Detecção sorológica de Zika

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NESTA EDIÇÃO
Inauguração
Confira a opinião dos nossos colunistas
Dr. Marcelo Pillonetto
PhD em Ciências da Saúde, Professor de Microbiologia, Pontifícia Universidade Católica do Paraná
- PUCPR, Microbiologista do LACEN/PR, Especialista convidado pela SBAC – Sociedade Brasileira
de Análises Clínicas
“Desmistificando o diagnóstico do Zica vírus”,
pág. 8
Dr. Paulo Cesar Naoum
Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia
de São José do Rio Preto-SP
“Segurando a pipeta”, pág. 10
Dra Beatriz Mª Nogaroli
Biomédica, diretora e consultora da
BMN Consultoria, em Campinas/SP.
“Deu Zica!”, pág. 14
Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos
Presidente do CRBM-1º Região
Diretor da FAAP-Ribeirão Preto-SP
“Qualidade e gestão”, pág. 18
Ligia Maria Mussolino Camargo
Sócia da empresa Décio Camargo Ltda,
professora de Língua Portuguesa.
Ocupa a cadeira nº 24 da Academia
Santarritense de Letras.
“Coração de Estudante”, pág. 18
Dr.Yussif Ali Mere Jr
Presidente da Federação e do Sindicato dos
Hospitais,Clínicas e Laboratórios do Estado de
São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP) e do
SINDRibeirão.
“Ano olímpico?”, pág. 22
Pedro Silvano Gunther
Diretor da Hotsoft
“Riscos para o seu laboratório em 2016”,
pág. 24
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Empresa se
consolida no
Interior de São
Paulo
A ‘Décio Camargo’ Produtos
e Equipamentos Laboratoriais
Ltda, com sede em Santa Rita do
Passa Quatro (SP), está pronta
para inaugurar o seu mais novo
empreendimento, como resultado
de intenso trabalho e abordagem
pioneira no mercado de medicina
diagnóstica, no qual atua há mais
de 33 anos.
A nova sede incorpora a ‘Décio
Camargo Ltda’ e a ‘Camargo
Science’. Uma soma do mais alto
nível profissional.
Confira:
Av. Severino Meirelles, 1646,
Centro, Santa Rita do Passa
Quatro (SP) ou acesse o site
www.deciocamargo.com.br
Matéria reproduzida
Biossensor faz diagnósticos rápidos de
câncer e hepatite C
A nanotecnologia aplicada à medicina permite o desenvolvimento de novos equipamentos mais eficientes e
rápidos para o diagnóstico e monitoramento de doenças.
Um trabalho feito por pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) criou um
biossensor para diagnosticar o câncer de ovário e a hepatite
C.
A pesquisa está em fase de testes e foi aplicada em
imunodiagnósticos que detectaram o antígeno do câncer
de ovário e os anticorpos específicos da hepatite C. O estudo é coordenado pelos pesquisadores da Universidade
Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara, Maria Aparecida
Zaghete, João Paulo de Campos da Costa e as doutorandas
Gisane Gasparotto e Glenda Biasotto, do Instituto de Química (IQ), tendo a colaboração do professor Paulo Inácio
da Costa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas também
da UNESP Araraquara.
João Paulo explica que o biossensor é descartável
e o seu método de medida eletroquímica faz com que o
diagnóstico tenha um custo reduzido quando comparado
com os métodos já utilizados atualmente. “Este desenvolvimento permite a redução dos custos de produção em escala comercial, com excelente reprodutibilidade, precisão
e exatidão. O diagnóstico é simples e eficaz na detecção e
quantificação eletroquímica, podendo oferecer rapidez na
resposta de análise e na simplificação dos equipamentos
atualmente utilizados em diagnósticos clínicos”, disse o
pesquisador.
Diagnóstico de outras doenças
O sensor é um sistema que pode ser aplicado em laboratórios clínicos, veterinários
e fitopatológicos. O equipamento é de fácil
manuseio, semelhante aos glicosimetros,
usados em testes rápidos de glicose. Os pesquisadores explicam ainda que o biossensor
permite outras aplicações além do diagnóstico de câncer de ovário e hepatite C, com
potencial para outras doenças infecciosas,
parasitárias, autoimunes, inflamatórias e
neurológicas.
“O sensor funciona como um meio para a
detecção de variações eletroquímicas em sua
superfície. Assim, qualquer substância que possa ser ligada à superfície do eletrodo de trabalho e que na presença de um ligante promova
alguma mudança no meio com interferência na
corrente elétrica, pode ser avaliada por esse sistema”, explicou João Paulo.
CDMF
O CDMF é um dos Centros de Pesquisa,
Inovação e Difusão (CEPID) apoiados pela
FAPESP. O Centro também recebe investimento do CNPq, a partir do Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN), integrando uma rede de
pesquisa entre UNESP, Universidade Federal
de São Carlos (UFSCar), Universidade de São
Paulo (USP) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
OMS
Novo exame para diagnóstico da
tuberculose, um teste mais preciso e rápido
OMS aprova um novo teste para diagnóstico da
tuberculose, um exame rápido e confiável, um marco importante para o diagnóstico da tuberculose,
aumentando as oportunidades para interromper a
transmissão, proporcionando rapidez no tratamento
de pacientes hospitalizados e de ambulatório, agilidade na verificação da resposta ao tratamento de casos positivos, e exclusão segura de casos negativos,
uma evolução que pode esbarrar na morosidade, nas
“precárias condições financeira” da maioria dos municípios no país.
O paciente é recebido na rede de atenção básica ou no hospital e se existir suspeita de tuberculose este paciente deverá coletar o escarro e aguardar
até 8 horas, dependendo se a instituição conta com
laboratório interno e de sua capacidade de processamento, a técnica de coloração de Ziehl-Neelsen para
identificação do bacilo de Koch (BAAR) será usada,
e se a cultura de escarro for solicitada o tempo pode
prolongar por mais de meses, enquanto isso o paciente irá ocupar leito de isolamento até o resultado do
exame ser liberado, podendo ser negativo, até mesmo
a segunda amostra de escarro que deverá ser levada
do é liberado em menos de 2 horas.
de medicamentos é relativamente longa.
por este paciente no dia seguinte para novo exame de
Tuberculose uma doença curável mas
Mas tenho minhas dúvidas de que possa ter
ZN será desnecessária com a nova técnica, evitando o
longe da erradicação, ainda faz numero-
uma penetração nas instituições de saúde
deslocamento do paciente.
sas vítimas no mundo todo, ações como
pública no país devido a questões financei-
O novo método de exame será pela técnica NAAT
esta proposta pela OMS são atitudes que
ras, que mesmo tendo um compromisso da
(nucleic acid amplification test), o exame é realizado
certamente podem melhorar e agilizar o
empresa fabricante de oferecer o produto a
por equipamento moderno que confere ao processo
diagnóstico, consequentemente o tratamen-
preço 70% menor, ainda será problema, va-
uma análise completamente automatizada e o resulta-
to começa mais cedo, visto que a tomada
mos aguardar para ver o resultado.
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Zika Vírus
SBPC/ML esclarece sobre teste laboratorial do Zika vírus
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) divulga documento explicativo sobre
os testes e endossa pedido da AMB para inclusão imediata no Rol da ANS
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) divulga documento explicativo sobre os
testes e endossa pedido da AMB para inclusão imediata no Rol
da ANS
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBP/ML) divulga seu posicionamento oficial referente ao diagnóstico laboratorial do Zika vírus. Em meio a
tantas notícias desencontradas sobre o tema, a entidade quer
esclarecer para médicos e pacientes a complexa forma de diagnóstico da doença.
Atualmente, existem duas formas para o diagnóstico da febre Zika Vírus: o exame de sorologia, também conhecido como
indireto, e os testes moleculares, que são testes diretos.
Entre os testes indiretos, de sorologia, a detecção de anticorpos pode ser feita por diferentes metodologias, tais como ELISA, Imunofluorescência indireta ou Imunocromotografia (teste
rápido). Nestes procedimentos, o vírus pode ser detectável após
4 dias de infecção até 2 a 12 semanas. Porém, é importante ressaltar que as metodologias indiretas podem apresentar resultados
falso-positivos devido às reações cruzadas com outros vírus da
mesma família, como o vírus da Dengue e da Febre Amarela.
