INTRODUÇÃO A presente pesquisa faz uma abordagem das unidades conservação destacando a evolução da criação das Reservas Biológicas Brasileiras, em especial aborda o mosaico de unidades de conservação do Distrito Federal e as suas mais diversas categorias, destacando a Reserva Biológica da Contagem. A reserva biológica da contagem vem sofrendo uma pressão em função da ocupação humana irregular no seu entorno, sem que haja um planejamento para conter essa ocupação. O objetivo do trabalho é, portanto, apresentar a reserva, bem como as ameaças do entorno, trazendo subsídios para a elaboração de um futuro Plano de Manejo. A ausência de informações sobre a unidade pesquisada e de acordo com a problemática apresentada justifica-se o presente trabalho. A área geográfica definida para o estudo esta localizada entre as coordenadas 15º41´00´´S 47º50´00´´ W e 15º36´00´´S 47º55´00´´W, a área delimitada é importante em função de sua fragilidade ambiental e das interferências de atividades humanas que vem sofrendo em seu entorno. Delimitada a área, foi feito á mensuração dos usos do solo naquele espaço em bases cartográfica digitais do IBAMA, CAESB, SICAD/DF e IBGE sobre postas em imagens de satélite LANDSAT/TM, utilizando programa ArcView. A investigação consistiu em uma revisão bibliográfica com bases teóricas e conceituais, afunilando para a criação de Reservas Biológicas no Brasil, em especial, estudando especificamente a Reserva Biológica da Contagem. O estudo conta com um questionário aplicado em 32 moradores da Vila Basevi, o mais antigo aglomerado urbano da região que levanta alguns aspectos sócios ambientais relacionados a comunidade e a Reserva Biológica da Contagem. A título de contribuição foi feita uma entrevista com o Eng. Florestal Dr. Paulo César Mendes Ramos, que está inserido no texto, a fim compreendermos a unidade pesquisada e a influencia de seu entorno. RESERVAS BIOLÓGICAS Segundo o SNUC (2000) no seu art. 10, as reservas biológicas têm como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. As Reservas Biológicas pertencem ao grupo de unidades de conservação de proteção integral. Nas Reservas Biológicas (REBIO ou RB) só é permitida visitação com objetivos educacionais, de acordo com as determinações de seu plano de manejo. As pesquisas científicas dependem de autorização prévia do IBAMA no caso de domínio federal, estando sujeita às normas por este estabelecida. A primeira reserva biológica do Brasil foi a REBIO de Poço das Antas no Rio de Janeiro, criada por meio do Decreto Nº 73.791 no dia 11 de março de 1974, com base no art. 5º, alínea a, da Lei nº 4.771, de 5 de setembro de 1965, e do art. 5º, alínea a, Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967. De acordo com o decreto da REBIO, sua criação foi “destinada à preservação de remanescentes florestais e de espécies da fauna indígena, em risco de desaparecimento” conforme descrito no art. 1º do referido decreto. Segundo o Ibama (2006) o Brasil tem hoje 27 Reservas Biológicas federais distribuídas pelos diversos biomas e ecossistemas, criados principalmente para a manutenção da fauna ameaçada, como podemos observar a seguir (Tabela 1): Tabela 1: Reservas Biológicas Federais Nome (REBIO) Criação (decreto) Local Área (ha) Objetivos Específicos (UF) Pedra Talhada 98.524 13.12.1989 AL 4.469 Uatumã 99.277 AM 940.358 06.06.1990. Proteger amostras de ecossistemas de Mata Atlântica Preservar a diversidade biológica do ecossistema de Floresta Tropical Densa da bacia do rio Uatumã/Jatapu e Alterada Decreto os ecossistemas lacustre e insular formados com o s/n de 19.09.02 barramento do endêmicas, raras, rio Uatumã e proteger vulneráveis ou espécies ameaçadas de extinção. Abufari 87.585 AM 288.000 Promover estudos e pesquisas sobre os quelônios, ictiofauna, e sobre a castanha do Brasil. Além de estudar a dinâmica de populações de bagres, predadores dos 20.09.1982 filhotes de quelônios e quantificar a densidade de peixes comerciais (inclusive ornamentais). Rio Trombetas 84.018 21.09.1979 AM 800.000 Proteger a flora, a fauna e as belezas naturais, no local existentes e fica sujeita ao regime especial do Código Floresta, instituído pela Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965, e a Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967”, ART. 3º do decreto de criação. Logo Piratuba 84.914 16.07.1980 AP 395.000 Uma 85.463 10.12.1980 BA 11.400 Proteger a flora e fauna do ecossistema amazônico, de transição e lagunar, principalmente. Conservar uma amostra significativa do ecossistema Floresta Hidrófila do sul da Bahia e proteger o mico-leãoda-cara- dourada (Leonthopithecus chrysomelas) da extinção, mantendo populações viáveis na natureza. Contagem S/N 13.12.2002 DF 3.460 Assegurar a preservação do equilíbrio natural da diversidade biológica e dos processos ecológicos naturais. Augusto Ruschi 92.753 05.06.1986 ES 4.000 Contribuir para a preservação da diversidade biológica do ecossistema de Floresta Ombrófila Densa Montana e Baixo Montana; proteger espécies endêmicas, raras, vulneráveis ou ameaçadas de extinção; fomentar a pesquisa científica; contribuir para a proteção das bacias dos rios Reis Magos, Doce e Piraque-açu e servir como banco de germoplasma para a conservação "in situ" de espécies de interesse ecológico. Comboio 90.222 25.09.1984 ES 833 Manter a diversidade biológica dos ecossistemas costeiros; preservar comunidades de restinga e a reprodução coriacea das e tartarugas Caretta marinhas caretta) e (Dermochelys proporcionar o desenvolvimento de pesquisa científica. Sooretama 87.588 20.09.1982 ES 24.000 Córrego do Veado 87.590 20.09.1982 ES 1.850 Córrego Grande 97.657 12.04.1989 ES 1.504 Preservar espécies da fauna local e remanescentes de Mata Atlântica. Preservar remanescente da Floresta Atlântica da região norte do estado do Espírito Santo. Proteger uma parcela dos últimos remanescentes da floresta pluvial componente da Mata Atlântica. Mata Escura S/N 10.06.2003 MG 50.890 Tapirapé 97.719 05.05.1989 PA 103.000 Preservar importantes remanescentes do bioma Mata Atlântica e sua biodiversidade associada. Resguardar os atributos excepcionais da natureza, como também formar com a Flona e a APA do Igarapé Gelado, um complexo de conservação ambiental. Nascente da S. do S/N 20.05.2005 PA 342.477,60 Cachimbo Preservar os ecossistemas naturais existentes, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades controladas de educação ambiental. Guaribas 98.884 25.01.1990 PB 4.321,6 Restaurar os seus ecossistemas florestais agredidos e proteger as cabeceiras dos riachos que abastecem as comunidades rurais do entorno. Saltinho 88.744 21.09.1983 PE 548 Proteger amostra representativa do ecossistema de Mata Atlântica e as nascentes do rio Mamucabas, considerado como um dos poucos rios não poluídos do estado de Pernambuco, que abastece a vila de Tamandaré. Serra Negra 87.591 20.09.1982 PE 1.100 Visa à proteção da fauna local, especialmente as Tartarugas Marinhas que encontram na Praia de Santa Isabel, a sua principal