a aplicabilidade das novas normas brasileiras de contabilidade

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
ESPECIALIZAÇÃO EM CONTABILIDADE, PERÍCIA E AUDITORIA.
¹¹¹
ISMAEL SANCHES PEDRO
A APLICABILIDADE DAS NOVAS NORMAS BRASILEIRAS
DE CONTABILIDADE (IFRS) NAS PEQUENAS E MÉDIAS
EMPRESAS, SEUS BENEFÍCIOS E OS CONFLITOS COM O
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Barretos
2012
ISMAEL SANCHES PEDRO
A APLICABILIDADE DAS NOVAS NORMAS BRASILEIRAS
DE CONTABILIDADE (IFRS) NAS PEQUENAS E MÉDIAS
EMRESAS, SEUS BENEFÍCIOS E OS CONFLITOS COM O
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, como
requisito para obtenção do título de Especialista em
Contabilidade Perícia e Auditoria.
Orientador Prof. Esmael Machado.
DEDICATÓRIA...
A Deus que tem me proporcionado forças para continuar mesmo em meio as
lutas diária da vida, nos momentos mais difíceis que passamos podemos ver
a mão de Deus nos impulsionando em busto de um ideal de conhecimento e
formação, a ele pois toda Glória, honra e poder para sempre amem!
AGRADECIMENTOS
O saber é um dos bens mais preciosos do ser humano, entendo que é o ativo de
maior valor na construção de uma mente sadia, prospera e que tenha a capacidade
de compreender o todo a sua volta, contribuindo para o crescimento e construção de
uma personalidade que possa contribuir com a construção do caráter e de uma
nação grande, próspera e sobretudo justa, tudo vem do saber e o saber através de
seus mestres...
Meus agradecimentos a todos Professores mencionados
abaixo. que contribuíram com mais um degrau no alicerce da minha vida,
acrescentando ao meu saber um pouco mais de conteúdo científico para que eu
possa exercer minha função na construção de uma sociedade mais justa e
igualitária.
Em especial me dirijo ao meu orientador, Professor
Esmael Machado pela presteza e paciência ao dirigir a elaboração desse trabalho.
Professores:
Fábio Rogério Proença
José Manoel da Costa
Joenice Leandro Diniz dos Santos
Jorge Eduardo Scarpin
Luciano Gomes dos Reis
Marcelo Resquetti Tarifa
Régis Garcia
Temis Chenso da Silva Rabelo Pedroso
Thiago Nunes Bazoli
Vilma Aparecida Gimenes da Cruz
Vitor Borges da Silva Junior
Esmael Machado
Epígrafe...
A melhor forma de conhecer o futuro, e criá-lo
Peter Drucker
Pedro, Ismael Sanches, APLICABILIDADE DAS NOVAS NORMAS BRASILEIRAS
DE CONTABILIDADE (IFRS) NAS PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS E SEUS
CONFLITOS COM O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL, 2012, 60 páginas,
Trabalho de Conclusão do Curso de Pós Graduação em Contabilidade, Auditoria e
Perícia, Universidade Norte do Paraná – Unopar.
RESUMO
O novo cenário da gestão empresarial e tributária no Brasil passa por uma das
maiores transformações da sua história, uma verdadeira quebra de paradigmas no
que diz respeito as práticas contábeis, bem como as alterações no relacionamento
entre o contribuinte e o fisco brasileiro. As novas normas brasileiras de
contabilidade, as IFRS – Internacional Financial Report Standard, traz um novo
patamar de exigências tanto às empresas quanto aos profissionais da contabilidade,
uma verdadeira revolução, é verdade também que muitos ajustes necessitam ser
feitos a fim de que todas as empresas possam praticar as novas normas e contribuir
para o sucesso das mudanças propostas, as pequenas e médias empresas não
podem ser comparadas as grandes corporações no que diz respeito a produção de
informações e prestação de contas, de acordo com as próprias normas os benefícios
deve exceder aos custos de produzir as informações, nesse sentido discutiremos
nesse trabalho a aplicabilidade das Novas Normas Brasileiras de Contabilidade nas
pequenas e Médias Empresas no Brasil.
PAVRAS CHAVES: IFRS, IASB, NORMAS CONTÁBEIS, TRANSPARÊNCIA,
QUALIDADE, INFORMAÇÃO.
Pedro, Ismael Sanches, APLICABILIDADE DAS NOVAS NORMAS BRASILEIRAS
DE CONTABILIDADE (IFRS) NAS PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS E SEUS
CONFLITOS COM O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL, 2012, 60 páginas,
Trabalho de Conclusão do Curso de Pós Graduação em Contabilidade, Auditoria e
Perícia, Universidade Norte do Paraná – Unopar.
ABSTRACT
The new landscape of business management and tax in Brazil is one of the
biggest transformations in its history, a true shift in paradigm regarding
accounting practices, as well as changes in the relationship between the
taxpayer and the Brazilian tax authorities. The new Brazilian accounting
standards, IFRS - International Financial Report Standard, brings a new
level of requirements to both companies with respect to the accounting
profession, a true revolution, it is also true that many adjustments need to
be made so that all companies can practice the new standards and
contribute to the success of the proposed changes, small and medium
enterprises cannot be compared to large corporations as regards the
production of information and accountability, according to the standards
exceed the benefits to costs of producing the information in this sense this
paper we discuss the applicability of the New Brazilian Accounting
Standards in Small and Medium Enterprises in Brazil.
KEY WORDS. IFRS, IASB, ACCOUNTING STANDARDS, TRANSPARENCY,
QUALITY, INFORMATION
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IFRS
IASC
IASB
CFC
CVM
IBRACON
BOVESPA
BRGAAP
GAAP
RTT
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
1.1 PROBLEMA.........................................................................................................12
1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................12
1.3 OBJETIVO...........................................................................................................13
1.4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO BIBLIOGRÁGFICA.....................13
1.5 METODOLOGIA..................................................................................................18
2. DEFINIÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS..........................................18
2.1 A QUESTÃO TRIBUT. NA PEQUENA E MÉDIA EMPRESA NO BRASIL..........19
2.1.1. O Papel da Contabilidade Na Vida das Pequenas e Médias Empresas..........19
2.1.2. O Custo e o Benefício da Informação Contábil................................................20
2.2 CONCEITOS E PRINCÍPIOS GERAIS...............................................................21
2.2.1 CARACTERISITICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS................................22
2.2.1.1 Relevância.....................................................................................................22
2.2.1.2 Materialidade..................................................................................................22
2.2.1.3 Representação Fidedigna..............................................................................23
2.2.2 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA....................................23
2.2.2.1 Comparabilidade............................................................................................23
2.2.2.2 Verificabilidade..............................................................................................23
2.2.2.3 Tempestividade.............................................................................................24
2.2.2.4 Compreensibilidade.......................................................................................24
2.3 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS...............................24
2.3.1 Estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC ................................25
2.3.1.1 Método Direto...............................................................................................26
2.3.1.2 Método Indireto.............................................................................................27
2.4 NOTAS EXPLICATIVAS.......................................................................................28
2.5 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS................................28
2.6 GRUPO DO ATIVO IMOBILIZADO.....................................................................29
2.6.1 Propriedade para Investimento........................................................................29.
2.6.2 Ativo Imobilizado..............................................................................................30
2.6.3 Intangível.........................................................................................................30
2.7 APLICANDO AS NOVAS NORMAS ÀS PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS...31
3. CONCLUSÃO.........................................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................34
ANEXOS.....................................................................................................................36
Anexo I - Balanço Patrimonial - BP............................................................................36
Anexo II – Demonstrações do Resultado do Exercício – DRE...................................37
Anexo III – Demonstrações dos Fluxos de Caixa – DFC – método direto.................38
Anexo IV – Demonstrações dos Fluxos de Caixa – DFC – método indireto..............39
Anexo V – Demonstrações das Mutações do PL – DMPL ........................................40
Anexo VI – Demonstrações dos Lucros e Prejuízos Acumulados – DLPA................40
1 INTRODUÇÃO
Evidentemente a Contabilidade é de fundamental importância para qualquer
organização empresarial ou até mesmo para uma pessoa física. O objeto principal
da contabilidade é o Patrimônio, tendo como premissa principal e básica o seu
controle, proporcionando informações para que se possam tomar decisões
adequadas a fim de manter e aumentar o referido patrimônio.
