fotodermatose em carteiros: uma análise epidemiológica

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LUIZ DE ARAUJO BARBOSA
FOTODERMATOSE EM CARTEIROS: UMA
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
FORTALEZA - CEARÁ
2
2006
ESCOLA DE SAÚDE PUBLICA da Secretaria de Saúde do Estado do
Ceará
PAULO MARCELO RODRIGUES
LUIZ DE ARAUJO BARBOSA
FOTODERMATOSE EM CARTEIROS: UMA ANÁLISE
EPIDEMIOLÓGICA
Monografia submetida ao curso de Especialização
em Dermatoses de Interesse Sanitário da Escola de
Saúde Pública do Ceará, como requisito para
obtenção do grau de Especialista.
Orientador: Prof. Dr. Paulo César de Almeida
FORTALEZA - CEARÁ
2006
3
ESCOLA DE SAÚDE PUBLICA da Secretaria de Saúde do Estado do
Ceará
PAULO MARCELO RODRIGUES
Curso de Especialização em Dermatoses de Interesse Sanitário
Título do trabalho: FOTODERMATOSE EM CARTEIROS: UMA ANÁLISE
EPIDEMIOLÓGICA
Autor: LUIZ DE ARAUJO BARBOSA
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Nome e Instituição
___________________________________________
Nome e Instituição
___________________________________________
Nome e Instituição
Aprovado em:_____/______/_2006
4
Ao meu pai (IN MEMORIAN) e a minha mãe,
pelo carinho, pela dedicação e pelo exemplo
de vida,baseado no amor e na honestidade
5
AGRADECIMENTOS
À Empresa de Correios e Telégrafos –ECT/DR/CE;
Ao prof. Paulo César de Almeida, meu orientador;
À profª. Tânia Poti, coordenadora do curso de Dermatose de Interesse
Sanitário;
A Sra. Marlene Pascoal, secretária do curso;
À minha esposa Beatriz Guerra e aos meus filhos Ana Mirella, Luiz Sângelo e
Ana Lara, pela compreensão silenciosa de minha aparente ausência;
Aos pacientes;
Aos meus colegas de turma.
“Creio que não existe nada de mais extraordinário que os amigos que vamos descobrindo e
tendo pela vida afora. Eles nos completam e fica sendo uma parte de nós. Como é gostoso
falar uma linguagem parecida, onde participação, convergência, estabeleceu a possibilidade
de compreensão maior”.
Roberto Burle Marx
Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente.
Muito obrigado.
6
SUMÁRIO
Página
1. RESUMO ....................................................................................................
6
2. ABSTRACT .................................................................................................
7
3. LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS ............................................................
8
4. INTRODUÇÃO ............................................................................................
10
5. REVISÃO LITERATURA .............................................................................
14
6. OBJETIVOS ...............................................................................................
22
6.1. OBJETIVO GERAL ..............................................................................
22
6.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................
22
7. METODOLOGIA .........................................................................................
24
7.1 TIPO DE ESTUDO ...............................................................................
24
7.2 LOCAL DE ESTUDO ...........................................................................
24
7.3 O SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO –SESMT .....................
24
7.4 POPULAÇÃO ......................................................................................
25
7.5 AMOSTRA ..........................................................................................
25
7.6 COLETA DE DADOS ..........................................................................
27
8. RESULTADO E DISCUSSÃO ....................................................................
29
8.1 ANÁLISE UNIVARIADA DAS VARIÁVEIS ..........................................
29
8.2 ANÁLISE BIVARIADA DAS VARIÁVEIS .............................................
39
9. CONCLUSÕES ...........................................................................................
49
10. SUGESTÕES ............................................................................................
52
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................
57
12. ANEXOS ...................................................................................................
61
ANEXO I - CARTA AO DIRETOR REGIONAL DA ECT/DR/CE ...............
62
ANEXO II - QUESTIONÁRIO.....................................................................
63
ANEXO III - TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO ................
64
ANEXO IV - FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO
SERES HUMANOS ........................................................................................
65
7
1. RESUMO
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, estima-se que para o ano de 2006, no
Ceará, sejam descobertos 15.780 casos de câncer, dos quais 7.390 em homens e 8.390 em
mulheres. O câncer de pele é o mais comum de todos os cânceres. Em Fortaleza, devem ser
notificados 6.320 casos, dos quais 1260 de pele, sendo 540 em homens e 720 em mulheres.
Essas afecções de pele antes de se diferenciarem passam por um processo lento e gradual,
sendo responsáveis por incremento dos custos médicos da empresa, aumento do
absenteísmo e, ainda, afetam a qualidade de vida dos acometidos. Vários fatores estão
relacionados a sua etiologia, dentre os quais, além do tipo de profissão, destacam-se a
excessiva exposição ao sol, pele clara, olhos azuis ou verdes, cabelos loiros ou ruivos,
imunidade reduzida por doença ou por medicamentos, propensão a queimaduras e
sensibilidade solar, como também, os fatores genéticos. O Ceará, conhecido como Terra da
Luz, no sentido poético, é também conhecido como Terra do Sol, porque está muito próximo
à linha do Equador e, praticamente, é ensolarado o ano todo. Os carteiros são profissionais
que estão à mercê dessas intempéries, portanto, foi importante realizar uma pesquisa no
sentido de avaliar os riscos decorrentes dessa atividade profissional. O objetivo deste
trabalho foi avaliar a prevalência de fotodermatoses e os principais riscos nesta categoria
profissional, tendo os dados servido de subsídios para a implementação de um programa de
prevenção. Trata-se de um trabalho transversal e foi realizado em carteiros da Empresa de
Correios e Telégrafos – ECT/DR/CE, em Fortaleza/Ce. Utilizou-se um questionário de
perguntas fechadas e abertas. Foram selecionados, aleatoriamente, 120 carteiros,
distribuídos na cidade de Fortaleza por zona, cor e critérios estatísticos. Foram feitas
análises estatísticas e determinadas as freqüências simples das variáveis. Realizou-se a
análise bivariada, estudando-se as diferenças por meio do qui-quadrado e constatou-se que
não houve associação (p=0,366) entre as variáveis tempo de carteiros e dermatoses.
Atribuiu-se o resultado ao fato de que a maioria dos carteiros ainda é jovem e
comprovadamente as fotodermatoses surgem em maior número a partir da 5ª década de
vida. Conclui-se que cerca de 90% dos carteiros trabalham no horário de maior incidência
de RUV, porém apenas 20% demonstram está bem informados quanto aos efeitos deletíveis
dos raios ultravioleta desse horário. Portanto, chegou-se a conclusão de que esses
profissionais precisam ser amparados por medidas preventivas mais eficazes.
DESCRITORES: Transtornos de Fotossensibilidade/Etiologia; Luz Solar/Efeitos
Adversos; Raios Ultravioleta/Efeitos Adversos.
8
2. SUMMARY
According to National Institute of the Cancer in the Ceará, is esteem that for the year
of 2006 15,780 cases of cancer are discovered, of which 7,390 in men and 8,390 in women.
The skin cancer is the most common of all cancers. In Fortaleza, 6,320 cases of which must
be notified 1260 of skin being 540 in men and 720 in women. These affections of skin before
if differentiating pass for a slow and gradual process. They are responsible for the increment
of the medical costs of the company, increase of the absenteeism and at last, it affects the
quality life of the attacked ones. Some factors are pointed with respect to its etiology and
among them beyond the profession, extreme exposition to the sun, clear skin, blue or green
eyes, blond or red-haired hair are distinguished it, reduced immunity, for illness or medicines,
propensity the burnings and solar sensitivity beyond the genetic factors. The Ceará, known
as Land of the Light, in the poetical direction, also is known as Land of the Sun, why he is
very next to the line to the equator and is practically is sunny the year all. The mailmen are
professionals who are at the mercy of these facts of the nature, therefore, it was important to
carry through a research in the direction to evaluate its risks. The objective of this work was
to evaluate the prevalence of fotodermatoses and the main risks in this professional category,
serving with the data in hands of subsidies for the implementation of a program come back
toward its prevention. One is about a transversal work and was carried through in mailmen of
the Company of Post offices and Telegraphs - ECT/DR/CE, in Fortaleza/Ce. A questionnaire
of closed and opened questions was used. They had been selected to 120 mailmen the
perhaps distributed in the city of Fortaleza for zone, color statistical criteria.
Analyses
statistical and determined the simple frequencies of the 0 variable had been carried through.
It was become fulfilled bivaried analysis, studying the differences by means of the qui-square
and was evidenced that it did not have association (p=0,366) you enter the variables time of
mailmen and dermatosis. The result was attributed that to the majority of the young mailmen
still is e that if knows that fotodermatoses appears in bigger number from 5° decade of life. It
follows that approximately 90% of mailmen works in the sun at the time of major incidence of
RVA, however only 20% show to know adequate information about malevolent effects of the
sun in that time. Thus is evident that these professionals need to be supported by of more
efficient writs of prevention. DESCRIBERS: Upheavals of Photosensitivity/Etiology; Light
Solar/ Adverse Effects; Ultraviolet rays / Adverse Effects.
9
3. LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS
PÁGINA
GRÁFICO 1 - NÚMERO DE CARTEIROS POR REGIÃO, FORTALEZA/CE,
JUNHO/05
27
GRÁFICO 2 - DISTRIBUIÇÃO DO N° DE CARTEIROS POR FAI XA ETÁRIA,
FORTALEZA,CE, JUNHO/05
GRÁFICO 3 - DISTRIBUIÇÃO POR FOTÓTIPO, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
33
37
GRÁFICO 4- DISTRIBUIÇÃO POR TRABALHO AO SOL DAS 10 ÁS 16H
FORTALEZA/CE, JUNHO/05
38
GRÁFICO 5 – DISTRIBUIÇÃO POR GRAU DE CONSCIÊNCIA REFERENTE
AOS RUV, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO POR REGIÃO, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
39
26
TABELA 2 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO CARACTERÍSTICAS,
FORTALEZA/CE, JUNHO/05
30
TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO AS VARIÁVEIS RELACIONADAS
ÀS DERMATOSES,
FORTALEZA/CE, JUNHO/05
34
TABELA 4 - DISTRIBUIÇÃO POR FOTÓTIPO E TEMPO DE SOL DAS
10 ÀS 16H, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
40
TABELA 5 – DISTRIBUIÇÃO POR ALTERAÇÃO DE PELE E TEMPO DE
SOL DAS 10 ÀS 16H, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
40
TABELA 6 – DISTRIBUIÇÃO POR ALTERAÇÃO DE PELE E TEMPO DE
CARTEIRO, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
41
TABELA 7 - DISTRIBUIÇÃO POR ALTERAÇÃO DE PELE E TEMPO DE
CARTEIRO, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
42
TABELA 8 - DISTRIBUIÇÃO POR ALTERAÇÃO DE PELE NOS ÚLTIMOS
6 MESES X FAIXA ETÁRIA, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
45
TABELA 9 - DISTRIBUIÇÃO POR ALTERAÇÃO DE PELE NOS ÚLTIMOS
6 MESES X FAIXA ETÁRIA, FORTALEZA/CE, JUNHO/05
46
TABELA 10 – DISTRIBUIÇÃO POR ALTERAÇÃO DE PELE NOS ÚLTIMOS
6 MESES X TEMPO DE SOL DAS 10 ÀS 16H, FORTALEZA/CE,
JUNHO/05
47
10
INTRODUÇÃO
11
10
4. INTRODUÇÃO
As fotodermatoses são afecções de pele relacionadas diretamente aos efeitos
da luz solar, ou mais especificamente aos raios ultravioleta A e B.
