Edição nº 13 Ano 2009 1. Boletim Sanitário do animal, Editorial Cada vez mais é importante que como proprietário de um cão esteja perfeitamente ciente das suas obrigações legais e das implicações que o não cumprimento das mesmas possa ter. Nesta edição, assim como em edições anteriores, vamos voltar a dedicar um espaço destinado a esse tema. No último mês deram entrada no nosso Hospital em horário de urgências inúmeras intoxicações secundárias à ingestão de produtos com acção herbicida, fertilizante, venenos dos caracóis, entre outros. É nosso dever alerta-lo no sentido de tentar minimizar estas ocorrências. Sabia que hoje já está cientificamente provado que o seu bebé beneficia da coabitação com um animal? Leia esta Newsletter e descubra como. O director clínico deste Hospital, como Médico Veterinário, pode constatar diariamente os efeitos que a crise está a ter na forma como você, como proprietário, toma as decisões no momento de tratar o seu animal. Leia esta Newsletter e tome conhecimento da sua opinião relativamente a este tema. 2.Prova da identificação electrónica, quando seja obrigatória, comprovada pela etiqueta com o número de identificação alfa numérico aposta no Boletim Sanitário, 3.Prova da realização dos actos de profilaxia médica declarados obrigatórios para o ano em vigor, comprovada pelas respectivas vinhetas oficiais, ou atestados de isenção dos actos de profilaxia médica emitido por médico veterinário (no presente ano, esta obrigatoriedade reporta-se à vacinação anti-rábica, efectuada há menos de uma ano), 4.Prova de que a licença do seu animal está em vigor. Rui Pereira “O BI do seu cão é o Boletim Sanitário. Mantenha-o sempre actualizado! ” Apesar do nosso aconselhamento, ainda existem proprietários a ser sancionados porque aquando de episódios como fuga, luta com outros cães, etc, os seus cães são detidos pelas autoridades competentes, que detectam que estes mesmos animais não respeitam as leis em vigor. Como tal, o proprietário vê-se obrigado, se quiser resgatar o seu animal de estimação e regressar com ele para casa são e salvo, a pagar uma ou várias coimas de valores consideravelmente elevados tendo em consideração que estamos a falar de montantes variáveis consoante a ultima declaração de IRS do proprietário do animal. Neste artigo vamos enumerar algumas das obrigações legais que tem como proprietário de um cão e que deve respeitar para não se ver sujeito ao pagamento de uma coima. As autoridades competentes, perante uma das situações acima referidas (fuga, luta com outros cães, etc) vão exigir-lhe a apresentação de: A vacina da raiva é obrigatória a partir dos 3 meses de idade e deve ser reforçada anualmente. Como tal, se alguma autoridade competente lhe exigir o Boletim Sanitário e verificar que tal vacina não está em dia e o animal já tem idade superior aos 3 meses, vai ser sancionado com uma coima (valor previsto na lei ), a menos que a vacinação não tenha sido administrada por motivos de ordem médica devidamente especificados no Boletim Sanitário ou numa declaração médica que acompanhe o mesmo, como referido anteriormente. O licenciamento do seu cão na Junta de Freguesia do local da sua residência é obrigatório entre os 3-6 meses de idade e só é emitido mediante a apresentação dos mesmos documentos referidos no ponto 1, 2 e 3, no caso de um animal de companhia. _____________________________________________________________________________ Hospital Veterinário Montenegro R. Pereira Reis, 191 – Porto www.hospvetmontenegro.com Tel: 225 089 989 / 225 089 639 / 966 291 916 1 Edição nº 13 Ano 2009 Se se tratar de um cão de caça necessita também de apresentar a carta de caçador actualizada e no caso de um cão de guarda a declaração dos bens a guardar, assinada pelo detentor ou pelo seu representante. No caso de se tratar de um cão de raça perigosa ou potencialmente perigosa, para emissão da licença e suas renovações, os detentores devem, além dos documentos acima referidos, apresentar os que para o efeito forem exigidos por uma lei especial (Artigo 3º do Decreto-Lei nº 312/2003 de 17 de Dezembro). O licenciamento animal deve ser renovado anualmente e pode ser feito em qualquer época do ano. A colocação do Microchip, assim como já foi referida numa edição anterior da Newsletter é obrigatória em todos os cães nascidos depois de Julho de 2008, em todos os cães de raças perigosas e potencialmente perigosas, tal como definidos em legislação especifica; em todos os cães utilizados em actos venatório (vulgarmente os cães de caça); em todos os cães de exposição, para fins comerciais ou lucrativos, em estabelecimentos de venda, locais de criação, feiras, concursos, provas funcionais, publicidade ou fins similares; e todos os outros que o pretendam fazer de forma voluntária. O licenciamento deve ser efectuado num prazo máximo de 30 dias após a colocação do Microchip. No entanto, a relação de crianças sem esses problemas com os mesmos animais pode também trazer inúmeras vantagens no que toca a vários