a evolução do ensino e aprendizado da língua espanhola

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A EVOLUÇÃO DO ENSINO E APRENDIZADO
DA LÍNGUA ESPANHOLA
Célia Costal de Miranda
Luis Antônio Pacheco de Andrade Filho
Maria Renildes Cordeiro Mota
Rafflesia Cristina Bramont Gomes
Curso de Letras
Pólo: Salvador/Ba
Orientadora: Carla Lorenzoni
RESUMO
Nos últimos anos, no Brasil, o idioma espanhol vem ocupando lugar de prestígio, no
âmbito do ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras. Este cenário foi ampliado,
principalmente, pela lei 11.161 de 2005, sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que obrigava a implantação da língua espanhola no ensino médio, dentro de cinco anos.
A enorme euforia por parte da comunidade docente esteve acompanhada de não menor
preocupação, visto que havia muito a ser feito. Apoiado em pesquisa bibliográfica, o presente
artigo analisa o desenvolvimento histórico que envolveu a origem do idioma, bem como as
metodologias utilizadas através dos tempos no processo de ensino e aprendizagem.
Palavras - chave: idioma, origem, metodologias
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1 INTRODUÇÃO
A análise do tema proposto justifica-se por ser a língua espanhola o segundo idioma mais
falado no mundo contemporâneo. O idioma espanhol vem sendo impulsionado pelas dinâmicas
impostas pela sociedade, influenciando diretamente os modelos educacionais.
No século passado, a língua inglesa era o idioma obrigatório no currículo do Ensino
Fundamental II, antigo Ginásio, e no Ensino Médio.
Hoje, as novas tendências educacionais apresentam constante discussão sobre o Ensino e
Aprendizado de Línguas Estrangeiras. Um fato que vem chamando a atenção é o grande número
de estudantes que optam pelo Espanhol no momento de escolher a língua que deseja cursar
durante o Ensino Médio ou Fundamental. Muitas vezes, o idioma espanhol é escolhido pelo fato
do pensar equivocado, que o Espanhol é uma língua que apresenta menos dificuldades para ser
entendida.
Este Artigo retratará a origem da língua espanhola, assim como as influências lingüísticas
que o idioma espanhol sofreu a partir das diversas culturas dos povos que habitaram nas regiões
da Espanha. O processo de ensino e aprendizagem do idioma espanhol também será motivo de
discussão, uma vez que o professor tem o dever de conhecer os métodos e as abordagens de
ensino, desde os mais antigos, às mais novas teorias de aprendizagem, aos objetivos do ensino do
idioma, bem como ter claro o seu papel de mediador e o papel do aluno.
2 ORIGEM DO IDIOMA ESPANHOL
A Espanha, como limite ocidental da Europa no caminho e até a África, sempre foi uma
terra de passagem e assentamento de vários povos e, por conseguinte, de várias línguas.
A origem da língua espanhola remonta há muitos séculos e se supõe que os primeiros
habitantes que povoaram o que hoje é a chamada Península Ibérica (Espanha e Portugal) se
estabeleceram ao lado dos Pirineus (cadeia de montanhas entre a França e Portugal) e na costa de
Levante. Nos Pirineus, um grupo falava um idioma Vasco, que ainda hoje sobrevive na Espanha,
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já o outro grupo denominado Iberos, que deu nome à Península, provavelmente provia das Costas
africanas.
Geralmente, utilizam-se as línguas pré-românicas e o latim para explicar o mapa
lingüístico atual, pois todas as línguas peninsulares derivam do latim, exceto o Vasco, que
constitui a última língua anterior à romanização.
A influência de outras culturas foi marcante para a formação lingüística do Espanhol:
inicialmente foram os tartesios, que dominaram os Iberos e que procediam da África; logo
depois, vieram os fenícios e gregos, que fundaram importantes cidades como Cádiz, Málaga e
Alicante. A partir daí, seguiram os Fócesos, Cartagineses, Liguros e Celtas.