Há aproximadamente 40 tipos de doenças que são causadas ou agravadas
pela exposição solar, como doenças genéticas (xeroderma pigmentoso, albinismo),
desordens metabólicas (porfirias), doenças induzidas por drogas fototóxicas ou
fotoalergênicas, doenças fotoimunológicas, doenças degenerativas ou neoplásicas,
assim como diversos outros processos como a urticária solar e o lupus eritematoso
discóide42.
As estatísticas apontam o câncer de pele como o mais comum de todos os
cânceres, porém, sabe-se que essas afecções antes de se diferenciarem passam por
um processo lento e gradual2. Quando não corretamente prevenidas poderão ser
responsáveis pelo incremento dos custos médicos da empresa, aumento do
absenteísmo e ainda, afetarão, de modo substancial, a qualidade vida dos
acometidos e também de seus familiares 4.
Os efeitos deletérios da RUV dependem da duração e da freqüência da
exposição; da intensidade da radiação solar baseada na latitude; e da reação
baseada na constituição genética, cor e fototipo da pele 4,5,41. Para um indivíduo de
pele normal, há cinco perigos da exposição solar: 1. os efeitos agudos (queimadura
solar, fototoxicidade induzida por medicamentos); 2. os riscos em longo prazo da
exposição descontrolada e repetida, resultando no desenvolvimento de modificações
actínicas
ou
dermatohelioses
(rugas,
envelhecimento
precoce
da
pele,
adelgaçamento irregular da epiderme, telangiectasias, máculas hiperpigmentadas); 3.
o desenvolvimento de lesões pré-malignas (ceratoses solares) e malignas (carcinoma
basocelular, carcinoma espinocelular e melanomas); 4. a conseqüência do dano
fotoquímico cumulativo aos olhos desprotegidos, resultando no escurecimento das
lentes (envelhecimento da lente) e formação de catarata nuclear; 5. a alteração da
resposta imune e da função e distribuição dos componentes do sistema imunológico,
causando uma incompetência imune seletiva42.
12
O Brasil é um país tropical, onde os níveis de radiação são mais intensos, obrigando
a população a dobrar seus cuidados, mesmo tendo, em geral, uma cor de pele mais
escura, com maior resistência aos raios UVB. Esta situação tem exceções em
determinadas regiões do país, onde a enorme quantidade de praias é um agravante,
pois o brasileiro normalmente, no lazer, expõe-se em demasia.
Estima-se que cerca de 470 mil novos casos de cânceres será registrado em
2006, no Brasil, um crescimento, em média, de 5% ao ano. No Ceará, a estimativa é
a ocorrência de cerca de 15.780 novos casos, dos quais 6.270 serão de câncer de
pele, só em Fortaleza a estimativa é de 1.260 casos, sendo os homens com 540 e a
mulheres com 720 2.
O câncer é causado por alterações no DNA das células. Esses danos são
provocados pelos dois tipos mais comuns de raios solares, o ultravioleta A e o B
(UVA e UVB, respectivamente). Além de provocar o câncer, o sol, em excesso, eleva
o risco de uma série de outros problemas de saúde, como inflamações e infecções
9,38,42
.
Vários fatores estão relacionados a sua etiologia e, dentre eles, destacam-se a
excessiva exposição ao sol, pele clara, olhos azuis ou verdes, cabelos loiros ou
ruivos, imunidade reduzida por doença ou por medicamentos, propensão a
queimaduras e sensibilidade solar, além de fatores genéticos. Todas as pessoas
serão classificadas conforme fototipos, segundo os critérios de Fitzpatrick 4,5,42.
Ao surgir a idéia de realizar uma pesquisa sobre dermatose, foram
considerados alguns aspectos facilitadores como ambiente de trabalho acessível,
conhecimento do grupo em estudo, fácil acesso a prontuários, disponibilidade de um
grupo de paramédicos de apoio.
Além do cuidado de limitar o tema,
alguns parâmetros importantes foram
selecionados: o grupo de estudo escolhido teria que ser, de preferência, homogêneo
e com as mesmas características, com mesmo nível intelectual e de escolaridade.
A Empresa de Correios e Telégrafos da Diretoria Regional do Ceará –
ECT/DR/CE, local de trabalho do pesquisador, foi escolhida por atender a todas as
exigências supracitadas, tendo sido selecionada a categoria dos carteiros por
apresentar todas essas peculiaridades, pois é uma categoria profissional de boa
escolaridade, tendo todos o 2° grau e alguns até o curso superior, portanto, capazes
de absorver informações gerais e de saúde.
13
No dia-a-dia estão à mercê das intempéries solares, formam um grupo de risco já
bem conhecido na literatura, portanto, mais vulnerável a dermatoses a curto, médio
e, principalmente, em longo prazo.
Este trabalho é também fruto de nossa preocupação e do comprometimento
com os programas de prevenção da ECT, que têm como metas principais a
prevenção e promoção da saúde do trabalhador, com a conseqüente melhoria da
diminuição dos custos médicos, controle do absenteísmo e, ainda, a melhoria da
qualidade de vida de seus empregados e familiares.
Na prática, o que se observa, em geral, no Brasil é a falta de dados
estatísticos precisos, o que dificulta a informação para planejamento. A maioria das
empresas brasileiras de médio e grande porte que cumprem a legislação trabalhista,
com a implantação do Serviço Especial em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho (SESMT) não tem informações mais detalhadas
sobre seus
empregados, ou seja, dados estatísticos atualizados, que por sua vez prejudicam ou
até inviabilizam os programas de saúde, pondo em risco a saúde do trabalhador 46.
Questões importantes como: o custo x benefício dos programas de saúde são
compensadores? Os empregados estão conscientes de que eles próprios são os
principais responsáveis pela sua saúde? Têm consciência da importância do uso de
Equipamentos de Proteção Individual – EPI para salvaguardar a saúde? Como fazer
um programa de prevenção de dermatoses sem conhecer os grupos de risco? E o
que fazer para prevenir
essas dermatoses? Quanto ao absenteísmo, em que
percentual as fotodermatoses são responsáveis? Quais as principais dificuldades
encontradas? Todas essas questões e muitas outras não citadas são importantes de
serem conhecidas e analisadas.
Nesta pesquisa, evitou-se a análise pormenorizada de determinados detalhes
por se tratar da abordagem de um tema amplo que envolve muitas variáveis, como
por exemplo, não se aprofundou a análise da exposição ao sol nas horas de lazer
nem foi feita qualquer pergunta com a finalidade de conhecer o passado de
exposição ao sol desde tenra idade, porque tais indagações fogem aos propósitos
deste estudo.
14
REVISÃO DE LITERATURA
1415
5. REVISÃO DE LITERATURA
A pele é o maior órgão do corpo humano, corresponde a 16% da área corporal
3,5
.
As três camadas da pele são sensíveis aos RUV, que fazem parte da luz solar.
Os raios UV podem provocar reações tardias, devido ao efeito cumulativo da
radiação durante a vida, causando envelhecimento cutâneo e alterações celulares
que, através de mutações genéticas, predispõem ao câncer de pele quem se expõe a
eles em horários de alta incidência, continuamente e ao longo de muitos anos. Os
raios UV-A contribuem para o início ou piora das doenças ocasionadas pelo sol e são
responsáveis pelo fotoenvelhecimento (aparecimento de manchas e rugas) e seus
efeitos são cumulativos 2,4,5,42.
A radiação ultravioleta natural proveniente do sol é o maior agente causador
de câncer, e nas pessoas de pele branca, cabelos claros também há aumento dessa
incidência.
A penetração da radiação vai depender também de fatores individuais,
como a raça, as regiões do corpo afetadas, a cor e outros. A espessura da camada
córnea representa outro fator muito importante e explica o comportamento da pele da
planta dos pés e da palma das mãos em relação à radiação solar 5,7,12,42.
O trabalho sob o sol é uma rotina comum nas atividades agrícolas, pesqueiras,
florestais, de construções, da pecuária, dos carteiros e muitas outras.
O desconforto térmico em ambientes quentes é responsável pela perda de:
produtividade, motivação, velocidade, precisão, continuidade e o conseqüente
aumento da incidência de acidentes e doenças. Outros fatores de risco como pele
clara, olhos azuis ou verdes, cabelos loiros ou ruivos, tempo de exposição ao sol,
imunidade reduzida por doença ou por medicamentos, propensão a queimaduras e
sensibilidade solar, além dos fatores genéticos são importantes e devem ser
pesquisados.1,6,7,42
Observa-se na literatura mundial que as variáveis: sexo, idade, tempo de
profissão, cor da pele, tempo de exposição diária, uso de protetor solar, história
familiar positiva, nível de escolaridade e renda são apontadas como os principais
fatores de risco de fotodermatoses. O risco para lesões cutâneas pré-malignas e
16
malignas foi comprovado que é diretamente proporcional à idade, portanto, a pessoa
de idade mais avançada aumenta a probabilidade42.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o câncer mais freqüente é o de
pele, como já citado na introdução deste trabalho, correspondendo a cerca de 30%
de todos os tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas. Segundo
dados do Registro Nacional de Patologia Tumoral e Diagnósticos de Câncer do
Ministério da Saúde, são lesões habitualmente de fácil diagnóstico, que pode ser
feito, na maioria dos casos, apenas com exame físico, dispensando a necessidade
de exames sofisticados e, quando diagnosticadas e operadas precocemente,
possuem índices de cura acima de 95%. 2
Estatísticas dos Estados Unidos da América mostram que surge cerca de 1
milhão de casos-novos, anualmente, de todos os tipos de câncer de pele, sendo
40.000 casos de melanoma cutâneo, tipo mais sério de câncer de pele .13,18,19,21
O Estado do Ceará tem um dos maiores índices de câncer de pele do Brasil2.
Há uma relação importante entre diversas dermatoses e a exposição aos raios
solares, sendo o câncer de pele a principal dermatose e, portanto, o principal objetivo
para se realizar um planejamento e definir estratégias de prevenção. Apesar da
baixa mortalidade, os custos devido a tratamentos e seqüelas de cirurgias são muito
altos para os sistemas de saúde. Este tipo de câncer é o mais freqüente de todos os
tipos de câncer que acometem o ser humano2,8.
O programa Nacional de Controle do Câncer de pele, no Ceará, em 2005,
revela que o sexo feminino é mais acometido, em torno de 68,7%. Chamam muita
atenção os dados estatísticos quando se detecta que os maiores índices estão
justamente na exposição ao sol sem proteção, que chegam a 81,9%3,26.
As pessoas que se expõem ao sol de forma prolongada e freqüente
constituem
o grupo de maior risco de contrair câncer de pele, principalmente as
pessoas de pele clara.1,6,12.
No Brasil, mais especificamente no Sul, devido à colonização, há o predomínio
de indivíduos de pele branca, tipos 1 e 2, por isso as taxas de carcinomas têm sido
crescentes.1,2,4.
Vários são os fatores que devem alertar os médicos e pacientes quanto à
possibilidade de um indivíduo vir a apresentar um câncer de pele:
☼ Pessoas que possuem familiares que já tiveram câncer de pele.
17
☼ Pessoas de pele clara, olhos azuis ou verdes, cabelos loiros ou ruivos.
☼ Pessoas com a imunidade reduzida por doença ou por medicamentos.
