstições usadas para explicar tudo àquilo que não se conseguia entender racionalmente. Estações do Ano Todo mundo já sabe que durante o ano ocorrem quatro estações: Primavera, verão, outono e inverno. As estações do ano acontecem por causa da inclinação da terra em relação ao sol. O movimento do nosso planeta em torno do sol, dura um ano. Esse movimento recebe o nome de translação e a sua principal conseqüência é a mudança das estações do ano. Se a Terra não se inclinasse em seu eixo, não existiriam as estações. Cada dia teria 12 horas de luz e 12 horas de escuridão. E como o eixo do planeta terra forma um ângulo com seu plano orbital, existe o verão e o inverno, dias longos e dias curtos. Durante o Verão, os dias amanhecem mais cedo e as noites chegam mais tarde. Ao longo dos três meses desta estação, o sol se volta, lentamente para a direção norte e os raios solares diminuem sua inclinação. No início do Outono, os dias e as noites têm a mesma duração: 12 horas. Isso é porque a posição do sol está exatamente na linha do Equador. Porém, o sol, vai continuar se distanciando aparentemente para norte. A partir daí, os raios solares atingem o mínimo de inclinação no início do Inverno, e, ao contrário do Verão, os dias serão mais curtos e as noites mais longas. Então, o Sol vai começar a se deslocar na direção sul. Começando então a Primavera e os dias e as noites terão a mesma duração. Portanto, as estações do ano e a inclinação dos raios solares variam com a mudança da posição da Terra em relação ao Sol. Quando o Pólo Norte se inclina em direção ao Sol, o hemisfério Norte se aquece ao calor do verão. Seis meses mais tarde, a Terra percorreu metade de sua órbita. Agora o Pólo Sul fica em ângulo na posição do Sol. É verão na Austrália e faz frio na América do Norte. O início de cada estação é definido por dois fenômenos astronômicos: o solstício (para o verão e o inverno) e o equinócio (para a primavera e o outono). Solstício vem do latim solstitium, e significa parada do Sol. Equinócio vem das palavras latinas aequus, igual, e nox, noite, ou seja, duração do dia igual a noite. Outono: 20/Mar às 02h48min (92,76 dias) Inverno: 20/Jun às 20h59min (93,66 dias) Primavera: 22/Set às 12h44min (89,84 dias) Verão: 21/Dez às 09h04min (88,99 dias) A origem do universo Das perguntas sem respostas nessa área, duas são consideradas fundamentais pelos investigadores. A primeira, simples e assustadora, é: "Por que o universo existe?". Ou, de outra forma: "Por que existe alguma coisa no lugar do nada?". A melhor resposta, altamente insatisfatória, vem de um grupo de pesquisadores liderados pelo cosmologista americano Alan Guth. Segundo ele, o universo nasceu por acaso de um mau funcionamento do vácuo que o precedeu. O nada que existia antes do universo, sustenta Guth, era um ambiente em que partículas energéticas de cargas opostas passavam os dias anulando-se mutuamente, como um jogo de futebol que sempre termine em zero a zero porque todos os jogadores possuem exatamente as mesmas qualidades. Um dia, não se sabe bem por quê, um tipo de partícula desempatou o jogo e predominou sobre as demais, criando a massa original que resultou na grande explosão primordial conhecida como Big Bang. Mais fácil acreditar no Gênesis bíblico? Talvez. "Melhor pensar no fenômeno da criação do universo como um evento atípico, uma perturbação dessas que ocorrem mesmo nos sistemas mais equilibrados e ninguém sabe bem por quê", resume o físico Edward Tyron. A origem da matéria escura A segunda pergunta cosmológica que tira os cientistas do sério é sobre a origem e natureza de uma grande confusão científica chamada "matéria escura". as modernas teorias sobre nascimento, vida e morte do universo só ficam de pé apoiadas na idéia da existência dessa misteriosa substância. "Não bastassem os mistérios do mundo visível e tangível, ainda temos de conviver com o fato de que 99% do universo é feito de matéria escura, uma substância absolutamente misteriosa sobre a qual nada sabemos", afirma Robert Hazen. Bota mistério nisso. Apesar de onipresente, a "matéria escura" é invisível mesmo aos mais poderosos telescópios da Terra. As certezas dos cientistas, por enquanto, se limitam ao que não é a "matéria escura". Em resumo, nada do que é observável por meios óticos ou detectável pelos instrumentos