aspectos da sua personalidade e desenvolvimento. Crianças que são ensinadas a tratar de um cachorrinho desenvolvem mais fácil e rapidamente as suas aptidões de relacionamento social e tornam-se mais cooperativas e atenciosas ao meio envolvente. Isto explica-se porque a criança tende a colocar-se mentalmente na posição do animal o que as leva a ter mais em consideração os seus sentimentos e a generalizar e fazer o mesmo tipo de raciocínio relativamente às outras crianças. Estas crianças são, normalmente, mais responsáveis, mais competentes a nível social e mais populares e como tal sentem-se melhor consigo próprias, o que melhora a sua auto estima. Estas são algumas das Leis que deve respeitar como proprietário de um cão de companhia. Não seja negligente porque as coimas previstas na lei para aplicar em caso de infracção tem um valor muito superior ao que vai despender para respeitar as mesmas. Cláudia Rodrigues “Sabia que hoje já está cientificamente provado que o seu bebé beneficia da coabitação com um animal?” Estudos ao longo dos últimos anos mostraram que a relação de crianças com problemas de desenvolvimento com animais pode ser bastante benéfica e ter mesmo um papel crucial na sua evolução psicoterapêutica. Outra vantagem de possuir um animal de estimação é que este tende a reduzir o nível de stress das pessoas que o rodeiam e estimula a família a desenvolver actividades em conjunto e a praticar exercício físico (levar o cão a passear). Para além disso, estudos recentes mostram que crianças que se relacionam frequentemente com dois ou mais animais desenvolvem menos alergias no futuro. _____________________________________________________________________________ Hospital Veterinário Montenegro R. Pereira Reis, 191 – Porto www.hospvetmontenegro.com Tel: 225 089 989 / 225 089 639 / 966 291 916 2 Edição nº 13 Ano 2009 No entanto, em todas as relações podem existir desvantagens. Não podemos esquecer todas as questões de segurança relacionadas com o facto de possuirmos um animal de estimação, para que esta relação possa ser o mais vantajosa possível. Como tal, nunca devemos deixar crianças pequenas sozinhas com os respectivos cães ou gatos, pois podem não saber como lidar com eles magoando-os ou tentando tirar-lhes a comida, o que pode levar mesmo um cão calmo a ter uma atitude menos positiva ou um gato a arranhar. Devemos também lembrar-nos que antes de introduzirmos um bebé em casa o animal tende a ser o centro das atenções, o que deixa de acontecer depois, podendo haver repercussões a nível comportamental. Nos sites http://www.doggonesafe.com/baby%20coming.htm, http://www.gooddogsa.com/goodowner/we-are-family e http://www.cyh.com/HealthTopics/HealthTopicDetails.aspx?p=1 14&id=1935&np=305 podem ter acesso a algumas dicas que devem ser utilizadas para preparar um animal para a chegada de um bebé. Também é importante ter em consideração a escolha do animal e da raça no momento de o trazer para casa. Ao escolhermos um cão que vai conviver com uma criança devemos sempre tentar responder à seguinte questão: será que ele vai ser paciente e tolerante com abusos ocasionais, quer sejam eles propositados ou acidentais, por parte da criança? Nunca podemos esquecer que as crianças são “alvos fáceis” para um animal com problemas de comportamento pois mais frequentemente são postas em posições de subordinação, provocamnos e para além disso têm uma altura semelhante à deles. Em suma podemos dizer que existem algumas desvantagens em juntar animais com crianças como por exemplo: crianças com problemas específicos de asma e alergias, animais com problemas de comportamento, crianças que estejam pouco motivadas para aprender a lidar com um animal e que podem estimular comportamentos negativos por parte deste, a tristeza que advém quando estes adoecem ou morrem e a possibilidade de zoonoses. No entanto, as vantagens são bastante mais: aumenta o sentido de responsabilidade, a auto estima e as aptidões de relacionamento interpessoal. Dão atenção e carinho à criança, podem contribuir para estabelecer uma rotina de exercício diário, podem ser benéficos para a harmonia e comunicação familiar e fornecem estímulos alérgicos que podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de mais alergias no futuro. A questão do amor incondicional que se desenvolve numa relação com um animal pode ser tida como uma vantagem ou uma desvantagem, mas regra geral ajuda no desenvolvimento emocional da criança. Joana Moreira A Crise também afecta os animais! A crise tem efectivamente afectado os cuidados de saúde dos animais de companhia, levando a que os proprietários procurem despender menos com os seus animais. Infelizmente a eutanásia começou a ser encarada de uma forma mais displicente, bem como deixou de se praticar tanta medicina preventiva, recorrendo só ao veterinário em caso de doença instalada e, por vezes, já num estádio muito avançado. Deixo aqui o alerta de que a aposta na medicina preventiva é aquela que melhores resultados proporciona para