Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele Resumo Mônica Cristina P. Andrade, Valéria Augusto A pesquisa1 tem como objetivo documentar possíveis melhoras clínicas em pacientes com mielomeningocele, que são atendidos pela equoterapia e pela fisioterapia convencional. A Mielomeningocele é um tipo de Espinha Bífida Cística, que consiste numa malformação congênita devida a um erro no desenvolvimento da coluna vertebral. Afeta o sistema osteoneuromuscular e o aparelho geniturinário. O diagnóstico fisioterapêutico geralmente é a paraplegia ou paraparesia de membros inferiores. Por outro lado, o cavalo vem sendo utilizado como recurso terapêutico alternativo no tratamento de desordens motoras, cognitivas e sociais. Os pacientes portadores de mielomeningocele vêm apresentando considerável melhora clínica quando a terapia convencional vem acompanhada da Equoterapia. Porém o número de trabalhos científicos de qualidade é praticamente inexistente, embora o interesse nesta área tenha se mostrado relevante. Como conclusão do estudo, pode-se afirmar que o tratamento fisioterapêutico e a Equoterapia mostraram evoluções na maioria dos pacientes, quanto aos testes de equilíbrio propostos. Quanto ao tônus de cada paciente relacionado com suas funções (principalmente o engatinhar), obtiveram-se resultados positivos em dois dos pacientes. Autores Mônica Cristina Paulo Andrade Professora do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE; Fisioterapeuta com Mestrado em Biologia Funcional e Molecular pelo Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas – IB/UNICAMP. E-mail: [email protected] Palavras-chave Mielomeningocele, Equoterapia, Testes de Equilíbrio Valéria Augusto Professora do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE; Fisioterapeuta com Mestrado em Biologia Celular e Estrutural pelo Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas – IB/UNICAMP. E-mail: [email protected] Recebido em 18/março/2007 Aprovado em 04/setembro/2007 Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 28 Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele 1. Introdução 1.1 Histórico O primeiro trabalho sobre equitação terapêutica foi publicado por Chassaigne em 1870(cf. Guimarães). Este trabalho fala sobre conlusões a respeito da melhora no equilíbrio, postura e controle muscular de pacientes com distúrbios neurológicos. Em sua pesquisa, constatou que desde 1870 até 1946 nada foi publicado sobre Equitação Terapêutica. Em 1946, então, a Escandinávia enfatizou a importância da equitação após dois surtos de poliomielite. O uso do cavalo como terapia foi mais estimulado a partir de 1952, graças à medalha olímpica ganha por Liz Hortel, da Escandinávia. A campeã era portadora de poliomielite e ganhou medalha de prata em “dessage”, uma modalidade hípica. Com todos esses dados, vê-se a importante contribuição da Escandinávia como precursora da hippoterapia (cf.TERRASSANI,1992). A contribuição da Noruega para a equitação terapêutica conta com a fisioterapeuta Eliset Bodter, que foi a primeira a organizar a equitação como um recurso terapêutico para crianças deficientes. O equitador Her Dr. Hider sofreu um acidente vascular cerebral na década de 60. Apesar das limitações adquiridas, continuou a montar, sentindo melhoras sensíveis em seu quadro clínico. Então graduou-se em fisioterapia e se propôs a conhecer melhor a ação do cavalo em portadores de problemas neurológicos, no que diz respeito aos efeitos fisiológicos. A fisioterapeuta dinamarquesa, Ulla Harpoth, relatou em 1970 por uma carta à norte americana Senhorita Trotter acontecimentos em hippoterapia. Relatava a respeito do famoso jóckey Jurgen Dulo, que após um acidente enquanto montava, tornou-se paraplégico. Este organizou um torneio hípico para deficientes, com noventa e sete participantes; sendo campeão um dinamarquês portador de mielomeningocele. Mais tarde fundou uma escola para pessoas paraplégicas com o Dr. Dulz. A carta dizia também sobre localidades como Inglaterra e Holanda, que se utilizavam da equitação terapêutica. Hoje, encontram-se espalhados vários centros de equitação terapêutica em vários países da Europa e Estados Unidos. O primeiro centro dos Estados Unidos estabeleceu-se em Chicago, em 1969. 1.2 Definição de hippoterapia “A hippoterapia é um tratamento que visa a reabilitação global e a reintegração social de pacientes portadores de deficiência física e/ou mental através da equitação terapêutica e que se aplica a qualquer tipo de lesão do sistema nervoso central”. (GUIMARÃES, 1998). 