terrestres pode fazer parte desta matéria. Atualmente, a maioria dos cientistas acredita que o candidato favorito para ser o recheio da massa escura do universo é o neutrino, uma partícula subatômica sem carga elétrica que é a mais abundante no cosmo. O problema é que nenhuma equipe de astrofísicos conseguiu determinar se o neutrino tem massa. Dificilmente isso será feito nas próximas duas décadas. "Enquanto não se puder medir a massa do neutrino, a macarronada da cosmologia moderna ficará esfriando sobre a mesa, cada vez mais insossa e difícil de engolir", diz James Trefil, físico da Universidade George Mason e autor do livro Fronteiras do Desconhecido Galáxias Agrupamentos de bilhões ou trilhões de estrelas, planetas, gases, nebulosas e poeira cósmica que orbitam em torno do mesmo centro e se mantêm coesos pela própria ação da gravidade. O conjunto de galáxias forma o Universo. Calcula-se que existam aproximadamente 100 bilhões delas, das quais alguns milhares estão catalogados. São classificadas em espirais, elípticas ou irregulares. A galáxia onde está o Sistema Solar é chamada de Via Láctea. De tipo espiral, ela tem diâmetro de 100 anos-luz e contém cerca de 200 bilhões de estrelas. Três galáxias são visíveis da Terra a olho nu: a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães, galáxias-satélites da Via Láctea, e Andrômeda, situada a 2 milhões de anos-luz da Terra (1 ano-luz equivale a cerca de 9,5 trilhões de km). Em 1924, o astrônomo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953), com o auxílio do telescópio do Observatório Monte Wilson, Washington (EUA), prova que as galáxias são conjuntos de estrelas e não nuvens de gás, como alguns cientistas consideravam até então. No ano seguinte, Hubble demonstra que elas se afastam umas das outras em um movimento constante de expansão que teria começado com o Big Bang. O estudo das galáxias – iniciado por Hubble – tem originado a maior parte das descobertas e teorias sobre a estrutura e a origem do Universo. Em 1997, o astrônomo holandês Marijn Franx e sua equipe localizam a galáxia mais distante até hoje descoberta, situada a 13 bilhões de anos-luz da Terra. Quando a luz que hoje recebemos dessa galáxia foi emitida, o Universo tinha menos de 1 bilhão de anos e tamanho 5,92 vezes menor do que o de hoje. A descoberta foi possível por meio da combinação de imagens dos telescópios Keck, no Havaí, e Hubble. Evolução estelar Evolução estelar é o segmento das constantes transformações que uma estrela sofre no decorrer de sua vida. Estas transformações acontecem de forma bastante vagarosa, já que as estrelas possuem um grande período de vida que chega a milhões de anos e por isso são estudadas de forma particular e diferente. O estudo se baseia no comportamento de diversas estrelas em diferentes idades. Uma estrela nasce quando uma nuvem escura se condensa entre um determinado ponto de maior densidade. Com o passar dos anos, o ponto de maior densidade começa a esquentar atingindo tamanho e brilho superiores ao Sol e calor suficiente para reações termonucleares. Não possuem características definidas podendo ter tamanhos e cores diferentes, além do brilho que é definido pela temperatura superficial de cada estrela. Uma vez formada, a estrela precisa obedecer ao equilíbrio térmico entre seu interior e o meio externo e o equilíbrio hidrostático, que é a compensação entre a pressão e a gravidade para manter sua vida. Estes são mantidos até que o hidrogênio presente em seu núcleo começa a se esgotar provocando o fim da fusão nuclear. Este esgotamento do hidrogênio pode demorar vários anos como pode ser rápido, dependendo somente do tamanho da massa estelar que, quanto maior for menor será a duração do hidrogênio. Ao findar o hidrogênio, a estrela passa a utilizar o hélio para sua necessária combustão. Este necessita de mais calor que o hidrogênio para a queima, o que faz com que a temperatura do interior da estrela aumente. Com o núcleo muito quente, a estrela conseqüentemente terá suas camadas expandidas, sua luminosidade alterada, sua superfície resfriada e sua cor serão mais avermelhadas. A estrela tornase um gigante vermelho que de acordo com sua massa pode tornar-se uma anã branca, uma estrela de nêutrons ou um buraco negro fechando assim seu ciclo de vida. A Morte das Estrelas O estado