Por isso, é importante que na interpretação dos resultados
seja levado em consideração a sensibilidade e especificidade do
teste utilizado, seguindo os parâmetros relatados pelos fabricantes. Para os kits de sorologia para Zika disponíveis e com registro
na ANVISA está em torno de 96,8% - 100% e 96,6% - 100%,
respectivamente.
Já os testes moleculares são testes diretos, também conhecido como PCR (Polimerase-Chain-Reaction ou Reação em Cadeia da Polimerase) e detectam a presença do vírus no sangue ou
na urina do paciente por meio do seu material genético. O teste
sanguíneo é capaz de detectar a doença do vírus nos primeiros 7
dias de infecção, mas o ideal é que o paciente faça o teste de anticorpos 4 dias após a infecção. Em amostras de urina, o Zika vírus
Algoritmo de testes para detecção de arbovírus em casos de suspeita de Zika, Chikungunya ou Dengue
(Fonte: CDC)
pode ser detectado, por PCR, por até 15 dias após a infecção.
No entanto, o teste molecular negativo não exclui isoladamente
a infecção, sendo necessário realizar a pesquisa de anticorpos no
caso de suspeita clínica.
No caso das gestantes assintomáticas, a recomendação é
realizar o teste sorológico. Se negativo, fica afastada a suspeita
da infecção. As gestantes com sintomas, devem seguir a mesma
orientação das outras pessoas, conforme o fluxograma elaborado pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention), dos
EUA (abaixo).
Pela complexidade da oferta dos exames, a SBPC/ML reforça a importância de que tanto a solicitação quando a interpretação
dos exames seja feito por um médico habilitado normas regulatórias vigentes, que exista a suspeita clínica e que os laboratórios
sigam as normas de programas de qualidade laboratorial, como
o PALC - Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos, da
entidade.
Algoritmo de testes para detecção de Zika vírus em gestantes assintomáticas (Fonte: CDC)
“O documento, elaborado por médicos patologistas clínicos,
tem o objetivo de ampliar as possibilidades de diagnóstico, além
de orientar e subsidiar os profissionais de saúde”, explica o presidente da SBPC/ML, Alex Galoro.
O documento, que consta do site da entidade www.sbpc.org.
br e foi enviado para a AMB - Associação Médica Brasileira a SBPC/ML ainda reforça seu apoio ao pedido da inclusão de
testes laboratoriais do Zika vírus, de forma imediata, no Rol de
procedimentos da ANS, para que estejam na cobertura dos planos
de saúde.
Recentemente, a ANVISA aprovou o registro de cinco diferentes kits de exame para detecção de infecção pelos três vírus,
Zika, Dengue e Chikungunya, conforme tabela ao lado.
Fonte: Ministério da Saúde
O documento da SBPC/ML sobre diagnóstico laboratorial do
Zika vírus está disponibilizado em PDF no site
http://www.sbpc.org.br/
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vírus
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Opinião
Desmistificando o diagnóstico do Zika vírus
Dr. Marcelo Pillonetto
PhD em Ciências da Saúde
Professor de Microbiologia
Pontifícia Universidade Católica
do Paraná - PUCPR
Microbiologista do LACEN/PR
Especialista convidado pela
SBAC – Sociedade Brasileira de
Análises Clínicas
O Zika vírus pertence a família Flaviviridae
transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti
(o mesmo vetor do vírus da Dengue e Chikungunya). Foi
isolado pela primeira vez em 1947 na Floresta de Zika
em Uganda, África, quando pesquisadores utilizavam
macacos como isca para estudos do vírus da febre
amarela. Em 1952 foram descritos os primeiros casos
em humanos naquele país e a partir daí disseminouse para a Ásia causando surtos na Micronésia (YAP)
em 2007, na Polinésia Francesa em 2013 - 2014, em
seguida foram detectados casos na Ilha de Páscoa
(território chileno) e finalmente chegou ao Brasil em
fevereiro de 2015.
Embora cause sintomas auto-limitados (febre
repentina não muito elevada, cefaléia, exantema,
pruridos e conjuntivite) e seja de baixa mortalidade
há uma grande preocupação com a ainda não
comprovada correlação entre a infecção viral e a
microcefalia.
Embora tenha se tornado recentemente uma doença
de notificação compulsória no Brasil, o diagnóstico
da infecção pelo Zika ainda é realizado em poucos
laboratórios, sendo limitado às instituições governamentais
ligadas à vigilância em saúde, ou instituições de ensino
e pesquisa. O método de escolha é a pesquisa molecular
do vírus no sangue por técnicas de amplificação de RNA,
como a RT-PCR.
Outras amostras como urina e fluidos biológicos
também podem ser pesquisados. A limitação deste
método é que o vírus permanece circulando por
pouco tempo na corrente circulatória do indivíduo
infectado e o seu RNA decai rapidamente. Portanto
a coleta da amostra tem que ser realizada na fase
aguda da doença, onde os sintomas estão presentes
(de preferência até cinco dias após o início das
manifestações clínicas).
Outro aspecto a ser considerado é a complexidade
de execução e a necessidade de pessoal habilitado para
validar e processar este tipo de exame. Por outro lado
os métodos sorológicos disponíveis atualmente não
apresentam especificidade suficiente para garantir que
não haverá reações cruzadas com outros vírus como
o da Dengue, Febre Amarela e Chikungunya. A IgM
pode ser encontrada a partir do terceiro dia de inícios
dos sintomas e a IgG deve ser pesquisada em casos
agudos ou convalescentes. Entretanto, pesquisadores
brasileiros estão procurando desenvolver métodos
mais específicos para detectar apenas anticorpos antiZika.
Este novo método terá uma grande importância
em estudos epidemiológicos e retrospectivos
para determinar se o indivíduo teve a doença,
especialmente em casos oligo ou assintomáticos. A
sorologia também apresenta importância na suspeita
de infecção em mulheres grávidas assintomáticas,
especialmente as que moram ou visitaram áreas com
casos confirmados de Zika vírus. Nestes casos um
resultado de sorologia negativo afasta a suspeita de
infecção. Pacientes com sorologia positiva devem
ser cuidadosamente avaliados tanto do ponto de
vista clínico quanto epidemiológico, pois pode se
tratar de resultado falso positivo.
Mais sobre o assunto
Laboratório Nacional de Biociências avança
nas pesquisas sobre zika
Pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) descobriram uma proteína ligada ao zika
vírus que pode ser a chave para o desenvolvimento de
medicamentos e vacinas para combater a doença. Usando técnicas de bioinformática e bioquímica, os cientistas observaram que o vírus da zika é bastante similar ao
da dengue. Três proteínas seriam responsáveis por manter a estrutura das membranas que revestem o material
genético do zika e da dengue. No entanto, a diferença
entre os dois vírus estaria na proteína E. As pesquisas,
que começaram em novembro de 2015, têm pelo menos
dois impactos. O primeiro é a produção de insumos para
um kit diagnóstico que permita a detecção de traços do
vírus em pessoas que foram infectadas anteriormente e
que já não apresentam os sintomas da doença. O segundo é a produção de uma molécula capaz de combater
a infecção provocada pelo zika. A ideia é produzir um
anticorpo monoclonal para tratar exclusivamente da enfermidade.
Diretor do LNBio, Kleber Franchini explicou como as
pesquisas sobre a membrana do zika vírus estão sendo conduzidas
Pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) descobriram uma proteína ligada ao zika
vírus que pode ser a chave para o desenvolvimento de
medicamentos e vacinas para combater a doença. Usando técnicas de bioinformática e bioquímica, os cientistas observaram que o vírus zika é bastante similar ao da
dengue.
Três proteínas seriam responsáveis por manter a estrutura das membranas que revestem o material genético do
zika e da dengue. No entanto, a diferença entre os dois vírus
estaria na proteína E.