1.3 Indicações Em “A Manual for Therapeutic Horseback Programs”, os autores classificam as patologias a serem tratadas com a equitação terapêutica como disfunções físicas (Phisical Disabilities) e não físicas (Non - Phisical Disabilities). Esta última consiste em pacientes que apresentam disfunções mentais, podendo ou não estar associadas a desabilidades puramente funcionais (HEINE, 1997). 1.4 Contra-Indicações As contra-indicações estão mais relacionadas aos cuidados específicos com cada paciente portador de determinada patologia do que com a patologia, contra-indicando o tratamento com a equitação terapêutica (AUGUSTO, 1998). Por esse motivo, é imprescindível que o fisioterapeuta tenha em Pensamento Plural: Revista Científica do mãos o diagnóstico médico de cada paciente, para que possam ser avaliadas as limitações de cada um em particular. Contra-indicar o tratamento depende muito do bom senso do terapeuta, pois doenças em processo agudo, falta de sensibilidade nas nádegas e coxas, alergias, falta de cooperação por parte do paciente, intolerância (dor ou medo) aos movimentos do cavalo e, como já mencionado, síndromes desconhecidas são algumas das situações que devem ser evitadas. 1.5 A Mielomeningocele A Mielomeningocele é um tipo de Espinha Bífida Cística, que consiste numa malformação congênita devida a um erro no desenvolvimento da coluna vertebral. Não ocorre a fusão dos arcos vertebrais, resultando em fechamento incompleto do canal vertebral. A medula espinhal, as raízes nervosas e as meninges podem projetar-se através da falha da coluna vertebral. O tecido nervoso é anormal e encontra-se, às vezes, preso à superfície interna de uma das membranas e, outras vezes, está exposto a céu aberto, quando há mielosquise (ausência completa de fechamento do tubo neural). A incidência geralmente ocorre entre 1 e 4 casos por 1.000 recém-nascidos vivos. O tipo e a intensidade das deficiências neurológicas e funcionais dependem da localização e da extensão da falha. A região mais freqüente da mielomeningocele é a lombossacra, tendo como manifestações clínicas: hipotonia (paralisia flácida); diminuição da força muscular; hipotrofia muscular; diminuição ou abolição dos reflexos tendíneos; diminuição ou abolição da sensibilidade exteroceptiva e proprioceptiva; incontinência dos esfíncteres de reto e bexiga; deformidades de origem paralítica e congênita; hidrocefalia. Afeta o sitema osteoneuromuscular e o aparelho geniturinário. O diagnóstico fisioterapêutico geralmente é a paraplegia ou paraparesia de membros inferiores. 2. Objetivos O objetivo deste trabalho foi analisar e documentar possíveis melhoras clínicas em pacientes com mielomeningocele, que são atendidos pela equoterapia e pela fisioterapia convencional. 3. Materiais e métodos 3.1 Plano de trabalho Foram realizadas avaliações em todos os participantes do estudo, detectando-se suas principais limitações e disfunções. Após esta, foram iniciados os atendimentos em equoterapia, com exercícios de estimulação sensorial, de equilíbrio, coordenação e de estímulo ao movimento passivo e voluntário. Após seis meses de estimulação, foi avaliado o desempenho motor desses pacientes, observando-se possíveis alterações em suas funções motoras. A avaliação desses pacientes seguiu o mesmo padrão das avaliações realizadas no setor de Fisioterapia em Neurologia – Pediatria. Participaram deste estudo quatro portadores de mielomeningocele do sexo masculino, tendo idades entre 2 e 11 anos. Foram realizadas avaliações em todos os participantes do estudo, detectando suas principais limitações e disfunções. Foram realizadas sessões de equoterapia nas dependências do Centro de Equoterapia Macaubeiras, em São João da Boa Vista. Este Centro já se encontra cadastrado na Associação Nacional de Equoterapia (ANDE – Brasil), entidade que regulamenta o funcionamento e a prática dos centros filiados. , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 29 ANDRADE, M. C. P., AUGUSTO, V. 4. Resultados e conclusões Foram analisadas as avaliações iniciais (antes do tratamento) e as avaliações finais (1 ano depois do início do tratamento) de cada paciente e comparadas entre si. Além da ficha de avaliação utilizada, examinou-se também a função de engatinhar, considerando ser esta uma função primordial aos pacientes portadores de Mielomeningocele para sua locomoção, visto que não possuem