final de uma estrela transcorre como uma Gigante Vermelha, porém sua morte depende decisivamente da massa que ela possui. Deste modo, a estrela pode terminar sua vida pacificamente como uma anã branca , ou se tem massa maior, pode chegar a ser (depois da fase de uma supernova) uma estrela de nêutrons, ou ainda, em um caso extremo, converter-se em um buraco negro. O que sempre ocorre é que a estrela de algum modo se desfaz de parte de seu material; formando as chamadas nebulosas planetárias (restando uma anã branca em seu centro), ou de outro modo libera violentamente seu material ao exterior mediante uma supernova. Anã Branca: Na etapa final de uma Gigante Vermelha, a região central da estrela se contrai e joga ao espaço as camadas externas. Em seu interior fica um tipo de estrela chamada anã branca a qual tem o tamanho da terra mas a massa do sol. Por isso, a sua densidade é muito elevada: uma tonelada por centímetro cúbico! Esta classe de estrela demora muito a esfriar sua superficie; a mais fria tem uma temperatura de 3500 graus kelvin. Supernova: As estrelas de massa maior, depois de converter seu hidrogênio, podem seguir queimando os componentes restantes para formar elementos mais pesados (carbono, oxigênio, neônio, magnésio,silício, e finalmente ferro). Como o núcleo de ferro é o mais estável na natureza, não existe mais a possibilidade de se obter energia usando o ferro como combustível nuclear: a produção de energia nuclear na estrela pára abruptamente quando se formam núcleos de ferro. Nesse momento a estrela colapsa, desmoronando-se em si mesma. A estrela se contrai, aumenta incrivelmente a densidade no centro, e devido à resistência da matéria nuclear, as camadas externas que caem para o interior da estrela ricocheteiam no centro. Ocorre assim uma grande explosão que destrói a estrela. O brilho desta explosão é considerável e pode ser até dez bilhões de vezes mais brilhante que o sol. A isto se chama uma Supernova O núcleo da estrela, que sobra após a explosão, se transforma geralmente em uma anã branca. Mas, esse destino depende de sua massa. Estrela de Nêutrons: Quando a estrela ultrapassa o limite de 1.4 massas solares a matéria se comprime ainda mais que em uma anã branca. Nesse momento os elétrons de seus átomos colidem (ao estarem tão comprimidos) com os prótons, são absorvidos (o inverso do decaimento beta) formando um nêutron. Nesse momento a estrela volta a ser uma estrela de nêutrons. Um outro efeito ocorre quando o seu tamanho se reduz ao redor de 10 quilômetros de diâmetro, com bilhões de toneladas por centimetro cúbico! A estrela aumenta violentamente a quantidade de giros, o que faz com que ela emita (periodicamente) uma grande quantidade de sinais de rádio: Os Pulsares Buracos Negros: Podemos ter uma estrela de nêutrons de 1 a 3 massas solares. Se ela possuir mais de 3 massas solares, a gravidade não pode ser contrabalançada de nenhum modo. De acordo com a teoria da relatividade, nem sequer a luz pode escapar deste corpo. É por isto que os denominamos de buracos negros, pois eles não podem emitir nenhum tipo de luz. ASTRONÁUTICA Mulheres no espaço Doze pessoas estiveram na Lua. Nenhuma mulher. Valentina Tereshkova Começou a trabalhar com 18 anos, em uma fábrica têxtil. Na mesma época, ela entrou em um clube de pára-quedistas amadores. Aos 24 anos, em 1961, ela começou a estudar para se transformar em cosmonauta. No mesmo ano, o programa espacial soviético considerou enviar mulheres ao espaço, numa forma de colocar a primeira mulher no espaço e superar os Estados Unidos. Em 1962, ela foi admitida a função, principalmente por ser especialista em pára-quedas.Foi a primeira e última vez que isso aconteceu. Em 16 de junho de 1963 ela pilotou a Vostok VI e tornou-se a primeira mulher no espaço. Laika & Cia. - Animais no espaço Laika foi o primeiro animal vivo a orbitar a Terra. E fez a bordo da nave soviética Sputnik II, em 3 de novembro de 1957, um mês depois do lançamento do satélite Sputnik I, o primeiro a entrar em órbita. Laika morreu entre cinco e sete horas depois do lançamento, bem antes do planejado. A causa de sua morte, que foi revelada somente após décadas depois do vôo, foi, provavelmente, uma combinação de estresse sofrido e o superaquecimento que, talvez, foi ocasionado por uma falha no sistema de controle