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Gilda MARCOLINO1, Pierre Barnabé ESCODRO2, Fernando Wiecheteck de SOUZA2, Marcia Kikuyo NOTOMI2
UTILIZAÇÃO DE FORMULÁRIO CLÍNICO
PARA RECONHECIMENTO DE DISTÚRBIO
COGNITIVO EM CÃES IDOSOS
USE OF CLINICAL FORM FOR RECOGNITION OF COGNITIVE DISTURBANCE IN ELDERLY DOGS
Gilda MARCOLINO1, Pierre Barnabé ESCODRO2, Fernando Wiecheteck de SOUZA2, Marcia
Kikuyo NOTOMI2
1 Aluna de Medicina Veterinária da Universidade Federal
de Alagoas
2 Professor do Medicina Veterinária da Universidade Federal de Alagoas. Email: [email protected]
RESUMO:
O distúrbio cognitivo canino (DCC) é uma síndrome neurocomportamental que acomete animais idosos, caracterizado por deficiências na aprendizagem, memória e percepção espacial, bem como alterações em interações sociais
e padrão de sono. Apesar de ocorrência comum é pouco diagnosticado e tratado,
uma vez que as mudanças comportamentais neuro cognitivas são comumente
considerados como parte do processo normal de envelhecimento pelos proprietários. Este estudo avaliou a função cognitiva de 30 cães com mais de oito anos
de idade, através de um formulario comportamental, observou-se que 93% dos
animais apresentaram alteração em mais de uma categoria. As categorias mais
acometidas foram Categoria B (relacionamentos e comportamento social) com
78,6% (n=22) dos casos e Categoria C (nível de atividade) também com 78,6%
dos casos. Não foram observadas diferenças entre gênero ou na correção entre
idade e presença de sinais de DCC.
Cão, Senil, Comportamento, Alzheimer,
Cognição.
IMPACTS OF DRY MATTER INTAKE LEVEL ON
REPRODUCTION OF BOVINE FEMALES: CYCLICITY, EMBRYO
PRODUCTION AND METABOLISM OF STEROID HORMONES
PA L AV R A S - C H AV E
ABSTRACT:
The canine cognitive disorders (DCC) is a neurobehavioral syndrome that
affects elderly animals, characterized by deficiencies in learning, memory and
space perception, as well as changes in social interactions and sleep pattern. In
spite of its common occurrence, it is not diagnosed and treated, since the neurocognitive behavioral changes are commonly considered as part of the normal
aging process by the owners. This study evaluated the cognitive function in 30
dogs over than 8 years old, through a behavioral form, it was observed that 93%
of the animals showed alteration in more than one category. The categories most
affected were Category B (relationships and social behavior) with 78,6% (n=
22) of the total of cases and Category C (activity level) also in 78,6% of cases.
No differences were observed between gender nor between the age and the presence of signs of DCC.
KEY WORDS: Dog, Senile, Behavior, Alzheimer’s disease, Cognition.
Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v.19 n 2 - maio/agosto 2016
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Gilda MARCOLINO1, Pierre Barnabé ESCODRO2, Fernando Wiecheteck de SOUZA2, Marcia Kikuyo NOTOMI2
INTRODUÇÃO
Disfunção Cognitiva Canina (DCC) é uma
desordem neurodegenerativa progressiva, que se
caracteriza por mudanças comportamentais com
deterioração gradual de funções cognitivas, que
não podem ser inteiramente conferidas a condições
médicas ou ás disfunções sensoriais e motoras relacionadas ao envelhecimento (RUEHL; HART,
1998; FRANK, 2002; LANDSBERG, 2005;
LANDSBERG; HUNTHANSEN; ACKERMAN,
2005).
Os sinais clínicos de DCC refletem déficits
de memória e aprendizado, sendo agrupados em
quatro categorias: (1) desorientação, (2) mudanças
na interação social e ambiental, (3) mudanças no
ciclo de sono/vigília e (4) perda do treinamento
higiênico (HEAD, 2001; FRANK, 2002; HEATH,
2004; LANDSBERG; HUNTHANSEN; ACKERMAN, 2005). Apesar da existência real dessas categorias, sabemos que não são suficientes para descrever todos os sintomas que podem se associar a
doença a tornando mais complexa com o decorrer
de seu desenvolvimento. Alguns autores consideram ainda uma quinta categoria, que seria (5) redução nas atividades (HEAD et. al., 1997; RUEHL;
HART, 1998; LANDSBERG; HUNTHANSEN;
ACKERMAN, 2005). Desta forma, em alguns casos usa-se o acrônimo DISHA para descrever as
categorias da DCC (Disorientation, altered Interactions with people and other pets, Sleep-wake
cyclealterations, House soiling, altered Activity
level) (LANDSBERG, 2005). Em português poderia ser substituído por DISTA (Desorientação, mudanças na Interação com o proprietário ou outros
animais, alterações no ciclo de Sono-vigília, perda
do Treinamento higiênico, alterações no nível de
Atividades).
