Bocage - C.M. Fronteira

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MANUEL MARIA DE BARBOSA L´HEDOIS DU BOCAGE
(1765-1805)
Foi um poeta português e, possivelmente, o maior
representante do arcadismo lusitano. Embora ícone deste
movimento literário, é uma figura inserida num período de
transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá
forte presença na literatura portuguesa do século XIX.
Apesar das numerosas biografias publicadas após a sua morte, boa parte da sua
vida permanece um mistério. Não se sabe que estudos fez, embora se deduza da sua
obra que estudou os clássicos e as mitologias grega e latina, que estudou francês e
também latim.
Em 14 de Abril de 1786, embarcou como oficial de marinha para a Índia.
A sua estadia neste território caracterizou-se por uma profunda desadaptação. Com
efeito, o clima insalubre, a vaidade e a estreiteza cultural que aí observou, conduziram
a um descontentamento que retratou em alguns sonetos de carácter satírico.
Em Paguim, frequentou de novo estudos regulares de oficial de marinha. Foi
depois colocado em Damão, mas desertou, embarcando para Macau. Estranhamente,
não foi punido e deverá ter regressado a Lisboa em meados de 1790.
Iniciou sua atividade literária, Com o pseudónimo de Elmano Sadino, participou
da associação de poetas denominada “Nova Arcádia”, escrevendo poesias que falam
de pastores, pastoras e ovelhas e da mitologia clássica. O próprio nome do movimento
foi tirado de Arcádia, região da Grécia onde, segundo a mitologia, pastores e pastoras
levavam uma vida inocente e feliz, em contato com a natureza.
Com o tempo abandonou a poesia artificial e começou a falar do seu mundo
interior, de seus dramas amorosos e existenciais, numa linguagem que encontrou
grande receptividade entre os leitores daquela época e dos séculos seguintes, se
tornando o poeta mais lido em Portugal.
A sua obra é muitas vezes classificada de transitória. Surgiu no momento
marcado por grandes transformações na Europa, decorrente da Revolução Francesa e
do florescimento do Romantismo.
“O livro é uma extensão da memória e da imaginação”
Jorge Luís Borges
A sua poesia individualista pessoal já era uma antecipação do que seria a poesia
romântica do século XIX.
Bocage é um dos maiores sonetistas líricos da literatura portuguesa, junto com
Camões e Antero de Quental. Escreveu todos os géneros literários de seu tempo:
idílios, odes, canções, epístolas e fábulas.
Acusado de satirizar o clero e a nobreza, foi processado e preso pela Inquisição,
cumprindo pena nos mosteiros, passando a viver de traduções. Deixou fama de poeta
satírico e, com o tempo, o seu nome tornou-se sinónimo de contador de histórias
picantes e obscenas, no entanto, produziu os mais belos poemas líricos de seu tempo.
Desenvolveu a sua veia amorosa, retratando, na poesia, a concepção do amor e dos
seus infortúnios, sendo o ciúme a tónica de muitos versos. Noutros predominam os
motivos lírico-amorosos de caráter autobiográfico.
Manuel Maria Barbosa du Bocage faleceu em Lisboa, no dia 21 de dezembro de 1805.
“O livro é uma extensão da memória e da imaginação”
Jorge Luís Borges
Alguns dos Títulos existentes na B.M.F.
Antologia de Poesia Erótica
de Bocage
Edição/reimpressão:2003
Páginas: 232
Editor: Dom Quixote
ISBN: 9789722024389
Idioma: Português
Poesias Eróticas
de Bocage
Edição/reimpressão:2008
Páginas: 170
Editor: Publicações Europa-América
ISBN: 9789721045835
Coleção: Grandes Clássicos Eróticos
Idioma: Português
Obra Completa Volume VII - Bocage
Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas
de Bocage
Edição/reimpressão:2008
Páginas: 248
Editor: Edições Caixotim
ISBN: 9789728651640
Idioma: Português
Obra Completa - Volume I - Sonetos
de Bocage
Edição/reimpressão:2008
Páginas: 422
Editor: Edições Caixotim
ISBN: 9789728651466
Idioma: Português
“O livro é uma extensão da memória e da imaginação”
Jorge Luís Borges
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