5687 Trabalho 2515 - 1/3 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE BEZERRA, Michelle Sampaio1 COELHO, Ermicia Lorena Marques² MORAES, Viviane Saraiva² BARROS,Naianna Maria de Oliveira² LIMA, Francisca Elisângela Teixeira³ No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, no censo de 2007, havia 73.605 pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em tratamento, sendo 66.833 em hemodiálise (DALGIRDAS, 2003). Dentre as terapias substitutivas abordou-se a hemodiálise, uma vez que apesar de possibilitar melhora da condição física e a redução dos sintomas, configura-se em uma fonte causadora de tensão e ansiedade por ameaçar a integridade física e mental do paciente (BARROS, 2006). A insuficiência renal crônica (IRC) consiste da perda progressiva e irreversível das funções renais que pode iniciar com um quadro agudo, de maneira lenta e progressiva. Constitui a fase final da evolução de muitas nefropatias e em alguns casos, somente é identificada com o aparecimento de sintomas urêmicos (BARROS et al., 2006; RIELA, 2003). A hemodiálise é o processo de filtragem e depuração do sangue de substâncias indesejáveis para o nosso organismo, como a creatinina e a uréia que necessitam ser eliminada da corrente sanguínea humana devido à deficiência dos mecanismos de filtragem nos pacientes portadores de insuficiência renal crônica (DALGIRDAS, 2003; RIELA, 2003). A hemodiálise interfere na vida do paciente em todas as dimensões do ser humano: física, biológica, psicológica, social, espiritual e cultural. Devido a dependência da máquina, o tratamento interfere no trabalho, nos estudos, na renda financeira, nas atividades sociais, no relacionamento com a família e na auto-estima. Diante dessas complicações, o enfermeiro que atua em nefrologia tem assumido papel fundamental na diálise e para que ela seja executada com qualidade é necessária 1 a utilização de um método científico, destacando-se a Acadêmica de enfermagem do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (DENF/FFOE/UFC). email: [email protected] ² Acadêmicas de enfermagem do 9° semestre da Universidade de Fortaleza. ² Acadêmica de enfermagem do DENF/FFOE/UFC. Bolsista voluntária do PET-Saúde/UFC. ³ Enfermeira. Doutora em enfermagem. Professora adjunto do DENF/FFOE/UFC. 5688 Trabalho 2515 - 2/3 Sistematização da Assistência de Enfermagem (BARROS, 2006). Diante dessas considerações, esse estudo tem como objetivo elaborar a sistematização de assistência de enfermagem aos pacientes em tratamento hemodialítico, conforme NANDA e NIC, como também, levantar os principais problemas e diagnósticos de enfermagem presentes nos pacientes com IRC em tratamento hemodialítico; e estabelecer intervenções de enfermagem aos pacientes renais crônicos. Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, realizado numa clínica de hemodiálise, Fortaleza-Ceará. Foram selecionados 12 pacientes que apresentaram as características: ter idade > 18 anos; realizar hemodiálise há pelo menos três meses na instituição; estar apto a responder os questionamentos e aceitar participar da entrevista. Os dados foram coletados em agosto e setembro de 2008, por meio de uma entrevista, contemplando 13 domínios da taxonomia II da NANDA (DIAGNÓSTICOS, 2008). Como resultados obtivemos que dentre os 12 participantes do estudo: sete homens e cinco mulheres; com idade entre 40 e 78 anos, média de 54 anos; onze casados e uma viúva; sete chegaram ao ensino médio, uma analfabeta e dois fizeram até o ensino superior; todos se aposentaram após o início do tratamento; o tempo de hemodiálise variou de 1 a 17 anos, média de 8 anos. Principais diagnósticos de enfermagem detectados, conforme os 13 domínios: 1- integridade da pele prejudicada, débito cardíaco diminuído, perfusão tissular renal ineficaz, risco de infecção, adaptação prejudicada, conflito de decisão; 2nutrição desequilibrada menos que as necessidades corporais, risco de desequilíbrio do volume de líquidos, volume excessivo de líquidos; 3constipação; 4- insônia, intolerância a atividade, atividades de recreação deficientes; 5- conhecimento deficiente, percepção sensorial perturbada; 6disposição para controle aumentado do regime terapêutico, distúrbio na imagem corporal, manutenção do lar prejudicada, mobilidade física prejudicada; 7- enfretamento ineficaz; medo; 8- disfunção sexual; 9- interação social prejudicada, ansiedade; 10- disposição para bem-estar espiritual aumentado; 11- deambulação prejudicada; 12- dor aguda, dor crônica; 13insuficiência do adulto para melhorar o estado de saúde. Diante desses dados, é fundamental que os enfermeiros atuem com o processo de enfermagem para sistematizar a assistência de enfermagem, visto que somente através do 5689 Trabalho 2515 - 3/3 processo de enfermagem é que os enfermeiros poderão prestar uma assistência conforme as necessidades reais dos pacientes. Descritores: Insuficiência renal crônica, diálise renal, assistência ao paciente. REFERÊNCIAS BARROS, E. MAFRO, R.C. THOMÉ, F.S. GONÇALVES, L.F. Nefrologia, rotinas, diagnóstico e tratamento. 2ª. Ed. Porto Alegre, Artemed, 2006, p.620. DALGIRDAS, J. T. ING, T. Manual de diálise, 3ª ed. Rio de Janeiro, Medsi, 2003, p. 714. DIAGNÓSTICOS de Enfermagem da NANDA: definições e classificação 20072008/North American Nursing Diagnosis Association; tradução Regina Machado Garcez. – Porto Alegre: Artmed, 2008. RIELLA, M.C. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 4ªed. Porto Alegre, Artemed, 2003, p.560.