De acordo com García (1997), apesar de todas essas influências e línguas que habitaram a
Península Ibérica, não se pode falar de unidade lingüística antes da chegada dos romanos, já que
co-habitavam várias línguas e havia mudanças à medida que novos povos conquistavam a região.
Impondo sua cultura, os Romanos empreenderam a conquista da região no ano de 210
A.C., traziam o conceito de lei e cidadania e, além de serem excelentes administradores,
construíam portos, pontes e aquedutos.
Segundo Sedycias (2005), o idioma usado pelos Romanos, o “latim” rapidamente se
impôs em todo o império romano como meio de comunicação. Existiam dois tipos de latim, o
culto e o vulgar. O latim vulgar era utilizado pelo povo e pelos soldados. O latim culto, utilizado
pela administração romana e nas escolas, ficava cada vez mais distante do povo. Em
contrapartida, o latim vulgar foi se diversificando sem nenhum controle, e, assim começaram a
surgir diferentes falas e modalidades, de acordo com a região e a época da conquista.
Desta forma, em cada território conquistado, não se podia ainda usar o conceito de nação,
pois a língua imposta adquiriu diversas formas de expressão e, com o passar do tempo, e a
formação das nações, temos hoje o que chamamos línguas românicas ou neolatinas.
O domínio romano se manteve até o século V d.C., quando se desmembrou o império.
Seguidas invasões dificultaram demasiado o contato entre Roma e o território que havia sido
conquistado, de maneira que o latim vulgar imposto pelos romanos evoluiu em contato com
outras línguas de grupos humanos que posteriormente invadiram a região.
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Logo em seguida, a Península seria conquistada pelos germanos, que permaneceram do
século V ao VIII, deixando uma pequena influência lingüística.
No século VIII, precisamente no ano 711 D.C, a Península se submeteu ao domínio árabe,
somente alguns grupos ao norte resistiram aos muçulmanos. Como sinaliza Sedycias (2005), em
950 D.C, 2/3 (dois terços) da península estava sob domínio árabe.
Foram sete séculos de dominação árabe que deixaram profundas marcas na cultura e no
idioma espanhol. Fortificaram a agricultura, a indústria e o comércio, além de deixar como
legado cerca de quatro mil palavras.
3 A SITUAÇÃO LINGUÍSTICA DA ESPANHA
3.1 CASTELHANO OU ESPANHOL?
O termo castelhano refere-se à variedade que se falava em Castilha primitiva, e que ao
longo dos anos, após a reconquista, se converteu na língua oficial do império. Por motivos
históricos, ainda hoje é preferencialmente utilizado na Espanha, já que convive com outras
línguas co-oficiais em suas respectivas regiões autônomas.
O nome castelhano tem, portanto, uma explicação plausível, e, segundo García (1997),
pressões extralingüísticas levam à utilização do termo na própria constituição e alguns meios de
comunicação na Espanha evitam a utilização do termo Espanhol para referir-se à língua oficial
do país.
A Real Academia Espanhola (RAE) dá preferência ao termo castelhano para uso
interno, e ao termo espanhol para fora do país, e assim o denomina por meio de seu
dicionário: castelhano “Lengua española, especialmente cuando se quiere introducir una
distinción respecto a otras lenguas habladas también como propias en España.” español: “Lengua
común de España y de muchas naciones de América, hablada también como propia en otras
partes del mundo.”
Na realidade, não existe um senso comum entre os autores, porém na maior parte do
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mundo hispânico, castelhano e espanhol são sinônimos, e não é raro encontrá-los em um mesmo
parágrafo de um periódico.
O termo espanhol estabelece uma maior unidade para um idioma falado por
aproximadamente 400 milhões de pessoas em 21 países. A preferência pelo castelhano fora da
Espanha poderia resultar em uma fragmentação do idioma, ou seja, os argentinos, peruanos,
paraguaios, por exemplo, poderiam querer o seu próprio idioma, visto que não representam o
castelhano falado originalmente na região de Castilla.
