Revista Pensamento Plural

Propaganda
Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na
motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele
Resumo
Mônica Cristina P. Andrade, Valéria Augusto
A pesquisa1 tem como objetivo documentar possíveis melhoras
clínicas em pacientes com mielomeningocele, que são atendidos
pela equoterapia e pela fisioterapia convencional. A
Mielomeningocele é um tipo de Espinha Bífida Cística, que consiste numa malformação congênita devida a um erro no desenvolvimento da coluna vertebral. Afeta o sistema osteoneuromuscular
e o aparelho geniturinário. O diagnóstico fisioterapêutico geralmente é a paraplegia ou paraparesia de membros inferiores. Por
outro lado, o cavalo vem sendo utilizado como recurso terapêutico
alternativo no tratamento de desordens motoras, cognitivas e sociais. Os pacientes portadores de mielomeningocele vêm apresentando considerável melhora clínica quando a terapia convencional vem acompanhada da Equoterapia. Porém o número de trabalhos científicos de qualidade é praticamente inexistente, embora o interesse nesta área tenha se mostrado relevante. Como
conclusão do estudo, pode-se afirmar que o tratamento
fisioterapêutico e a Equoterapia mostraram evoluções na maioria
dos pacientes, quanto aos testes de equilíbrio propostos. Quanto
ao tônus de cada paciente relacionado com suas funções (principalmente o engatinhar), obtiveram-se resultados positivos em dois
dos pacientes.
Autores
Mônica Cristina Paulo Andrade
Professora do Centro Universitário das
Faculdades Associadas de Ensino – FAE;
Fisioterapeuta com Mestrado em Biologia
Funcional e Molecular pelo Instituto de Biologia da Universidade Estadual de
Campinas – IB/UNICAMP.
E-mail:
[email protected]
Palavras-chave
Mielomeningocele, Equoterapia, Testes de Equilíbrio
Valéria Augusto
Professora do Centro Universitário das
Faculdades Associadas de Ensino – FAE;
Fisioterapeuta com Mestrado em Biologia
Celular e Estrutural pelo Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas
– IB/UNICAMP.
E-mail:
[email protected]
Recebido em 18/março/2007
Aprovado em 04/setembro/2007
Pensamento Plural: Revista Científica do
, São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007
28
Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele
1. Introdução
1.1 Histórico
O primeiro trabalho sobre equitação terapêutica foi publicado por Chassaigne em 1870(cf. Guimarães). Este trabalho fala
sobre conlusões a respeito da melhora no equilíbrio, postura e
controle muscular de pacientes com distúrbios neurológicos. Em
sua pesquisa, constatou que desde 1870 até 1946 nada foi publicado sobre Equitação Terapêutica. Em 1946, então, a Escandinávia
enfatizou a importância da equitação após dois surtos de poliomielite.
O uso do cavalo como terapia foi mais estimulado a partir de
1952, graças à medalha olímpica ganha por Liz Hortel, da
Escandinávia. A campeã era portadora de poliomielite e ganhou
medalha de prata em “dessage”, uma modalidade hípica. Com
todos esses dados, vê-se a importante contribuição da Escandinávia
como precursora da hippoterapia (cf.TERRASSANI,1992).
A contribuição da Noruega para a equitação terapêutica conta com a fisioterapeuta Eliset Bodter, que foi a primeira a organizar a equitação como um recurso terapêutico para crianças deficientes.
O equitador Her Dr. Hider sofreu um acidente vascular cerebral na década de 60. Apesar das limitações adquiridas, continuou a montar, sentindo melhoras sensíveis em seu quadro clínico. Então graduou-se em fisioterapia e se propôs a conhecer
melhor a ação do cavalo em portadores de problemas neurológicos, no que diz respeito aos efeitos fisiológicos.
A fisioterapeuta dinamarquesa, Ulla Harpoth, relatou em 1970
por uma carta à norte americana Senhorita Trotter acontecimentos em hippoterapia. Relatava a respeito do famoso jóckey Jurgen
Dulo, que após um acidente enquanto montava, tornou-se
paraplégico. Este organizou um torneio hípico para deficientes,
com noventa e sete participantes; sendo campeão um dinamarquês portador de mielomeningocele. Mais tarde fundou uma escola
para pessoas paraplégicas com o Dr. Dulz. A carta dizia também
sobre localidades como Inglaterra e Holanda, que se utilizavam
da equitação terapêutica.
