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Escola Estadual Padre Réus
Prof. Ernesto
Disciplina de História – Integrada III – Parte I
Imperialismo e Primeira Guerra Mundial.
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E IMPERIALISMO.
A partir de meados do século XIX, um conjunto de descobertas e de desenvolvimentos científicos produziram grandes
transformações em diversas áreas. A invenção do cinema, do telegrafo, do rádio, do telefone, a aviação, a siderurgia, os motores
elétricos e a combustão, entre outros, formam parte deste conjunto de inovações do período. Parte destas inovações forma
aplicadas no processo de produção industrial. O resultado foi um aumento considerável da produção, as mercadorias passaram a
ser produzidas em escala até então desconhecida. Este acúmulo de inovações científica e tecnológicas foi denominado de
Segunda Revolução Industrial, entre as principais invenções que assinalaram o começo desta revolução, que transformou a maneira
de produzir e transportar as mercadorias, três são extremamente importantes: o processo Bessemer de transformação do minério
de ferro em aço, descoberto por Henry Bessemer, que possibilitou a produção de aço em grande escala, transformando-o no
elemento básico dessas novas fábricas; o dínamo, que criou condições para a substituição, pela eletricidade, do vapor como força
motriz das industrias; e o motor a combustão interna, inventado por Nikolaus Otto e aperfeiçoado por Rudolf Diesel, que abriu
caminho para a utilização do petróleo em larga escala. Ao mesmo tempo em que a aplicação dessas novas tecnologias no processo
industrial levou a necessidade crescente de ampliação do mercado consumidor, o fornecimento das matérias-primas necessárias a
essa nova industria passou a ser um problema para os países industrializados. Petróleo, cobre, minério de ferro, látex passaram a
ser fundamentais para a crescente produção industrial. A necessidade de novas matérias-primas levou aos países europeus a
retomarem a prática colonialista acirrando as disputas pelo domínio direto e indireto de regiões como a América Latina, África e
Ásia, processo definido como Imperialismo.
Imperialismo na África
A conquista da África pelos países europeus seguiu a
lógica perversa do colonialismo. Houve uma verdadeira corrida
pelo controle do continente a partir de meados do século XIX. A
conquista da África só foi possível pela introdução de novas
tecnologias como o barco a vapor, que favoreceu a navegação
pelos rios africanos, o quinino que possibilitou o tratamento da
malária, e o rifle de repetição que passou a ser utilizado para
combater os africanos. Deste modo criaram-se as condições para
a derrota da África e dos africanos. A justificativa ideológica para o
domínio sobre a África foi a “missão civilizatória”, partindo da
justificativa etnocêntrica os europeus sustentavam a idéia de
civilizar os atrasados e primitivos povos africanos. As principais
potências européias passaram a estabelecer as suas estratégias:
a França procurava garantir seu prestigio internacional e impedir
uma expansão ilimitada dos ingleses; a Inglaterra pretendia não
só descobrir novas áreas para a exploração econômica, mas,
sobretudo resguardar suas rotas comerciais para a Índia,
mantendo postos avançados na costa africana.
A definição das fronteiras do colonialismo na África foi
desencadeada pelo Rei Leopoldo II da Bélgica, que em 1876
adquiriu o domínio particular do Congo. Isso causou uma polêmica
entre as nações européias interessadas na mesma área. Para
resolver o problema do Congo e fixar as regras da partilha da
África, o chanceler alemão Bismarck convocou a Conferência de
Berlim (1885-1887). Mas a partilha provocou descontentamento.
Alemanha e a Itália, recém-unificadas, ficaram com poucos
territórios, de reduzidas possibilidades econômicas. A França e a
Inglaterra reacenderam sua antiga rivalidade, passando a disputar
o controle das melhores posições e chegando quase ao conflito
direto.
Tentando assegurar o controle de extensas regiões africanas, a Inglaterra se envolveu, desde as primeiras décadas do
século XIX, em conflitos diversos. Ao sul, o avanço britânico sobre territórios de colonização holandesa (Repúblicas do Orange e
Transvaal) acentuou-se após a descoberta de diamantes e ouro em 1867. Os colonos holandeses, conhecidos como bôeres, eram
obrigados a constantes deslocamentos; acabaram cercados e isolados, chegando a guerra para manter seus domínios. Mesmo com
a ajuda dos de franceses e alemães, os bôeres foram esmagados pelos britânicos, perdendo sua independência em 1902. Ao norte,
com a compra da maioria das ações do Canal de Suez (1875), a Inglaterra passou a dividir com a França a influência sobre essa
região. Após sufocar revoltas nacionalistas no Egito (1876 e 1882) e no Sudão (1898), os britânicos firmaram sua posição no
nordeste da África, assegurando uma rota livre para o comércio com seus domínios na Índia.