térmico da nave. Primeiro homem no espaço Em 12 de abril de 1961, aos 27 anos de idade, Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a ir ao espaço, a bordo da nave Vostok 1, na qual deu uma volta completa em órbita ao redor do planeta e preferiu a famosa frase “A Terra é azul”. Primeiro homem a pisar na Lua Neil Alden Vicente Armstrong é o primeiro homem a pisar na Lua, como comandante da missão Apollo 11, em 20 de julho de 1969. Missão Soyuz 1 As cápsulas Soyuz foram desenvolvidas com o objetivo de transportar cosmonautas soviéticos para a Lua. A corrida Espacial Na década de 1930, o entusiasmo com foguetes era muito grande tanto nos EUA, com Goddard, quanto na URSS. Com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, os EUA e a URSS capturaram a maioria dos engenheiros que trabalharam no desenvolvimento da V-2 que eles foram relevantes apenas no programa espacial dos EUA, já que os capturados pela URSS não passavam de engenheiros e técnicos de produção. Particularmente importante para os EUA foi a aquisição de Wernher von Braun, um dos principais projetistas alemães, que participou ativamente do programa de mísseis balísticos dos EUA e depois dos primeiros passos do programa espacial norte-americano (tendo sido, inclusive, o líder da equipe que projetou o lançador Saturno V que levou as naves Apollo para a Lua). Historicamente, a exploração espacial começou com o lançamento do satélite artificial Sputnik pela URSS a 4 de outubro de 1957, no Cosmódromo de Baikonur (base de lançamento de foguetes da URSS), em Tyuratam, no Cazaquistão. Este acontecimento provocou uma corrida espacial pela conquista do espaço entre a URSS e os EUA que culminou com a chegada do homem à Lua. O primeiro ser vivo no espaço não foi um homem, mas a cadela Russa Kudriavka, da raça laika. Ela subiu ao espaço em 1957 a bordo da nave espacial Sputnik II, e morreu quatro dias depois, devido ao calor, na reentrada. Diversos animais foram usados nos primórdios da exploração espacial para testar o efeito da radiação, da ausência de gravidade e das condições do espaço exterior sobre os organismos vivos. Antes da cadela Kundriavka, foram as cadelas Albina e Tsyganka, usadas pela URSS em vôos sub-orbitais. Pelo lado dos EUA, os primeiros primatas foram Albert 1 e Albert 2, que morreram em 1949 na ponta de foguetes V-2 capturados na Alemanha. Sputnik V, a última missão Sputnik, foi lançada ao espaço em 19 de agosto de 1960 com os cachorros Belka e Strelka, quarenta camundongos, dois ratos e diversas plantas. As missões Korabl-Sputnik ainda levaram os cães Pchelka, Mushka, Chernuschka e Zvezdochka. O primeiro primata em órbita foi Enos lançado em 29 de novembro de 1961 a bordo de uma nave Mercury em preparação ao primeiro vôo dos EUA com humanos. Yuri Gagarin (1934-1968) foi o primeiro homem no espaço, em um vôo orbital de 48 minutos, a bordo da nave Vostok I. O vôo de Gagarin ocorreu em 12 de Abril de 1961. Neste vôo ele disse a famosa frase: "A Terra é azul". A primeira mulher no espaço foi a Russa Valentina Tereshkova (1937-), que em 16 de junho de 1963 deu 46 voltas ao redor da Terra a bordo da nave Vostok VI. O lançamento da Sputnik e a colocação do primeiro homem no espaço devem-se, em grande parte, ao talento do engenheiro soviético Sergei Korolev, o engenheiro-chefe do programa espacial soviético, que conseguiu convencer Nikita Khrushchov, na época o líder da URSS, a investir no programa espacial. Foi ele quem primeiro teve a idéia de levar (realmente) homens à Lua. Sondas Espaciais A primeira sonda espacial foi a soviética Lunik II, que pousou na Lua em 1959. Depois disto seguiram-se diversas sondas da URSS e dos EUA, enviadas para a Lua e diversos planetas. Em janeiro de 1962, a sonda Ranger 3 dos EUA, de 327 kg, falhou em pousar na Lua e entrou em órbita solar. Em abril de 1962, a Ranger 4, de 328 kg, tornou-se a primeira sonda norte-americano a atingir a Lua. A Ranger 4 não pousou exatamente, mas ocorreu um impacto com a superfície lunar. O mesmo aconteceu com a Ranger 6, em janeiro de 1964. Foguete Atlas-Centauro lança o Surveyor 1 em 30 de maio de 1966 Entre 1966 e 1968, os EUA enviaram 7 sondas Surveyor para a Lua. Partes da Surveyor 3 foram coletadas para estudo pela missão Apollo 12 em novembro de 1969. A primeira sonda interplanetária foi a