Hoje, encontram-se espalhados vários centros de equitação
terapêutica em vários países da Europa e Estados Unidos. O
primeiro centro dos Estados Unidos estabeleceu-se em Chicago,
em 1969.
1.2 Definição de hippoterapia
“A hippoterapia é um tratamento que visa a reabilitação global e a reintegração social de pacientes portadores de deficiência física e/ou mental
através da equitação terapêutica e que se aplica a
qualquer tipo de lesão do sistema nervoso central”. (GUIMARÃES, 1998).
1.3 Indicações
Em “A Manual for Therapeutic Horseback Programs”, os
autores classificam as patologias a serem tratadas com a
equitação terapêutica como disfunções físicas (Phisical
Disabilities) e não físicas (Non - Phisical Disabilities). Esta
última consiste em pacientes que apresentam disfunções
mentais, podendo ou não estar associadas a desabilidades
puramente funcionais (HEINE, 1997).
1.4 Contra-Indicações
As contra-indicações estão mais relacionadas aos cuidados específicos com cada paciente portador de determinada
patologia do que com a patologia, contra-indicando o tratamento com a equitação terapêutica (AUGUSTO, 1998). Por
esse motivo, é imprescindível que o fisioterapeuta tenha em
Pensamento Plural: Revista Científica do
mãos o diagnóstico médico de cada paciente, para que possam ser avaliadas as limitações de cada um em particular.
Contra-indicar o tratamento depende muito do bom senso
do terapeuta, pois doenças em processo agudo, falta de sensibilidade nas nádegas e coxas, alergias, falta de cooperação
por parte do paciente, intolerância (dor ou medo) aos movimentos do cavalo e, como já mencionado, síndromes desconhecidas são algumas das situações que devem ser evitadas.
1.5 A Mielomeningocele
A Mielomeningocele é um tipo de Espinha Bífida Cística,
que consiste numa malformação congênita devida a um erro
no desenvolvimento da coluna vertebral. Não ocorre a fusão
dos arcos vertebrais, resultando em fechamento incompleto
do canal vertebral. A medula espinhal, as raízes nervosas e
as meninges podem projetar-se através da falha da coluna
vertebral. O tecido nervoso é anormal e encontra-se, às vezes, preso à superfície interna de uma das membranas e,
outras vezes, está exposto a céu aberto, quando há
mielosquise (ausência completa de fechamento do tubo
neural). A incidência geralmente ocorre entre 1 e 4 casos por
1.000 recém-nascidos vivos. O tipo e a intensidade das deficiências neurológicas e funcionais dependem da localização e da extensão da falha. A região mais freqüente da
mielomeningocele é a lombossacra, tendo como manifestações clínicas: hipotonia (paralisia flácida); diminuição da força
muscular; hipotrofia muscular; diminuição ou abolição dos reflexos tendíneos; diminuição ou abolição da sensibilidade
exteroceptiva e proprioceptiva; incontinência dos esfíncteres de
reto e bexiga; deformidades de origem paralítica e congênita;
hidrocefalia. Afeta o sitema osteoneuromuscular e o aparelho
geniturinário. O diagnóstico fisioterapêutico geralmente é a
paraplegia ou paraparesia de membros inferiores.
2. Objetivos
O objetivo deste trabalho foi analisar e documentar possíveis melhoras clínicas em pacientes com mielomeningocele,
que são atendidos pela equoterapia e pela fisioterapia convencional.
3. Materiais e métodos
3.1 Plano de trabalho
Foram realizadas avaliações em todos os participantes
do estudo, detectando-se suas principais limitações e
disfunções. Após esta, foram iniciados os atendimentos em
equoterapia, com exercícios de estimulação sensorial, de
equilíbrio, coordenação e de estímulo ao movimento passivo e voluntário.
Após seis meses de estimulação, foi avaliado o desempenho motor desses pacientes, observando-se possíveis alterações em suas funções motoras.
A avaliação desses pacientes seguiu o mesmo padrão
das avaliações realizadas no setor de Fisioterapia em Neurologia – Pediatria.