Imperialismo na Ásia
No Mediterrâneo Oriental a situação caótica do decadente Império Turco-Otomano
permitiu o avanço europeu durante o século XIX. Aproveitando-se dos conflitos internos devidos
ao fracionamento político e religioso das regiões que compunham esse império, as grandes
potências, principalmente Inglaterra e França, estabeleceram zonas de influência para a
aplicação de seus excedentes de capital. Na Ásia Central, desde 1600 a Inglaterra se fez
presente através dos entrepostos explorados pela Cia das Índias Orientais. As investidas inglesas
nessa região se acentuaram no século XIX, chegando aos territórios da bacia do rio Indo, onde os
britânicos pretendiam firmar bases para sua ação no Extremo Leste Asiático.
Com a Guerra do Ópio (1840-1842) contra a China, os britânicos conseguiram não só
abrir mercados para essa droga, cultivando em seus territórios indianos, como também minar a
autoridade do Império Chinês. Com a assinatura do Tratado de Nanquim a China teve que abrir
seus portos ao comércio internacional e repassou o controle de Hong Kong à Inglaterra. A França também reforçou seu poder,
adquirindo territórios no Sudeste Asiático. Holanda e Portugal mantiveram apenas as áreas obtidas na época mercantilista. A
Alemanha teve de se contentar com algumas ilhas da Oceania e concessões de comércio na China.
Imperialismo na América Latina
O imperialismo inglês e norte-americano encontrou na América Latina um terreno fértil para a expansão. Pelas próprias
condições da colonização ibérica não houve, por ocasião das independências (entre 1810 e 1828), uma mudança significativa na
estrutura do continente. Sua economia continuou voltada para o mercado externo e a sociedade permaneceu dividida entre um
pequeno número de grandes proprietários de terras e uma grande massa de trabalhadores miseráveis. O rompimento político com
Espanha e Portugal não foi provocado por toda a sociedade colonial. Partiu de grupos interessados em ampliar seus negócios sem
o controle dos países ibéricos. Assim, a política transformou-se numa mera extensão dos negócios de cada grupo oligárquico,
facilitando o aparecimento de caudilhos – chefes locais, civis ou militares, que controlavam ditatorialmente seus respectivos
territórios, em alguns casos como líderes populistas. Isso facilitou a penetração imperialista. Por essa razão, parte da elite de
tendência nacionalista, que defendiam tarifas protecionistas como incentivo ao desenvolvimento interno, acabaram suplantados
pelos que privilegiavam o livre cambismo.
A presença inglesa, bastante acentuada até cerca de 1870, concentrou-se principalmente em empréstimos diretos ou em
empresas britânicas, que tinha a finalidade de criar uma infra-estrutura adequada ao escoamento das matérias-primas locais e ao
recebimento e distribuição dos produtos industriais ingleses. Ou seja, o objetivo principal da Inglaterra era o comércio, bem como o
aumento da capacidade dos países latino-americanos de importarem produtos industrializados e de pagarem os juros pelos
empréstimos que recebiam. A primeira década do século XX marca o início da expansão norte-americana sobre a América Latina e
a gradual retração britânica nesses mercados, já que a Inglaterra estava preocupada em consolidar seu império colonial na Índia.
Através da compra de territórios pelos trustes os principais recursos naturais foram sendo diretamente controlados pelos
estrangeiros, não contribuindo para o desenvolvimento interno dos países
latino-americano. Isso porque, além de não aumentarem a taxa de
emprego por causa da mecanização da extração, a maior parte dos lucros
de cada companhia era remetida diretamente à matriz no exterior. Esse
processo contava com a aprovação dos governos locais e caso alguma
autoridade impedisse o funcionamento desse sistema, os Estados Unidos
intervinha militarmente no sentido de garantir o investimento.
O Canal do Panamá
O fortalecimento da marinha de guerra americana no Caribe
atendia ao velho propósito dos estados Unidos de controlar a ligação
Atlântico Pacífico, projetada para o Panamá com a construção de um
canal cortando o istmo. Também potências européias, como a França e a
Inglaterra, disputavam essa passagem.