área de reprodução. Poço das Antas 73.791 11.03.1974 RJ 5.000 Assegurar a (Leontopithecus sobrevivência r. rosalia) e do mico-leão-dourado a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus); conservar a diversidade e os ambientes para o mico-leão-dourado; promover a recuperação das áreas degradadas e fomentar as atividades de pesquisa científica e monitoramento ambiental. Tinguá 97.780 23.05.1989 RJ 26.000 Proteger amostra representativa da Mata Atlântica e demais recursos naturais, com especial atenção para os recursos hídricos e proporcionar o desenvolvimento das pesquisas científicas e educação ambiental. União S/N 22.04.1998 RJ 3.126 Assegurar a proteção e recuperação de remanescentes da Floresta Atlântica e formações associadas, e da fauna típica, que delas depende, em especial o mico-leãodourado (Leonthopitecus rosalia). Atol das Rocas 83.549 05.06.1979 RN 36.249 Conservar as amostras do ecossistema marinho, ictiofauna, recifes de composição mista de corais, algas calcárias e moluscos, proteger a 2ª maior área de reprodução da tartaruga verde (Chelonia mydas) e principal área de reprodução de aves marinhas (150.000 indivíduos) das espécies Sterna fuscata, Sula dactylatra, Sula leucogaster, Anous stolidus e Anous minutus, conciliando a proteção integral da flora, de outras espécies da fauna e das belezas naturais, possibilitando o desenvolvimento de pesquisas científicas. Guaporé 87.587 20.09.1982 RO 600.000 Proteger uma amostra representativa do ecossistema de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica, bem como as amostras dos ecossistemas aquáticos de rios, lagos, campos e florestas inundáveis, e ainda preservar espécies raras, ameaçadas ou em perigo de extinção. Jarú 83.716 11.07.1979 RO 293.386 Proteger amostras representativas da floresta amazônica, educação ambiental, pesquisa científica e salvaguardar o patrimônio natural. Marinha do Arvoredo 99142 12.03.1990 SC 17.800 Proteger amostra representativa dos ecossistemas da região costeira ao norte da ilha de Santa Catarina, suas ilhas e ilhotas, águas e plataforma continental, com todos os recursos naturais associados. Santa Isabel 96.999 20.10.1988 SE 2.766 Proteger ecossistemas delicados, como dunas móveis e fixas, vegetação de restinga, lagoas temporárias e permanentes, praias, manguezais e a fauna diversificada dentre elas a menor tartaruga marinha(Lepidochelys oleácea), pois encontra ali, seu maior sítio de desova do Brasil. Motivo principal da criação da Unidade por encontrar-se em perigo de extinção.”“. Gurupi 95.614 12.01.1988 TO 341.650 Preservar ecossistema de Floresta Tropical Úmida e proteger a Serra da Desordem e a Serra do Tiracambu. Segundo o Ibama (2006), além das reservas administradas pelo IBAMA, ainda existem atualmente 47 de âmbito estadual (Figura 1) três em Santa Catarina, duas em Minas Gerais, duas no Espírito Santo, quatro em São Paulo, três no Rio de Janeiro, uma no Paraná e cinco no norte do país sendo uma no Amazonas, duas no Acre e duas em Rondônia (SEIAM, 2006). Figura 1 - Reservas Biológicas Brasileira A QUESTÃO AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL Breve Histórico da Ocupação do Distrito Federal De acordo com Fonseca (2001) o planalto central é conhecido desde 1596 pelos primeiros desbravadores. Em 1750, quando o Brasil ainda era uma colônia de Portugal, o cartógrafo Francisco Tossiu Colombina, elabora a Carta de Goiás e as capitanias próximas, sugerindo a mudança da capital do país para essa região. Mas somente com a proclamação da república, em 1889, a Constituição Federal em seu art.3º estabeleceu: fica pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.400 km 2, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura capital federal (FONSECA, 2001). Este projeto só foi implantado em 1960, no governo de Juscelino Kubitschek. O Distrito Federal está localizado no Centro Oeste do Brasil e faz divisas ao sul, ao norte, a leste e a oeste com o Estado de Goiás e uma pequena faixa ao sudeste com o Estado de Minas Gerais. Feitosa (2003) descreve em sua dissertação que a capital do Brasil foi planejada com o propósito estratégico de desenvolver o interior do país, segundo ele, a ocupação do Distrito Federal apresenta conflitos e contradições. É uma metrópole que extrapola seus limites e abriga uma população de 1.992.125 habitantes, segundo publicação do SEBRAE em 2004. Em meados da década de 50, a construção da nova capital necessitava de mão de obra tanto especializada como não especializada. Para suprir essa demanda, vieram pessoas de todas as regiões do país em busca de oportunidade de trabalho; esses imigrantes ficaram conhecidos por “candangos”, e conforme as gerações, vem se renovando, tendem a se extinguirem dando lugar aos brasilienses filhos de Brasília. A grande quantidade de ofertas de emprego, aliado a expectativas futura, muitos dos candangos foram trazendo para Brasília familiares, parentes e amigos, que por sua vez se instalaram na nova capital e constituíram famílias, gerando filhos, que constituem novas famílias e daí por diante. Essa multiplicação de seres humanos, aliado a uma política de distribuição de lotes trouxe uma grande migração com a finalidade de formar currais eleitorais na década de 1990, que gerou uma ocupação desordenada das áreas planejadas para serem áreas verdes. O Mosaico de Áreas de Proteção no Distrito Federal Em função das ameaças ambientais sofridas pela ocupação desordenada no Distrito Federal, o governo federal e distrital, vem criando varias unidades de conservação a fim de preservar importantes amostras do ecossistema local, formando verdadeiros mosaicos de áreas protegidas. Mosaicos de Unidades de Conservação são importantes e inovadoras fórmula de gestão de áreas protegidas, em que regiões abrangidas por mais de uma unidade de conservação poderão estabelecer, por ato do Ministério do Meio Ambiente, mecanismos de gestão integrada do território. Esse modelo permitirá maior integração e soma de esforços na fiscalização, na definição dos usos nas áreas de fronteira das UC´s no monitoramento e avaliação dos planos de manejo, no fomento de pesquisas cientificas e na alocação de recursos entre as unidades vizinhas ou mesmo sobrepostos. Diante da crise ambiental do Distrito Federal, decorrente da ocupação desordenada do solo, foi preciso o governo federal criar em 2002 a Área de Proteção Ambiental do Planalto Central, com mais de 500 mil hectares, englobando todo o DF (exceto zonas urbanas) e partes dos municípios goianos de Padre Bernardo e Planaltina de Goiás, na bacia do rio Maranhão. Toda a região do Distrito Federal tem uma área de 5.789,16 Km2, e é drenada pelas três mais importantes bacias brasileiras; São Francisco (Rio Preto), Tocantins/Araguaia (Rio Maranhão) e Paraná (Rio São Bartolomeu e Descoberto), e conta com outras unidades de conservação que compõem o mosaico. A Área de Proteção Ambiental - APA do Cafuringa, criada pelo Distrito Federal, possui 46.000 ha, e está limitada ao norte pelo Estado do