Ademais do castelhano, existem atualmente na Espanha três outros idiomas co-oficiais,
em suas respectivas regiões. São eles: o galego, língua românica falada no noroeste da Espanha,
na região da Galícia, estreitamente relacionada ao português, de formação a partir do latim; o
catalão, língua românica, utilizado na região da Cataluña, que fica no nordeste da Espanha, e que
se formou em contato com o sul da França; o Vasco que é a única língua pré-romana, ou seja, sua
origem é anterior a chegada do latim. É uma língua que traz consigo o mistério em relação a sua
origem e diverge completamente em relação ao castelhano.
Além dos idiomas co-oficiais, existem também muitos dialetos e falas que ocupam regiões
geograficamente pequenas, e que não apresentam diferenças substanciais em relação ao
castelhano, não merecendo, dessa maneira, o status de língua.
As regiões autônomas que possuem idiomas co-oficiais são bilíngües, e assim falam seu
respectivo idioma e o castelhano, porém apresentam uma clara preferência pelo idioma regional,
expressando um sentimento que poderia comparar, metaforicamente, ao nacionalismo. A região
em que esse sentimento é mais evidenciado é o País Vasco.
3.2 A DIFUSÃO DO IDIOMA ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
O ensino do espanhol para estrangeiros data do século XV, especificamente no ano
de
1492, com a primeira gramática de língua castelhana de Elio Antonio de Nebrija, criada
com o intento de ajudar aos não nativos de língua espanhola que tinham como necessidade a
comunicação.
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A gramática de Nebrija contempla o aspecto teórico prático e o aspecto normativo, e a
partir de então o castelhano experimenta um momento de ascensão literária, científica e
acadêmica, alavancada por questões culturais e sociais, tendo em vista o surgimento da época
renascentista.
A recente burguesia e seu interesse sócio-político-econômico, junto à democratização
cultural criaram um cenário favorável à difusão de uma língua comum, o castelhano.
Com a criação da gramática, o castelhano ganhava relevância como já tinha o latim e o
grego. Antes da criação da gramática, o aprendizado de língua espanhola se dava através de lista
de vocabulários bilíngües, e esse era o único meio de aprendizagem. Anterior ao glossário, a
aprendizagem era realizada através do contato, como se realizou com o latim na época do
domínio romano.
A tradição não gramatical era utilizada juntamente com a gramática. Os alunos não
nativos eram obrigados a decorar enormes listas com vocabulário traduzido para sua língua
materna, informações culturais, o que já demonstrava uma técnica mais apurada na aprendizagem
do idioma.
A evolução de uma língua não pode ser desligada da historia das conquistas, lutas entre os
povos e as guerras. O domínio de uma língua servia também como elemento de qualificação e
supremacia em relação aos demais, como, por exemplo, os gregos que chamavam de bárbaros
todos os que não dominavam sua língua.
A história do ensino do espanhol na América está intimamente ligada ao processo de
controle militar, político e econômico, bem como o intento de estabelecer uma relação de súditos
aos conquistados com a coroa espanhola.
Dessa maneira, de acordo com Zavala (1996), a imposição do espanhol na América se deu
através da imposição da cultura ocidental como modelo de modernidade, estabelecendo a
transição do pagão para o ibérico-católico-romano.
Durante quase três séculos de indefinições dos monarcas em relação à língua em que
deveria ser feita a aprendizagem do espanhol, além da permissão de outros idiomas nos territórios
conquistados, finalmente, em 1770, o rei Carlos III emitiu a ordem de que somente se falasse o
castelhano na América, como forma de remover os impedimentos de comunicação até então
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existentes.
O método de ensino do espanhol era realizado através de um pequeno folheto composto
de 38 lições ou exercícios: “O Silabário método de San Miguel, o silabário de San Vicente”. A
missão ficou a cargo dos padres que promoviam a educação dos índios na fé cristã. Uma vez
aceita a evangelização, o processo de ensino do idioma se baseava exclusivamente às crenças
cristãs.