A questão tributária obviamente não pode ser ignorada nesse processo, mas
ela não tem relação direta com a contabilidade, e isso é fácil de explicar, a
contabilidade é uma ciência com um foco e objeto específico, o tributo vem de uma
Lei, que nos diz: quais os fatos geradores do tributo e como devemos apurá-lo,
quando devemos recolhê-lo, enfim não se exige nenhum esforço científico para
determinar a questão tributária, portanto entendemos não haver relação entra a
Ciência da Contabilidade e a questão tributária.
As novas normas brasileiras de contabilidade não tratam de questões
tributárias de forma direta, apenas orienta na aplicação da própria legislação
tributária de cada país, sem interferir em apuração de tributos.
A legislação brasileira é conflitante em relação à necessidade de
contabilidade para determinados portes de empresas, e isso se dá somente quando
está envolvida a questão tributária, quando se trata apenas da legislação contábil o
conflito desaparece e a contabilidade se torna essencial na vida das empresas.
A partir de Janeiro de 2008, o Brasil passou a adotar o padrão internacional
de contabilidade, as chamadas IFRS – International Financial Reporting Standard. O
processo de convergência das antigas normas para as atuais ainda está em
andamento, melhor dizendo, o processo já deveria ter sido concluído, mas esbarra
numa série de questões que se chocam com nossas práticas contábeis dos últimos
anos, o processo caminha com lentidão, discussões, divergências em várias áreas
de sua aplicabilidade, principalmente no que diz respeito á questão tributária que o
envolve, existe hoje um vácuo que precisa ser discutido e preenchido dentro desse
processo de convergência e esse vácuo é exatamente a relação da contabilidade
com as questões tributárias que envolvem o processo.
A contabilidade brasileira vive alguns paradoxos que precisam ser eliminadas
pela nossa legislação, nos últimos 30 anos, ela se ocupou quase que
exclusivamente com a área tributária, mas o que tem a ver a ciência da contabilidade
com a área tributária? Esse trabalho de pesquisa pretende responder essa pergunta.
Outro paradoxo introduzido pela lei 11.638/2007, é quanto aos critérios de
aplicabilidade das novas normas, a referida, introduziu a empresa de grande porte
com base em valores de faturamento, considerando-as acima de 300 (trezentos
milhões), consequentemente o restante das empresas são consideradas de
pequeno e médio porte, dentro desse universo de empresas que faturam de 0 (zero)
a 299.999.999,99 (duzentos e noventa e nove milhões, novecentos e noventa e nove
mil e novecentos e noventa e nove cruzeiros e noventa e nove centavos) temos
várias considerações a fazer e analisar com relação a aplicabilidade das novas
normas brasileiras de contabilidade. Para esse universo de empresas o CPC –
Comitê de Pronunciamentos Contábeis, órgão criado para tradução e adaptação das
normas criou o Pronunciamento Técnico – PME, enquanto que para as empresas de
grande porte foram emitidos o que chamamos de pronunciamentos completos, o
Pronunciamento Técnico – PME é uma síntese dos pronunciamentos completos
tornando a sua aplicação menos complexa.
Esse trabalho de pesquisa pretende discutir, esse universo de empresas, as
consideradas de pequeno e médio porte, se há aplicabilidade das novas normas
para esse universo de empresa, como esse universo está composto, comparar e
confrontar a legislação tributária pertinente, os impactos e efeitos que causarão as
novas normas nessas empresas, e em seus resultados contábeis, qual o custo
benefício de aplicação, se algum resultado positivo poderá decorrer desse processo,
ou se o resultado será negativo, enfim o trabalho pretende apresentar a
aplicabilidade das novas normas brasileiras de contabilidade às pequenas e médias
empresas.
1.1 O PROBLEMA
Quais os benefícios e a aplicabilidade das Novas Normas Brasileiras de
Contabilidade (IFRS) às Pequenas e Médias Empresas.
1.2 JUSTIFICATIVA
Os especialistas em suas reflexões consideram nesse momento que a
transição para o IFRS e ainda a implantação do Sistema Público de Escrituração
Digital, são quebras de paradigma na contabilidade brasileira.
Uma das principais justificativas para se aprofundar no estudo desse tema é
justamente o comportamento da contabilidade nos últimos anos, diríamos no mínimo
nos últimos 20 anos, tirando o universo das grandes empresas que sempre usaram
a contabilidade como ferramenta de controle, no universo das pequenas e médias
empresas esse fato não ocorreu, a contabilidade ficou relegada a um segundo plano
onde a preocupação das empresas se voltavam apenas para a questão tributária.
Outra justificativa importante se é o paralelo que podemos fazer entre a
empresa de grande porte e a de pequeno porte, ambas são empresas que
necessitam de controles e informações para tomada de decisões, portanto a única
ferramenta indicada para esse trabalho é a contabilidade.
“Conforme Rodrigues” (2012), o Brasil será o primeiro país em que as regras
do IFRS (International Financial Reporting Standard) serão adotadas por todas as
empresas – o que ocorrerá durante o ano de 2010, onde todas as empresas de
capital aberto listadas em bolsa deverão apresentar suas demonstrações financeiras
no padrão IFRS, e as pequenas e médias empresas deverão fazer seu processo de
transição com exigibilidade a partir do ano de 2012, aplicando o pronunciamento
técnico CPC-PME. – e nem por isso haverá alterações na essência da contabilidade
brasileira. Para Juarez Domingues Carneiro, Presidente do CFC – Conselho Federal
de Contabilidade o IFRS irá apenas adequar os balanços das empresas no padrão
contábil internacional. Segundo ele, a adoção do IFRS terá reflexos positivos sobre a
geração de empregos nas companhias de todos os portes. “Estamos falando não só
de normas internacionais, mas também de gerenciamento, ou seja, de empresas
que vão estruturar melhor na área financeira”, diz.
1.3 – Objetivo
Demonstrar a aplicabilidade das novas normas brasileiras de contabilidade
nas pequenas e médias empresas no Brasil.
1.4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As novas normas brasileiras de contabilidade sem dúvida trazem para o Brasil
uma condição de excelência no que diz respeito à qualidade da informação contábil
e financeira das organizações, tem como premissa maior a transparência dessas
informações sobretudo para os detentores do capital, os investidores, seus principais
usuários, mas entre eles destacam-se também outros usuários tão importantes
quanto, tais como: empregados, credores, fornecedores, instituições de créditos,
entre outros.
Devido ser um tema com pouco tempo de vida, a bibliografia sobre o assunto
é escassa, e recorreremos principalmente às opiniões e discussões publicadas em
mídias especializadas, órgãos normativos e órgãos reguladores.