Goiás, a leste da pela DF-150 e pelo Ribeirão da Contagem e ao sul pela APA do Descoberto (SEBRAE, 2004). O Distrito Federal ainda conta com mais três APA´s: Gama Cabeça de Veado, São Bartolomeu e a do Lago Paranoá. A Reserva do Roncador, mais conhecida como Reserva Biológica do IBGE, tem dado importante contribuição na realização de estudos que resultaram em coleções de peixes, aves, mamíferos e insetos do cerrado. Conta com um herbário e promove estudos sobre o fogo no cerrado. O Acesso é restrito a pesquisadores. Além da reserva do IBGE, o DF ainda conta com as reservas do Guará, Gama e Paranoá. Proprietários de áreas particulares também vem dando sua contribuição para a manutenção do cerrado do Distrito Federal transformando suas áreas em Reservas Particulares do Patrimônio Nacional - RPPN. Segundo a coordenação nacional de ecossistemas do IBAMA, o DF tem hoje quatro RPPN´s reconhecidas: (Chakra Grisu, Santuário Ecológico Sonhem, Maria Velha e Reserva Córrego da Aurora). Áreas de Relevante Interesse Ecológico – ARIE´s, de acordo com legislação brasileira, são áreas que possuem características naturais extraordinariárias ou abrigam exemplares raros da biota regional, exigindo cuidados especiais, com extensão menor do que 5 mil hectares e baixa ou nenhuma ocupação humana. Fonseca (2001), descreve oito ARIE´s no Distrito Federal, a saber: Santuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo, Córrego Tapetinga-Taguara, Paranoá Sul, ARIE do Cerradão, do Bosque, Granja do Ipê, Juscelino Kubitschek e por fim a ARIE do setor habitacional sul. Desde 1997, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal - CAESB, por meio da Lei Complementar nº 30, regulamentado pelo Decreto Distrital 18.585, cria as Áreas de Proteção de Mananciais - APM, que são áreas destinadas a conservação e recuperação e ao manejo das bacias hidrográficas a montante dos pontos de capacitação de água. São as seguintes Áreas de Proteção de Mananciais: Currais, Pedras, Capão da Onça, Brazlândia, Contagem, Paranoazinho, Fumai, Brejinho, Quinze, Corguinho, Mestre D'Armas, Pipiripau, Taquari, Cachoeirinha, Futuro Lago São Bartolomeu montante Paranoá, Futuro Lago São Bartolomeu jusante Paranoá, Ponte de Terra, Olho D´água, Crispim, Alagado, Bananal, Torto/Santa Maria, Santa Maria 1, Santa Maria 2, Santa Maria 3 e Catetinho. É ainda considerada APM a faixa de 1,25m contados a partir da curva de nível 1032, cota máxima de inundação do lago Descoberto. A UNESCO aprovou, em novembro de 1992, a Reserva da Biosfera do Cerrado, considerada como uma unidade de status maior, esta reserva ocupa 226.000 ha. A Lei nº742 de 1994 define os limites, as funções e o sistema de gestão da Reserva (SEBRAE, 2004). A Reserva da Biosfera do Cerrado no DF foi criada em uma área limítrofe à cidade de Brasília e a bolsões urbanos de pobreza e tem como desafio conciliar a proteção da natureza com o bem estar da população já que uma Reserva da Biosfera tem o objetivo de propiciar o planejamento multi-setorial envolvendo a sociedade civil organizada na sua gestão. O Distrito Federal também está beneficiado com corredor ecológico Paraná-Pirineus, que tem o objetivo de contribuir para a efetiva conservação da diversidade biológica do cerrado, adotando técnicas de biologia da conservação, estratégias de planejamento e gestão socioambiental de forma compartilhada (ARRUDA e NOGUEIRA, 2004). Corredores ecológicos “são porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a re-colonização de áreas degradadas, bem como a sobrevivência, áreas com extensão maior do que aquelas das unidades individuais” (SNUC, 2000). A Resolução Conama nº 9/96 define corredores ecológicos como sendo uma faixa de cobertura vegetal existente entre remanescentes. Os corredores entre remanescentes constituem-se de faixas de cobertura vegetal existentes, nas quais seja possível a interligação de remanescentes, em especial as unidades de conservação e Áreas de Preservação Permanentes - APP. No contexto das UC´s do DF existe também a Floresta Nacional de Brasília, criada em 1999, hoje dividida em quatro glebas totalizando 9.346,2 ha. As Florestas Nacionais é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. O Parque Nacional de Brasília, a mais importante UC do Distrito Federal, criado pelo decreto federal n. 241/61, tem uma parte de sua área aberta ao público que pode utilizar as piscinas (conhecidas como Água Mineral), caminhar pelas trilhas e desfrutar as belezas do cerrado preservado e de córregos de água cristalina, com rica fauna e flora. Recentemente a unidade foi ampliada de 30.000 para 41.800 ha, em contra partida para a instalação da Cidade Digital, projeto do Governo do Distrito Federal que visa a geração de empregos. A mais conhecida área protegida sob responsabilidade do Governo do Distrito Federal é o Jardim Botânico de Brasília, que atrai visitantes por seu patrimônio natural (flora e fauna do cerrado) e pelas atividades ecológicas, culturais e de lazer. Administrado pela Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos - SEMARH, ocupa uma área de 4 mil 518 hectares, sendo 526 ha destinados à visitação e quase 4 mil ha são preservados (FONSECA, 2001). A Estação Ecológica de Águas Emendadas, também administrada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, possui com uma área de 10 mil 547 hectares. Dentro desta unidade de conservação nascem afluentes de duas das principais bacias hidrográficas brasileiras: ao norte a bacia do Tocantins e, ao sul, a bacia do Paraná-Prata. A partir de 2000, o Distrito Federal dividiu seus parques urbanos nas seguintes categorias: parque da cidade, parque ecológico, parque vivencial e de uso múltiplo. Existem hoje cerca de 66 parques urbanos no DF, contribuindo neste mosaico de Áreas Protegidas. Reserva Biológica da Contagem, sob administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, tem como finalidade assegurar a preservação do equilíbrio natural da diversidade biológica e dos processos ecológicos naturais. Esta REBIO, criada em 2001, é uma das mais recentes unidades federais e está inserida no mosaico de unidade de conservação do DF, sobrepondo minimamente três unidades de conservação que são: APA do Planalto Central, APA do Cafuringa e da APM Contagem e Paranoazinho. O levantamento das unidades de conservação do DF indica que é a unidade da federação com mais áreas protegidas em relação à sua área, o que infere em uma sobreposição de áreas, isto é, unidades de diferentes grupos e categorias sobrepostas em uma mesma região contribuindo para o aumento estatístico na soma das áreas protegidas. A RESERVA BIOLÓGICA DA CONTAGEM Localização da Área A Reserva Biológica da Contagem foi criada por meio do Decreto Presidencial sem numero no dia 13 de dezembro do ano de 2000. Está situada ao norte do Distrito Federal, entre as sub-bacias do rio Maranhão, que deságua na bacia do rio Tocantins, e na sub-bacia do rio Sobradinho, que pertence à bacia Platina (IBAMA, 2002), localizada na Região Administrativa V – RA-V, ou seja, na cidade satélite de Sobradinho, no Distrito Federal, como pode ser observado na imagem de satélite. Segundo a exposição de motivos que deu origem ao decreto de criação da unidade, a mesma está completamente inserida na Chapada da Contagem, a unidade geológica mais elevada e importante do Distrito Federal, testemunho residual e último remanescente da mais antiga superfície de erosão da América do Sul. A superfície sul-americana onde se encontra a maior parte dos aqüíferos, cujas nascentes deságuam nos principais reservatórios que abastecem a cidade de sobradinho e parte do plano piloto. Os limites da Reserva Biológica da Contagem estão descritos em seu decreto de criação, a partir das cartas topográficas digitais em escala 1:10.000 nº 52, 53, 69, 70, 86 e 87 do Sistema Cartográfico do Distrito Federal - SICAD, editadas pela CODEPLAN, com o perímetro perfazendo uma área total aproximada de 3.460 ha. Descrição Geral da Reserva Biológica da Contagem No dia 18 de junho de 2005, foi realizada uma entrevista com o Engenheiro florestal Dr. Paulo César Mendes Ramos a respeito de Reservas Biológicas, em particular da reserva biológica da Contagem/DF. Destaca-se que o entrevistado, logo no inicio da entrevista, lembra que nesse exato momento o cerrado do Distrito Federal esta sendo substituído por ocupações humanas, sendo assim todo e qualquer esforço no sentido de evitar a destruição de fragmentos do Cerrado é extremamente importante. O Engenheiro caracteriza a área como terras localizadas na Chapada da Contagem, cujo principal objetivo, é proteger áreas para a recarga de mananciais que se encontram nas encostas direcionadas para a região da FERCAL (usinas de cimento). Além disso, contribui para proteger mais espaços de cerrado, com sua flora e fauna características. A vegetação caracterizada como típica do cerrado, com o cerrado sensu stricto dominando maior parte área. Embora a Unidade de Conservação - UC seja considerada de pequeno porte, com apenas 3.460 ha, a região da chapada da contagem tem características relevantes como a presença de uma transição de Cerrado para Campo Rupestre, sendo de vegetação de topo de serra e chapadas de altitude, com alguns afloramentos rochosos onde predominam gramíneas, ervas e pequenos arbustos espaçados. Campo Rupestre são formações xerofíticas, de porte baixo, extrato herbáceo-arbustivo e ocorrência eventual de arvoretas de 2 metros de altura. Desenvolve-se em solos litólicos (rochosos) ou nas frestas dos afloramentos rochosos em altitudes mais elevadas (SEBRAE, 2004). Por estar próximo ao Parque Nacional de Brasília, diversos animais utilizam a Reserva como área de dispersão, como ocorre com os papagaiosgalegos (Salvatoria xanthops). Destaca-se na área a presença do cágado-devanderhaegei (Phrynops vanderhaegei) e da perereca-da-cachoeira (Hyla pseudopseudis) (SEMARH, 2006). O Distrito Federal apresenta grandes superfícies de planalto com suaves ondulações, conhecida como chapadas sempre acima da conta mil, ou seja, 1.000 metros acima do nível do mar. A Reserva está próximo ao ponto culminante de Brasília, na cota 1.349 no local denominado Rodeador, na Chapada da Contagem (SEBRAE, 2004). O topo da Chapada é plano e pouco ondulado, enquanto que as encostas são íngremes, onde aparecem as cachoeiras. Com a presença de vertentes, importantes no aporte de água dos principais rios e córregos da região. A reserva tem grande importância pelo fato de oferecer valores paisagísticos incomparáveis, com um dos mais belos visuais ao amanhecer para quem reside na região do chamado Lago Oeste, e um magnífico por do sol para quem observa de sobradinho II em direção ao “Lago Oeste”, conforme relata o Senhor Manuel, antigo morador da região, e abundância de água que circunda toda a região. A região onde esta inserida a Reserva possui três postos de medição com estações pluviométricas e fluviométricas, todas operadas pela Companhia de Saneamento Ambiental de Brasília - CAESB. Duas das estações estão localizadas na Sub-bacia do Rio Maranhão e uma no córrego Paranoazinho que deságua na Bacia da Prata, conforme Tabela 2. O posto de medição de chuva tem com objetivo medir a quantidade de chuva, e obter uma série initerrupta de precipitações ao longo dos anos ou estudar a variação das intensidades de chuvas ao longo das tormentas que são utilizados para estudos hidrológicos (TUCCI, 2002). CÓDIGO NOME 60473500 Paranoazino SUBBACIA 60 Jusante 20001100 Captação 20 EPCT-001 20790000 Contagem 20 RIO ESTADO Córrego Distrito Paranoazinho Federal Ribeirão Distrito Contagem Federal Rio Distrito Maranhão Federal MUNICÍPIO RESPONSÁVEL OPERADORA Brasília CAESB CAESB Brasília CAESB CAESB Brasília CAESB CAESB Fonte: ANA/HIDROWEB, 2006 Dentro dos limites da Unidade foram identificados dois pontos de captação de água administrada pela concessionária CAESB, contribuindo para o abastecimento de água potável para a cidade de sobradinho e parte do Plano Piloto. Sendo uma delas a do Paranoazinho, pertencente a sub-bacia do rio São Bartolomeu, que tem uma disponibilidade hídrica de 68,00 l/s, com capacidade mês de 109.463m3 que equivale a 41,54 l/s. A captação, realizada no Ribeirão Contagem, tem uma disponibilidade hídrica de 82 l/s com um produção de 222.817m3 ao mês, sendo 84,55l/s. Nessas captações a CAESB realiza o abastecimento de água potável por meio de canalizações, conduzida por gravidade, após o tratamento simplificado (SIAGUA, 2005). Em função dos aspectos geológicos das chapadas, tanto na Reserva Biológica como em toda a região da contagem são encontradas inúmeras cachoeiras, desde 6 metros de queda livre, que foi a maior queda identificada no levantamento de campo, como também foram observados corredeiras e poços bem apropriados para o lazer, embora conforme já citado a legislação que regulamenta as Reservas Biológicas não permite este tipo de atividade no seu interior. Os acessos para essas cachoeiras também são referências para a prática da educação ambiental em todos os níveis de ensino, seja para o primário, ao ter o primeiro contato com um ambiente preservado; para o nível secundário, interpretando trilhas e a vegetação do cerrado; e principalmente, para o meio científico, que pode identificar espécies, entre outras atividades. Fazendo valer a constituição brasileira no seu Art. 225, parágrafo 1º, inciso VI, compete ao Poder Público “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização publica para a preservação do meio ambiente”. No interior da reserva existem alguns chacareiros que ainda não foram removidos ou devidamente indenizados o que pouco favorece para preservação e manutenção da unidade. Características do Entorno da Reserva Biológica da Contagem Segundo o grande escritor e historiador do Planalto Central – Paulo Betran1; “a contagem do pé da serra de São João das Três Barras, instalada em 1736, a cerca de dez quilômetros do atual Plano Piloto de Brasília, é o mais antigo estabelecimento público do Distrito Federal e ponto importante para a história