“Uma das pistas é procurar nessa proteína se ela tem
alguma diferença, se apresenta alguma peculiaridade que
vá determinar essas características que estamos procurando. Utilizamos uma série de técnicas para identificar
possíveis regiões que vão determinar as diferenças entre
o que é zika e o que é dengue. Isso é insumo para uma
série de desenvolvimentos adicionais”, explicou o diretor
do LNBio Kleber Franchini, que apresentou a pesquisa
para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso
Pansera.
Segundo Franchini, as pesquisas, que começaram
em novembro de 2015, têm pelo menos dois impactos. O primeiro é a produção de insumos para um kit
diagnóstico que permita a detecção de traços do vírus
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em pessoas que foram infectadas anteriormente e que
já não apresentam os sintomas da doença. O segundo
é a produção de uma molécula capaz de combater a
infecção provocada pelo zika. A ideia é produzir um
anticorpo monoclonal para tratar exclusivamente da
enfermidade.
O pesquisador alerta, no entanto, que o desenvolvimento desse “antídoto” é uma medida paliativa até que seja
desenvolvida uma vacina eficaz contra o zika vírus. “O
anticorpo monoclonal é eficiente por ser específico. Ele
funciona como uma chave própria para abrir a fechadura
do envelope do vírus. Enquanto você não tem a vacina,
é muito importante que você tenha meios de antagonizar
aquele vírus.”
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Segurando a pipeta
Opinião
Por que HCM elevado é erro técnico?
Prof. Dr. Paulo Cesar Naoum
Professor Titular pela UNESP
Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia
Acadêmico da ARLC
[email protected]
O título escolhido para identificação desta coluna a partir de agora é “Segurando a pipeta”, coisa que o profissional de laboratório faz
a todo o momento, quer seja no sentido literal ou no sentido prático
de segurar a barra (quase sempre pesada), mas que no nosso caso,
felizmente, é com a boa e velha pipeta.
A partir deste número vou tentar colaborar com o dia-a-dia de
um laboratório, comentando temas diversos e que geralmente estão
envolvidos em dúvidas. O tema escolhido para este primeiro número de Segurando a pipeta é:
Por que HCM elevado é erro técnico?
Todos que atuam em laboratório sabe que o HCM é a sigla que
representa a Hemoglobina Corpuscular Média e seu valor de normalidade situa-se entre 27 e 32 pg (picogramas), tanto para homem
e mulher, quanto para criança e adulto. O HCM, enfim, representa
o valor médio do que cabe de moléculas de hemoglobinas dentro de
cada hemácia. Portanto os valores de 27 a 32 pg representam 270
milhões a 320 milhões de moléculas de hemoglobina, em média,
por hemácia. Fazendo uma analogia com um pneu de automóvel é
possível entender o que se passa com uma hemácia cheia de hemoglobinas.
Imaginemos que o nosso pneu é capaz de conter uma quantidade
de ar entre 27 e 32 psi (pound square inch). Assim, se o pneu estiver com pressão abaixo de 27 psi, estará com menos ar e, portanto,
murcho. Mesmo murcho, ainda é possível faze-lo rodar. Porém, se o
pneu estiver cheio e acima de 32 psi de ar, corre o risco de estourar a qualquer momento. Com as hemácias ocorre a mesma coisa. É
possível as hemácias terem quantidades abaixo de 27 pg de hemoglobina, situações que as deixam hipocrômicas e que são comuns nas
anemias por deficiência de ferro, talassemias alfa e beta, deficiência
de G6PD, entre outras. No entanto se o HCM estiver acima de 32 pg
as hemácias se tornariam inviáveis, pois estourariam durante a sua
transformação de eritroblastos para reticulócitos.
Portanto, não é possível ter resultados com HCM acima de 32
pg, por exemplo, um HC de 38 pg, indica que haveria 6 milhões
de moléculas de hemoglobinas a mais do máximo suportável, e isto
simplesmente não caberia dentro da hemácia. Alguns colegas ainda
acreditam que na deficiência de vitamina B12, situação em que há
hemácias maiores que as normais (macrocíticas), o HCM aumentado
seria algo esperado. Mas isto não é biologicamente possível porque
seria preciso sintetizar mais hemoglobinas que o necessário para que
isto ocorresse, fato que carece de sustentação científica para tal evento. Enfim, se o HCM estiver elevado em algum exame da sua rotina,
você deve considerar o resultado como erro técnico.
Com certeza esse resultado alterado não foi causado diretamente
por nenhuma patologia, mas induzido por alguma situação artefatual, que pode ser algum “pico” de descalibração do equipamento
durante a análise do eritrograma, ou alguma situação anormal do
paciente, que não seja de causa eritrocitária, e que alterou a composição do sangue coletado. Como se sabe, o HCM é um índice hematimétrico obtido da relação entre quantidade de hemoglobina (g/dL) e
a contagem de eritrócitos (106/mm3). Quando se descobriu o índice
HCM foi feita a seguinte pergunta: quantas gramas de hemoglobina
existe em cada hemácia? O pesquisador que resolveu este problema
deu a seguinte explicação: Suponha que em um litro de sangue de
determinada pessoa sem anemia contém 150 gramas de hemoglobina e 5.000.000.000.000 (5 trilhões) de hemácias. E, logo a seguir,
aplicou seus valores na seguinte fórmula - HCM: Hb/Hemácias,
conforme se segue: HCM: 150/5x1012 = 30/1012, o que resultou
num HCM de 30 picogramas. Atualmente, os laboratórios não fazem
cálculo da hemoglobina por litro, mas por decilitro (dL) e a contagem
de eritrócitos é dada em l06/100ml ou 106/mm3. Assim, o HCM depende só da dosagem da hemoglobina e da contagem de eritrócitos.
Se uma dessas duas avaliações estiver errada e o resultado de HCM
se mostrar elevado, haverá, de fato, um erro técnico. Por exemplo, se
o sangue de uma pessoa estiver com as hemácias aglutinadas artefatualmente devido à presença de crioaglutininas no plasma sanguíneo,
é evidente que o equipamento de contagem de células contará menos hemácias que o real. Exemplificando: a contagem de hemácias
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numa pessoa resultou em 3.000.000/mm3 (por estarem aglutinadas),
porém, nesta mesma pessoa o valor de hemoglobina foi de 15g/dL
e o hematócrito de 45%. Um profissional experiente observaria, neste caso, que para um hematócrito de 45% a contagem esperada de
eritrócitos deveria se posicionar entre 4.500.000 a 5.000.000/mm3,
desde que a morfologia citológica das hemácias desta pessoa fosse
normocítica e normocrômica.
Portanto, ao realizar o cálculo de HCM o contador do equipamento faz a seguinte conta 150/3x1012 = 50/1012 = 50 picogramas,
ou seja HCM de 50 pg. Em outras palavras, 500 milhões de moléculas de hemoglobina dentro de cada hemácia, e isto seria inviável,
pois as hemácias dessa pessoa simplesmente estourariam. Algumas
situações artefatuais provocam agregados de eritrócitos, por exemplo, o excesso de proteínas plasmáticas (situação comum no câncer)
e o excesso de anticoagulante no tubo de coleta podem anular a capacidade de hemácias se repelirem, tornando-as agregadas. Alguns
quimioterápicos com alto grau de desagregação de seus subprodutos também podem interferir no fluxo sanguíneo, notadamente em
pacientes desidratados. Com exceção dos casos de crioaglutininas,
algumas dessas agregações acima exemplificadas são imperceptíveis
na análise citológica do esfregaço sanguíneo. Em casos de agregações imperceptíveis de hemácias nas análises citológicas, o HCM
resulta discretamente aumentado, por exemplo, 35 a 38 pg. É nesta
faixa de alteração que ocorre a maior confusão, pois não foi detectado agregados de hemácias.
O que fazer? As causas são diferentes e cabe ao profissional
identifica-las, por exemplo: 1) verifique se a calibração do equipamento de contagem e dos índices hematimétricos está correta; 2) faça
outra coleta usando tubo umedecido com heparina como anticoagulante; 3) verifique a grau de hidratação do paciente; 4) verifique os
medicamentos que o paciente está usando, e suas influências no fluxo
sanguíneo; 5) avalie se as proteínas totais no soro do paciente estão
acima da normalidade. Uma dessas causas, em geral, pode estar elevando o HCM. Se todas essas cinco verificações não responderam a
causa do HCM elevado, faça o seguinte: busque a saudosa câmera de
Neubauer para contagem de células e faça a contagem das hemácias,
uma por uma, como nos bons e velhos tempos! E você resolverá
este problema.