O objeto principal das novas normas brasileiras de contabilidade é resgatar a
qualidade das informações, possibilitando aos seus usuários tomados de decisões
seguras e que possam produzir resultados, nessa linha, a Estrutura Conceitual
Básica, que dá base e sustenta os demais pronunciamentos traz uma nova luz, e
uma nova discussão sobre esse quesito qualidade das informações, que no devido
tópico será tratado. A contabilidade é uma ciência que trata do registro, e controle do
patrimônio e suas variações dentre de um período de tempo, tudo isso obedecendo
normas e regras gerais e específicas.
O primeiro grande arcabouço contábil brasileiro, foi a lei 6404/1976, com o
objetivo de trazer organização, método, regras, para as demonstrações contábeis no
Brasil, alcançou seu objetivo apenas nas grandes empresas, ou naquelas empresas
de capital aberto com ações listadas em bolsa, por isso ficou conhecida e a ela se
refere como a leis das S/As, esqueceu-se que a mesma lei traz um artigo que diz:
aplicada às demais sociedades, no entanto as demais sociedades desviaram o foco
da contabilidade como ferramenta de controle e focaram na questão tributária, em
como pagar menos impostos e isso acabou que a contabilidade perdeu sua essência
nas pequenas e médias empresas, justiça seja feita que a lei das S/As, já tinha como
objetivo desassociar a contabilidade da questão tributária fato esse que por prática
de profissionais e desinteresse de usuários e empresários acabou não ocorrendo.
“A despeito do mérito indiscutível quanto à adaptação da legislação fiscal
brasileira à legislação societária e á sua contribuição para a viabilidade prática da lei
das Sociedades por Ações, não podemos, todavia, deixar de criticar algumas
posições assumidas pelas autoridades fiscais que, na pratica, não tem permitido a
adoção desse sistema na extensão que seria necessária. De fato diversos
pronunciamentos posteriores foram elaborados de forma a limitar a aplicação desse
dispositivo, emitindo pareceres e decisões que deveriam ser meramente de natureza
fiscal, mas que exigem e determinam tratamento contábil similar, às vezes até em
desacordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade; e isso contraria o
disposto na Lei das Sociedades por Ações, chegando a ser uma fuga a seu espírito
e a sua intenção.” (Manual Fipecafi, 2008, p.5).
A citação acima deixa sem sombra dúvidas o conflito estabelecido entre o
papel da contabilidade na vida das organizações com aquilo que as autoridades
fiscais determinam no dia a dia emitindo normas fiscais e tributárias que ferem os
princípios básicos de contabilidade.
Quando de analisa os pronunciamentos contábeis, tanto os completos
direcionado ás empresas de grande porte como os Pronunciamento Técnico PME,
objeto do nosso estudo e pesquisa, observamos que houve a nítida intenção de
evitar o conflito entre a aquilo que é o objeto da Ciência da Contabilidade e as
normas tributárias, recomendando que se faça em separado os controles fiscais e
tributários, permitindo a contabilidade cumprir o seu papel na vida das organizações.
Em tudo que se pensa fazer dentro de uma organização empresarial umas
das primeiras questões a serem colocadas em discussão é quanto ao custo
benefício da operação, da informação, da decisão a ser tomada, nesse sentido
declara e Iudícibus e Marion. (2007, p.65) “Sem negar a eventualidade de uma
descoberta extremamente original, deve-se sempre guiar pelo que a média das
empresas bem-sucedidas e inteligentes está fazendo, desconfiando sempre daquela
forma única e absolutamente original de bolar o sistema de informação que ninguém
pensou ou ousou imaginar antes. Alguns tomadores de decisões sabem “tirar leite
de pedra” de informações simples ao passo que outros nem tomam conhecimento
de sistemas mais complexos. Para esses últimos á informação quase que terá
somente custo e nenhum benefício. Uma das formas de avaliar a qualidade da
informação contábil e portanto, sua utilidade (benefício), quando comparada ao
custo, é analisar algumas qualidades ou características que deve possuir, tais como:
compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade”.
Nesse sentido a contribuição dos pronunciamentos técnicos e principalmente
para a pequena e média empresa que terá sua vida facilitada por um
pronunciamento específico, adequado ao seu porte, mas sem perder à qualidade da
informação por custos que certamente trarão á organização crescimento sólido e
processo de tomada de decisão com mais segurança, culminando com resultados
positivos que é o objetivo de toda organização empresarial e econômica.
O novo padrão de contabilidade se apresenta com algumas nomenclaturas
modificadas, tais como: os instrumentos financeiros divididos em duas situações, os
instrumentos financeiros básicos que se trata basicamente do ativo e passivo
circulante, os instrumentos financeiros complexos também chamados de derivativos,
tais como: hedge accounting, swaps, commodity, e derivativos exóticos, que não são
recomendados para pequenas e médias empresas, no entanto algumas empresas
enquadradas como pequenas ou médias de acordo com a lei 11.638/2007, que são
empresas com faturamento anual acima de 100 (milhões) e com atividades fins que
utilizam esses instrumentos complexos, e por ser complexos exigem cuidados
redobrados, nesse sentido relata Lopes (2009, p. 1) “Com rápida evolução e
desenvolvimento do mercado brasileiro e com a internacionalização (de operações e
conceitos de gestão) das empresas, a utilização de instrumentos financeiros, alguns
bastante complexos, tornou-se corriqueira no dia a dia de muitas entidades. Nesse
contexto, a captação e aplicação de recursos realizada de maneira eficiente são
fundamentais para o bom desempenho das organizações. A correta utilização de
instrumentos financeiros mitiga o risco de determinada transações, suaviza o
resultado da empresa e pode aumentar sua rentabilidade. Por outro lado, a
utilização descuidada dessas operações pode levar a enormes prejuízos e até
mesmo a falência.”
Olhando para os pronunciamentos em geral incluindo o PME objeto de nossa
pesquisa fica claro que o objetivo são as informações de cunho financeiro, sem focar
na questão tributária, utilizando toda a técnica contábil com o intuito de municiar o
proprietário do capital de informações bem como os usuários no processo de tomada
de decisões, a fim, de preservar e maximizar seus investimentos.
Ainda
nessa
direção
do
mercado
financeiro
declara
Mourad
e
Paraskevopoulos, (2010, p. 1) “O IFRS é responsável por grandes mudanças na
forma de gerir e administrar os riscos financeiros e de mercado de capitais, o que o
torna ferramenta indispensável na tomada de decisão. Após diversas discussões
entre o IASB¹ e participantes de mercado (incluindo o G 20 e o Financial Crisis
Advisory Group) sobre os principais impactos da crise financeira mundial, o IASB
publicou diferentes projetos (pronunciamentos) relacionados à avaliação de
instrumentos financeiros. Esses projetos (pronunciamentos) tem como principal
objetivo esclarecer assuntos críticos relacionados á melhoria da habilidade dos
usuários das demonstrações contábeis em IFRS para acessar os valores, tempo e
incertezas dos fluxos de caixa dos instrumentos financeiros.”
“Dois conceitos inter-relacionados são essenciais para o entendimento dessa
nova realidade contábil: a representação verdadeira e apropriada; e a primazia da
essência sobre a forma. A contabilidade somente cumprirá sua função essencial de
fornecer informações úteis ao processo de tomada de decisão de seus usuários se
refletir verdadeiramente a realidade econômica subjacente. Para que essa
representação apropriada (true and fair view) possa ser alcançada, é importante
observar a primazia da essência econômica sobre a forma jurídica dos eventos
econômicos.
Dessa forma, com a mudança iniciada com a edição da Lei 11.638, de 2007,
resgata-se a característica fundamental das demonstrações contábeis, que devem
representar fidedignamente a realidade dos efeitos econômicos das transações,
independentemente do seu tratamento jurídico” (Parecer de Orientação 37 de 22 de
Setembro de 2011 – Maria Helena dos Santos Fernandes Santana).