☼ Pessoas albinas ou portadoras de algumas doenças que predispõem ao
câncer de pele.
☼ Pessoas que já se expuseram ou se expõem ao sol excessivamente.
☼ Pessoas expostas prolongadamente a raios X, raios ultravioleta, arsênico
ou outros produtos químicos.
☼ Pessoas que possuem uma quantidade grande de pintas.
Um trabalho, publicado pela Academia Americana de Dermatologia, demonstra
que a exposição aos raios ultravioleta provoca sensações de prazer e bem-estar
(Revista Veja, edição 1920, 31 de agosto de 2005). No experimento, os médicos
dispunham de duas câmaras de bronzeamento artificial, mas apenas uma delas
emitia raios ultravioleta de verdade. Ao longo de algumas semanas, os pacientes
alternavam as câmaras, sem saber que uma delas era falsa. Em 92% dos casos, os
relatos de satisfação e contentamento foram associados apenas à câmara
verdadeira. "Acredita-se que os raios ultravioleta, sobretudo os do tipo B, estimulem a
produção de endorfinas, os neurotransmissores responsáveis pela sensação de bemestar e prazer", disse à VEJA o médico americano Richard Wagner, um dos autores
do estudo da Universidade do Texas. Tal achado é importante, pois poderíamos
acrescentar mais um fator de risco: o prazer causado pelas radiações ultravioleta45.
O câncer de pele é um grave problema de saúde pública devido ao aumento
em sua incidência no século XX
2,13,30,31
. Por ser um câncer que compromete
inicialmente a pele, o diagnóstico precoce pode ser feito, na maioria dos casos,
apenas com exame físico, dispensando exames sofisticados
3,4
. O diagnóstico
precoce é fundamental para o tratamento de qualquer tipo de câncer, e mais ainda
para o câncer de pele.
Existem três tipos básicos que são responsáveis por mais de 95% de todos os
casos de câncer de pele. São eles: o Carcinoma Basocelular (CBC), é o tipo mais
comum de câncer de pele, correspondendo a cerca de 80% de todos os casos deste
tipo de câncer. Pacientes com CBC na sua evolução, freqüentemente, desenvolvem
outros tumores durante o período de acompanhamento. Em um artigo publicado
recentemente na revista Journal of the American Academy of Dermatology
44
, os
autores elucidaram os efeitos relativos do padrão de exposição da radiação
18
ultravioleta e o sítio e tipo histológico do primeiro tumor sobre a taxa de aumento do
número de lesões de CBC; o Carcinoma Espinocelular (CEC), segundo tipo mais
freqüente de câncer de pele; e o Melanoma Cutâneo, que entre os três tipos de
câncer de pele mais comuns é o menos freqüente, porém é aquele que apresenta as
conseqüências mais devastadoras 8,19,21,26.
É um fato, registrado por medidas em vários locais do mundo, que a camada
de ozônio devido à excessiva poluição em conseqüência do desastroso caminho
seguido pela humanidade, que optou pelo desenvolvimento a todo custo, está
diminuindo numa taxa média anual de 4% por década, segundo os cientistas 41.
Como a camada é o único filtro natural protetor contra a radiação UVB, caso
não se opte por outro modelo de crescimento, prevê-se um aumento do buraco na
camada nos próximos anos. A radiação UVB está sendo monitorada em todo o
mundo, inclusive no Brasil, pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial - INPE.
Ainda não há evidências concretas do aumento do UVB nos últimos anos. O índice
de UVB é um número, numa escala de 0 a 16, que indica a intensidade do sol num
determinado instante ou num determinado dia (valor máximo)26,32.
Evidências indicam que a pele humana pode sofrer danos severos quando
exposta à radiação UVB natural do sol. Os efeitos mais citados na literatura são os
cânceres de pele e a supressão do sistema imunológico. A supressão da capacidade
imunológica enfraquece o sistema de defesa contra o câncer de pele e debilita a
defesa contra doenças infecciosas42.
A radiação solar mais conhecida é a faixa visível, mas duas outras faixas
importantes são a do ultravioleta e a do infravermelho. A faixa do ultravioleta é
subdividida em 3: UVA (entre 400 e 320 nm), UV-B (entre 320 e 280 nm) e a UV-C
(entre 280 e 100)44.
As radiações UVB são determinadas, no Brasil, pelo INPE, e tem base numa
rede de medidores de radiação UVB espalhados no Brasil de modo a cobrir o país de
maneira adequada.2,26
Nas últimas décadas, ampliou-se o conhecimento referente à etiologia do
câncer de pele e identificou-se a radiação ultravioleta como um dos principais
agentes envolvidos. A maior fonte natural de radiação ultravioleta é o sol, ao qual a
pele está em constante exposição, seja durante atividades recreativas ou de trabalho
13,15,17,18,44
.
19
Qualquer um pode ter um câncer de pele, mas ele é particularmente comum nos
grupos citados anteriormente. Além de profissionais que, constantemente, expõemse ao sol, como aquelas ocupações anteriormente citadas, o câncer de pele parece
ter um componente hereditário, e a exposição a certos produtos químicos como os
arsênicos podem, também, causar câncer4,42.
O buraco na camada de ozônio, que é um fenômeno da Antártica, cresceu de
2 milhões de km2, em 1980 para 23 milhões de km2, em 1999. Mas, acredita-se que,
para o bem de todos, não vai aumentar muito mais do que isto, ou seja, o tamanho
está saturado.13,41,44
A intensidade da radiação UVA que chega até a camada basal da epiderme é
700 vezes maior que a radiação UVB. Isso significa que em condições normais de
exposição
ao
sol,
a
radiação
UVA
é
tão
mutagênica,
carcinogênica
e
imunossupressora quanto a UVB.
As células normais da pele crescem, dividem-se e são substituídas. Isto
mantém a pele saudável. Os raios solares danificam estas células da pele,
provocando rugas prematuras, câncer e outros problemas de pele. Ficar
habitualmente sob o sol, mesmo se não se queimar, pode causar dermatoses
relacionadas ao sol, culminando, em longo prazo, com o câncer de pele.4.
O bronzeamento é a tentativa do corpo de se proteger dos prejudiciais raios
quanto à radiação UVB. A maioria dos cânceres de pele ocorre em áreas do corpo
expostas repetidamente ao sol. Essas áreas incluem a cabeça, pescoço, face, terço
superior da orelha, mãos, antebraço, ombros, dorso, tórax do homem e dorso e
pernas em mulheres.
A prevenção do câncer de pele, no adolescente e no adulto jovem, é
importante, pois se estima que nessa faixa etária os indivíduos permanecem grande
parte do tempo ao ar livre.14,23,24.
Os dados da literatura demonstram que 50% dos adolescentes bronzeiam-se
intencionalmente
13
, poucos aplicam o filtro solar ou usam chapéu e camisa, ficando
assim expostos, excessivamente, à radiação durante o verão. Esse fato é importante
porque o dano da pele induzido pelo sol é cumulativo e o câncer se desenvolverá
quando o limite deste dano for atingido.22,23,24.
O uso de filtro solar é uma boa medida
20,32,33,34
para reduzir a quantidade de
radiação ultravioleta e queimadura solar, mas também são necessários outros meios
físicos de fotoproteção e o cuidado com relação ao horário de exposição ao sol para
20
diminuir a incidência de câncer de pele.26,35 A identificação do indivíduo de alto risco é
importante para o desenvolvimento de esforços de prevenção eficiente. 16,18,21,22,28 .
Populações de pele alva que se queimam facilmente, ao invés de se
bronzearem, correm grandes riscos comparados àquelas de pigmentação escura. Há
também um aumento da incidência de câncer, geograficamente, quando nos
aproximamos do Equador, sugerindo que há uma grande intensidade de sol em
diferentes latitudes 20.
O filtro solar é uma arma disponível que pode ou não diminuir o risco de
câncer de pele, dependendo da maneira como se usa. As pessoas
menos
esclarecidas que acabarem ficando mais tempo expostas ao sol por acharem que
estão protegidas com os filtros solares podem até aumentar o risco de desenvolver
um câncer de pele. Existem vários filtros solares que protegem contra os raios UVB e
UVA. Deve-se escolher um filtro que proteja de ambos os raios ultravioleta. Dentre as
recomendações de uso de protetor solar, citadas ao longo deste trabalho, o alerta
vem dos especialistas, é importante ter em mente a maneira correta de passar o
protetor solar em todas as áreas que os raios de sol podem atingir, incluindo-se
orelhas, região posterior do pescoço e do couro cabeludo com pouco cabelo 29.
A Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças – CID e de
Problemas Relacionados à Saúde é a última de uma série que se iniciou em 1893
como a Classificação de Bertillon ou Lista Internacional de Causas de Morte.
Conseqüentemente, como a observação da Décima Revisão mostrará, foi mantida a
tradicional estrutura da CID, porém um esquema de código alfanumérico substituiu o
anterior que era apenas numérico. As antigas classificações suplementares de
causas externas e de fatores que exercem influências sobre o estado de saúde e de
oportunidades de contato com serviços de saúde passaram a fazer parte do corpo da
classificação 43.
O novo CID enfatiza essas afecções de exposição ocupacional: radiações
actínicas (X32: Z57.1); Outras Alterações Agudas da Pele devidas à Radiação
Ultravioleta (L56): Dermatite por Fotocontato (Dermatite de Berloque) (L56.2);
Urticária Solar (L56.3); Outras Alterações agudas Especificadas da Pele devidas à
Radiação Ultravioleta (L56.8); Outras Alterações Agudas da Pele devidas a Radiação
Ultravioleta, sem outra especificação (L56.9); Radiação Ultravioleta (W89; Z57.1);
Alterações da Pele devidas à Exposição Crônica à Radiação Não Ionizante (L57);
21
Ceratose Actínica (L57.0); Outras Alterações; Dermatite Solar; "Pele de Fazendeiro",
"Pele de Marinheiro" (L57.8); Queimadura Solar (L55).
22
OBJETIVOS
2223
6. OBJETIVOS
6.1 GERAL
Analisar as fotodermatoses relatadas em carteiros, na ECT/DR/CE, em
Fortaleza/Ce.
6.2 ESPECÍFICOS
1. Identificar as principais fotodermatoses em carteiros;
2. Determinar o grau de conhecimento e de conscientização da empresa e dos
carteiros em relação a riscos de fotodermatoses.
3. Verificar a existência de associação entre fotodermatose e as seguintes
variáveis: idade, tempo de exposição (carteiro) , fatores genéticos, ambientais e
comportamentais
24
METODOLOGIA
2425
7. METODOLOGIA
7.1 Tipo de estudo
O estudo aqui apresentado é transversal descritivo que visa avaliar causa x efeito em
um determinado tempo de modo pontual.
7.2 Local de estudo
A cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, localiza-se numa planície
na zona litorânea, entre 3º30' e 4º30'S e 38º39' WGR um pouco abaixo da linha do
Equador, numa posição nitidamente tropical entre 2º46'30'' e 7º52'15'' de latitude sul
e 37º14'54'' e 41º24'45'' de longitude ocidental, portanto, uma região caracterizada
por
clima
predominantemente equatorial e intertropical, favorecido por suave e
constante brisa vinda do mar, que proporciona uma temperatura média de 27º. As
chuvas são mais freqüentes nos meses de janeiro a julho, numa média anual de
aproximadamente 1.600mm. A cidade é ensolarada praticamente o ano inteiro.