A oportunidade de intervir nessa área se concretizou em 1901,
quando os Estados Unidos finalmente conseguiram adquirir as ações da
companhia francesa cuja falência oito anos antes paralisara as obras de
construção do canal. Restava ainda vencer a resistência da Colômbia,
que proibia qualquer intervenção estrangeira no território, que então lhe
pertencia. A solução foi estimular e fortalecer o incipiente movimento
panamenho de independência, que garantiria o controle americano do
canal.
A independência do Panamá, em 1903, permitiu aos Estados
Unidos não só levar adiante as obras de conclusão do canal, mas
também tomar posse perpétua de suas áreas limítrofes. Ficava
estabelecida assim a hegemonia norte-americana na América Central, que mais tarde se estenderia para o Atlântico e o Pacífico.
Outros Imperialismos
ALEMANHA: a unificação alemã em 1870, obra do chanceler Bismarck, criou condições para impulsionar a Revolução Industrial na
Alemanha. A unificação política foi sucedida por um gigantesco desenvolvimento econômico: em menos de meio século, a
Alemanha transformou-se na potência industrial da Europa. No início do século XX, ela produzia mais ferro e aço do que a
Inglaterra, mais carvão do que a França, Bélgica e Rússia juntas, possuindo também a maior rede ferroviária da Europa.
ITÁLIA: a unificação política do país, em 1870, à semelhança do que aconteceu na Alemanha, deu enorme impulso à
industrialização da Itália. A Revolução Industrial, no entanto, ficou restrito à região norte, permanecendo o sul do país
essencialmente agrário. Por outro lado, a falta de matérias-primas, sobretudo, carvão e ferro, prejudicou sensivelmente o
desenvolvimento industrial italiano.
RÚSSIA: neste país a Revolução Industrial só teve início, realmente, no fim do século XIX. A industrialização contou com capital
estrangeiro, especialmente francês. O desenvolvimento foi bastante incipiente deveu-se, sobretudo, à intervenção estatal na
economia.
ESTADOS UNIDOS: nos EUA, a industrialização acelerou a partir de 1865, com o fim da Guerra de Secessão entre o norte e o sul.
O término da guerra civil, a abolição da escravatura e a adoção de uma política aduaneira protecionista foram fatores decisivos na
expansão industrial norte-americana. Deve-se salientar ainda a disponibilidade de imensos recursos naturais e a imigração, que
forneceu mão-de-obra abundante, favorecendo também a formação de um amplo mercado consumidor. Por volta de 1900, a
produção americana já superava a da Inglaterra e a da Alemanha e, em 1914, no início da I Guerra Mundial, os Estados Unidos
haviam se transformado na primeira potencia industrial do mundo.
JAPÃO: a Revolução Industrial no Japão aconteceu a partir de 1867, com o início da Era Meiji (“época das luzes”). A centralização
do poder político nas mãos do imperador tornou possível a intervenção na economia. A assimilação da tecnologia ocidental
desempenhou papel predominante no desenvolvimento industrial do Japão.
CAPITALISMO FINANCEIRO: a Primeira Revolução Industrial teve como uma de suas principais características o desenvolvimento
do capitalismo e do liberalismo. Nessa fase do capitalismo, predominava, em linhas gerais, a produção (industrial) sobre a circulação
(comércio) e as finanças (bancos). A partir da Segunda revolução Industrial, o capitalismo financeiro, os bancos maiores foram
pouco a pouco, controlando as empresas industriais e comerciais, isto é, as finanças adquiriram supremacia sobre a circulação de
mercadorias. Nessa fase, os grandes grupos financeiros assumiram o controle acionário das empresas através da compra da
maioria de suas ações. Por outro lado, os empréstimos e financiamentos contribuíram para colocar a indústria e demais atividades
econômicas numa situação de inteira dependência das instituições financeiras.
A FORMAÇÃO DOS GRANDES CONGLOMERADOS ECONÔMICOS: durante a primeira fase da Revolução Industrial ocorreu o
desenvolvimento do liberalismo econômico, que tinha por base o sistema de livre concorrência, isto é, a plena liberdade de produção
e de comércio. Contudo, o liberalismo criou condições para que as grandes empresas eliminassem ou absorvessem as pequenas
empresas, e assim a livre concorrência foi cedendo espaço a um sistema monopolista. Exemplos típicos dos regimes de monopólio
são os “trustes”, “holdings” e cartéis, surgidos na segunda metade do século XIX. Os trustes formaram-se quando as empresa
produtoras de certos artigos, eliminaram ou absorveram as pequenas empresas concorrentes e, com isso, passaram a dominar a
produção, o preço e o mercado. Os trustes surgiram principalmente nos Estados Unidos, com a fusão de empresas do mesmo ramo.