Com a introdução desse novo conceito de pratica contábil, “primazia da
essência sobre a forma” observa-se uma grande quebra de paradigma para
profissionais, acadêmicos, empresários e sobretudo aos usuários da contabilidade,
faz-se necessário um completo reestudo das normas contábeis, além de uma grande
fama de outras informações e conhecimentos que se farão necessários na aplicação
desse processo.
Assi, (2012) aborda que “Muito se tem falado sobre o assunto de harmonização
contábil, IFRS, Comitê de Pronunciamentos Contábeis, lei 11.638/07, mas qual é o
verdadeiro problema? Acredito que seja a ausência de cultura para o assunto,
quantas são as universidades que tem como disciplina a tal contabilidade
internacional? As empresas no Brasil que são filiais ou subsidiárias de empresas do
exterior já realizam à muito tempo o balanço mensal em USGAAP ou em IASGAAP,
e até mesmo empresas que tem negócios no exterior necessitam preparar seus
balanços internacional.
Então o problema não são as normas internacionais, mais sim a ausência de
cultura e de conhecimento das metodologias para adequar as informações contábeis
conforme o IFRS. Já fui questionado por pessoas despreparadas com a seguinte
pergunta: "com o advento da contabilidade internacional, ainda necessitamos fazer a
conversão do balanço?", pela pergunta percebemos que falta muito entendimento.
Já falei sobre o valor justo, sobre as mudanças contábeis, sobre a
necessidade dos profissionais de contabilidade em buscar melhor entendimento e
conhecimento, mas ainda falta muita coisa para isso, portanto temos medo pois
desconhecemos o que as normas solicitam.
Fundamentando a necessidade de aprofundar o assunto, destacam-se vários
pontos a serem estudados, desde a primeira leitura para tomar conhecimento
mínimo do que as novas normas nos solicitam, a dos profissionais que atuam no
mercado, o reformulação das grades nos cursos de graduação, aumentar a oferta de
pós-graduação específica para o tema, e sobretudo conscientizar o usuário da
utilidade da informação no processo decisório independente do porte da empresa”.
1.5 METODOLOGIA
A escolha desse tema limita a metodologia em pesquisa bibliográfica, estudo
dos pronunciamentos contábeis emitidos pelo CPC – Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, artigos e sites especializados tratando sobre o tema, uma vez que a
literatura sobre o tema é escassa.
Os órgãos normativos também serão fonte de informações, bem como as
empresas de auditoria que possuem farto material sobre o assunto.
2 DEFINIÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
A lei 6404/76, não fazia distinção entre tipos, tamanhos, ou qualquer outra
qualificação em relação a empresas em geral, apenas em um de seus artigos
prescrevia que o seu conteúdo não estava limitado à companhias abertas reguladas
pela CVM e listadas em bolsa, mas que era aplicado também as demais sociedades.
Com a introdução da lei 11.638/2007, alterando alguns de seus artigos e
acrescentando outras regras, cria-se o conceito de Empresa de Grande Porte e
Pequena e Média Empresa.
Pequena e Média Empresa é aquela que não tem obrigação por força de lei
de publicar suas demonstrações financeiras, enquanto que as S/As de capital aberto
reguladas pela CVM, e as instituições Financeiras e Seguradoras tem por força
normativa a publicação anual, de suas demonstrações financeiras, e o setor
financeiro publicam demonstrações financeiras sintéticas trimestralmente.
Segundo a lei 11.638/2007, fica assim definida o que é empresa de Pequeno
e Médio Porte: as empresas cujo faturamento for de 0 a 299.999.999.99 (Duzentos
e noventa e nove milhões, novecentos e noventa e nove mil, novecentos e noventa e
nove reais e noventa e nove centavos) ou 239.999.999,99 (Duzentos e trinta e nove
milhões, novecentos e noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove reais e
noventa e nove centavos) em ativos registrados, são consideradas empresas de
pequeno porte. Dentro desse universo empresarial encontramos desde o pequeno
negócio como uma padaria uma pequena loja até uma grande indústria, e aí temos
vários conflitos a serem dirimidos com relação à necessidade ou não de se ter uma
contabilidade no nível do modelo internacional adotado no Brasil e aqui pesquisado
e discutido.
2.1 A Questão Tributária na Pequena e Média Empresa no Brasil
A pequena e média empresa no Brasil, principalmente a pequena, tem como
seu regime tributário o chamado simples nacional, criou-se uma cultura ao longo dos
anos que a escrituração pura e simplesmente do livro caixa atenderia às
necessidades dessa empresa, mas ao longo do tempo surgem questões jurídicas
das mais diversas, tais como, necessidade de crédito, partilha de bens, litígios
jurídicos entre sócios ou credores, cisão, etc., que exige dessa pequena empresa
uma contabilidade completa, e nesse ponto temos um ponto de conflito entre a
legislação societária e a legislação tributária, tanto a lei complementar 123/2006,
quanto o código civil permitem a prática de uma contabilidade simplificada, mas
entende-se que isso não atende as necessidades da legislação societária que exige
um registro e apuração dos números que compõe a posição patrimonial e financeira
da empresa que somente a contabilidade tem o instrumento adequado para esse
fim. O grupo formado pelas empresas permitidas a usar o regime simples nacional
via das empresas que faturam de R$ 0 (zero) até R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais) que são as chamadas micro empresas ou ME, e de R$
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) até R$ 3.600.000,00 (três milhões e
seiscentos mil reais) definidas como empresas de pequeno porte, em seguida temos
as empresas que faturam até R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais)
que podem utilizar o regime do Lucro Presumido, acima disso as empresas
obrigatoriamente deverão utilizar o regime de Lucro Real.
2.1.1 O papel da Contabilidade na Vida das Pequenas e Médias Empresas no
Brasil.
Segundo pesquisas realizadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e
Pequenas Empresas - SEBRAE, e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, o índice de fechamentos de empresas no nosso universo de estudo chega de
56% a 60%, contando do início das atividades até no máximo cinco anos de vida,
isso se deve a uma série de cuidados que os empreendedores não tomam ao
intencionarem abrir um negócio, mas um desses fatores que mais contribuem para
esses altos índices de insucesso nas atividades empresariais é o não uso da
contabilidade como ferramenta de controle, com a implantação do Sistemas Públicos
de Escrituração Digital - (SPED) no Brasil também observa-se essa realidade.
A
contabilidade
tem
papel
fundamental
na
vida
das
organizações
empresariais independente do seu porte, pois ele permite uma leitura adequada da
atividade em todos os seus aspectos: financeiros, patrimoniais, investimentos,
financiamentos, origem e aplicação dos recursos que são escassos segundo a teoria
macro econômica. Ela traz ao empreendedor o retrato, ou seja, a fotografia da
empresa em um determinado momento (balanço patrimonial) também permite
através de suas ferramentas de analise uma avaliação dos resultados alcançados e
a rentabilidade do capital investido, seu retorno entre outros benefícios.
Outro papel importante da contabilidade é permitir ao investidor visualizar com
detalhes o cenário onde vai colocar seus investimentos, e aqui cabe colocar uma
questão muito nova no cenário brasileiro, com a abertura dos mercados
internacionais e a queda das fronteiras dos negócios, o capital que transita dentro
desses mercados não procuram apenas grandes corporações para investimento,
mas nesse momento temos uma enorme gama de empresas de pequeno porte
sendo adquiridas por investidores estrangeiros ou sendo adquiridos por outros
grupos econômicos internacionais, mas para que isso à empresa necessita de
transparência em suas informações e confiabilidade nos números apresentados. E
até mesmo para a questão tributária a contabilidade é importante onde seus
registros permitem um planejamento tributário e o pagamento de tributos de forma
correta evitando transtornos com autuações entre outras situações que podem
ocorrer.