O método de ensino de espanhol aos índios demonstrava uma clara estratificação social, já
que tinha cunho unicamente religioso e visava o controle por parte da metrópole através da
religião e doutrinamento.
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MÉTODOS
E
ABORDAGENS
DO
ENSINO
DE
LÍNGUAS
ESTRANGEIRAS
Geralmente existe certa confusão quando se fala do termo metodologia, por conseguinte, é
propicio observar algumas diferenças conceituais. O termo metodologia se refere ao estudo das
práticas pedagógicas em geral.
Já o termo abordagem tem relação com a natureza do aprendizado da língua e a sua
aplicação difere do termo métodos que, de uma maneira superficial, traduze as maneiras
utilizadas para atingir os objetivos lingüísticos. Visto essa diferença, o próximo passo é
conhecer os métodos e abordagens que serão expostos a seguir:
TRADICIONAIS
TRADUÇÃO GRAMATICAL
A tradução gramatical permaneceu até a metade do século XIX, e tinha como premissa
básica a idéia de que aprender uma língua estrangeira era oportunizar o acesso à literatura,
aprimorar a capacidade mental, através do aprendizado de uma língua centrada nas habilidades de
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leitura e tradução, com profundo conhecimento da gramática e tradução. Suas características são:
•Lista de vocabulário com palavras soltas (descontextualizadas);
•Grande aprofundamento na área gramatical;
•Aulas ministradas na língua-mãe;
•Pronúncia negligenciada;
•Pouca atenção aos textos;
•Exercícios de tradução de frases descontextualizadas.
MÉTODO DIRETO
Em oposição à tradução gramatical, surgiu então o método direto, que tinha como
idealizador Charles Berlitz. Seu enfoque era a comunicação, e o objetivo era fazer o aluno a
utilizar a língua a ser aprendida, de maneira espontânea e natural, para isso eram usadas figuras e
mímicas para evitar traduções literais. Suas características são:
•Prioridade para o vocabulário cotidiano;
•Utilização da Gramática não como um fim nela mesmo, e sim um meio para a aprendizagem
da língua, utilizada de maneira individualizada;
•Aulas ministradas na língua a ser aprendida;
•Importância da pronuncia;
•Grupos pequenos e construção do conhecimento através de perguntas e respostas
organizadas de maneira progressiva;
•Leitura em voz alta;
•Exercícios de compreensão auditiva e de complementar.
MÉTODO AUDIOLINGUAL
Surgiu junto com a segunda guerra mundial, como primeira necessidade de um método
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que proporcionasse competência comunicativa em outras línguas entre as pessoas que
participavam das operações militares.
O método audiovisual trazia como linha mestra grande parte das características do método
direto, diferenciando-se em relação à abordagem dos princípios lingüísticos em combinação com
a formação de hábitos, bem como uma preocupação com a psicologia do comportamento,
utilizando-se, para tanto, do uso excessivo dos exercícios estruturais, com repetição abusiva em
língua meta. Algumas de suas características são:
•A pouca utilização da gramática que, quando ensinado se dá de maneira indutiva;
•Vocabulário aprendido com o contexto;
•Grande importância dada à pronúncia;
•Elogios para respostas bem sucedidas;
•Memorização e repetição de diálogos.
Uma das Escolas de idiomas que atualmente utilizam o método audiolingual é o CCAA,
porém a denominação é audiovisual, talvez para dar uma conotação mais moderna, visto que os
métodos comunicativos estão em moda, ou talvez porque os recursos audiovisuais disponíveis
sejam mais modernos. De uma maneira ou de outra, trata-se do mesmo método, com sutis
diferenças.
A ABORDAGEM COMUNICATIVA
Esta abordagem surgiu como grande novidade no ensino de línguas a partir dos anos
oitenta, por considerar aspectos importantes das demais abordagens, bem como dar importância a
aspectos sociais e culturais da língua.