Participaram deste estudo quatro portadores de
mielomeningocele do sexo masculino, tendo idades entre 2
e 11 anos. Foram realizadas avaliações em todos os participantes do estudo, detectando suas principais limitações e
disfunções.
Foram realizadas sessões de equoterapia nas dependências do Centro de Equoterapia Macaubeiras, em São João da
Boa Vista. Este Centro já se encontra cadastrado na Associação Nacional de Equoterapia (ANDE – Brasil), entidade que
regulamenta o funcionamento e a prática dos centros filiados.
, São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007
29
ANDRADE, M. C. P., AUGUSTO, V.
4. Resultados e conclusões
Foram analisadas as avaliações iniciais (antes do tratamento) e as avaliações finais (1 ano depois do início do
tratamento) de cada paciente e comparadas entre si. Além da
ficha de avaliação utilizada, examinou-se também a função
de engatinhar, considerando ser esta uma função primordial
aos pacientes portadores de Mielomeningocele para sua locomoção, visto que não possuem movimentos e força suficientes para se manterem na postura em pé, sem auxílio.
Obteve-se os seguintes resultados:
PACIENTE 1
1- L.C.C.T – 1 ano
Primeira Avaliação - realizada em 30 de setembro de 2005.
Tabela 1 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Bom
Em pé
Sentado
Dec.dorsal
Dec.lateral
Dec.ventral
Gatas
Semi-ajoelhado
Ajoelhado
Regular
Ruim
Ausente
x
x
x
x
x
x
x
x
Obs.: o paciente ficou de gatas e ajoelhado com auxílio do fisioterapeuta.
Tabela 2 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO
Rolar de dec.dorsal p/ ventral
Rolar de dec. ventral p/ dorsal
De ventral p/ gatas
De dorsal p/ sentado
De sentado p/ dec.dorsal
De gatas p/ sentado sobre os calcanhares
De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado
De ajoelhado p/ semi-ajoelhado
De semi-ajoelhado p/ em pé
De em pé p/ sentado
Sem
Com
dissociação dissociação
x
x
Sem
auxílio
x
x
Com
auxílio
Não
realiza
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Nesta primeira avaliação, o paciente apresenta um atraso no seu desenvolvimento neuropsicomotor, para sua idade
cronológica. Isso justifica-se pelo equilíbrio estático sentado
regular e de gatas e ajoelhado ruins.
No equilíbrio dinâmico, as mudanças de decúbito de ventral para gatas e de dorsal para sentado apresentam-se
insatisfatórias, pois o paciente só as realiza com auxílio. Já
as mudanças de gatas para sentado sobre os calcanhares, de
sentado sobre os calcanhares para ajoelhado, de ajoelhado
para semi-ajoelhado, de semi-ajoelhado para em pé e de em
pé para sentado ainda estão ausentes.
A função de engatinhar também está ausente.
PACIENTE 1
1- L.C.C.T – 2 anos
Segunda avaliação - realizada em 30 de setembro de 2006
Tabela 3 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Bom
Em pé
Sentado
Dec.dorsal
Dec.lateral
Dec.ventral
Gatas
Semi-ajoelhado
Ajoelhado
30
Regular
Ruim
Ausente
x
x
x
x
x
x
Pensamento Plural: Revista Científica do
x
x
, São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007
Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele
Tabela 4 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO
Rolar de dec.dorsal p/ ventral
Rolar de dec. ventral p/ dorsal
De ventral p/ gatas
De dorsal p/ sentado
De sentado p/ dec.dorsal
De gatas p/sentadosobreos calcanhares
De sentadosobre os calcanhares p/ajoelhado
De ajoelhadop/ semi-ajoelhado
De semi-ajoelhado p/ em pé
De em pé p/ sentado
Sem
Com
dissociação dissociação
x
x
x
Sem
auxílio
x
x
x
Com
auxílio
Não
realiza
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Houve uma melhora considerável no equilíbrio estático sentado e de gatas, além da postura de semi-ajoelhado, que era
ausente e agora está presente, porém ruim.