Foi chamada, poeticamente, por José do Patrocínio de “Terra da Luz” por ter
sido o primeiro estado brasileiro a libertar os escravos, mas poder-se-ia chamá-la de
Terra da luz ou do sol no sentido estrito da palavra.
7.3 O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho – SESMT
Atendendo a Portaria 3237, de 1972, com base da recomendação n° 112 da
Organização Internacional do Trabalho - OIT, o governo determina a obrigatoriedade
de instalação dos SESMT em todas as empresas sediadas no território nacional,
dependendo do seu grau de risco e do número de funcionários.
A portaria 3214 de 1978, fundamentada no Art. 200 da CLT (com redação
dada pela Lei 6514/77) aprova as “Normas Regulamentares – NR”; essas normas se
26
constituem um guia básico para todos profissional envolvido com a saúde do
trabalhador. A NR-4 cuida especialmente do SESMT 49,50.
A ECT dispõe do SESMT, instalado na sede, sendo composto pelos seguintes
profissionais especializados: 1. De nível superior, 1 Engenheiro de Segurança do
Trabalho, 1 Médico do Trabalho, 7 Clínicos; 1 Enfermeira do Trabalho; 8 dentistas; 2.
De nível médio, 2 Técnicos de Segurança do Trabalho, 4 Auxiliares de Enfermagem
do Trabalho, equipe de apoio, incluindo estagiários.
Já a Portaria SSS n° 8/96, referente à Norma Regula mentadora n° 7 - NR-7,
obriga a elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO, por parte dos empregadores e instituições que admitam
trabalhadores, com o objetivo de promoção e prevenção da saúde do conjunto dos
seus trabalhadores49.
Esta citação é importante tendo em vista que este trabalho está relacionado
com uma categoria profissional, o carteiro.
7.4 População
Em Fortaleza, a ECT dispõe de 619 carteiros, distribuídos em 14
agências, chamadas de Centrais de Distribuição Domiciliar- CDDS, em quatro
regiões, ou seja, Região 1, CDDS: Centro, Francisco Sá, Praia Leste, Conjunto
Ceará,
Rodolfo Teófilo, Antonio Bezerra; Região 2, CDDS:
Fortaleza, Aldeota,
Aguanambi, Papicu; Região 3, CDDS: Parangaba, José Walter; Região 4, CDDS:
Messejana, Cidade dos Funcionários. Para o estudo, usamos um o cálculo de
amostragem, o estratificado, sendo calculada a amostragem por região.
7.5 Amostra
Para o cálculo do tamanho da amostra escolheu-se a variável “câncer de
pele”, com uma prevalência estimada no sexo feminino em torno de 68,7%.
Empregou-se a fórmula a seguir, para populações finitas, considerando-se um nível
de significância de 5% e um erro amostral de 11%.
27
n = t25% x P x Q x N / [e2 (N – 1 ) + T25% x P x Q]
Onde:
n é o tamanho da amostra (n=120);
t é o valor da distribuição t de Student (t5%=1,96);
P é a população de pessoas com câncer de pele(P=68,7%);
Q é a população de pessoas sem CA de pele (Q=31,3%)
N é o tamanho da população(N=619)
e é o erro amostral relativo(e=11%) ou um erro amostral absoluto de
7,5%
TABELA 1: NÚMERO DE CARTEIROS POR REGIÃO,
FORTALEZA/CE, JUNHO/05
REGIÃO
Nº DE
Nº AMOSTRADO
1
CARTEIROS
216
46
2
180
41
3
79
20
4
144
13
total
619
120
28
Região 3
144
Região 1
216
Região 4
79
Região 2
180
GRÁFICO 1: NÚMERO DE CARTEIROS POR REGIÃO
7.6. Coleta de dados
Em
dias
seguidos,
foram
realizadas
visitas
às
CDDs
escolhidas,
aleatoriamente.
Na CDD foi feita uma solicitação de apoio ao seu respectivo gerente que por
sua vez convocou todos os carteiros no seu próprio local de trabalho. Finalizada a
apresentação, seguiu-se uma explanação geral do tema abordado e foi entregue a
cada carteiro o questionário (anexo II). Em poucos minutos o mesmo foi respondido e
recolhido. O questionário era composto de questões gerais demográficas (cor da
pele, cor dos olhos, cor dos cabelos, sensibilidade da pele ao sol e idade); hábitos de
vida em geral (tempo de exposição ao sol no trabalho e questões específicas
referentes ao surgimento de lesões de pele nos últimos seis meses).
Ainda na ocasião foi respondido também o termo de consentimento
esclarecido pelos carteiros de acordo com o cálculo de amostragem já mencionado.
Após coleta dos dados foi feita uma planilha, e criado um banco de dados,
incluindo todas as variáveis necessárias para a elaboração de tabelas e gráficos,
objetivando realizar uma análise paralela às outras já realizadas na literatura mundial.
Em seguida, realizaram-se as conclusões e, finalmente, definida uma proposta
estratégica básica de prevenção, baseada nos dados apresentados.
29
RESULTADOS E DISCUSSÃO
2930
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A coleta de dados aqui apresentada provém de um questionário composto de
16 perguntas fechadas e abertas conforme descrito no capítulo anterior, elaborado
pelo pesquisador autor deste trabalho.
8.1 ANÁLISE UNIVARIADA DAS VARIÁVEIS:
Os resultados finais da coleta encontram-se nas tabelas 2 e 3 para análise
univariada das variáveis e apresentam-se em tabelas e/ou gráficos. Para as variáveis
relacionadas com a idade e tempo de carteiro foram calculadas as médias e desviospadrão.
Para analisar as associações entre variáveis, foi feita uma análise bivariada e
empregados os testes não paramétricos de Fisher, Qui-Quadrado e de FisherFreeman-Halton. Para todos os testes estatísticos fixou-se o nível de significância de
5%.
A tabela número 2 representa a descrição das variáveis demográficas e
comportamentais. No resultado obtido na pesquisa, verifica-se um pequeno
percentual (7,6%) de carteiros com mais de 50 anos, porém cerca de 80% com
menos de 13 anos de profissão. Tal achado é importante para a análise e conclusão
deste trabalho.
Trabalhos relacionados sobre o tema revelam que os RUV têm efeitos
cumulativos, ou seja, suas células memorizam os excessos e os abusos se tornam
visíveis à medida que o tempo passa, geralmente começam a aparecer as
conseqüências desses abusos, com maior intensidade, a partir da 5ª década de vida
4,5,23
.
Embora não seja pretensão deste trabalho fazer um estudo com crianças, mas
é importante saber que até os 18 anos de idade, o tempo de exposição solar é maior
do que no restante da vida em circunstâncias normais, chegando a proporção de
31
exposição ao sol entre crianças e adultos de 3:1, de tal forma que há o interesse de
ter cuidados especiais desde a infância e em jovens.
9,13,14, 23, 24, 42
. Esses dados são
importantes sob o ponto de vista dermatológico e de saúde ocupacional.
TABELA 2: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS SEGUNDO
CARACTERÍSTICAS, FORTALEZA, JUNHO/05
Variáveis
Idade (ano)
22-28
29-35
36-42
43-49
50-57
Tempo de carteiro (ano)
1-6
7-12
13-18
19-24
Sexo
Masculino
Feminino
Consumo de medicamentos com freqüência
Sim
Não
Tem doença de pele não relacionada ao sol
Sim
Não
Há casos de doença de pele na família (pais,
irmãos)
Sim
Não
n = 120
Nº
%
33
22
33
22
09
27,7
18,5
27,7
18,5
7,6
56
29
09
17
47,5
24,6
7,6
14,4
116 96,7
4
3,3
10 8,3
110 91,7
05 4,2
115 95,8
20
98
16,9
83,1
Foi apurado neste trabalho que cerca de 8% dos carteiros usam medicamentos de
rotina. Esses medicamentos, de uso freqüente, quase sempre são paliativos
relacionados com as viroses sazonais e doenças músculo-esqueléticas em geral.
Essas doenças atingem a categoria no dia-a-dia. Estudos enumeram várias
medicações sistêmicas conhecidas que podem aumentar a suscetibilidade aos RUV.
Isso pode ocorrer com o uso de antibióticos orais, anti-hipertensivos,
agentes
imunosupressores, anti-inflamatórios não-esteroidais e outros agentes, incluindo um
grande número de medicações tópicas e químicos industriais. Estes incluem os
32
psoralens
tópicos,
tretinoína,
e
outros
agentes
despigmentantes
e
fotossensibilizantes. Alguns óleos essenciais (bergamota, lima, baunilha, etc) podem
causar fotoalergia. Reações de fotossensibilidade parecem ser mais prevalentes em
grupos de pacientes mais idosos. Uma apresentação semelhante à pseudoporfiria
pode ocorrer em áreas expostas ao sol, em pacientes recebendo naproxen ou
furosemide. Diuréticos tiazídicos e agentes hipoglicemiantes que têm como base as
sulfonamidas podem causar fotossensibilidade.
E ainda, a utilização de certos medicamentos, como o ácido acetil-salicílico,
em combinação com o protetor solar e o sol podem provocar reações alérgicas 5,42.
No caso do idoso sintomático, na anamnese de rotina, deve-se sempre
questionar sobre a ingestão de drogas, tendo em vista o esquecimento natural dos
mesmos42, a fim de prevenir problemas associados à medicação.
No questionário aplicado não se perguntou especificamente a droga em uso,
embora se tenha deixado um espaço livre para quem quisesse citar e alguns até
citaram o nome de drogas em uso. Vale ressaltar que não foi objetivo desse estudo
aprofundar esse item e sim apenas chamar atenção para esse fato e incentivar a
realização de outros trabalhos relacionados com o tema.
Observa-se que cerca de 4% dos carteiros pesquisados já têm uma dermatose
diagnosticada que não é relacionada ao sol assim como doenças de pele na família,
que chega a cerca de 20%. Trabalhos demonstram que a constituição genética está
incluída no rol dos fatores de risco para as fotodermatoses devido à ação deletéria
das radiações RUV. 4,5,12,15
Os carteiros pertencem a uma categoria profissional de bom nível cultural em
relação à população em geral, quando se tem alguma patologia em família, por
exemplo, os mesmos, de rotina, aprazam consultas médicas com o intuito de se fazer
prevenção.
Analisando a distribuição por faixa etária, observou-se que o número do sexo
feminino é insignificante no nosso estudo. Segundo o site da Sociedade Brasileira de
Dermatologia – SBD39, 69% da população em geral não se protege contra o sol,
sendo esta maioria formada por homens já que as mulheres possuem maiores
preocupações com o envelhecimento da pele. Já outras pesquisas apontam que o
homem atual também está aderindo paulatinamente ao mesmo comportamento27.
Não se têm dados precisos referentes a absenteísmo na ECT referente a
fotodermatoses e até mesmo uma previsão que poderá se concretizar com o passar
33
do tempo, porém é consenso geral que o impacto econômico para as empresas,
para a Previdência e para o país devido às doenças ocupacionais é elevado, o que
implica em custos exorbitantes.
O mundo globalizado exige das empresas maior eficiência, como forma
também de aumentar a produtividade e os lucros que poderão se reverter em
benefício para a própria categoria trabalhadora. É, portanto, mais do que necessário
se investir em prevenção. O velho Henry Ford, já dizia em 1910: “O lucro de minha
empresa se inicia no departamento médico” 46.