Mariner 2 (EUA), que pousou em Vênus em 1962. Ela foi seguida pela Venera 7 da URSS, que chegou em Vênus em 1970. Em 1968 as missões Zond 5 e Zond 6 da URSS foram bem sucedidas em circum-navegar a Lua. Em 1970 a URSS foi bem sucedida em enviar a Lua o veículo por controle remoto (rover) Lunokhod 1, a bordo da nave Lunik 17. A URSS coletou muitas pedras lunares através de suas sondas Lunik. Em 1971 a Mariner 9 enviou muitas fotos da superfície de Marte. No mesmo ano a sonda Marte 2 da URSS também chegou a Marte. A Mariner 10 sobrevoou Mercúrio em 1974. Os EUA também enviaram sondas de longa distância e com missões longas, como por exemplo as Pioneer 10 e 11 que pesquisaram Júpiter em 1973 e 1974, e em 1979 enviaram fotos de Saturno. A Pioneer 10 foi o primeiro artefato humano a abandonar o sistema solar. Lançada em 3 de março de 1972, sobrevoou Júpiter a aproximadamente 131 000 km em 3 de dezembro de 1973. Depois, em 3 de dezembro de 1974, a Pioneer 11 também sobrevoou Júpiter a 46 000 km, seguindo rota depois para Saturno. Também devemos lembrar as Voyager 1 e 2 que pesquisaram os planetas externos do sistema solar e abandonaram o sistema solar partindo para uma viagem sem volta em direção das estrelas. A Voyager 2, lançada em 20 de agosto de 1977 passou a 286 000 km de Júpiter e a 101 000 km de Saturno. Em 24 de janeiro de 1986 ela passou a 82 000 km de Urano, o planeta mais distante da Terra a ser visitado por uma sonda espacial. Em 1976 as Viking (EUA) pousaram em Marte e coletaram muitos dados do planeta, assim como enviaram muitas fotografias de seu relevo. Mais avançada, a Pathfinder dos EUA pousou no solo de Marte em 1997, com um veículo robótico (rover) capaz de movimentar-se na superfície marciana e enviar fotos detalhadas de seu terreno. O ser humano no espaço O espaço sideral é um lugar extremamente hostil. Se você fosse sair de uma espaçonave como a Estação Espacial Internacional, ou em um mundo com pouca ou nenhuma atmosfera, como a Lua ou Marte, e não estivesse usando um traje espacial, algumas coisas aconteceriam: 1º ) você ficaria inconsciente em 15 segundos, pois não há oxigênio; 2º ) seu sangue e fluidos corporais entrariam em "ebulição" e congelariam, em virtude de não haver pressão atmosférica para manter seu sangue e seus fluidos corporais em estado líquido, os fluidos "ferveriam". Já que o "processo de ebulição" os faria perder rapidamente a energia térmica, os fluidos congelariam antes que evaporassem totalmente (Há uma exposição ousada no museu de ciência de São Francisco, o Exploratorium, que demonstra esse princípio). Esse processo poderia levar de 30 s a 1 min. Assim, foi possível para o astronauta David Bowman, no filme "2001: uma Odisséia no Espaço" sobreviver quando se lançou do módulo espacial para a câmara de pressurização sem um capacete e repressurizou a câmara em 30 s; 3º ) seus tecidos (pele, coração e outros órgãos internos) dilatariam devido aos fluidos em ebulição. Contudo, eles não "explodiriam" como foi mostrado em alguns filmes de ficção científica, como "O Vingador do Futuro"; 4º ) você enfrentaria alterações extremas na temperatura : à luz solar +120ºC e na sombra -100ºC 5º ) você seria exposto a vários tipos de radiação (raios cósmicos) ou partículas carregadas emitidas do Sol (vento solar); 6º ) você poderia ser atingido por pequenas partículas de pó ou rocha que se movem em altas velocidades (micrometeoróides) ou detritos em órbita de satélites ou espaçonaves. Você morreria rapidamente devido às três primeiras questões citadas, provavelmente, em menos de 1 min. O filme "Missão: Marte" tem uma cena que demonstra realisticamente o que aconteceria se o traje espacial de um astronauta perdesse rapidamente a pressão e ele fosse exposto ao espaço sideral. Então, para proteger os astronautas, a NASA desenvolveu trajes espaciais elaborados. Programa Espacial Brasileiro O Ministério da Aeronáutica já vinha dando atenção à área espacial desde 1961. As primeiras iniciativas foram para o desenvolvimento de pequenos foguetes para sondagens meteorológicas destinados à Força Aérea. O programa espacial brasileiro teve início naquela década. Porém, somente muito mais tarde, em 1978 (quase 20 anos depois da formação das primeiras equipes de trabalho), foi aprovada pelo Governo Federal a proposta de realização de