movimentos e força suficientes para se manterem na postura em pé, sem auxílio. Obteve-se os seguintes resultados: PACIENTE 1 1- L.C.C.T – 1 ano Primeira Avaliação - realizada em 30 de setembro de 2005. Tabela 1 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO Bom Em pé Sentado Dec.dorsal Dec.lateral Dec.ventral Gatas Semi-ajoelhado Ajoelhado Regular Ruim Ausente x x x x x x x x Obs.: o paciente ficou de gatas e ajoelhado com auxílio do fisioterapeuta. Tabela 2 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO Rolar de dec.dorsal p/ ventral Rolar de dec. ventral p/ dorsal De ventral p/ gatas De dorsal p/ sentado De sentado p/ dec.dorsal De gatas p/ sentado sobre os calcanhares De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado De ajoelhado p/ semi-ajoelhado De semi-ajoelhado p/ em pé De em pé p/ sentado Sem Com dissociação dissociação x x Sem auxílio x x Com auxílio Não realiza x x x x x x x x x Nesta primeira avaliação, o paciente apresenta um atraso no seu desenvolvimento neuropsicomotor, para sua idade cronológica. Isso justifica-se pelo equilíbrio estático sentado regular e de gatas e ajoelhado ruins. No equilíbrio dinâmico, as mudanças de decúbito de ventral para gatas e de dorsal para sentado apresentam-se insatisfatórias, pois o paciente só as realiza com auxílio. Já as mudanças de gatas para sentado sobre os calcanhares, de sentado sobre os calcanhares para ajoelhado, de ajoelhado para semi-ajoelhado, de semi-ajoelhado para em pé e de em pé para sentado ainda estão ausentes. A função de engatinhar também está ausente. PACIENTE 1 1- L.C.C.T – 2 anos Segunda avaliação - realizada em 30 de setembro de 2006 Tabela 3 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO Bom Em pé Sentado Dec.dorsal Dec.lateral Dec.ventral Gatas Semi-ajoelhado Ajoelhado 30 Regular Ruim Ausente x x x x x x Pensamento Plural: Revista Científica do x x , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele Tabela 4 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO Rolar de dec.dorsal p/ ventral Rolar de dec. ventral p/ dorsal De ventral p/ gatas De dorsal p/ sentado De sentado p/ dec.dorsal De gatas p/sentadosobreos calcanhares De sentadosobre os calcanhares p/ajoelhado De ajoelhadop/ semi-ajoelhado De semi-ajoelhado p/ em pé De em pé p/ sentado Sem Com dissociação dissociação x x x Sem auxílio x x x Com auxílio Não realiza x x x x x x x x x Houve uma melhora considerável no equilíbrio estático sentado e de gatas, além da postura de semi-ajoelhado, que era ausente e agora está presente, porém ruim. No equilíbrio dinâmico, a mudança de sentado sobre os cal- canhares para ajoelhado não realizava e agora realiza com auxílio. De ventral para gatas, realizava com auxílio e agora realiza sem auxílio. Vários encurtamentos musculares instalaram-se nesse período, mas a função de engatinhar já está presente. PACIENTE 2 – K.V.R.S. – 5 anos Primeira Avaliação - realizada em 20 de setembro de 2005 Tabela 5 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO . Bom Em pé Sentado Dec.dorsal Dec.lateral Dec.ventral Gatas Semi-ajoelhado Ajoelhado Regular Ruim x Ausente x x x x x x x Obs.: o paciente ficou em pé com auxílio do fisioterapeuta. Tabela 6 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO Rolar de dec.dorsal p/ ventral Rolar de dec. Ventral p/ dorsal De ventral p/ gatas De dorsal p/ sentado De sentado p/ dec.dorsal De gatas p/ sentado sobre os calcanhares De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado De ajoelhado p/ semi-ajoelhado De semi-ajoelhado p/ em pé De em pé p/ sentado Sem Com dissociação dissociação x x x Com auxílio Não realiza x x x x x x x x x x Para a idade cronológica, o paciente apresenta um atraso no seu desenvolvimento neuropsicomotor. A função de engatinhar já está presente. O paciente faz uso de órteses em membros inferiores, que auxiliam na marcha com andador. Pensamento Plural: Revista Científica do Sem auxílio x x x Nos testes de equilíbrio estático, apenas na posição ajoelhado está regular e em pé ruim. No equilíbrio dinâmico, está com bons resultados dentro dos limites da patologia. , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 31 ANDRADE, M. C. P., AUGUSTO, V. PACIENTE 2 – K.V.R.S. – 6 anos Segunda Avaliação - Realizada em 17 de novembro de 2006 Tabela 7 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO Bom Em pé Sentado Dec.dorsal Dec.lateral Dec.ventral Gatas Semi-ajoelhado Ajoelhado Regular Ruim x Ausente x x x x