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Manifesto
CFM se posiciona contra a CPMF e
a favor do combate à corrupção
O Conselho Federal de Medicina (CFM), na plenária de
fevereiro, posicionou-se contra a recriação da Contribuição
Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) e a
favor de um maior combate à corrupção. “A CPMF não garante recursos para a saúde. O que falta ao país não são
tributos; o que falta é planejamento na definição de prioridades e gestão eficaz do dinheiro público, assim como seu
controle e avaliação”, argumentou o presidente do CFM,
Carlos Vital.
“Não podemos concordar com a criação de novos tributos. Até porque a CPMF está sendo pensada agora para
resolver um problema de déficit do governo, que gastou
demais e agora está precisando de dinheiro”, completou o
conselheiro federal pelo Rio Grande do Sul e responsável
por levar ao plenário do CFM a proposta de elaboração da
nota, Cláudio Franzen.
Criada em 1996, a CPMF começou com uma alíquota de
0,18% e terminou, em 2007, com 0,38%. Nesse período, o
tributo arrecadou R$ 223 bilhões, segundo a Receita Federal
do Brasil (RFB). Desse total, R$ 33,5 bilhões não foram
usados na saúde, sendo aplicados, por exemplo, para fazer
superávit primário.
Manifesto – O posicionamento contrário à CPMF faz
parte do “Manifesto em Defesa da Democracia e da Ética”,
que também aponta o combate à corrupção e a manutenção da segurança jurídica como instrumentos importantes
na construção de um futuro melhor para o Brasil. No texto,
o CFM ressalta que as
decisões do judiciário
devem ser mantidas nas
investigações de ilícitos nas esferas pública
e privada, o que permitirá a consecução dos
interesses de cidadania,
contrários à cultura da
impunidade. Para Cláudio Franzen, não é possível que se duvide da
seriedade e idoneidade
do poder judiciário na
investigação de crimes
praticados por alguns
políticos.
O conselheiro federal pelo Paraná, Donizeti Giamberardino,
afirma que o mais importante para o país é o combate à corrupção. “Os recursos
financeiros de uma nação devem ser direcionados à garantia dos direitos sociais do cidadão, de forma justa, eficaz
e transparente, priorizando a saúde e a educação. Só dessa
formaremos com dignidade as gerações futuras de brasileiros”, assinalou o pediatra.
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O Manifesto também ressalta que as conquistas alcançadas
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devem ser ampliadas e asseguradas por meio da criação de uma carreira de Estado para médicos
e outros profissionais de saúde. O CFM também se posicionou por
um maior financiamento para a saúde, pelo uso competente dos recursos disponíveis e por mais fiscalizações dos recursos do SUS.
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Opinião
Deu Zica!
Dra Beatriz Mª Nogaroli
Biomédica, diretora e consultora da BMN
Consultoria, em Campinas/SP
[email protected]
Com certeza muitos se lembrarão dessa frase. Era bastante popular e usada quando se queria dizer que algo deu
errado, fora do planejado (Ih! Deu zica).
Similar à Lei de Murphy, significa também que quando
há uma chance de algo dar errado, então certamente dará
(Vai dar zica!).
Naquele tempo, o vírus zika só tinha sido encontrado
em Uganda, na África, e como a comunicação era difícil,
talvez apenas a Organização Mundial de Saúde (OMS)e
algumas instituições de pesquisa internacionais da área
de saúde tinham notícia.
Por aqui, ninguém tinha ouvido falar dele. Entretanto, “
a zica”’, era comum.
O tempo passou e “a zica” continua entre nós, agora
com nomes mais sofisticados: falha, anomalia, não conformidade.
Hoje vivemos uma nova forma de “zica”, o vírus, que
coloca em risco a saúde da nossa população e começa a
aparecer em outros continentes.
Uma sequencia de ácidos nucleicos, sem pé nem cabeça
(muito menos cérebro) está deixando o mundo em estado de
alerta e até o momento, levando vantagem.
O que podemos aprender com o vírus zika para aplicar
em nossas organizações?
• Não devemos subestimar o risco/problema, não importa seu tamanho e estrutura (zika vírus);
• Estimular e desenvolver líderes comprometidos e capazes de se adaptar às transformações do ambiente (Aedes
aegypti);
• Investir na escolha da equipe e dar tempo para que
seus componentes interajam entre si e criem sinergia, tornando-se imbatível (A. aegypti + zika + chikungunya +
dengue);
• Dar atenção aos pequenos detalhes, pois podem indicar
que algo tem chance de dar errado (medidas preventivas). Lembrar que o A. aegypti foi erradicado 2 vezes no nosso pais com
eficácia (febre amarela), mas o acompanhamento dessa ação foi
subestimada pelos gestores e o mosquito voltou mais poderoso
(agora com zika, chikungunya e dengue);
• É fundamental o treinamento e a conscientização da equipe para a notificação dos riscos e das não conformidades detectados, bem como a análise profunda de suas causas, para evitar
a recorrência de antigos problemas;
• Os gestores/lideres devem aprender a ouvir a equipe
e não perder a oportunidade de erradicar a causa raiz do
problema.
Comece por implantar algumas dessas sugestões. De outra
forma, é muito grande a chance de “dar zica”.
Matéria Repoduzida
Novo exame de sangue detecta problemas
cardíacos ‘ocultos’
Um novo exame de sangue pode ajudar a diagnosticar
problemas cardíacos hereditários, de acordo com a British
Heart Foundation. Pesquisadores financiados pela instituição de caridade descobriram que, ao analisar um grupo
específico de genes, conseguem detectar de forma segura
problemas que paciente desconhecia.
Os testes genéticos até então disponíveis analisam um
pequeno número de genes e só podem identificar condições
específicas, o que implica em custos mais altos e tempo de
diagnóstico maior - uma grande barreira para disponibilizar
o teste nos sistemas públicos de saúde. Mas pesquisadores
do Imperial College London e MRC Clinical Sciences Centre dizem que o novo teste, que analisa 174 genes, é mais
rápido e confiável.
O método, já disponibilizado em dois hospitais na Inglaterra, vem testando, com sucesso, cerca de 40 pessoas
por mês.
“Sem um teste genético, normalmente temos que manter toda a família sob vigilância constante por muitos anos.
Isso é altamente custoso tanto para as famílias quanto para
o sistema de saúde”, diz James Ware, cardiologista especialista em condições cardíacas hereditárias.
“Por outro lado, quando um teste genético revela a
anormalidade genética exata causando a condição em um
membro da família, se torna simples testar outros membros
da família. Aqueles que não não tiverem o gene defeituoso
podem ser tranquilizados e poupados de visitas intermináveis a hospitais”, diz.
A pesquisa foi financiada pela British Heart Foundation
e as descobertas publicadas no Journal of Cardiovascular
Translational Research.
Combatendo problemas cardíacos hereditários
§ Estima-se que problemas cardíacos hereditários afetem mais de 500 mil pessoas no Reino Unido
§ Há muitos tipos diferentes que podem afetar o coração e o sistema circulatório e são passados de geração em
geração
§ Eles podem afetar pessoas de qualquer idade e representar risco de morte
§ Para muitas pessoas, o primeiro sinal é quando um
membro da família morre sem nenhuma explicação
§ Testes genéticos em membros de uma família podem
identificar quem a presença do gene defeituoso e, a partir
daí, podem ser tomadas medidas para reduzir o risco de
morte súbita, com cirurgia, medicação e mudanças no estilo
de vida.
Estudo
Relação entre o vírus zika e a Síndrome de
Guillain-Barré ainda está em estudo
Foi divulgado ontem estudo que indica ligações
entre o vírus zika e a Síndrome de Guillain-Barré
(GBS). No entanto, o maior patologista neuromuscular brasileiro e um dos principais especialistas em GBS
do país, Beny Schmidt, explica que ainda é muito precipitado afirmar que estas ligações realmente existem:
“O neurotropismo do vírus zika ainda não está
definido cientificamente, como, por exemplo, o vírus
da raiva e o HIV. O trabalho estatístico publicado na
The Lancet é irrelevante para uma conclusão definitiva, tendo em vista os números absolutos de casos
de Guillain-Barré e infecção concomitante de zika.