O holding surgiu quando uma grande companhia assumiu o controle de inúmeras outras empresas através da compra da maior
parte de suas ações. Essas empresas passaram, a partir de então, a atuar de forma coordenada. Os cartéis se formaram a partir de
um acordo entre grandes empresas que, para evitar desgastes de concorrência, convencionaram entre si formas de manutenção
dos preços e de divisão de mercados.
A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)
A Paz Armada
Entre 1870 e 1914 os
principais países industrializados se
preocuparam em fortalecer o exército e
a marinha, utilizando os progressos da
indústria e da ciência em favor da
tecnologia militar. Essa época de
corrida armamentista e de ausência de
guerras na Europa ficou conhecida
como a Paz Armada. A adoção do
serviço militar obrigatório, a crescente
influência dos exércitos na sociedade e
na política de seus países, a exaltação
patriótica e cívica, bem como as várias
zonas internacionais de tensão, criadas
pela
expansão
imperialista,
estabeleceram
condições
extremamente
perigosas,
que
a
qualquer momento poderiam levar as
potências européias ao confronto direto.
Alemanha e a Política de Alianças (Tríplice Aliança)
A unificação da Alemanha – 1870/1871 – converteu o novo Estado numa potência internacional que perturbava o equilíbrio
europeu. O capitalismo alemão era mais dinâmico e seus interesses entravam em choque diretamente com a Rússia, disputando o
controle dos Bálcãs, e com a França. Para se proteger a Alemanha cria a Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Áustria) em 1882.
Formação da Tríplice Entente
O governo francês, interessado em se aproximar dos russos, pressionou seus banqueiros para que investissem na Rússia,
enquanto fornecia armas ao czar. Em 1894, os dois países ingressaram numa aliança. A Inglaterra também estava inquieta com o
crescimento militar e industrial da Alemanha e se aliou aos dois países como uma estratégia de barrar o crescimento alemão.
As Crises Balcânicas
A desintegração do Império Turco-Otamano, que dominava a região dos Bálcãs, criou um clima de tensão entre as
potências imperialistas, com interesses na região, e os nacionalismos locais. A Rússia defendia o pan-eslavismo para ampliar a sua
influência até os mares Negro e Egeu. Os russos, entretanto, encontravam resistência do Império Austro-Húngaro, protetor dos
interesses da Alemanha, que projetava a construção da ferrovia Berlim-Bagdá, que conflitava com os interesses da Inglaterra no
Oriente Médio. A Sérvia pleiteava a criação da Grande Sérvia e liderou o movimento pan-eslavista apoiado pelo império russo..
O Atentado de Sarajevo
Para contrapor-se à criação da Grande Sérvia, o arquiduque Francisco Ferdinando, planejava anexar todos os povos
eslavos sob uma única coroa. Em junho de 1914 o arquiduque resolve acompanhar um exercício militar na Bósnia. Aproveitando a
oportunidade, militantes da Mão Negra, organização de estudantes que defendiam a criação da Grande Sérvia, assassinaram o
arquiduque.
O Início da Guerra
O atentado de Sarajevo acabou se tornando o estopim da guerra, devido à série de acordos e alianças que comprometiam
vários países. A Áustria exigia que a Sérvia apurasse o incidente e em 23/07 fez o ultimato. A Rússia começou a mobilizar suas
tropas nas fronteiras austro-húngaras. A Alemanha reagiu imediatamente, exigindo suspensão dessas manobras e intimando a
França a garantir sua neutralidade.
Em 28 de julho de 1914, a Áustria, insatisfeita com a resposta negativa a seu ultimato, declarou guerra à Sérvia, levando os
dois blocos ao confronto. A Turquia e Bulgária ficaram do lado dos Impérios Centrais. O Japão, Montenegro, a Romênia e a Grécia
uniram-se a Entente.
A Guerra de Movimentos (1914)
O Conflito começou com a ação da Alemanha que, usando o Plano Schlieffen, atacou os franceses na frente ocidental e
defendeu-se contra a Rússia no leste europeu. O avanço alemão foi fulminante. Porém, antes de penetrar no território francês, os
alemães invadiram a Bélgica, este foi o pretexto para a Inglaterra entrar na guerra. Os exércitos aliados foram arrasados, ante as
rápidas manobras dos germânicos. Entretanto na Batalha do Marne (6 a 9/9), uma contra-ofensiva francesa obrigou os invasores a
recuarem. Na frente oriental os alemães empurarram os russos, enquanto os Sérvios resistiram as investidas austro-húngaras.
