- Seminário Concórdia

Propaganda
IGREJA LUTERANA
Revista Teológica-Pastoral
da Igreja Evangélica Luterana
·Uma revista
Ano: 37
Número:
Assinatura
para os adultos
3°' trimestre
do Brasil
em Cristo>
de 1977
anual:
Cr$ 60,00 para 1977
No exterior:
Número
avulso:
Cr$ 15,00
REDAÇÃO CENTRAL:
Rev. Leopoldo
Heimann, Diretor de Publicações
Av. Pernambuco
2688, 90.000 Porto Alegre, RS.
a quem devem ser remetidos os manuscritos, cartas, críticas e sugestões.
CONSELHO REDATORIAL:
Dr. Johallnes Rottmalln
Dr. Donaldo Schüler
Rev. Leopoldo Heimann
QUADRO DE COLABORADORES:
Rev.
Rev.
Rev.
Rev.
APRESENTANDO
US$ 8,50
Hans Horsch
Rudi Ziw..mer
Acir Raymann
Gerhard Grasel
EXPEDiÇÃO E ENCOMENDAS:
Concórdia S. A. Artes Gráficas e Embalagens
a quem devem ser dirigidos os pedidos de assinaturas, bem como os valores correspondentes
à
assinatura.
ENDEREÇO:
Qualquer mudança de endereço ou irregularidade
no número de assinaturas
da revista devem ser
comunicados à Concórdia S. A. - Artes Gráficas
e Embalagens, Avenida do Forte, 586, Caixa Postal 6150, 90.000, Porto Alegre, RS.
Tudo é fase',s:-:2
~
e humano, vivo e S:Có - é'
lata o livro do D": 'é':ó
fessores - Kuns-~:: _. = c
_.
foram Convidadof :::'"
:: _"
10 que existe de -o = ':;
eanonicidade do
.: - . - -: :,"
tranho do profet2.. ô : -, =~"
ninivitas,
a granc2. - õ~· ..
o paralelo entre eC' ",é' ~ está no destacuec
c
torial.
Em diversas c:' _:: '.'
_
traram moções. e: :::: , __ ""
::
mento da 10:e:2. =_oo':::
Brasil sobrev 2.' ~oo::'i
:
"A Maçonaria'·
2 .-0
'==:: .. _
pela Comissã::: :::e
~"Eclesiais.
Este :::,,'2:"" -o-:~
adquirido em fe:::'" :~
mos também e,'.(2 Oo':~ :' - -",
inaugural sobre c ,. ô - õ
luterano:
Bach. s.-:: :ôC:'
Nos estudos :: c- ., =
mentários,
dispos': ==:0 ::
encontrará
menS2.:='e
c::
ritual, reflexões o;cc- 'o.
dem prática pa-e. cc -=='= _. '4i
Não é apenas
s:7 =,,' '-",
bém, alimento
se::::
'=-~ :=.;
adultos
em Cris:'c.:
,=-=-:=,;
am Igo cresça no e~ - - = :. -= .."
,.= cc: :=;~
e na fé em Cristo.
assinatura,presente
o2=:O:=:o='.::;:j
O cristão que 5.?'::= ê
:;
da reconciliação
pcscc'" = . ,_, =
melhor, viver a vsr·::e.cc", -,
:2:
o lema da Igreja E~s-cc~ -o "Brasil no corrente a~c .
Cremos, por iss-o t:.~.~--=
EDITORIAL
AGARRADO
NO
SONO?
L.
Claro,
Jonas
tinha
Como
todos
os homens
direito
ao sono.
o têm.
Mas como tudo tem o seu tempo determinado
(Ec 3.1-8), também há tempo
certo de dormir, e tempo certo de estar
acordado.
APRESENTANDO
Tudo é fascinante
e chocante,
divino
e humano, vivo e atual na história que relata o livro do profeta lonas.
Três professores - Kunstmann, Raymann e Flor foram convidados para comentar tudo aquilo que existe de mais flagrante
sobre a
canonicidade do livro, o comportamento
estranho do profeta, a conversão maciça dos
ninivitas,
a grande misericórdia
de Deus,
o pa:'alelo entre Jonas e Cristo. Tudo isto
está no destaque do t:'imestre e no editorial.
Em diversas convenções
da igreja entraram moções, solicitando
um pi"Onunciamento da Igreja Evangélica
Luterana
do
Brasil sobre a maçonaria.
O documento
"A Maçonaria» é uma resposta, elaborada
pela Comissão
de Teologia
e Relações
Eclesiais.
Este parecer também poderá ser
adquirido em forma de livreto.
Consideramos também excelente documento
a aula
inaugural sobre o maravilhoso
compositor
luterano:
Bach, Pregador do Evangelho.
Nos estudos biblicos,
devocionais,
comentários, disposições
e noticias, o leitor
encontrará
mensagens de edificação
espiritual, reflexões oportunas,
material de ordem prática para o testemunho
pessoal.
Não é apenas leite espiritual.
É, também, alimento
sólido
para os que são
adultos
em Cristo.
Queremos
que seu
amigo cresça no conhecimento,
na graça
e na fé em Cristo, você poderá fazer uma
assinatura-presente
deste periódico.
O cristão que sabe avaliar a mensagem
da reconciliação
precisa, cada vez mais e
melhor, viver a verdade bíblica que forma
o lema da Igreja Evangélica
Luterana do
Brasil no corrente ano:
Cremos, por isso também falamos!
L.
Não e:-a, pois, este o tempo mais oportuno para o filhc de Imitai estar dormindo
tranqüilamente.
Não era, também, este o lugar mais
indicado para o pi"Ofeta de Deus estar dormindo profundamente.
Não era, ainda, esta a maneira
apropriada para o missionário fugitivo
dormindo obstinadamente.
mais
estar
Jonas foge para longe da presença do
Senhor, quando deveria se aproximar
daquele que o que:- como instrumento
escolhido (At 9.15) para levar a mensagem de
arrependimento
e salvação à grande cidade
de Ninive.
Jonas se esconde no fundo dos porões
de um navio, que vai a Tarsis, quando deveria, de público, clamar contra a cidade,
cuja malícia subia até os céus.
Jonas dorme
durante
a tempestade,
quando deveria redimir os quarenta dias de
graça que Deus ainda concedia à capital
da Assiria.
Mas que sono é este que Jonas dorme
nos porões do navio?
Ora, a Escritura
fala num sono natural.
É o repouso
produzido
pelo adormecimento dos sentidos.
É o momento em que
o corpo e alma descansam de suas atividades, e procuram refazer suas energias.
É o dormir de olhos fechados.
Este é um
É o sono
sono necessário
e abençoado.
que Jesus dormia no barco (Mt 8.24). É o
sono que Jacó dormia, sonhando
com os
anjos que subiam e desciam a escada dos
céus, ainda que uma pedra lhe servisse
de travesseiro
(Gn 8.11-17). É o sono doce
do trabalhador
honesto e responsável
(Ec
113
5.12). É o sono suave daquele que confia
no Senhor de todo o seu coração (Pv 3.24).
É o sono daquele que, no fim de um dia
de trabalho, faz um exame de consciência,
em paz se deita e logo pega no sono,
porque o Senhor o faz repousar
seguro
(SI 4.8).
A Escritura
piritual.
também
morte que Cristo faia no 20::~~~~7'
Lázaro (Jo 11.11) e da filha de i2OC=
5.39). É neste mesmo sentido que a __
critura fala em sono eterno e nos que do,mem no pó da terra (Dn 12.2; Jr 51.39; 1
Ts 4.14). Deste sono todos os mortos seI'ão acordados por Cristo no dia da ressurreição.
fala num sono es-
Qual teria sido o sono que Jonas dormia profundamente
nos porões do navio?
Claro que não poderia ter sido o último.
Mas certamente
foi um misto dos dois
primeiros sonos.
É a soneira
produzida pelo pecado.
É
um dormir de olhos abertos.
É uma sonolência que vem marcada pelo desprezo e
rejeição da palavra de Deus, pela neutralidade e negligência
em relação a mensagem da salvação, pela impenitência
e endure:;imento
espirituais.
É o sono da inci'edulidade.
É contra o perigo deste sono
do pecado que Paulo adverte os cristãos
de Tessalônica
(1 Ts 5.4-8). É para este
sono mortal que Cristo, numa visão escatológica,
aponta, quando diz:
Para que,
vindo ele inesperadamente,
não vos ache
dormingo (Mc 13.36).
Quem ama o sono da preguiça (Pv 20.
13), sente a pobreza e passa misérias.
Quem busca o sono do repouso (Pv
3.24; SI 4.8), encontra descanso e paz no
Senhor, suas forças se renovam (Is 40.31),
corre e não se cansa, caminha e não se
fadiga.
Quem foi
e iluminado
perança em
da trombeta
cita e estará
Senhor.
É deste sono espiritual
que Paulo quer
acordar os adormecidos:
Desperta,
ó tu
que dormes, levanta-te de entre os mortos,
e Ci'isto te iluminará (Ef 5.14).
A Escritura
morte.
ainda
fala
num
Quem foi acordado, chamado e enviado
para clamar contra as malicias das nínives
que sobem até os céus, não podem mais
fugir da presença do Senhor nem continuar
agarrado no sono.
50 no de
. Numa figura de linguagem, o termo so-.
no é tomado como sinônimo de morte. É
um dormir de corpo imóvel.
A vida desprendeu-se
do corpo.
É neste sentido
de
Que se passa
-:0:-
114
despertado do sono espiritual
(Ef 5.14) pela graça, fé e esCristo sabe que, com o tocar
de Deus (Ts 4.13-17), ressuspara sempre no repouso do
contigo,
irmão?
DESTAQUE
,.:
'2ia no adormecer de
s
da filha
DESTAQUE
de laira (Mc
-ssmo sentido que a Es- õ: ~o eterno e nos que dor: o :srra
;,:2
(Dn 12.2; Jr 51.39;
1
sono todos os mortos se:' :: - Cristo no dia da ressur-
QUE SE PASSA CONTIGO?
: ~s ,:mas dor-
-;:
:::J
-=..::
. : _ - s -Pv 20.
-
(Livro de Jonas)
navio?
:: 'Jitimo.
::3 dois
S3<":88.
-=::uso
(Pv
3 paz no
i
t
I
o Livro de J onas, um. dos doze Profetas Menores, tem sofrido muitas críticas por teólogos de nosso século. A
própria "Lutheran Church-Missouri Synod", em diversas convenções, sentiu a
necessidade de reafirmar a ca,nonicidade
e historicidade deste livro. Daí a importância deste estudo.
I
Também o co-rnportamento deste
"missionário rebelde", a conversão dos
ninivitas e o paralelo entre Jonas e Jesus são assuntos que devem atrair o
interesse do leitor. A pergunta: "Que
se passa contigo" (1.6), nos parece ser
a que melhor traduz toda a problemática que envolve Jonas. Relendo, mais
uma ve.z o livro todo, o leitor terá melhor compreensão e maior proveito destes seis estudos:
~
s
40.31),
s não se
, : -: sspiritual
: :: 'é e es:. - o tocar
ressus-2::USO
do
ª
-: s snviado
, :03 nínives
:: :2rT!
mais
- : :"tinuar
~
I
I
O Livro de J onas
Ira
dosCompaixão
Ninivitas
Deus
Chama
eSua
Envia
odePregador
53:2A -- Conversão
A
Grande
Deus e
O Pregador:
Fuga,
Oração
1 -
4. -
I
6 -
Jonas e Cristo.
115
1 -
O LIVRO
DE
JONAS,
Walter G. Kunstrnann
Jonas (a tradução de seu nome é
"pomba" ), filho de Amitai, o profeta,
de Gate-Hefer, 1 que profetizou no tempo de Joroboão H,2 provavelmente é o
autor do livro que leva seu nome. Este
livro não constitui uma coleção de profecias de J onas, mas é um relato biográfico do ministério deste profeta, especialmente na cidade de Ninive.
O caráter do livro é classificado pela maioria 3 como mito, legenda, parábola ou alegoria. São poucos 4 os que
conosco o tomam por aquilo que o livro mesmo reivindica ser: história, relato de fatos históricos.
Muito bem diz Unger 5 que maravilhas relatadas no livro de Jorras não são
em nada maiores ou mais inacreditáveis
do que os do Êxodo (coluna de núvens
e fogo, maná e água da rocha) ou então da ressurreição de Jesus, diretamente ligada à experiência de J onas
E Young 7 salienta o exemplo, dado
pelo livro de Jonas ao povo de Israel,
de que uma nação pagã, com poucos
dias de instrução religiosa, chega a
abraçar a verdade, arrependendo-se de
seus pecados e sendo salva do castigo
iminente. Ressalta também que o livro
em questão é prova da universalidade
da misericórdia divina e das primicias
da obra missionária em tempos do AT,
Keil" diz que o livro de J onas é
"com todos os seus milagres, uma história verdadeira, de importãncia profunda, profético-simbólica e tipica".
G. v. Rad, 9 entretanto, cataloguizou
Jonas entre os profetas da "época apóspersa", juntamente com o "Trito-Isaias,
Ageu, Zacarias e Malaquias", e julga
"ser um conto fortemente influenciado
pela didática que deve ser lida diferentemente do que um relato histórico .,'
Jonas (a pessoa) é um personagem
problemático e psicologicamente complicado". De resto, a apresentação do
livro por v. Rad é bastante positivo.
A forma do livro é a dos livros históricos como o próprio Jonas, indubitavelmente, é um personagem histórico.
Josefo 10 e toda a tradição judaica e da
igreja cristã primitiva confessam a historicidade do livro. Só o racionalismo e
G
16
os teólogos rL.~-~é~:-', _,
fissões, com raras exc,,"c',=oé'-=,
o predicado "histórico",'
A inclusão do livro de J011&O>
,,=-'. __
os "12 Profetas Menores", apesar ':;i"
seu caráter diferente - histórico - se
justifica por ser um livro predicativo
e histórico-típico, não apenas quanto à
ressurreição do Cristo, 11 como também
profetizando a vinda de povos extrajudaicos ao verdadeiro Deus. 12
Não há razão alguma para excluir
da autoria o próprio Jonas e que ele
tenha escrito no 8' século AC. Oesterley e Robinson argumentam contra a
autoria de Jonas e do 8' século com os
aramaismos 13 que ocorrem no livro (por
isso o querem datar depois do exílio)
e por causa do "exagero", como chamam, que em Jn 3.3 este diz de Ninive que era uma cidade "de três dias 14
para percorrer". 15 Historicamente, Ninive debaixo de Semiramis e seu filho
Adad-Narari IH, 1(; era de grande importância e como serviram ao deus Nebo, com culto quase monoteistico, preparou de certa maneira a reforma religiosa de J onas. A prontidão do povo
em aceitar a pregação para arrependimento contribuiria. possivelmente, segundo alguns, a eclipse solar total de
763.
Argumentam também com a impossibilidade de um profeta de Deus poder
ter-se comportado assim como Jonas,
desobedecendo a Deus e fugindo dele e,
afinal, se irritando com o perdão concedido à cidade da parte de Deus. Mas
lembremos que as Escrituras em toda
a parte traçam os grandes servos de
Deus, não ocultando os seus erros e o
subseqüente arrependimento, e isto para o nosso consolo. 17
Herb. \Verner, no seu livro "Jonas", 18 em geral é positivo; diz, porém,
por exemplo, quanto à cidade de Ninive: "Mais adiante é dito que esta cidade tenha sido tão grande, que teria
levado três dias para percorrê-Ia. Depois ainda é relatado que teria alojado
'mais de 120.000 habitantes e também
muitos animais, Ja 4.11'. Não adianta
querer controlar estes dados referentes
à sua exatidão. Certamente aqui se trata de exageros .,." Na avaliação prática (para o uso de professores de religião em educandários) diz (pg. 154) :
"Resumo: Que o conto de Jonas deve
ser um exemplo em um ensino religio-
130 exemplificado,
::~.
vas: que este e:;:e:',:.
__.
do em todos OS"-=-.:-'
os primeiros dois
sial com grande ;: :.,cdiferenciado ent>ô
o~,c
ta, que reflete
Artur Weise:cia claramente :'02:: =-tolerância judai.:~.
nada por uma :'~ C.·.··
___
eleição dos jude':õ
gãs, indica paI c,
origem) post-e:~::_:
a idéia da
profeta Deute::-~õc __
exílio, o autor ~: ~
Isaias ... "
No meio
a totalidade
pecialmente
_
atualidade. r,·~õ
calar ou cede:' ..
ria, pois \-e"'~~
terminada" ,:,~.,
felizes de "e::-:',' ~
Evangélica L:
igreja-mãe,
Sinodo de ::\Iiõõ
sente quest2.c c,__.. ,
do Prof. D:.', L :=-_
resumindo. r",~ :'~=-:.,
ao livro Joy::.õ
::
todos os at2,J-,'~O
c~
da história
tentado ta:-::':~c'
tegridade '~'co__
ram defendi'~·:
tenberg, Keii e dade do mes:::c
conhecida pei2 ,__..
tamento é Dode::'~
- E Prof. 'Ir- ~_ '-:".
tre outros: "Iõ::
que o nome o:::
mencionado pc'
mos esquecc' ",
professor de Liõ:te anotasse cad,,- . _
profeta, cujo ir::õ_=:~=
para este fim -: =-,'.e:
foi sem impol't~:-::·:.
doze milagres e:-:-: 0:10s! Quem podere.
Atos 2 e Atos l·i __~
períodos criticos =-,,-'._,
do NT. Aí depa:::.=-:.::. =sículos destes cê,:i- .. '
lagres e referêr:,:: õ = c
>2
1
1
ª
,o
.É
_.~__~'E-.s. apesa::.-
-
(ie
,Üstórico - se
::','1'0 predicativo
"c:,enas quanto à
como também
de povos extraDeus,
1:::
- ~-::.?~ para
excluir
J::2~ e que ele
AC. Oester··:·.~:-.:2clT~ contra a
século com os
· . :::em no livro (por
:'epois do exílio)
como chaeste diz de Ni· :'",,:'e .. de três dias 14
Historicamente, Ni- ° ·.·.'·",mis e seu filho
~:a de grande im'~:''-'l'am ao deus Ne,~ l11onoteístico, pre•:-.°"'8 a reforma re.c_ p:'ontidão do povo
-ào para arrependipossivelmente, se· :::,se solar total de
,c:: ".:::'
"--,'.':en1com a impos: ::'eta de Deus poder
~ssim como Jonas,
_ ~. s e fugindo dele e,
:·om o perdão con::alte de Deus. Mas
Escrituras em toda
, gTandes servos de
os seus erros e o
°l:::::l1ento, e isto paseu
livro
"Jo-
;,sitiyo; diz, porém,
~. cidade de Nini-l:~o que esta cig' ande. que teria
">- '"
::'2l'Corrê-la. De'. ',',:e teria alojado
:·."'·'l::antes e também
± 11". Não adianta
o,:~s dados referentes
-.c: ==.n,ente aqui se tra:'\a avaliação prá:'~ p:'ofessores de re.::s diz (pg. 154):
· ::::0 de Jonas deve
',1m ensino religio-
}..
so exemplificado, não necessita de provas; que este exemplo pode ser ensinado em todos os anos escolares (fora
os primeiros dois) até o 1" ano ginasial com grande proveito ... deve ser
diferenciado entre um ensino que relata, que reflete e que progride .... 19
Artur Weiser 20 julga: "A tendência claramente reconhecível contra a intolerância judaica e a presunção originada por uma fé mal compreendida na
eleição dos judeus contra as nações pagãs, indica para o livrinho a época (de
origem) post-exílica. O livro pressupõe
a idéia da salvação universalistica do
profeta Deutero-Isaias,
que viveu no
exílio, o autor dos caps. 40-55 do livro
Isaias ... "
No meio de tantos, sim, de quase
a totalidade dos eruditos teológicos, especialmente das últimas décadas e da
atualidade, nós poucos não nos devemos
calar ou ceder perante a grande maioria, pois verdades eternas não sâo determinadas por maiorias. Sentimo-nos
felizes de sermos membros da Igreja
Evangélica Luterana do Brasil e de sua
igreja-mãe, daquela Igreja LuteranaSinado de Missuri, cuja posição na presente questão ainda hoje é a mesma
do Prof. DI'. L. Fürbringer 21 que diz,
resumindo, no final de sua introdução
ao livro Jonas: 22 "Por isso, apesar de
todos os ataques contra a credibilidade
da história (de J onas) , deve ser sustentado também a autenticidade e integridade do livro que ultimamente foram defendidos por Havernick, Hengstenberg, Keil e Delitzsch, e a canonicidade do mesmo livro universalmente reconhecida pela igreja, pelo Novo Testamento é poderosamente confirmada."
- E Prof. Th. Laetsch 23 escreve, entre outros: "Isto pode ser a razão porque o nome do rei de Ninive não é
mencionado por Jonas; pois não devemos esquecer que Jonas não foi um
professor de história que cuidadosamente anotasse cada pormenor. Ele foi um
profeta, cujo interesse foi religioso, e
para este fim o mero nome de um rei
foi sem importância '" Dizem: 'Mas
doze milagres em somente 48 versícuIas! Quem poderá crer isto?' - Lê
Atos 2 e Atos 10 que tratam de dois
períodos críticos na história da igreja
do NT. Aí deparamos nos 47 e 48 versículos destes capítulos com tantos milagres e referências de ocorrências so-
brenaturais como se acham nos 48 versículos do livro de Jonas, que conta a
missão de um profeta judaico à uma
nação gentílica num período crítico para os dois reinos. - Até o fato que
a história da salvação miraculosa de
Jonas do ventre do peixe ser absolutamente único na história dos milagres,
não é argumento contra a sua historicidade. Este milagre único pode ter sido e, como veremos, foi de fato realizado com um propósito muito especial
e siguIar" , referindo-se o autor em seguida a "Jesus e Jonas", como também
nós pretendemos fazer.
NOTAS
BIBLIOGRAFICAS
1. 2 Rs 14.25.
2. ca. 782-753.
3. Eissfeld, Pfeiffer, de Wette e tantos outros.
4. Unger, Young, Lilienthal, Hess,
Havernick, Delitzsch e outros.
5. M. F. Unger, Introductory Guide
to the OT.
6. Mt 12.39-41.
7. Edward J. Young, Introdução ao
VT.
8. K. F. Keil, Einleitung in das AT.
9. Gerhard von Rad, Theologie des
AT, pg. 291 sgs.
10. Antiquidades
IX, 10,2.
11. Mt 12.38-41; Lc 11.29-32.
12. Dn 12.1; Rm 11.25,26; Zc 8.7-23.
13. Aramaísmos já ocorrem nos textos de Ras Shamra, ca. 1400 AC.
14. No versículo seguinte (Jn 3.4)
é dito que Jonas "percorreu a cidade
caminho de um dia", o que certamente
não tem sido uma maratona, pois ele
pregou aqui e acolá, andando pela cidade. Assim poderia ter feito por três
dias, mas os ninivitas se arrependeram
antes disto. - Ainda argumentam com
Jn 3.3, que aí é falado no passado,
"haj'tâh", "tinha sido" - e só em 606
foi destruido Ninive. - Mas em todo o
texto é usado o perfeito histórico.
15. Jonas é mencionado, fora do seu
livro, só em 2 Rs 14.25, o que. fixa a
época de sua vida. Otto Eissfeld, "Einl.
in das AT", não quer identificar "os
dois Jonas", fala de duas fontes diferentes no livro que denuncia de "mitológico", e quer datar esta "ficção" para depois do exílio. - Pfeiffer duvida
117
do "rei de Ninive" (Jn 3.6), ignorando
passagens como Os 5.13 e 2 Rs 15.19,
do tamanho da cidade (Jn 3.3), e chama a permanência no ventre do peixe
"fisiologicamente impossível".
16. 810-782.
17. Cf. GI 5.17.
18. Pg. 19.
19. Cf. a avaliação do livro de Herb.
Werner na Igreja Luterana.
20. Artur Weiser: Das Buch der 12
Kleinen Propheten I, pg. 187 sgs.
21. DI'. Ludwig Fürbringger,
Einleitung in das AT.
22. I.c. pg. 86.
23. Comentário Bíblico, Os Profetas
Menores, St. Louis 1956, pg. 214 sgs.
2 -
DEUS
O
CHAMA
E
ENVIA
PREGADOR
Elmer Flor
Pregador em Tempo de Prosperidade
Jonas foi o profeta, pregador e missionário que Deus despertou para .atuar
na época de maior prosperidade vivida
pelo reino de Israel Norte, depois de
Salomão. Independência política, expansão territorial e vida farta constituíam
a ordem do dia no reinado de Jeroboão
lI. O próprio reino de Judá Sul lhe devia favores. O comércio internacional se
havia expandido e os navios cargueiros
que rumavam a Társis, o extremo oeste
do mundo conhecido de então (a Espanha atual, por certo), marcavam essa
presença.
Falar a homens abastados de bens
materiais, pregar em tempo de prosperidade, é tarefa aparentemente
mais
compensadora numa nova época de desenvolvimento e progresso como a de
hoje. Tempos de prosperidade aparente, no entanto, porque para cada rico
ou de classe média há pelo menos uma
centena de pessoas que têm problemas
de sobrevivência. É para uma época de
tamanhos contrastes sociais, econômicos, ideológicos e religiosos que se dirige a mensagem do pregador nos dias
que correm.
A mensagem de Jonas a seu próprio povo, não registrada no livro pro118
fético que leva o seu nOllle. 1::2.-"c eferida em 2 Rs 14, deve ter sido adequada e mesmo popular aos ouvidos da
época. Tão acomodado se achava o profeta, que se opôs à ordem divina para
mudar de campo de atividade. Negouse a dirigir sua pregação a áreas de
maior necessidade. Pregar ao seu povo,
tudo bem. Mas ir salvar da ruína a
grande capital do povo inimigo dos assírios, isso não! E nessa negativa, resolve fugir para Társis, a "Terra. do
Ouro", e, quem sabe, tentar ajudar-se
a si mesmo. O ouro cega e faz perder
o rumo com facilidade. O comodismo,
a fartura e suas conseqüências constantemente desastrosas, podem fazer o
pregador perder a direção e o alvo de
sua pregação.
que dele fazem ccc
O livro de Jonas ~
presença universall~ -c
ção e junto às Sc:.2S
teso E, como fez :=-.·l=as forças que ee·l.::
mada ou n1es,,':.
tal' a rebelei"
Lembra o sab::.o:
ra onde D'e 2.· ..o~:.·
para onde L,=::~.
faço a min.l:" .C'm~
abismo, lá es'c.s
se de pedir. ,,2
mado: "Vê se ~.:' , ..,
minho mau e "
eterno" (SI Ef< :::~
Os destinatários
A doutrinE .:'
ta pela Igrejê
concepção cla"ê .:' ..
do Salvador Je.o ...' ~' c
de-se resumi-L ~"c: s ,~'
vras: "O FEL·:
buscar e sah'2.:· : ~ ê:
Para realizar es::'.
tinuada, Deus :::0::'.,
pregação, e "n.:,
reconciliação ...
sidade dessa :,,-":::_,
em muitos "e: sI·:": ,S
mo pregarão. se :::"..
(Rm 10.15:;' "::'~:::'::'
__,'.'__
ta honra para'"
=-.:' s::.,
""
chamado por De',:o ::
Arão. , ." (Ht ",."
Jr 23,21; Tg 3 -:.
se nestas passa~~::"
apenas uma pc"e"''':.'o'
o mundo inteir": e ~
dem (Befehl';. ::e:.::....
__
Será mesmo? X8: : Õ::"é. o, ~
bo de clericalis:c-:: ~:c:
O Chamado
drt pregrtção
Diversos missionanos nacionais de
Israel responderam ao chamado de Deus
sem perguntar primeiro pelos destinatários. Isaías professou um vigoroso
"Eis-me aqui, envia-me a mim!" após
sentir-se um pobre homem de lábios
impuros. No entanto, também teve unla
preocupação missionária ao referir-se
ao compromisso dos salvos: "Eles anunciarão entre as nações (descrentes) a
minha glória" (Is 66.19). A Jeremias
disse Deus, apesar de sua recusa inicial: "Eu ... te consagrei e te constituí profeta às nações ... " E o exempIo mais elevado talvez seja o de Moisés, que, de uma negativa aberta ("Envia outro ... menos a mim" - Ex 4.
13), passa, ao final, a ser colocado no
termo de comparação com o Profeta
por excelência, Jesus (Dt 18).
Dos exemplos citados, e de outros.
que se poderia mencionar, conclui-se
que é Deus quem escolhe e chama seus
instrumentos. É ele quem consagra e
constitui, ele envia e dá forças. Ele coroa a mensagem com o seu poder e
divino ef~ito. Jonas não foi exceção à
regra. Foi diferente no sentido de não
se ter oposto com palavras, não inventou desculpas, não argumentou: silenciosa e sorrateiramente
ele foge ao divino comissionamento. Esta atitude tem
as mesmas ou maiores características
de desobediência a Deus, porque não
dá chance a que Deus lhe responda e
o convença. E Deus jamais tolera para
sempre uma afronta ou o pouco caso
2
h
"L
-=
=-=-"
ii
ií
I,
,_'"
~~~~ ,?1 ~i~~~b~~; ~ ;~ =.::
ou pregar publk2.:::·.~:-'~ -:-.
administrar os S2.::'.o..:-:" ~- "
mado legítimo,'·
É Deus que" ...
apóstolos, outros c:'.=-:'.,.,~
para evangelistê.s -~ :::':s ,
res e mestres .. " ::::' ~ :-:.;
quiel diz o Ser2":::"
ó filho do horr,e-' .= "_'""
laia sobre a (as'ó::~ ~ ....:.."
rás aviso da rr.:::-.:-::'.