um estudo de viabilidade de uma Missão Espacial Completa Brasileira. A Presidência da República, no entanto, daria sua aprovação oficial somente no início da década de 1980. Finalmente, em 1991, foi criado o atual Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). Atualmente cabe ao IAE o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), criado em 1971, o desenvolvimento dos satélites e das estações de solo correspondentes. Missão A MISSÃO ESPACIAL COMPLETA BRASILEIRA (MECB) é um programa integrado, visando o projeto, desenvolvimento, construção e operação de satélites de fabricação nacional, a serem colocados em órbitas baixas por um foguete projetado e construído no país e lançado de uma base situada no país. O programa compreende o desenvolvimento e operação em órbita de seis satélites, com aplicação direcionada às necessidades do país, sendo três satélites de coleta de dados, dois de sensoriamento remoto e um de comunicações. O primeiro foi o SCD1, que continua em atividade, tendo superado 10 anos e mais de 67 mil órbitas em torno da Terra. O SCD2 completou 36.952 órbitas em 22 de outubro de 2005, o equivalente a 2.177 viagens de ida e volta à Lua. O Primeiro centro de lançamentos espaciais brasileiro entrou em operação em 1965. O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) situa-se no município de Parnamirim, próximo a Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte. O nome Barreira do Inferno vem das falésias avermelhadas existentes até hoje no litoral. O CLBI possui estrutura suficiente para dar apoio técnico e operacional para lançamentos de veículos de sondagem, além de servir como estação de rastreio dos veículos lançadores e seus satélites. Devido a problemas, durante a década de 1980, foi criado o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado na península de Alcântara, estado do Maranhão, a apenas 2° 18' ao sul do equador (e 44° 22' de longitude oeste). Sua posição privilegiada possibilita aproveitar o máximo do movimento de rotação da Terra para impulsionar veículos orbitais, permitindo com isso grande economia de combustível, (estima-se uma vantagem entre 13% e 31% em relação a bases de lançamento como Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, e Baikonur, no Cazaquistão). Os foguetes de sondagem brasileiros são lançadores de pequeno porte, utilizados para missões sub-orbitais e capazes de lançar cargas úteis contendo experimentos científicos ou tecnológicos. O Brasil possui foguetes de sondagens operacionais que suprem boa parte de suas necessidades presentes, com uma história bem sucedida de lançamentos. O primeiro desses veículos foi o Sonda I, projetado para ser aplicado em estudos da alta atmosfera e transporte de cargas úteis meteorológicas de 4,5 kg a 70 km de altitude. Esse foguete foi como uma escola, servindo ao estudo de propelentes (combustíveis) sólidos e outras tecnologias. Em 1966 iniciou-se o desenvolvimento do foguete monoestágio Sonda II, com propelente sólido, capaz de transportar cargas úteis entre 20 e 70 kg para experimentos na faixa de 50 a 100 km de altitude. Esse foguete foi lançado para verificação de inovações tais como as novas proteções térmicas, propelentes e testes de componentes eletrônicos. Em 1969 iniciou-se o desenvolvimento do foguete de dois estágios Sonda III, com propulsores capazes de transportar cargas úteis de 50 a 150 kg entre 200 e 650 km de altitude. Sua fabricação exigiu o desenvolvimento de uma moderna liga de aço conhecida como 300M, posteriormente exportada para a fabrica de aviões Boing, que a utiliza no trem de pouso do seu famoso Boeing 747. Em 1974 tem início a segunda fase do desenvolvimento de foguetes brasileiros equipados com sistemas de pilotagem, com o projeto do Sonda IV, capaz de transportar cargas úteis de 300 a 500 kg entre 700 e 1.000 km de altitude. O Sonda IV contribuiu sensivelmente para o desenvolvimento de grande parte das tecnologias imprescindíveis ao Veículo Lançador de Satélites (VLS), como materiais compostos, aço de ultra-alta resistência, eletrônica de bordo, etc. O Brasil também operou com outros veículos de sondagem, como o Orion, da Agência Espacial Alemã, e o VS-40, construído a partir de um estágio do VLS, para testes. Missão Centenário A viagem do tenente-coronel da Força Aérea Brasileira Marcos César