No equilíbrio dinâmico, a mudança de sentado sobre os cal-
canhares para ajoelhado não realizava e agora realiza com auxílio. De ventral para gatas, realizava com auxílio e agora realiza
sem auxílio. Vários encurtamentos musculares instalaram-se nesse período, mas a função de engatinhar já está presente.
PACIENTE 2 – K.V.R.S. – 5 anos
Primeira Avaliação - realizada em 20 de setembro de 2005
Tabela 5 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO
.
Bom
Em pé
Sentado
Dec.dorsal
Dec.lateral
Dec.ventral
Gatas
Semi-ajoelhado
Ajoelhado
Regular
Ruim
x
Ausente
x
x
x
x
x
x
x
Obs.: o paciente ficou em pé com auxílio do fisioterapeuta.
Tabela 6 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO
Rolar de dec.dorsal p/ ventral
Rolar de dec. Ventral p/ dorsal
De ventral p/ gatas
De dorsal p/ sentado
De sentado p/ dec.dorsal
De gatas p/ sentado sobre os calcanhares
De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado
De ajoelhado p/ semi-ajoelhado
De semi-ajoelhado p/ em pé
De em pé p/ sentado
Sem
Com
dissociação dissociação
x
x
x
Com
auxílio
Não
realiza
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Para a idade cronológica, o paciente apresenta um atraso
no seu desenvolvimento neuropsicomotor. A função de
engatinhar já está presente. O paciente faz uso de órteses
em membros inferiores, que auxiliam na marcha com andador.
Pensamento Plural: Revista Científica do
Sem
auxílio
x
x
x
Nos testes de equilíbrio estático, apenas na posição
ajoelhado está regular e em pé ruim. No equilíbrio dinâmico, está com bons resultados dentro dos limites
da patologia.
, São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007
31
ANDRADE, M. C. P., AUGUSTO, V.
PACIENTE 2 – K.V.R.S. – 6 anos
Segunda Avaliação - Realizada em 17 de novembro de 2006
Tabela 7 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Bom
Em pé
Sentado
Dec.dorsal
Dec.lateral
Dec.ventral
Gatas
Semi-ajoelhado
Ajoelhado
Regular
Ruim
x
Ausente
x
x
x
x
x
x
x
Obs.: o paciente apresentou equilíbrio regular na posição semi-ajoelhado (sobre o joelho esquerdo).
Tabela 8 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO
Rolar de dec.dorsal p/ ventral
Rolar de dec. Ventral p/ dorsal
De ventral p/ gatas
De dorsal p/ sentado
De sentado p/ dec.dorsal
De gatas p/ sentado sobre os calcanhares
De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado
De ajoelhado p/ semi-ajoelhado
De semi-ajoelhado p/ em pé
De em pé p/ sentado
Sem
Com
dissociação dissociação
x
x
x
x
x
x
x
Sem
auxílio
x
x
x
x
x
x
x
Com
auxílio
Não
realiza
x
x
x
O equilíbrio estático manteve-se praticamente igual como
na primeira avaliação. Já nos testes de equilíbrio dinâmico,
houve uma melhora considerável, principalmente de dorsal
x
para sentado e de em pé para sentado.
O paciente iniciou treino de marcha com órteses e muletas
canadenses, mas ainda sem muito equilíbrio dinâmico.
PACIENTE 3
3- G.F.M – 5 anos
Primeira Avaliação - realizada em 30 de setembro de 2005.
Tabela 9 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Bom
Em pé
Sentado
Dec.dorsal
Dec.lateral
Dec.ventral
Gatas
Semi-ajoelhado
Ajoelhado
Regular
Ruim
Ausente
x
x
x
x
x
x
x
x
Tabela 10 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO:
Sem
Com
dissociação dissociação
Rolar de dec.dorsal p/ ventral
x
Rolar de dec. Ventral p/ dorsal
x
De ventral p/ gatas
De dorsal p/ sentado
De sentado p/ dec.dorsal
x
De gatas p/ sentado sobre os calcanhares
x
De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado
De ajoelhado p/ semi-ajoelhado
De semi-ajoelhado p/ em pé
De em pé p/ sentado
32
Pensamento Plural: Revista Científica do
Sem
auxílio
x
x
Com
auxílio
Não
realiza
x
x
x
x
x
x
x
x
, São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007
Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele
Para a idade cronológica, o paciente apresenta um atraso
no seu desenvolvimento neuropsicomotor. Nos testes de
equilíbrio estático, as posições com maiores dificuldades são
gatas, ajoelhado, semi-ajoelhado e em pé.