A epidemia de zika atinge milhares de indivíduos na
América Latina, enquanto que ainda não está esclarecido, do ponto científico, se a microcefalia é uma
epidemia ou resultado de uma subnotificação. Cabe
a alguns cientistas que têm se manifestado na mídia
deixar claro que esse é o momento de estudo e não
de conclusões precipitadas que podem gerar danos
irreversíveis à população, como algumas afirmações
recentes da equipe do Ministério da Saúde”.
Segundo o especialista, alguns exemplos de malefícios gerados por informações muitas vezes precipitadas são o impacto que vem sendo gerado no turismo
no país e os casos de mulheres que estão adiando a gravidez. “Nós ainda não sabemos a verdade”, conclui.
14
15
o mercado atual
Dislipidemias
As doenças coronarianas têm sido atualmente uma das
maiores causas de mortalidade nos países em desenvolvimento2. As dislipidemias estão entre os principais fatores
de risco associados à doenças coronarianas descritos, juntamente com a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, o
sedentarismo, o tabagismo, a obesidade e os fatores genéticos1.
Os lipídeos desempenham funções fisiológicas e clínicas importantes no organismo. Dentre eles temos: os
fosfolípides que formam a estrutura básica das membranas celulares; o colesterol que figura como precursor dos
hormônios esteroidais, de ácidos biliares e de vitamina
D, dentre outras funções; e os triglicérides, que constituem uma das formas de armazenamento de energia. As
lipoproteínas por sua vez, são formadas pela ligação entre
lipídeos e proteínas, o que permite que os lipídeos sejam
transportados no plasma. Estas podem ser divididas em
dois grupos:
1. As ricas em triglicérides: quilomícrons, menores e
menos densas; e, as de densidade muito baixa ou very low
density lipoprotein (VLDL);
2. As ricas em colesterol: as de baixa densidade ou low
density lipoprotein (LDL) e as de densidade alta ou high
density lipoprotein (HDL).
As lipoproteínas, na medida em que estejam em maiores
concentração no plasma, podem se depositar na parede dos
vasos sanguíneos. Assim como se depositam outras células
e inicia-se o processo inflamatório levando à aterosclerose,
doença inflamatória crônica causada por diversos fatores
que ocorre em resposta à agressão do endotélio vascular
das artérias de médio e grande calibre. As dislipidemias
primárias podem ser de duas classes: genotípicas, que se
dividem em monogênicas e poligênicas. E fenotípicas, que
considera os valores de Colesterol total, LDL-Colesterol,
Triglicérides e HDL-Colesterol, sendo dividida em quatro
tipos: hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia
isolada, hiperlipidemia mista e HDL-Colesterol baixo3.
O controle dos fatores de risco é fundamental na redução da incidência de doenças coronarianas. São necessárias medidas preventivas múltiplas assim como medidas
terapêuticas medicamentosas e não medicamentosas tanto
preventivas quanto curativas, o que pode ocorrer através de
diversas intervenções, tais como terapias farmacológicas,
dietas e atividade física1.
1. GUS, Iseu, e cols. Variações na prevalência de fatores de risco para a doença arterial coronoariana no Rio
Grande do Sul: Uma análise Comparativa entre 2002-2014.
Arq.Bras.Cardiol. vol.105. n.6. São Paulo. Dec.2015.
2. Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022.
Brasilia (DF); 2011
3. Sociedade Brasileira de Cardiologia. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq
Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22
Baby Maria Ferreira
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sendo usada em hospitais, laboratórios, consultórios médicos e bancos de sangue.
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outras soluções, quando é possível ter um VACUETTE® original.
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Detecção sorológica de Zika
Atualmente, o vírus Zika é diagnosticado através da técnica de PCR e do isolamento do vírus em amostras de sangue.
Entretanto, o vírus tem a característica de deixar de circular na
corrente sanguínea muito rapidamente, levando à impossibilidade de diagnóstico em todos os casos de infecções com mais
de 5 dias (tempo estimado de permanência do vírus).
Os testes sorológicos são capazes de determinar anticorpos presentes na amostra. Os anticorpos permanecem no organismo mesmo depois do desaparecimento do vírus, possibilitando a identificação de infecções agudas e passadas, além de
possíveis reinfecções.
A EUROIMMUN acaba de lançar dois kits para detecção
sorológica de Zika. Eles já possuem aprovação e liberação da
ANVISA e poderão ser adquiridos por laboratórios de diagnóstico.
O IF: Mosaico Arbovírus 2 da EUROIMMUN detecta e
diferencia simultaneamente os seis arbovírus pelo método de
imunofluorescência indireta. Os testes determinam a presença
anticorpos IgG ou IgM contra os vírus. Além do já conhecido substrato de Chikungunya, o kit conta com o substrato de
Dengue (1-4) e um substrato adicional de Zika, completando
assim um Mosaico com 6 BIOCHIP®s.
16
O kit é fornecido com todos os reagentes necessários para
o procedimento, sendo necessário apenas um microscópio de
fluorescência adequado.
17
Opinião
Qualidade e gestão
Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos
Presidente do CRBM - 1ª Região
Diretor da FAAP - Ribeirão Preto-SP
[email protected]
Nos tempos de transformação mercadológica e tecnológica os laboratórios de análises clinicas de pequeno
e médio porte devem se ater a qualidade e gestão. Em
recentes discussões sobre o tema chegamos à conclusão
que este é o momento; que a melhor maneira para enfrentar a crise é investir na qualidade através da boa gestão
de processos.
Detectar as não conformidades desde a entrada do paciente até o laudo elaborado devem ser detectadas e a geração de estatística vai nos levar a minimizar erros e melhorar
processos tornando ainda mais eficiente o atendimento e o
serviço prestado.
Para as mudanças necessárias é imprescindível a vontade política da Alta Administração, a colaboração de todo
pessoal, a indicação de um responsável – Gerente da Qualidade, procedimentos adequados em todas as áreas, controle
de todas as fases diariamente, programa de treinamento e
educação continuada, o controle interno da qualidade e pôr
fim a avaliação de desempenho através de registros e relatórios.
A observação das fases pré-analítica, analítica e pós
analítica na visão de gestão de qualidade além de melhorar a qualidade pode sim minimizar custos. Uma vez
que se tenha os dados de controle, que sempre devem ser
avaliados diariamente, semanalmente e mensalmente,
após a análise destes dados o conteúdo propicia a ação
corretiva. Estabelecido o padrão de avaliação o passo seguinte é avaliar métodos e na persistência de divergências
se faz necessária a avaliação dos colaboradores envolvidos no processo. A educação continuada, a capacitação e
aprimoramento profissional são hoje a preocupação dos
órgãos profissionais. A biomedicina iniciou o projeto de
capacitação profissional entendendo que, é o nosso momento de colaborar.
O projeto busca atender de forma gratuita os profissionais da área inscritos no conselho profissional
proporcionando conteúdo de alto valor. Para o sucesso
deste projeto envolvemos os melhores profissionais das
diversas áreas para atuarem como palestrantes colaboradores e a maioria deles entendeu a necessidade e a
amplitude do projeto. Esta colaboração aproxima ainda
mais os profissionais, favorece a transmissão de conhecimento e colabora para a melhoria dos serviços e dos
resultados.
Esperamos que este projeto, que terá início em março,
seja um sucesso e o objetivo seja alcançado, que agregar
conhecimento motive os profissionais na jornada diária de
trabalho e amplie o horizonte para novas possibilidades.
Saudações biomédicas.
“Coração de Estudante”
Ligia Maria Mussolino
Camargo
Sócia da empresa Décio
Camargo Ltda, professora
de Língua Portuguesa.
Ocupa a cadeira nº 24 da
Academia
Santarritense de Letras
[email protected]
A inspiradíssima e corajosa composição de Mílton Nascimento “Coração de Estudante” datada de 1983, juntamente com
outras músicas do mesmo estilo e da mesma época, influenciaram várias gerações de jovens brasileiros, várias juventudes.