De acordo com Heckler, Svicero e Amorin
(2011) a suspeita clínica da síndrome da disfunção
cognitiva é baseada na identificação de sinais clínicos e na exclusão de outros processos mórbidos,
que possam causar ou contribuir para o surgimento desses sinais e caso não seja identificada uma
causa médica primária no exame físico ou testes
diagnósticos, então deve ser solicitado ao proprietário que preencha um formulário mais detalhado
12
(LANDSBERG; HEAD, 2008).
Landsberg, Hunthansen; Ackerman, (2003)
relataram uma lista de verificação (Anexo 1) projetado para ajudar médicos a reconhecer DCC, em
que os sintomas comportamentais são classificados em sete categorias principais diferentes. Estes
podem ser indicativos de doença orgânica e / ou
de uma condição comportamental primária. Se um
animal apresenta sinais de comportamento em mais
de uma categoria principal, articular com relação
a desorientação ou alterações na interação social
e ambiental, o diagnóstico de DCC é considerado
(HEATH, 2003). A presença de um ou mais sinais
clínicos, na ausência de quaisquer causas médicas,
deve ser levado em consideração a disfunção cognitiva. O estudo de Rofina et. al. (2006) encontrou
uma correlação significativa entre determinadas lesões cerebrais e pontuações de formulário.
De acordo com Heckler, Svicero e Amorin
(2011) diferentes testes vêm sendo desenvolvidos
para avaliar o aprendizado e os diferentes sistemas
de memória em cães, os quais são uma medida
mais objetiva e mais sensível que a avaliação do
dono, já que mensuram o aprendizado e a memória
ao invés de observações clínicas. Esses testes têm
sido usados para atingir três objetivos: identificar
mudanças cognitivas não-subjetivas, caracterizar
as bases neurobiológicas do declínio cognitivo e
determinar possíveis intervenções (HECKLER,
SANTOS e AMORIN, 2010).
A prevalência do diagnóstico de DCC em
cães idosos é subestimada porque a alteração comportamental relacionada com a idade é assumido
por muitos proprietários como algo inerente da
idade e intratável (RUEHL et. al., 1998). Diante
disso, apresenta a necessidade de reconhecer DC
em cães idosos e tratá-la para retardar sua evolução
e promover uma melhor qualidade de vida dos animais e seus proprietários (LANDSBERG, 2005).
MATERIAL E MÉTODOS
Foram selecionados para o estudo cães idosos hígidos ao exame físico, e com mais de oito
anos de idade, utilizou-se como critérios de inclusão: (1) ausência de qualquer doença médica; e (2)
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que não recebessem quaisquer drogas ou medicamentos que pudessem alterar as respostas cognitivas ou comportamentais. Somente foram consideradas as alterações comportamentais que tiveram
início progressivo após a idade de sete anos.
Um perfil do paciente geriátrico foi realizado através de uma entrevista ao proprietário onde
eram feitas perguntas em forma de questionário,
avaliando o perfil do paciente e informações relevantes de hábitos alimentares, manejo, cuidado
sanitário.
A presença e intensidade de sinais que indicam alteração de cognição foi realizado através do
Formulário Clínico para avaliação da DCC (ANEXO 1), segundo modelo de Landsberg (2003), baseado em perguntas sobre o comportamento do
animal respondida pelo proprietário. O formulário
apresenta questões em sete diferentes categorias:
(A) Confusão, inconsciência, orientação espacial,
(B) relacionamentos e comportamento social, (C)
nível de atividades (C1: aumenta e repetida; C2 diminuída) (D) ansiedade e irritabilidade, (E) ciclo
de Sono-vigília, (F) treinamento higiênico e (G)
aprendizado e memória.
Uma análise descritiva com apresentação
em número e percentagem foi realizado no grupo
estudado. Uma correlação simples foi realizada
para avaliar a relação entre idade e quantidade de
sinais clínicos apresentado. Para avaliar a presença
de diferença significativa o teste de Mann-Whitney foi utilizado para as comparações entre idade
e sexo. Para avaliar a diferença entre os tempos foi
utilizado o teste de Kruskal Wallis. A diferença estatística foi considerada quando P ≤ 0,05.