2.1.2 O Custo e o Benefício da Informação Contábil
Segundo os pronunciamentos contábeis (CPC’s) entre eles o Pronunciamento
técnico PME, determina que o custo não pode exceder ao benefício da informação a
ser gerada e escriturada, os mesmos pronunciamentos também citam a dificuldade
de determinar e delimitar esses dois elementos. Nesse momento começamos a
discutir o conflito entre a aplicabilidade ou não das novas normas brasileiras de
contabilidade, os profissionais em geral não estão preparados para uma avaliação
nessa profundidade, uma vez que isso depende do julgamento das administrações
empresariais, uma informação transparente e adequada pode ter efeitos diferentes
dependendo de como elas apresentarão a organização em questão, e isso leva as
empresas muitas vezes a omitirem dados importantes.
Se considerarmos uma pequena e média empresa que tem objetivo de
crescimento e alcançar patamares mais elevados em sua atividade a necessidade
de qualidade de informações a respeito de suas operações se torna mais evidente,
dando segurança a seus investidores e garantindo o retorno dos capitais investidos.
O grande objetivo de se aplicar os novos padrões de contabilidade gira em torno
desse quesito, segurança e confiabilidade das informações.
Com as ferramentas disponíveis hoje os custos para gerar informações são
reduzidos consideravelmente, os sistemas integrados os (ERP’s) Enterprise
Resourcing Planing (ERP), absolutamente necessários no momento atual e bem
formatados e parametrizados permitem gerar informações seguras com custos
reduzidos, afinal todo o avanço da tecnologia prevê redução de mão de obra por
exemplo, os softwares de gestão fazem o trabalho se alimentados corretamente. A
informação confiável proporciona a uma organização credibilidade para angariar
recursos vindos tanto do sistema financeiro nacional como de investidores em geral
no Brasil e forra dele. Conclui-se que dificilmente o custo da informação excederá os
benefícios que ela proporciona.
2.2 CONCEITOS E PRINCÍPIOS GERAIS
As novas normas brasileiras de contabilidade são lastreadas pela estrutura
conceitual básica, ou seja, a Resolução CVM 675/2011, ou a Resolução CFC
1374/2011, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 00(R1) “O International
Accounting Standards Board – IASB está em pleno processo de atualização de sua
Estrutura Conceitual. O projeto dessa Estrutura Conceitual está sendo conduzido em
fases. À medida que um capítulo é finalizado, itens da Estrutura Conceitual para
Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, que foi emitida em
1989, vão sendo substituídos. Quando o projeto da Estrutura Conceitual for
finalizado, o IASB terá um único documento, completo e abrangente, denominado
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro
(The Conceptual Framework for Financial Reporting)”.
O conteúdo importante colocado por essa estrutura são as características
qualitativas das demonstrações financeiras, com a finalidade de determinar a correta
e transparente posição patrimonial e financeira das organizações empresariais de
pequeno e médio porte, cada uma delas estão ligadas intimamente, uma
influenciando a outra, portanto é um conjunto essencial de cuidados a serem
aplicados a fim de alcançar as informações com qualidade.
As Características qualitativas das demonstrações financeiras foram divididas
em duas categorias para melhor entendimento e aplicação das regras, são elas:
Características Fundamentas e Características de Melhoria.
As características fundamentais estão subdivididas em três regras, são elas:
Relevância, Materialidade e Representação fidedigna; as características qualitativas
de
melhoria
são:
Comparabilidade,
Verificabilidade,
Tempestividade,
Compreensibilidade.
2.2.1 Características Qualitativas Fundamentais
2.2.1.1 Relevância
Algo é relevante quando influencia os usuários das demonstrações
financeiras, ou seja, quando é capaz de fazer a diferença nas decisões, nesse caso
o que está em jogo são as decisões econômicas, tanto do lado do gestor quanto do
investidor, ambos precisam de informações relevantes e adequadas no processo de
tomada de decisões, as informações contábeis e financeiras que possuem essa
característica não podem ser omitidas no conjunto de demonstrações financeiras.
2.2.1.2 Materialidade
Materialidade e relevância são muito próximas uma da outra, uma com
enfoque em situação que leva ou não a uma tomada de decisão e materialidade está
mais relacionada a valores, a quantificação da operação a ser registrada, e o seu
conceito é o mesmo a informação é material quando influencia ou atrapalha uma
decisão adequada no processo decisório dentro de uma empresa.
De acordo com o pronunciamento CPC 00 (R1) a materialidade “é um aspecto
de relevância específico da entidade baseado na natureza ou na magnitude, ou em
ambos, dos itens para os quais a informação está relacionada no contexto do
relatório contábil financeiro de uma entidade em particular”.
2.2.1.3 Representação Fidedigna
As fidedignidades da apresentação das demonstrações financeiras passam
por três atributos fundamentais, são eles: completa, neutra e livre de erro.
Considerando que a perfeição é quase inalcansável, perseguí-la é um dever
dos profissionais responsáveis pela elaboração das demonstrações financeiras.
A contabilidade trabalha e retrata em cima de fenômenos econômicos
financeiros, sendo assim toda informação que possibilite a compreensão por parte
dos usuários deve ser retratada obedecendo aos princípios da neutralidade sem
influenciar os dados e resultados. Uma representação fidedigna não significa
exatidão em todos os aspectos, como uma estimativa por exemplo, não pode ser
descrita como exata mas desde que devidamente explicitada em sua elaboração e
registro passa a ser uma representação fidedigna.
2.2.2 Características Qualitativas de Melhoria
2.2.2.1 Comparabilidade
Uma decisão implica em escolher alternativas que se colocam diante dos
usuários das demonstrações financeiras, para isso é necessário que essas
alternativas sejam colocadas diante dos que necessitam dela, a comparabilidade
subsidia os usuários das demonstrações financeiras trazendo dados de períodos
anteriores que facilitam por exemplo numa decisão de vender ou manter um ativo.
Para cada conta contábil ou grupo de contas contábeis os valores devem ser
comparáveis com o exercício imediatamente anterior no mínimo, podendo a entidade
ampliar esse universo de comparação tal como as empresas de capital aberto que
apresentam nas bolsas demonstrações comparáveis dos três últimos exercícios.
Além disso, as novas normas brasileiras de contabilidade trazem um outro
nível de comparação importante, ou seja, nos países que praticam a mesma norma,
ou que estejam alinhados às normas internacionais de contabilidade podemos
comparar o balanço de uma empresa brasileira com uma internacional que seja
similar em sua atividade, proporcionando uma analise comparativa adequada.
2.2.2.2 Verificabilidade
A
verificabilidade
permite
aos
usuários,
observadores
cônscios
e
independentes possam chegar a um consenso mesmo não chegando a um completo
acordo. A Verificação pode ser direta ou indireta, a direta por exemplo seria a
verificação do valor do caixa, a indireta seria checar os dados e fazer recálculos
corroborando a informação, tal como, recalculo final do estoque pelo método PEPS.
2.2.2.3 Tempestividade
Ter a informação disponível para tomadores de decisão a tempo de
influenciá-los em suas decisões.
As demonstrações financeiras se referem ao período de tempo, cada país tem
a sua tempestividade determinada por legislação local, no Brasil os balanços
patrimoniais são apresentados em períodos anuais, ou seja, o nosso exercício social
é determinado a partir de 01/01 de cada ano até 31/12 do mesmo ano, quando se
inicia um novo exercício social, o cumprimento desses prazos é determinante para
que os usuários da contabilidade tenham elementos eficazes para as tomadas de
decisões.