Busca-se com essa abordagem, dar subsídios ao aluno fora da sala de aula, ou seja, deixálo preparado para lidar com situações reais do dia-a-dia. Desse modo o enfoque é dado em
situações reais, por meio da interação através da língua a ser adquirida.
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Principais características:
•Introdução de textos autênticos;
•Concentração no aprendizado;
•Importância nas experiências pessoais dos alunos;
•Aulas na língua a ser aprendida;
•Menor preocupação em relação à pronuncia perfeita;
•Importância dos aspectos culturais;
•Importância ao significado (contexto).
A partir do quadro abaixo, ficam mais claras as diferenças entre a abordagem
comunicativa e o método audiolingual:
ABORDAGEM COMUNICATIVA
MÉTODO AUDIOLINGUAL
Prática de exercícios estruturais pode acontecer. A prática de exercícios é uma técnica central.
Pouca ênfase na memorização.
Memorização de diálogos baseados na
O aprendizado busca comunicação.
estrutura gramatical.
O aprendizado busca a estrutura
A pronúncia buscada é a compreensível.
A pronúncia buscada é a de nativo.
Tentativas de comunicação são
Atividades comunicativas aparecem depois
encorajadas desde o começo.
O uso da língua mãe é permitido
de um longo processo de exercícios estruturais.
O uso da língua mãe não é permitido.
quando necessário.
A competência comunicativa é o objetivo.
A competência lingüística é o objetivo.
A variedade lingüística é um conceito
As variedades são reconhecidas, mas não
central em materiais.
enfatizadas.
A tradução deve ser usada quando houver A tradução é proibida.
benefícios para o aluno.
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TOTAL PHYSICAL RESPONSE
Segundo James Asher, psicólogo americano, as crianças antes de falarem, ouvem muito. O
que ouvem, é acompanhado de respostas físicas. As aulas serão dadas sem que, elas sintam-se
pressionadas a falar. Após a aquisição de vocabulário suficiente, parte-se para a fala, desde que
haja gosto e preparo para tal evolução na aprendizagem da língua. Para cada ordem, haverá uma
ação correspondente, não sendo necessária uma resposta verbal e sim, motora. Outra forma de se
trabalhar é com perguntas, que deverão ser respondidas não oralmente, até que as crianças sintam
que já estão prontas para começar aos poucos com respostas orais, de forma simples, que,
gradativamente vão caminhando para perguntas e respostas mais complexas, perdendo, assim, o
medo de falar.
ABORDAGEM NATURAL
A Abordagem Natural foi fundada por Krashen e Terrell. Para eles, similar à
aprendizagem da língua materna, a aquisição de uma segunda língua deve ser feita de forma
natural. Para isso, o aprendiz deve ter acesso a amostras de linguagem que contenham um nível
maior do que ele pode processar. Para Krashen, há diferença na forma natural de adquirir uma
língua (assimilação natural) e aprendê-la em sala de aula (ensino formal). Um exemplo da
Abordagem Natural é o intercâmbio feito por alunos de outros países, para aperfeiçoar a língua
em estudo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, além dos mais diversos interesses pessoais que esta tão formosa língua possa
despertar, devemos chamar a atenção para o próprio momento entre relações políticoeconômico-culturais existentes entre o Brasil e os países de língua espanhola.
O crescente interesse dos países pertencentes ao MERCOSUL (mercado comum do cone
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sul) em aumentar o comércio já existente, não só entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai,
Venezuela, bem como negociações em bloco com Estados Unidos e União Européia, vislumbra
ainda mais a necessidade do idioma espanhol, visto que nossos principais parceiros se utilizam
deste idioma como língua materna.
A Espanha é hoje grande investidora no Brasil. Iberdrola e Bilbao-Vizcaya engordam a
extensa lista de empresas que apresentam fortes investimentos no Brasil. Soma-se a isso o fato do
Brasil ser o país que possui o maior número de Institutos de Cervantes (representação cultural do
governo espanhol), inclusive com uma sede inaugurada em Salvador/Bahia, no ano de 2007.