RESULTADOS
Foram estudados 30 cães idosos com idade variando de oito a 17 anos (média de 12,07)
(Figura 1), sendo 17 fêmeas e 13 machos. Destes
animais cinco eram de grande porte (idade entre 9
e 12 anos), 11 de médio porte (idade entre 8 e 16
anos) e 14 de pequeno porte (idade entre 8 e 17
anos).
Não foi observada a correlação entre idade
e presença de sinais compatíveis com DCC (Figura
2) assim como também não foi observada influenCiênc. vet. tróp., Recife-PE, v.19 n 2 - maio/agosto 2016
cia pelo gênero.
Todos os animais apresentaram pelo menos uma
resposta positiva ao questionário 6,66% (n= 2) e
os 93,33% (n=28) restante apresentaram alterações
em 2 ou mais categoria, sendo 14,3% (n=4) em 2
categorias, 28,6% (n= 8) em 3 categorias, 17,8%
(n= 5) em 4 categorias, 17,8% (n= 5) em 5 categorias, 10,7% (n=3) em 6 diferentes categorias de
alterações e 10,7% (n=3) em todas as categorias
(Figura 3).
Na análise da frequência de alterações relatadas
por categorias, os dois animais que apresentaram
alteração em apenas uma categoria, um animal foi
na de perda do treinamento higiênico (F) e mudanças no ciclo de sono/vigília (E). Já os animais que
apresentaram alterações em mais de uma categoria, pode-se observar um maior número na Categoria B e Categoria C com 78,6% (n=22), seguidos da Categoria D em 71,4% (n=20) dos casos
estudados. A Categoria E foi relatada em 64,3 %
(n=18) dos casos, seguido pela Categoria G com
60,7% (n=17) dos casos. As alterações menos observadas pertenciam as Categorias F e Categoria
A com 46,4% (n=13) e 32,1 % (n=9) dos casos,
respectivamente (Figura 4).
As cinco alterações mais relatadas foram:
(1) necessidade de contato constante; dependência emocional excessiva (pergunta nº8) com 63%
de respostas positivas, (2) o aumento ou redução
do apetite (pergunta nº15) com 57%, (3) ansiedade quando separado dos proprietários (pergunta nº
17) e (4) aumento do sono diurno (pergunta nº20)
com 47%, e (5) alterações ou problemas com a hierarquia social (pergunta nº7) com 43% de relatos
presentes (Figura 5).
No questionário complementar sobre o histórico e manejo do animal, houve o relato de alteração de peso em 56,6% (n=17) dos animais com
o aumento em 70,6% (n=12) dos casos, redução
em 23,5% (n=4) e a oscilação em 5,8% (n=1) dos
casos. O relato de alteração no apetite foi observado em 40% das respostas (n=12) considerando que
destes 57% (n=8) houve aumento do apetite, 25%
(n=3) redução e 8% (n=1) apresenta variável.
Pode-se observar que o 43% (n=13) apresentava alguma dificuldade de movimentação (dificuldade em subir escadas/ maior rigidez), 56,6%
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(n=17) apresentava dificuldade visual e 36,6 %
(n=11) auditiva. Destes animais, 20% (n=6), com
média de idade 15 anos apresentavam as três alterações concomitantes. Cinco animais apresentavam vômito e polidipsia/ poliuria. Transtornos
digestórios foi referido em 43% (n=13) dos casos,
apresentando 23,3% (n=7) com diarreia/colite e
25,8% (n= 6) disquezia. Curiosamente, não houve queixa de transtorno neste sistema em animais
idosos de pequeno porte e 69% ocorreu em cães de
grande porte e 31% em médio porte.
Figura 3: Representação do número de animais que
apresentaram sinais de DC em uma ou mais categorias
diferentes.
Figura 2: Correlação entre a idade e a presença de alterações presentes no questionário dos cães idosos
14
Figura 3: Representação do número de animais que
apresentaram sinais de DC em uma ou mais categorias
diferentes.
Figura 4: Representação do número de animais que
apresentaram sinais de DC com relação a categoria
apresentada.
Figura 5: Frequência de respostas positivas para as per
guntas do questionário.
Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v.19 n 2 - maio/agosto 2016
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DISCUSSÃO
O distúrbio cognitivo canino é uma síndrome com alta prevalência na população de cães idosos e apresenta uma elevação no número de casos
com a crescente expectativa de vida dos animais
de companhia (SALVIN et. al, 2011). Este estudo
avaliando DCC foi realizado em 30 cães, e assim
como outro trabalho brasileiro (PANTOJA, 2010),
a idade dos cães variaram de 8 a 17 anos.