--'::=~l'
o
que dele fazem os que o abandonam.
O livro de Jonas é uma afirmação da
presença universal de Deus na sua criação e junto às suas criaturas pensal1teso E, como fez inúmeras vezes, usa
as forças que colocou na natureza animada ou mesmo inanimada para sustar a rebeldia dos 'seres inteligentes.
Lembra o salmista no Salmo 139: "Para onde me ausentaria do teu Espírito?
para onde fugirei da tua face? ... Se
faço a minha cama no mais profundo
abismo, lá estás ... " E Jonas esqueceuse de pedir, na hora do primeiro chamado: "Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho
eterno" (SI 139.24).
de
o
.:'."ís de
::e Deus
., :Jestina-,'igoroso
.,:::" após
::e lábios
.. teve uma
referir-se
'Eles anun:'",-:'entes) a
.-'c Jeremias
'. ,'ecusa ini_ .. e te constiE o exem" o de Moi','é,e:ta ("En- Ex 4.
:'ccado no
~, Profeta
:le outros.
conclui-se
c' ..•. ' ~ e c"ama seus
:.. .-,0,,-consagra e
~ :;~ forças, Ele co::-:: o seu poder e
,. '." 'cio foi exceção à
~ ,. -" "-D sentido de não
::.alan-as, não inven,_c.: a:g'l1mentou: silen~:":. -.::lente ele foge ao di.:-.'."'.ento. Esta atitude tem
:'caiores características
,_, ,_:." a Deus, porque não
• ::::.:eDeus lhe responda e
::::Deus jamais tolera para
"." ?,fronta ou o pouco c'aso
Chamado do Pregador
A doutrina do chamado divino, aceita pela Igreja Luterana, requer uma
concepção clara do propósito da vinda
do Salvador Jesus a este mundo. 1 Pode-se resumí-lo em suas próprias palavras: "O Filho do homem veio para
buscar e salvar o perdido" (Lc 19.10).
Para realizar esta obra de forma continuada, Deus instituiu o ministério da
pregação, e "nos confiou a palavra da
reconciliação." (2 Co 5.19) A necessidade dessa instituição está provada
em muitos versiculos da Bíblia. "E como pregarão, se não forem enviados?"
(Rm 10.15). "Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando
chamado por Deus, como aconteceu com
Arão, . ," (Hb 5,4). Confira-se ainda
Jr 23.21; Tg 3,1. E Lutero, com base nestas passagens, afirmou: "Se com
apenas uma pregação pudesses salvar
o mundo inteiro e não tivesses a ordem (Befehl) , deixa-o de lado, .. " 2
Será mesmo? Não teria sido um arroubo de clericalismo excessivo? A Confissão de Augsburgo explica no Artigo
XIV: "A ninguém é permitido ensinar
ou pregar publicamente na igreja ou
administrar os sacramentos sem chamado legítimo." 3
É Deus quem escolhe "uns para
apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas e outros para pastores e mestres ... " (Ef 4.11). E a Ezequiel diz o Senhor (33.7): "A ti, pois,
ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel ... e lhe darás aviso da minha parte." E ainda em
Mt 9.31: "Rogai, pois, ao Senhor da
seara que ele mande trabalhadores para a sua seara."
É preciso que se acentue essa condição sobrenatural de "chamado" e enviado por Deus, com relação aos ministros da igreja, numa época em que
as comunidades muitas vezes caem no
erro de, por influência do vínculo empregaticio que adotam perante as leis
trabalhistas,
diminuir esse chamado e
reduzir o pastor à condição de um simples empregado. Deus não quer que o
santo ministério seja nivelado aos termos do mundo, e que uma tal atitude
desmereça a sublimidade e o respeito
atinentes ao ofício do mensageiro de
Deus à sua igreja.
O oposto também não é menos verdade. O pregador, e pastor, não deve
considerar-se superior à sua congregação em termos e assuntos deste mundo. Jamais deverá valer-se de sua condição de "enviado" para obter favores
pessoais e poder de mando em coisas
que não as de Deus a ele diretamente
confiadas. Não se harmoniza com a elevada posição de ministro de Cristo uma
atitude de dominador ou de busca de
glória - quando ele é, na verdade, servo do Servo dos servos.
A volta de Jonas ao que era importante, ao que Deus dele queria, deuse ao tempo em que ele se dispôs a
seguir o seu chamado, para onde quer
que fosse enviado. Então ele recebe a
nova ordem: "Dispõe-te e vai à grande cidade de Nínive, e proclama contra ela a mensagem que eu te digo!"
Um chamado imediato, direto, sem a
intermediação de homens. Hoje Deus
chama e envia através de homens, a
comunidade local e sua igreja. Os pastores de Éfeso foram eleitos pela congregação local, e Paulo lhes diz: "O
Espírito Santo vos constituiu bispos"
(At 20.28).
Nos dois chamados, Jonas é chamado com as mesmas palavras: "Dispõete e vai!" A primeira, no original kum,
é um termo do hebraico mais recente,
e deriva da raiz mekam (lugar), e significa "levanta-te do teu lugar", fica
de pé, ou ainda "entra em cena". Usado como está, diante de outro verbo,
transmite a idéia de incentivo. E o lek
(vai, põe-te em movimento), usado com
muita freqüência no Antigo Testamento, dinamiza a ação de Deus junto aos
119
homens que são objeto de sua mensagem. O ofício profético foi instituído por
Deus para que os seus servos profetas
fossem e proferissem sua palavra. Um
dos aspectos mais conhecidos da profecia era o de prever o futuro e anunciá10 ao povo. Ela é, no entanto, muito
mais abrangente, incluindo, entre outras, a tarefa de anucniar a vinda de
Cristo, de ensinar o caminho da lei perfeita de Deus de repreender os que se
desviaram, e de consolar os corações
aflitos. 4 Os profetas se distinguiam dos
sacerdotes especialmente em que estes
recebiam seu encargo com o nascimento fisico, como descendentes de Aarão,
e aqueles, por um chamado especial de
Deus.
A revelação de Sinai deveria ter siâo suficiente para tornar conhecida a
vontade de Deus. A lei de Moisés continha os princípios gerais sobre os quais
a vida de uma nação e do indivíduo
3 -
O PREGADOR
deveria basear-se. :'1:2.8 .:' ê:.~'-=".
causa de seu pecado e de 8',: ..3. :é:'_~'~=-~'
cia de desviar-se de Deus, torn,~.,i2, =-,0cessária a introdução do ofício profético, para uma instrução mais detalhada
sobre o caminho que o Senhor queria
que ele seguisse. O povo muito cedo se
desviaria de Deus, seguindo a outros
deuses, logo após a revelação do Sinal.
Deus então enviou seus profetas, de
tempos em tempos, conforme as necessidades e circunstâncias, com uma
mensagem sempre atual e adequada. 5
E numa culminância dessa escala de
mensagens e mensageiros, o livro de
Hebreus
(1.1,2)
afirma:
"Havendo
Deus outrora falado muitas vezes e de
muitas maneiras aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo
Filho ... " Jesus veio para cumprir toda a justiça, para dar cumprimento as
profecias, e para levar à sua culminância a mensagem já anunciada por Moisés. "A ele ouvirás" (Dt 18.15).
SUO
FUGa,
E IRA
Elmer
o
Pescador
é Pescado
Jonas é fora de série entre os demais livros proféticos do Antigo Testamento, por ser o único de caráter histórico. A essa observação acresce o fato de Jonas ser o profeta missionário
por excelência, visto que sua missão explícita e mais importante· se dirige a
um povo alheio ao seu e inimigo da
"nação santa". Jonas, o pregador missionário, com seus altos e baixos, é a
figura por muitos considerada folclórica ou parabólica, tão estranhas são as
circunstâncias dos acontecimentos, e tão
inesperado o efeito de sua pregação. No
entanto, Jesus reconhece a sua historicidade (Mt 12.39-41).
O pescador de homens do Antigo
Testamento é pescado ao fugir da presença do Senhor. Ê tragado por um
grande peixe, um recurso extra-humano de que Deus lança mão para executar seu maravilhoso plano em relação a Jonas e à grande cidade de Nínive. Inverte-se aí a ordem dos fatores,
pois ao invés de um homem pescar um
120
Flor
peixe, é um peixe que pega um homem.
O homem vive invertendo a ordem de
relacionamento entre ele e Deus, ora
fugindo, ora acusando. ora se revoltando. Mas Deus constantemente o busca,
qual pai amoroso, e tudo lhe provê, apesar da sua desobediência. O processo divino de endireitamento de caminhos tortuosos do homem, até mesmo de seus
enviados, é por vezes uma inversão violenta da ordem natural ou dos planos
que o homem traça. A Balaão ele atacou na forma do "Anjo do Senhor",
que o apertou contra o muro e lhe fez
sentir que deveria falar somente aquilo que Deus lhe dissesse (Nm 22.35).
Ê Deus quem envia, dá a mensagem
e até mesmo as palavras que devem
ser anunciadas.
Quando pregadores enveredam por
caminhos estranhos aos do seu chamamento específico - e isto parece hoje
mais evidente que em outras épocas
- fogem de Deus e de uma entrega
total a ele. Buscam em outras atividades e mesmo no "ativismo" de uma
congregação
(grandes realizações em
construções, campa:::,,,,,' '.
representação sócic< ,,'
tificativa para a 8:.2. ~,.
e consagração pa:';: . ,''-.....
',~
pregação. Pregar" ~,,=-.-, :."
balham sem planejl~:'.'=-.-' '"
~'
uma avaliação adec
tos em seus camr."
-e;
sim representam
Nínive a que fou,,:,',
ma, personificam
missionários de Dc-,.~
devem transforn,a:
transformando. :23:':.
te de ação do di2:::
rio de hoje e C""
para desviar a :0":derados de Sela : é., =: =
vezes o própl'i0 S =,
comete
erros.
L~~
_
medo de enfre:-,'~,
que necessitalT ,',
ros que ocm'le'::
humanas, ape3:.:
ções. Há, pob.
tar-se com De'':~
minho de fug2. é
para que a r:";~-=-.
efeito positi-.-c
Jonas no yeTl-:,o
--ê
o
Pregador
i,·
Lançado ::
Jonas defE,n:2.-:'c
sença do De'':~ : =-.__,
tem terüpc
l='2.:::":"
=-~:~-::~
sideral' s'-'''' =-.e:::~--- __
Jonas e a ':>"j,o~-.
dereçar-se P3'=, --Ele se sente a"~' =.
tia que é básic'Õ "':-de arrependirrc~:-c:~. :;::
toda conversã,:,.
tude." Jonas "co
acordo com L.':,o" ,
e pedir (a D,o::" ::-,,=
mais sentirá .:) :-.:'---- -A oração dç
não é, em
pr2-l::~2<.._
de livramento. ,=:::::.. -' ..
Ê uma oração ,i~ __
,,__-,vaI' pelo livrame:-.-:. ci ::.:.
visão muito mai~ ~·:.=---CC
mento oração'a:e::.:'.:.=· ~.:::
to as afirmaçÔ2.õ
(v. 2) "me o,-:..,'i~:é,
"fizeste subir da ~,,o;:'':':: _
da"
(v.
6).
~
"'"
Obs'Õ:-':·C'--o.,o~~
.-="::'-.32
ele
rre·~~.3.: ~~.~~
n:,,~dução do ofíc-:c c:: ::',0:'
'.c. :nstrucão mais detaL2.,ja
'.'.:,.,',0 que o Senhor queria
.õõe. O povo muito cedo se
c Deus, seguindo
a outros
::.pós a revelação do SinaL
2m'iou seus profetas, de
:empos, conforme as ne~ circunstâncias, com uma
.~~'l'lpre atual e adequada. 5
:linância dessa escala de
mensageiros, o livro de
1.2) afirma:
"Havendo
falado muitas vezes e de
.~ilas aos pais, pelos profe'::::imos dias nos falou pelo
~O"_:sveio para cumprir topara dar cumprimento as
,:ara levar à sua culminân,::.em já anunciada por Moi=,uvirás" (Dt 18.15).
IGn,
E IRA
Elmer
Flor
:-eixe que pega um homem.
a ordem de
~.:o entre ele e Deus, ora
c.cusando, ora se revoltan. O'constantemente o busca,
::oso, e tudo lhe provê, ape:2O'obediência. O processo di.: ~itamento de caminhos tor. ::'lem, até mesmo de seus
vezes uma inversão vio~em natural ou dos planos
::'.: traça. A Balaão ele ata:'::a do "Anjo do Senhor",
-. '.: contra o muro e lhe fez
'",·:eria falar somente aqui, lhe dissesse (Nm 22.35).
7.n envia, dá a mensagem
c:: as palavras que devem
.:':e invertendo
--egadores enveredam por
"anhos aos do seu chamafico - e isto parece hoje
:.:2 que em outras épocas
:.'" Deus e de uma entrega
3·.:2cam em outras atividano "ativismo" de uma
grandes realizações em
construções, campanhas bombásticas ou
representação sócio-politica) uma justificativa para a sua falta de preparo
e consagração para o santo oficio da
pregação. Pregam sem convicção, trabalham sem planejamento pl'óprio, sem
uma avaliação adequada dos prospectos em seus campos de missão, e assim representam
modernas fugas da
Ninive a que foram enviados. Em suma, personificam o seu fracasso como
missionários de Deus a um mundo que
devem transformar, mas que os acaba
transformando. Esta é a renovada frente de ação do diabo contra o ministério de hoje e o seu disfarce predileto
para desviar a atenção de lideres e liderados de sua tarefa primordial. As
vezes o próprio servo dedicado de Deus
comete erros, não por desobediência ou
medo de enfrentar pessoas e situações
que necessitam sua mensagem, mas erros que ocorrem por suas limitações
humanas, apesar das melhores intenções. Há, pois, um momento de defron"
tar-se com Deus, para reconhecer o caminho de fuga e voltar ao seu posto,
para que a pregação volte a ter seu
efeito positivo. Ê o que acontece com
Jonas no ventre do peixe.
o
Pregador
Orrt
Lançado nas profundezas do sheol,
J onas defronta-se, mesmo lá, com a presença do Deus onipresente. Assim ele
tem tempo para meditar, orar e reconsiderar sua negativa. O conflito entre
Jonas e a ordem divina começa a endereçar-se para uma solução positiva.
Ele se sente angustiado de uma angústia que é básica em qualquer processo
de arrependimento. Ê o passo inicial de
toda conversão, como "mudança de atitude." Jonas clama ao Senhor, e de
acordo com Lutero, quem sabe clamar
e pedir (a Deus por livramento) jamais sentirá o horror do perigo. 6
A oração de Jonas no capítulo 2
não é, em primeiro plano, um pedido
de livramento, como se poderia supor.
Ê uma oração de agradecimento e louvor pelo livramento já alcançado - uma
visão muito mais positiva do relacionamento oração/atendimento.
Provam isto as afirmações "ele me respondeu",
(v. 2) "me ouviste a voz" (v. 2) e
"fizeste subir da sepultura a minha vida" (v. 6). Observe-se ainda o voto
de J onas quando esteve em perigo, o
de "pagar através de agradecimento e
sacrifício" (v. 10). O ponto fundamental da oração é o reconhecimento de
Deus como seti Deus pessoal (elohaio
v. 1), uma verdadeira afirmação de
fé, a qual é fortalecida pela oração.
A oração na vida do cristão, e em
particular do pastor cristão, está à base de seu trabalho, refletindo a fé inabalável nas promessas de Deus e transmitindo a mesma o coração dos ouvin ..
teso Para o pregador de todos os tempos, "falar aos homens a respeito de
Deus é uma grande coisa; mas falar
a Deus em favor dos homens é ainda
maior." 7 E o resultado desta oração é
a ieslt'lwtá (salvação), a mesma raiz
hebraica de JESUS (Salvador). Esta
salvação de J onas do sheol (das profundezas, do mundo subterrâneo), por
sua derivação, Hijhle (cavidade) na língua alemã, identifica-se com "Hülle"
(inferno), ambos da mesma raiz. Esta
relação aponta para a identidade do
acontecido com Jonas com a salvação
consegui da por Cristo. Jesus mesmo faz
essa comparação entre a permanência
de J onas no ventre do peixe e a sua,
na sepultura, e consagra, portanto esta
interpretação.
O hino de louvor de Jonas é um legítimo salmo, e encontra expressões paralelas através do livro de Salmos.
Moeller oferece o seguinte gráfico comparativo: s
V.
Jonas
3a
2
Salmos
18.7;120.1
3b
18.6; 30.4
4b
5
42.8
31.23; 5.8
18. 8; 69. 2ss
18.17; 30.4; 103.4
142.4; 143.4; 18.7; 5.8
88.3
31. 7; 26.7; 50.14,23; 42.5;.
116.17
6
7
8
9
10
"Santa Ira"
O efeito da pregação de Jonas foi
além da expectativa mais otimista. Arrependimento em massa, cem por cento. Esta mudança de atitude (metánoia)
do povo de Nínive, conseqüentemente,
transformou
e afastou a ameaça de
Deus, estendendo o tempo de graça de
40 dias a sine die (por tempo indeter121
minado). Um tal resultado teria alegrado a qualquer pregador, mas para
Jonas resultou em ira. Ao invés de regozijar-se com os anjos de Deus por
tantos pecadores que se arrependeram,
o missionário Jonas erra mais uma vez,
e deixa-se encher de descontentamento
e de raiva. Ficou tão frustrado que queria morrer de desgosto. Quantos altos
e baixos na vida de um servo de Deus!
Como explicar essa atitude tão estranha do grande missionário Jonas '?
"Um indicio importante se encontra na
resposta acusatória a Deus. Ela indica
que o profeta, desde o início, não simpatizou com o propósito do Senhor em
promover a conversão do inimigo nacional de Israel." 9 Seus passos o levaram para o oeste ao invés do leste porque seu coração não estava corretamente posicionado. Sua atitude expressa
ódio ao invés de amor. E nesse estado
emocional Jonas não poderia ser um
missionário eficiente, apesar de sua presença física em Nínive. Deus abrira um
parênteses na vida torturosa do pregador, durante sua oração e pregação, e
agora assomava novamente o espírito
negativista que o fizera fugir. Fugiu
duas vezes: do chamado e da conseqüência do chamado, a pregação transformadora. Somente quando participasse do amor de Deus expresso a esse
povo ao qual pregou é que .Tonas poderia desfrutar de um ministério abençoado também para si próprio. O verdadeiro missionário ama as pessoas com
as quais entra em contato, sejam elas
amigas ou inimigas. favoráveis ou adversas à sua pregação. Como o Pai celestial ama, ele amará. Somente com
esta disposição, que Jonas deve ter adquirido novamente após a explicação de
Deus ao final do livro, ele e todo pregador se revela como verdadeiro instrumento de Deus a transmitir o seu
eterno amor aos homens que se desviaram, e aos quais se dirige o seu
constante chamado ao arrependimento.
O pregador de todos os tempos possui uma arma poderosa em suas mãos
e em sua boca: a palavra do Deus vivo. que é uma espada do Espírito Santo. Com ela, conferida por Deus, ele
não poderá fugir e dar ouvidos aos
convites de sua vontade corrupta; com
ela, terá forças para manter o seu relacionamento com a fonte de todo o
poder através da oração; com ela do122
NOTAS
Bounds, E. ::\L _
São Pa,-,lc'.
Regular, 1962.
Oração.
BIBLIOGRA..FfC.-=..<:
1. Albert H. Schwermann, "The Doctrine of the CaIl," The Pastor at Work
(Saint Louis: Concordia Publishing
House, c. 1960), p. 85.
Brown, Franc:õ
C. A. Briggs. A. 2~C
Lexicon
Büchner,
2. L. H., "Die Gottlichkeit des Berufs," Lehre und Wehre, LVIII (Setembro, 1912), p. 403 s.
-
3. Theodor G. Tappert, editor: The
of Goncord (Saint Louis: Concordia Publishing House, c. 1959), p.
the
Book
36.
4. Gottfried Büchner, Biblische
al -
und Verbal
-
ReHandkonkordanz,
"Prophet"
(Philadelphia:
Verlag
Ig. Kohler, 1871), p. 796.
von
of the O>
At The Clal'endoE
Got:L,~_
li
und VeTbal -
ladelphia:
Lange,
Holy
:>""
Verlag '.'~::'
.]Of-S,
Ser/pc"c-
?~~c,
Grand Rapid3:
House, 1874.
Z
L. H .. "Die G,
Lehre
u-nd
n
1912). Pg. 4Ü3-~~
5. Edward Jung, My Servants the
(Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., c. 1952), p. 20.
Prophets
6. John Peter Lange, Cornrnentary
HOly Scriptures,
"Minor Prophets" (Grands Rapids: Zondervan Publishing House, 1874), p. 28 (J onah) .
on the
7. E. M. Bounds, Poder Através da
(São Paulo: Imprensa Batista
Regular, 1962), p. 21.
Oração
8. Edward J. Young, Introdução ao
(São Paulo: EdiTestamento
ções Vida Nova, 1964), p. 278.
Ant'igo
9. Rudolph F. Norden, The Voice
minará a "santa ira" que por vezes dele se apossa como se apossou dos filhos de Zebedeu, discípulos de Jesus,
que por isso não sabiam "de que espírito" eram (Lc 9.54). O Novo Testamento confirma: Deus, por intermédio do Filho do homem "não veio para destruir as almas dos homens, mas
para salvá-Ias" (Lc 9.56).
of the Prophets
dia Publishing
(Saint Louis: ConcorHouse, c. 1963), p. 91.
BIBLIOGRAFIA
Biblia
Hebraica,
Württembergische
gart, c. 1937.
ed. Rudolf Kittel.
Bibelanstalt
Stutt-
O profeta J::..S-=
caracterizado e~'::' -== __
suindo uma me::.~:'l..::":'_=_.----=
pouca abertura.·
:~
.'C ~
ritualmente m·.:.:~: ::l.
---""
profundo amo,' s ::::~.. :
,'-,
mentando um "":=.;- c~
inimigos do se:.: ;."
truídos. A exp>2~.=~
manifestado a03 ; ó~~' ~
compaixão pa,'"
traste marcante
de do profeta.
A Assíria re.i Sf:::':'';:_ = -'"
qüidade, hegemc.:-,::, ~_~2.. '"
ra Israel. Os 82:-',':--. =;-.
:~
nações nunca fO),'s:-- :~ =~~
através de toda "- ,vos os assírios ",-cl..Z'
..··o ~ -...
tas e pesadas ;'~~:'-= o .""
denuncia a Assi:-:",
ira e o instrun:",=:~: .:.= .~-=
pàra disciplinar õf-~ ::::'
remias alerta S2'.: "'.:-=-: : :=3
ção (2.18; 50.1723'
10.6; 11.11) e ~,L:~_~_,,-=
fazem menção deos:e _._~,::
to tempo. Nesta :::e.:::::,=.~. ~
compreender o ,-'::--_-:.::"'-'-_=___~
,"
BIBLIOGRA.F:CL~
~3, Schwermann, "The Doc''::s.il.''
e
The Pasto-r at Work
Concordia
.HS :
Publishing
:.-'"',, p, 85.
"Die Gottlichkeit des BeTVeh1'e,LVIII (Setem403 s.
':;;d
-
O-ração. São Paulo:
Bounds, E. M. Pode-r AtTCiVés da
Imprensa Batista
Regular, 1962.
P-rophets.
Brown, Francis, S. R. Driver and
C. A. Briggs. A Heb-rew and English
LeJJicon of the Old Testa,ment. Oxford:
At The Clal'endon Press, 1907.
Schwermann, Albert H. "The Doctrine of The Call", The Pasto-r at Tl"/ork.
Saint Louis: Concordia Publishing House, c. 1960. Pp. 85-124.
-
Büchner,
Gottfried.
und Ve1'bal -
ladelphia:
Biblische Real
Handkonko-rdcínz. Phi-
Verlag von Ig. Kohler, 1871.
Norden, Rudolph F. The Voice of the
Saint Louis: Concordia Publishing House, c. 1963.
Tappert, Theodore G., editor. The
Book of Oonco-rd. Saint Louis: Concordia Publishing
House, c. 1959.
G. Tappert, editor: The
(Saint Louis: Con..s'Üng House, c. 1959), p.
Lange, John Peter. Oommenta-ry on
Holy Sc-riptu-res. Minor Prophets,
Grand Rapids: Zondervan Publishing
House, 1874.
Young, Edward J. lnt-rodução ao AnTestamento. São Paulo: Edições
Vida Nova, 1964.
:-ied Büchner, Biblische
L. H., "Die Gottlichkeit des Berufs",
Leh-re und Wehre, LVIII (Setembro,
1912). Pg. 403-12.
Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans
blishing Co., c. 1952.
'êl
"cord
the
tigo
. . . . . . , My
~-ubal
-
ReHandkonko-rdan,z,
Philadelphia:
Verlag
p. 796.
von
Servants
the P-rophets.
Pu-
18Tl),
C,,,d Jung, My Se-rvants the
:;'"and Rapids: Wm. B. Eer::'shing Co., c. 1952), p. 20.
Peter Lange, Oommenta-ry
Script1t1'6S, "Minor Proc.r,ds Rapids: Zondervan Pu--.:se, 1874), p. 28 (Jonah).
4
A CONVERSãO
DO
HINIVnAS
Aci-r RCiymann
:j
Bounds, Pode-r Através da
:' Paulo: Imprensa Batista
-3:21.
p. 21.
J. Young, Int1'odução CiO
(São Paulo: Edí::\e,ya, 1964), p. 278.
·C.:-d
"wwnto
,::ph F. Norden, The VOiC6
"o,nta ira" que por vezes de""- como se apossou dos fi~':'edeu, discípulos de Jesus,
,,'ê não sabiam "de que es(Lc 9.54). O Novo Tes:=-.fírma: Deus, por intermé~.: do homem "não veio paec.salmas dos homens, mas
.':"-s" (Lc 9,56).
."',ds (Saint Louis: Concor:..'::-:g
House, c. 1963), p. 91.
BIBLIOGRAFIA
.=cbi'Ciica, ed. Rudolf Kittel.
':. !-lsche Bibelanstalt
Stutt-
o profeta Jonas, filho de Amitai, é
caracterizado em seu livro como possuindo uma mentalidade missionária de
pouca abertura. 1 Jonas se mostra espiritualmente muito zeloso, mantendo um
profundo amor a Deus e, entretanto, alimentando um grande desejo de ver os
inimigos do seu povo, os assirios, destruídos. A expressão do amor de Deus
manifestado aos pagãos e sua peculiar
compaixão para com eles é um contraste marcante com o espírito e atitude do profeta.
A Assíria foí sempre símbolo de iniqüidade, hegemonia militar e perigo para Israel. Os sentimentos entre as duas
nações nunca foram de amizade porque
através de toda a história desses povos os assírios infligiram sempre muitas e pesadas perdas a Israel. Isaias
denuncia a Assíria como o centro da
ira e o instrumento de furor de Deus
para disciplinar seu povo (10.5). Jeremias alerta seu povo contra essa nação (2,18; 50.17ss). Oséias (7.11; 8.9;
10.6; 11.11) e Miquéias (5.6; 7.12)
fazem menção deste inimigo de há muito tempo. Nesta perspectiva podemos
compreender o comportamento desobe-
diente de Jonas ao chamado de Deus.
Na sua visão das cousas este povo só
merecia o aniquilamento. Sabia que as
atrocidades cometidas pelos assírios e que os tornavam famosos na antipoderiam eventualmente
güidade 2 sobreviver a Israel novamente. Ao profeta parecia mais viável no momento
que Deus destruísse para sempre esta
nação ao invés de demonstrar-lhe irrestrita compaixão.
Nínive é uma cidade que se qualifica como uma das mais antigas da
civilização. Sua edificação remonta aos
tempos do dilúvio (Gn 10.8-12). Estava localizada às margens ocidentais do
rio Tigre. Escavações arqueológicas demonstraram que a cidade era, aproximadamente, de 13 quilômetros de circunferência e podia abrigar pelo menos 175.000 habitantes. 3 Em vários períodos da sua história, Nínive partilhou com outras cidades o privilégio
de ser a capital da Assíria. A partir
do reinado de Senaqueribe
(704-681
a.C), que a embelezou com templos e
palácios, ela passou a ser a capital difinitiva do império até sua destruição
pelos medos e persas em 612 a.C. 4
123
Não se tem certeza quanto à data
em que Jonas se deslocou a Nínive para desincumbir-se de sua missão. Steinmueller afirma que o fato se deu durante o reinado de Esar-Hadom (771754 a.C.). 5 Sullivan opta por Senaqueribe, firmando-se na arqueologia que
identificou seu palácio de 72 quartos
contendo 9.880 pés de paredes decoradas com pranchas esculpidas. n A verdade é que Jonas é enviado a Nínive
num momento que para Deus era oportuno: "Clama contra ela porque a sua
malícia subiu até mim" (1.1). Depois
de relutar uma vez, Jonas, envergonhado, contrafeito, entra em Nínive com
a sua mensagem: "Ainda quarenta dias
e Nínive será subvertida". E a única
proclamação no livro de Jonas e a mais
breve na Escritura. 7 No original ela
se acha sumarizada em apenas cinco
palavras. Contudo, são palavras do Senhor que tem em si o poder de transformar corações independente da vontade ou atuação daquele que as anuncia. E o inesperado acontece. O milagre é visível: "os ninevitas creram em
Deus",
Que crer é este? O verbo 'aman
usado nesta frase com a preposição b
significa crer, confirmar, estar firme. 8
A mesma construção é usada em Gn
15. 6 para designar a fé e a confiança
de Abraão em Deus, quando se diz que
ele "creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça". A Septuaginta
emprega o mesmo termo grego tanto
em 15.6 como Jo 3.5 e o apóstolo
Paulo o repete ao se referir à passagem concernente a Abraão em Rm 4.