2.2.2.4 Compreensibilidade
Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão
torna-a compreensível.
As demonstrações financeiras de acordo com os novos conceitos e princípios
são compreensíveis quando uma pessoa menos qualificada compreende o que está
demonstrado nos relatórios contábeis, ou que esteja disposto a estudar o mínimo o
assunto, é a contabilidade numa linguagem que seja possível a leitura para um leigo
no assunto. As informações mais complexas devem ser acompanhadas de notas
explicativas permitindo a sua compreensão.
2.3 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As novas normas brasileiras de contabilidade apresentam novas exigências
para as pequenas e médias empresas no que diz respeito à apresentação das
demonstrações contábeis. No cenário antigo os balanços eram apenas fechados
dentro do exercício apresentando apenas o Balanço Patrimonial e a Demonstração
do Resultado, com as novas normas outros demonstrativos passam a ser
obrigatórios na apresentação das demonstrações contábeis, são elas: Balanço
Patrimonial – BP – Quadro I, (demonstrando a posição patrimonial e financeira da
entidade), a Demonstração do Resultado - DRE, Quadro II, (demonstração do
resultado do exercício, o desempenho da entidade durante o exercício apresentado,
a DRE traz importante modificação em relação ao GAAP antigo, deixam de existir as
figuras das Receitas e Despesas Operacionais), Demonstração do Resultado
Abrangente – DRA (demonstrando os resultados da empresa com elementos alheios
á sua atividade principal, a DRA é uma extensão da DRE, onde serão demonstrados
os valores relativos as variações cambiais, variações de hedge, e variações
atuariais), Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC – Quadro III e Quadro IV,
(esse demonstrativo apresenta a capacidade da entidade em gerar caixa bem como
a aplicação desses recursos), Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido –
DMPL (e evolução das contas do Patrimônio Líquido, para mais ou para menos,
caso a empresa movimente apenas a conta de lucros ou prejuízos acumulados
durante o exercício ela poderá apresentar apenas a demonstração de lucros ou
prejuízos acumulados a – DLPA), e as Notas Explicativas, (fundamental para que
haja uma maior compreensão das demonstrações contábeis).
2.3.1 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – DFC
A DFC é apresentada de dois métodos diferentes: O Método Direto e o
Método Indireto, a DFC substitui a antiga DOAR, Demonstrações de Origens e
Aplicações de Recursos. A DFC demonstra a capacidade da empresa gerar caixa e
aplicar esses recursos sob três vertentes distintas, são elas: caixa gerado
proveniente das atividade operacionais, caixa gerado a partir das atividades de
investimento e caixa gerado a partir das atividades de financiamento.
2.3.1.1 Método Direto
1. Fluxos de caixa das atividades operacionais
(+) Recebimentos de clientes
(-) Pagamentos a fornecedores e empregados
(+) Caixa gerado pelas operações
(-) Juros pagos
(-) Imposto de renda e contribuição social paga
(-) Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
(=) Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
2. Fluxos de caixa das atividades de investimento
(-) Aquisição da controlada X líquido do caixa incluído na aquisição
(-) Compra de ativo imobilizado
(+) Recebido pela venda de equipamento
(+) Juros recebidos
(+) Dividendos recebidos
(=) Caixa líquido usado nas atividades de investimento
3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento
(+) Recebido pela emissão de ações
(+) Recebido por empréstimo a logo prazo
(-) Pagamento de passivo por arrendamento
(-) Dividendos pagos
(=) Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
4. Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa ao fim do período
2.3.1.2. Método Indireto
1. Fluxos de caixa das atividades operacionais
(+) Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social
Ajustes por:
(+) Depreciação
(+) Perda cambial
(-) Renda de investimentos
(+) Despesas de juros
(-) Aumento nas contas a receber de clientes e outros
(+) Diminuição nos estoques
(-) Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
(+) Caixa proveniente das operações
(-) Juros pagos
(-) Imposto de renda e contribuição social pagos
(-) Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
(=) Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
2. Fluxos de caixa das atividades de investimento
(-) Aquisição da controlada X menos caixa líquido incluído na aquisição
(-) Compra de ativo imobilizado
(+) Recebimento pela venda de equipamento
(+) Juros recebidos
(+) Dividendos recebidos
(-) Caixa líquido usado nas atividades de investimento
3. Fluxos de caixa das atividades de financiamento
(+) Recebimento pela emissão de ações
(+) Recebimento por empréstimos a longo prazo
(-)Pagamento de obrigação por arrendamento
(-) Dividendos pagos*
(-) Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
4. Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa
Caixa e equivalente de caixa no início do período
Caixa e equivalente de caixa no fim do período
2.4 NOTAS EXPLICATIVAS
A grande novidade das novas normas brasileiras de contabilidade para as
pequenas e médias empresas são as notas explicativas, prática pouco adotada no
cenário antigo, pois as notas explicativas traz também uma nova cultura a da
divulgação das informações contábeis das entidades bem como a explicação clara e
transparente das operações, a fim de auxiliar os usuários das demonstrações
contábeis.
As notas explicativas exigem dos profissionais da contabilidade um
conhecimento avançado da contabilidade, pois não basta registrar as operações
mas sim explicá-las e apresentar as devidas demonstrações em relatórios que serão
divulgados no mercado e principalmente aos investidores.
Exemplo da utilidade das notas explicativas: uma empresa cujo balanço
apresenta de um ano para outro um aumento acentuado nas contas de estoques
que imobilizam giro de caixa, uma situação desconfortável para o gestores, ma se
essa entidade em suas notas explicativas informa aos investidores e demais
usuários que no período contábil em questão incorporou outras empresas ao seu
grupo econômico obviamente o aumento do estoque no balanço consolidado se
justifica devido ao aumento do grupo e da necessidade mínima de estoque para
geração de caixa.
2.5 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Os grupos econômicos formados por várias empresas, através de
investimentos em coligadas ou controladas faz-se necessários consolidar as
demonstrações contábeis individuais de cada entidade como se fosse uma única
empresa, anulando os efeitos e as transações entre as empresas que compõe o
grupo econômico. A consolidação se dá na entidade controladora ou holding caso o
grupo possua uma.
“Segundo o pronunciamento controle é o poder de governar as políticas
operacionais e financeiras de uma entidade de forma a obter benefícios de suas
atividades” (CPC PME, Seção 9, item 9.4),
Dentro do critério de controle e poder de governar, existe um patamar de
investimento a ser observado, ou seja, o investimento deve ser de no mínimo 20%
do capital da investida, esse critério presume-se que haja influência significativa na
investida.
O retorno do investimento obedece um novo critério, para investimentos até o
percentual de 20% o dividendo é calculado pelo método do custo, ou seja,
reconhecendo o mesmo diretamente no resultado, quando a participação esteja na
casa dos 20% acima utiliza-se o método de equivalência patrimonial.
O Grupo econômico deve em seu balanço consolidado demonstrar a
participação dos não controladores ou acionistas minoritários, prática essa não
exigida no GAAP anterior.
2.6 GRUPO DO ATIVO IMOBILIZADO
A geração de caixa de uma entidade passa necessariamente pelo seu ativo
imobilizado, se não o mais importante, tem seguramente papel fundamental, daí a
necessidade de cuidados a fim de registrá-los dentro de critérios que reflitam a
realidade dos bens de uma entidade, um dos pontos mais atingidos pelas novas
normas é o grupo do ativo imobilizado exigindo práticas e políticas contábeis que
demonstrem
transparência
na
mensuração
e
reconhecimento
dos
ativos
imobilizados de uma organização empresarial.