No equilíbrio dinâmico, também apresenta dificuldades
em várias mudanças de decúbito vistas na tabela acima. Não
apresenta função de engatinhar. Locomove-se arrastando-se
sentado ou de ventral no chão.
PACIENTE 3 - G.F.M – 6 anos
Segunda Avaliação - Realizada em 01 de agosto de 2006
Tabela 11 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Bom
Em pé
Sentado
Dec.dorsal
Dec.lateral
Dec.ventral
Gatas
Semi-ajoelhado
Ajoelhado
Regular
Ruim
Ausente
x
x
x
x
x
x
x
x
Tabela 12 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO
Rolar de dec.dorsal p/ ventral
Rolar de dec. Ventral p/ dorsal
De ventral p/ gatas
De dorsal p/ sentado
De sentado p/ dec.dorsal
De gatas p/ sentado sobre os calcanhares
De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado
De ajoelhado p/ semi-ajoelhado
De semi-ajoelhado p/ em pé
De em pé p/ sentado
Sem
Com
dissociação dissociação
x
x
x
x
x
x
x
Sem
auxílio
x
x
x
x
x
x
x
Com
auxílio
Não
realiza
x
x
x
No equilíbrio estático, apenas a função de gatas
melhorou.
Já nos testes de equilíbrio dinâmico, houve melhoras em
várias mudanças de decúbito como: de ventral p/ gatas, de
dorsal p/ sentado e de sentado sobre os calcanhares p/ ajo-
elhado que eram realizadas com auxílio e agora já sem auxílio. A função de engatinhar não está presente.
Vale salientar que o paciente faltou em 20% das terapias,
devido a visitas freqüentes à AACD, afim de programar cirurgia de alongamento de tendão calcanear.
PACIENTE 4 – M.H.S – 10 anos
Primeira Avaliação - realizada em 30 de setembro de 2005.
Tabela 13 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Bom
Em pé
Sentado
Dec.dorsal
Dec.lateral
Dec.ventral
Gatas
Semi-ajoelhado
Ajoelhado
Regular
Ruim
Ausente
x
x
x
x
x
x
x
x
Obs.: o paciente ficou semi-ajoelhado com auxílio do fisioterapeuta.
Pensamento Plural: Revista Científica do
, São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007
33
ANDRADE, M. C. P., AUGUSTO, V.
Tabela 14 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO
Rolar de dec.dorsal p/ ventral
Rolar de dec. Ventral p/ dorsal
De ventral p/ gatas
De dorsal p/ sentado
De sentado p/ dec.dorsal
De gatas p/ sentado sobre os calcanhares
De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado
De ajoelhado p/ semi-ajoelhado
De semi-ajoelhado p/ em pé
De em pé p/ sentado
Sem
Com
dissociação dissociação
x
x
x
x
x
x
Sem
auxílio
x
x
x
x
x
x
Com
auxílio
Não
realiza
x
x
x
x
Obs.: o paciente fica de ajoelhado para semi-ajoelhado com auxílio do fisioterapeuta.
O paciente já possuía encurtamentos em musculatura anterior e
posterior de membros inferiores, que contribuem para as maiores
dificuldades de equilíbrio tanto estático quanto dinâmico.
Pela idade cronológica, há um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.Não realiza o engatinhar. Locomove-se
independente com cadeira de rodas.
Paciente 4 – M.H.S – 11 anos
Segunda Avaliação - realizada em 30 de setembro de 2006.
Tabela 15 - EQUILÍBRIO ESTÁTICO
Bom
Em pé
Sentado
Dec.dorsal
Dec.lateral
Dec.ventral
Gatas
Semi-ajoelhado
Ajoelhado
Regular
Ruim
Ausente
x
x
x
x
x
x
x
x
Obs.: o paciente tem dificuldades na posição de gatas em três apoios.
