MICROPROPAGAÇÃO DE INHAME VISANDO LIMPEZA CLONAL USANDO ÁPICES CAULINARES E TERMOTERAPIA* Roger Torreão Gonçalves1, Gilvan Pio Ribeiro2 e Genira Pereira de Andrade2 Introdução, Resultados A planta de inhame é classificada como uma monocotiledônea do gênero Dioscorea e da família Dioscoreaceae que apresenta aproximadamente 600espécies, sendo poucas dessas cultivadas. Cuja ocorrência se dá principalmente na África, no Caribe, México, Sudeste da Ásia e na América do Sul. Fonte de alimento para populações de baixa renda por seu elevado valor nutritivo, principalmente em países de clima tropical e subtropical, inclusive do Brasil, ressaltando sua grande importância socioeconômica para a região Nordeste[4]. Dentre as espécies comestíveis, D. alata e D. rotundata são conhecidas vulgarmente, em nível mundial, como inhame água e inhame branco, originárias da Ásia e do Oeste da África, respectivamente, as quais foram introduzidas no continente americano no período da colonização européia[1]. A infecção das plantas de inhame por viroses já está globalizada, estas sendo descritas como pertencentes aos seguintes gêneros: Badnavirus, Carlavirus, Cucumovirus, Potexvirus e Potyvirus [2]. O trabalho teve como objetivo obter clones sadios para micropropagação utilizando ápices caulinares associada à termoterapia. A. Cultivo in vitro Material e Métodos A. Cultivo in vitro em meio MS Material foi implantado in vitro em etapas anteriores da pesquisa tendo sido repicado para tubos (dois tubos/tratamento) com meio básico MS[3]. B. Cultivo de ápice caulinar De cada planta, foi retirado o ápice caulinar, com um comprimento de aproximadamente 5mm e inoculado no meio MS. A base da planta foi preservada, foram retiradas suas folhas e raízes, sendo transferidas outro tubo contendo um novo meio de cultura. Esse processo foi realizado em condições assépticas, em câmara de fluxo laminar (Figura 1). O cultivo in vitro demonstrou desenvolvimento satisfatório pelo processo denominado repicagem, a micropropagação está em fase de implantação com o material que será submetido ao tratamento termoterápico. B. Cultivo de ápice caulinar A contaminação do material inoculado foi controlada pelo método de assepsia usado que foi adequado, observando-se baixo nível de incidência de microrganismos. Foi observado, nas amostras de D. alata formação de oxidação, porém, esta não prejudicou o desenvolvimento da planta. C. Termoterapia As plantas encontram-se na etapa de pré-teste, providências para introdução em BOD estão sendo tomadas para o tratamento térmico com diferentes temperaturas e averiguação de qual aquela mais apropriada ao tratamento, sem contudo, causar danos fisiológicos à espécie vegetal. D. Testes usados na identificação de vírus e indexação de material “Polymerase Chain Reaction” (PCR) e “Reverse Transcriptase” (RT)-PCR Com os testes preliminares de RT-PCR para indexação do material submetido à termoterapia e cultivo de ápice caulinar realizados em outra etapa do projeto não se obteve resultados conclusivos e serão repetidos com material oriundo dessa etapa do cultivo in vitro, os quais encontram-se em estágio de regeneração. Agradecimentos O autor agradece ao CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa e desenvolvimento, pela bolsa concedida e ao Departamento de Agronomia – UFRPE juntamente com a Biofábrica Governador Miguel Arraes – CETENE pelo auxílio e disponibilidade de seus equipamentos e laboratórios. ________________ 1. Primeiro Autor é Graduando do curso de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE, CEP 52171-900. E-mail: [email protected] 2. Segundo Autor é Professor Associado do Departamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE, CEP 52171-900. 3. Terceiro Autor é Pesquisadora do Departamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE, CEP 52171-900. *Apoio financeiro: CAPES/UFRPE e CNPq. REFERÊNCIAS [1]SANTOS, E.S. Inhame (Dioscorea spp.) : aspectos básicos da cultura. João Pessoa. 1ed. EMEPA-PB, 158p. 1996. [2] MALAURIE, B.; TROUSLOT, M-F.; BERTHAUD, J.; BOUSALEM, M.; PINEL, A.; DUBERN, J. Meduim-term and longterm in vitro conservation and safe international exchange of yam (Dioscorea spp.) germplasm. EJB Eletronic Journal of biotechnology. v.1, n. 3, 15p. 1998. [3]MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bioessays with tobacco tissue culture. Physiologia Plantarum, v.15, p.473-497, 1962. [4] MOURA, R.M. Doenças do Inhame. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN-FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. Manual de Fitopatologia v.2 – Doenças das plantas cultivadas. 4ed., Ed. Ceres. São Paulo, p.415-419, 2005. Figura 1. Etapas do cultivo in vitro realizadas no CETENE. A- Utilização de câmara de fluxo laminar; B- Desinfestação do material e coleta de ápices caulinares; C- Introdução de ápices caulinares em meio MS; D- Amostra de D. alata em estado de regeneração.