Pontes à Estação Espacial Internacional, ISS, concretizou o sonho de dar visibilidade ao programa espacial desenvolvido pelo país, permitindo sua entrada no mercado da indústria do setor. "Valeu a pena", disse Pontes, logo após o pouso, no deserto do Cazaquistão. A nave Soyuz que trouxe de volta à Terra o primeiro astronauta brasileiro e seus companheiros de viagem, o americano William McArthur e o russo Valery Tolkarev, da Estação Espacial Internacional (ISS), aterrissou na madrugada de 9 de abril de 2006 (hora local) - numa manobra que obedeceu a todos os requisitos técnicos e aos cronogramas estabelecidos, informou o Centro de Controle Espacial russo. Emoção à parte, a viagem não deixou de abrir uma oportunidade futura para "empresas brasileiras de realizar contratos paralelos de exportação, de modo a gerar mais desenvolvimento tecnológico, saldo na balança comercial e mais empregos", como declarou o astronauta em entrevista recente. A viagem de um brasileiro à estação orbital havia sido planejada desde 1997, após a assinatura de um acordo entre o Brasil e os Estados Unidos, segundo o qual o país, através da Agência Espacial Brasileira (AEB), teria o direito à participação científica na ISS, com tripulante incluído, em troca de equipamentos fornecidos à cota da Nasa (agência espacial americana) para a montagem da estação. No entanto, a revisão da participação brasileira (de uma estimativa inicial de US$ 120 milhões em cinco anos para um teto de US$ 10 milhões ao ano desde 2003) e a suspensão do programa de ônibus espaciais da agência americana levaram o Brasil a aceitar um convite feito pela Roscosmos (agência espacial russa) para enviar ao espaço seu astronauta ainda neste ano. A assinatura de um contrato comercial, em outubro de 2005, entre a AEB e a Roscosmos, viabilizou a viagem. Devido aos altos custos, a missão foi cercada de polêmica no Brasil, tendo sido defendida e criticada por vários cientistas. Para muitos astrônomos, até mesmo batizar a missão como Centenário para homenagear Santos Dumont foi inadequado. "Santos Dumont voou por seus próprios meios", afirmou, em alusão ao 14 BIS. Nos oito dias em que ficou a bordo da ISS, Pontes realizou, com sucesso, oito experiências nas áreas de biotecnologia, microeletrônica, mecânica e biologia. Referências ao país também não faltaram na bagagem do astronauta, que levou uma réplica do chapéu de Santos Dumont, uma bandeira do Brasil que o acompanha desde o início do treinamento na Nasa, em 1998, uma bola verde e amarela e duas camisetas: uma da seleção brasileira de futebol e outra estampada com o rosto de Yuri Gagarin, o primeiro homem a viajar ao espaço, em 1961. Junto a 10 patches das instituições que apóiam a missão (FIESP, SenaiSP, Sesi e Força Aérea Brasileira), ele também levou fotos da família e uma camiseta de seus alunos de sua cidade natal, Bauru (a 325 km de São Paulo, sudeste). O protagonista da primeira e histórica viagem de um brasileiro ao espaço, permaneceu oito dias a bordo da Estaçao Espacial Internacional, tendo partido da base de Baikonur, no Cazaquistão, no dia 30 de março. Na chegada à Terra, o astronauta russo foi o primeiro a deixar a cápsula, seguido de Pontes e MacArthur, sendo levados logo para uma tenda armada nas estepes russas para aguardar o traslado à base. EXCLUSIVO PARA O ENSINO MÉDIO GRAVITAÇÃO UNIVERSAL Introdução: Até o século XV, o homem concebia o Universo como um conjunto de esferas de cristal, com a Terra no centro. Essa concepção do Universo, denominada Geocentrismo, dominou toda a Antigüidade e Idade Média. Foi derrubada por pensadores como Nicolau Copérnico (1473 - 1543) e Galileu Galilei (1564 - 1642), que mostraram que nosso planeta gira em torno do Sol. Leis de Kepler: As leis de Kepler descrevem o movimento dos planetas ao redor do Sol. Primeira lei de Kepler O raio - vetor - linha imaginária que une o Sol ao planeta, varre áreas iguais em intervalos de tempos iguais. a = Raio médio da órbita Periélio = ponto mais próximo do Sol. Afélio = ponto mais afastado do Sol. Curiosidade: O valor de k para o sistema sola é k = 3.10 -19 s² /m³ A tabela a seguir mostra os valores das distâncias médias ao Sol de cada um dos planetas do sistema solar e os seus respectivos períodos. A unidade de medida das distâncias é a distância média da Terra ao Sol (1,49 . 