Tabela 16 - EQUILÍBRIO DINÂMICO E DISSOCIAÇÃO
Rolar de dec.dorsal p/ ventral
Rolar de dec. Ventral p/ dorsal
De ventral p/ gatas
De dorsal p/ sentado
De sentado p/ dec.dorsal
De gatas p/ sentado sobre os calcanhares
De sentado sobre os calcanhares p/ ajoelhado
De ajoelhado p/ semi-ajoelhado
De semi-ajoelhado p/ em pé
De em pé p/ sentado
Sem
Com
dissociação dissociação
x
x
x
x
x
x
x
Melhorou em alguns testes de equilíbrio estático como
na posição ajoelhada que era ruim e agora está regular.
No equilíbrio dinâmico, melhorou de sentado sobre os
calcanhares p/ ajoelhado que não realizava e agora realiza
34
Sem
auxílio
x
x
x
x
x
x
Com
auxílio
Não
realiza
x
x
x
x
com auxílio. Mas de ajoelhado p/ semi-ajoelhado realizava
com auxílio e nesta avaliação posterior não realizou. Não
realiza o engatinhar. Continua com os encurtamentos musculares.
Pensamento Plural: Revista Científica do
, São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007
Efeitos da utilização do cavalo como recurso terapêutico na motricidade de crianças portadoras de mielomeningocele
5. CONCLUSÕES
Referências
(1) O estudo integra o Programa de Apoio à Pesquisa
Científica (PAPEC), patrocinado pelo UNIFAE
Notes
Notas
Como conclusão final e estudo individualizado dos casos,
pode-se afirmar que o tratamento fisioterapêutico e a Equoterapia
mostraram evoluções, na maioria dos pacientes, quanto aos testes de equilíbrio propostos.
Quanto ao tônus de cada paciente relacionado com suas
funções (principalmente o engatinhar) obteve-se resultados
positivos com os pacientes 1 e 2.
Sugere-se que os resultados dos efeitos da Equoterapia em
pacientes com Mielomeningocele sejam melhores analisados em
situações onde o paciente permaneça maior tempo em tratamento.
(1) The study is part of the Program in Support of
the Scientific Research (PAPEC), sponsored by
UNIFAE.
AUGUSTO, V. Equoterapia
Equoterapia: Levantamento bibliográfico sobre as principais indicações e contra-indicações do
método. São Carlos: UFSCar, 1998. p. 76. Monografia para conclusão de curso.
GUIMARÃES, F, L. Primeiro encontro brasileiro informativo de hippoterapia
hippoterapia. Barueri: Livraria 1998. p. 2527.
HEINE, B. Hippotherapy: a multisystem approach to the treatment of neuromuscular disorders. Australian
Physiotherapy, vol.43, n.2, 1997.
ROSENBERG, S. Neuropediatria
Neuropediatria. São Paulo: Sarvier, 1992.
ediatria
SHEPHERD, R. Fisioterapia em PPediatria
ediatria. 3 ed., São Paulo: Livraria Santos, 1996.
Abstract
TERRASSANI, W, J. Hippoterapia como método coadjuvante do método neuroevolutivo na paralisia
cerebral. Campinas: PUCCAMP, 1992. p.134. Monografia para conclusão de curso.
The objective of this research1 is to register possible clinical improvements in patients with Mielomeningocele who
have being treating by Equine therapy and conventional physiotherapy. The Mielomeningocele is a type of Cystic Spina
Bifida that consists of a congenital malformation due to an error in the development of the vertebral column. It affects
the osteoneuromuscular system and the genitourinary system. Generally the physiotherapeutic diagnosis is paraplegia
or paraparesis of inferior members. On the other hand, horse riding is being used as an alternative therapeutic
resource in the treatment of motor, cognitive and social diseases. Patients with Mielomeningocele present considerable
clinical improvement when the conventional therapy is associated with Equine therapy. However the number of good
scientific works is practically inexistent, even so the interest about this area is increasing. As a conclusion of the study2,
it can be affirmed that the physiotherapeutic and Equine therapeutic treatment had shown improvements, considering
balance tests, on majority of the patients. It had positive results in two of the patients with respect to tonus related
functions (crawl mainly).
Key words
Meilomeningocele, Equine Therapy, Balance Tests
Pensamento Plural: Revista Científica do
, São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007
35
35
Download