Efeito de diferentes tipos de adubação na altura de Equisetum pyramidale Goldm. Rosemary Matias Coelho1,2; Silvio Favero1; Silvia Cristina Heredia Vieira; Katiúcia Oliskovicz1; Maria Helena Saragiotto3. 1UNIDERP - Campus III - Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais, Cx. Postal 2153, 79.037-280, Campo Grande – MS, email: [email protected],[email protected]; 2UEM-Doutoranda em Química; 3UEM – Departamento de Química, Avenida Colombo 5790, 87020-900 Maringá, PR. RESUMO Avaliou-se o crescimento de Equisetum pyramidale Goldm. cultivada no campo sob diferentes adubações (T1= Testemunha; T2= M.O. (10 t/ha); T3= Mineral (10g sulfato de amônia, 10g superfosfato simples e 10g cloreto de potássio) e T4= M.O. + NPK (N.P.K + M.O. 10t.a). Pode-se verificar que a adubação organo-mineral (M.O. + NPK) teve influência sobre o crescimento de Equisetum pyramidale nas épocas avaliadas. PALAVRAS-CHAVE: Equisetum pyramidale, cavalinha, curva de crescimento. ABSTRACT Effect of fertilization on field-grown Equisetum pyramidale growth. The growth of Equisetum pyramidale grown on the field under different ferilization systems (T1= Control; T2= M.O. (10 t/ha); T3= Mineral (10g ammonium sulphate, 10g simple superphosphate and 10g potassium chloride) and T4= M.O. + NPK (N.P.K + M.O. 10 t.a) was evaluated. It was observed that organo-mineral fertilization (M.O. + NPK) infuences Equisetum pyramidale growth in different seasons. KEYWORDS: Equisetum pyramidale, horsetail, growth curve. . INTRODUÇÃO A Equisetum pyramidale (Equisetaceae), remanescente de plantas pré-históricas, conhecida mais popularmente como cavalinha, ocorre, principalmente, em regiões de solos férteis e em áreas úmidas e pantanosas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goías, onde se encontra disponibilidade hídrica necessária a seu desempenho (BALBACH,1982; POTT; POTT, 2000). É uma espécie cujo caule delgado apóia-se sobre outras plantas, podendo atingir até 2m de comprimento (CYLTHON, 1993; KISSMANN, 1997). A multiplicação mais intensa da cavalinha se dá por processo vegetativo, através da brotação de talos a partir do rizoma e de ramificações a partir dos nós ao longo dos talos tombados pelo próprio peso (CYLTHON, 1993). Do ponto de vista farmacológico, é considerada excelente remineralizante (tratamento de osteoporose). Além disso, é indicada, também, no tratamento de afecções dos rins e bexiga, hemorragias internas e regras excessivas, na febre puerperal, nas inflamações dos olhos, anemias, hemorróidas, celulite, inflamação da próstata e hipertensão arterial (KISSMANN, 1997, POTT; POTT, 2000), por fim, vem se apresentado como um excelente cicatrizante no tratamento de feridas cutâneas induzidas em ratos Wistar normais e diabéticos, de forma direta e/ou em uma forma farmacêutica (MATIAS et al 2003; OLISKOVICZ et al, 2005; MATIAS et al 2005). Por tratar-se de uma espécie comum na região de Mato Grosso do Sul (POTT; POTT, 2000), porém escassa no habitat natural, pois enquadra-se entre as plantas medicinais submetidas à coleta extrativista em risco de extinção, e, por sua ampla aplicação medicinal, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o efeito de quatro diferentes tipos de adubação sobre a altura de Equisetum pyramidale nos períodos de maio-julho e de agosto-setembro. MATERIAL E MÉTODOS Mudas de E. pyramidale foram produzidas a partir matrizes pertencente ao banco de germoplasma do Horto de Plantas Medicinais da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal - UNIDERP, Campus III. Para propagação vegetativa utilizou-se de bandejas de poliestileno expandido (isopor®) com 72 células e como substrato Plantimax H T®. O transplante para o campo experimental ocorreu ao atingirem entre 15-20 cm de altura. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados (20 blocos de 1m2 cada), em esquema fatorial, com cinco repetições, com espaçamento de 0,20 m entre fileiras e 0,20 m entre as mudas. Sendo submetidas a diferentes adubações (T1= Testemunha; T2= M.O. (10 t/ha); T3= Mineral (10g sulfato de amônia, 10g superfosfato simples e 10g cloreto de potássio) e T4= M.O. + NPK (N.P.K + M.O. 10t). A irrigação foi realizada através do método por aspersão, diariamente durante 30 minutos, aproximadamente. O experimento durou seis meses no campo (abril-setembro). Durante este período foram realizadas medidas quanto à altura da planta (distância do colo ao ápice) em todos os tratamentos, com 5 repetições cada, para acompanhar o desenvolvimento do E. pyramidale. As medidas ocorreram nos períodos de maio-julho (primeira poda) e de agosto-setembro (segunda poda). Os dados foram tabulados e submetidos à análise de regressão linear e as declividades das curvas comparadas pelo teste de t (P = 0,05) (AYRES, 1998). RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise de crescimento de Equisetum pyramidale submetido a diferentes tratamentos, e, em diferentes épocas de colheita, demonstrou que os resultados obtidos na primeira colheita (60 DAP) não apresentam diferença significativa no crescimento entre os tratamentos T1 (testemunha), T2 (M.O.) e T3 (NPK), apenas no tratamento T4 (M.O. + NPK) sobre o crescimento das plantas. O efeito da mistura organo-mineral pode ser Altura explicado pelo modelo: altura = 25 + 0,29 x tempo (r = 0,49; p = 0,028) (Figura 1). 50 40 30 20 10 0 Y Y previsto Linear (Y) 0 50 100 Dias após o transplantio Figura 1- Crescimento da cavalinha na mistura organo-mineral, após quatro medições (maio/junho). Altura 80 60 Y Y previsto Linear (Y) 40 20 0 0 20 40 60 80 Dias após a colheita Figura 2- Crescimento da cavalinha no Tratamento T4, (M.O. + NPK) durante os meses de agosto/setembro. Na segunda colheita, estatisticamente os tratamentos T1 (testemunha), T2 (M.O.) e T3 (NPK) responderam de maneira semelhante a primeira colheita, quanto ao crescimento da planta. Porém, quando comparados ao tratamento T4 (M.O. + NPK), este, foi superior aos demais tratamentos e com diferença significativa. Neste caso, o efeito da mistura organo-mineral pode ser explicada pelo modelo: altura = -7,06 + 1,20 x tempo (r = 0,98; p < 0,05) (Figuras 2). Baseado nos resultados obtidos pode-se concluir que a adubação organo-mineral (M.O. + NPK) tem influência sobre o crescimento da planta de Equisentum pyramidale em diferentes épocas do ano. LITERATURA CITADA AYRES, M.; AYRES, M. J.; ARYRES, D. L.; SANTOS, A . S. dos. Bioestat 2.0. Aplicações Estatísticas nas áreas das Ciências Biológicas e Médicas. Belém: Sociedade Civil de Mariua/CNPq.2000. 272p. BALBACH, A. As plantas curam. 32 ed. São Paulo. Edições Edificação do Lar, 1982. p.204-205. CYLTHON, B. J. Botânica : introdução à taxonomia vegetal. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1993. KISSMANN, K. G. Plantas infestantes e nocivas: monocotiledôneas. 2. ed. São Paulo: BASF, 1997. v.1. 825 p. plantas inferiores, MATIAS, R.; DOURADO, D. M.; RIOS, R.; SOUZA, D. N. de; OLISKOVICZ, K. Histological analysis of healing process in the Wistar mice skin treatments with Equisetum gigatum extract and by laser He-Ne irratiation. In: JOINT INTERNATIONAL LASER CONFERENCE and AMERICAN SOCIETY FOR LASER MEDICINE AND SURGERY TWENTY-THIRD ANNUAL MEETING EDINBURGH/SCOTLAND, 21, september, 2003. Abstracts… Edinburgh/Scotland, 2003. MATIAS, R.; CORRÊA, A. C. L.; VIEIRA, L.; FACCO, G.; JARDIM, M. I. A.; DOURADO, D. M.; AYACH, W. Pomada orgânica natural no tratamento de feridas limpas induzidas em ratos diabéticos. In: I ENCONTRO NACIONAL DE INOVAÇÃO CIENTÍFICA PARA O HOMEM DO SÉCULO XXI, IV ENCONTRO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIDERP, 1, 2005, Campo Grande. Anais.. Campo Grande: UNIDERP. 2005. p.283285. ISBN 85-7704-008-9 OLISKVICZ, K.; FACCO, G.; FÁVERO, S.; JARDIM, M. I. A.; DOURADO, D. M.; MATIAS, R. Morfologia da reparação tecidual de feridas cutâneas de ratos wistar tratados durante 7 e 14 dias com extrato de Equisetum pyramidale cultivado. Revista Ensaios e Ciência (prelo). POOT, V. J.; POTT, A. Plantas Aquáticas do Pantanal. Brasília: Embrapa, 2000.p.67 AGRADECIMENTOS A FUNDECT; FMB; UNIDERP pelo apoio financeiro e a UEM. This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only. This page will not be added after purchasing Win2PDF.