10 8 km ), chamada unidade astronômica (u.a). A unidade de medida dos períodos é o ano terrestre. Lei da gravitação universal A lei da gravitação, estabelecida por Newton, tem o seguinte enunciado: Entre dois pontos materiais de massas m1 e m2, separados pela distância r, existe uma força de atração F, proporcional às massas m1 e m2 e inversamente proporcional ao quadrado da distância r. Matematicamente, a lei da gravitação universal pode ser escrita da seguinte forma: onde a constante G é denominada constante universal da gravitação e vale, em unidades do SI: G = 6,7 . 10 -11 N.m 2 /kg 2 Segunda lei de Kepler O raio-vetor varre a mesma área no mesmo intervalo de tempo, porque nos pontos mais próximos do Sol o planeta se move mais rapidamente e, nos pontos mais afastados, mais lentamente. A velocidade dos planetas é máxima no periélio e mínima no afélio. Escala de Radiações Eletromagnéticas Sabemos que o comprimento das ondas eletromagnéticas varia desde valores da ordem de 103 m ( ondas de rádio) até 10-10 m ( raios X). A luz visível constitui uma parte minúscula do espectro das ondas electromagnéticas. No entanto, só quando se estudou esta pequena parte do espectro é que se descobriam outras radiações com propriedades pouco habituais. Veja a escala completa das ondas eletromagnéticas, com a indicação do comprimento de onda e da freqüência de radiações diferentes, assim como os mecanismos , com o auxílio dos quais se obtêm ondas electromagnéticas de diversos diapasões de freqüência. Obs. A razão entre a área varrida pelo raio-vetor e o tempo, é denominada de velocidade areolar. Cada planeta tem sua velocidade areolar bem definida. Esta velocidade areolar é constante para um determinado planeta, ou satélite. Observe também que do periélio para o afélio o planeta terá um movimento retardado e do afélio para o periélio o movimento é acelerado. Terceira lei de Kepler O quadrado do período de qualquer planeta é proporcional ao cubo de sua distância média ao Sol. Matematicamente temos: T 2 = k . a 3 onde: Costuma-se distinguir a radiação de baixa freqüência, a radiação de rádio, os raios infravermelhos, a luz visível, os raios ultravioletas, os raios X e a radiação gama . Já conhecem todas as radiações, exceto a radiação gama¡ . Esta última tem as ondas mais curtas e é emitida pelos núcleos dos átomos. Diferenças de princípio entre os vários tipos de radiação não existem. Todos eles são ondas eletromagnéticas criadas por partículas carregadas em movimento acelerado. As ondas eletromagnéticas são detectadas, em última análise, pela sua ação sobre partículas carregadas. No vácuo a radiação de qualquer comprimento de onda propaga-se à velocidade de 300 000 km/s. As fronteiras entre diferentes domínios da escala de radiação são muito convencionais. As radiações de diferentes comprimentos de onda diferenciam-se umas das outras pelo método de obtenção ( a radiação de antena, a radiação térmica, a radiação por travagem dos elétrons rápidos e outras ) e pelos métodos de registro. Sobre a forma de obter ondas de rádio e sobre os métodos de as registrar não falaremos neste texto. Sobre as ondas eletromagnéticas do diapasão óptico (infravermelhas, naturais e ultravioletas) e sobre os raios X falou-se brevemente neste capítulo. Mais adiante, falaremos sobre a radiação ¡ . À medida que diminui o comprimento de onda, as diferenças quantitativas do seu valor convertem-se em mudanças qualitativas. As radiações de comprimentos de ondas diferentes diferenciam-se fortemente umas das outras pela maneira como a matéria as absorve. As radiações de ondas curtas ( Röntgen e em especial os raios gama ) são fracamente absorvidas. As substancias opacas para as ondas do diapasão óptico são transparentes para estes últimos tipos de radiação. O coeficiente de reflexão das ondas electromagnéticas depende também do comprimento de onda. Mas a principal diferença entre as radiações de ondas longas e as de ondas curtas consiste no fato das radiações de ondas curtas revelarem as propriedades das partículas. Acerca disto falaremos no capítulo seguinte. Os alunos do ensino médio devem ler ainda os materiais: - fontes de energia - foguetes e satélites e estudarem os princípios básicos do consumo de energia dos aparelhos elétricos (trabalho) visto em eletrodinâmica (resistores).