3. Portanto, a fé dos ninevitas é a mesma fé que tinha Abraão. A sua fé também lhes foi imputada para justiça. Corretamente diz Smart que os ninevitas
não apenas creram que a predição de
J onas era verdadeira e se arrependeram em razão do medo; na verdade,
eles responderam em fé ao Deus de
Israel. 9
Quando a tempestade sobreveio ao
navio em que Jonas viajava em fuga
para Társis, os marinheiros
"clamavam cada um ao seu deus", isto é, ao
ídolo que cada um achava fosse o melhor e o mais forte. Os cidadãos de
Nínive, entretanto, são conclamados a
apelar não aos seus deuses, mas a
124
"Deus", como se depreende do versícu10 9: "quem sabe se voltará Deus e se
arrependerá. , ." Esta expressão só pode referir-se ao Deus em cujo nome
Jonas se apresentou em Nínive, muito embora ele não seja explicitamente
mencionado. Em razão disso pode-se
concluir com certeza de que os ninevitas abandonaram
o culto a Marduk,
Ishtar e clamaram ao Senhor de Israel, convertendo-se a Deus. Este fato
é confirmado pelas palavras do próprio
Senhor Jesus, quando diz: "Ninevitas
se levantarão no Juízo com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas"
(Lc 11.32). Asseverar que a crença
dos ninevitas se estendia apenas até
a uma convicção de que a ameaça de
Jonas se cumpriria, e que seu arrependimento foi só uma manifestação exí.erna, é entrar em conflito direto com
a referida afirmação de Cristo, Nosso
texto declara: "os ninevitas creram em
Deus", e quando Jesus afirma: "se ari'ependeram com a pregação de J onas",
ele usa o termo técnico do Novo Testamento, qual seja metenóesan, isto é,
mudaram de mentalidade no seu relacionamento para com Deus.
E realmente fascinante este milagre. Lutero mostra-se atõnito com tal
acontecimento, Não há cidade no mundo que possa ser comparada a Nínive.
Jonas percorreu a cidade apenas caminho de um dia e nem todos os cidadãos o tinham ouvido. Contudo, todos
eles se converteram. Nem Cristo ou todos os profetas e apóstolos foram jamais capazes de levar Jerusalém a tal
ponto pelas suas palavras e seus milagres, embora tivessem ministrado a
ela por longo tempo e pregassem em
todos os cantos da cidade. 10
Mesmo assim é curioso notar que
em lugar algum nos anais assirios se
acha registrada esta conversão em massa ao monoteísmo. Por outro, não transparece em parte alguma na narrativa
biblica que as relações políticas dos assírios com Israel tivessem se alterado
para melhor em razão desse acontecimente.
A transformação
do coração pelo
arrependimento foi comprovada por atitudes externas de conformidade com os
costumes orientais: jejum, cobrir-se de
panos de saco
za. O gesto : e','
quando foi ob~e- "
próprio rei.': ,,~
que o PO'.'o >,~,~:
seu mau ;.::2.:-.::..:.:::~_
.
há em sua;:;: :..:-::.ª-.~~.=.sabe se \'01:a::.~ =
do furoi' da S'C:C' .. :::'
pereçamos -" .:. ~
=
"A'
conSClenClB.
~
_
"_
T'~2'-~-:=~::C_
destruição dê. ,_
retribuição pelê
=
o,
=
Os rituais d,c :'~~_
tas são especi2.I,,:_:.:~
to de até mes:':',
ticos receberem::': ":-,.:
mar a Deus e ,,~:~:-'
de saco. l\la.sc
Laetsch, cita::d: :->
to era um COSê ~_.=
quando mOEi2.
te. 13 Há el'udi:: s ~_,
cuIda de em 8.:,c'::c~
que o texto ",c ',c:~' ~ c
para confirma:' :--"-.
Deus e o cob:',:
pessoas apena2. :
ramente que :"-2'c:,
animais deveri2.",'. ,~, _. c~
mento. Luteyctamento. no \:1'-'" ,,~ ,=:
como coisa te.l.:
ram por inicl2."·,
dade que pode~~ =~.
mo alguma sc;;~·~'
ligada ao fate,
condenar sua a~~_
pendimento un":.a ~:u__._
de em Nínive,
Esta conve"",,:
por Deus. Foi ~2.:
Senhor se arre:=·e:::':~
nha dito lhes f2':2.. = ~.~
Este principio .ia .'-_':>0 :,,'=
mais tarde anm:·:'i2.::"::'
~
Deus diz que i:-é.:i'Ó-s:='~
mas essa nação S,c::--='dade, Deus se a:-7oÕ:-""';-c~-::.
tencionava faze:<'::-.~. :='
o Senhor falar 2·=~:
para a edificar '" el.:.. .., _
Deus se arrepe::d;o-:'< :, '~
~~
ver a dito lhe fa:-':iõ
nive está apro\"ad2.:,'o ..;-·~ ,
ira divina se dis:8.I..,-"
ça sobre Nínive
I
j
1
I
32-Cê
.se
'~
_
Esta eXPle~~~.:
"-'} Deus em cUJo ::o:::e
~:~--2SêlltOll em Nínive, nluic: 7 não seja explicitamente
Em razão disso pode-se
.... certeza de que os ninevi;:C,lam o culto a Marduk,
c.,,:al'am ao Senhor de Is:~ndo-se a Deus. Este fato
pelas palavras do próprio
quando diz: "Ninevitas
3.} no Juizo com esta gera: ::denarão; porque se arre. :,11 a pregação de Jonas"
Asseverar que a crença
:.s se estendia apenas até
""'ção de que a ameaça de
"'l:priria, e que seu arrepen~Ó uma manifestação
ex:' al- em conflito direto com
"fil'mação de Cristo. Nosso
:.: "os ninevitas creram em
c,ndo Jesus afirma: "se arcam a pregação de Jonas",
~,mo técnico do Novo Tes.,,! seja rnetenóesan, isto é,
:~ mentalidade no seu rela':>3.1'acom Deus.
·.7:1te fascinante este milamostra-se atônito com tal
'.'0, Não há cidade no mun,c, ser comparada a Nínive.
:: ,'eu a cidade apenas cami,:lia e nem todos os cida·."-m ouvido. Contudo, todos
·,,:'leram. Nem Cristo ou to:',,'as e apóstolos foram ja~s de levar Jerusalém a tal
, suas palavras e seus mi:':','a tivessem ministrado a
.20 tempo e pregassem em
';',:os da cidade. 10
c.ssim é curioso notar que
:gum nos anais assírios se
c.da esta conversão em mas:~ísmo. Por outro, não trans:-arte alguma na narrativa
"s relações políticas dos asIS1'ae! tivessem se alterado
_ em razão desse aconteci'f}l'mação do coração pelo
~::to foi comprovada por ati:-.:'5 de conformidade com os
-:entais: jejum, cobrir-se de
panos de saco, assentar-se sobre cinza. O gesto teve maior repercussão
quando foi observado e ordenado pelo
próprio rei. 11 Seu decreto implica em
que o povo realmente se converta do
seu mau caminho e da violência que
há em suas mãos. E acrescenta: "Quem
.sabe se voltará Deus e se arrependerá
do furor da, sua ira, de sorte que não
pereçamos?"
(3.9). Isto indica que a
consciência nacional reconhecia que a
destruição da cidade seria uma justa
retribuição pela sua iniqüidade. 12
Os rituais de penitência dos ninevitas são especialmente curiosos pelo fato de até mesmo os animais domésticos receberem ordens para jejuar, clamar a Deus e serem cobertos de pano
de saco. Mas a situação' não é nova.
Laetsch, citando Heródoto, diz que isto era um costume que se praticava
quando morria uma pessoa importante. 1-3 Há eruditos que encontram dificuldade em aceitar este particular a
que o texto se refere e se esforçam
para confirmar pelo menos o clamor a
Deus e o cobrir de panos de saco as
pessoas apenas. 14 Mas o texto fala claramente que tanto homens como os
animais deveriam manter esse procedimento. Lutero considera este comportamento, no que se refere aos animais,
como coisa tola que os ninevitas fizeram por iniciativa própria. 15 Ê verdade que poderia ser iniciativa e mesmo alguma superstição poderia estar
ligada ao fato; contudo, não se pode
condenar sua ação que dava ao arrependimento uma extensão de globalidade em Nínive.
Esta conversão global foi observada
por Deus. Foi tão ampla e real que o
Senhor se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez (3.10).
Este princípio da soberania divina foi
mais tarde anunciada por Jeremias: se
Déus diz que .irá destruir uma nação
mas essa nação se converte da sua maldade, Deus se arrependerá do mal que
tencionava fazer-lhe. Por outro lado, se
o Senhor falar acerca de uma nação
para a edificar e ela pratica o mal,
Deus se arrependerá do bem que houvera dito lhe faria (Jr 18.7-10). Nínive está aprovada diante de Deus. A
ira divina se distanciava e a sua graça sobre Nínive recrudescera.
5-
A
COMPAiXão
DE
j
DEUS
A.cil' Ra-yma.nn
Jonas está irado, vingativo, indignado. Ele havia suspeitado que Deus seria misericordioso, benigno e que se
arrependeria
do mal. J onas está tão
irado que melhor seria morrer que permanecer vivo. Contudo Jonas não pode silenciar a voz insistente falando a
uma consciência há muito escolarizada
no ensinamento da justiça, verdade e
misericórdia: "Ê razoável essa tua ira,
Jonas ?"
Então, para deixar claro ao renitente profeta de que ele está cegado
pelo orgulho pessoal, pelo seu longo e
indigno desejo de vingança e mesmo
pela sua preocupação pelo conforto físico, o Senhor o beneficia com uma enramada que lhe dava suave proteção
do mormaço fustigante que o vento do
deserto lhe trazia. Jonas se alegrou com
a planta mas não há indícios de que
foi grato a Deus por ela. E quando
ela lhe é tirada, sua petulância reto rna, E mais: ousa reinvidicar para si
o direito de irar-se contra o próprio
Deus.
O Senhor, então, faz uma pergunta
a Jonas. Uma pergunta que marca o
clímax do seu livro. E uma pergunta
que atinge a medula do caráter do homem, da sua ética e sua teologia: "Tens
compaixão da planta que te não custou
trabalho, a qual não fizeste crescer;
que numa noite nasceu e numa noite
pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em
que há mais de cento e vinte mil que
não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?" Jonas, na verdade, não
teve compaixão da planta. Estava triste por ela porque tinha compaixão de
si mesmo. Quanto mais o Senhor deveria ter compaixão de uma cidade condenada! A referência de que seus habitantes "não sabem discernir entre a
mão direita e a mão esquerda" tem sido muitas vezes interpretada como significando crianças. 16 Ê muito mais
provável, na perspectiva bíblica, de que
isto se refira a pessoas que não tinham sido ensinadas - como os judeus o foram - a não se desviar "nem
para a direita nem para a esquerda"
125
I
I;
i
i
j
10. LUTHEP...
do caminho da justiça. Esta interpretação é apoiada pelo acréscimo das palavras: "e também muitos animais".
Os animais eram inocentes e iriam sofrer se a cidade fosse destruida. Os ninevitas eram perversos e por isso mesmo mereciam levar seus "poucos açoites" (Lc 12.48).
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O profeta Jonas é um personagem
estranho. Até esquisito. Ê o anti-herói. 17 Ê um individuo rígido, recalcitrante, dado à ira, arrogante, incompassivo. Arrependeu-se
Jonas de sua
arrogante
oposição diante de Deus?
Humilhou-se ele por ter duvidado da
universalidade da graça divina? Certamente que sim. 18 Porque embora a performance do profeta como tal tenha sido negativa, -a sua obra é uma declaração viva da universalidade do amor
de Deus largamente divisada no Antigo Testamento. Por outro, evidencia
claramente o desejo de Deus em receber todos aqueles que em humildade e
arrenendimento se voltam a ele independente de sua raça ou condição de
vida. 19
A igreja deve tomar consciência deste fato hoje mais do que nunca. A
igreja não pode assumir o exemplo do
profeta; deve antes identificar-se com
o padrão divino: ser compassiva. Porque Deus tem compaixão. Amou o mundo. Seu amor é universal. Ê oferecido
também aos mais crassos perversos.
A existência da igreja motiva-se pelo
seu engajamento a esse princípio e à
sua proclamação. Não é novidade dizer que muitas vezes a igreja corre o
perigo de sentir uma perene e limitada auto-satisfação nos caminhos traçados a que ela se habituou. Como um
todo, com sua existência institutcional,
ela nem sempre assume o risco de enfrentar situações perigosas, de se aventurar fora das suas veredas que lhe são
familiares, para percorrer os labirintos
estranhos das Ninives pagãs.
Contudo, Deus diz a Jonas: "Não hei
de eu ter compaixão da grande cidade
de Nínive?"
NOTAS
J onah. In:
Old Testament
\2Rs 14.23The book of
Reading Gui-
de, Collegeville, Liturgical
Press, 1975,
pp. 106-107, por exemplo, não identifica o profeta Jonas com o personagem
histórico que viveu em Gate-Hefer.
2. FARRAR, F. W. The lI'linor Prophets. New York, Fleming Revell, s.d,
pp. 147-148. O autor faz uma descrição
clara e viva da excessiva crueldade dos
assirios.
3, HARRISON,
R. K. Introduction
to the Old Testament. Grand Rapids,
William B. Eerdmans Publishing Company, 1974, p. 909.
4, HAILEY, Homer. A CommentaProphets. Grand Rapids, Baker Book House, 1973, p. 67.
ry on the Minor
E. A
New
York, Joseph F. Wagner, 1944, p. 289.
O autor ainda acrescenta que durante
o seu reinado houve duas catástrofes,
em 765 e 759. Além disso um eclipse
total do sol ocorreu no dia 15 de junho de 763. Todos estes episódios foram considerados como manifestações
da ira divina. Não é de admirar, diz
o autor, que o profeta Jonas, mesmo
sendo de origem estrangeira, podia pregar a necessidade de arrependimento e
obter um auditório atencioso.
5.
STEINMUELLER,
cOmpanion
to
Scripture
John
studies.
6. SULLIV AN, op. cit., p. 115.
the Minor Prop!,~~,
bakkuk. In: L)(U,C
uis, Concordia :2,,
p. 85.
~. __
11. O nome .::.: :~~
porque o autor f"z
rência de passa;.o::',
prática não era ::-,
critores hebret<s. \' é~
2 Rs 3.9, 12; :2 C, _, _
12. HAILEY
13.
LAETSCE
mentary:
The
::
Louis, Concol':':''C
1970, p. 235. "E~:"
a morte de ?or?":,,
cavalaria pets?
do o exército ::=.0:
te cortando s~..
cavalos segun::'.
14.
Sl\IAP..-=-
15. LUTEE::'.
16. SCET.l...-=-=
Testament 8p~
& Row, Pu1;I'<'_~:'
bém KEIL.
C;o,:-
Minor Prophé~'
tary on til f (;
pids, W. B. E",:.~'
pany, 1951. ~. .;,::.-'
17. StTLL'.',.:..2:
18. LAETS:::-::
19. SCAELE
-=-'-=-
c'
7. CRABTREE, A. R. Profetas Menores. Rio, Batista, 1971, p. 112. Falando em como poderia Jonas comunicar sua mensagem aos ninevitas, este
autor diz textualmente: "Jonas fez em
aramaico a sua pregação, isto é, na linguagem do povo da cidade. Em Is 36.11
vemos que pessoas de mais classe entre os judeus entendiam o aramaico".
of Jonah.
8. BROWN, Francis, DRIVER, S.
R. e BRIGGS, Charles A. A Hebrew anã
Em Jn 1. 1-;-: . o =: >é
nhor um grar:do
gasse a Jona~: .o -0e três noite~ r:c
A estas palaYl2.~ do diz: 2 "Pc-c.:", ~~_
Jonas três dia3 .~
do grande pei:-;"
English
Le.ricon
of the Old Testament.
Oxford, The Clarendon Press, 1972, pp.
52-53.
BIBLIOGRFÁFICAS
1. Jonas aparece pela primeira vez
como profeta em Israel nos dias de Je126
roboão II (793-753 a.C.)
25). SULLIV AN, Kathryn.
9. SMART, James D. The book of
Bible. New
York, Abingdon Press, 1956, v. 6, p. 889.
Jonah. In: The Interpreter's
New York.
p. 891.
6
In:
Ab~::-.-'- _
no
JONIS
,
r tl
r ,
_,.;
_""
10. LUTHER, Martin. Lectures on
the Minor Prophets II: Joncch Habakkuk. ln: Luther's Works. Saint Lo-
a.C.
:~'_,,--X.Kathryn..
~'i Testamellt Reaâ. ,-' ';"
-:-S<3-753
-~.~. Liturgical Press, 197.5,
::.01' exemplo, não identifiJDnas com o personagem
~ ~.'iYeuem Gate-Hefer.
?AR. F. W. The Minor ProYork, Fleming Revell, s.d,
O autor faz uma descrição
:1a excessiva crueldade dos
uis, Concordia Publishing
House, 1974,
p. 85.
11. O nome do rei não é fornecido
porque o autor fez apenas uma referência de passagem ao monarca. Esta
prática não era incomum entre os escritores hebreus. Verificar, por exemplo,
2 Rs 3.9, 12; 2 Cr 24.23; 1 Rs 21.1.
12. HAILEY, op. cit., p. 77.
.?ISON,
R. K. Introduction
Testctmwnt. Grand Rapids,
Eerdmans
"
909.
Publishing
Com-
:"'EY, Homer. A Commenta.'.Iin01· Prophets. Grand RaBook House, 1973, p. 67.
::::X::vIUELLER, John E. A
~o Scripture studies. New
:::: F. Wagner, 1944, p. 289.
'-':1a acrescenta que durante
c ia houve duas catástrofes,
759. Além disso um eclipse
: ocorreu no dia 15 de juTodos estes episódios fo:~l'ados como manifestações
,:-.a. Não é de admirar, diz
',e o profeta
Jonas, mesmo
:gem estrangeira, podia pre""idade de arrependimento e
',:ditório atencioso.
3TREE, A. R. Profetas MeBatista, 1971, p. 112. FaJmo poderia Jonas comuni~:c.sagem aos ninevitas, este
~xtualmente: "Jonas fez em
~ua pregação, isto é, na lin':'-'0,\,0 da cidade. Em 1s 36.11
pessoas de mais classe enC'_:S entendiam
o aramaico".
.i\YN, Francis,
DRIVER,
LAETSCH,
Theo. Bible
Com-
Saint
Louis, Concordia Publishing
House,
1970, p. 235. "Heródoto relata que após
a morte de Masistios, o comandante da
cavalaria persa ... juntamente com todo o exército fizeram luto pela sua morte cortando seu cabelo e a crina dos
cavalos segundo seu costume".
mentary:
The
Minor
Prophets.
14. SMART, op. cit., p. 890.
15. LUTHER,
op. cit., pp. 86-87.
16. SCHULTZ, Samuel J. The Old
Testament speaks. New York, Harper
& Row, Publi.shers, 1960, p. 381. Também KEIL, Carl Friedrich. The TweZve
Minor Prophets. ln: Biblical Commentary on the Old Testament, Grand Rapids, W. B. Eerdmans
pany, 1951, p. 416.
Publishing
Com-
17. SULL1VAN, op. cit., p. 106.
18. LAETSCH, op. cit., p. 243.
::...IV
AN, op. cit., p. 115.
;S. Charles A.
13.
S.
A Hebrew cend
leon of the Old Testament.
" Clarendon Press, 1972, pp.
.RT, James D. The book of
The Interpret~r's
Bible. New
~don Press, 1956, v. 6, p. 889.
19. SCARLETT, William. The book
of Jonah.
ln:
The Interpreter's
Bible.
New York, Abingdon Press, 1956, v. 6,
p. 891.
6
JONDS
Walter
E CRISTO
G. Kunstmcmn
Em Jn 1.17 1 lemos: "Deparou o Senhor um grande peixe, para que tragasse a J onas; e esteve J onas três dias
e três noites no ventre do peixe." A estas palavras Jesus se refere, quando diz: 2 "Porque assim como esteve
Jonas três dias e três noites no ventre
do grande peixe, assim o Filho do ho-
mem estará três dias e três noites no
coração da terra."
Com estas palavras, proferidas por
aquele que é "a verdade e a vIda" 3 fica claro para os filhos de Deus que:
1) Jesus conhecia o livro de Jonas e
cita as palavras do relato; 4 2) é relatado um fato histórico, assim como a
ressurreição de Jesus é um fato histórico; 3) negando um, nega-se o outro
necessariamente.
Os liberais, porém, procuram, por
todos os meios, destruir este testemunho de Jesus. Em vez de dizerem: Mt
12. 40 é reforçado por Lc 11. 29 e a
ocasião de Mc 8. 11 é, a mesma, sem,
entretanto, citar as palavras de Jesus
(como, aliás, tantas vezes acontece nos
evangelhos: o que um resume, o outro
traz por extenso), eles ainda citam Mt
16.1 para desacreditar, desta maneira,
o relato evangélico, como se "por engano" tivesse o mesmo evangelista (Mt)
contado a mesma coisa duas vezes, esquecendo de citar aquelas palavras. Mas
o que combina é apenas a exigência
dos inimigos de Jesus, querendo ver,
e isto por duas vezes, um milagre do
céu, um milagre retumbante, maior do
que os feitos pelo Mestre nesta e em
outras ocasiões. Alegam falar de concordância, estando presentes e pedindo
milagre, em Mt 12 "alguns escribas e
fariseus", em Mt 16.1 "fariseus e saduceus", em Mc 8.11 apenas os "fariseus" e, enfim, em Lc 11.29 apenas "as
multidões". Sentindo a importância do
testemunho àe Jesus, apegam-se às divergências mínimas que seguidamente
são encontradas em paralelas nos evangelhos sinópticos. O denominador geral
para os que perguntam pelo "sinal do
céu" é que todos eram inimigos do
Salvador ou, como no caso de Lucas,
estes faziam parte das "multi.dões".
O sinal que pediram arrogantemente - como se os milagres de Jesus
praticados perante eles fossem sem importância - lhes seria dado o que Jesus chama "o sinal de Jonas". Nós, aqui,
aprendemos o por quê do procedimento
de Deus com o profeta desobediente.
Em Jo 13.7 Jesus diz: "O que faço,
não o sabes agora, compreendê-l o-ás
depois." É neste "depois" que Jesus
mesmo interpreta os acontecimentos de
outrora. Não se trata de declararmos
ou não que os contemporâneos de Jesus compreenderam o significado pro127
fundo do acontecimento. Para nós basta a declaração de Jesus que Jonas,
com a permanência no ventre do peixe,
é tipo do sepultamento e da ressurreição de Jesus. E seria "sinal de Jonas"
também a repercussão surpreendente
do chamamento ao arrependimento por
parte do profeta de apenas poucos dias
ou horas entre os ninivitas: creram e
aceitaram a palavra do profeta, enquanto na época de Jesus as multidões juntamente com os fariseus, saduceus e
escribas, com muito mais conhecimento básico religioso do que aqueles e
com três anos de pregação de Jesus
depois de João Batista, não aceitaram
a verdade e não se arrependeram, não
se converteram. Por isso, os ninivitas
iriam testemunhar
no derradeiro dia
contra estes desobedientes. "E eis aqui
está quem é maior do que Jonas" (Mt
12.42), palavra majestosa de Jesus. O
contraste é este: Aqueles ouviram um
profeta de Deus, um profeta humano
com defeitos e pulsilanimidade, mas que
foi ouvido, e o próprio Filho de Deus
não é aceito.
Muitos, até dos nossos, acham dificuldade em explicar os "três dias e três
noites". Laetsch 5 lembra Ester, onde
em 4.16 esta diz: "E não comais nem
bebais por três dias, nem de noite, nem
de dia, ... depois irei ter com o rei",
e logo mais, em Et 5.1, é relatado: "Ao
terceiro dia Ester se aprontou '" e se
pôs no pátio interior da casa do rei".
No NT Jesus prediz em Mt 16.21: "ser
morto e ressuscitar no terceiro dia"; e
é o mesmo Jesus, a boca da verdade,
que, referindo-se a J onas, afirma: "assim o Filho do homem estará três dias
e três noites no coração da terra". Parte do dia, os hebreus sempre contavam
pelo dia inteiro. Jesus, segundo os evangelhos, estava de fato parte de três
dias na terra (no coração da terra).
Lembramos também as demais passagens com referência à ressurreição de
Jesus, onde o texto varia entre "ao
(no) terceiro dia" e "em três dias". 6
Laetsch, 5 a esta questão, diz na nota referente a "três dias e três noites"
de Jonas: "não necessariamente 72 horas", lembrando então o trecho do livro Ester acima citado.
A. Weiser 7 só comenta a superioridade de Jesus sobre Jonas e acrescenta: "Nas partes enigmáticas do 'sinal
de Jonas' determinados traços da na ri28
ração de Jonas são transr.::r:;o·i2.:s. Jesus, como por exemplo, a salv8.<:,ã::;da
morte possivelmente também 0- anunciamento da mensagem após a salvação".
Gerhard von Rad, 8 falando dos "Zeichen" (sinais, não menciona pormenores do "sinal de Jonas".
G. Schille 9 diz, entre outros: "a
volta de Jesus (assim Bultmann sego
Mt 24.30) podia constar somente no
título 'Filho do homem'? A interpretação mais antiga (Mt 12.40) vê o 'sinal de Jonas' na ressurreição ('Erwekcom relação
kung' = despertamento)
aos três dias entre cruz e ressurreição
(cf. 1 Co 15.4)." Ê bastante importante esta última citação, pois lá Paulo
argumenta:
"( que Cristo ... ) foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia
segundo as Escrituras". Schille interpreta o "sinal de Jonas" como proféticotípico, o que é bem certo.
O Hofius 10 escreve: "A idéia vetero-testamentária
do profeta como 'sinal' de Jeová se baseia em Jesus, dizendo segundo Lc 2.34 ser ele o 'sinal' dado por Deus, no qual se decidem rui na e levantamento, salvação ou
perdição de cada homem. Neste contexto pertence também a recusa de Jesus
quanto à exigência de sinais (Me 8. 11
par.), que em Mt 12.38; 16.1; Lc 11.
16,29 ligada com o 'sinal de Jonas', na
sua interpretação
disputada, 11 Jesus
denuncia a exigência de sinais como
pretexto e impertinência ... "
Na seleção de vozes de teólogos
modernos a respeito da nossa questão
finalmente queremos juntar ainda Krinetzki 12 que, depois de ridicularizar a
"miirchenhafte
Darstellung"
(a maneira 'fabulosà' de apresentação)
do
Livro de Jonas, acrescenta: "Também
a referência ao descanso de três dias
de Jonas no centro do peixe por Jesus (Mt 12.40) não constitui prova
para a historicidade", diz ele, "deste
pormenor ou de toda a narração do
livro de Jonas. Jesus aproveita (sic.)
esta parábola do AT da mesma maneira como o pregador cristão aplica as
suas comparações. Mas não é sem importância que também Cristo põe diante dos judeus de seu tempo a conversão dos habitantes de Ninive como
exemplo da conversão que deles (de
seus contemporâneos) esperava (Mt 12.
41; Lc 11.29-32)."
Prof. Jeremia~'
profunda o estud.:, ,: o::
nas. Fala das 1,0" c,~.õ ~
posteriormente :,0':,0: c-'
pessoa deste p:c~,o: ...
Rabi Jonathan
nas só foi . a S
de de dar' ·:a'c.. =
pois está E'~.::.:c,
me e atira:·-:',,,, ':.:..:.
O mesmo ~e .,
tas que se er-c: ~
favor de IS:2",:
tegral'."
Mais adian:=
"sinal de Jona~
dades seguin:",~
que originalm",:-,:=
pendimento ~'" .~-po de João
B
o nome; 2!
referir-se ao
to de Jes1ui de::
As duas int.:::]::.=::..,
cusa com b·::I:S ::..::::-;se decide pel.:
do profeta cb ':-'~-"
rinho" como
mentado por J::-oÓo=
gundo Lucas.
novo sinal dê ~',__
timação do '2"
vamento da
sinal do Filh·:
les que exigj3 r-',
Prof. Reng=':--,
dedicou bastan:~ c.'~ __ ;
Zeichen" (o S::-. ê
entre as aplic2ç'-."-=
melhor: "Jon2~ -.=-'
particularidade
2"0
~~
tórico", 1.e.. "'':''0
Jonas como ao:,
Deus ('do cé,,:
quem o profeta
outros person2.g"o = o. '-, -'bém servirian: 2",
pretação, diz e1",
que se faz dê :C·I: _ ~, ~
revisão cristã ,:5.2:72 =- o:~ ;;
judáica, querendo :.:;~, ~ ::
gens pensament:õ ::õ:-cc-o, ~"
sonalidade mess:é:.::Õ ~o_ ]!!
surreição, ou en:L: ,-=
vras de Jesus e=.:. =
(palavras de ar::cE'21"-"
~
sua incompará':el :õ'.:-c:
.. =~
guida trata, en-: '0.