A empresa necessita conhecer mais a relação de gastos custo x benefício, de
maneira mais científica e menos empírica. Acredito que este trabalho possa contribuir
para amenizar essas desinformações e até incentivar a realização de outros
trabalhos. Temos a convicção de que somente com dados estatísticos em mãos terse-ão condições de planejar, cortar gastos supérfluos, conhecer pontos fracos, enfim
aplicar de maneira correta o manual que rege os princípios básicos de uma boa
administração.
Recentemente, a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados aprovou o
projeto de lei nº 1.008/03, de autoria da deputada Angela Guadagnin (PT-SP)25, que
estabelece que o câncer de pele possa ser enquadrado como doença relacionada ao
trabalho se for resultante da exposição permanente do trabalhador a radiação solar a
céu aberto.
O projeto prevê ainda que seja pago um adicional de 20% sobre a
remuneração aos trabalhadores submetidos a essa condição de trabalho. Para a
deputada, os trabalhadores rurais e urbanos afetados pelas doenças de pele devem
ter a garantia do gozo dos benefícios previdenciários que socorrem os trabalhadores
acometidos de outras doenças consideradas como profissionais ou ocupacionais. “O
adicional de insalubridade seria um fator para obrigar os empregadores a fornecer
instrumentos de proteção aos trabalhadores, como o filtro solar, por exemplo, afirmou
Ângela, Comissão de Seguridade Social”. Informes PT. (Câmara dos Deputados).
34
7,6%
>50a
46,2%
22 a 35a
46,2%
35 a 49a
GRÁFICO 2: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR FAIXA ETÁRIA,
FORTALEZA, JUNHO/05
TABELA 3 : DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS SEGUNDO AS
VARIÁVEIS RELACIONADAS ÀS DERMATOSES, FORTALEZA, JUNHO/05
Variáveis
FOTOTIPO
1. Pele branca-clara , olhos azuis, cabelos louros, sardento
2. Pele branca-clara, olhos verdes ou claros, cabelos louros ou ruivos
Nº
%
3
23
2,5
19,3
35
3. Pele morena-clara, olhos castanhos
4. Pele morena-escura, cabelos castanhos escuros, olhos escuros
5 Pele parda, mulato, morenas quase negras, cabelo preto, olhos pretos
6. Pele preta (negra)
Sensibilidade da pele relacionada com a exposição ao sol
Sim
Não
Apresenta alterações de pele relacionadas com a exposição ao sol nos últimos 6 meses
1. Ferimentos que não cicatrizem
2. Pintas (manchas brancas) e/ou Eritemas (pele fica vermelha)
3. Manchas escuras e/ou pigmentação de pele, pele bronzeia
4. Sinais ou Verrugas que crescem ou mudam de cor
5. Coceiras, secura, descamação, irritações de pele
6. Outras (bolhas, placas vermelhas,etc.)
Horas totais de trabalho ao sol das 10 às 16 h
Até 3
3,1 a 4
4,1 a 6
Horas que acha que o sol não é prejudicial
Não sabe
Tem noção
Está bem informado
Importância do uso do protetor solar
Evita CA de pele
Protege a pele de outras dermatoses
Não sabe
No lazer número de exposição ao sol das 10 às 16h durante o mês
Nenhuma
1-3
4-6
7-8
Não respondeu
67
20
6
1
56,3
16,8
4,8
0,2
54
63
46,2
53,8
2
19
18
7
24
8
2,5
24,3
23
8,9
30,7
10,2
14
60
39
12,4
53,1
34,5
51
50
19
42,5
41,6
15,8
109
31
2
76,7
21,8
1,4
29
44
20
7
20
24,1
36,6
16,6
5,8
16,6
n=120
A tabela 3 apresenta distribuição das características dermatológicas da amostra e de
exposição ao sol. A maioria da amostra era constituída por pessoas de pele do tipo 1,
2 e 3 , cerca de 80% portanto, correspondendo aos fototipos de maior risco a
fotodermatoses. Sendo que os tipos 1 e 6, de maior e menor risco, respectivamente,
foram insignificantes.
Trabalhos comprovam que as pessoas que se expõem ao sol de forma
prolongada e freqüente, constituem o grupo de maior risco de contrair câncer de pele,
principalmente as pessoas de pele clara. As recomendações são consenso geral:
maiores cuidados deveriam ser tomados quando a pele for clara, se tiverem sardas,
se tiver erupções no malar ou estiver tomando medicação que aumente a
sensibilidade ao ultravioleta como abordado anteriormente.4,5,9,15,16,42.
36
Sabe-se, também, que as exposições moderadas ao sol, ou seja, nas
primeiras horas da manhã e nas últimas horas da tarde, é uma prática saudável,
porque ativam a circulação sanguínea periférica e possibilitam e incrementam a
síntese de vitamina D na pele42 . Os carteiros praticamente não se expõem ao sol
nestes horários.
Já os abusos, que sejam intencionais ou não, principalmente no período em
torno do meio dia, podem causar danos a curto e em longo prazo. A variável
exposição ao sol foi o destaque deste trabalho, em contrapartida o quesito
relacionado à exposição ao sol em horas de lazer apenas foi citado, ficando em
segundo plano, pois foge ao objetivo deste, embora segundo trabalhos haja
associação entre fatores econômicos em decorrência do tipo de trabalho ou dos
hábitos de lazer 4, 42,45.
Quanto ao item sensibilidade da pele com a exposição ao sol, observa-se que
46,2% dos carteiros apresentam alterações de pele relacionadas com essa
exposição nos últimos seis meses. Os efeitos agudos mais encontrados foram pintas
brancas, eritemas, coceiras, securas, descamação e irritações da pele.
No Ceará, praticamente é ensolarado o ano todo, há dois períodos, ou seja,
duas estações meteorológicas, uma de chuva e outra de estiagem, de tal forma que
não há limites bem definidos entre elas como acontece em outras regiões do planeta
como, por exemplo, no nosso país, o sul do Brasil 3.
Os habitantes desse Estado, mais especificamente na área litorânea, no caso
Fortaleza, local deste estudo, o organismo humano transpira mais que em outros
lugares menos quentes para equilibrar a temperatura interna e o excesso de
transpiração, que quando excessiva pode causar desidratação e outras implicações
associadas. Além disso, a exposição da cabeça, junto com outras partes do corpo,
sem proteção pode levar a um sério quadro de insolação. O resultado é o aumento
de dermatoses ou fotodermatoses mais especificamente, gerando a doença e o
absenteísmo crescente nas empresas em geral, com suas conseqüências
econômicas 46, 47.
Voltando-se para uma análise psicológica superficial dos profissionais que
fazem a maior parte de seu trabalho externo, na rua, em horários não favoráveis,
supõe-se que quando acometidos com essas afecções, que podem levar a estigma,
abalar a auto-estima, causar constrangimentos e culminar com importantes
alterações de comportamento, que variam de agressividade até timidez excessiva, e
37
também desencadear depressão. Tais mudanças comportamentais, talvez, seja mais
um fator para insatisfação no trabalho, aumento das despesas médicas e
absenteísmo. Profundo é o pensamento do escritor francês Paul Valéry, “o que há de
mais profundo no ser humano...é a sua pele”.
Observa-se que a maioria dos carteiros (87,6%) trabalha ao sol no horário de
maior incidência de RUV, ou seja, no horário das 9 às 16h. Portanto, neste horário a
pele deve ser protegida dos efeitos nocivos desta radiação. Como os protetores
solares não oferecem 100% de proteção, outras precauções devem ser tomadas
também como uso de bonés e roupas apropriadas que contribuem para que se
chegue perto do ideal 42-44.
A ECT disponibiliza a todos os carteiros além do filtro solar, bonés vazados,
que permitem melhor a ventilação. Segundo pesquisa da própria empresa, publicada
no jornal Correios do Brasil número 62, 90% dos carteiros usam bonés. Chapéus
também seria uma opção para atender as peculiaridades regionais e dar maior
proteção ao rosto e ao pescoço. A camisa unissex é confeccionada de malha fina
podendo ser de manga curta ou longa. O mesmo jornal, número 68, traz a novidade
de que gradativamente os óculos passarão a fazer rotina dos empregados com
atividades externas31.
Quanto à consciência coletiva, apenas cerca de 20% dos carteiros está bem
informado com relação ao horário de maior incidência de RUV, mas por outro lado
quase a totalidade cerca de 100% está consciente da importância do protetor solar.
O filtro solar aprovado pelos Correios tem fator de proteção n° 25, acima do
mínimo recomendado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, o n° 15. Ele é
fornecido em bombonas de quatro litros aos CDDS espalhados pela cidade com mais
de cinco carteiros ou em frascos individuais para unidades menores. Para efeito de
esclarecimento é definido Fator de Proteção Solar (FPS) como sendo a dose mínima
eritematosa na pele protegida dividida pela dose mínima eritematosa na pele não
protegida 35,41,48.
38
2,5% Tipo
19% Tipo
56% Tipo
17% Tipo
5% Tipo
GRÁFICO
3:
DISTRIBUIÇÃO
DO
NÚMERO
DE
1
2
3
4
5
CARTEIROS
POR
FOTOTIPO, FORTALEZA, JUNHO/05
Mas o que chamou a atenção no período desta pesquisa é que os carteiros
não seguiam as orientações do Instituto Nacional Metrologia e Normas-INMETRO, o
qual destaca que a eficiência de um protetor solar está relacionada diretamente a sua
utilização correta 29,42.
Observou-se que os carteiros usam o protetor apenas uma vez ao dia, mais
precisamente pouco antes se saírem para o trabalho externo, e que não usam os
ditos frascos individuais quando necessário. Transpiração excessiva como foi citado
anteriormente, e natação, também já destacado em outras ocasiões, retiram os
produtos de proteção solar e, portanto, faz-se necessário renovar a aplicação. Um
protetor solar utilizado sob uma base, deve secar no mínimo 20 minutos antes de se
colocar a base, assim é recomendado29.
A classificação dos agentes protetores solares pode ser dividida em três
categorias:
1. Protetores solares químicos, que funcionam pela redução da quantidade de
UVRs que atingem o estrato córneo pela absorção da radiação danosa;
2. Protetores solares químicos que funcionam pela dispersão e reflexão dos UVRs e
da radiação visível;
3. Combinação de protetores solares contendo dois ou mais agentes
absorventes de UVR e agentes dispersores como o óxido de zinco, dióxido de titânio,
etc.
Os bloqueadores químicos possuem o ácido para-aminobenzóico (PABA) ou
seus derivados, denominados PABA ésteres (também o Amildimetil PABA, conhecido
como Padimate-A e Escalol 506 ou Octildimetil PABA, também conhecido como
39
Padimate-O ou Escalol 507), benzofenonas (oxibenzona e sulisobenzona), cinamatos
(octilmetoxicinamato e cinoxato), salicilato (homometil salicilato) e antranilatos. A
mais importante qualidade de um bloqueador químico é a capacidade de absorver
UVR. Os bloqueadores físicos contêm ingredientes in natura que não absorvem os
UVRs, seletivamente, mas quando aplicados em um filme fino, primariamente
refletem e dispersam os UVR e a radiação visível devido ao tamanho das partículas e
à espessura do filme. Estes incluem o óxido de zinco, o dióxido de titânio, o talco
(silicato de magnésio), o óxido de magnésio, caolim, óxido ferroso ou férrico, sulfato
de bário e petrolato vermelho. Os bloqueadores solares físicos são essenciais para
pacientes particularmente sensíveis à UVR assim como à radiação visível, e são
normalmente aplicados em áreas limitadas como nariz, lábios, ou orelhas 5,29,42.
até 3 h
12%
4,1 a 6h
35%
3,1 a 4h
53%
GRÁFICO
4:
DISTRIBUIÇÃO
DO
NÚMERO
DE
CARTEIROS
POR
TRABALHO AO SOL DAS 10 ÀS 16h, FORTALEZA, JUNHO/05
Tem
Noção
42%
Bem
Informado
16%
Não Sabe
42%
GRÁFICO 5 : DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR
GRAU DE
CONSCIÊNCIA REFERENTES AOS RAIOS ULTRAVIOLETA, FORTALEZA,
JUNHO/05
40
8.2 ANÁLISE BIVARIADA DAS VARIÁVEIS
Os resultados da análise bivariada para as variáveis demográficas e
comportamentais estão demonstradas nas tabelas 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Todos os valores
de “p” para todas as tabelas foram maiores do que 0,05, portanto, não se encontrou
associação entre as variáveis que se cruzaram. Verifica-se que a maioria dos
carteiros, cerca de 70%, é ainda jovem com menos de 42 anos de idade e cerca de
70% tem menos de 13 anos de profissão, conforme se verifica pela média do tempo
de carteiro e da média das idades.