Nessa época os brasileiros tinham uma visão um pouco mais
correta do que se passava no Brasil e isso se refletia nas artes,
especialmente na música. Os contestadores “Festivais de Música
Popular”, a “M.P.B” (Música Popular Brasileira) era engajada,
eclética e impregnada de eternidade.
Novidade
Corriam os anos de o “Regime Militar”. Por mais que existissem repressão, torturas (e como existiam), desníveis sociais,
analfabetismo, pobreza, fome. O Brasil era um país menos complexo administrativamente falando. A maior parte da população
vivia em zona rural, a violência urbana era bem menor, pouco se
falava em quadrilhas ou crime organizado. Naturalmente sempre
existiu corrupção, Educação e Saúde nunca foram prioridades
para o Governo Militar.
O tempo passou o Brasil evoluiu muito e nem sempre para
melhor. A população, urbana cresceu desmedidamente, cidades
médias e grandes, mal estruturadas, incharam, a violência aumentou, educação, saúde, saneamento básico foram relegados a
segundo plano, novamente.
Felizmente, algo permaneceu. Nossa vontade de aprender,
nosso coração de aprendiz, nosso “Coração de Estudante”.
Falar sobre os problemas da Educação no Brasil talvez seja
fácil, difícil é encontrar soluções.
De acordo com pesquisadores o mais importante para melhorar a educação é atrair e manter bons professores, que tenham
formação para serem docentes, que gostem do que fazem, proporcionar a eles materiais de apoio adequados e deixar bem claro
os objetivos, as expectativas da aprendizagem. Formação e atualização contínua e reforço escolar completam o quadro.
Pode parecer pouco mais significa muito, os países mais
adiantados do mundo partiram dessas premissas. A escola deve
ser também interessante e dotar o aluno de condições para viver
com dignidade no século 21.
Atualmente os problemas a serem enfrentados com relação à
Saúde, Educação e Violência são imensos e países que vivem em
crise, como é o caso do Brasil, se esquecem de olhar para frente e
pensar no que pretendem construir, especialmente em relação às
nossas crianças e aos nossos jovens.
Lembramo-nos da canção: “Coração de Estudante”, que fala
em: esperança, amor, espírito de luta, dignidade, sonho e fé. “Há
que se cuidar do broto”...
Reafirmemos nossa crença de que o Brasil é maior que muitos de seus representantes. “Há que progredir com, contra e apesar deles”.
Nova técnica de reprodução preserva
fertilidade de pacientes com câncer
No segundo semestre de 2015, o Centro de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa
Joana trouxe para o Brasil um novo procedimento de
preservação da fertilidade voltado para mulheres com
câncer e em idade fértil (até 35 anos) que pretendem
engravidar após o fim do tratamento. Este método
consiste em congelar parte do ovário das mulheres
com câncer, antes da quimioterapia e como forma de
preservar sua atividade, para depois reimplantá-la
quando curadas, permitindo que engravidem.
No mundo, já são mais de 60 crianças nascidas
a partir dessa técnica. No Brasil, o procedimento de
congelamento do tecido ovariano nas pacientes oncológicas é recente, sendo o Centro de Reprodução
do Santa Joana a Instituição privada pioneira em sua
realização, com dois casos de congelamento do tecido
ovariano, ainda não reimplantados. “Aqui no Santa
Joana, temos óvulos de mulheres sadias congelados
há mais de 10 anos, mas o congelamento de tecido
pode trazer uma expectativa melhor de sucesso. Porém, só iremos utilizar o tecido e reimplantá-lo após
a paciente ter alta do tratamento oncológico”, explica
o ginecologista e obstetra do Centro de Reprodução
Humana do Santa Joana, dr. Eduardo Motta.
A embriologista da Instituição, dra. Joyce Fioravanti, viajou a convite até Bruxelas, na Bélgica, para
realizar um aperfeiçoamento sobre essa técnica que
foi desenvolvida lá pelo professor Jacques Donnes,
da Universidade de Bruxelas. “Como os procedimentos de radioterapia e quimioterapia podem prejudicar
os órgãos reprodutores femininos, principalmente os
ovários, a técnica é uma possibilidade de preservar
a capacidade reprodutiva destas mulheres”, conta a
especialista.
Realizada por meio de uma biópsia do ovário, parte do tecido contendo alta concentração de óvulos é
18
retirada e congelada. O procedimento é semelhante ao
do congelamento de gametas (óvulos e espermatozoides), porém sua eficácia é maior. “Este método tem
mais potencial do que o congelamento de gametas,
pois a quantidade preservada de óvulos é bem maior.
No entanto, é fundamental que as mulheres tenham no
máximo 34 anos, sendo o ideal antes dos 30”, garante
dr. Motta.
Depois do término do tratamento oncológico, basta uma nova intervenção cirúrgica para reimplantar o
tecido congelado no local do próprio ovário. Dessa
forma, a mulher pode, inclusive, readquirir a capacidade de engravidar naturalmente, embora o procedimento de fertilização in vitro seja o mais apropriado.
“A embriologia está cada vez mais evoluída, o que
contribui para que as mulheres tenham várias alternativas de realizarem o sonho de ser mãe”, conclui
dra. Joyce.
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21
Ano olímpico?
Opinião
Yussif Ali Mere Jr
Presidente da Federação e do Sindicato
dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios
do Estado de São Paulo (FEHOESP e
SINDHOSP) e do SINDRibeirão
[email protected]
Parece muito distante, mas foi logo ali atrás, em
2009, quando o Brasil recebeu a notícia de que sediaria as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016. À
época, o projeto orçado em R$ 28,8 bilhões venceu
as concorrentes Chicago, Madri e Tóquio. Nosso país
ainda celebrava o crescimento de mais 5% do PIB no
ano anterior e vivia um clima de relativo otimismo.
Agora, a 200 dias das Olimpíadas, seremos a primeira
nação, em três décadas, a receber os Jogos em situação de recessão econômica. Como se não bastasse,
o orçamento das Olimpíadas ultrapassa os R$ 38 bilhões – e já era o mais caro em 2009, quando foi apresentado.
Muito se fala em legado. Na Copa, infelizmente,
nosso maior legado foi o sete a um. Não vimos, nas
cidades-sede, melhorias significativas nos transportes, na segurança, na saúde, na educação. Muito pelo
contrário: o país ainda paga o pato dos estádios milionários. Não à toa, cidadãos de Hamburgo, Munique,
Oslo já disseram não em plebiscitos sobre sediar ou
não as Olimpíadas. Porque lá, ninguém quer pagar a
conta. Especialistas atentam para o fato de que eventos esportivos como Copa do Mundo e Olimpíadas são
lucrativos, de fato, para seus comitês.
A grande lição que devemos tirar é a da superação
inspirada nos atletas de alto nível. Com exceção dos
esportes que possuem naturalmente muito patrocínio,
a maioria das modalidades olímpicas sobrevive do
suor e do sangue dos indivíduos, dos treinadores e
de suas equipes enxutas. São exemplos de que muito
trabalho pode levar ao sucesso. De que o desafio só
existe para ser interposto.
O que quero dizer é que teremos de ter muita garra para vencer neste 2016. Se quisermos subir nos
pódios, teremos que nos desafiar. O bom disso tudo
é que o desgoverno do país abre uma brecha para que
a sociedade tome as rédeas da situação. Afinal, somos nós, cidadãos, empresários, pais, mães e filhos
que sustentamos este país. Somos nós que pagamos
a conta, a alta conta de um Estado gastador e ineficiente. Chegou a hora de cobramos, com juros e
correção.
Vídeo
Rio de Janeiro é campeão em casos de tuberculose no país
Em vídeo de seis minutos produzido pelo residente em medicina de família e comunidade, Bruno Sicuro, como parte final
do trabalho de conclusão do curso na Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ), é possível conhecer o caráter social de
doenças que são negligencias pela sociedade e governos, como
a tuberculose. Sicuro explica a realidade do Morro da Mineira, comunidade da cidade do Rio de Janeiro, que assim como
a maioria, divide o território com áreas nobres que possuem
saneamento básico, além de outros direitos, que todo cidadão,
independentemente da classe social, deveria usufruir.