"do sinal exigido "~
"O,
=-,
:=-_23 são ~:'-·?~:-_3:~':'__ ~
,:~:' exemplo. a 52~c,'2,_c __
':"2Imente também <) a:-c..:-.
és. mensagem após a salya-
--on Rad, 8 falando dos "Zei'_~_ não menciona pormeno',s.: de Jonas".
,:e .-. diz, entre outros: "a
".o"s (assim Bultmann sego
::-odia constar somente no
do homem'? A interpreta.:-c:iga (Mt 12.40) vê o 'si-'..0 - na ressurreição
('Erwek,,5pertamento) com relação
~,5 entre cruz e ressurreição
5 4 I." Ê bastante importan:::na citação, pois lá Paulo
" I que Cristo ... ) foi se'cssuscitou ao terceiro dia
Escrituras". Schille interprede Jonas" como profético:" é bem certo.
,,,' escreve: "A idéia vete',~ária do profeta como 'si''-.,0.
se baseia em Jesus, di:-,:10 Lc 2.34 ser ele o 'si:::'1' Deus, no qual se deci" levantamento, salvação ou
cada homem. Neste contex:ambém a recusa de Jesus
:'~5'éncia de sinais (Mc 8.11
°:-;1 Mt 12.38; 16.1; Lc 11.
~, -:om o 'sinal de Jonas', na
: ,,:ação disputada, 11 Jesus
exigência de sinais como
::,:pertinência ... "
,:ª-o de vozes de teólogos
- :-espeito da nossa questão
:',',eremos juntar ainda Kri;: depois de ridicularizar a
:~e Darstellung"
(a ma.é:sa de apresentação)
do
::'2.S. acrescenta: "Também
_ 2.0 descanso de três dias
-: centro do peixe por J e: 40) não constitui prova
.: ~-:-icidade", diz ele, "deste
: __ de toda a narração do
,:-.2.5. Jesus aproveita (sic.)
és. do AT da mesma manei:::-egador cristão aplica as
-::.;<5es. Mas não é sem im" também Cristo põe di:",',:s de seu tempo a con..2.bitantes de Ninive como
: :,}nversão que deles (de
.: :,:-âneos) esperava (Mt 12.
i
=~-32-1 ,"
Prof. Jeremias 13 trata de maneira
profunda o estudo sobre o profeta Jonas. Fala das lendas que os israelitas
posteriormente teceram com respeito à
pessoa deste profeta, das quais a de
Rabi Jonathan (ca 140 AD) diz: "Jonas só foi (a Ninive) com a finalidade de dar cabo de si mesmo no mar,
pois está escrito: 'E lhes disse: pegaime e atirai-me para o mar' (Jn 1.12).
O mesmo se dá com os pais e profetas que se entregaram a si mesmos a
favor de Israel. Foi ele um 'justo integral'."
Mais adiante trata da palavra do
"sinal de Jonas" e mostra as possibilidades seguintes de interpretação:
1)
que originalmente o pregador de arrependimento se teria referido como tipo de João Batista> interpretado mal
o nome; 2) que também é possivel
referir-se ao sermão de arrependimento de Jesus depois de João (Mc 1.15).
As duas interpretações J. Jeremias recusa com bons argumentos e, sob 3),
se decide pelo "milagre do salvamento
do profeta do interior do monstro marinho" como o milagre, sinal, experimentado por Jonas. Ele conclui: "Segundo Lucas, tanto o antigo como o
novo sinal de Jonas constitui na legitimação do em-issãrio de Deus pelo salvamento da morte. Este seria o único
sinal do Filho do homem, dado aqueles que exigiam um "sinal do céu".
Prof. Rengstorf,14 sob "seemeion",
dedicou bastante atenção a "das JonaZeichen" (o sinal de Jonas), e acha
entre as aplicações a seguinte como a
melhor: "J onas mesmo é o sinal na
particularidade de seu surgimento histórico", i.e., que a passagem designa
Jonas como aquele em quem o próprio
Deus ('do céu') a si se refere como
quem o profeta é presente. Ele lembra
outros personagens proféticos que também serviriam de "sinais".15 A interpretação, diz ele, dependeria do juizo
que se faz de Mt 12.41 se efeito de
revisão cristã da tradição apocalípticajudáica, querendo ligar a estas passagens pensamentos carismáticos da personalidade messiânica, sua morte e ressurreição, ou então incluir estas palavras de Jesus entre os "Drohworte"
(palavras de ameaças) e afirmação de
sua incomparável autoridade. No seguida trata, em capitulas separados,
"do sinal exigido de Jesus", e depois,
"do sinal do Filho do homem", também
"do sinal que é alvo de contradição
(Lc 2. 34)" Mas do sinal que comprova a messianidade e divindade do Cristo, a saber, a sua morte e, especialmente, a sua ressurreição ao terceiro
dia, não é tratado, a não ser numa nota (n' 264, pg. 235), onde diz: "Como o contexto da palavra não lembra
nem a cruz de Jesus, nem a sua ressurreição e glorificação, não há razão
alguma de negar a Jesus a autoridade
da frase Mt 24. 30-a que na sua forma enigmática dificilmente pode ser
declarada como construi da pela congregação ou até por um redator."
Prof. Theo Laetsch 16 escreveu: "(O
milagre da salvação de Jonas do ventre do peixe) aconteceu para profetizar e servir de tipo para o maior milagre na terra, o milagre no qual toda a fé cristã, a certeza de nossa redenção, nossa esperança da ressurreição e da vida eterna é fundamentado.
De fato, Cristo mesmo faz conexão de
seu descanso singular de três dias e
três noites no túmulo antes de sua ressurreição com a estadia de J onas de
três dias e três noites no ventre do
peixe: 'assim como Jonas - assim o
Filho do homem' (Mt 12.40). Cristo
evidentemente considerou Jn 1.17 não
como parábola ou ficção, mas como fato histórico, assim como é histórica a
sua ressurreição. "Assim como" significa de maneira parecida. Caso a estadia de Jonas no ventre do peixe for
mito, então o sepultamento e o descanso de três dias de Jesus no túmulo
seriam, segundo a própria lógica dele,
um mito também; sua "ressurreição"
não seria ressurreição, mas um mito,
e a sua reivindicação de ser o Redentor enviado por Deus seria ... a pena se recusa a escrevê-Ia! Assim como Jesus esteve deitado no túmulo
três dias, assim como Jesus ressurgiu
de novo, assim como são fatos históricos, assim também é o cativeiro de
três dias de Jonas no ventre do peixe,
e seu salvamento não são uma história legendária, uma mera parábola,
mas um fato il'l'efutável, verdade histórica. De outro modo Cristo nunca o
teria considerado um sinal e profecia
de seu próprio sepultamento e ressurreição depois de três dias."
Esta é a confissão de nossa igreja.
Esta é a nossa confissão.
129
NOTAS
9. "J onaszeichen" (sinal de J onas) ,
em Reicke-Rost, Bib1. Historisches Handlexikon H, 883.
BIBLIOGRÁFICAS
1. Outra contagem: 2. 1.
10. Sob "seemeion, Zeichen, Wunder" (sinais, milagres), em "Begriffslexikon zum NT, H/2, pg. 1447 s.
2. Mt 12.40.
3. Jo 14.16.
11. Cf. Theo1. WoI'teI'buch lH, 411
sgs.
12. Leo Krinetzki, "Das AT, eine
theologische Lesehilfe" n, pg. 206.
13. D. Dr. Joachim JeI'emias, DD:
"Der Prophet Jonas", em Theo1. Worterbuch Hl, pg. 410 sgs.
14. Dr. Karl Heinrich Rengstorf, em
Theol. Worterbuch zum NT, VII, pg.
231 s.
4. Jn 1.17.
5. DI'. Theo Laetsch,
phets, pg. 228.
Minor Pro-
6. Assim também Mt 17.23 e At
10.40; "em três dias: Mt 26.61; 27.40
e Jo 2.19.
7. Artur Weiser; Das Buch der 12
Kleinen Propheten.
15. Js 8.18; 20.3;
16. 1.c. pg. 218.
8. Theologie des AT, H, 107 ff.
-:0:-
130
Ez 12.6 e outros.
DOCUMENTO
c."'zeichen" (sinal de Jonas),
?:)st, Bibl. Histo'risches Han-
DOCUMENTOS
S83.
"seemeíon, Zeichen, Wun, milagres), em "Begriffsle:\-T, Il/2, pg. 1447 s.
Theol. Wi:irterbuch IIl, 411
Krinetzki, "Das AT, eine
Lesehilfe" lI, pg. 206.
=T. Joachim Jeremías, DD:
:-_=,Jonas", em Theol. Wi:ir?g. 410 sgs.
Xarl Heinrich Rengstorf, em
:~=rbuch zum NT, VII, pg.
, 18: 20.3; Ez 12.6 e outros.
218.
A
MAÇONARIA
o tema "A Maçonaria" volta a ocupar a atenção das igrejas e o interesse do mundo em geral. O que é a maçonaria? Quais os seus objetivos e propósitos? Há incompatibilidade entre a
igreja e a maçonaria? Eis as perguntas que estão novamente em discussão.
Os motivos que despertaram estas
perguntas são muitos. Da parte das
igrejas foi o movimento ecumênico, a
aproximação com as religiões pagãs, a
tentativa de unir todas as forças vivas
do mundo para uma luta mais decisiva em prol da paz mundial, da fraternidade humana e da justiça social. Neste esforço comum, houve também da
parte dos maçons maior abertura. Eles
dão a conhecer publicamente os nomes
de seus dirigentes e integrantes, chamam a atenção para as suas realizações e combatem as acusações e incriminações que vêm sofrendo. Neste diálogo, as igrejas ouvem dos maçons:
Não somos uma organização secreta,
não somos religião nem substitutivo para a religião; antes favorecemos os
verdadeiros principios religiosos, lutamos somente pelo aperfeiçoamento moral do indivíduo e da humanidade, promovemos a união e a paz, amamos a
liberdade, praticamos a caridade.
Diante desta nova situação, as igrejas, especialmente as que condenavam
a maçonaria e não permitiam que seus
membros pertencessem a ela, precisam
examinar sua posição. A igreja católica, que no passado condenou a maçonaria pela bula "ln Eminente" do Papa Clemente XII (1738), pela bula "Providas" (1751), pela bula "Humanum
Genus" de Leão XIII (1884), e ainda
Obs.: O número no fim das citações
refere-se às obras citadas e enumeradas
no fim do trabalho. Ao número segue
a indicação da página no referido trabalho.
131
pelos cânones 684 e 2335 do "Codex
Juris Canonici" que proíbem aos católicos, sob pena de excomunhão, inscreverem-se nas associações maçônicas
ou e moutras associações semelhantes
(1 - p. 892).
Algumas posições dos católicos já
foram publicadas, como consta:
"A condenação e excomunhão das
bulas papais só atinge aqueles que pertencem a uma loja que realmente é
contra a igreja" (Cardeal Seper, presidente do Congresso Romano sobre Fé,
16.7.75 (2 - p. 64).
"li: certo que a maçonaria não conspira contra a religião. Quanto à maçonaria dos países dá Europa e da América verifica-se que, hoje em dia, parece, em muitos casos, ter perdido suas
concepções anti-cristãs, tornando-se mera sociedade de garantia de interesses
sociais e profissionais de seus membros" (Cardeal Seper) (3 - p. 894).
Igualmente evangélicos, que sempre
foram mais liberais em relação aos maçons, imitiram o seguinte parecer:
"Uma objeção generalizada contra a
filiação de um cristão evangélico à maçonaria não pode ser tomada (Evangelische Zentralstelle für Weltanschaungsfragen) (2 - p. 22).
Pode um cristão ser um maçon? Esta pergunta deve ser respondida com
um claro sim. Pode um maçon ser um
cristão? Quem realmente segue o caminho de Cristo e faz a vontade de Cristo, isto só' Deus, que conhece os corações, sabe. O ofício de julgar os corações não cabe a nós.
Se alguém pertence a uma união de
homens (desde que não veja nisto uma
necessidade para a salvação), ou se usa
roupas especiais (desde que não sejam
contra o bom gosto ou despreze outros
simbolismos) ou se opina sobre perguntas políticas, são em última análise questões pessoais e da responsabilidade individual" (Kirchenamt der VELKD) (5
-
p. 41).
Pergunta-se agora, qual a posição da
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
(IELB) frente ao problema? Devem as
congregações luteranas permanecer em
sua posição, onde se afirma: "A nenhum
congregado luterano é permitido est.ar
filiado a uma organização secreta. Ex.:
a maçonaria, ou deve esta cláusula ser
riscada?
Para responder est.a pergunta, vamos focalizar a maçonaria no que tange ao seu ser, seus objetivos, seus ritos e
sua religiosidade. Deixaremos de lado
o est.udo sobre seu desenvolvíment.o hist.órico.
Em todas estas considerações, devemos manter em mente que apesar de
maçons dissidentes terem revelado algumas coisas a respeito da maçonaria
e pela guerra terem vindo à luz alguns
documentos, muitas coisas ainda permanecem em dúvida. A maçonaria ainda
está envolta por um véu impenetrável.
Suas reuniões são fechadas a pessoas
estranhas e os historiadores não têm
acesso a seus arquivos. Por isso só nos
é possivel, e isto com reservas, julgar
e interpretar os maçons à base de suas
próprias declarações.
QUE Ê A MAÇONARIA?
Ouçamos o que eles dizem:
- "A maçonaria é uma união de
homens que busca, por uma união fraternal e através de ações e rituaís honrados, o aperfeiçoamento e enobrecimento da pessoa (~açons de Frankfurt)
(5
-
p. 5).
- ~açonaria é uma ciência, nascida de uma necessidade interna, que aspira continuamente ao desenvolvimento
do espírito e das manifestações da alma, para elevar o homem e a humanidade a um grau moral superior. Trabalha para isso por seu meio peculiar,
através de símbolos e rituais, como símbolos de seus ideais e pensamentos
(Grande Oriente dos Países Baixos) (8
- p. 17).
-- A maçonaria é uma instituição
essencialmente
filosófica, filantrópica,
educativa e progressista
(Loja ~inerva, de Porto Alegre) (6 - p. 1).
- A maçonaria é o último dos grandes sistemas de uniões de homens com
o alvo do aperfeiçoamento ético e moral de seus associados (5 - p. 5).
- A maçonaria é uma união secreta, que tange o laço da fraternidade
em torno de homens livres e honrados,
laço que é mais forte e alto do que
as uniões profissionais, patrióticas, nacionais ou religiosas" (Goblet d'Abeill,
lideI' maçon) (1 - p. 53).
Disto e de outras fontes, até. onde
nos foi possível ver, chegamos à seguinte definição: A maçonaria é uma
entidade fecl18.~'
termo secrets
çons não conCG' mens de tods.~ c,
giosos ou C:"):::,.
a verdadeLs ,..2
membros ,,:0..:. , , __
mente ricos. rr:~" . --.ra o seu su~:e:-.'
socorrer outr0~
que excede o~ :~:
religiosos. Ela ~'"
des grupos: le~ __
,~. ~c
pelos seguime~ ::. ~
_
tem mulheres e:-:', =,::
que seus integ:'2.:-.:~'
superior (a q,:",:::-,
mo Arquiteto
__,.
reuniões disp,::s~
nais ou discc:ss~c~
i.rregulares, dh':~: c"
se por algum2." :::: ::-__
::: :,::.
mitem mulhere"
até professandc
discussões sob:",
livro é um livre . __, " ~~-=-'--"
Assim temc5 =".:.,
' -"
bem com os gc-;õ::;::::
-'"
tros que trama-,".=,: -----_ ~
"'li
e lut.avam con,,',
religiosas. )'h::':-~ --~ '=;
princípio de Ebe: _',:munismo, ma~ 2.:
se de lojas n12.ç:=-,-",'
nist.as. promm'e"'" o
rilhas (9).
Nós no Bn,,,':
maçons por nos",',
mite a liberdade
Para outros 8.
tituição secreta
ciedade de alLx2,
mento nas miL~ _= _
essas fortemen:e "
.~
çons.
OBJETIVO
DO,'
Afirmam os
~
':::',"-o'-=':
'to ve-rà8.,iE:~:' _
o:.
--=
'""_~
naria pode res°.c::,~='",,~
.:.cc:'-..1s
desfazer nos horr:oõ::-:"
:0 -, ""
casta, as con",'e:--:'.'- 0.. ' 5;
cor, origem, C p:..::cs.: ~ - ~
aniquilar o fana :cõ.=.,
extirpar os Ódi':5 ::ó
o açoite da gue:-'·::
chegar pelo Ji,":-oõ~ - _.~
a uma fórmula
132
..
~
5::,onder esta pergunta, va.ê.:'a maçonaria no que tan· seus objetivos, seus ritos e
:' Jade. Deixaremos de lado
::e seu desenvolvimento his" estas considerações, deveem mente que apesar de
,,:dentes terem revelado al.ê.3a respeito da maçonaria
: a terem vindo à luz alguns
"mitas coisas ainda permaC;':;vida.A maçonaria ainda
: por um véu impenetrável.
'25 são fechadas a pessoas
os historiadores não têm
.3 arquivos. Por isso só nos
~ isto com reservas, julgar
· os maçons à base de suas
:iarações.
:'.IA.ÇONARIA?
D que eles dizem:
::açonaria é uma união de
'(usca, por uma união fraa',-és de ações e rituais hon:::'eiçoamento e enobrecimen(5
}Iaçons de Frankfurt)
:-.2.l·iaé uma ciência, nasci:-::,cessidade interna, que as.ê.:nente ao desenvolvimento
~ das manifestações da al.:,--ar o homem e a humani;:-au moral superior. Tra:53D por seu ,meio peculiar,
:::-::bolos e rituais, como símo .:3 ideais
e pensamentos
.:,:::e dos Países Baixos) (8
-'-;,:,naria é uma instituição
...::' filosófica, filantrópica,
:::ogressista (Loja Miner.·Uegre) (6 - p. 1).
: :-.aria é o último dos grane
.3.euniões de homens com
.:: 2:"feiçoamento ético e mo.ê.s50ciados (5 - p. 5).
; ::-.aria é uma união secre.:~ o laço da fraternidade
..:,:nens livres e honrados,
::'.:3.isforte e alto do que
· .::'i3sionais, patrióticas, na.oi:,::'iosas" (Goblet d'Abeill,
1-
p.
53).
.c outras fontes, até onde
ver, chegamos à seA maçonaria é uma
entidade fechada (outros preferem o
termo secreta, com o que alguns maçons não concordam), que congrega homens de todas as raças e credos religiosos ou políticos, que alegam buscar
a verdadeira luz, ou a verdade. Seus
membros não precisam ser necessariamente ricos, mas terem o suficiente para o seu sustento e dos seus e possam
socorrer outros, numa união fraternal,
que excede os laços políticos, nacionais
religiosos. Ela se divide em dois grandes grupos: regulares, que se destacam
pelos seguintes princípios: Não admitem mulheres em suas reuniões, exigem
que seus integrantes creiam em um ser
superior (a quem chamam de Supremo Arquiteto); não permitem em suas
reuniões disputas religiosas confessionais ou discussões sobre política; os
irregulares, divididos entre si, destacamse por algumas organizações que admitem mulheres e ateus declarados, ou
até professando certos credos, admitem
discussões sobre religião e política, seu
livro é um livro com páginas em branco.
Assim temos maçons que se deram
bem com os governos e as religiões, outros que tramavam contra os governos
e lutavam contra certas denominações
religiosas. Muitos hoje, devido a seu
principio de liberdade, repudiam o comunismo, mas ao mesmo tempo sabese de lojas maçônicas que são comunistas. promovem e financiam as guerrilhas (9).
Nós no Brasil "agradecemos"
aos
maçons por nossa constituição, que permite a liberdade religiosa.
Para outros a maçonaria é uma instituição secreta, uma máfia, uma sociedade de auxilios mútuos, um instrumento nas mãos de Israel, acusações
essas fortemente repudiadas pelos maçons.
OBJETIVO
DOS
MAÇONS
Afirmam os maçons:
- "O verdadeiro objetivo da maçonaria pode resumir-se nestas palavras:
desfazer nos homens os preconceitos de
casta, as convencionais distinções de
cor, origem, opinião e nacionalidades,
aniquilar o fanatismo e a superstição,
extirpar os ódiós de raças e com eles
o açoite da guerra; em uma palavra,
chegar pelo livre e pacífico progresso
a uma fórmula e modelo de terna e
universal justiça, segundo a qual todo
ser humano possa desenvolver livremente as faculdades de que esteja dotado
e possa vir a concorrer cordialmente
e com todas as forças para a comum
felicidade dos seres humanos, de sorte
que a humanidade venha a ser uma só
familia de irmãos unidos pelo afeto,
cultura e trabalho (Rebold, História da
Maçonaria) (8 - p. 62).
- A maçonaria trabalha para o melhmamento intelectual, moral e social
da humanidade. Daí seu lema: Ciência,
Justiça e Trabalho. Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e da prática das virtudes (Loja Minerva, de Porto Alegre) (6 - p. 4).
- Que querem os maçons? Eles
querem aperfeiçoar o homem moralmente., Seus principios básicos são: Liberdade, Tolerância e Fraternidade"
(Rudolf Appel, líder maçon de Hamburgo)
(2 -
p. 65).
Quanto nos é possível julgar, a maçonaria afirma ter o propósito de lutar
pelo aperfeiçoamento ético do homem
e da humanidade. Combater o fanatismo e promover a união da humanidade. Que significa isto? Se querem melhorar o indivíduo e a humanidade, porque as mulheres e as crianças e as classes menos favorecidas estão excluídas?
Não deveria a educação moral atingir
todos e isto desde o berço? Se querem
desfazer todos os preconceitos e as classes que dividem a humanidade e iniciam este trabalho formando preconceitos, criando uma classe distinta e das
mais fechadas que existem? Se querem
promover uma união e lutar contra o
fanatismo, perguntamos:
o que é fanatismo? Confessar a verdade religiosa com confissão clara é fanatismo?
Voltaremos a estas perguntas nos próximos capítulos .
RITOS
E SIMBOLOS
DOS Jl1AÇONS
A maçonaria não possui uma base
espiritual contida em palavras ou formulada em doutrina, Procuram alcançar seus objetivos éticos pelo galgar de
graus, por ritos e símbolos, que em
sua maioria, foram extraídos do ofício
de pedreiro, visto que a maçonaria representa figurativamente a arte de construho,
133
Ouçamos o que os maçons têm a
dizer sobre' seus graus, ritos e simbolos:
- "A base espiritual dos maçons
não se representa em primeira linha
em. palavras, mas por símbolos que foram tomados das profissões dos arquitetos, já que éles representam simbolicamente a arte de construir. A simbólica dos maçons consiste em atos simbólicos, sinais simbólicos e rituais. Aos
símbolos pertencem: A Bíblia (que em
outros paises pode ser substituída pelo livro religioso em vigor, ex.: o Corão. Os maçons irregulares não aceitam a Bíblia, mas colocam em seu lugar um livro com todas as suas páginas em branco), o esquadro, o compasso. o martelo, a colher de pedreiro, a
mesa de trabalho; e oS que dirigem o
trabalho devem estar aparamentados
com luvas brancas e o avental (8 p. 22).
- A maçonaria é ciência velada por
alegorias e ilustrada por simbolos. Simbolismo é alma e vida da maçonaria;
nasceu com ela, ou melhor, é o germe
de que brotou a árvore da maçonaria
e que ainda a nutre e anima (Encyclopedia de Ia Maçonaria)
(8 - p.
101).
Os símbolos maçônicos, derivados
dos simbolos primitivos, foram aplicados à arte de construir desde a origem
dessa mesma arte" (8 - p. 101).
Os graus inicialmente eram três:
aprendiz, companheiros e mestre. Algumas lojas permanecem com estes três
graus, outras têm mais alguns e outras
chegaram até 33 graus e mais.
Por ritos ent endem o correto desenvolvimento das ações culturais, que têm
como centro o homem ao qual visam
aperfeiçoar e enobrecer.
Sobre o significado dos símbolos, citaremos o que Rolf App€l, líder da Grande Loja alemã de Hamburgo, escreveu:
Os símbolos maçons fogem a uma
interpretação
racional e lógica. Têm
muitos sentidos - por isso são inesgotáveis - eternos e inacessíveis à experiência. O trabalho no templo simboliza tanto o trabalho no seu próprio
aperfeiçoamento,
como no aperfeiçoamento moral do mundo. A pedra simboliza a imperfeição; nela o aprendiz
deve labutar para seu aperfeiçoamento
(2 134
p. 64).
Diante deste quadro surgem muitas
indagações. "Ê possível haver uma união
fraternal que sem dogma e uma base
doutrinária possa alcançar a edificação
moral? Esta pergunta parece até hoje
não ser respondida pelos maçons"
p. 38). Outro enigma, tanto do ponto
de vista histórico, como de seu real significado é: como vieram parar na maçonaria os traços judaicos, por exempIo: o templo de Salomão, a lenda do
rei Rirão de Sidom, a mesa que figura
a arca, a estrela judaica, o avental figurando o véu do templo. Isto levou a
alguns a afirmarem:
A maçonaria é
um braço do sionismo.
Como vemos. tanto em seus objetivos. como a respeito dos meios de alcançá-los, por ritos e símbolos, há grandes incógnitas. Os maçons o explicam,
afinnando que as forças destes ritos são
ihexplicáveis, só podem ser conhecidas
pela experiência, em outras palavras
tornando-se maçon.
(5-
o
SEGREDO
DOS MAÇONS
Por muitos séculos os maçons foram
acusados de serem uma organização secreta. A história o confirma. O manto
do silêncio os envolveu por muito tempo e ainda continua a envolver muitas
coisas dos maçons. Os maçons contestam esta afirmação, dizendo que não
possuem segredos, mas cultivam a virtude do silêncio. Vejamos o que eles
afirmam:
- "O chamado segredo maçônico é
justamente o ponto sobre qne mais se
tem especulado e no qual se baseiam
os que condenam nossa Ordem Augusta. Não compreendendo a sua verdadeira razão, ou seja, o caráter espiritual, iniciático e construtivo desse segredo, não querem ver no mesmo mais
do que um pretexto para fins execráveis on pelo menos, tais que não podem ser confessados publicamente por
temor da luz do dia (8 - p. 93).
- Cada um que se ocupa com a
maçonaria, percebe que há um segredo
na maçonaria, que já por séculos une
os maçons. Esse segredo está nos rituais que agem sobre e desprendem
forças na alma de seus participantes
para beneficios próprios e dos que os
ce,'cam. Estes segredos não podem ser
desvendados, mas são vivídos e experimentados na alma ... Por isso num dos
manuais da ma'~':,,:',.:'
ta: "A nlaço"a~':. .
mas é um 5e;:::e:'::
- Calin ~ :::.:
tude, que dec.'~c;-:
se refere s ':
mas de Il:C.=,'=
mãos. E12 .e 2-=-.' o o
à exagera:'a
po
(Rolf
..';..::::=l
-
O 5eg~e:'::
cia pessoa.l. I o~.
ta um mesLe .' c .
tudo iria aCG:-::~'~:
no meio de r:'i".:'
foram desver,:i'C.::'
meu íntimo. A." I:.~,
olhos. Isto :[.'coõ: , __
quiserem e ;-:=".
senti neste rr::o posso expr:::',:,.
timentos que "
tal' e não deo.. "
de um saceni·: ~=
samento, o oe- ,"'.= -,
Nestes mome:-:::=
critíveis. O ~i'g:,,-'
vivência (5 - :
- A nlaçc:-."-,. '. c
ereta? Não. ]:,ol:. o..
existência. pCl~ ;~
da. As auto,'i:':",:':e o i,
concedem pe:'o:'."-l.:i::
fins são amr':'.,..:~:-:-~
cionários,
~
enc~,~'
rias, etc. O 0.:--:" =~=-.. ,não se conheci' ,- '
gresso na in":l:
ra se recon}:e:,o:
em qualquer ]:2.> _
do de intel'pl,o: "seus ensiname,,:: ~ ja Minerva. P':''l:
Afirma Ss::~ õ,:
tar calado, e :i':C.I' ,
Tudo tem a "._,,-:"".:..:'"
Se é para fala,
se deixo de :fala,
do. "Quenl nã,: relê
homens, diz Ji'~',,,
fessarei diami'
nos céus i :\1: :.
é uma virtudi', : para evitar o :-.::=-. -=-_0
res que visan::
por que vamo~ i'õ:: =- i c, ::
doutrina dos r;, ê: :,..~
este poder, po::,,Uvo de calar i:? :::'.
quadro surgem :-c..,i:as
Ê possível haver uma união
..é:5,e
_'é: sem dogma e uma base
::,Jssa alcançar a edíficação
:" pergunta parece até hoje
: :ndida pelos maçons" (5":J enigma, tanto do ponto
':Órico. como de seu real sieomo vieram parar na ma,l-aços judaicos, por exem:::0 de Salomão, a lenda do
é: Sidom, a mesa que figura
",,'ela judaica, o avental fí·-é".., do templo. Isto levou a
'::'::-marem: A maçonaría é
sionismo.
~:-":os,tanto em seus objeti'.. respeito dos meios de al:: ritos e símbolos, há gran:2.S. OS maçons o explicam,
";e
as forças destes ritos são
. só podem ser conhecidas
_~ncia. em outras palavras
,",laçon.
i) DOS MAÇONS
,:'5 séculos os maçons foram
, serem uma organização se-,ória o confirma. O manto
: s envolveu por muito tem-Jntinua a envolver muitas
,-::açons. Os maçons contes,-c'i'mação, dizendo que não
2: edos, mas cultivam a vir_",",cio. Vejamos o que eles
u2mado segredo maçônico é
~ ponto sobre que mais se
,.3.do e no qual se baseiam
::é:l1amnossa Ordem Augus~:pl'eendendo a sua verdaou seja, o caráter espiri-_,:'c·e construtivo desse se>::erem ver no mesmo mais
:,:'etexto para fins execrá:: menos, tais que não po'-.fessados publicamente por
= do dia (8 p. 93).