Os trabalhos com o tema demonstram que as dermatoses associadas à
exposição aos raios solares começam a aparecer a partir principalmente da 4ª e 5ª
década de vida 23,24.
TABELA 4: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR FOTOTIPO
E TEMPO DE SOL DAS 10 ÀS 16H, FORTALEZA, JUNHO/05
TEMPO DE SOL DAS 10 ÀS 16h
FOTOTIPO
1
TOTAL
Até 3
-
3,1 a 4
3(5,1%)
4,1 a 6
-
3(2,7%)
2
3(21,4%)
9(15,3%)
10(25,6%)
22(19,6%)
3
7(50%)
33(55,9%)
23(59%)
63(56,3%)
4
2(14,3%)
13(22%)
3(7,7%)
18(16,1%)
41
5
2(14,3%)
TOTAL
14(100%)
1(1,7%
3(7,7%)
6(5,4%)
59(100%)
39(100%)
112(100%)
P de Fisher-Freeman-Halton=0,172
TABELA 5: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR ALTERAÇÃO
DE PELE E TEMPO DE SOL DAS 10 ÀS 16H, FORTALEZA, JUNHO/05
ALTERAÇÃO
TEMPO DE SOL DAS 10 ÀS 16h
DE PELE NOS
ATÉ 3
3,1 a 4
4,1 a 6
TOTAL
ÚLTIMOS 6
MESES
SIM
7(50%)
26(44,8%) 18(47,4%) 51(46,4%)
NÃ0
7(50%)
32(55,2%) 20(52,6%) 59(53,6%)
TOTAL
14(100%) 58(100%) 38(100%) 110(100%)
X2=0,145;p=0,930
TABELA 6: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR ALTERAÇÃO
DE PELE E TEMPO DE CARTEIRO, FORTALEZA, JUNHO/05
TEMPO DE CARTEIRO EM ANOS
DERMATOSE
1-6
7-12
13-18
19-24
25-32
TOTAL
SIM
1(1,8%)
3(10,3%)
-
1(5,9%)
-
5(4,2%)
NÃ0
55(98,2%) 26(89,7%) 9(100%) 16(94,1%) 7(100%) 113(95,8%)
TOTAL
56(100%) 29(100%) 9(100%) 17(100%) 7(100%) 118(100%)
X2=4,32;p=0,366
42
As tabelas 4 e 5 são referentes aos fototipos, alterações de pele e tempo de
sol no horário das 10 às 16 horas (p=0,930). As pessoas do fototipo 1 e 2 , de pele
branca, são de maior risco a lesões cutâneas pré-malignas e malignas, em relação
aos não brancos 4,5. Rocha e cols demonstraram que idade, pessoas de pele clara e
cabelos claros, com presença de lesões de pele resultantes da exposição crônica à
luz, como elastose solar, grande números de melanoses nas mãos e outras
dermatoses, tem maior risco de desenvolver lesões cutâneas pré-malignas e
malignas, devendo esses marcadores cutâneos ser utilizados na detecção dos
grupos de risco nas campanhas de prevenção. Por exemplo, a região das cidades do
Espírito Santo tem elevada porcentagem de ocorrência de câncer de pele, pois
grande parte da população é colono de pele clara, que emigram da Europa, e seus
descendentes que se fixaram nessas cidades 4.
Observa-se que os fototipos 1, 2 e 3 representam 85% de exposição ao sol no
horário considerado de maior risco ( P=0,172 ), ou seja, maior exposição aos RUV.
Dos 120 questionários respondidos cerca de 47% dos entrevistados referem
alterações de pele nos últimos seis meses relacionados com a exposição aos raios
solares.
TABELA 7: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR ALTERAÇÃO
DE PELE E TEMPO DE CARTEIRO, FORTALEZA, JUNHO/05
ALTERAÇÃO DE PELE NOS ÚLTIMOS 6 MESES
1. Ferimentos que não cicatrizem
TEMPO DE CARTEIRO EM ANOS
1-6
7-12
13-18
19-24
TOTAL
1
-
1
-
2
9
4
1
5
19
7
8
2
1
18
2. Pintas (manchas brancas) e/ou Eritemas
(pele fica vermelha)
3. Manchas escuras e/ou pigmentação de
pele, pele bronzeia
43
4. Sinais Verrugas que crescem ou mudam de
4
2
1
-
7
10
10
5
1
24
3
4
-
1
8
34
28
10
8
78
cor
5. Coceiras, secura, descamação, irritações
de pele
6. Outras (bolhas, placas vermelhas,etc.)
TOTAL
Nas tabelas 6 e 7 observa-se
que apenas 5% dos carteiros apresentam
dermatose ao longo dos anos. Riscos para lesões cutâneas pré-malignas e malignas
são proporcionais à idade 4,5,13,42.
Observa-se, ainda, que 82,1% dos carteiros têm menos de 13 anos de profissão, os
quais apresentam cerca de 80% de todas as dermatoses mencionadas. Exposição ao
sol no trabalho não mostrou associação conforme testes acima mencionados. As
dermatoses mais apresentadas são: coceiras, secura, descamação, irritações de
pele, pintas , eritemas, manchas escuras e/ou pigmentação de pele e bronzeamento
de pele. Sabe-se que após a exposição da pele aos RUV ocorre um aparecimento de
eritema, que é denominado de dose eritematosa mínima (DEM), quando se
apresenta rosáceo e é anulado com uma pequena pressão sobre o mesmo e são
observadas entre 16 e 24 horas após a exposição à radiação ultravioleta 35. A
pigmentação da pele também influencia a sensibilidade aos RUV, sendo as peles tipo
4, 5 e 6 menos sensíveis. No organismo humano, a pele é o órgão que efetua o
maior aproveitamento desta energia radiante. A resposta cutânea à radiação solar se
caracteriza pela formação de eritema, melanogênese, incrementando o número de
queratonócitos e da espessura da camada córnea, com formação do estrato lúcido
na parte mais profunda. O eritema é o mais simples dos acidentes cutâneos
provocados pelo sol. É uma resposta normal e transitória que se deve a reações
44
originadas na camada espinhosa epidérmica e na derme quando os átomos de
energia (radiação de forma intermitente) atravessam a camada córnea 5,42.
As queimaduras da pele são causadas pelos raios ultravioleta. As zonas de
queimadura solar se apresentam com um quadro inflamatório, em que predominam o
eritema, sensação de calor acompanhada de dores.
Efeitos tardios podem ocorrer após períodos prolongados de exposição a
fontes de RUV, naturais ou sintéticas. Estes incluem um decréscimo na elasticidade
da pele, dando um aspecto de envelhecimento precoce ou o aumento de certos tipos
de catarata. O bronzeamento ocorre após um período relativamente longo
comparativamente ao eritema, este aumento da pigmentação ocorre por aumento da
produção de grânulos de pigmento e pelo espalhamento mais uniforme de grânulos
através das células epidérmicas. Outro efeito em curto prazo da exposição solar é a
recorrência de herpes simples facial-oral, conhecido como herpes labial recorrente ou
aftas 5,42.
A literatura descreve efeitos dos RUV a curto e longo prazo. Algumas
dermatoses foram citadas como demonstram as tabelas 7 e 9. Em curto prazo, o
efeito é a alteração no padrão de crescimento das células epidérmicas. Após uma
diminuição há um aumento que atinge níveis de hiperplasia na epiderme com
desprendimento de células da superfície.
Em longo prazo, o lentigo solar pode estar presente em mais de 90% dos
caucasianos acima dos 70 anos de idade. As lesões são rasas, de coloração marrom
uniforme, e são especialmente proeminentes no dorso da mão em pessoas idosas.
As máculas são usualmente maiores que 1 cm, são múltiplas, com bordos
circunscritos bem definidos.
Para efeito de ilustração serão citadas algumas dermatoses mais comuns:
A Cutis rhomboidalis nuchae: é o exemplo das mudanças profundas de textura
e pigmento no pescoço da pessoa cronicamente exposta ao sol. Sulcos rudes
aparecem em cruzamento, dividindo uma pele espessa, coriácea e rósea.
Elastose nodular com cistos e comedões: ocorre na pele exposta ao sol e é
caracterizada por amplos comedões abertos (cabeças pretas), principalmente na face
de pessoas idosas. Os orifícios foliculares são dilatados e contêm cornos densos e
impactados. As glândulas sebáceas são atróficas. Dermatoheliose é o pré-requisito
para o desenvolvimento dos comedões solares.
45
A púrpura solar ocorre freqüentemente após o trauma em peles severamente
danificadas pelo sol, no antebraço de pessoas idosas. O estresse sobre o vaso leva
rapidamente à hemorragia, que pode requerer meses até que o pigmento seja
reabsorvido.
O lago venoso, uma ectasia venosa que aparece como uma pápula macia
marrom-azulada, tipicamente no lábio inferior e em outras regiões expostas ao sol
como a hélix da orelha, a face e o pescoço.
Cicatrizes
estreladas
das
mãos
e
antebraços,
foram
chamadas
pseudocicatrizes, mas elas são cicatrizes verdadeiras causadas pelo deslizamento
da pele frágil fotodanificada.
A dermatite crônica actínica, caracterizada por erupção persistente de caráter
eczematoso, possivelmente associado a pápulas infiltradas e placas, afetando
predominantemente a pele exposta, enquanto algumas vezes pode se estender a
áreas cobertas, como eritroderma.
O xeroderma pigmentoso caracteriza-se pela degeneração crônica das áreas
da pele expostas ao sol, incluindo um elevado risco do desenvolvimento de câncer de
pele.A urticária solar é uma condição incomum na qual a radiação UV ou radiação
visível ocasiona um vergão em alguma região, ou em toda a pele exposta.
O lupus eritematoso discóide crônico é uma inflamação discóide localizada na
pele, ocorrendo mais freqüentemente em áreas expostas aos RUV. As lesões
consistem de placas, simples ou múltiplas, vermelho-escuras, bem localizadas, de 5
a 20 mm de diâmetro, ocorrendo usualmente na face (distribuição em borboleta). O
ouvido externo, o couro cabeludo e as membranas da mucosa oral podem estar
envolvidos. Há atrofia, telangectasias e tamponamento folicular. A lesão é geralmente
coberta por escamas secas, duras e aderidas.
O envelhecimento solar, devido à exposição solar excessiva não somente
pode intensificar o envelhecimento da pele, mas também pode causar sérios riscos à
saúde.