“Locais altamente povoados e sem saneamento básico são
propícios a doenças, como a tuberculose que é causada por um
micro-organismo visto apenas por microscópio. Os sintomas
básicos são tosse comcatarro, por mais de três semanas, febre
noturna e emagrecimento. A tuberculose ainda atinge boa parte
da população que vive aglomerada e sem saneamento básico.
De todos os estados, o Rio de Janeiro é o que mais sofre com a
doença, com maior coeficiente de mortalidade e novos casos de
tuberculose no Brasil”, explica o autor do vídeo.
Bruno cita no trabalho que é dever dos governos municipal e
estadual o fornecimento do saneamento básico e questiona sobre
a distribuição desse processo de limpeza e higiene na cidade, pois
Ipanema, Santa Teresa e Copacabana já conheceram o direito de
ter esgoto encanado, o que não é realidade nas favelas cariocas,
sendo que todos estes locais estão sob o mesmo governo.
“Essa medida, principalmente associada a melhores condições de moradia, fez diminuir o número de casos e a mortalidade por tuberculose na Inglaterra no século XIX, mesmo
sem existir medicações específicas. Hoje na cidade do Rio de
Janeiro apesar de todos os avanços na ampliação do acesso a
22
saúde da família que vem acontecendo nos últimos anos, ainda não existe um esforço real para dar condições sanitárias e
de moradia onde as pessoas consigam viver com saúde, há o
fornecimento de medicamentos com supervisão de consumo de
doses diárias, seja em UBS ou domicilio, com agentes comunitários, ou seja, não há prevenção, apenas a distribuição do
tratamento. O que temos não é falta de ciência, de tecnologia
ou de inteligência humana, falta encarar o óbvio, palavra que dá
título ao vídeo”, finaliza.
Para conferir:
Link: https://www.youtube.com/watch?v=DiHLxIpNBBw
Argumentos: Bruno Sicuro
Roteiro: Bruno Sicuro, Raquel Stern e Alfredo De Oliveira Neto
Narração: Eduardo Fernandes
Edição: Gabriel Sicuro
23
Opinião
Riscos para o seu laboratório em 2016
Pedro Silvano Gunther
[email protected]
Segundo um guia preparado pela hc1 (www.hc1.com),
fornecedora americana de software HRM (Gerenciamento
de Relacionamento em Saúde) os cinco maiores riscos que
os laboratórios enfrentarão em 2016 são: 1) Continuar
tratando os clientes da maneira antiga. Segundo a hc1,
SIMESP
os clientes, desde os pacientes, passando pelos médicos
e chegando às operadoras e hospitais, agora esperam um
maior nível de atenção da sua equipe. 2) Direcionar seu
laboratório para sobreviver, não prosperar. Ajustes feitos
em momento de pânico podem comprometer o negócio
para sempre. Cortar custos é importante, mas não dá para
deixar de fazer investimentos adequados em tecnologia,
capital humano e educação. 3) Ficar refém de dados em
silos. Os laboratórios lidam com uma enorme quantidade
de dados, vindos de diferentes sistemas. A falta de visão
unificada de informações, em tempo real, pode agravar o já
estressado relacionamento com o cliente. 4) Demorar para
resolver assuntos operacionais. Para prover serviço rápido
e individualizado os laboratórios devem diminuir o ciclo
de rastreamento e resolução de problemas operacionais. Os
membros da equipe devem ter acesso imediato a todas as
comunicações e atividades com os clientes. 5) Ignorar o
paciente. Aqui a hc1 refere-se aos laboratórios que usam
sistemas não integrados e acabam não tendo a informação
do paciente consolidada, tanto de resultados de exames
como a parte financeira, de cobrança.
Apesar de ser um material preparado por um
fornecedor de software americano, as preocupações são
semelhantes por aqui. E vamos acrescentar aí a nossa
crise econômica/política, com recessão, queda do PIB e
aumento da inflação. 2016 traz, sem sombra de dúvida,
um grande desafio para os responsáveis pelos laboratórios
brasileiros. A visão do laboratório como um negócio, para
além de uma usina de resultados confiáveis de exames,
será um divisor de águas.
Santa Casa anuncia fechamento de tradicional
centro de saúde
Médicos e funcionários do Centro de Saúde Escola Barra Funda “Dr. Alexandre Vranjac” foram surpreendidos ontem
(25) com o anúncio de fechamento do hospital. Eles informaram que representantes da Santa Casa da Misericórdia de São
Paulo anunciaram o encerramento dos atendimentos alegando
que a entidade não tem como cumprir com a folha de pagamento do próximo mês.
A denúncia foi recebida pelo Sindicato dos Médicos de São
Paulo (Simesp), que esteve no local e pôde ver cartazes espalhados pelos corredores e departamentos, anunciando o fechamento. Indignados, parte dos 118 funcionários foram trabalhar
vestindo roupas pretas como forma de protesto. “Não fomos
informados de nada. O que posso dizer é que a comunidade
atendida pelo centro está se mobilizando contra o fechamento. Atendemos mais de 16 mil pessoas por mês que ficarão desassistidas”, lamentou uma das funcionárias que não quis ser
identificada.
Reflexo da maior crise da história da Santa Casa, o fechamento do tradicional centro que funciona há 48 anos representa
uma perda importante para a saúde pública. Além de ser referência em assistência, ensino e pesquisa, o centro atende em diversas
especialidades como, por exemplo, pediatria, saúde da família,
ginecologia, psiquiatria, fisioterapia dentre muitos outros.
O Simesp solicitou explicações por escrito à Santa Casa de
Misericórdia e ao governo do estado sobre a situação da instituição, mas não obteve retorno até o momento. “Desde o iní-
24
cio da crise na Santa Casa observamos um tipo de política de
desmonte que atinge outros hospitais filantrópicos do estado,
com demissões e fechamentos de unidades. Não podemos ficar
de braços cruzados diante do fechamento de uma unidade de
saúde tão importante para a população”, disse o presidente do
Simesp, Eder Gatti.
Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp)
Fundado em 1929, o Sindicato defende a atividade médica, a luta pela dignidade no exercício da medicina e o acesso
à saúde como direito do cidadão. Aborda temas como planos
de saúde, Sistema Único de Saúde (SUS), organizações sociais
(OSs) e salário dos médicos, entre outros.
25
2016
JUNHO
MAIO
HOSPITALAR 2016 - 23ª Feira Internacional de Produtos, Equipamentos,
Serviços e Tecnologia para Hospitais,
Laboratórios, Farmácias, Clínicas e
Consultórios.
Data: 17 a 20 de maio de 2016 - das 12 às 21 hs
Local: Expocenter Norte - Rua José Bernardo
Pinto, 333 - Vila Guilherme - SP - Brasil.
Fone: (11) 3897-6199
www.hospitalar.com
[email protected]
WorkShop de Microbiologia
DÉCIO CAMARGO
em São José do Rio Preto/SP
Data: 11 de junho de 2016
Local: Hotel Quality SAINT PAUL - Vagas Limitadas
Fale conosco e garanta já sua vaga: Tel (19) 3582-9797
email: [email protected]
43º Congresso Brasileiro de
Análises Clínicas
De 26 a 29 de junho de 2016
Local: Palácio das Convenções do Anhembi - São
Paulo-SP
Informações: www.sbac.org.br
VI SIMI – Simpósio Internacional
de Medicina Intensiva
Data: 9 a 11 de junho de 2016
Local: FECOMERCIO-SP (Rua Doutor Plínio Barreto, 285 - Bela Vista)
Realização: Hospital Sírio Libanês –
Ensino e Pesquisa
Site: www.simisirio.com.br
Informações: (11)5098.1111
SETEMBRO
62° CONGRESSO BRASILEIRO DE
GENÉTICA
11 a 14 de setembro de 2016
Caxambu-MG
50º Congresso Brasileiro de Patologia
Clínica Medicina Laboratorial
2º Congresso Brasileiro de Informática
Laboratorial
23º Congresso da ALAPAC/ML
O evento será no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, de 27 a 30 de setembro de
2016.