::m que se ocupa com a
::e:'cebe que há um segredo
--, que já por séculos une
Esse segredo está nos ri:'::'em sobre e desprendera
:,::na de seus participantes
-:>JS próprios e dos que os
: é:S segredos não podem ser
111assão vividos e experi,:, 3.1nla... Por isso num dos
manuais da maçonaria de 1863 consta: "A maçonaria não tem segredos,
mas é um segredo (4 - p. 22).
- Calar é para oS maçons uma virtude, que deve agir educativamente. Ela
se refere ao ritual, às conversas íntimas de irmãos, à informação sobre irmãos. Ela é antes uma contra-ofensiva
à exagerada verbosidade de nosso tempo (Rolf Appel) (2 - p. 64).
- O segredo dos maçons é a vivência pessoal. Isto é indispensável. Relata um mestre maçon: "Eu sabia como
tudo iria acontecer. Mas quando estava
no meio de meus irmãos, e meus olhos
foram desvendados, fui comovido em
meu intimo. As lágrimas me vieram aos
olhos. Isto posso relatar quantas vezes
quiserem e não compreenderão o que
senti neste momento. Nem mesmo eu
o posso exprimir em palavras. São sentimentos que só se podem experimentar e não descrever, como a ordenação
de um sacerdote, a confirmação, o casamento, o ser mãe pela primeira vez.
N estes momentos há sentimentos indescritíveis. O segredo da maçonaria é a
vivência (5 - p. 8,9).
- A maçonaria é uma sociedade secreta? Não, pela simples razão de sua
existência, pois é amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe
concedem personalidade jurídica. Seus
fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de histórias, etc. O único segredo que existe e
não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si,
em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar
seus símbolos e os
seus ensinamentos neles contidos" (Loja Minerva, Porto Alegre) (6 - p. 12).
Afirma Salomão: "Há tempo de estar calado, e tempo de falar" (Ec 3.7).
Tudo tem a sua razão e o seu motivo.
Se é para falar o mal, calar é ouro,
se deixo de falar o bem, calar é pecado. "Quem não me confessar diante dos
homens, diz Jesus, também não o confessarei díante do meu Pai que está
nos céus (Mt 10.32)." Assim o calar
é uma virtude somente quando usado
para evitar o mal. Há segredos militares que visam o bem da pátria. Mas
por que vamos esconder o bem? Se a
doutrina dos maçons visa o bem e tem
este poder, por que calar? Qual o motivo de calar dos maçons? Eis a incó-
gnita, que permanece não respondida,
apesar de toda a apologética maçônica.
A MAÇONARIA
É RELIGIÃO l
A maçonaria afirma categoricamente que não é religião, nem um substitutivo para a religião. Não são contra
a religião, antes, especialmente os maçons regulares, exigem de seus filiados
que acreditem em um ser superior. Ouçamos o que os maçons afirmam:
- "Por seu compromisso, o maçon
é obrigado a obedecer à lei moral, e,
se edvidamente compreende a Arte, jamais será um estúpido ateu nem um
libertino irreligioso. Porém, embora, nos
tempos antigos, os maçons fossem obrigados a pertencer à religião dominante em seu país, qualquer que fosse, considera-se hoje muito mais conveniente
obrigá-los apenas a professar aquela religião que todo homem aceita, deixando cada um livre em suas opiniões individuais. isto é, devem ser homens probos e retos, de honra e honradez, qualquer que seja o credo, a denominação
que o designa. Deste modo, a maçonaria é o centro de união e o meio de
conciliar a verdadeira fraternidade entre pessoas que teriam permanecido perpetuamente separadas. (Primeiro Artigo da Constituição de Anderson) (8
p. 13).
- A maçonaria é uma religião?
Não, a maçonaria não é uma religião.
É uma sociedade que tem por objetivo
unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu esforço de
união dos homens, admite em seu seio
as pessoas de todos os credos religiosos, sem nenhuma distinção.
- A maçonaria é religiosa? - Sim,
é religiosa, porque reconhece a existéncia de um único princípio criador, reregulador absoluto, supremo e infinito, ao qual se dá o nome de Grande
Arquiteto do Universo, porque é uma
entidade espiritualista em contraposição
ao predomínio do materialismo. Estes
fatores que são essenciais e indispensáveis para a interpretação
verdadeiramente religiosa e lógica do Universo,
formam a base de sustentação e as
grandes diretrizes de toda a ideologia
e atividade maçônica. (Loja Minerva,
Porto Alegre) (6 - p. 8).
135
- Os maçons de nossos dias nada
tem a ver com religião. Mas por ter
crescido em terra cristã, nota-se em
muitas partes contactos no campo da
ética (Rev. Ecehard Hieronimus)
(5
- p. 31).
- Ela compromete o maçon só com
aquela religião com a qual todos os homens concordam e deixa a cargo de
cada indivíduo suas convicções especiais (4 - p. 22).
- Em contraposição à religião todo o esforço dos maçons se concentra
nesta terra; não se refere à eternidade: não realiza cultos e - sua grande diferença em relação à religião não possui uma doutrina salvífica. Assim também o jesuíta Michel Diereck
reconheceu que a maçonaria não é religião, mas um estilo de vida e não
possui um dogma escrito, mas regras
de vída (4 - p. 22).
- Este avental depositamos na sepultura de nosso irmão, como lembrança de nossa união no trabalho, no destino comum que aqui nos acenou; no
espírito maçônico, ante barreiras
do
mundo do poder político e prestigio social. Mantemo-nos agora temporariamente separados. Morte, ó grande exal'tador, leva-nos a uma união, reduz-nos
a um grão comum, faz-nos saber que,
nascidos como somos num coração fraternal, nenhuma circunstância ou acidente nos poderá separar da eternidade"
(Massonic Burial Service p. 13,14).
Como vemos, os maçons negam serem religião ou substitutivopara
a religião. Ao mesmo tempo afirmam serem religiosos e por isso possuem ritos cultuais. Negam aspirarem a ser
uma religião que una a todos; ao mesmo tempo afirmam combater o fanatismo, tirarem de cada religião as verdades universais e lutarem por uma
união. Possuem o seu deus, se bem
ser-Ihes o mesmo desconhecido. Dãolhe o nome de Supremo Arquiteto. Iniciam suas reuniões em nome deste arquiteto. Cultuam este deus não por ensinamentos dogmáticos, mas por ritos
e símbolos. Têm seus próprios ritos funerais. Ora, religião se ocupa com a
relação do homem com Deus. Então a
maçonaria é religião. Religião que todo o homem aceita. Portanto uma religião segundo a carne, que não aceita as coisas do Espírito de Deus. São
religião tolerante, o que está tão em
136
moda em nosso tempo de ecumenismo:
União na diversidade. Dentro de seu
princípio de tolerância usam o livro religioso mais em voga na localidade, mas
na verdade não aceitam nenhum, pois
têm eles sua própria concepção das
coisas. Bem afirmou um líder maçônico: Nós só aceitamos "procuradores", não aceitamos "achados" em nossas fileiras. "Quem deseja ser um maçon o percebe primeiramente em seu
interior, então confia-se a um amigo,"
assim consta num antigo documento maçon. Esta frase espelha a verdadeira
índole maçônica. Maçons são pessoas
que procuram a verdade. São eternos
procuradores. Procuram a verdade, a
justiça e o aperfeiçoamento. Em tudo
isto seus olhos não estão voltados para a eternidade, nem atentos à voz de
Deus, mas voltados para a terra, as
coisas deste, mundo e a voz de sua razão. Realmente é uma religião pobre
e vazia. Falam em Deus, mas não o
conhecem. Veneram um deus, um deus
mudo que não lhes fala. Confiam em
suas próprias obras, julgando que por
elas são aceitos por este deus na eternidade. Como não possuem uma verdade expressa, aceitam de certa forma
qualquer religiosidade, desde que concorde com seus princípios. Mas no confronto com a verdade revelada do verdadeiro Deus, a rejeitam. Chamam o
apegar-se à verdade divina, revelada na
Escritura, de fanatismo e a combatem,
revelando assim índole de natureza humana que não aceita as coisas do Espírito de Deus. Reunem pessoas que
buscam a verdade e a paz, por não a
terem encontrado nas religiões existentes. Na verdade muitas religiões, mesmo chamando-se cristãs e cantando:
"Cremos todos num só Deus", não possuem o tesouro da verdade, pois perturbam a verdade revelada com seus
ensinamentos humanos. Ou mesmo se
estavam na religião que possui o tesouro da verdade, o rejeitam. Eram como
os fariseus que viram Jesus com seus
olhos, mas não reconheceram nele o
verdadeiro Filho de Deus, o Salvador
da humanidade.
LUTERANOS
E A MAÇONARIA
Diante do que vimos sobre a maçonaria, especialmente no que foi dito no
último parágrafo do capítulo anterior,
de ser o maçon uni ," . -.
demos afirmar ca'e,::':u.': __=~
nhum verdadeiro lu,~:~_:
e todo o maçon q',:,e "O
verdadeiro cristiani,,-,','
maçonaria, isto pelo,
saremos a citar:
,..:;:
1. O cristão "..--.-Escritura, conhece "deixa de ser um q'-~
foi achado por Cl"is-:
to lhe revelou. pe;:o.~ - c '----:
da Escritura. qU2.; 4
'~
afirmação, sem dÚ'.~.c c
para todos aquele, ~:
to Santo não de',:
e olhos para ve: ,~
resistem ao Es;L ':: =
- Se vós pe';:-:' -=.
palavra, sois ve:,::'O~=:'
cípulos; e conhe:e:'-o,c
verdade vos libe:':.õ. =
- Quem é ,:'.= = c _"
vras de Deus: -,"
ouvidos, porque :-.".: ':
8.47).
- Se alguén: :=:-'
vir, ouça (Mc 4 :2ó
- Porque dolO'~::Cc_-o'
povo: a mim n',co :.=-"
cial de águas "\--:":o.s
nas, cisternas r-:-::o.
~
águas (Jr 2.13 ;
- inculcandc·O'=
ram-se loucos. e ;-:',"
Deus incorruptÍ\'el =::
imagem de home:""
mo de aves, quad:":';ó :.=c isso Deus entregc.: ::....~dícia, pelas conc;p:~: '=-, :.:",
prios corações. ):'2.:':0. :: =" : =- .::~
corpos entre si ec, - Ora, o hon:õ-:- ~.'
ta as cousas do E,,~.c',',
que lhe são lau:",::=tendê-Ias porque el.:.-ô:'c __~
piritualmente (1 C. __ =
2. O cristão ;':.:,,-:0.,' ':-:.
pacidade total de '"
nerar por suas p:':,~,,',
"nasceu espirituaL---::e.::.:e
inimigo de Deus. ~':.:._
arbítrio, por ser "" __",-':
Satanás. O princípi: :-,=a ti mesmo, contl'c::~-:=
brece-te a ti mesn:c " " .,
nossos ouvidos n2.:'c:.~=-_~
-o_~:'tempo de ecumenismo:
----~l-sidade. Dentro de seu
- : ::erância usam o livro re~:-:,,·oga na localidade, mas
::-_2.0 aceitam
nenhum, pois
~--~ própria concepção das
-. afirmou um líder maçô~( aceitamos "procurado:~::amos "achados" em nos'Quem deseja ser um ma~':~ primeiramente em seu
:2.J confia-se a um amigo,"
'. ::um antigo documento ma::sse espelha a verdadeira
'::-:.'2a.
Maçons são pessoas
:C:'"
a verdade. São eternos
:~- Procuram a verdade, a
sperfeiçoamento. Em tudo
::::s não estão voltados pa~:êde. nem atentos à voz de
':oitados para a terra, as
, :nundo e a voz de sua ra0:-:: e é uma religião
pobre
'.:"111 em Deus, mas não o
-.-oneram um deus, um deus
::-.2.0
Ihes fala. Confiam em
'.-' obras, julgando que por
~::OS por este deus na eter--::.: não possuem uma ver'ôs. aceitam de certa forma
,::giosidade, desde que con-'~-.lS princípios. Mas no cons verdade revelada do ver~. a rejeitam. Chamam o
::erdade divina, revelada na
:~ fanatismo e a combatem,
ôs:m índole de natureza hu-.2.0 aceita as coisas do Es· 2US. Reunem pessoas que
'2:-dade e a paz, por não a
'.::-ado nas religiões existen:ade muitas religiões, mes'.::o-se cristãs e cantando:
:JS num só Deus", não pos:·:n-o da verdade, pois per'2rdade revelada com seus
·~ humanos. Ou mesmo se
:eligião que possui o tesou·:e. o rejeitam. Eram como
·~ue viram Jesus com seus
não reconheceram nele o
?ilho de Deus, o Salvador
'.lde.
'S E A MAÇONARIA
J que vimos sobre a maço:almente no que foi dito no
gTafo do capítulo anterior,
de ser o maçon um "procurador", podemos afirmar categoricamente:
"Nenhum verdadeiro luterano será maçon,
e todo o maçon que se converter ao
verdadeiro cristianismo abandonará a
maçonaria, isto pelos motivos que passaremos a citar:
1. O cristão luterano, submisso à
Escritura, conhece a verdade. Como tal
deixa de ser um que procura, porque
foi achado por Cristo, e o Espírito Santo lhe revelou, pelas palavras claras
da Escritura, qual é a verdade. Esta
afirmação, sem dúvida, é uma ofensa
para todos aqueles aos quais o Espírito Santo não deu ouvidos para ouvir
e olhos para ver e a todos aqueles que
resistem ao Espírito Santo.
- Se vós permanecerdes na minha
palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a
verdade vos libertará (Jo 8.31,32).
- Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso não me dais
ouvidos, porque não sois de Deus (Jo
8.47).
- Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça (Mc 4.23).
- Porque dois males cometeu o meu
povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as
águas (Jr 2.13).
- inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos, e mudaram a glória do
Deus incorruptível em semelhança de
imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por
isso Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para desonrarem os seus
corpos entre si (Rm 1. 22-24) .
- Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-Ias porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2.14).
2. O cristão luterano sabe da incapacidade total de se conhecer e regenerar por suas próprias forças, pois
nasceu espiritualmente
cego, morto e
inimigo de Deus. Não possui o livre
arbítrio, por ser escravo voluntário de
Satanás. O princípio maçon: Conhece-te
a ti mesmo, controla-te a ti mesmo, enobrece-te a ti mesmo; soa muito bem aos
nossos ouvidos naturais. Na verdade, o
homem pode cultivar algumas virtudes
como abster-se de pecados grosseiros,
praticar a caridade, mas não consegue
nisto a perfeição e o motivo de seu
agir é o egoísmo. Tudo isto é auto-glorificação, endeusamento próprio, pecado contra o primeiro mandamento. Conhecer-se a si mesmo só é possível à
luz da palavra de Deus. Esta revela ao
homem sua total corrupção, sua total
incapacidade de praticar o bem que tenha valor diante de Deus, sua total incapacidade de amar verdadeiramente a
Deus e ao próximo. Para iniciar-se nisto necessita do poder regenerador e renovador do Espírito Santo, que opera
pela palavra de Deus e pelos sacramentos.
- Eu sei que em mim, isto é, na
minha carne não habita bem nenhum
(Rm 7.18).
- Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um
espírito inabalável (SI 51.10).
- Ele vos deu vida, estando vós
mortos nos vossos delitos e pecados
(Ef 2.1).
- Quem não nascer da água e do
Espírito, não pode entrar no reino de
Deus (Jo 3.5).
- Todo aquele que permanece nele
não vive pecando (1 Jo 3.6).
3. O cristão luterano conhece o seu
Deus pelo nome verdadeiro.
- E a vida eterna é esta: que te
conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste (Jo 17.3).
E eis uma voz dos céus, que
dizia: Este é o meu Filho amado, em
quem me comprazo (Mt 3.17).
Batizando-os em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.
19).
Assim como Deus se revelou na Escritura ele quer ser adorado e não por
outro nome ou de outra maneira. Todo desvio desta palavra é idolatria e
rejeição de Deus.
4. Porque o cristão luterano jamais
poderá camuflar esta alegria que lhe
vai na alma ou esconder a esperança
que o norteia, nem poderá compactuar
com o erro; antes há de condenar o erro, porque procede do príncipe das trevas e quer levar os homens à conde137
nação eterna; por isso confessará bem
alto o nome de seu Salvador.
- Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9).
- Quem não me confessar diante
dos homens, diz Jesus, também não o
confessarei diante do Pai que está nos
CéUfl (Mt 10.32).
- Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto, que
comunhão pode haver entre a justiça
e a iniqüidade? ou que comunhão da
luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o Maligno? ou que união
do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e
os idolos? Porque nós somos santuário de Deus vivente, como ele próprio
disse: Habitarei e andarei entre eles
serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai e vos sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor
Todo- poderoso (2 Co 6. 14-18) .
5. Porque o cristão luterano sabe
que tolerância verdadeira é com o fraco para conduzí-Io ao caminho da verdade. Tolerância não significa deixar a
verdade de lado, negá-Ia ou misturá-Ia
com o erro. A falsa tolerância Deus
condene', e castiga.
Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher. .. (Ap 2.29) .
- Acautelai-vos dos falsos profetas
que se vos apresentam disfarçados em
ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores (Mt 7.15).
Se outras igrejas cristãs promovem
união com a maçonaria é porque ou
não reconheceram a verdade ou a abandonaram.
6. O fato de a maçonaria ter feito
e fazer coisas boas, como, por exemplo, a prática da caridade, sua influência benéfica na formulação de nossa
Constituição, o que é elogiável, mesmo
assim julgamos haver para isso caminhos melhores.
7. Por tudo isto concluímos dizendo que todas as organizações ou so138
ciedades, secretas ou abertas, quer declaradamente religiosas ou as que praticam formas religiosas sem confessarem o Deus tl'iuno Pai, Filho e Espírito Santo, sem confessarem Jesus Cristo como Filho de Deus que veio ao
mundo na carne para salvar os homens
dos pecados, que em lugar de ensinarem a salvação pela fé em Cristo, ensinam a salvação ou regeneração do homem pelas obras, ou moralidade, são
anti-cristãs, por isso a igreja de Cristo e suas congregações não podem ter
comunhão com elas.
001'/10
TRATAR
OOM IYIAÇONS
Ao tratarmos com maçons, será prudente evitar sempre uma discussão estéril em torno da maçonaria. Basta-nos
conhecer seu traço principal: são pessoas que procuram a verdade e procuram a paz com o Criador pelas obras.
Nós temos a única verdade, a Escritura. Por isso é preciso ir ao ponto
nevrálgico: a justificação do pecador
diante de Deus. Conhece-te a ti mesmo. Isto é possível só pela Escritura.
Ela revela que o homem é totalmente
incapaz de fazer o bem, que o homem
está sob a ira e condenação de Deus,
por mais honrado que seja; que este
homem precisa um salvador. Este salvador é unicamente Jesus. "E não há
salvação em nenhum outro; porque
abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo
qual importa que sejamos salvos" (At
4. 12). Este Salvador diz o que disse
a Nicodemos: "Ê preciso nascer de novo" (Jo 3.5). Aqui despertará a grande luta, a qual Nicodemos também enfrentou: A quem vou seguir: a minha
razão, que recebe o apoio da maioria
dos homens, ou a Jesus? Jesus revelou a Nicodemos quem ele era: "O Filho de Deus que veio do céu para revelar aos homens a verdade. "Bemaventurado o que não se escandalizar
em Jesus" (Mt·11.6).
Se uma pessoa for ensinada assim,
mas rejeita seguidamente estas verdades, não poderá ser aceita como membro de nossa congregação, e se for
membro. após tratamento pastoral, se
não aceitar deverá ser desligado da
congregação. Este desligamento é manifestação de amor, a fim de tentar
convencer a pessoa.
arrepende-se e ~: ~:~,
1'0,
NOTAS
BIBLIC:-;":::
1. Wichtl, F. L:
WeltjreimaureTf2.
,,'c
republik.
Muniq.:"
Verlag,
1936.
2. Elbern, J. E'[==~~
Kein Aerger ,....~....
Weltbild,
... ,
3. Pandolf, Ri;
e Católicos.
Brasileira, fase. ::..;:
dezembro, 1975.
ria
4. Borcheró', "".~__
kelmass u. Zir~;,c:
dor!, 15.3. 76, ~
5. Haack, F.
chen. Claudius ';
6
çonaria.
=, .-'-~
.
Oferta
to Alegre, 1975.
7. Diereckx. '"
die
Grosse
Bauhütten
e
VerIas: ~>=:-=- _
10. Preus, R. :=:
Não.
9
,
Italiana Esconde '
bria. Folha du
. .. .. . " 1976.
8. Albuquerú,:.;" __
é a M açonar'ia. :2:::
'"
ra Aurora, 1958.
lungen
Mit
Der
1968-72, nQ 1518.
Hamburgo. 1976.
benslosigkeit
Münsterische
Ler-.=,o-:-.
Zei,
76.
Documento ela te, .
Teologia e Reil;~c,
lELB.
-
convencer a pessoa: Você está em erro, arrepende-se e aceite a verdade.
':'Nas ou abertas, quer de~" religiosas ou as que prac., religiosas sem confessa~'iuno Pai, Filho e Espíri~:o: confessarem Jesus Cris':::-,0 de Deus que veio ao
,,-,'ne para salvar os homens
que em lugar de ensina:.~ão pela fé em Cristo, en""ação ou regeneração do ho:·bras, ou moralidade, são
~or isso a igreja de Cris'ngregações não podem ter
. '11 elas.
1. Wichtl, F. DI'. - Schneider, R.
Weltjreimaurerei. Weltrevolution. Weltrepublik. Munique, J. F. Lehmanns
Verlag, 1936.
~L4R
3. Pandolf, Hilário, Mons. Maçonaria e Católicos. Revista Eclasiástica
Brasileira, fasc. 140, voI. 894, p. 894-900,
dezembro, 1975.
COM MAÇONS
.:'::os com maçons, será prusempre uma discussão es:::> da maçonaria. Basta-nos
:raço principal: são pes.Clram a verdade e procu::,m o Criador pelas obras.
o.
única verdade, a Escri,oS] é preciso ir ao ponto
o,
justificação do pecador
= ~:.:5. Conhece-te
a ti mes::,J5sivel só pela Escritura.
:,':e o homem é totalmente
c'.zer o bem, que o homem
::s. e condenação de Deus,
::::'ado que seja; que este
::3a um salvador. Este sal_:amente Jesus. "E não há
nenhum outro; porque
não existe nenhum oue ::0 entre os homens, pelo
'. que sejamos salvos" (At
Salvador diz o que disse
." "Ê preciso nascer de noAqui despertará a granaI Nicodemos também en.,:em vou seguir: a minha
,~:'ebe o apoio da maioria
:",1 a Jesus?
Jesus revec o:':',':'S quem ele era: "O Fi::'.:e veio do céu para re:':ens a verdade. "Bem:::,::enão se escandalizar
:::
11. 6) .
.:0,,50a for ensinada assim,
,eg-uidamente estas ver-, ::~:·áser aceita como mem, , .', congregação, e se for
o
:ratamento pastoral, se
:e:;erá ser desligado da
::::ste desligamento é mas.mor, a fim de tentar
NOTAS
BIBLIOGRAFICAS
2. Elbern, J. Eberts, G. Freimaurer.
Kein Aerger mehr mit der Kirche.
Weltbild,
, 23.3.76. p. 62-65.
4. Borchers, Klaus. Mit Bibel, Winkelmass u. ZirkeI. Die Glocke. Düsseldorf, 15.3.76, p. 20-23.
5. Haack, F. W. Freirnaurer. München. Claudius Verlag. 1976.
6
,
Qtte é a M a-
çonaria. Oferta da Loja Minerva. Porto Alegre, 1975.
7. Diereckx, S. J. M. Freirnaurerei,
clie Grosse Unbekannte.
Hamburgo,
Bauhütten Verlag GMBH, 1975.
10. Preus, R. DI'. Unir-nos. Sim ou
Não.
9
,
Maçonaria
Italiana Esconde Lopes Rega na Calábria. Folha da Tarde, Porto Alegre,
........
1976.
8. Albuquerque, A. T. C. de. O que
Rio de Janeiro. Editora Aurora, 1958.
é a Maçonaria.
.....
Zungen Mit
1968-72, nQ
Hamburgo.
' .. ,
Die VerbandDer Katholischen Kirche,
1518. Bauthütten
Verlag,
1976.
benslosigkeit
Münsterische
,
Voellige GlauLehnen Freimaurer
Ab.
Zeitung. Münstern, 13.1.
76.
Documento elaborado pela. Comissão de
Teologia e Relações Eclesiásticas da
IELB.
BACH1
PREGADOR
DO EVANGELHO
Hans Gerhard Rottmann
Em 21 de março de 1685 nascia na
pequena cidade de Eisenach, na Alemanha, um vigoroso pregador da palavra de Deus. Um pregador que pregou
das riquezas do infinito amor de Deus
aos seus contemporâneos, e que ainda
hoje, na segunda metade do século XX,
continua a pregar com o mesmo vigor
aos homens em todo o mundo.
Nós não podemos ouvir os sermões
de Lutero, temos que lê-los como lemos os sermões de outros grandes pregadores que já se encontram na igreja
triunfante. Os sermões de Johann Sebastian Bach ainda ressoam no dia de
hoje. As obras de muitos outros grandes compositores "falam" a nós, mas
as obras de Bach "pregam" a cada
um que as ouve. Estes sermões - suas
cantatas, oratórios, motetos e paixões
- proclamam a glória e o amor do
nosso Deus, como ele se nos manifestou através de sua palavra; pregam
através de milhares de vozes e instrumentos em todas as partes do mundo
onde os homens aprenderam a dar real
valor à eloqüência ímpar do Thomaskantol'.
Através dos tempos, inúmeras oferendas musicais têm sido oferecidas em
verdadeira humildade pOi' homens a
quem Deus deu o dom, a fé e o talento de proclamar a mensagem divina através da música, mas todo aquele
que ouviu Bach em uma igreja, conclamar "Menschen- und Engelzungen"
("vozes de homens e de anjos") em
alguma de suas obras como a "Paixão Segundo S. Mateus", há de ter
sentido Deus falar ao seu coração como nenhum outro pregador o poderia
ter feito.
O pastor Erdmann Neumeister de
Hamburgo sabia disto; autor de mais
de 600 hinos e pastor da igreja de St.
Jacobi, ele conhecia Bach e queria que
ele viesse para a sua comunidade como Kantor. Mas Bach não possui a os
4 . 000 marcos para "doar" à caixa da
igreja caso fosse escolhido como Kantor pelo conselho da cidade. Assim, um
músico inferior, com dinheiro, acabou
139
sendo nomeado, perdendo assim St. Jacobi e a cidade de Hamburgo a chance
de se tornar o centro da música sacra.
Erdmann Neumeister ficou indignado e
entristecido, e em seu sermão de Natal, ao pregar sobre o "Cântico dos
Anjos", proferiu as palavras:
"Wenn
auch einer von den bethlehemitischen
Engeln vom Himmel kame, der goettlich
spielte, und wollte Organist zu St. Jacobi werden, hatte aber kein Geld, so
moechte er nur wieder davonfliegen."
("Se um dos anjos de Belém descesse
dos céus e soubesse tocar divinamente
e quisesse ser organista. na igreja de
St. Jacobi, mas não tivesse dinheiro, teria que voar de volta ao céu").
Não era somente o gênio musical
de Bach que Neumeister queria. Ele
queria também Bach em sua igreja como seu colaborador e cooperador na
pregação da palavra pura. Neumeister
conhecia a posição firme de Bach contra o pietismo, ele sabia ser Bach um
fiel e convicto luterano, e sabia que
Bach pregava a palavra de Deus de
maneira poderosa através de suas obras.
Quando historiadores vêem em Bach
somente um dos maiores expoentes da
arte humana são injustos para com ele.
Ninguém dá o verdadeiro lugar a Bach
que não reconhece o conteúdo de sua
música, sim, o verdadeiro fim e objetivo de toda a sua obra. Sua música é
mensageiro da palavra de Deus. Quem
não olhar para a obra de Bach sob
este prisma jamais há de compreendêIa bem. Bach tinha algo a dizer aos
seus conterrâneos e a nós - algo que
tinha por razão a sua fé. Bach considerava seu ofício - proclamar através
da linguagem da música, que Lutero
considerava o mais sublime dom dado por Deus aos homens, a Cristo e
este crucificado. Magnifícar e louvar
o Filho de Deus como Salvador do mundo, como seu Salvador. Por isto Bach
é pregador do evangelho.
Bach tinha à sua disposição dois
tesouros inesgotáveis para sua música:
os fatos e as palavras do Evangelho
e os corais da Reforma, principalmente os de Lutero. Os corais, texto e
melodia, são um dos elementos mais
importantes na obra de Bach, especialmente enl suas cantatas, paixões, oratórios e prelúdios para órgão. Com o
uso das melodias e textos dos corais
conhecidos por todos, Bach conseguia
140
realmente integrar toda a congregação
na meditação, adoração e louvor. Bach
conseguiu, de maneira insuperável, ligar texto e música. A música nunca
esmaga ou faz submergir as palavras.