Contudo, passados quatro meses do início do conflito, as forças em lutas se equilibraram e iniciou-se uma segunda etapa.
A Guerra de Trincheiras (1915-1918)
Na impossibilidade de decidir rapidamente a luta, os exércitos de ambos os lados passaram a construir trincheiras,
protegidas por arame farpado e metralhadoras. Assim, através de ofensivas-relâmpago tentavam ganhar melhores posições. Esta
tática só desgastava os exércitos. Buscando sobrepujar o inimigo foram aplicados os conhecimentos e as inovações da Segunda
Revolução Industrial à guerra: gases tóxicos, metralhadores, tanques de guerra, canhões de propulsão, aviões e submarinos, que
foram a grande inovação da Primeira Guerra.
Na tentativa de romper a linha defensiva dos alemães, em 1916 foram travadas a Batalha de Verdum e a Batalha de
Somme, que resultaram em inúmeras perdas de ambos os lados. No leste, os combates prosseguiam, principalmente na região dos
estreitos de Bósforo e Dardanelos, com vitórias ocasionais dos turcos. Na frente meridional, a Itália conseguiu deter o avanço
austro-húngaro até 1917, quando foi fragorosamente derrotada.
1917
No ano de 1917 ocorreram significativas mudanças no curso da guerra. Os motins provocados pelos exércitos
entrincheirados iam pouco a pouco exaurindo as forças dos soldados. Além disso, o conflito dizimava grande parcela da população
civil e esgotava importantes recursos dos países em guerra, o que provocou a revolta dos operários das nações industrializadas.
Ocorreram greves gerais nas industrias de armamentos e revoltas contra o serviço militar obrigatório. Os partidos socialistas
europeus, que desde o início se haviam colocado contra a guerra, passaram a articular propostas de uma paz sem vencedores, sem
anexações ou indenizações.
O fim da guerra ficou mais próximo quando os Estados Unidos, o grande fornecedor de suprimentos para a Europa, uniu-se
a Entente e declarou guerra à Alemanha, em abril de 1917. Dois fatores levaram os EUA a entrar no conflito: a guerra submarina
alemã; e a intenção de atrair o México, prometendo ajuda na reconquistas dos territórios perdidos para os americanos.
As sucessivas derrotas para os alemães e o triunfo da Revolução Socialista de 1917 levaram a Rússia a retirar-se da
guerra. Em março de 1918, os assinaram o Tratado Brest-Litovsk, imposto pela Alemanha.
O Fim da Guerra
Estabelecida a paz com a Rússia, a Alemanha pode deslocar suas tropas da frente oriental para o oeste da Europa. Dessa
forma tentava organizar uma vitória decisiva contra os aliados antes da chegada dos reforços norte-americanos. Porém, os aliados
do II Reich iam pouco a pouco capitulando – até o Império Austro-Húngaro, desintegrando com a independência dos povos a ele
subjugados.
Completamente isolada, a Alemanha teve que enfrentar a ofensiva dos exércitos aliados. Em 28 de setembro de 1918 os
alemães foram derrotados já na fronteira com a França. O kaiser, acuado, procurou a mediação do presidente americano Woodrow
Wilson, para a assinatura do armistício. Os partidos socialistas, porém, catalisando a insatisfação da sociedade germânica,
rebelaram-se, forçando a abdicação de Guilherme II, que fugiu para a Holanda. O Segundo reich foi substituído pela República de
Weimar que, em 11 de novembro de 1918, assinou sua rendição incondicional aos aliados.
O Tratado de Versalhes
Apesar da resistência do presidente dos EUA, as condições de rendição foram extremamente duras. As disposições
deveriam ser cumpridas a partir da assinatura, em 28 de junho de 1919, do Tratado de Versalhes:

A Alemanha foi responsabilizada pela guerra e condenada a pagar aos aliados pesadas indenizações em
dinheiro, equipamentos, máquinas, minérios e produtos químicos.

Os exércitos alemães foram drasticamente reduzidos e a fronteira franco-germânica desmilitarizada.

A França recebia de volta a Alsácia-Lorena e adquiria direito de exploração das minas de carvão do Sarre
durante quinze anos.

Os aliados obtinham concessões de privilégios aduaneiros.

A Alemanha reconhecia a independência da Polônia.

Criação da Liga das Nações

Surgimento de Novos países: Iugoslávia, Hungria, Áustria, Tchecoslováquia, Polônia, Lituânia, Letônia,
Estônia, Finlândia.
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