Mais informações: www.cbpcml.org.br
OUTUBRO
XV Congresso Brasileiro de Biomedicina e o III Congresso Internacional
de Biomedicina
De 19 a 22 de outubro de 2016
Local: Parque de Eventos da FUNDAPARQUE
Bento Gonçalves/RS.
26
27
Alerta
Sífilis: a maioria dos infectados não
sabe que está com a doença
Falta de informação, relações sexuais sem proteção
e com maior número de parceiros têm colaborado para
o crescimento dos casos de sífilis no Brasil. A doença,
sexualmente transmissível, pode ocasionar desde um
simples mal-estar até graves sequelas neurológicas no
decorrer da vida, caso não seja tratada adequadamente.
Segundo a Secretária Estadual de Saúde, entre 2007 e
2013, o número de pacientes com sífilis no Estado de São
Paulo passou de 2.694 para 18.951 - aumento de 603%.
O uso do preservativo é a principal forma de se prevenir
da doença, já que a maioria das pessoas não sabe que está
infectada.
De acordo com o urologista Fernando Almeida, do
Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, a sífilis
primária se manifesta de duas a três semanas após o contágio,
quando feridas indolores aparecem nos genitais infectados
e somem naturalmente após algum tempo. Se não for
tratada, a bactéria pode permanecer dormente no organismo
e se transformar em sífilis secundária, ocasionando dores
musculares, febre, dor de garganta, entre outros. Esses
sintomas geralmente também desaparecem sem tratamento
e a bactéria volta a ficar inativa no organismo.
“Após as duas primeiras fases da doença sem
um diagnóstico ou tratamento adequado, ela pode se
transformar em sífilis terciária, o estágio mais perigoso, que
acomete o sistema nervoso central e pode levar a pessoa a
ter dificuldades motoras devido às sequelas neurológicas”,
diz o especialista.
A sífilis pode ser detectada por meio do exame de
sangue em todos os seus estágios. O médico também pode
optar por recolher amostras de uma secreção presente no
corpo, geralmente analisada com auxílio de microscópio.
O tratamento da doença é realizado com antibióticos e
deve se estender aos parceiros sexuais. Uma vez curada, a
pessoa pode voltar a ter a doença, portanto, prevenção é a
palavra-chave.
“Nos dias atuais, as pessoas estão mais liberais com
relação ao sexo e menos preocupadas com a proteção,
principalmente os jovens. A falta do uso de preservativos e
a multiplicação de parceiros sexuais faz com que a doença
se espalhe mais facilmente”, alerta.
Site: www.hpev.com.br
Saúde
Tomar um copo d’água
em jejum contribui
para reduzir o mau
hálito matinal
Estudo publicado no Jornal Internacional de Higiene
Bucal sugere que tomar um copo d’água em jejum é
um modo eficiente de reduzir o mau hálito matinal que
incomoda tantas pessoas. Pesquisadores chegaram à
conclusão de que tanto a água ingerida, como usada em
bochecho, chega a reduzir 60% das substâncias que
contribuem para essa sensação desagradável.
Na opinião de Katia Izola, professora da Escola de
Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação
Paulista de Cirurgiões-Dentistas), o mau hálito matinal não
necessariamente está relacionado à doença halitose, mas a
um acúmulo de bactérias na boca durante as horas de sono.
Nesse sentido, enxaguar a boca é uma solução provisória
para combater o incômodo – já que escovar bem os dentes
é sempre a melhor opção.
“Aquelas pessoas que preferem tomar o café da manhã
primeiro e escovar os dentes depois podem se beneficiar
desse recurso de ingerir um copo d’água em jejum. Por
outro lado, quem sofre de halitose não consegue se livrar
facilmente do problema nem depois de escovar os dentes.
Em cerca de 90% dos casos, as alterações que levam à
halitose se encontram na cavidade bucal, podendo ter
origem, ainda, em falta de vitaminas, uso de determinados
medicamentos, doenças autoimunes, doenças do aparelho
digestivo, dieta inadequada e até mesmo alto nível de
estresse. Por isso é tão importante relatar o problema ao
cirurgião-dentista. Somente diante de um diagnóstico
acertado é que o paciente poderá tratar a halitose de forma
eficiente”, diz Katia.
Fonte: Prof. Dra. Katia Regina Izola, professora da Escola
de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista
de Cirurgiões-Dentistas) – www.apcd.org.br
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Diálogos da ultra modernidade
A tecnologia e o desenvolvimento do setor de saúde no Brasil
Emerson Corazza da Cruz*
É verdade que o ano de 2016 ainda é uma
incógnita para muitos mercados. Mais do que
expectativa, parece que vivemos um janeiro de
apreensão. Estas incertezas dão a impressão de
que 2015 ainda não acabou. O ano passado não
se confirmou com o crescimento que se esperava em anos anteriores. No ramo da saúde não
foi tão diferente disso. Mas, apesar de tudo, algumas previsões são positivas para determinados segmentos especializados deste mercado.
Exemplo disso é a tecnologia aplicada à saúde. Estamos falando de um segmento que possui uma relação muito particular com a área
da saúde. Os profissionais da Tecnologia da Informação já entenderam as necessidades e os
desafios do setor da saúde e, provavelmente,
o maior deles, no momento, seja mesclar dois
fatores muito distintos. Sob determinados prismas, até mesmo antagônicos! Aumentar o volume de atendimentos (quantitativo) maximizando a segurança (qualitativo).
Não é exatamente uma novidade, mas, ao
que parece, a tecnologia nunca esteve tão presente no segmento da saúde como passará a estar neste ano e nos que se seguirem. E em várias
áreas deste mercado.
Tem-se a impressão que o crescimento está
se desenhando em progressões geométricas,
passando pela edição e segmentação de genes
e indo até a ferramentas de gestão especializada,
além do estreitamento na comunicação dos profissionais - vários deles, não apenas os médicos com os pacientes e demais usuários do sistema,
através de aplicativos, etc. E esta comunicação
não é apenas aquela que permite o agendamento
e/ou cancelamento de consultas. É muito mais do
que isto.
O próprio relatório anual da Pricewaterhouse
Coopers, divulgado em dezembro passado, cita
esta tecnologia como uma forte tendência do cuidado com a saúde “na palma da mão”.
Se já é possível até mesmo realizar cirurgias remotamente, porque não seria fazê-lo com consultas médicas? E, assim procedendo, fica claro concluir que a consulta a distância deva ser difundida
em larga escala. Afinal, trata-se de um mercado
que movimenta cifras importantes no qual a rentabilidade é sim desejada, e, em que pesem as críticas a este respeito, trata-se de um caminho sem
volta.
Mas vale ressaltar que a consulta remota é
apenas uma das novidades que deveremos conhecer em breve. Muitas outras deverão aparecer. A
tecnologia já não é mais uma tendência na saúde é, sim, uma realidade fortemente ocupada do
planejamento com foco no resultado. E, como em
qualquer outro ramo de negócios, a competitividade acirrada gera novidades em busca do melhor
resultado.
Mas, como dito acima, a tecnologia deverá ser
cada vez mais aplicada no mercado da saúde, em
diversas vertentes. O aumento do custo com internações e medicamentos (que no ano de 2015
alcançou verdadeiros recordes), dentre outros
fatores, deve aumentar o interesse da indústria
pela melhor qualificação das informações extraídas a partir do cruzamento de diversas bases de
dados, com a finalidade de permitir tomadas de
decisão mais precisas por parte dos players.
De olho nisso, estudo especializado no setor,
o Global health’s new entrans aponta que países
em desenvolvimento são mais carentes de inovações tecnológicas e suscetíveis de mudança. Ou
seja, estas nações entendem e aceitam que precisam romper com paradigmas na busca da melhoria do sistema que, em sua maioria, se mostra
falido e incapaz de apresentar soluções a suas
próprias demandas. Claro que esta realidade
desencadeia outros desafios, como o enfrentamento da regulação em países tradicionalmente
rígidos, caso do Brasil. Mas este é outro caso em
que a especialização deve impulsionar o desenvolvimento.
*Emerson Corazza da Cruz é advogado, membro do Task Force da Saúde e sócio do escritório
Augusto Grellert Advogados Associados
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