Foi observado um elevado número (93,2%
(n=28)) de cães idosos com sinais de distúrbios
comportamentais de cognição, quando comparado
com estudos realizados com formulário e metodologia semelhante. Akzona et. al. (2009) estudaram
DCC através de entrevista telefônica com proprietários de 325 animais selecionados randomicamente e verificaram prevalência de 22,5% de sinais de
prejuízo da função cognitiva. Já Pantoja (2010),
verificou a presença de sinais em 37,66% (29/77)
dos animais, cujos proprietários foram entrevistados pessoalmente ou via e-mail. Essa discrepância poderia ser, parcialmente, explicada pela não
exclusão de enfermidades concomitantes (PANTOJA, 2010). Neoplasias, enfermidades renais,
hepáticas, endócrinas ou neurológicas de evolução
crônica e com sinais pouco específicos, comumente acomete animais idosos (HOSKINS, 2004) e
podem provocar alterações comportamentais em
cães, podendo ser erroneamente identificado como
sinal de distúrbio cognitivo (LANDSBERG et al.,
2011), salientando a importância da realização de
exames auxiliares específicos para os diagnósticos
destas enfermidades. Apesar da possibilidade da
ocorrência de concomitantes, 57% dos casos de
alteração do apetite eram relatos de aumento de ingestão com 70,6% de aumento de peso.
Diferentemente, Osella et. al. (2007) excluíram doenças sistêmicas e distúrbios neurológicos
primários do seu grupo de estudo e ainda assim,
verificaram uma elevada presença de sinais de distúrbios cognitivos em 73,97% (75/102). Esta variação corrobora com Salvin et. al. (2011) que relatam
que estudos realizados com entrevistas estruturadas
para determinar a prevalência de disfunção cognitiva em cães, têm apresentado uma ampla variação
na frequencia dos casos da população estudada.
Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v.19 n 2 - maio/agosto 2016
Outro fator de poderia interferir no diagnóstico, é
a interpretação erronea do sinal apresentado pelo
animal. O processo fisiológico de envelhecimento
está associado a mudanças progressivas e irreversíveis que poderiam afetar o comportamento do
animal, como uma condição dolorosa ou desconfortável (artrite, doença dental) que poderia levar
a um aumento da irritabilidade, medo de ser manipulado e dificuldade de acesso ao local de micção/
defecação habituais (LANDSBERG E ARAUJO,
2005). No estudo foi observado um elevado número de relatos de animais que apresentavam alguma
dificuldade de movimentação (43% ), redução de
acuidade visual (53,3%) e auditiva (36,6%) alterações que podem ter dificultado a interpretação dos
parâmetros do questionário pelos proprietários.
Não foi observado a prevalência de casos
de DCC em fêmeas caninas (AKZONA et. al.,
2009) e o aumento no percentual de casos sugestivos de DCC severa conforme o avançar da idade
(OSELLA et. al., 2007; AZKONA et. al., 2009).
Isso pode ter ocorrido devido ao pequeno número
de animais estudados, porém já é conhecido que
o processo de envelhecimento é diferenciado de
acordo com o porte do animal. Cães de raça grande
ou gigante podem ser considerados idosos a partir
dos cinco anos, enquanto cães de pequeno e médio porte a partir dos sete anos (FREITAS et. al.,
2006), o que indica que um cão de grande porte
pode apresentar mais sinais clínicos que um de
pequeno porte da mesma idade. Adicionalmente,
a interferência socioambiental vivenciada pelo paciente, como o enriquecimento ambiental, experiências cognitivas prévias e a dieta, podem retardar
o desenvolvimento de DCC com consequente menor aparecimento de sinais (LANDSBERG et. al,
2012).
Alterações na Categoria B (relacionamentos e comportamento social) também foi o item
mais relevante em outros estudos com formulários
clínicos de DCC (Osella et. al., 2007; Azkona et.
al., 2009; Pantoja, 2010). Entretanto, as demais
categorias há uma variação entre os estudos realizados. A Categoria C (nível de atividade) também
frequente neste estudo, foi a terceira e quarta categoria descrita por Osella et. al. (2007) e Pantoja
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(2010) e a Categoria F (perda do treinamento higiênico) foi uma categoria pouco mencionada neste estudo, concordando com Osella et. al. (2009),
porém ela foi a segunda categoria mais mencionada nos estudos de Akzona et. al. (2009) e Pantoja
(2010).