Diz um autor que ao se ouvir Bach,
instintivamente sentimos que esta música é a roupagem perfeita, definitiva,
de púrpura e de ouro, para as verdades expressas nas palavras. Especialmente Albert Schweitzer, um dos mais
profundos estudiosos de Bach, aponta
para esta união perfeita. Bach dá às
palavras da Escritura, ou do Credo, ou
do coral um ritmo e uma força que
parecem indefectiveis. "Não somente o
corpo, mas a própria alma dos textos
é transformada em som". Exemplos deste tremendo alcance em refletir em sua
obra toda a profundidade de um texto
são inúmeros em Bach. Muitos detalhes nesta riqueza da música de Bach
estão sendo recém descobertos hoje. Para dentro do júbilo e alegria do seu
Oratório de Natal, Bach introduz os
solenes acordes do coral "á fronte ensangüentada", e a sombra da cruz subitamente cai por sobre a manjedoura. Sua interpretação dos textos bíblicos muitas vezes é diferente da usual.
Sua interpretação das palavras da instituição da Santa Ceia, em sua "Paixão Segundo S. Mateus" surpreende.
Não há vestígio de dor. A música expressa profunda paz e majestade; quanto mais chegam ao final as palavras,
tanto mais se manifestam as movimentadas colcheias no baixo. Bach vê Jesus levantar-se diante dos seus disc1pulos com a face iluminada, transfígurada, predizendo o dia em que numa
outra ceia haverá de beber com eles
novo cálice no reino de seu Pai.
Bach sabe interpretar com profundidade os textos em suas obras. Sim,
com a música amplia, aprofunda, sublinha, e, leva o seu conteúdo, a sua
mensagem, para dentro dos corações.
Como foi possível a um homem conseguir tanto? Ligado ao assombroso gênio musical, encontramos em Bach algo igualmente importante e vitalmente
necessário para uma inteira compreensão do que ele realizou. Bach era
um humilde filho de Deus, num sentido que quase perdemos hoje. Ele era
a criança cheia de admiração na noite
de Natal. Como na criança, vemos em
Bach uma fé que se maravilha, que glo-
rifica e adora, que ~~
ja e que se entrega :c::~.:C'. c:cJ:
De todas as ob:'a~ ~~ :: c c::
profunda é a "Paix8.'.o ;:;"~ ._.10
teus" em que ele p'e,;:c -."
sofrimento, a morte .. :::--=':~.":~
seu Salvador pela r,'.::"'. c - •. j;
como jamais outro :":
o conseguiriam faz:,:
repleta de poder e~:::.
da a obra, Bach ::l
o texto do evangell:c:. :::'."0
tão como pecadol' :3..:0._:,
to que ele deveria ~.:':-::
te de tamanha de: ~:
de joelhos diante d: ,~ ~~
profunda gratidãe:. ?
lavras da Escrit,:;:'ó ~.
importante da co:--::
punho ele copio:; :::'",'
completa da obr~ ~
c.::.3;
ta vermelha toda~ 'c'
]s
bíblico.
A estrutura :":':. é-é o sermão de E',:ao Salvador cr:L:c.:::~,
tidão e seu amo: "adoração. A n::Ú~.,o.
e da alma do cc::::-:::
e páginas da r,'.",,':
jóias que Bach r.c,:
ria. mas que eli'
pés daquele qUi' <~
do de espinhos.
A partir de :~.2
em 1750, Bach :-:.. ,,' ..Aqui, na Thoma"I'.:.
dadeiro pregado:
através de tod~ ~ "_~
.é.•
compositor, orga::...c::o.,
pregava a pala';:2- ~
.E2
cultos através di' ,,'.lê' __._:..E;
do foram preseI~;', =:c"~.~ .::;;
~
meras outras se ~i':' :'~:'c
- -'.-,;
te. A cantata. ' ..::--'.0.
solistas, coro e c':-~_,,~ . o
ção de 20 a 30 :':::'::'._' o , ~
do culto principal -'.:~ ~..: '"
preparava com ':,:=-: .-:'..:.
suas cantatas. e ,,-... :: ::.:
tor escolhia o : i'::-.:C
que todo culto f,:·:'-=:-. ,~o~
Bach escolhia 02 '.-e:'.
lho ou da epi~:: 10.
como o hino a se: :'::-.::~
o texto da prim;:-'-:o 7"':: .. _
no início da cs.:::,,' õ ~~ '::b
sição ampla e ele,·:.:'é::
melodia do cO:'2.1,,:::c
..
.:=@
-'~;'ar toda a congregação
adoração e louvor. Bach
~ ::"aneira insuperável, li~ :-::,·::sica.A música nunca
submergir as palavras.
qcle ao se ouvir Bach,
--__- sentimos que esta múo:: ".gem perfeita, definitiva,
:'8 ouro, para as verdanas palavras. Especial""C'l1weitzer,um dos mais
c"::liosos de Bach, aponta
... §.o perfeita. Bach dá às
::::O":'c'itura,ou do Credo, ou
-itmo e uma força que
~.~C~ctiveis. "Não somente o
::. ::.,'ópria alma dos textos
'.:fê. em som". Exemplos des.'::ance em refletir em sua
-:::ofundidade de um texto
" em Bach. Muitos deta._ .·eza da música de Bach
.~'ém descobertos hoje. Pa. : jÚbilo e alegria do seu
:"atal, Bach introduz os
~~3 do coral "á fronte ene a sombra da cruz supor sobre a manjedou~:::.:'etação dos textos bíbli"~zes é diferente da usual.
é:ação das palavras da ins;;:.mta Ceia, em sua "PaiS. Mateus" surpreende.
::::io de dor. A música ex:-.::apaz e majestade; quan<c.m ao final as palavras,
,~ ll1anifestam as movimen':ê,3 no baixo. Bach vê Je. ·O'e diante dos seus discí:'.ce iluminada, transfigu>:::10 o dia em que numa
..'.':erá de beber com eles
:.:' reino de seu Pai.
•~ interpretar com profun~:'::ü8 em suas obras. Sim,
'. amplia, aprofunda, su~..':. o seu conteúdo, a sua
.' ':.:'8. dentro dos corações.
::')8sível a um homem con. Ligado ao assombroso gêê'!':contramos em Bach al': ~ importante e vitalmente
- '.:a uma inteira compre..~ ele realizou. Bach era
::lho de Deus, num sen::.,,~perdemos hoje. Ele era
.:~'8. de admiração na noite
':::'0 na criança, vemos em
~ :,'.1ese maravilha, que glo':
=
rifica e adora, que se alegra e regozija e que. se entrega totalmente a Deus.
De todas as obras de Bach,. a mais
profunda é a "Paixão Segundo São Mateus" em que ele prega aos homens o
sofrimento, a morte, o infindo amor de
seu Salvador pela humanidade perdida,
como jamais outro músico ou pregador
o conseguiriam fazer. A música está
repleta de poder espiritual. Durante toda a obra, Bach não somente prega
o texto do evangelho, mas coloca o cristão como pecador diante do sofrimento que ele deveria sofrer, o qual, diante de tamanha dor, somente pode cair
de joelhos diante do seu Salvador em
profunda gratidão. Para Bach, as palavras da Escritura eram a parte mais
importante da composição. De próprio
punho ele copiou para si uma partitura
completa da obra. sublinhando com tinta vermelha todas as palavras do texto
bíblico .
A estrutura maravilhosa da música
é o sermão de Bach, é a sua confissão
ao Salvador crucificado, é a sua gratidão e seu amor ao Redentor, é a sua
adoração. A música jorra do coração
e da alma do compositor em páginas
e páginas da música admirável. São
jóias que Bach não usa para sua glória, mas que ele coloca, de joelhos, aos
pés daquele que ele contempla coroado de espinhos.
A partir de 1723 até a sua morte
em 1750, Bach foi Kantor em Leipzig.
Aqui, na Thomaskirche, Bach foi o verdadeiro pregador e servo da palavra
através de toda a sua atividade como
compositor, organista e professor. Bach
pregava a palavra dominicalmente nos
cultos através de suas cantatas. Ao todo foram preservadas 250 cantatas, inúmeras outras se perderam após sua morte. A cantata, uma composição para
solistas, coro e orquestra tinha a duração de 20 a 30 minutos e fazia parte
do culto principal aos domingos. Bach
preparava com todo cuidado o texto de
suas cantatas, e em contato com o pastor escolhia o tema da cantata, para
que todo culto formasse uma unidade.
Bach escolhia os versículos do evangelho ou da epístola do domingo, bem
como o hino a ser cantado. Geralmente
o texto da primei~a estrofe era usado
no início da cantata em uma composição ampla e elaborada, baseada na
melodia do coral em que Bach dava ex-
pressão musical ao conteúdo do texto.
A cantata concluia com a última estrofe do hino agora com harmonização simples a quatro vozes. Nesta última estrofe toda a congregação cantava com o coro e instrumentos. Lembramos aqui a harmonização da estrofe
"Glória seja a ti cantada" que cantamos ao final dos nossos "Cultos de
Cantate". Esta estrofe é a conclusão da
Cantata N" 140 "Wachet auf ruft uns
die Stimme", para o 27" domingo depois da Trindade. Além de outras estrofes do coral, outros textos completavam a mensagem da cantata. Cada
cantata é uma pregação clara da palavra, e Bach assim o entendia ~ a
música que compunha visava transmitir e explicar o texto. Levar a mensagem ao coração dos fiéis e gravá-Ia
fundo através das melodias sempre novas que dele brotavam.
Apesar de muitas vezes encontrarse em meio a pietistas, Bach permaneceu firme em suas convicções luteranas, conhecia profundamente sua Biblia
e as Confissões Luteranas, combatendo
os erros do pietismo. Toda a sua obra
retrata a sua fé, suas convicções. As
confissões luteranas, como toda verdadeira confissão da igreja, são em louvor de Deus. Este louvor de Deus contém tanto a confissão dos pecados quanto a confissão da fé. Quase todas as
obras de Bach têm no seu principio as
letras J. J. e, em seu final S. D. G. No
inicio Bach pede "Jesu Juva!" ~ "Jesus ajuda!", e ao ter escrito a última
nota, escreve SOLI DEO GLORIA!, somente a Deus a glória. Neste "Jesu
Juva" Bach não somente admite sua
própria indignidade e inabilidade de fazer algo agradável aos olhos de Deus
sem a sua ajuda, mas confessa também a sua fé em Jesus como seu Salvador. O SOLI DEO GLORIA é o louvor a Deus que brota de sua gratidão
pela ajuda recebida.
Onde quer que tenha havido verdadeira fé, sempre houve o louvor a Deus.
Os corais de Lutero estão repletos de
confissão de fé e de louvor. Paul Gerhardt podia louvar a Deus porque seu
coração estava certo da verdade da palavra de Deus. Bach nasceu numa épocaem que tal louvor estava desaparecendo. Não poucos pastores eram indiferentes à doutrina, às verdades eternas, e o pietismo surgiu como reação
141
diante da frieza e indiferentismo que estava paralizando parte da igreja. O protesto do pietismo contra o que era chamado de "ortodoxia morta", no entanto,
não reavivou o interesse pela doutrina
pura, mas, sim, abriu caminho a um
completo abandono das verdades bíblicas no racionalismo, uma reação ao sentimentalismo sem profundidade do pietismo. Talvez seja o fato de que já não
se confessava a verdade bíblica, uma
resposta ao "por quê" do esquecimento da música sacra de Johann Sebastian Bach pouco tempo após sua morte. A pregação de Bach era luterana,
bíblica, confessional e, portanto, já não
podia agradar mais. A pregação de
Bach é vigorosa porque ela é uma resposta à pergunta feita por Jesus aos
seus discípulos, "quem dizeis vós que
61l sou ?". A resposta
de Bach é clara.
Sua música compartilha do poder da íncisiva confissão dos verdadeíros discípulos de todos os tempos: "T-n és o
Cristo, o Filho de Dens." Sua música
sacra une o pregador e a congregação.
como todo verdadeiro sermão confessional o faz. Bach transmitiu a sua fé,
sur, esperanca. sua, certeza da vida eter~1aatravés da linguagem eterna da música em composições que falaram aos
homens de seu tempo em sua congregação, e que ainda hoje falam ao coração dos homens, sim, a milhares de
homens diariamente em todo o mundo
em igrejas, concertos e através de miIhaFes de gravações. E vel'dade que ainda hoje - como também entre os pietistas do tempo de Bach - muitos prefe:'em os textos e melodias subjetivas e
supe"ficiais à linguagem poderosa do
p"e<;adoY Bach.
Um verdadeiro pregador ajusta o seu
sermão à época e circunstâncias locais,
mas não no que diz respeito à verdade. As confissões da igreja não são válidas somente num dado momento histórico. A igreja de Cristo confessa sua
fé para todos os tempos e para a eternidade. Esta característica das confissões luteranas é evidente nas obras sac'as de Bach, como também o foi em
s"a vida diária. O que confessa a Cristo está entre o tempo e a eternidade.
Este é o caráter da confissão de Bach.
Seus olhos estão sempre fitos na eter-
142
nidade. Ele fala como o apóstolo Paulo e Lutero da vitória sobre a morte,
do "wunderlicher Krieg, da Tod und
Leben rungen!"
Para alguns, como exemplo, Albert
Schweitzer. a música de Bach é cheia
de misticismo. Consideram o fato de
Bach apontar tanto para além da vida
terrena, para o céu, como indicação deste misticismo. O que encontramos em
Bach é o verdadeiro caráter escatológico das confissões luteranas. São inúmeras as obras que falam do anseio
pela hora da morte e mostram a alegria do cristão que pode passar ao reino da glória, para então cantar louvO.es eternamente na igreja triunfante
diante do trono do Cordeiro.
Deus deu este pregador de seu evangelho. que foi por muitos chamado de
"O QUINTO EVANGELISTA" à Igreja Luterana. O mundo inteiro o admira
como o maior compositor de todos os
tempos. Basta olharmos para um catálogo internacional de gravações em disco, e veremos uma centena de páginas
relacionando gravações de obras de Johann Sebastian Bach existentes atualmente no mercado. Lembremo-nos que
a grande maioria destas composições
Bach compôs para serem usadas uma
única vez em um culto de sua congregação, onde servia a Deus e a seus irmãos na fé, com sua arte e trabalho,
creditando tudo a seu Criador. Sentimos, sem dúvida, como Deus abençoou
a obra de Bach - que continua a pregar hoje. Devemos também sentir que
a obra de Bach é uma herança da igreja luterana e, como tal, devemos trazê-Ia também para dentro das nossas
igrejas. para que a mensagem eterna
que Bach transmitiu à sua congregação também possa soar novamente dentro dos cultos da nossa Igreja Luterana no Brasil.
Queremos neste ano, aqui no Seminário Concórdia aproximar-nos um pouco mais da obra deste grande pregador
das verdades eternas, e deixar que ele
nos pregue, que ele nos fale ao nosso
co"!:'açãona linguagem mais sublime que
Deus deu aos homens - A LINGUAGEM DA MúSICA.
(Aula Inaugural
córdia - 01.03.77).
Seminário Con-
ESTUDOS 8
fala como o apóstolo Pau:Ia vitória sobre a morte,
:i2her Krieg, da Tod und
'"ns, como exemplo, Albert
o,
música de Bach é cheia
Consideram o fato de
',é' tanto para além da vida
:, o céu, como indicação des:','], O que encontramos em
c?"dadeiro caráter escatoló~,fissõesluteranas.
São inú'"as que falam do anseio
> morte e mostram a ale:io que pode passar ao rei,'., para então cantar leu'::o:ente na igreja triunfante
"no do Cordeiro.
este pregador de seu evan=:i por muitos chamado de
=
EVANGELIST A" à IgreO mundo inteiro o admira
'- :'é' compositor
de todos os
':2. olharmos para um catá'ional de gravações em dis,:s uma centena de páginas
sTavações de obras de Jo:ian Bach existentes atual,:e:Tado. Lembremo-nos que
-:c..ioria destas composições
'" para serem usadas uma
:-:: um culto de sua congre"el'via a Deus e a seus ir:om sua arte e trabalho,
:,-,do a seu Criador. Senti',',','ida, como Deus abençoou
que continua a pre''C·:emos também sentir que
: c.:':l é uma herança da igrec?, como tal, devemos trapara dentro das nossas
:, que a mensagem eterna
:nsmitiu à sua congrega::::,ssa soar novamente den" da nossa Igreja Lutera-
ESTUDOS
BíBLICOS
',o,
=: ::'"
-
= ':'.
, "este ano, aqui no Semium pou:'-::a deste grande pregador
" eternas, e deixar que ele
:>e ele nos fale ao nosso
,:-,ª':mgem mais sublime que
'" homens - A LINGUA:':'SICA.
,:::3. aproximar-nos
',,,ural
';
77).
Seminário Con-
EM BUSCA DE
IDENTIDADE.
(2 Ts 2.13-17)
Vilson Scholz
Há uma crise de identidade no mundo. A cada momento é necessário perguntar:
"quem sou afinal? ainda sou
eu mesmo? até que ponto fui absorvido - qual peça - pela grande máquina da sociedade? Até que ponto sou
condicionado, manipulado pela TV? Sou
um individuo, ou um simples vulto, um
mero número na multidão?"
Há uma
crise de identidade.
E até que é bom! A crise é boa
para pensar, avaliar, procurar saber
quem se é de fato. Você sabe quem
você é? - Cristão, é claro! Mas, você
sabe o que isto significa?
O que há
por trás deste conceito, deste seu "apelido" ?
Ê um tanto chato dizer para alguém
o que ele é. Por exemplo, dizer a um
pedreiro que ele é pedreiro, a um médico que ele é médico ". Cada um sabe o que ele é e o que isto significa.
Mas a gente às vezes não sabe o que
está por trás do "cristão". Esta é a
nossa crise de identidade. Quem sou,
afinal?
Nosso mundo está impregnado de
idéias mil. Dá-se crédito à mentira, falam alto os profetas de satanás, aprecia-se a injustiça, isto é, os homens se
orgulham de sua situação oposta a
Deus. Ê o mundo do anticristo. Tudo
é relativo, não há diferença entre ser
e não ser cristão. Ê o que nos dizem.
Mas será que de fato é assim?
O apóstolo Paulo quer ajudar-nos a
descobrir quem somos. Ele escreve um
bilhete a alguns dos primeiros cristãos,
por volta do ano 50 d.C., e conscientizaos quanto ao que eles de fato são. Trata-se dos cristãos de Tessalônica. E o
bilhete - 2 Tessalonicenses - chegou
até nós. felizmente!
14:<
"Nós porém temos obrigação de sempre e de continuo agradecer a Deus
por causa de vocês, irmãos na fé a
quem o Senhor amou e continua
amando. E isto porque Deus escolheu vocês como os primeiros (mas
não os únicos) a quem ele quer salvar através de santificação do Espírito e fé (confiança) na verdade.
E foi para isto que ele chamou vocês através daquela nossa boa-nova
que anunciamos, a saner, para que
vocês alcancem a glória de nosso
Senhor Jesus Cristo. E agora? Bem,
agora, meus caros irmãos, fiquem
firmes e não larguem as tradições
que foram ensínadas a você-s, quer
por nossa conversa pessoal, quer
através de nossas cartas. E que o
mesmo Jesus Cristo, Senhor nosso,
e Deus, nosso Pai que nos amou e
deu eterna consolação e boa esperança na graça, de fato console seus
corações (íntimos) e fortaleça vocês
em todas as coisas boas que fízerem
e disserem" (2 Ts 2.13-17 - paráfrase) .
"Nós porém ... " - Paulo começa
com um grande "PORÊM" (dé) "O
mundo do anticristo é assim porém
nós ... " Este "porém" abre uma nova
realidade. Este "porém" sacode o domínío do anticristo;
ele é um reflexo
da ação de Deus. Este "porém" revela
que aquela possíbilidade que não estava no programa dos homens se tornou
realidade.
Foi ínaugurado
um novo
reino: o reino do "kyrios hemon I esous
Khristos". Ê o reino de Cristo e de nós
cristãos. E eis que é hora de saber o
que isto significa.
1. Ser cristão é ter sido escolhido
por Deus.
"Deus escolheu vocês ... " - Deus
me escolheu para a salvação - eis o
que está por trás do meu "ser cristão".
Não sou cristão por acaso, apenas porque fui batizado, convertido; por trás
de tudo isto está um Deus pessoal que
me tomou para si antes mesmo de fazer o mundo (Ef 1.4). Eu sei que isto
parece incompreensível, talvez por ser
maravilhoso demais! Mas, ele me diz
isto. Ele levanta a ponta da cortina,
não para confundir, e sim, para maravilhar, para mostrar o seu amor.
Deus escolheu. Isto é um fato.
Paulo simplesmente o afirma. Aconte144
ceu (emprego do aoristo), e não são
necessárias maiores explicações. Devemos começar a filosofar sobre isso?
Não! Com esta revelação Deus quer
levar-nos ao agradecimento, assim como Paulo agradece (eukharistein v. 13).
Ele escolheu vocês. Ele escolheu a
mim. Esta certeza absoluta ele me dá.
Deus chama a cada um individualmente.
"através de santificação do Espírito
e fé na verdade." - Este é o caminho
de Deus. O Espírito Santo separa do
'mundo do anticristo e leva a Deus. Da
minha parte isto consiste numa confiança na verdade, na revelação cristã,
na mensagem evangélica, na promessa
de Deus.
2. Como cristão fui chamado pelo
Evangelho para alcançar a salvação.
"chamou vocês ... através da boanova. (evangelho) - (v. 14) O evangelho, a boa-nova. Não se trata de
qualquer uma. Ê uma boa-nova determinada, definida. Só existe um "to
evangélion". O diário de nosso mundo
é um álbum de más-noticias. O jornal
é uma esponja de sangue, documentário de um campo .de batalha, reflexo
dos conflitos do homem. Separação,
vazio, solidão caracterizam a civilização tecnológica. Não somos nós que o
dizemos; é o próprio mundo que o reconhece. Eis o extrato de dois poemas
de Herculano Moraes:
A CIDADE VAZIA
Esta
cidade me assusta.
Procuro alguém,
e os rostos tensos
são marcados de agonia.
E esta cidade
tão maciçamente povoada,
está vazia.
MUNDO MORTO
O mundo em que nasci
morreu há pouco.
Todos caminham,
lado a lado,
em solidão.
(Extraído do "Caderno de Sábado"
do Correio do Povo, 18-06-77) p. 11)
A mensagem de .." _n_
boa notícia para esce -~..~
gelho nos assegur8. "._.c ,,'
conhece as ovelhas
sabe o meu nome. !:c ~.~
Alguém me conhece ~.
mente povoada, m",s
onde todos caminh",',~
solidão. A obra' de :
mina com o vazio. :=._,,~
dão; ela reúne De·.·." ~
comunhão e, consecc~.'c~"=~
ma os homens en,,~
O evangelho - :-.'
palavra - é um ;:-.s:.
isto vem indicack· :~'c
através. Ê o al:~·:::~ "_
mundo. Ê um~.
Deus. Através de:~
podemos ente!:dechamado. Sen:::~e
sentada diante
qual diapositi-,'c.
fala através '::;12:",
Paulo diz~.~c'c
(dia tou eva:-.~
incumbidos dele.
em sua anun.-' c.. ".:
é obra de De'.'"
cance natural
= ,_
c'c __
Ia
fé).
O (".0-
do evangell-Q
de nossa vii",
de homens ::"'~'.
como "boa-:~::':d'c
parábola do :::::=:.:....~
o reino das ::::- c.-... ~
uso de forn:i;",,,
nós homens); se c'c>
te, ele teria gye ~=ro. E então a te: e·· .
do amor, se te: ':_
péssima notícia.
lei, de destruiçã:
"para que ,.-ti,.-·
so Senhor Je.5·!',~
alvo: a glória .::c;e~c.':.:.
to. A Bíblia 8.S==::c.
A glória, em r:,==: . 0-:céu é luz em (.:r:::=o"c
curidão. No cé·_~.
na será remo':;.:':.
mos privados ncs
calipse 21. 4 l' A . g
mistério para r:"
preendê-Ia em ~.. c
um cego não p02'Ó
totalidade o que ~_~_.
=
.
io aoristo), e não são
~~~:J:es explicações. Deve"- filosofar sobre isso?
~O:?,
revelação Deus quer
,,"'l'adecimento, assim coc~ ":-3.dece
(eukharistein ___
~~~:é'ocês. Ele escolheu a
~=~ :eza absoluta ele me dá.
~~'- ? cada um individualsantificação do Espírito
Este é o caminho
- ~"pírito Santo separa do
- ::,:'l'Ísto e leva a Deus. Da
- ~ :3tO consiste numa con~~':'3.de, na revelação cristã,
~~:~~
evangélica, na promessa
~;c.~" -
,,'istão fui chamado pelo
alcançar a salvação.
'ocês ... ntravés da boa<fiO) (v. 14) O evan-o~-nova. Não se trata de
~:'~o
.. É uma boa-nova deter~=:::ida. Só existe um "to
r) diário de nosso mundo
de más-notícias. O jornal
::-.~3. de sangue, documentácampo de batalha, reflexo
~.3 do homem. Separação,
- '.':' caracterizam a civiliza. :-ica~ Não somos nós que o
~- o próprio mundo que o re:::3 o extrato de dois poemas
,.::.) Moraes:
. 2'a
__ o
CIDADE VAZIA
me assusta.
·E"~:emJ
" tensos
"", de agonia.
~s-de
,,::'!lente povoada,
está vazia.
::-.IUNDO MORTO
o
2m que nasci
'Jouco.
em solidão,
.::0 do "Caderno de Sábado"
: do Povo, 18-06-77) p. 11)
A mensagem de Cristo é a única
boa notícia para este mundo. O evangelho nos assegura que o bom pastor
conhece as ovelhas pelo nome. Alguém
sabe o meu nome, no meio da multidão.
Alguém me conhece na cidade maciçamente povoada, mas que está vazia,
onde todos caminham, lado a lado, em
solidão. A obra' de Jesus na cruz termina com o vazio, termina com a solidão; ela reúne Deus e homens numa
comunhão e, conseqüentemente, aproxima os homens entre si.
O evangelho - no sentido amplo da
palavra - é um instrumento de Deus;
isto vem indicado na preposição "d·já",
através. É o alto-falante de Deus no
de
mundo. É uma condescendência
Deus. Através dele, e em palavras que
podemos entender, Deus faz ouvir seu
chamado. Sempre que a cruz é apresentada diante dos olhos do mundo,
qual diapositivo, é o próprio Deus quem
fala através dela.
Paulo diz que o evangelho é nosso.
(dia tou evangeliou hemon) Estamos
incumbidos dele. O evangelho é nosso
em sua anunciação; em sua realização
é obra de Deus, está fora de nosso alcance natural (alcançamo-lo apenas pela fé). O chamado de Deus através
do evangelho atinge os homens atr.avés
de nossa vida e palavra. Deus precisa
de homens para poder dar este recado
como "boa-noticia". Aplica-se aqui a
parábola do formigueiro: para atingir
o reino das formigas ele (Deus) faz
uso de formigas (o Cristo encarnado e
nós homens); se ele agisse diretamente, ele teria que escavar o formigueiro. E então a boa-nova, a mensagem
do amor, se teria transformado numa
péssima notícia, numa mensagem de
lei, de destruição.
"para que alcancem a glória de nosso Senhor JeS1tS Cristo". - Este é o
alvo: a glória operada por Jesus Cristo. A Biblia associa "glória" com luz.
A glória, em nosso texto, é o céu. O
céu é luz em contraste com nossa escuridão. No céu, o que nos importúna será removido; aquilo de que estamos privados nos será suprido. (Apocalipse 21. 4) A "glória" permanece um
mistério para nós; não podemos compreendê-Ia em sua totalidade; afinal,
um cego não pode compreender em sua
totalidade o que significa poder ver.
3. Ser cristão é ser amado por Deus.
Isto resume tudo. Somos os egapeménoi (v. 13): aqueles que estão numa relação com Deus baseada no amor
que ele teve por eles na cruz e continua tendo.
"Amar", do ponto de vista do homem sem Deus, é verbo reflexivo: ele
ama a si e quer ser amado! "Amar",
na perspectiva de~ Deus é verbo transitivo, conjugado na voz ativa: Deus
ama a nós, e demonstra este amor.
"Amar", na perspectiva do cristão, é
verbo transitivo conjugado na passiva
e ativa: ele é "amado do Senhor" e
ams. (ativamente) a Deus e a seu irmão. ("Amar" é antes um verbo de
ação do que de sentimento. Quem ama
não apenas "sente" algo; ele torna este amor realidade, na vida prática.)
Deus e o cristão conjugam o verbo amar
de modo idêntico. Neste sentido me identifico com Deus. Ele ama o mundo por
meu intermédio também.
4. Ser cristão é ser um homem de
gratidão.
"nós porém temos obrigação de sempre e de contínuo agradecer a Deus
.. ," (v. 13)
Paulo quase que se vê forçado a
agradecer. Ele agradece constantemente (o verbo no presente dá idéia de
continuidade). O seu agradecimento vai
a Deus, como é natural. A gratidão baseia-se no amor de Deus tornado visível: na cruz e no chamado através do
evangelho.
No que concerne nossa relação com
Deus, agradecer é tudo que nos resta.
Mas, às vezes, é tudo que nos falta.
No agradecer está o nosso grande fracasso. Acontece que nosso "eu sob o
pecado" (nossa carne) encara o agradecimento a Deus como derrota. Sua
vontade é conquistar por conta própria,
receber ele os agradecimentos
e os
aplausos. Nosso novo eu, criado segundo Deus, sabe o quanto precisa agradecer a Deus. Ele sabe que isto é tudo
que lhe resta. E isto faz do cristianismo a religião da gratidão, como Lutero
tão bem o percebeu. A gratidão necessariamente envolve, amor, sacrifício.