O envelhecimento solar significa alterações macro e microscópicas na pele
como conseqüência da irradiação solar crônica. A pelagra é causada pela falta de
niacina. A dermatite é precipitada pela radiação solar e freqüentemente se
assemelha à queimadura solar, mas o eritema é prolongado e usualmente seguido
de pigmentação e descamação 4,5,42.
46
TABELA 8: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR ALTERAÇÃO
DE PELE NOS ÚLTIMOS 6 MESES X FAIXA ETÁRIA, FORTALEZA, JUNHO/05
ALTERAÇÃO
FAIXA ETÁRIA
DE PELE NOS
ÚLTIMOS 6
22-28
29-35
36-42
43-49
50-57
TOTAL
MESES
SIM
19(59,4%) 9(40,9%) 17(51,5%)
5(25%)
3(33,3%) 53(45,7%)
NÃ0
13(40,6%) 13(59,1%) 16(48,5%) 15(75%) 6(66,7%) 63(54,3%)
TOTAL
32(100%) 22(100%) 33(100%) 20(100%) 9(100%) 116(100%)
Pesquisa Direta
X2=7,07;p=0,132
TABELA 9: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR ALTERAÇÃO
DE PELE NOS ÚLTIMOS 6 MESES X FAIXA ETÁRIA, FORTALEZA, JUNHO/05
FAIXA ETÁRIA EM ANOS
4350ALTERAÇÃO DE PELE NOS ÚLTIMOS 6 MESES 22-28 29-35 36-42
TOTAL
1
-
1
49
-
57
1. Ferimentos que não cicatrizem
2. Pintas (manchas brancas) e/ou Eritemas
7
4
5
1
2
19
(pele fica vermelha)
3. Manchas escuras e/ou pigmentação de
7
4
4
3
-
18
pele, pele bronzeia
4. Sinais Verrugas que crescem ou mudam de
-
-
5
2
-
7
10
6
4
4
-
24
5
2
-
1
-
8
30
16
19
11
2
78
cor
5. Coceiras, secura, descamação, irritações
2
de pele
6. Outras (bolhas, placas vermelhas,etc.)
TOTAL
P de Fisher-Freeman-Halton=0,409
47
TABELA 10: DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE CARTEIROS POR ALTERAÇÃO
DE PELE NOS ÚLTIMOS 6 MESES X TEMPO DE SOL DAS 10 ÀS 16H,
FORTALEZA, JUNHO/05
ALTERAÇÃO DE PELE NOS ULTIMOS 6 MESES
1. Ferimentos que não cicatrizem
TEMPO DE SOL DAS 10 ÀS 16 h
ATÉ 3
3,1-4
4,1-6
TOTAL
-
2
-
2
3
9
7
19
pele, pele bronzeia
1
9
8
18
4. Sinais, Verrugas que crescem ou mudam
1
2
4
7
1
9
14
24
2
3
3
8
2. Pintas (manchas brancas) e/ou Eritemas
(pele fica vermelha)
3. Manchas escuras e/ou pigmentação de
de cor
5. Coceiras, secura, descamação, irritações
de pele
6. Outras (bolhas, placas vermelhas,etc.)
48
TOTAL
8
34
36
78
Nas tabelas 8, 9 e 10, observa-se que 73,9% (p=0,132) dos carteiros estão na
faixa etária menor que 43 anos com o maior número de dermatoses, 78,2%.
Observa-se, também, que 87,6% dos carteiros passam mais de 3 horas no horário
de maior risco para RUV, apresentando cerca de 90% das dermatoses mencionadas.
Esses achados, embora em desacordo com a literatura, justificam-se pela idade dos
entrevistados, conforme já citado anteriormente.
CONCLUSÕES
49
49
9. CONCLUSÕES
Com base na amostra estudada de 120 questionários, pesquisada no mês de
junho de 2005, na ECT/DR/CE, na cidade Fortaleza, pode-se concluir que:
A freqüência de carteiros com mais de 50 anos é muito pequena (7,6%);
Cerca de 80% dos carteiros tem menos de 13 anos de profissão;
Cerca de 8% dos carteiros usa medicamentos de rotina. Esses
medicamentos, de uso freqüente, quase sempre são paliativos relacionados com as
viroses sazonais e doenças músculo-esqueléticas em geral;
Cerca de 4% já tem uma dermatose diagnosticada que não é relacionada
ao sol ;
Cerca de 20% tem dermatoses diagnosticadas na família;
O número de carteiros do sexo feminino é insignificante;
A maioria da amostra é constituída por pessoas de pele do tipo 1, 2 e 3 ,
cerca de 80%, correspondendo aos biótipos de maior risco a fotodermatoses e sendo
também os que mais se expõem ao sol;
Os percentuais dos fototipos 1 e 6, de maior e menor risco,
respectivamente, foram insignificantes;
Quanto à sensibilidade da pele, observa-se que 46,2% dos carteiros
apresentam alterações de pele relacionadas com a exposição ao sol nos últimos seis
meses. Os efeitos agudos mais comuns são: coceiras, secura, descamação,
50
irritações de pele, pintas, eritemas, manchas escuras e/ou pigmentação de pele e
bronzeamento de pele;
Verifica-se que a maioria (87,6%) trabalha ao sol no horário de maior
incidência de RUV, ou seja, no horário das 9 às 16h;
Os carteiros usam o protetor solar apenas uma vez ao dia, mais
precisamente pouco antes de saírem para o trabalho externo e não usam frascos
individuais quando necessário. Segundo pesquisa da própria empresa, publicada no
jornal Correios do Brasil, número 62, cerca de 90% dos carteiros usam bonés 31;
Quanto à consciência coletiva, apenas cerca de 20% dos carteiros
demonstra estar bem informado, com relação ao horário de maior incidência de RUV,
mas por outro lado quase a totalidade cerca de 100% acha importante o uso do
protetor solar;
No lazer, cerca de 60% se expõem ao sol no horário das 10 às 16 h;
Não houve associação (p=0,366) entre as variáveis tempo de carteiros e
dermatoses. Esse achado não está de acordo com a literatura, mas atribui-se o
resultado ao fato de que a maioria dos carteiros ainda é jovem e comprovadamente
as fotodermatoses surgem em maior número a partir da 5ª década de vida 4,5,21,42;
87,6% dos carteiros passam mais de 3 horas no horário de maior risco para
RUV, que são responsáveis por cerca de 90% das dermatoses apresentadas.
51
SUGESTÕES
52
52
10. SUGESTÕES
Este trabalho contribuiu para a prevenção de fotodermatoses, incentivando os
próprios carteiros a fazerem seus auto-exames, medida recomendada pelo comitê de
prevenção de câncer da Sociedade Brasileira de Dermatologia 39;
Acredita-se que este trabalho possa contribuir, também, para amenizar as
desinformações relacionadas ao câncer de pele e abre possibilidades para que
outros temas sejam abordados como:
Absenteísmo e custos médicos relacionados a fotodermatoses;
Análise psicológica dos carteiros, estigmatização, perda da auto-estima,
constrangimentos que possam levar a importantes alterações comportamentais, como
agressividade, timidez excessiva e até depressão;
Causas geradoras de insatisfação no trabalho;
Relação de gastos custo x benefício relacionado com fotodermatoses.
Nos dias atuais, na era da globalização da economia mundial, a humanidade
passa por uma revolução tecnológica sem igual com reais mudanças na sociedade.
O mundo exige empresas adaptadas à nova ordem 46, que busquem maior
eficiência, como forma também de se aumentar a produtividade e os lucros. É mais
do que necessário se investir mais e mais em prevenção.
A ECT, evidentemente, está incluída neste processo e é neste contexto que as
políticas de saúde ocupacional da empresa são cada vez mais exigentes,
necessárias e imprescindíveis.
53
Neste trabalho, foi constatado, por meio dos dados nele relacionados, que há
necessidade de se investir mais em prevenção, pois a maioria dos carteiros ainda é
jovem, tem pouco tempo de profissão e terão toda a vida pela frente. Trabalham a
maior parte do tempo no horário, em que os RUV são mais nocivos à saúde,
podendo trazer a curto, médio e longo prazo prejuízos à saúde. A maioria ainda não
está consciente dos cuidados que deve ter.
A Legislação Trabalhista Brasileira mostra avanço, seriedade e respeito no
tratamento da saúde do trabalhador. O Brasil, sob o ponto de vista de leis
trabalhistas, é considerado evoluído, muito embora descumpra impunemente o que
se determina 48,49.
O SESMT da ECT procura estar em dia com essas leis trabalhistas, porém há
necessidade de aprimoramento, no sentido de conscientizar mais os carteiros com
relação ao uso de proteção solar e de fiscalizar conforme a Norma Regulamentadora
abaixo relacionada, cujas considerações mais importantes são 42:
1. Reação à radiação solar da pele de indivíduos normais após 45 a 60
minutos de exposição, ao meio-dia: pessoas com fototipo 1 ou 2 devem adotar um
programa diário de aplicações de filtro solar;
2. Pele de pacientes com reação à UVA e UVB e aos produtos presentes nos
filtros solares: Teste de fotossensibilidade e placas de contato com o filtro prescrito
podem ser muito úteis ao paciente para evitar alguma dermatite de contato ou
fotodermatite;
3. O tipo e a intensidade de exposição à luz solar no Ceará é muito grande e o
protetor solar adotado pela ECT, recomendada pela Sociedade Brasileira de
Dermatologia, é de boa qualidade, no entanto, recomendam-se filtros solares
acrescidos de umidificantes;
4. Reação normal da pele ao filtro solar: devem averiguar ou procurar
evidências de sensibilidade de contato, ou reação de hipersensibilidade tardia ou
algum potencial de reação cruzada. Pacientes com uma história de dermatite atópica
são normalmente sensíveis aos filtros solares PABA-derivados ou outros produtos
químicos. Verificou-se existência de casos relatados na ECT/DR/CE;
5. Há necessidade de incentivar o uso de protetor solar fora do ambiente do
trabalho, no lazer, orientando adultos desinformados sobre os bons hábitos de
proteção solar em casa e sobre o exame da pele regularmente à procura de nevus ou
54
outras alterações evidentes. Como estes produtos ainda são caros poder-se-ia
ampliar o programa.
Há necessidade de se estabelecer critérios mais rigorosos, na hora da
admissão de novos carteiros, através de elaboração de uma anamnese mais
detalhada, incluindo dados da cultura familiar, hábitos desde tenra idade, fenótipo,
antecedentes familiares, etc.
A Norma Regulamentadora número 4 – NR(4) 49, no art. 4.12, diz que compete aos
profissionais integrantes da SESMT, promover atividades de conscientização,
educação e orientação dos trabalhadores para prevenção de acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais tanto através de campanhas, quanto de programas de
duração permanente. É importante aplicar a regra literalmente.
Enumeramos alguns artigos desta NR mais relacionados com este trabalho
com o objetivo de chamar a atenção:
Artigo 6.1: considera-se Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho;
Artigo 6.3: a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias;
6.5: Compete ao SESMT ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –
CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador
o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade;
6.6: Cabe ao empregador;
Artigo 6.6.1, quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação; g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
6.7: Cabe ao empregado;
Artigo 6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI: a) usar, utilizando-o apenas
para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Artigo 6.9.3 Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem
visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do
55
CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o
número do CA.
6.11.2 Cabe ao órgão regional do MTE: a) fiscalizar e orientar quanto ao uso
adequado e a qualidade do EPI; b) recolher amostras de EPI; e c)aplicar, na sua
esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR.