de sua colonização. Uma Contagem era um posto fiscal intermediário, entre os registros instalados nas fronteiras das capitanias e o destino final das mercadorias nos arraias auríferos. Uma espécie de “malha fina” do sistema tributário colonial “contando” as guias fiscais emitidas nos registros das fronteiras, a ver se no trajeto entre os dois não aumentavam nem diminuíram as mercadorias caracterizando alguma forma de contrabando. Com a contagem de São João das Três barras, para onde também convergia o fluxo das minas do Tocantins com destino a Minas Gerais, temos a Instituição Administrativa Fundadora do Distrito Federal, instalada não longe do atual posto colorado, na estrada para sobradinho. Era bem situada, controlava estradas importantes, e ao longe da mineração clandestina pode ter assistido ao desfilar de cerca de 2 mil tropas anuais, representando, com 1 in: memorial descritivo de criação da REBIO Contagem os escravos que traziam, um exercito de talvez 10 mil homens em determinados anos! Na escala do tempo, um número elevado de viajante, passando a sutil beleza da Chapada da Contagem, de que só restou o nome a eternizá-la. [...]”. A pesquisa do historiador citado registra a passagem de pessoas na região desde o século XVII. Embora a espécie humana tenha 2.500 gerações, mas só ao longo das últimas duzentas, desenvolveu aglomerados urbanos Dias (1994), a partir daí seus problemas não pararam de crescer, e suas relações com a natureza tornaram-se cada vez mais complexas. (BOYDEN2 et al., citado por DIAS,1994). No entorno da REBIO existem ocupações já consolidadas, embora quase sempre irregulares, ou seja, a região sofreu um processo de “grilagem”, principalmente nos últimos 10 anos, comprometendo a cobertura vegetal da região. No limite sul da unidade, existem vários condomínios numa área denominada Grande Colorado, de classe média. As demais áreas do entorno da unidade são ocupados por chácaras e terrenos baldios, entre outros condomínios e uma pequena faixa que fica próxima ao Parque Nacional de Brasília - PNB, separando-as pela estrada DF-001. Paralelo a estrada DF-001 existe o Núcleo Rural Lago Oeste – NRLO, situado no limite noroeste da REBIO, e ocupa, aproximadamente, 3.500 ha (35 km2), distribuídos por cerca de 1.350 chácaras, a grande maioria com modulo de 2 ha (20.000 m2) que significa o menor parcelamento estabelecido pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária – INCRA na Portaria MEPF/Nº 36, de 26.08.97. O núcleo rural foi criado pela Lei Distrital n° 548/1993, ainda não devidamente regulamentada, e tem como principal objetivo “a produção de alimentos de altos valores nutritivos, destinados à complementação alimentar da população do DF, e de matérias-primas específicas, destinadas ao setor industrial” (SEMARH, 2006). 2 BOYDEN, S. – Millar, S. Newcombe, K. & O’Neil, B. The Ecology of a City and its People. Australian National University Press, Caberra, Australia, 1981. No entorno foram identificadas duas usinas de asfalto que mantém suas produções conforme a demanda e duas fabricas de cimento com produção regular. A PRESSÃO AMBIENTAL DO ENTORNO A Ocupação Geralmente as cidades são fenômenos sociais mutáveis, elas tendem a crescer desordenadamente a partir das demandas produtivas e das migrações que as atingem (AGUIAR, 1994). A forte pressão demográfica por que passa a região, que levou ao surgimento da Vila Basevi e dos Condomínios do Grande Colorado, na região da Chapada da Contagem, afeta toda a localidade, que representa hoje no DF uma região com características mistas de zona rural e de zona urbana, com risco iminente de ocupação desordenada, principalmente, pelo fracionamento irregular das chácaras. A situação fundiária da região é complexa, uma vez que quase a totalidade das terras pertence à União e a regularização da ocupação vem sendo estudada pela Gerência Regional do Patrimônio da União no Distrito Federal - GRPU-DF, desde 1997. Segundo o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF - PDOT, elaborado em 1997, o NRLO faz parte da Zona Rural de Uso Controlado II, e parte significativa da região está sobre a Área de Proteção de Manancial - APM da Contagem. Ainda segundo o PDOT/97, o NRLO situa-se na Área de Monitoramento Prioritário e corresponde a parcelamento rural irregular, com uso rural descaracterizado, sem produção agropecuária relevante, sem previsão de ocupação por expansão urbana e sem estudos de abastecimento de água, esgotamento sanitário e transporte coletivo. O núcleo vem se desenvolvendo, estruturando e construindo edificações a cada ano, tais como a sede da Associação dos Produtores Rurais do Lago Oeste - Asproeste; ampliação da rede elétrica e assistência técnica rural (Emater), em 1991; criação do Centro de Ensino em 1992, transferido para construção própria em 1994; linha regular de ônibus para Sobradinho em vários horários diários, a partir de 1993; serviço de Correios, em 1995; asfaltamento da DF-001, a partir de 1996; instalação de Postos de Saúde e de Polícia Militar, em 1999; disposição em containeres e coleta de lixo pela SLU, a partir de 2000; telefonia fixa, a partir de 2005, implantação de iluminação publica em parte da DF-001. Núcleo Rural Lago Oeste – NRLO O NRLO está localizado, quase que integralmente, sobre a Chapada da Contagem. O acesso é pela estrada DF-001 Norte, pavimentada do trevo com a BR-020 até o trevo com a estrada DF-170, não-pavimentada, enquanto as chácaras são acessadas por ruas internas não-pavimentadas e numeradas de 0 a 21. Boa parte da estrada de acesso conta com iluminação pública. Levantamento realizado pelo Posto de Saúde local, durante o ano de 2000, revelou uma população de 3.264 moradores, com aproximadamente 50% com idade até 19 anos; que 88,8% das residências são de alvenaria; 96% das residências têm abastecimento de água por poços ou nascentes; 86% dos moradores filtram a água para consumo; 99,9% das residências têm fossa; que há coleta de 72% do lixo (SEMARH, 2006). A Escola Classe do NRLO atende cerca de 800 alunos da pré-escola à 8ª série, no período diurno, e 250 alunos de supletivo, no período noturno. Desenvolve diversas atividades comunidade escolar e trabalha sócio-culturais, conteúdos de principalmente Educação com a Ambiental, especialmente com relação ao lixo. Levantamento socioantropológico realizado em 2000 revela, entre outros aspectos, que 25% dos alunos vêm da região Nordeste, especialmente do Piauí e da Bahia, 22% são do DF e 18% de Minas Gerais e Goiás; 80% são filhos de caseiros, com renda familiar entre 2 e 3 salários mínimos; 54% residem há mais de 4 anos na região; 70% têm família constituída por 4 a 6 pessoas; 90% são servidos por energia elétrica e 22% não têm banheiro em casa (SEMARH, 2006). Vila Basevi A Vila Basevi originou-se por meio de invasão dos operários que trabalhavam ou trabalham na Basevi Engenharia e, que por sua vez se instalou na região no ano de 1977, onde até os dias de hoje mantém um canteiro de obras sobre áreas degradadas na forma de