Paulo viveu a realidade da gratidão
como primeira e única atitude em relação a Deus. Sua vida e suas cartas
comprovam isto. Em geral as suas cartas, depois do cabeçalho, apresentam,
em primeiro lugar, uma canção de lou145
VaI', onde a tônica necessariamente
é
"eukharisto", "agradeço". "dou graças".
(Cf. Rm 1. 8; 1 Co 1. 4; Ef 1.16; Fp
1.3; CI 1.3; 1 Ts 1.2; 2 Ts 1.3; 2.13;
Fm 1.4 - a gravidade da situação e
a urgência faz com que GI e 1 Co sejam exceção.) Como estamos nós nesta
questão?
5. Ser cristão é ser "tradicionalista".
"fiquem. firmes e não larguem as tradições que foram ensinadas a vocês ... "
(v. 15)
Somos tradicionalistas no sentido de
que nos voltamos para algo que aconteceu, no passado, e não para um "mito" arquitetado em nossa mente. O cristianismo conserva tradições históricas
e não mitos. Temos um conteúdo de
ensino que nos foi entregue. Encontramos uma série destas "parádosis" (tradições) em 1 Corintios 15. 3ss. Elas performam o Evangelho. E o evangelho é
histórico, desenrolou-se no palco do
mundo, aconteceu entre nós; o "Verbo da vida" foi visto, contemplado (1
Jo 1.1). O evangelho não é uma intuição, uma reflexão, uma idéia, um mito
extra-temporal;
é uma realidade que
pode ser historiada. Ê por isso que "a
igreja, assim como a Biblia, toma muito a sério acontecimentos históricos,
talvez mais a sério que o fazem os historiadores". (SASSE, H. Isto é o men
corpo, p. 281)
Estas tradições - em suma, o Novo Testamento - devem ser mantidas.
Em meio à mentira, à relativização, à
indiferença, ao sincretismo, é preciso
conservar o que se tem, permanecer
de pé, segurar firme, não abrir mão de
nada. Esta tarefa é nossa; por ela somos responsáveis. No ano do quarto centenário da Fórmula de Concórdia, temos em nossos antepassados na fé um
grande exemplo.
6. Ser cristão é ser um lutador que
precisa de consolo e força.
"que o nosso Senhor Jesus Cristo e
Deus, nosso Pai '" de fato console
seus corações e fortaleça vocês e1U todas as coisas boas que fizerem e disserem".
Consolo - é disto que mais necessi·
tamos no tempo de reino de Deus "já
aqui" todavia "ainda não", no tempo
em que vivemos na expectativa da concretização do reino de Deus. no tempo
em que esperamos pelo desfecho final.
(O reino de Deus se compara ao re146
lâmpago e trovão. O relâmpago já riscou o céu - o reino foi inaugurado;
estamos na espera pelo estrondo, pelo
trovão - a parusia.).
Consolo (paráklesis) é o que necessitamos em nossa marcha pelo mundo.
Nesta marcha - a exemplo da anedota em que a mãe vê o filho marchando com o passo trocado e afirma que
só ele está certo - nós estamos com
o passo trocado (aos olhos do mundo);
somos diferentes. Entretanto, são os outros todos que estão com o passo trocado, porque Deus afirma - a exemplo da mãe - que nós estamos certos. E isto decide a questão. Mesmo assim, não é fácil. Há uma voz secreta
dentro de nós que sempre de novo nos
cutuca dizendo que estamos com o passo trocado. Mas então vem Deus e me
chama para junto de si ("para-kaleo")
e me reanima, dizendo: "Vai firn1e, você está com o passo certo, mesmo que
seja o único!" E então ele certamente
nos dará forças para vivermos voltados para o que é bom (agathós).
Quem sou eu? Ê preciso repetir?
Está bem: sou um homem escolhido
por Deus; chamado através do evangelho, a caminho da glória; amado por
Deus; um homem de gratidão; um "tradicionalista"; um lutador que precisa de
consolo.
Ê muito, mas não é tudo. Certamente é o bastante para evidenciar que não
há crise de identidade em minha vida.
Pela graça de Deus sei de mim muito mais que o nome e o número da cédula de identidade. Louvado seja Deus!
Amém.
AS CONSEQÜÊNCIAS
ACEITAÇÃO
DE
DA
J~SUS CRISTO
(1 Ts 2.13-20)
Paulo Wille Buss
Na sua segunda viagem missionária através da Ásia Menor, Macedônia
e Grécia, o apóstolo Paulo e seus companheiros pregaram a grande notícia
do amor de Deus também na cidade
de Tessalônica (At 17.1-4). Parte da
semente caiu em terra fértil e assim
veio a existir ali uma congregação cris-
tão Mas Paulo ,,2.:
muito tempo com
Ias judeus teve ':i''':~ -'
O pensamen':c i~ :=::'_-'"
se desligou dos ,.: o:~
c~
Como estariarr-, .e..e0
continuavam i::,,:~,
a pel'seguiçãe·
Tais pergum2.~
Deixou.
lá, conl eies _
panheiros ,~': :.: c'
-=-._
te, se encc:-:-"::_--~-:-:=
= ...
= ~
u
rinto,
trazf-l"'.~:
animadm·as .. ::.e.Oc...
~.
igreja tess2.L, __c:"':7
De COlin:,:
nas, sozinho. =~=::.=-__do-se inteil·2.n·.~-.:' _
trabalhando -'-.~'
e Priscila. tiO:::::'
vinda dos de.:.,
se dedicando :::::. .... < nária (At 18 E
(a primeira i,:
de Tessalônic.s.
_
meados de 5':' ."._
.-:~
queremos aq'.::
V. 13 - O
sículo aponta:::::ele dirige a D= __
=
ças" qualquer
mos "obrigad:
apóstolo, pOlé-,·.
a INCESSAXT::=::=.- • "T''=:
Deus. Qual é :.
=-ª
tidão? "é q,-'.e
palavra que d~
Deus, acolhes:.c,o - e·
homens, e, si=-:
a palavra de ='.e'
Os tessalorc::.e:..:'o.'
~
Palavra de l1C2.2:',c
__::' . c
cisivo para a _o: i.:. ~,.,.=..
a Palavra é :: :-~.::'~:-~_
vida de cada
Ao ouvir a
coloca a ques:s:
nas homens f2.:2.:-_:::~ ~
afirmativamen:2
~~:~ =
numa posição s·,,::;:=_,-.,
dera esta "P2.:·:-,-::-':' --'E
ou errada, be::" :': ,: o::.:,;,;
eu equiparo es: ô. :="-.
discurso polítL:. __~_._.'"
a um comemá:::
~_:_ ~
futebol.
Mas, se nós
tal' em nossa
Co_
=--
c""
-.éS
.·io. o relâmpago já ris:. reino foi inaugurado;
oO,'era pelo estrondo, pelo
::s.,'usia.) .
.
:'-á kZesis) é o que neces:·.:5sa marcha pelo mundo.
... s. - a exemplo da anedoc. c-::ãe vê o. filho marchan.' '.050 trocado e afirma que
_ :e'to - nós estamos com
. '.:'.0 (aos olhos do mundo) ;
o:::es. Entretanto, são os ou.:e estão com o passo tro:;, Deus afirma - a exem~~ - que nós estamos cer:'.e2ide a questão. Mesmo asc
:'ácil. Há uma voz secreta
~." 3 que sempre
de novo nos
~:::'.') que estamos com o pas:.1as então vem Deus e me
, é:mto de si ("para-kaZeo")
:::2.. dizendo: "Vai firme, vo'J passo certo, mesmo que
: :" E então ele certamente
:':-ças para vivermos volta:1'-'eé bom (agathós).
o: '.' eu? É preciso repetir?
sou um homem escolhido
::amado através do evange..:-'.ho da glória; amado por
:::mem de gratidão; um "trac. : um lutador que precisa de
mas não é tudo. Certamen. '.::te para evidenciar que não
:~ identidade em minha vida.
, de Deus sei de mim mui.2 o nome e o número da cé.2c-.tidade. Louvado seja Deus!
SEQÜÊNCIAS
DA
:10
DE JESUS
i 1 Ts 2.13-20)
CRISTO
Paulo Wille
segunda
viagem
Buss
missioná-
,3 da Asia Menor, Macedônia
apóstolo Paulo e seus comT)regaram a grande notícia
~e Deus também na cidade
~:-,jca (At 17.1-4). Parte da
: S.::l em terra
fértil e assim
0::,' ali uma congregação cris-
tão Mas Paulo não pôde permanecer
muito tempo com eles. Perseguido pelos judeus teve que seguir adiante.
O pensamento de Paulo, porém, não
se desligou dos cristãos de Tessalônica.
Como estariam eles agora? Será que
continuavam firmes na fé? Será que
a perseguição não os havia vencido?
Tais perguntas não lhe davam sossego.
Deixou, quando precisava fugir de
lá, com eles Timóteo e Silas, seus companheiros de lutas. - Estes, finalmente, se encontravam com Paulo em Corinto, trazendo notícias extremamente
animadoras. Apesar das perseguições a
igreja tessalonicense florescia!
De Corinto, aonde chegou de Atenas, sozinho, desanimado, não dedicando-se inteiramente à evangelização, mas
trabalhando manualmente com Aquila
e Priscila, tendo sido confortado pela
vinda dos' dois colaboradores, e agora
se dedicando totalmente à obra missionária (At 18.5), escreveu uma carta
(a primeira de duas) à congregação
de Tessalônica, possivelmente ainda em
meados de 50 AD. Parte desta carta
queremos aqui estudar.
V. 13 - O apóstolo inicia este versículo apontando para a gratidão que
ele dirige a Deus. Não é um "dar graças" qualquer como nós às vezes dizemos "obrigado" por mero costume. O
apóstolo, porém, se sente impulsionado
a INCESSANTEMENTE
dar graças a
Deus. Qual é a razão de tamanha gratidão? "é que, tendo vós recebido a
palavra que de nós ouvistes, que é de
Deus, acolhestes não como palavra de
homens, e, sim, como, em verdade é,
a palavra de Deus".
Os tessalonicenses souberam ouvir a
Palavra de maneira certa. Isto foi decisivo para a vida deles. Saber ouvir
a Palavra é também decisivo para a
vida de cada pessoa em nossos dias.
Ao ouvir a Pregação da Palavra se
coloca a questão: "ouço eu agora apenas homens falando?" Se eu respondo
afirmativamente
então eu me coloco
numa posição superior em que considero esta "palavra de homens" certa
ou errada, bela ou menos bela. Então
eu equiparo esta Palavra a qualquer
discurso político, científico, ou mesmo
a um comentário sobre um jogo de
futebol.
Mas, se nós quisermos experimentar em nossa vida aquilo que trans-
formou a vida daquele grupo de habitantes de cidade de Tessalôniea então
é preciso que ao ouvirmos a Palavra
de Deus, que homens nos trazem, esqueçamos, assim mesmo, os homens e
ouçamos nessa Palavra o próprio Deus
falando a nós. Quando isso acontece,
missioná.rios, evangelistas,
pregadores
e pastores são levados a um incessante dar graças de admiração porque percebem nas pessoas "que vós ... a acolhestes não como palavra de homens,
e, sim, como em verdade é, a Palavra
de Deus." Este resultado nenhuma aptidão humana, nenhuma facilidade de
comunicação, nenhum' vocabulário elaborado, nenhum fervor ardente, nenhum
método velho ou novo pode obter. Aqui
é a própria Palavra de Deus que "está operando eficazmente em vós, os que
credes".
Este fato deve nos interessar não
apenas como ouvintes da Palavra mas
também como comunicadores da mesma, visto que ninguém recebe a Palavra só para si mas também para compartilhá-Ia com outros. Ao fazê-Ia devemos, pois, nos lembrar que a mensagem não é nossa mas de Deus. O
decisivo para levar alguém realmente
à fé não é aquilo que ele nota em nós,
como pessoas diferentes dos outros, mas
sim o conteúdo daquilo que lhe transmitimos .
Nós somos apenas mensageiros. Recebemos uma mensagem da parte de
Deus e entregamos esta mensagem, assim como a recebemos, às pessoas que
são colocadas em nossa vida: parentes,
amigos, colegas de trabalho e estudo,
membros da congregação, etc. Uma vez
entregue a mensagem, ela age independentemente de nós. Ela é como uma
granada lançada no campo do inimigo.
Pode demorar um pouco para explodir, mas explode. Da mesma forma a
Palavra de Deus agindo no coração humano expulsa dali as trevas fazendo
brilhar a luz da fé. Isso aconteceu em
Tessalônica.
V. 14-16 - Por isso o apóstolo pode iniciar o v. 14 com as palavras:
"tanto é assim". Isso significa que ele
irá apresentar agora os motivos que o
levaram a constatar a ação da Palavra de Deus entre os crentes. Em que,
pois, se nota que Deus "está operando eficazmente em vós, os que credes"? Nos felizes sentimentos da pro147
ximidade de Deus, de paz e alegria no
coração? Não! O sinal de reconhecimento é totalmente outro, e é para os
cristãos de hoje e de todos os tempos
muito imuortante e muito confortador
ler e refl~tir sobre o que segue: "Tanto é assim, irmãos, que vos tornastes
imitadores das igrejas de Deus '" porque também padecestes, da parte dos
vossos patrícios, as mesmas cousas ... ".
A Palavra de Deus em ação leva à perseguição e leva a suportar a perseguição.
Tanto naquela época como hoje, ser
cristão é "nadar contra a correnteza".
Para nós que não sofremos uma perseguição violenta e aberta ser cristão
significa
especialmente
enfrentar
a
pressão que nos tenta enquadrar à força nas normas do "mundo". Importa,
pois, verificar constantemente
se não
estamos sendo transformados pelo mundo em vez de transformá-Io.
Se não
estamos sendo moldados à imagem do
mundo em vez de progredirmos em direção à imagem de Cristo (Ef 4. 13ss) .
Não desanimemos ante à pressão. Consolemo-nos sabendo que exatamente então estamos no caminho certo. Pois o
mundo que odiou a Cristo odeia também a nós porque não somos do mundo. Se há paz entre nós e o mundo
então sim devemos desconfiar, pois assim como um morto não sente um peso que se colocar sobre ele assim também o espiritualmente morto não sente
nenhum peso e nenhuma pressão espiritual.
:Ê por essa razão que o apóstolo vê
justamente na perseguição que os tessalonicenses estão sofrendo o sinal de
que Deus está agindo entre eles.
Exemplo típico dessa situação também eram "as igrejas de Deus existentes na Judéia em Cristo Jesus".
A referência aos problemas nas comunidades da Judéia leva a declarações
sobre os judeus que facilmente podem
ser entendidas com "anti-semitismo".
Mas contra essa interpretação se impõe de imediato duas realidades: primeiro, o próprio escritor desse texto é
judeu e, segundo, os cristãos de Tessalônica "padeceram as mesmas coisas
da parte de seus patrícios" (arianos).
Os "arianos", portanto, não são melhores no seu relacionamento com a obra
de Deus do que os judeus! O que apenas acontece é que na atuação e no
148
destino de Israel, o "povo eleito", aparece tudo muito mais claramente. O
que está em foco aqui é a relação do
homem, no caso os judeus, para com
Deus. Não se condena o tipo racial do
judeu, ele não é acusado desta ou daquela fraqueza ou falha moral, mas
em Israel se evidencia como o homem
age em relação a Deus.
Justamente este "povo eleito" também matou "o Senhor Jesus e os profetas". Justamente eles, a quem Deus
demonstrara de maneira toda especial
o seu amor, "não agradam a Deus".
Justamente eles que deveriam ser os
mensageiros de Deus para a humanidade, "são adversários de todos os homens", em orgulho egoísta perseguiram a Paulo e seus cooperadores e
querem impedir que a mensagem de
Cristo chegue "aos gentios".
Os próprios gentios não agiram diferentemente em Tessalônica. Mas a Israel cabe uma responsabilidade especial. Por isso seu comportamento serve "a fim de irem enchendo sempre
a medida de seus pecados". Também,
por isso, "a ira sobreveio contra eles
definitivamente".
A que se refere o
apóstolo ao fazer essa afirmação? Em
Romanos 1.18,26 o mesmo apóstolo diz
que a ira de Deus se revela contra os
gentios justamente através do fato de
entregá-Ios ao pecado. Não veria, portanto, o apóstolo justamente na rejeição do evangelho por parte de Israel
- o evangelho que justamente queria
trazer a Israel paz e glória perante todos os povos - não veria ele justamente nessa violenta oposição de Israel, a ira de Deus em ação, a ira que
abandona Israel na dureza de sua incredulidade?
Eis aí uma séria advertência para
a humanidade de hoje, especialmente
os cristãos, que, tendo a revelação do
amor de Deus, fazem pouco caso dele.
V. 17 - Essa é a situação dos judeus. Mas o que estará acontecendo
com os cristãos de Tessalônica que padecem, da parte de seus patrícios, as
mesmas cousas? :Ê exatamente isso que
pergunta o mensageiro, impulsionado
por um vivo amor.
Paulo está naquele momento em serviço ativo em Corinto mas isso não
faz com que os tessalonicenses passem a ocupar um segundo plano em
seu coração. A união com eles é tão
_
viva e permanente ':':',>,
se sentem "orfanadc~ ;:, ::;
de vossa presença". F.c"---.-=
go podem acrescen,,:c,' :
sença, não, porém,
característico de to?'"
homem na Bíblia :::: ~
"realista" e não ·'p's·.:= ..
esse acréscimo na,:· ~
sa presença - por:'-:.
~
é tão problemática,
espiritual no COl'i".;,"-:
Não, quão grande "- ~
.5
ção interior, quãc. '.-.'
pensamento, na .§:,'s:.::~.
a conseqüência ds,~,,~"~
clara, surpreender.: c:.. =_
sa falsa "inte:".:' 'Z'.:':'.
contrário: KÓ,
penho diligenc:::c:-:":
jo, ir ver-vos Pcê,:
blico. O homem ~ ~.~
unidade de COl',:: ~ "'. .
verdadeira é "c.,.:',::'-'-.
verdadeiro exig,,- ::Õl':','>_
sica do outro.
Isso é impc:'c:-'= -nhão real entre ::~. ~'
bém é impona:-.:cê ~
vida congregacL-:-." .. ~
nós entendemo~
plica no "estar ".:':-.:.
ta convivência, r,:
adoração do m,,-~~,: :: c=--.
ficação mútua, ;-0-'. :õ .
Esforçamo-nos :s~.:,'::-:
o empenho pa:2. .. - ~. _~
:ir sempre de ne:: --~.
soalmente? Ko~,,?.
:'"
nal" de hoje es: é. ~ ,-~_- - =:;
bada porque m-'::'::~
simples "pensa:' r.:·~ ._
cristãos só para o:
que não procUlc. " :;::-':".:.<:E
outro, - para c'::'''~ ::=., .s;
tada toda a o;::::' -- .::= ~
- não é amor t:'~__
.'
V. 18 - Pc .~.=:
séria e firmem"",: c _
"Não somente ün:s. "c':
=
por que sua dE<~"-: =
=-__.,~.:...
~
=
.•
="rael, o "povo eleito", apa'TlUitO mais claramente. O
:-c: foco aqui é a relação
do
caso os judeus, para com
"e condena o tipo racial do
:-"ão é acusado desta ou da.:eza ou falha moral, mas
"'" evidencia como o homem
:2.,~ão a Deus.
':-"e este "povo eleito" tam"0 Senhor Jesus e os pro:amente eles, a quem Deus
:. de maneira toda especial
"não agradam a Deus".
eles que deveriam ser os
" de Deus para a humaniadversários de todos os hoorgulho egoísta persegui·.,10 e seus cooperadores
e
'.,:.edir que a mensagem de
;~)e"aos gentios".
-cios gentios não agiram di. e em Tessalônica. Mas a Is':ma responsabilidade espe""0 seu comportamento
serde irem enchendo sempre
::'e
seus pecados". Também,
a ira sobreveio contra eles
.2nte". A que se refere o
fazer essa afirmação? Em
18,26 o mesmo apóstolo diz
::'e Deus se revela contra os
':amente através do fato de
ao pecado. Não veria, por~Óstolo justamente na rejei'.:-"g'elho por parte de Israel
,,,,lho que justamente queria
: ael paz e glória perante to':s - não veria ele justa,,"- violenta oposição de Is:le Deus em ação, a ira que
'~:-ael na dureza de sua in--:na séria advertência para
e,::e de hoje, especialmente
que, tendo a revelação do
~-)s. fazem pouco caso dele.
- Essa é a situação dos ju:. que estará acontecendo
':1'.os de Tessalônica que pa:arte de seus patrícios, as
_"as? E exatamente isso que
mensageiro, impulsionado
--c' amor.
,. ó. naquele momento
em ser2"'1 Corinto mas isso não
os tessalonicenses pas-- 2.1'
um segundo plano em
A união com eles é tão
viva e permanente que os mensageiros
se sentem "orfanados por breve tempo
de vossa presença". Realmente eles logo podem acrescentar "de vossa presença, não, porém, do coração". Mas é
característico de toda a concepção do
homem na Bíblia inteira, que ela é
"realista" e não "platônica". Por isso
esse acréscimo não é: "apenas de vossa presença - portanto a situação não
é tão problemática, pois a comunhão
espiritual no coração é o principal".
Não, quão grande e firme seja a ligação interior, quão viva ela esteja no
pensamento, na gratidão e nas petições,
a conseqüência daquele acréscimo declara, surpreendentemente
para a nossa falsa "interiorização", exatamente o
contrário: Nós "com tanto mais empenho diligenciamos, com grande desejo, ir ver-vos pessoalmente". Isto é bíblico. O homem é na sua essência uma
unidade de corpo e alma. Toda a vida
verdadeira é "corporal". Por isso o amor
verdadeiro exige também a presença física do outro.
Isso é importante para toda comunhão real entre irmãos e por isso também é importante para a verdadeira
vida congregacional de hoje. Será que
nós entendemos que a fraternidade implica no "estar junto" real, na concreta convivência, no encontrar-se para a
adoração do mesmo Senhor, para a edificação mútua, para a troca de idéias?
Esforçamo-nos também nós com todo
o empenho para "com grande desejo"
ir sempre de novo ver os irmãos pessoalmente? Nossa "vida congregacional" de hoje está grandemente perturbada porque muitos supõe que com o
simples "pensar nos outros" podem ser
cristãos só para si mesmos. Mas o amor
que não procura a presença física do
outro, - para o que deve ser aproveitada toda a oportunidade de encontro
- não é amor bíblico.
V. 18 - Por isso Paulo decidira
séria e firmemente ir a Tessalônica.
"Não somente uma vez mas duas". Mas
por que sua decisão não se concreti-
zou? Porque "Satanás nos barrou o caminho". Não sabemos como isso aconteceu mas provavelmente aconteceram
coisas que de fato tornaram impossível a realização' do plano de Paulo, e
por trás desses acontecimentos ele viu
a ação do inimigo.
V. 19 - O verdadeiro amor envolve a comunhão com os outros até a
eternidade. Essa eternidade não é um
futuro vago e distante. Ela é esperada ( 1. 10), ela está viva no pensamento e na fé geral dos cristãos. Por isso,
quando o apóstolo pensa num reencontro com os Tessalonicenses ele também
tem imediatamente diante dos olhos o
grande reencontro "na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda".
Isso não era para ele um grande
"salto" mas estava bem próximo dele.
Temos aqui um exemplo de quão certa e viva era para eles a esperança
da vinda de Cristo. E quanto às nossas perguntas, se a gente realmente se
verá novamente e se então a gente também irá se reconhecer e ter algo a ver
um com o outro, Paulo teria apenas
sacudido a cabeça. Naturalmente estão
então os seus amados Tessalonicenses
ali diante de Jesus e formam uma parte da sua grande esperança e são sua
alegria e sua coroa de exultação, o resultado brilhante e imperecível de seu
trabalho fatigante e de seus sofrimentos.
O quadro que o apóstolo nos apresenta mostra que quanto mais realística e infantilmente tivermos diante dos
nossos olhos o quadro da vinda de Cristo tanto mais próximos estaremos do
Deus vivo e verdadeiro, ao passo que
todas as espiritualizações abstratas justamente nos afastam de Deus.
V. 20 - Este versículo com o qual
queremos encerrar este nosso estudo
nos mostra que o amor verdadeiro não
repousa na auto-suficiência de sua própria riqueza, mas pensa do fundo do
coração em relação aos outros que são
amados: "vós sais realmente a nossa
glória e a nossa alegria".
--:0:--
.o
149
COMENTÁRIOS
LER
E
(Leitura:
REFLETIR
Mt 6.24-34)
Doncildo Schiiler
Ao longo da história, observam-se
reiteradas tentativas de abrir fendas entre o corpo e o espírito.
A ruptura provoca sempre conflito
interno. Não se pode viver asceticamente sem conflito. Negadas necessidades
básicas, o corpo reage vigorosamente.
A criatura formada de corpo e espírito,
não pode sem prejuizo cultivar o espírito em detrimento do corpo.
Também não é possível optar sem
conflito por uma vida desproporcionadamente material. Com freqüência observa-se uma incontida inquietação espiritual no homem que tem a matéria
como única realidade. A inquietação leva o homem a indagar por aquilo que
se oculta além do imediato (o comer
e o beber, o acumular riquezas, o reproduzir-se, o afundar-se na natureza).
Por mais que o homem evite cuidados
desta ordem, constata que a vida é mais
do que o alimento e o corpo é mais
do que a vestimenta.
Cristo não propõe a flagelação do
corpo como existência ideal. De acordo
com o que Cristo expõe, o homem tem
necessidade de vestimenta e Deus veste, tem necessidade de alimento, e Deus
alimenta. El, ao vestir, não veste com
economia. Nem a lendária riqueza de
Salomão excede o esplendor com que
Deus veste os lírios do campo. A variedade de perfumes e sabores é da mesma forma manifestação da prodigalidade divina.
Cristo não sanciona o ascetismo. Os
movimentos ascéticos fundamentam-se
sempre na concepção de que a matéria é má. Mas o Deus que se revela
em Cristo é o Criador também da matéria. A matéria não surgiu como realidade degradada. Deus, concluída a
criação, declarou bom a totalidade do
que fizera, também a matéria.
150
o pecado afetou '=':~:'
tra as intenções do ~~__ ~_
matéria, mas tambê-,-_ ..
É
pa macula corpo e e"c
disto, foi necess3 r::
corpo, como tambéc~-_
mem todo afasto>~éo
dental' o reaproxL':~~_
pírito) .
O homem reoa: _.
_
do põe natureza e __,i: .. _
inteiramente
O;X,,:C o
quando opõe as
(natureza)
às Sé,:',
(cultura) .
Nesta radioa':zo_
por autor excL s:
ga-se com exc: :"c
é também de
preocupações
produção de ,,:__.
dade nossa exo: ..~.
gítima a perg-;'_:~:"comeremos? P 3-:clusivo da n;}-----o
suas mãos; é 'e":::'e pelo beber, pe::, : - - ~
e do mundo) ::e:~
ça de destruiçiL
Separado c:e = c
sobre si um T2.:-'..
regar. Provoc8.. "
tegração do á:,:-~'
a reação. A des:-.:~ =-'
dir indefinitiY2." .
mais forte que
limites da aL2.
estão longe. eléo
pria carne. Xà_
centímetro li 5'.:2.
pedir o encane,:':-,:~:::
Iluminados :::.
natureza e c,-,i":.:' ~~
O Deus da Yl2.:_ ..>:>. da cultura. O I:éo_.'
do continua c::2.:::
mem. A criacà: -."-_
cerrado. Atra'.-ê" :':
mem participa :-0
Criador.
A proclan:2.'~"~
também a re12.';L
Deus que aliT,-_e:-~:-,~ . _
também o h01;:,,-,-_
SOS. OS animaL"
minações biológ-:~?,
tos como lhe;; ::c:
..
aperfeiçoam mé,:c'::~
==
trário, substitui :-_"--:.:i _ :i;
::c __
l
E
."itura:
REFLETIR
Mt 6.24-34)
Donaldo SchÜler
~o da história, observam-se
:entativas de abrir fendas ene o espírito.
'3a provoca sempre conflito
~c' se pode viver asceticamen,cflito. Negadas necessidades
corpo reage vigorosamente.
formada de corpo e espírito,
'em prejuízo cultivar o espí'dmento do corpo.
:: não é possível optar sem
uma vida desproporciona::aterial. Com freqüência ob",a incontida inquietação eshomem que tem a matéria
" realidade. A inquietação leem a indagar por aquilo que
3.lém do imediato (o comer
o acumular riquezas, o re" o afundar-se na natureza).
que o homem evite cuidados
:-::.constata que a vida é mais
3.limento e o corpo é mais
·:estimenta.
nào propõe a flagelação do
:' existência ideal. De acordo
, Cristo expõe, o homem tem
" de vestimenta e Deus vesc'essidade de alimento, e Deus
ao vestir, não veste com
Xem a lendáría riqueza de
~xcede o esplendor com que
~ os lírios do campo. A va:cerfumes e sabores é da mesmanifestação da prodigalida,"ão sanciona o ascetismo. Os
:3 as céticos fundamentam-se
õ
concepção de que a maté~Ias o Deus que se revela
'" o Criador também da ma:'.3.téria não surgiu como reazl'adada. Deus, concluída a
~:larou bom a totalidade do
também a matéria.
o pecado afetou posteriormente, contra as intenções do Criador, não só a
matéria, mas também o espírito. A culpa macula corpo e espírito. Em vista
disto, foi necessário redimir não só o
corpo, como também o espírito. O homem todo afastou-se de Deus, e o Redentor o rea proxima todo (corpo e espírito) .