6.12 Fiscalização para verificação do cumprimento das exigências legais relativas ao
EPI. f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora;
Ainda nesta NT, está relacionada a lista de equipamentos de proteção individual: –
EPI para proteção dos olhos e face B.1 Óculos c) óculos de segurança para proteção
dos olhos contra radiação ultra-violeta; d) protetor facial de segurança para proteção
dos olhos contra luminosidade intensa.
– EPI para proteção do tronco.
56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
57
57
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Green A,Battistutta D. Incidense and determinants of skin cancer in a high-risk
Australian population. Inst J Cancer 1999;46(3):356-61.
2. Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer. Estimativa da incidência e
mortalidade por câncer no Brasil. Brasília: INCA; 2004.
3. Ministério da Saúde, Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele, Brasília:
INCA; 2006.
4. Rocha FP, Menezes AM, Junior HLA, Tomasi E. Marcadores e fatores de risco
para queratoses actínicas e carcinomas basocelulares: um estudo de casocontrole: An.Brasi.Dermatol, Rio de Janeiro, jul./ago.2004; 79(4):441-454.
5.Sampaio SAP, Rivitti EA.Dermatologia,São Paulo:Artes Médicas,1998.159.
6.Zanetti R, Rosso S, Martinez C, Navarro C, Schraub S, Sancho-Garnier H, et al.
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The multicentre south European study “Helios II’: differente sun expouse patters
in aetiology of basal cell and squamous cell carcinomas of the skin.Br J Cancer
1996;73:1447-54.
8. Marks R, Rennie G, Selwood T.The relationship of basal cell carcinomas and
aquamous cell carcinomas to solar keratoses. Arch Dermatol 1988;124:1039-42.
9. Lear JT, Tan BB, Smith AG, Bowers W,Jones PW, Heagerty AH, et al. Risk factors
for basal cell carcinoma in the UK: case-control study in 806 patients. J R Soc
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50. OIT. “Foro Abierto”, in Trabajo n°19, março de 1997, p.12-13
61
ANEXOS
62
ANEXO I
CARTA AO DIRETOR REGIONAL ECT/DR/CE
Ilmo. Sr. Diretor da Empresa de Correios e Telégrafos
Nesta.
Eu, LUIZ DE ARAUJO BARBOSA, Médico, CRM 3481, estudante do Curso de
Especialização de Dermatoses de Interesse Sanitário, estou pretendendo realizar uma
pesquisa estatística referente a fotodermatoses em carteiros, que tem como objetivos:
1. Fazer uma monografia, que é pré-requisito para conclusão de curso;
2. Elaborar uma pesquisa em carteiros cujo tema do trabalho é fotodermatoses em
carteiros;
3. Conhecer o grupo de riscos de fotodermatoses entre carteiros;
4. Enfim, colher subsídios para melhor elaborar um programa de prevenção de
fotodermatoses em carteiros.
Para alcançar tais objetivos elaborei um plano de visita a cada agência da ECT, de
Fortaleza/Ce com a finalidade de colher dados através do questionário anexo.
Certo de que o terei como colaborador, quero desde já deixar os meus sinceros
agradecimentos.
Fortaleza, Maio de 2005
___________________________________
LUIZ DE ARAUJO BARBOSA
MÉDICO – CRM 3481
Obs.: Meu endereço:
Ao meu pai (IN MEMORIAN) e a minha mãe,
IAMG (Instituto de Assistência Medicina
Geral)
pelo carinho,
pela dedicação e pelo exemplo
Rua Assunção, 528 – Centro – Fortaleza
Ce
de vida, –baseado
no amor e na honestidade.
CEP: 60050-010
FAX: (085) 3226 0586
Fone: (085) 3224 5438
CEL.: 917 11228
63
E-MAIL: [email protected] ou [email protected]
ANEXO II QUESTIONÁRIO
Nº_______
Matrícula Nº__________
1. Tempo de carteiro? _____________
1 _____
2. Idade:______anos
2_____
3. Sexo: 1.Masculino
2. Feminino
3_____
4. Assinale o seu fototipo :
1.
2.
3.
4.
5.
6.
4_____
 Pele branca-clara , olhos azuis, cabelos louros, sardento.
 Pele branca-clara, olhos verdes ou claros, cabelos louros ou ruivos (avermelhados).
 Pele morena-clara (média das pessoas brancas normais), olhos castanhos.
 Pele morena-escura., cabelos castanhos escuros, olhos escuros.
 Pele parda (mulato, pessoas morenas quase negras), cabelo preto, olhos pretos.
 Pele preta (negra).
5. Das 10 às 16h assinale o tempo que você se expõe diretamente ao sol______minutos
5______
6. Que horas você acha que a exposição ao sol não é prejudicial?_________
6_____
7. Por que é importante o uso de Protetor Solar?
1.Evita câncer de pele 2. Não resseca a pele 3.  Não assa a pele
4.Tanto faz
7______
8. No lazer você se expõe ao sol no horário das 10 às 16h quantas vezes ao mês?____
8______
9. Há casos de doenças de pele na família? 1.SIM
2.NÃO
10. Em caso de SIM, assinale quem: 1.Pai,Mãe, Irmãos
9_____
2. Parentes Mais Distantes
11. Você tem alguma doença de pele já diagnosticada? 1. SIM
2. NÃO
10_____
11_____
12. Em caso de SIM responda: Qual?________________________________________
12_____
13. Você faz uso freqüente de alguma medicação? 1SIM
13_____
2NÃO
14. Em caso de SIM responda: Qual?_______________________________________
14_____
15.Você apresenta alteração de pele nos últimos 6 meses relacionada com a exposição ao sol?
1.  SIM
2. NÃO
15_____
16 Se respondeu SIM, assinale abaixo (pode assinalar mais de um item).
Especifique se necessário:
1. Ferimentos que não cicatrizem ____________________________________
2. Pintas (manchas brancas) e/ou Eritemas (pele fica vermelha) ___________________
3. Manchas escuras e/ou pigmentação de pele, pele bronzeia________________
4. Sinais Verrugas que crescem ou mudam de cor _______________________
16_____
64
5. Coceiras, secura, descamação, irritações de pele_______________________
6. Outras (bolhas, placas vermelhas,etc.)_______________________________
ANEXO III
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO
Sr.(a)
_________________________________________________________________________
Sou médico da ECT/DR/CE. Estou cursando o curso de Especialização em
Dermatoses de Interesse Sanitário, da Escola de Saúde Pública da Secretaria do
Estado do Ceará.
Este estudo, denominado FOTODERMATOSE EM CARTEIROS: UMA
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA, tem por objetivos :
1. Elaborar uma pesquisa em carteiros cujo tema do trabalho é fotodermatoses em
carteiros;
2. Conhecer o grupo de riscos de fotodermatoses entre carteiros;
3. Enfim, colher subsídios para melhor elaborar um programa de prevenção de
fotodermatoses em carteiros.
Em respeito aos princípios da resolução 196/96 do Ministério da Saúde
envolvendo seres humanos, ao tempo que garantimos a beneficência, a liberdade e a
justiça, venho convidá-lo (a) a colaborar com este estudo, especificamente no que diz
respeito à participação dos carteiros desta instituição.
Declaro que após ter entendido sobre o que se trata o estudo, concordo com a
minha participação, neste estudo.
65
________________________________________________
Assinatura do carteiro
ANEXO IV
MINISTÉRIO DA SAÚDE - Conselho Nacional de Saúde - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP
FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS
(versão outubro/99) Para preencher o documento, use as indicações da página 2.
1. Projeto de Pesquisa:
FOTODERMATOSE EM CARTEIRO: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
2. Área do Conhecimento (Ver relação no verso)
CIÊNCIA DA SAÚDE
5. Área(s) Temática(s) Especial (s) (Ver fluxograma no verso)
3. Código:
4.01
6. Código(s):
4. Nível: ( Só áreas do conhecimento
4)
7. Fase: (Só área temática 3)
I( )
II ( )
III ( ) IV (
)
8. Unitermos: ( 3 opções )
TRANSTORNOS DE FOTOSSENSIBILIDADE/ETIOLOGIA;LUZ SOLAR/EFEITOS ADVERSOS; RAIOS ULTRAVIOLETAS/EFEITOS ADVERSOS
SUJEITOS DA PESQUISA
9. Número de sujeitos
No Centro :
Total:
10. Grupos Especiais : <18 anos ( ) Portador de Deficiência Mental ( ) Embrião /Feto ( ) Relação de Dependência
(Estudantes , Militares, Presidiários, etc ) ( )
Outros ( X )
Não se aplica ( )
PESQUISADOR RESPONSÁVEL
11. Nome: LUIZ DE ARAUJO BARBOSA
12. Identidade:
13. CPF.:
19.Endereço (Rua, n.º ):
712.852 SP/CE
188.859.853-00
RUA JOSE LOURENÇO,1500
14. Nacionalidade:
15. Profissão:
20. CEP:
21. Cidade:
22. U.F.
BRASILEIRA
MÉDICO
60.115-281
FORTALEZA
CE
16. Maior Titulação:
17. Cargo
23. Fone:
24. Fax
MÉDICO
32557134
32260586
ESPECIALISTA EM
PEDIATRIA
18. Instituição a que pertence:
25. Email:
EPS-GOV.ESTADO DO CEARÁ
[email protected]
Termo de Compromisso: Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares. Comprometo-me a utilizar os materiais
e dados coletados exclusivamente para os fins previstos no protocolo e a publicar os resultados sejam eles favoráveis ou não. Aceito as responsabilidades pela
condução científica do projeto acima.
Data: _10______/___07____/___2005____
______________________________________
Assinatura
INSTITUIÇÃO ONDE SERÁ REALIZADO
26. Nome:
29. Endereço (Rua, nº):
EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
RUA SENADOR ALENCAR,3827. Unidade/Órgão:
30. CEP:
31. Cidade:
32. U.F.
FORTALEZA
CE
28. Participação Estrangeira: Sim ( )
Não ( X )
33. Fone: 32557134
34. Fax.:32260586
35. Projeto Multicêntrico: Sim ( ) Não ( X ) Nacional ( X ) Internacional ( )
( Anexar a lista de todos os Centros Participantes no Brasil )
Termo de Compromisso ( do responsável pela instituição ) :Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas Complementares e
como esta instituição tem condições para o desenvolvimento deste projeto, autorizo sua execução
Nome:_______________________________________________________
Cargo________________________
Data: _______/_______/_______
___________________________________
36. Nome:
Assinatura
Não se aplica ( )
39. Endereço
37. Responsável:
40. CEP:
PATROCINADOR
41. Cidade:
42. UF
66
38. Cargo/Função:
43. Fone:
44. Fax:
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP
45. Data de Entrada:
46. Registro no CEP:
_____/_____/_____
47. Conclusão: Aprovado ( )
48. Não Aprovado (
Data: ____/_____/_____
Data: _____/_____/_____
)
49. Relatório(s) do Pesquisador responsável previsto(s) para:
Encaminho a CONEP:
50. Os dados acima para registro ( ) 51. O projeto para apreciação ( )
52. Data: _____/_____/_____
54. Nº Expediente :
55. Processo :
Data: _____/_____/____
Data: _____/_____/_____
53. Coordenador/Nome
________________________________
Assinatura
COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA - CONEP
56.Data Recebimento :
57. Registro na CONEP:
Anexar o parecer
consubstanciado
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