x x x Obs.: o paciente apresentou equilíbrio regular na posição semi-ajoelhado (sobre o joelho esquerdo). Tabela 8 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO Rolar de dec.dorsal p/ ventral Rolar de dec. Ventral p/ dorsal De ventral p/ gatas De dorsal p/ sentado De sentado p/ dec.dorsal De gatas p/ sentado sobre os calcanhares De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado De ajoelhado p/ semi-ajoelhado De semi-ajoelhado p/ em pé De em pé p/ sentado Sem Com dissociação dissociação x x x x x x x Sem auxílio x x x x x x x Com auxílio Não realiza x x x O equilíbrio estático manteve-se praticamente igual como na primeira avaliação. Já nos testes de equilíbrio dinâmico, houve uma melhora considerável, principalmente de dorsal x para sentado e de em pé para sentado. O paciente iniciou treino de marcha com órteses e muletas canadenses, mas ainda sem muito equilíbrio dinâmico. PACIENTE 3 3- G.F.M – 5 anos Primeira Avaliação - realizada em 30 de setembro de 2005. Tabela 9 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO Bom Em pé Sentado Dec.dorsal Dec.lateral Dec.ventral Gatas Semi-ajoelhado Ajoelhado Regular Ruim Ausente x x x x x x x x Tabela 10 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO: Sem Com dissociação dissociação Rolar de dec.dorsal p/ ventral x Rolar de dec. Ventral p/ dorsal x De ventral p/ gatas De dorsal p/ sentado De sentado p/ dec.dorsal x De gatas p/ sentado sobre os calcanhares x De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado De ajoelhado p/ semi-ajoelhado De semi-ajoelhado p/ em pé De em pé p/ sentado 32 Pensamento Plural: Revista Científica do Sem auxílio x x Com auxílio Não realiza x x x x x x x x , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele Para a idade cronológica, o paciente apresenta um atraso no seu desenvolvimento neuropsicomotor. Nos testes de equilíbrio estático, as posições com maiores dificuldades são gatas, ajoelhado, semi-ajoelhado e em pé. No equilíbrio dinâmico, também apresenta dificuldades em várias mudanças de decúbito vistas na tabela acima. Não apresenta função de engatinhar. Locomove-se arrastando-se sentado ou de ventral no chão. PACIENTE 3 - G.F.M – 6 anos Segunda Avaliação - Realizada em 01 de agosto de 2006 Tabela 11 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO Bom Em pé Sentado Dec.dorsal Dec.lateral Dec.ventral Gatas Semi-ajoelhado Ajoelhado Regular Ruim Ausente x x x x x x x x Tabela 12 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO Rolar de dec.dorsal p/ ventral Rolar de dec. Ventral p/ dorsal De ventral p/ gatas De dorsal p/ sentado De sentado p/ dec.dorsal De gatas p/ sentado sobre os calcanhares De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado De ajoelhado p/ semi-ajoelhado De semi-ajoelhado p/ em pé De em pé p/ sentado Sem Com dissociação dissociação x x x x x x x Sem auxílio x x x x x x x Com auxílio Não realiza x x x No equilíbrio estático, apenas a função de gatas melhorou. Já nos testes de equilíbrio dinâmico, houve melhoras em várias mudanças de decúbito como: de ventral p/ gatas, de dorsal p/ sentado e de sentado sobre os calcanhares p/ ajo- elhado que eram realizadas com auxílio e agora já sem auxílio. A função de engatinhar não está presente. Vale salientar que o paciente faltou em 20% das terapias, devido a visitas freqüentes à AACD, afim de programar cirurgia de alongamento de tendão calcanear. PACIENTE 4 – M.H.S – 10 anos Primeira Avaliação - realizada em 30 de setembro de 2005. Tabela 13 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO Bom Em pé Sentado Dec.dorsal Dec.lateral Dec.ventral Gatas Semi-ajoelhado Ajoelhado Regular Ruim Ausente x x x x x x x x Obs.: o paciente ficou semi-ajoelhado com auxílio do fisioterapeuta. Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 33 ANDRADE, M. C. P., AUGUSTO, V. Tabela 14 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO Rolar de dec.dorsal p/ ventral Rolar de dec. Ventral p/ dorsal De ventral p/ gatas De dorsal p/ sentado De sentado p/ dec.dorsal De gatas p/ sentado sobre os calcanhares De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado De ajoelhado p/ semi-ajoelhado De semi-ajoelhado p/ em pé De em pé p/ sentado Sem Com dissociação dissociação x x x x x x Sem auxílio x x x x x x Com auxílio Não realiza x x x x Obs.: o paciente fica de ajoelhado para semi-ajoelhado com auxílio do fisioterapeuta. O paciente já possuía encurtamentos em musculatura anterior e posterior de