solo exposto. Seu acesso é pela DF-001, após o Posto Colorado, em direção ao Lago Oeste e Padre Bernardo. A área total abrange 16,5 hectares e é composta por chácaras e lotes bem adensados com casas muito próximas entre si. O tamanho médio dos lotes é de 200 a 800 m². A sua população é de classe econômica predominante baixa, e trabalham nas cidades próximas. A comunidade é representada pela Associação Comunitária dos Moradores da Vila Basevi - ACMVB e possui uma escola de 1ª a 4ª série, um salão comunitário, uma caixa postal comunitária e um comércio local no qual se destacam três mercadinhos, uma padaria e cinco bares. Não existem agroindústrias no local, apenas uma fábrica de concreto particular. As principais demandas da comunidade são a ampliação da rede de abastecimento de água, instalação de um posto de saúde, pavimentação asfáltica, construção de rede condominial de esgoto e o atendimento da comunidade pelo sistema de transporte público. Para melhor entender os moradores da vila, foi aplicado um questionário, com a finalidade de identificar alguns aspectos ambientais e socioeconômicos dos moradores. A vila foi escolhida em função da proximidade da REBIO e por ter ser a mais antiga ocupação com grande numero de moradores. O questionário foi aplicado nos dias 16 e 17 de julho de 2005, com 32 moradores, sendo 14 mulheres, 27 homens, onde podemos identificar que todos vieram de outros estados e com residência fixa na vila a mais de 03 anos, os quais adquiriram o direito do lote por meio de pagamento para antigos moradores. As pessoas entrevistadas eram chefes de pequenas famílias, com cerca de 03 filhos, com renda de dois salários em média, embora em meio aos entrevistados encontramos moradores com salários de 8 mil reais e outros sem nenhuma fonte de renda vivendo apenas de benefícios do governo, e alguns “bicos”, que são trabalhos remunerados sem vínculo empregatício ao valor de vinte reais a diária na época, sendo corrigido para trinta reais. A pesquisa apontou que os moradores daquela localidade não têm muita preocupação quanto ao descarte de resíduos. A falta de saneamento básico na localidade os leva a adotar meios rudimentares para destinação do esgoto. Quanto aos resíduos sólidos, é feita a coleta por órgão do governo. Todos os entrevistados responderam que fazem o uso da fossa negra, devido o baixo custo de confecção e manutenção. Quando questionado se os mesmos tinham conhecimento da existência da Reserva Biológica da Contagem, a maioria sabia que ao lado era uma reserva, onde ainda detalhavam que se tratava de uma área do IBAMA, embora nenhum deles soubesse responder o que era uma reserva biológica e suas restrições. Uma prova disso é que todos os entrevistados já foram na reserva para caça, caminhada, travessia, lazer, etc., sem noção dos danos que poderiam causar. Os moradores indicaram a falta de infra-estrutura (esgotamento sanitário, ruas pavimentadas, posto de saúde, etc.) e suas conseqüências como principal ou único problema ambiental na vila, talvez por entenderem que o homem é parte integrante do meio. Em que as soluções são fáceis de ser resolvidas e são de responsabilidade única do poder público. Condomínios Os condomínios do entorno da unidade, são aglomerados urbanos em parcelamentos de terra publica ou particular, criado por meio da ação de grileiros e podem ser chamados de condomínios horizontais. O complexo de condomínios está quase todo localizado na região denominada Grande Colorado. O Grande Colorado é uma zona urbana de classe média/média alta, dentro da APA de Cafuringa, integrada por 9 condomínios, já estabelecidos e uma associação: Condomínios Jardim Europa I e II; Condomínios Vivendas Friburgo I, II e III; Condomínios Vivendas Colorado I e II; Condomínio Vivendas Lago Azul; Condomínio Vivendas Bela Vista; Condomínio Solar de Athenas; Condomínio Mansões Colorado e Associação dos Moradores do Colorado Ville, todos eles com lotes variando de 300 a 1.200 m 2. Esses condomínios estão concentrados na borda sudeste da Chapada da Contagem, às margens das estradas DF 001 e DF 150, especialmente nas cabeceiras do Ribeirão da Contagem e do Córrego Paranoazinho (SEMARH, 2006). Segundo Odum (1985), esses aglomerados urbanos ou semi-urbanos “diferem de ecossistemas heterotróficos naturais, por apresentarem um metabolismo muito mais intenso por unidade de área, exigindo um influxo maior de energia, e uma grande necessidade de entrada de materiais e saída de resíduos”. Empreendimentos A Indústria e Comércio de Produtos Calcários e de Mármore foi fundada em 1968, em 1982 mudou da razão social para Ciplan Cimentos Planalto S/A. A Ciplan foi vista na época como símbolo do nacionalismo, por ser uma das primeiras empresas instaladas em Brasília no meio do cerrado ao acreditar no sonho de JK (CIPLAN, 2005). A fabrica de cimentos está localizada as margens da Rodovia DF 205 Km 2,7. Outra fabrica de cimento que vem atuando há bastante tempo na região é a Votorantim, Cimento Tocantins S/A, datada do fim da década de 60, quando foi instalado o primeiro forno de clínquer, com capacidade nominal de 1.000 ton./dia, projeto da F.L. Smidth que entrou em funcionamento em 1972. Em 2002 o empreendimento situado a 35 km do Plano Piloto, na Região Administrativa de Sobradinho, no km 18 da rodovia DF-150, onde suas atividades industriais e minerarias são desenvolvidas, abrange 525 hectares tem: 1 – Mina de calcário 2 – Duas unidades de britagem e classificação de calcário 3 – Minas de argila e de laterita ferruginosa 4 – Três fornos de clínquer (5.000 ton./dia) 5 – Unidade de moagem de cimento 6 – Unidade de moagem de argamassa e calcário agrícola 7 – Instalações administrativas e de apoio Segundo a VOTORANTIM (2002), o empreendimento da Tocantins consiste, basicamente, em exploração e britagem de calcário e extração de argila e laterita para suprir a fábrica de cimento, a qual já possui licença de operação, concedida pelo órgão ambiental. Ainda no entorno da unidade existem duas usinas de asfalto, precisamente junto a Vila Basevi com uma área pouco mais de 20 ha e que operam conforme demanda, ou seja, produzem asfaltos ou broquetes de cimento conforme demandas ou solicitações. DISCUSSÃO E ANÁLISE DA PROBLEMÁTICA O Brasil vem criando unidades de conservação a fim de preservar amostras significantes dos biomas brasileiros estabelecendo limitações de uso, seja direto ou indireto conforme sua categoria. As categorias de uso mais restritas dentro de SNUC, são as reservas biológicas que vem contribuindo principalmente para a manutenção da fauna ameaçada em particular as espécies endêmicas. Entre as vinte e sete Reservas Biológicas criadas até hoje, sendo, a primeira criada no ano de 1974, a REBIO Poço das Antas no Estado do Rio de Janeiro e mais recente a RB Mata Escura nas Minas Gerais, em 2003, pode observar que onze dessas reservas estão associadas a preservação da fauna local, quase sempre em processo de extinção. A unidade pesquisada tem sua finalidade definida em seu decreto de