O Instituto Cervantes é também representante do D.E.L.E (diploma de espanhol como
língua estrangeira), diploma mundialmente reconhecido que afiança conhecimento na língua
espanhola em nível básico, intermediário e superior. Vale a pena ressaltar que o Brasil responde
por quase 50% das inscrições feitas no Instituto Cervantes.
Fala-se muito de globalização e internet, o mundo ligado através de uma rede de
computadores que nunca dorme e está sempre em contato com culturas diversas. É importante
se conhecer a cultura alheia para que se possa valorizar a nossa própria, e a principal abertura se
dá através do conhecimento do código lingüístico.
A beleza e a riqueza lingüística do idioma espanhol são incontestáveis, língua latina assim
como o português, portanto, originárias da mesma “língua mãe”, o LATIM; a necessidade de
aprendizagem na atual conjuntura de integração entre os países da América do Sul através do
MERCOSUL; o estreitamento das relações com a Espanha (grande investidor no Brasil), são
fatos que explicam o interesse do povo brasileiro em relação a esta tão importante língua, que
hodiernamente assume a posição que merece, com todo mérito.
Entretanto essa proximidade traz à tona uma visão simplista por parte de alguns
brasileiros, que entendem a língua espanhola num contexto menos complexo, e acreditam que
essa compreensão abrangeria outras realidades. Devido a esta crença, não é difícil encontrar
afirmações do tipo “é fácil entender espanhol”, ou até mesmo “espanhol é o português mal
falado”.
A proximidade existe e pode-se aproveitar como elemento facilitador no processo de
aprendizagem. O que deve ser rejeitado é a banalização do idioma espanhol por parte de
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alguns brasileiros.
Nota-se, atualmente, uma predileção pela abordagem comunicativa, embora existam
materiais didáticos e cursos que utilizem a nomenclatura muito mais por modismo e com o intuito
de conseguir novos clientes/alunos. Historicamente, no Brasil, existe uma tendência a ignorar o
passado, em face do surgimento de algo mais “contemporâneo”, o que não é diferente no que diz
respeito ao ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras.
O novo deve ser respeitado e estimulado, e quando, de fato, verifica-se uma evolução no
ensino da língua se comparado ao momento anterior, as inovações devem ser realizadas.
Entretanto, é importante analisar as contribuições e o legado deixado pelo modelo dito
“ultrapassado”, visto que, de alguma maneira, forneceu material, para que, na pior das hipóteses,
métodos fossem comparados, contestados e eventualmente substituídos.
Por conseguinte, é necessária uma análise criteriosa, antes de dizer que determinada
abordagem ou método é melhor ou pior. Nada impede que se utilize mais de um enfoque, o que
parece mais razoável, pois assim seria usado o melhor de cada um deles.
REFERÊNCIAS
DICCIONARIO DE LA LENGUA ESPAÑOLA – Vigésima segunda edición.
GARCÍA, Pilar. “Lenguas y dialectos De España”. Espana, Arco Libras, S.L, 1999.
Faculdade de educação/UFBA. Resumo: Seminários de pesquisa e extensão, 1997.
MINISTÉRIO DE EDUCACIÓN Y CIÊNCIA DE ESPAÑA. “Anuário Brasileño de
Estúdios Hispânicos”. São Paulo: 2003.
MÓDULO 4.1 – Curso de Letras (Faculdade Interativa COC)
SEDYCIAS, João (org.). “O Ensino do Espanhol no Brasil: Passado, presente e futuro”.
São Paulo: Parábola editorial, 2005.
STEPHEN KRASHEN – Wikipédia, a Enciclopédia Livre. Disponível em:
http://www.wikipedia.org/wiki/Stephen_Krashen – acessado em 16/10/2010.
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ZAVALA, Silvio. “El castellano, ¿lengua de comunicación?” , en: Poder y lenguaje
desde El siglo XVI. México, El Colégio de México, Centro de Estúdios Lingüísticos y Literários,
1996.
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