Fica clara a necessidade de uma avaliação
comportamental mais aprofundada dos animais
suspeitos (OSELLA et. al., 2007) e da busca de critérios clínicos mais sistemáticos para o diagnóstico
diferencial da DCC, além de se realizar um acompanhamento criterioso de sua progressão (HEAD,
2001), até mesmo para avaliar o possível surgimento de novas desordens médicas ou agravamento de
condições já existentes (RUEHL; HART, 1998). É
preciso ainda realizar maiores experimentos para
correlacionar sinais comportamentais, emocionais
e cognitivos com marcadores biológicos e análise
de lesões cerebrais post-mortem (OSELLA et. al.,
2007).
Apesar do estudo realizado por (ROFINA
et. al., 2006), ter encontrado uma correlação significativa entre pontuações do formulário e determinadas lesões cerebrais, o diagnóstico de distúrbio
cognitivo através da utilização do formulário demonstrou ser pouco específico para o DC em animais que não realizaram exames complementares
para exclusão de enfermidades. Porém, poderia ser
utilizado como uma ferramenta auxiliar para e triagem incial de DCC em animais idosos pela fácil
realização e interpretação das perguntas pelos proprietários.
Estima-se que 85% dos casos de DCC em animais
de companhia são subdiagnosticados (SALVIN et.
al., 2010) e é importante a compreensão e reconhecimento precoce da enfermidade para a instituição
de terapia com o objetivo de reduzir a progressão
da enfermidade (LANDSBERG et. al., 2012).
As alterações mais observadas estavam
relacionadas as categorias de relacionamentos e
comportamento social e ao nível de atividade. Não
foi observada correlação entre presença de sinais e
idade, e nem diferença entre gêneros.
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CONCLUSÃO
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O formulário clínico para diagnósticos de sinais LANDSBERG, G.M.; HEAD, E. Geriatria e Gede distúrbios cognitivos demonstrou ser uma fer- rontologia do Cão e Gato. 2. ed. São Paulo: Roca,
ramenta simples e prática para avaliação inicial de 2008. cap. 4, p. 33-47.
indivíduos geriátricos, porém somente para uma
triagem inicial, sendo necessários exames comple- LANDSBERG, G.M.; HUNTHAUSEN, W.;
mentares para um diagnóstico mais preciso.
ACKERMAN, L. The effects of aging on behavior
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ANEXO 1- Prontuário para Avaliação de Síndrome de Distúrbio Cognitivo
A: Confusão, inconsciência, orientação espacial
1. Se perde em locais familiares
2. Vai para o lado errado da porta (por exemplo, do lado da dobradiça)
3. Fica parado, não consegue dar a volta ou pular diante de obstáculos
4. Diminuição a resposta a estímulos (táteis, visuais, sonoros)
B: Relacionamentos e Comportamento Social
5. Redução do interesse por afeto ou contato
6. Redução no comportamento de saudação
7. Alterações ou problemas com a hierarquia social
8. Necessidade de contato constante; dependência emocional excessiva
C1: Atividade aumentada ou repetitiva
9. Olhares fixos, parados ou focados em um objeto
10. Perambula ou anda continuamente
11. Lambe os proprietários ou objetos da casa
12. Vocaliza
C2: Atividade Reduzida, apatia
13. Redução a resposta a estímulos
14. Redução na higiene pessoal
15. Aumento ou redução do apetite
D: Aumento da ansiedade, Irritabilidade
16. Inquietação ou agitação
17. Ansiedade quando separado dos proprietários
18. Aumento da irritabilidade
E: Ciclo de sono-vigília – Inversão do dia e noite
19. Sono agitado; acordar durante a noite
20. Aumento do sono diurno
F: Treinamento Higiênico
21. Urina ou defeca no interior da casa - locais aleatórios ou diante do proprietário
22. Redução ou perda dos sinais de excreção
23. Sai de casa, mas excreta dentro de casa quando retorna
24. Defeca ou urina na casinha ou na cama voluntariamente
25. Incontinência urinaria ou fecal
G: Aprendizagem e Memória - Trabalho, Tarefas, Comandos
26. Capacidade ao trabalho prejudicada
27. Diminuição no reconhecimento de pessoas ou animais familiares
28. Diminuição da resposta aos comandos e truques conhecidos
29. Diminuição da capacidade de realizar tarefas
30. Incapacidade de aprender ou lentidão em aprender novas tarefas ( treinar )
Fonte: LANDSBERG E HEAD, 2004.
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