criação que é “assegurar a preservação do equilíbrio natural da diversidade biológica e dos processos ecológicos naturais”. O Distrito Federal implantado pelo então presidente da republica Juscelino Kubitschek foi projetado e planejado para um número limitado de habitantes com o intuito de manter a qualidade de vida de seus moradores e os ilustres políticos que se mudavam para a capital a fim de cumprirem seus mandatos. Com a construção da nova capital, foi necessário todo tipo de mão de obra, sendo das mais qualificadas as mais humildes. Esses imigrantes foram se multiplicando, o que ocasionou um aumento da população estabelecendo novas cidades e conseqüentemente o avanço em áreas de vegetação nativa afugentando a fauna local. A partir da década de 90, houve ainda incentivo do governo local com a distribuição de lotes que contribuiu bastante para esse aumento populacional, inclusive com a criação de novas cidades satélites. Esse avanço sobre as áreas primitivas de cerrado tem sido danoso ao meio ambiente local. Os próprios governos, federal e distrital estabeleceram várias áreas de proteção inclusive com a finalidade de conter esses avanços que ameaçam a integridade do cerrados e seus atributos. Esse conjunto de áreas protegidas, pelo poder público, juntamente com áreas particulares preservadas, caracteriza um mosaico de unidades de conservação inclusive com a sobreposição de unidades. A sobreposição de áreas só vem a contribuir na preservação efetiva do ecossistema, embora essa não seja a melhor forma de otimizar recursos financeiros e humanos. Não pode deixar de citar que essa sobreposição tem aumentado a quantidade nominal de área preservada no Distrito Federal. A Reserva Biológica da Contagem, com aproximadamente 3.460 ha, foi criada, dentre outros objetivos, para preservar nascentes de importantes córregos, que fornecem água para a população da cidade-satélite de Sobradinho, tendo esse objetivo assegurado no seu decreto de criação. Além disso, a Reserva Biológica da Contagem preserva áreas de grande beleza cênica, como a cachoeira de Sobradinho e a Chapada da Contagem, além de impedir a invasão de terras públicas. A vegetação é típica do cerrado, basicamente de sensu stricto boa parte de campo rupestre e as demais classificações do cerrado sendo que com menos ocorrência. O cerrado como as savanas em gerais são susceptíveis a ocorrência de incêndios florestais, principalmente no período de maio a setembro, quando ocorre a seca no centro oeste brasileiro. Esses incêndios ocorrem muito em função do tipo de vegetação aliado a um estresse hídrico na região, combinados ao uso de técnicas primitivas para a limpeza de terreno, eliminação de resíduos florestais, entre outros. AGUIAR (1994), afirma que no Brasil, uma visão predatória da natureza com o uso de técnicas primitivas de extração de matérias primas de uso do solo e conseqüentemente da supressão da vegetação, resultam na destruição e devastação do meio ambiente como um todo. Embora o SNUC estabeleça que as reservas biológicas tenham que ter uma finalidade educacional, o IBAMA não vem fazendo nenhum tipo de intervenção para que se estabeleça um programa de educação ambiental na REBIO contagem e seu entorno. As alterações físicas em função das chuvas ocorridas na unidade, não trouxeram, até o momento, grandes danos diretos as características físicas da unidade, a não ser nos locais onde existe alteração por meio antrópico, propiciando enxurradas que por sua vez contribuem para os assoreamentos e na formação de erosões, conforme detalhamento que segue: As águas da chuva quando arrastam o solo, quer seja ele rico em nutrientes e materiais orgânicos, quer ele seja árido, provocam o enchimento dos leitos dos rios e lagos esse fenômeno de enchimento é chamado de assoreamento. No leito do Ribeirão da Contagem, no que se refere ao percurso dentro da unidade não foi observado grandes obstruções da barra ou margem do rio ocasionado por terras ou areias, que quer dizer que a margem e o leito do Ribeirão Contagem estão preservados. As margens do rio estão protegidas pela mata ciliar em quase todo o seu percurso, apenas com algumas alterações, nos locais de travessia de andarilhos e no entorno do poço usado atualmente para lazer. Alterações importantes são as erosões que estão ocorrendo dentro da unidade, trata-se de um processo pelo quais pequenas partículas de rocha e solo se separam da sua localização original, são transportadas e depois depositadas noutro local pela ação de agentes erosivos geológicos ou naturais ou pelas atividades humanas. As águas precipitadas e carreadas por meio da lei de menor esforço, ou seja, por gravidade, podem alterar as características físicas da unidade, em função do surgimento de erosões e de um processo acumulativo, onde o aumento desses orifícios que conduzem materiais sólidos para o leito do riacho que oportunizam os assoreamentos do leito do mesmo. A águas das chuvas, ao chegar por meio dessas erosões poderá alterar as características físicas da água. Os materiais em suspensão tais como areia e terra ocasionarão a dispersão da luz nas partículas em suspensão ocasionando a turbidez e alterando a cor da água, entre outros aspectos físicos, químicos e biológicos não observados. Poluição hídrica pode ser considerada como qualquer alteração físico-químico ou biológica que venha a perturbar ou desequilibrar um ecossistema (MARCEDO, 2002). Conforme o historiador Paulo Betram3 descreve, desde 1937, com a instalação do posto de contagem do pé da Serra de São João das Três Barras, já se tinha o registro de pessoas andando pela região. Com o crescimento populacional do Distrito Federal, aliado a um processo de grilagem e a necessidade do aumento de moradias, instalou-se, na região, vários condomínios de classe media alta, vilas de baixa renda, usinas de asfalto, fabrica de cimento e chácaras. Podemos afirmar que quanto maior o poder aquisitivo, maior é o lixo gerado, embora nesses casos podem ocasionar um melhor aproveitamento do lixo na forma de reciclagem ou dar um destino mais nobre a estes lixos gerados. A classes menos privilegiadas por sua vez geram menor quantidade de lixo, e os mesmos não têm a cultura de dar destino adequado aos seus resíduos, inclusive despejando-os dentro da reserva sem que haja nenhum tratamento. As chácaras vêm sofrendo um processo de parcelamento de módulos mínimos estabelecidos pelo INCRA, aumentando assim o número de moradores e conseqüentemente, levando a alteração da cobertura vegetal, e retirada de água dos aqüíferos. 