Um dos pontos importantes a ser observado nesses registros contábeis é a
mensuração do bem, agregando a ele todos os custos necessários para que o
mesmo esteja em condições de operar e gerar caixa para a empresa, da mesma
forma aplicar critérios adequados de reconhecimento de perdas por uso, desgaste,
obsolescência, bem como critérios corretos de depreciação de acordo com a vida útil
e se uso, seu padrão de consumo, e não com base nos percentuais aceitáveis pela
legislação tributária.
O Grupo do ativo imobilizado sofreu alteração também em sua estrutura no
balanço patrimonial, foi abolido o nome de ativo permanente, passando a
denominação de apenas ativo imobilizado, apesar de já existir não era pratica
comum o registro de intangíveis, prática essa que será mais acentuada com as
novas normas, ficou assim composto o grupo dos ativos imobilizados: propriedade
para investimento, ativo imobilizado e intangível.
2.6.1 PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
Uma importante alteração nas normas é a propriedade para investimento,
cuja definição é a seguinte:
“É a propriedade (terra ou edifício, ou parte de edifício, ou ambos)
mantida pelo proprietário ou pelo arrendatário em arrendamento mercantil
financeiro para auferir aluguéis ou para valorização do capital ou para ambas,
e não para: a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou por
propósitos administrativos; ou b) venda no curso normal dos negócios. (CPC
PME, Seção 16, Item 16.2)”
Esse bem tinha seu registro contábil efetuado no grupo do ativo permanente,
também extinto pela nova norma, como sendo um ativo imobilizado, essa regra
desobedecia o princípio da essência sobre a forma, pois não se tratava de um ativo
imobilizado utilizado na produção de bens.
2.6.2 ATIVO IMOBILIZADO
O ativo imobilizado é o principal fator de geração de caixa de uma empresa, e
tem recebido pouca atenção nas demonstrações financeiras das empresas, como
dito anteriormente, a contabilidade tem um forte componente tributária e pouco
patrimonial, relegando a um segundo plano o seu ativo imobilizado.
Esse grupo de contas que registram os bens da empresa e um forte
componente quando da analise das demonstrações contábeis tanto quando
devidamente registrado como se não houver registros adequados, é um forte
balizador para analistas do mercado financeiro, investidores, e até mesmo aos
consumidores de seus produtos, onde ficará demonstrado a capacidade produtiva e
de manutenção de mercado dessa organização empresarial.
As Novas Normas Brasileiras de Contabilidade tratam com muita seriedade
desses ativos, além da depreciação pelo uso ao longo do tempo, provocando perda
nos seus valores temos a chamada avaliação anual, denominado de IMPAIRMENT,
ou seja, redução ao valor recuperável do ativo. Dentro da essência das novas
normas fica estabelecido que um ativo seja ele imobilizado ou de outra natureza não
deve ficar registrado nos balanços por uma valor que não possa ser recuperado, daí
a
necessidade
dessa
avaliação
anual
por
ocasião
do
fechamento
das
demonstrações contábeis e devidamente ajustados nas demonstrações.
2.6.3 INTANGÍVEL
Compondo ainda esse importante grupo do balanço patrimonial tem os ativos
intangíveis, que no cenário antigo se limitava a registrar nas demonstrações
contábeis apenas os valores gastos com as marcas e patentes, valores esses de
registro apenas, e também os softwares adquiridos pelas empresas. No entanto
esse grupo é muito mais abrangente, há muitos ativos intangíveis nas organizações
que não são mensurados e devidamente registrados, tais como: propriedade
intelectual, know how específico, carteira de clientes qualificada, copias de filmes,
etc.
2.7 – APLICANDO AS NOVAS NORMAS ÀS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
Desde o início do processo de adoção das novas normas, o que se discute
exaustivamente é a necessidade de aplicar técnicas e regras contábeis tão
avançadas para pequenas e médias empresas, uma revisão está em andamento a
fim de inserir e ou suprimir obrigatoriedades dessa aplicabilidade, uma comissão
recentemente aprovou uma contabilidade simplificada para empresas menores,
usando como base as empresas tributadas por Simples Nacional e até mesmo lucro
presumido. A reclamação de profissionais e empresários se baseia no fato de o
custo da informação exceder o benefício que a mesma proporciona fato esse tratado
pelo próprio CPC, onde determina que quando isso ocorrer a empresa está
desobrigada de aplicar a norma, isso parece um tanto quanto subjetivo, pois essa
prerrogativa poderá ser utilizada de forma inadequada.
Evidentemente que quando temos informações claras, precisas, que reflitam
corretamente a composição de um patrimônio facilita uma série de benefícios para
uma organização empresarial, esse é exatamente o objetivo principal das Novas
Normas Brasileiras de Contabilidade, a transparência nos balanços. Isso diminuirá o
custo do capital para essas empresas, aumentará seu relacionamento com o
mercado dada a confiabilidade que apresenta, atrairá consumidores cada vez mais
exigentes com seus fornecedores de produtos, e sobretudo os investidores que
procuram bons negócios para aportarem seus recursos e investimentos, dentro
dessa ótica observamos que o Brasil vive um grande momento de entrada de
investidores
estrangeiros
procurando
por
negócios
e
aquisições
de
empreendimentos empresariais, no entanto esses investidores exigem informações
de qualidade e que possam ser de grande compreensão aos seus analistas, e
garantam retorno aos seus investimentos. Outro fator interessante nesse processo é
preparar a empresa para uma abertura de capital, o chamado IPO – (do inglês Initial
Public Ofering) ou simplesmente oferecer ações ao mercado, abrindo seu capital.
Como se pode observar os benefícios são muitos, e os custos de
proporcionar esses benefícios são certamente menores, uma vez que a empresa já
deva possuir uma estrutura mínima de contabilidade.
3 CONCLUSÃO
O grande objetivo das Novas Normas Brasileiras de Contabilidade é
proporcionar aos usuários condições de tomarem decisões com base em
informações que por suas qualidades permitam decisões um alto grau de precisão,
ou seja, de acordo com o próprio pronunciamento, CPC 00 (R1), que lista uma série
de decisões importantes dentro de uma organização, tais como: “decidir quando
comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais, avaliar a administração da
entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à
qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas, avaliar a capacidade
de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios, avaliar
a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à
entidade, determinar políticas tributárias,
determinar a distribuição de lucros e
dividendos, elaborar e usar estatísticas da renda nacional, ou
regulamentar as
atividades das entidades”. Uma gama de decisões da mais alta importância dentro
da gestão de uma organização independente do seu porte.
Conclui-se que as aplicabilidades das Novas Normas Brasileiras de
Contabilidade são perfeitamente possíveis e benéficas ás organizações empresarias
de qualquer porte, obviamente que cada empresa pode diante de sua situação
individual e peculiar avaliar a necessidade de aprofundar ou não nas informações
para seu publico alvo, para seus investidores, sócios e outros interessados.
Tecnicamente em termos de custos pouco se acrescenta, o fator essencial para
essa aplicabilidade é capacitar os profissionais envolvidos no processo a conhecer
esse novo universo, onde esse profissional, ou o gestor da organização empresarial
necessitam ter o devido conhecimento científico contábil a fim de aplicar as normas,
sobretudo quanto ao seu principal princípio que é a Essência Econômica
sobrepujando a forma legal, isso exige uma capacitação apurada e uma gestão
compartilhada ou governança corporativa a fim de não apresentar distorções nessas
avaliações e mensurações de ativos e passivos que compõe o patrimônio da
empresa.