o bem-estar do seu animal e a menor custo. O nosso Hospital está adaptado à crise. Não só não aumentamos o preço dos nossos serviços no último ano, como ,inclusive, estudamos protocolos de diagnóstico com melhor relação custo /benefício. Contem connosco no sentido de procuramos ajudar-vos a manter o melhor para o vosso animal, de forma a podermos continuar a proporcionar-lhe uma boa medicina preventiva ( vacinas, desparasitações, check-up), e a _____________________________________________________________________________ Hospital Veterinário Montenegro R. Pereira Reis, 191 – Porto www.hospvetmontenegro.com Tel: 225 089 989 / 225 089 639 / 966 291 916 3 Edição nº 13 Ano 2009 que a eutanásia não seja encarada como a económica. opção mais Luís Montenegro “Todo o cuidado é pouco!” No último mês deram entrada de urgência no nosso Hospital imensos cães com sinais neurológicos ou gastrointestinais secundários à ingestão de herbicidas, adubos, venenos dos caracóis, entre outros tóxicos vulgarmente usados na agricultura e na jardinagem nesta época do ano. Alguns destes animais só foram trazidos quando começaram a manifestar sinais clínicos graves, e não quando os proprietários detectaram que estes tinham ingerido o potencial tóxico. Sempre que descobrir que o seu cão ingeriu um agente potencialmente perigoso ou mesmo tóxico, entre imediatamente em contacto com o seu Médico Veterinário. Em situações de intoxicações quanto mais rápido agirmos maior a probabilidade de sucesso no tratamento do animal. É uma luta contra o tempo. Se tiverem passado poucas horas após a ingestão, o animal ainda estiver consciente quando der entrada no hospital, o agente que ele ingeriu não for cáustico/corrosivo para as mucosas e não estiver contra-indicada a indução do vómito ou a realização de uma lavagem gástrica procederemos à realização da mesma logo de imediato o que nos vais permitir eliminar parte ou a totalidade do tóxico ingerido e como tal diminuir a absorção do mesmo para a corrente sanguínea diminuindo assim os seus potenciais efeitos no organismo. Se tal não for possível o prognóstico é bastante mais grave uma vez que em termos terapêuticos só podemos tratar as alterações induzidas pela absorção do tóxico e não prevenir a sua absorção. Relativamente aos fertilizantes, herbicidas, venenos do caracóis, a maioria dos animais deu entrada com convulsões, tremores musculares, vómitos e/ou diarreia. Neste tipo de intoxicações mesmo que o animal sobreviva ao período sintomático, como se tratam de produtos químicos que causam lesões em vários órgãos a probabilidade de existirem sequelas a curto e médio prazo é bastante elevada. Pelo que, mesmo que eles sobrevivam às primeiras 48 a 72 horas o risco de vida ainda permanece. Nestes animais os valores das transaminases hepáticas e da fosfatase alcalina apresentaram-se consideravelmente aumentados, existindo a probabilidade em algumas destas intoxicações de o animal desenvolver futuramente (espaço de 5-7 ou mais dias) um hepatite necrosante que pode comprometer a vida. Posto isto estes animais após a alta devem ter acompanhamento médico para monitorizar a função dos principais órgão afectados pela metabolização do tóxico. Tenha o máximo cuidado sempre que o jardineiro for lá a casa. Pergunte-lhe se colocou algum produto no jardim antes de deixar o seu cão brincar nele. Vede todas as zonas onde aplica todos estes produtos, assim como, os locais onde guarda as embalagens. Os cães são extremamente curiosos e particularmente os cachorros e os animais com apetite voraz comem tudo o que encontram, mesmo que para nós seja algo que cheire mal e tenha aspecto repugnante . Eles atacam o nosso caixote do lixo, porque não comer algo que está numa prateleira da garagem ou no canteiro do jardim. Comem tudo e muitas vezes até a embalagem que continha o produto, pelo que nem sempre é fácil detectar estas intoxicações, e por isso mesmo o alertamos para tentar ser mais cuidadoso no armazenamento e no uso de todo esta gama de produtos que no último mês foi uma das principais causas de intoxicações no nosso Hospital. “Todo o cuidado é pouco!” - costuma-se dizer quando temos uma criança em casa. Mas têm que ter ainda mais cuidado quando tem um cão em casa, eles chegam a locais mais inacessíveis que uma criança, tem um apetite menos selectivo, e mais tendência para roer e brincar com tudo o que encontram. Algumas raças em particular pelo carácter que as caracteriza e pelo apetite insaciável estão mais sujeitas este tipo de problema, pelo que se tem um Labrador Retriever, Golden Retriever, Boxer, Rottweiler, Dalmata, Bulldog Inglês ou se o seu animal for uma animal de risco porque é tudo aquilo que referimos anteriormente esteja mais atento e seja ainda mais cuidadoso para prevenir estas situações. Rafaela Rego _____________________________________________________________________________ Hospital Veterinário Montenegro R. Pereira Reis, 191 – Porto www.hospvetmontenegro.com Tel: 225 089 989 / 225 089 639 / 966 291 916 4