3 Citado no Memorial descritivo da UC Estudos realizados pelo Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, em níveis de graduação e pós-graduação, demonstram, claramente, o forte impacto ambiental causado pela ocupação humana na região. A análise multi-temporal da evolução do uso do solo e cobertura vegetal, entre 1973 e 2002, demonstra a tendência de diminuição da cobertura vegetal nativa de altos e médios portes e densidade (mata e cerrado), respectivamente, em torno de 5,8 % e 16,2 %, e o aumento de cobertura vegetal antrópica (área agrícola) e de área urbana, de aproximadamente 20,9 % e 1 %, respectivamente, especialmente na região da Chapada da Contagem-Rodeador (OLIVEIRA, 2005). A partir dos questionários aplicados em 32 moradores da Vila Basevi, observa que a população esta pouco informada sobre a fragilidade da REBIO entre outros aspectos. Esse aumento populacional também vem trazendo prejuízo à qualidade de vida dos antigos moradores, em função, do fluxo maior de automóveis e andarilhos. Pela situação geográfica, esses aglomerados urbanos ou semi-urbanos tem contribuído para a fragilização da unidade, embora a mesma tenha sido criada posterior a fixação dessas pessoas na região. CONCLUSÃO As características da região ocupada explicitam sua alta sensibilidade e importância ambiental e a necessidade de adoção de tecnologias de controle ambiental e de uso adequado do solo, proteção de nascentes e córregos, disciplina no uso de águas subterrâneas, contribuição para a reversão do quadro atual de degradação do cerrado, compatibilização da conservação da natureza com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais e minimização dos impactos negativos sobre a Reserva Biológica da Contagem. A atuação conjunta de organizações e instituições civis, como as Organizações Não-Governamentais significativamente, para a Ambientais sensibilização ambiental podem das contribuir, comunidades residentes na região, principalmente, por meio de mutirões de limpeza e realização de encontros que abordem as questões socioambientais. Desta forma, as informações aqui apresentadas, não deixam dúvidas quanto à necessidade de ações que visem um planejamento e gestão ambiental na região, tanto dentro e principalmente no entorno da unidade, fazendo uma área tampão em torno da unidade. Observar aspectos legais como, fazer cumprir o estabelecido no SNUC e demais legislações correlatas, a definição dos limites geográficos com o estabelecimento de barreiras físicas ou naturais que empeçam a entrada de pessoas não autorizadas, bem como, sua regularização fundiária, são fundamentais para que se possa pensar na proteção integral da unidade. Fazer o cadastramento com o uso das propriedades dentro e no entorno da unidade, no sentido de monitorar os possíveis impactos da utilização dos recursos naturais, bem como de eventuais alterações de suas características originais por contaminação, além da fiscalização ostensiva e a aplicação da lei, no sentido de coibir o fracionamento dos módulos rurais. A implantação do cadastro tem que ser georeferenciado, em ambiente de Sistema de Informações Geográficas associados a um banco de dados, que revele informações sobre os diversos aspectos de uso da terra.Este cadastro é de fundamental importância para a análise e o monitoramento ambiental da região, além de poder auxiliar na elaboração de seu plano diretor ou de manejo. Implantação de um vasto programa de educação ambiental para orientação a população local, quanto a existência da Reserva biológica da Contagem e demais áreas protegidas da região. As atividades no entorno da unidade de conservação podem contribuir para sua proteção ou podem constituir-se em ameaças à integridade das mesmas. As áreas de amortecimento das unidades de proteção integral, devem ser formadas por áreas rurais, em que as atividades exercidas contribuíssem para a conservação da biodiversidade, fazendo a ligação com corredores ecológicos, ocasionando a sucessão ecológica. Isto possibilitaria o fluxo genético das espécies que se pretende proteger. Outro problema gerado pelas ocupações do entorno, em muitos casos, é o processo de conversão das terras, ficando a unidade de conservação totalmente isolada para grande parte das espécies. A perda genética é o principal risco no processo de urbanização dos limites da unidade de conservação. Onde for possível, deve-se promover o plantio de espécies nativas, quer para produção agro-florestal, quer para embelezamento paisagístico. Entretanto, o que se verifica é a substituição completa das espécies nativas, por outras de regiões distantes, as quais pouco contribui para a manutenção da biodiversidade local. A coleta do lixo é importantíssima, podendo aumentar a quantidade e variando mais a distribuição de containeres disponibilizados para a comunidade e a implantação de coleta seletiva, visando ao aproveitamento de material reciclável, seco e úmido, preferencialmente, envolvendo mão-de-obra disponível na região, quem sabe criando mini usinas de reciclagem e compostagem na própria região inclusive aproveitando mão de obra local. Estabelecer uma fiscalização integrada entre órgãos ambientais em conjunto com as autoridades policiais e o apoio da sociedade civil organizada, otimizará os recursos humanos e matérias dando mais eficiência e eficácia nos seus objetivos, diminuindo assim, os delitos ambientais. Toda a região, em particular do Lago Oeste, tem que recuperar as características rurais. Numa fase inicial, deve-se identificar, na comunidade, aqueles que têm interesse em desenvolver atividades agro-florestais que apresentem características compatíveis com práticas conservacionistas e de baixo impacto ambiental. A intensificação de cursos de capacitação de chacareiros e caseiros dos entorno, constitui medidas de médio e longo prazo para o desenvolvimento sustentável. Outra forma importante de ordenar as atividades é a criação de linhas de crédito especiais para consolidação de atividades tipicamente rurais, incluindo eco-turismo e o agroturismo em pequena escala. Todas essas orientações podem trazer subsídios ou até mesmo vir a integrar o conjunto de ações do futuro Plano de Manejo da unidade. É fundamental a criação de unidades de conservação para a manutenção de ecossistemas brasileiros. A reserva pesquisada esta no grupo de unidades de proteção integral, onde seu uso é o mais restrito dentro de sua categoria. Embora pode-se observar que a mesma reúne vários problemas ambientais decorrentes pela falta de implementação e sociais em função do seu entorno, com reflexos direto a sua integridade. Faz-se necessário, um plano de gestão ambiental em toda a região, a fim de estruturar a unidade e consolidar o mosaico de unidades de conservação, estabelecendo corredores ecológicos e principalmente disciplinando a ocupação na zona de amortecimento. No contexto geral do SNUC, podemos observar que a REBIO Contagem está no grupo certo, ou seja, de proteção integral, embora, caso não seja devidamente implementada, os atributos naturais que justificaram a sua criação podem sofrer impactos irreversíveis, comprometendo a conservação de tão importante sítio do Distrito Federal. A presente pesquisa traz um contribuição para a efetiva implantação da Unidade pesquisada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, Roberto Armando Ramos de. Direito do Meio Ambiente e Participação Popular. Brasília. Editora IBAMA, 1994. 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