O conflito fiscal e tributário que se apresenta em virtude da adoção das novas
normas brasileiras de contabilidade se dá pelo fato de que os legisladores brasileiros
bem como o governo de modo geral prima pela arrecadação dos tributos não dando
relevância a informação econômica ou pelo menos o faz como segunda prioridade.
Outro fator que distorce uma legislação da outra é o fato de alterações constantes
na legislação tributária para regular setores da economia ou conceder-lhes algum
benefício a fim de implementar medidas sócio econômicas.
Independente da questão tributária e fiscal e seus conflitos a aplicação das
novas normas apresentam grande benefício ás pequenas e médias organizações
empresariais por serem empresas que não possuem por suas características de
constituição uma cultura de gestão aprimorada, sendo empresas familiares, ou cujos
gestores não apresentam um grau de conhecimento científico adequado e muitas
vezes até mesmo baixa escolaridade. Profissionais devidamente preparados e
qualificados poderão elaborar demonstrações financeiras adequadas capaz de dotar
esses gestores a tomarem decisões com mais qualidade.
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Contabilidade.
ANEXOS
QUADROS EXEMPLIFICANDO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Os quadros a seguir, exemplificam as demonstrações contábeis de acordo
com o pronunciamento contábil CPC PME, bem como suas novas configurações.
Anexo I - BALANÇO PATRIMONIAL – BP
Quadro I
ATIVO
PASSIVO + PL
2012
2011
ATIVO CIRCULANTE
Disponível
2012
2011
PASSIVO CIRCULANTE
8.000
12.000
Fornecedores
92.000
164.500
Clientes
122.000
123.000
IRPJ e CSLL a Pagar
30.000
27.000
Estoques
70.000
200.000
Contas a Pagar
7.000
0
200.000
355.000
129.000
191.500
15.000
7.500
15.000
7.500
50.000
90.000
6.000
6.000
Lucros Acumulados
40.000
80.000
TOTAL DO PL
96.000
176.000
240.000
375.000
TOTAL
ATIVO NÃO CIRCULANTE
TOTAL
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Invest. Coligadas
25.000
12.000
Ativo Imobilizado
20.000
35.000
TOTAL
(-) Depr. Acumulada
(5.000)
(7.000)
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
40.000
40.000
TOTAL
Financiamento
Capital
Reserva de Lucro
TOTAL DO ATIVO
240.000
375.000
TOTAL DO PASSIVO + PL
Anexo II - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE
2012
1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA (1.1 + 1.2)
1.1 Venda de Mercadorias
2011
1.250.000 1.000.000
1.000.000
800.000
250.000
200.000
170.000
125.000
2.1 Devoluções de Vendas
50.000
30.000
2.2 Impostos sobre Vendas
120.000
95.000
1.080.000
875.000
4. (-) CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS–CMV
480.000
375.000
5. (=) LUCRO BRUTO (3 – 4)
600.000
500.000
6. (-) DESPESAS OPERACIONAIS (6.1 + 6.2 + 6.3)
400.000
280.000
6.1 Despesas com Vendas
175.000
125.000
6.2 Despesas Financeiras
25.000
15.000
200.000
140.000
7. (=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR e CS (5 – 6)
200.000
220.000
8. (-) PROVISÃO PARA IR e CS
130.000
90.000
70.000
130.000
1.2 Serviços Prestados
2. (-) DEDUÇÕES (2.1 + 2.2)
3. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1 – 2)
6.3 Despesas Administrativas
9. (=) LUCRO OU (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Anexo – III - DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA – DFC
Método direto
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA – DFC – MÉTODO DIRETO
2012
1. ATIVIDADES OPERACIONAIS
a) Recebimento de Clientes
(+) Saldo Inicial de Clientes em 01.01.2011
(+) Vendas no Período 2012
(-) Saldo Final de Clientes em 2012
(=) TOTAL DE RECEBIMENTO DE CLIENTES
122.000
1.250.000
123.000
1.249.000
b) Pagamento a Fornecedores
(+) Saldo Inicial de Fornecedores em 01.01.2011
92.000
(+) Compras no Período 2012
880.000
(-) Saldo Final de Fornecedores em 2012
164.000
(=) TOTAL DE PAGAMENTO A FORNECEDORES
(807.000)
c) Pagamentos Diversos
(-) Despesas Incorridas e Pagas no Período
(-) Despesas Financeiras
(-) IRPJ e CSLL a Pagar ref. Balanço 2011
(-) Outras Contas a Pagar ref. Balanço 2011
(=) TOTAL DOS PAGAMENTOS DIVERSOS
(=) CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
(400.000)
(1.000)
(30.000)
(7.000)
(438.000)
3.500
2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
(+) Recebimento de Investimentos
(-) Compra de imobilizado
(=) TOTAL DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
13.000
(15.000)
(2.000)
3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
(+) Novos Empréstimos
(-) Pagamento de Financiamentos em 2011
(+) Integralização de Capital em Dinheiro
(=) TOTAL DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
7.500
(15.000)
10.000
2.500
AUMENTO DE CAIXA E FLUXO DE CAIXA
4.000
CAIXA NO INÍCIO DO PERÍODO
8.000
CAIXA NO FINAL DO PERÍODO
12.000
2011
Anexo IV – Demonstrações dos Fluxos de Caixa
Método Indireto
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO
2012
1. ATIVIDADES OPERACIONAIS
a) RESULTADO LÍQUIDO AJUSTADO
(+) Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação
(=) LUCRO LÍQUIDO AJUSTADO
70.000
2.000
72.000
b) ACRÉSC/DECRÉSCIMO DO ATIVO CIRCULANTE
(-) Contas a Receber
(-) Estoques
(=) TOTAL DO ACRÉSC/DESCRÉSCIMO DO ATIVO
(130.000)
(1.000)
(131.000)
c) ACRÉSC/DECRÉSCIMO DO PASSIVO CIRCULANTE
(+) Fornecedores
72.500
(-) IRPJ e CSLL a Pagar
(3.000)
(-) Contas a Pagar
(7.000)
(=) TOTAL ACRÉSC. DECRÉSCIMO DO PASSIVO
62.500
(=) TOTAL DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
3.500
2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
(+) Recebimento de Investimentos
(-) Compra de Imobilizados
(=) TOTAL DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
13.000
(15.000)
(2.000)
3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
(+) Novos Empréstimos
(-) Menos Pagamentos de Financiamentos em 2011
(+) Integralização de Capital
7.500
(15.000)
10.000
(=) TOTAL DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
AUMENTO LÍQUIDO DE CAIXA
4.000
CAIXA E EQUVALENTE NO INÍCIO DO PERÍODO
8.000
CAIXA E EQUIVALENTE NO FIM DO PERÍODO
12.000
2011
Anexo V - DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO DMPL
Capital
Reserva
Reserva de
de Capital
Lucros
Dividendos
Lucros
Acumulados
Total
Saldo Inicial do Exercício
(+) Ajustes Critérios Contábeis
(=) Saldo Ajustado
Lucro ou Prej. Líq. Do Exercício
Proposta da Administração
Reserva de Lucro
Reserva de Capital
(-) Dividendos
Saldo Final do Exercício
Anexo VI - DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS –
DLPA
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS - DLPA
Saldo Inicial do Exercício
( + ) Ajuste de Critérios Contábeis
(=) Saldo Ajustado
Lucro ou Prejuízo do Exercício
Transferências para Reservas
Reserva de Capital
Reseva de Lucros
(-) Dividendos
Saldo de Lucro Acumul. no Final do Período
Exercício
Exercício
Atual
Anterior
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