membros inferiores, que contribuem para as maiores dificuldades de equilíbrio tanto estático quanto dinâmico. Pela idade cronológica, há um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.Não realiza o engatinhar. Locomove-se independente com cadeira de rodas. Paciente 4 – M.H.S – 11 anos Segunda Avaliação - realizada em 30 de setembro de 2006. Tabela 15 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO Bom Em pé Sentado Dec.dorsal Dec.lateral Dec.ventral Gatas Semi-ajoelhado Ajoelhado Regular Ruim Ausente x x x x x x x x Obs.: o paciente tem dificuldades na posição de gatas em três apoios. Tabela 16 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO Rolar de dec.dorsal p/ ventral Rolar de dec. Ventral p/ dorsal De ventral p/ gatas De dorsal p/ sentado De sentado p/ dec.dorsal De gatas p/ sentado sobre os calcanhares De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado De ajoelhado p/ semi-ajoelhado De semi-ajoelhado p/ em pé De em pé p/ sentado Sem Com dissociação dissociação x x x x x x x Melhorou em alguns testes de equilíbrio estático como na posição ajoelhada que era ruim e agora está regular. No equilíbrio dinâmico, melhorou de sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado que não realizava e agora realiza 34 Sem auxílio x x x x x x Com auxílio Não realiza x x x x com auxílio. Mas de ajoelhado p/ semi-ajoelhado realizava com auxílio e nesta avaliação posterior não realizou. Não realiza o engatinhar. Continua com os encurtamentos musculares. Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele 5. CONCLUSÕES Referências (1) O estudo integra o Programa de Apoio à Pesquisa Científica (PAPEC), patrocinado pelo UNIFAE Notes Notas Como conclusão final e estudo individualizado dos casos, pode-se afirmar que o tratamento fisioterapêutico e a Equoterapia mostraram evoluções, na maioria dos pacientes, quanto aos testes de equilíbrio propostos. Quanto ao tônus de cada paciente relacionado com suas funções (principalmente o engatinhar) obteve-se resultados positivos com os pacientes 1 e 2. Sugere-se que os resultados dos efeitos da Equoterapia em pacientes com Mielomeningocele sejam melhores analisados em situações onde o paciente permaneça maior tempo em tratamento. (1) The study is part of the Program in Support of the Scientific Research (PAPEC), sponsored by UNIFAE. AUGUSTO, V. Equoterapia Equoterapia: Levantamento bibliográfico sobre as principais indicações e contra-indicações do método. São Carlos: UFSCar, 1998. p. 76. Monografia para conclusão de curso. GUIMARÃES, F, L. Primeiro encontro brasileiro informativo de hippoterapia hippoterapia. Barueri: Livraria 1998. p. 2527. HEINE, B. Hippotherapy: a multisystem approach to the treatment of neuromuscular disorders. Australian Physiotherapy, vol.43, n.2, 1997. ROSENBERG, S. Neuropediatria Neuropediatria. São Paulo: Sarvier, 1992. ediatria SHEPHERD, R. Fisioterapia em PPediatria ediatria. 3 ed., São Paulo: Livraria Santos, 1996. Abstract TERRASSANI, W, J. Hippoterapia como método coadjuvante do método neuroevolutivo na paralisia cerebral. Campinas: PUCCAMP, 1992. p.134. Monografia para conclusão de curso. The objective of this research1 is to register possible clinical improvements in patients with Mielomeningocele who have being treating by Equine therapy and conventional physiotherapy. The Mielomeningocele is a type of Cystic Spina Bifida that consists of a congenital malformation due to an error in the development of the vertebral column. It affects the osteoneuromuscular system and the genitourinary system. Generally the physiotherapeutic diagnosis is paraplegia or paraparesis of inferior members. On the other hand, horse riding is being used as an alternative therapeutic resource in the treatment of motor, cognitive and social diseases. Patients with Mielomeningocele present considerable clinical improvement when the conventional therapy is associated with Equine therapy. However the number of good scientific works is practically inexistent, even so the interest about this area is increasing. As a conclusion of the study2, it can be affirmed that the physiotherapeutic and Equine therapeutic treatment had shown improvements, considering balance tests, on majority of the patients. It had positive results in two of the patients with respect to tonus related functions (crawl mainly). Key words Meilomeningocele, Equine Therapy, Balance Tests Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 35 35