O homem recai no dualismo, quando põe natureza e cultura em esferas
intei.ramente
opostas. Isto acontece
quando opõe as coisas criadas por Deus
(natureza)
às suas próprias criações
(cultura) .
Nesta radicalização, o homem se tem
por autor exclusivo da cultura. Arroga-se com exclusividade o trabalho que
é também de Deus. Isto provoca as
preocupações de que fala Cristo. Se 8.
produção de alimentos é responsabilidade nossa exclusivamente, então é legítima a pergunta angustiosa: "o quê
comeremos?" Se o homem é autor exclusivo da cultura, tem o futuro em
suas mãos; é responsável pelo comer
e pelo beber, pela fome e pela sede (sua
e do mundo) pela pobreza. pela ameaça de destruição da vida.
Separado de Deus, o homem toma
sobre si um fardo que não pode carregar. Provoca. por exemplo, a desintegração do átomo, e não sabe prever
a reação. A desintegração pode progredir indefinitivamente?
A natureza é
mais forte que o homem, estabelece os
limites da atuação. E os limites não
estão longe, ele os traz em sua própria carne. Não pode acrescentar um
centímetro à sua estatura, não pode impedir o encanecimento, nem a morte.
Iluminados por Cristo, não situamos
natureza e cultura em esferas opostas.
O Deus da natureza é também o Deus
da cultura. O Deus que criou o mundo continua criador nas criações do homem. A criação não é um capítulo encerrado. Através de suas criações, o homem participa' da contínua criação do
Criador.
A proclamação de Cristo esclarece
também a relação natureza-cultura.
O
Deus que alimenta as aves alimenta
também o homem. Os meios são diversos. Os animais, comandados por determinações biológicas, coletam os alimentos como lhes foi determinado. Não
aperfeiçoam métodos. O homem, ao contrário, substitui na produção e trans-
formação dos alimentos uns métodos
por outros. Mas, tanto na atividade do
animal como na do homem, manifesta-se o poder criador de Deus. Nenhuma invenção realiza-se fora da ação
criadora de Deus.
Esta visão não cria barreiras a lllventividade, desvenda-lhe a origem.
O homem, que arrogantemente pretende subtrair a cultura dos domínios
de Deus, entra em crise. Perde o sentido da cultura. Não entende a razão
do que faz. Perde o critério para distinguir o bom do mau.
Se intenta competir com a natureza, reconhecerá cedo o insucesso. O dia,
em que deverá reconhecer que nem Salomão se veste como os lirios, não tarda.
Cristo não tolera a oposição cultura-natureza. Manda estar atento ao que
se passa na natureza: o comportamento de animais e plantas. E elas atestam a ebulição da vida. Atestam a contínua geração de erva, flores e aves
e a luta incessante contra o deserto;
da vida, contra a morte.
Vivemos um outro geocentrismo. Já
não cremos que a terra esteja no centro do Universo. Mas as viagens espaciais nos firmam na certeza de que a
terra é lugar em que a vida triunfou
sobre a desolação. E neste triunfo desoculta-se a riqueza da inventividade do
Criador.
O homem, ao criar, realiza a vontade de Deus, mesmo que não esteja
consciente disso. A apostasia do homem
consiste em atribuir a si o que é, na
verdade, obra de Deus.
Secularizou-se nestes últimos tempos a idéia da criação, entendendo-se
as leis da criação como leis da natureza. Tem-se as leis da natureza como
constantes fundamentais de acordo com
as quais as coisas acontecem. A idéia
da criação é uma reinterpretação teológica do que acontece no Universo.
A criação contínua implica uma contínua revelação de Deus. O futuro reserva, assim, sempre mais do que aquilo que já conhecemos e temos. Como
Deus não cria ao acaso, tudo o que
no futuro se há de revelar está nos
planos de Deus. O futuro é de Deus.
Não há lugar para preocupações. Preocupar-se é ocupar-se antecipadamente
com coisas incertas. A confiança em
Deus substitui a preocupação pela esperança. Alentados pela esperança, bus151
camas no futuro novas manifestações
do Deus que se manifestou e se manifesta.
Preocupar-se com o dia de amanhã
impede ocupar-se com o dia de hoje.
A incerteza do futuro perverte o presente. Resolvido o futuro, é possível viver significativamente
o presente. Os
olhos abrem-se para a realidade, mesmo a mais simples, e aí descobrem
Deus.
Ingressar no reino de Deus coincide
com o cessar de se preocupar. No reino de Deus, o homem passa a confiar
naquele que sustenta todas as coisas.
O rei do Universo é também o mantenedor.
MEU FILHO
É
VICIADO!
(Relato de uma mãe)
Li tanto a respeito de drogas e seu
poder destruidor, que por fim acabei
imaginando que sabia tudo sobre o assunto. De vez em quando sentia uma
repentina compaixão por tantas vidas
viciadas que estão se perdendo e pedia
a Deus que fizesse algo para salvar
essa mocidade de hoje.
Mas era só. No mais tudo permanecia estranhamente irreal, como se pertencesse a outro planeta. Ê claro, que
coisas assim, se passam no mundo e
não no nosso ambiente, ou seja, num
lar cristão.
Até que um dia inesperadamente o
problema surge. Há algo estranho com
meu filho. Ora parece bastante extrovertido, ora cai de repente num melancolismo inexplicável. Aos poucos perde
interesse nos seus passatempos prediletos. Abandona a leitura,deixa de !r nesse verão à praia, o que outrora tanto
adorava.
De vez em quando, a gente nota um
cheiro doce, desconhecido, no seu quarto. Nest.a altura, começa a desconfiar,
e de repente percebo que seu ar alegre
é todo forçado. Que está tenso e amargurado, cheio de crítica contra tudo e
todos.
Nos fins de semana passa a desaparecer. Quando volta a alt.a madrugada, está drogado ou ainda está sob efeito da droga. Suas pupilas estão grandes, não somente nos fins da semana,
152
mas quase todos os dias. Meu filho usa
entorpecentes. Ele é viciado.
Dou graças a Deus que nessa situação, Ele não nos abandonou. Ensinounos várias lições valiosas, ajudando-nos
para que não ficássemos completamente desesperados, o por fim ganhássemos
a vitória.
Desde o início o Senhor abrira nossos olhos para a dimensão espirit.ual
do nosso problema. Mostrou-nos como
isso coincidia com as intenções do maligno. Nos fez lembrar de que Jesus
chamou o diabo de "ladrão que vem
para destruir, roubar e matar". Não
restava dúvida de que estávamos presenciando sua obra na vida do nosso
filho.
Entretanto, Deus mostrou que tínhamos em nossas próprias mãos arma poderosa para combatê-Ia. Disse que nós
como seus filhos possuímos o direito
para repreender no nome de Jesus a
influência maligna no nosso filho.
Ele esperava de nós que mentalizássemos verbalmente a ordem de retirarse da sua vida.
Por fim nos confortou com uma promessa especial. Nos indicou o texto bíblico que diz que os filhos dos crentes
são "santificados" nos seus pais. Chegamos à conclusão de que Deus promete dispensar uma atenção toda especial
aos filhos daqueles que o amam. Por
outro lado poderíamos ajudar nosso filho purificando o ambiente do nosso lar
com a presença de Cristo.
No sentido natural, tentávamos, com
a graça de Deus, conservar apertas as
vias de comunicação com nosso filho.
Ele era o primeiro que saía para o
serviço, bem antes dos outros. Costumava levantar-me tão cedo quanto ele
para preparar seu café. Aproveitava,
e isso já desde que era pequeno, esses
momentos para fazer uma breve oração, .ler um trecho bíblico ou fazer um
comentário qualquer. Muitas vezes pensei em parar com tudo isso. A coisa
parecia inútil. Será que ainda apreciava esse antigo costume na situação em
que estava? Certa tarde, telefonou para a casa dizendo: "Mamãe, se a Senhora soubesse como amo a todos vocês ... " Um dia falou com o pai que
queria sair da casa para morar com
os amigos. Nós sabíamos muit.o bem
quais seriam a~
rido entretanto :
veria decidir po: 5. ::>0"
tante idade pa:" "~C'o
POi-Émacresce,,::_
aqui sempre ,'"2.--7:.'. __~
Nós o recebere:-O::5 c-c .. -abertos, quaL" ~::~:-:.
Felizment;õ
t.arde nos c-C'.:
essas palaY:'''5.
CO~~
'
-
__
:'ê
Seu decl:.l:.::
a pior. Da nl8.c:::-":::c. .,'-:-,
Aconteceu. ]:'0'0":-,'.
sas "viagens" ::~.~~:
inferno, apariç6;õ~
isso lhe influL:
Estava desespe:,,::'
que vimos os P:::":o ..c." .----estava atento p2.:"
Certa vez chegé'.::-.-:::c.
que queria pare,'tava levando e ::';õ:::
Colocamos nOSS:L' ::.~.
beça, indicando c_~ ~~
nós e não ao
endemos Sataná"
-~
Esses primEi-.:~ c
para ele. Torno:,: ~
zes que orássen:·:" _.
Uma noite. ':".~::
demorada, tro'-'."~ _.
=,'.::..
nha que até ao.'.:-=:-=
condi do. Sentin:,:~ ::~-=:.C
são, uma autorij:::.:::~
preender as fOT.-ê ~
navam sua vida.
A vitória dess~ --'
Ultimamente se
sonhos infernais. ~
miu tranqüilo .-:::-::_
sa época para
mau-se. Bem ar-:e"
do seus antigos
necessidade de ..::-:.~ enchesse esse -.-s..:::.:
. :-,.;
~::.m~~j~ e:t~O:i~_~P
~-;= ~
pática moça. An''-:: ~ :.=---=--:..
e quando os ':e~: ~.~~- ;:;
futuro para an:t25
possível.
(Extraido
1977, 121
ce
- :ios os dias. Meu filho usa
~~. Ele é viciado.
;:_s a Deus que nessa situa~- nos abandonou. Ensinou::';ões valiosas, ajudando-nos
~.~ ficássemos completamenc:;'JS,O por fim ganhássemos
:mcIo o Senhor abrira nos::::.ra a dimensão espiritual
:oblema. Mostrou-nos como
:0. com as intenções do mafez lembrar de que Jesus
iiabo de "ladrão que vem
_:::-. roubar e matar". Não
-'-da de que estávamos pre,',:a obra na vida do nosso
Deus mostrou que tínha,sas próprias mãos arma po~ combatê-lo. Disse que nós
filhos possuimos o direito
~nder no nome de Jesus a
'::alígna ne nosso filho.
'c'ava de nós que mentalizáso,lmente a ordem de retirar',':0.
quais seriam as conseqüências. Meu marido entretanto respondeu, que ele deveria decidir por si mesmo. Tinha bastante idade para saber o que queria.
POi"í3macrescentou: "Nunca esqueça que
aqui sempre haverá lugar para você.
Nós o receberemos sempre de braços
abertos, quais forem as circunstâncias."
Felizmente ficou conosco, e mais
tarde nos contou como lhe fizeram bem
essas palavras.
Seu declinio continuou. Foi de mal
a pior. Da maconha passou para o LSD.
Aconteceu, porém, que justamente nessas "viagens" passou a ter visões do
inferno, aparições de demônios. Tudo
isso lhe influíu um medo indominável
Estava desesperado. Foi nessa época
que vimos os primeiros sinais que Deus
estava atento para com nossas orações.
Certa vez chegando do serviço anunciou
que queria parar com a vida que estava levando e pediu as nossas orações.
Colocamos nossas mãos sobre sua cabeça, indicando que agora pertencia a
nós e não ao reino das trevas. Repreendemos Satanás em nome de Jesus.
':da.
nos confortou com uma pro::a1. Nos indicou o texto bi'z que os filhos dos crentes
:·:cados" nos seus pais. Chenclusão de que Deus prome:- uma atenção toda especial
:laqueIes que o amam. Por
::.oderíamos ajudar nosso findo o ambiente do nosso lar
'ença de Cristo.
,do natural, tentávamos, com
Deus, conservar abertas as
:::mnicação com nosso filho.
primeiro que saía para o
::: antes dos outros. Costu"ar-me tão cedo quanto ele
,:-ar seu café. Aproveitava,
ê'5de que era pequeno, esses
::ara fazer uma breve oratrecho bíblico ou fazer um
qualquer. Muitas vezes penax com tudo isso. A coisa
::1. Será que ainda aprecia:go costume na situação em
, Certa tarde, telefonou paiizendo:: "Mamãe, se a Seê'5se como amo a todos vo: dia falou com o pai que
da casa para morar com
Xós sabíamos muito bem
Esses primeiros dias foram difíceis
para ele. Tornou a pedir-nos várias vezes que orássemos por ele.
Uma noite, depois de uma conversa
demorada, trouxe um pouCo de maconha que até aquele momento havia escondido. Sentimos depois dessa confissão, uma autoridade especial para repreender as forças do mal que dominavam sua vida.
A vitória dessa noite foi marcante.
Ultimamente se via atormentado por
sonhos infernais; porém essa noite dormiu tranqüilo como uma criança. Dessa época para cá, sua vida transformou-se. Bem antes já. havia abandonado seus antigos colegas e agora sentia
necessidade de uma amizade que preenchesse esse vazio deixado por eles.
Oramos a este respeito, e Deus nos atendeu. Hoje é noivo de uma linda e simpática moça. Ambos amam ao Senhor,
e quando os vejo assim, enxergo um
futuro para ambos que não julgava ser
possivel.
(Extraido
1977. 12)
de "Poder
do Alto"
-
A TORRE QUE NÃO
FICOU PRONTA
Armindo Muller ("Ultimato")
Derepente todos pensaram em construir uma torre. Todos tiveram a idéia
ao mesmo tempo. E, logo, se puseram
a agir.
Construiram-na numa região em que
não havia pedras nem material adequado. Mas ninguém desistiu. Fizeram tijolos de barro.
Todos tinham pensado em elaborar
um plano de construção. Cada um tinha a sua parte para fazer. Queriam
um fundamento forte e resistente. Esta construção deveria ser maior que todas as outras da região. Deveria ser
um símbolo de glória, honra e grandeza. Esta casa, esta torre não mais deixaria que seus construtores fossem esquecidos. Ficaram eternizados. Todos
que um dia viessem a este lugar deveriam dizer: foram estas pessoas que
fizeram tal obra grandiosa.
Os cálculos estavam feitos e até a
data do término já estava prevista.
Mas a torre não ficou pronta.
De repente a obra parou e não mais
progrediu.
Não eram falhas técnicas; tudo estava em ordem, também os cálculos.
Quem falhou foram as pessoas. Os
construtores que, inicialmente, se haviam entendido às mil maravilhas, de
l"epente, não mais se compreendiam. Tudo começou com os chefes de obra. Ainda conversavam um com o outro. Mas
não mais se entendiam. Usavam ainda
as mesmas palavras que também haviam usado antes. Mas suas palavras
não tinham mais o mesmo sentido e
a mesma significação. Os outros entendiam bem outra coisa com estas palavras. Pois cada qual vivia em seu mundo. Cada qual fazia pensamentos e planos próprios sobre a continuação da
obra. Aquilo que um achava ótimo, o
outro considerava uma tolice.
E não só entre os chefes da obra
era assim. Também os construtores e
ajudantes
se desentendiam.
Também
eles não mais conseguiam falar entre
si.
Por fim tiveram de parar de construir.
Deus havia dado seu juízo.
Quando pessoas querem se engrandecer. quando se querem fazer um nome, então Deus lhes mistura a linguagem. E eles não mais conseguem falar
um com o outro, pois não mais se entendem.
TELEVISITE:
A NOV À MOLÉSTIA DA INFÂNCIA
A televisão vem causando profunda
modificação nos hábitos e na mentalidade infantil de nossa época. A partir
de 3 anos, a criança começa a se interessar por suas imagens. Então é cada vez maior o número de horas que
permanece estática de olhos fixos na
tela. Justamente nessa fase molda-se o
desenvolvimento físico e mental do futuro adulto. E próprio dessa idade a
utilização máxima do corpo e da mente, correrias, jogos, brincadeiras, lutas
travessuras. O constante estímulo ambiental é desafio à sua inteligência, que
passa a desenvolver intensa capacidade
criativa, a improvisar, a enfrentar solicitações, a estabelecer diálogo, perguntar e, sobretudo, condicionar-se ao relacionamento social com outras crianças. O hábito de ler inicia-se nesse período.
As belas aventuras recebidas pela
leitura, são vividas pela imaginação e
pela fantasia, pelos sonhos e pelas
idéias. Ê a criação que surge dentro do
pensamento e que acaba fazendo do
adulto um pensador, filósofo, intelectual. A televisão leva ao bloqueio da
arte de pensar, apaga a imaginação,
enfraquecendo a capacidade criativa da
criança, cuja mente permanece imobilizada diante da sucessão de imagens
que dispensam qualquer esforço intelectual. As horas do futebol, dos jogos,
dos grupos de companheiros elas as passam hinoptizadas em deformantes poltronas. Os pais, inconscientes ao mal,
são os primeiros a enviar seus filhos
para a frente do vídeo, ganhando aquele sossego almejado em casa, a um preço muito caro. Um homem queixava-se
de que sua filha de 5 anos insistia de
beijá-Io na boca, imitando os namorados da televisão.
154
Citada pelos jornais, durante 7 dias,
uma estação de Los Angeles, nos Estados Unidos, apresentou 144 assassinatos, 128 assaltos, 49 cenas de mortes,
9 raptos, 6 torturas físicas e 2 suicídios. Segundo as estatísticas, nos programas infantis, em cada 6 minutos alguém é violentado fisicamente. Nas sessões acessíveis às crianças houve 38
atos agressivos em cada hora de propragamação. Todos esses filmes são exibidos no Brasil.
Além desses fatos, há a considerar
os enormes malefícios causados à vista das crianças pelos programas noturnos, o esgotamento mental pela permanência delas despertadas até altas
horas da noite, acarretando redução na
sua capacidade de estudar e assimilar.
O envolvimento da criança em tragédias fortemente emocionais acarreta
profundo e indelével trauma em sua
mente, transferindo-lhe
angústia e sofrimento vividos, incapaz que é de distinguir a ficção da realidade.
Crê o prof. Mário Ramos de Oliveira. que o recente aumento de aparecimento de úlcera do duodeno em jovens
de 14 a 20 anos, outrora rara, seja
devido em grande parte ao amadurecimento forçado e precoce de suas emoções, despreparadas para confrontaremse com os aspectos deprimentes e esgotantes do meio social.
Os pais precisam se'conscientizar da
importância desse problema, de modo
a não permitir que crianças assistam
televisão após às 21 horas. Eles deverão ter acesso a programas selecionados como breve período de descanso em
suas atividades diárias e jamais substituírem ou prejudicarem o salutar hábito da leitura. Segundo às estatísticas,
caíu para menos de 150/0 o número de
jovens que ainda lêem algum livro.
(Extraído do Shopping News Salomão A. Chaib).
VIOLÊNCIA
NA
DI'.
TV
Jorge Cândido Pereira
Mesquita
De algum tempo para cá, além dos
críticos de Televisão, dos educadores,
sociólogos e outros, agora até as autoridades governamentais estão preocupa-
dos com o nível de
mal já é bem an:ig2
até que começou '.2
talação da Televis!'.: ::-.: -=
(Tupi): os "enlatc.,:::s
prados quase semO::':7c
apresentavam todo ':::
lência em sua eU:, ..
O fato e que es:"-::'
calada maior, já cr.:\'
soras é cada vez ",'.c..,
dinheiro no Brasil 2.:~~,
ção, futebol e TY'
Como se dá essa
Quando falam,:s ::...
mos geralmente r:e~
mo: Kojak, S\VAT
Bareta, Contragol;:7
e tantos outros (:',:,0
problemas criados 7:-:'
tura diferentevelho oeste (cov,b:::'s
riners), nada tê,,: c. ., c,
preocupações.
Mas além de~s~"
ciais, nossas cria::;:'o"
vo da escalada ds. ',~:: .'.-'
nhos" que a prirc'2i;',: tes, na verdade e0"2:. i~:;-.
violência incrível. :':~ ::.~
"Tom e Jen:.· .. (Jerry) está castig'-::.
com as formas 2."
pianos em cima,
,7.,
"~
mite, foguetes c:::,:- :-::..:.::
'"
lua ... e toda SO:':ê' :,0 ::'__ ,2:!
o rato (uma fig::::~ :~.. -: ~
Disney, já que f : :::,.
homem e não c :ó.',
doenças) é que ,,~ : ..
gato o vilão. Fei '':::-.:
Walt Disney dei:,::,,,
tes" desenhos.
"Desenhos H2..:""'::~~
às 17,00 h,:;:::,,-s
trais, heróis, piLS. ~,,:';
bo)
ças são: Grilo S-=2':.~
creto) Zé Busc2.-;:i' s. .. ,~
oeste americanc ':--:-:',~:'~_.~~
anças). A F01::~"":'o _~.'i=~:'-,,reo duro para ,,) E:
lhões de dólares - _
o menino, o cacj--.::':2
ceira Faceira 'a t=-,~-:"
fusões nas "está::,;" ,
~
crianças") que a ;::.:'0,:: __ê ::1;;
não entende - aliis 7".O~O . 75
__: 5 jornais, durante 7 dias,
:le Los Angeles, nos Es:" 2cpresentou 144 assassina'2.::08. 49 cenas de mortes,
: orturas físicas e 2 suici:::: as estatísticas, nos pro':-.:is. em cada 6 minutos al.~:-,'ado fisicamente. Nas ses-~i5
às crianças houve 38
':-,'-JS em cada hora de proTodos esses filmes são exi_ê.5il.
'esses fatos, há a considerar
malefícios causados à vis::--e;as pelos programas no,,:;otamento mental pela pere.elas despertadas até altas
:i:e. acarretando redução na
>de de estudar e assimilar.
-.imento da criança em tra7:}lente emocionais acarreta
indelével trauma em sua
~_5ferindo-Ihe angústia e so--idos, incapaz que é de disi:'ção da realidade.
::.f. Mário Ramos de Oliveiecente aumento de apareci::·:era do duodeno em jovens
>:'
anos, outrora rara, seja
grande parte ao amadure~ado e precoce de suas emo7l)aradas para confrontarem2.5pectos deprimentes e esgo2:".eiosocial.
l),'ecisam se'conscientizar da
'. desse problema, de modo
~"itir que crianças assistam
,:,ós às 21 horas. Eles deve,osso a programas selecionaleve período de descanso em
:;des diárias e jamais subsprejudicarem o salutar há.:ra. Segundo às estatísticas,
:',:enos de 15% o número de
ainda lêem algum livro.
ia do Shopping News Chaib) .
OLÊNCIA
NA
Dr.
TV
:e Cândido Pereira Mesquita
m tempo para cá, além dos
Televisão, dos educadores,
e outros, agora até as auto'ernamentais estão preocupa-
dos com o nível de violência na TV. O
mal já é bem antigo, podemos afirmar
até que começou no momento da instalação da Televisão no Brasil, em 1950
(Tupi): os "enlatados" - filmes comprados quase sempre dos EUA -'-- que
apresentavam todo um costume e violência em sua cultura.
O fato é que estamos em uma escalada maior, já que o número de emissoras é cada vez maior - o que dá
dinheiro no Brasil atualmente é educação, futebol e TV!
Como se dá essa violência?
Quando falamos neste tema pensamos geralmente nos filmes policiais como: Kojak, SWAT, Cannon, Havaí 5-0,
Bareta, Contragolpe, Missão Impossível
e tantos outros que, além de mostrar
problemas criados em um país de cultura diferente '- violência histórica do
velho oeste (cowboys) ao Vietnam (mariners), nada têm a ver com as nossas
preocupações.
Mas além desses "enlatados" policiais, nossas crianças não estão a salvo da escalada da violência. Os "desenhos" que a princípio parecem inocentes, na verdade escondem uma gama de
violência incrível. Se não vejamos:
"Tom e Jerry" - sempre o rato
(Jerry) está castigando o gato (Tom)
com as formas as mais violentas pianos em cima, cofres pesados, dinamite, foguetes que o mandam para a
lua .. , e toda sorte de armas! No fim,
o rato (uma figura deturpada por Walt
Disney, já que é o gato que serve ao
homem e não o rato, transmissor de
doenças) é que se torna o herói e o
gato o vilão. Foi um dos males que o
Walt Disney deixou com seus "inocentes" desenhos.
"Desenhos Hanna Barbera" - (Globo) às 17,00 horas os personagens centrais, heróis, para exemplo das crianças são: Grilo sem grilo (agente secreto) Zé Buscapé (a eterna briga do
oeste americano em estórias para crianças). A Formiga Atômica (um páreo duro para o Homem de Seis milhôes de dólares - a mulher biônica,
o menino, o cachorro, etc. - A Feiticeira Faceira (a bruxa com suas confusões nas "estórias tradicionais das
crianças") que a maioria das crianças
não entende - aliás esses desenhos são
entendíveis apenas por adultos! E assim, outros desenhos que invadem a
TV.
Isto tudo sem falar nos filmes de
longa metragem (ou "quilometragem"!)
quase sempre americanos, de gangsters,
estórias de cowboys (oeste americano
violento) ou então estórias de dramas
e problemas urbanos que nós ainda não
começamos a ter: depressão, falta de
sentido na vida (existenciais), etc.; nossos problemas mais urgentes são: fome, habitação, educação, política, etc.
Problemas mais práticos.
A escalada da violência se dá ainda
naquilo que produzimos, naturalmente
imitando, no que se refere aos anúncios publicitários. Há algum tempo uma
cadeia de lojas de eletrodomésticos com
filiais nos principais centros do país,
fazia sua promoção comercial com a
figura do Kung Fu, um legendário herói chinês-americano que, para evitar
a violência usa de outro tipo de violência bem sutil. Ê a inversão de valores quando se apresenta um herói fabricado dentro de um anúncio - é realmente de lamentar. Falta de gosto e
de bom senso.
Claro que os anúncios mais violentos são aqueles sobre bebidas e Cigarros, pelo mal que esses produtos já produzem em si. Apelam sempre a uma
imagem de consumo, status, posição
social, ligados à imagem de grandes e
sofisticados carros, iates, mansões e, como não podia deixar de ser, ligados à
imagem de belas mulheres (violência
com a exploração da mulher como "produto de venda"). Em alguns anúncios
de cigarros há um apelo sútil à mocidade para que use aquela marca (imagens de moços fumando, em escolas,
acampamentos, em grupos sociais, etc.).
Além de violentarem a imagem do consumidor iludindo-o com a falsa idéia de
que o cigarro tal lhe dá distinção inversão de valores - violentam o direito que tem o indivíduo de fazer livremente a sua escolha. A mesma violência se faz sentir ainda nos anuncios
publicitários em que determinadas bebidas, especialmente uísque (aliás, uísque está para os ricos e classe média
como a cerveja e a cachaça está para
os pobres - cada grupo social tem a
sua bebida e não pode fugir ao seu
status) sempre está ligada a uma reunião de alta classe, entre os ricos 155
pobre não tem vez nem em anúncio
de TV! Isto tudo, para não falar das
novelas, produto cultural tipicamente
brasileiro, que será tema de um próximo estudo.
É
possível evítar
a víolêncía?
Certamente a primeira resposta seria: não ter um aparelho de televisão
em casa! Pronto, estaria resolvido o
problema. Estaria?
Isso é realmente
uma brincadeira. Não se pode resolver
o problema desse modo. Não podemos
resolver esse problema proibindo pura
e simplesmente (como grupo religioso)
que o crente não deve possuir aparelho de TV. Isso é anacronismo, é infantilidade e até fanatismo religioso.
Muitas atitudes isoladas, de pais que
não aceitam a TV em suas casas demonstram falta de psicologia, especialmente no que concerne às crianças. Todas comentam seus heróis (Batmann,
Tarzan, Super Amigos, etc.). Como essas crianças vão reagir?
Outra forma seria entregar ao governo essa tarefa. Parece, entretanto,
mais uma fórmula comodista de solucionar o problema.
Este é realmente o problema maior:
como evitar a violência se não podemos
evitar a TV?
A Televisão é como uma doença não se manda embora - faz parte da
vida. Temos é que tratar dela e aproveitar a saúde que ainda tenha.
Não somos contra a TV, como veículo de comunicação de massa ("mass
media" - como gostam os comunicólogos), mas o mau uso que se tem feito dela.
Uma das questões a resolver seria,
naturalmente, a seleção da programação - jornalismo, alguns desenhos, filmes educativos, esporte e aténovelas como "O Sítio do Pica-Pau Amarelo",
etc., bem como outros programas que
não violentam demais o telespectador.
Isso não resolveria o problema em si.
A violência continuaria, mas, se houvesse uma conscientização nesse sentido, certamente que o "famigerado" IBOPE obrigaria de certa maneira a mudança de programação. Também, aqueles que têm poder de apelar para o governo como congressistas (Deputados e
Senadores), juristas, etc., dariam sua
colaboração na solução desse problema.
O certo é que esta resposta à violência na TV é um campo aberto à
nossa imaginação e daqueles que julgam a televisão pelo que ela apresenta
e não a julgam mal em si mesma. O
que desejamos aqui, na realidade, não
é pura e simplesmente resolver o problema da violência na televisão brasileira, como num ato de mágica, mas
levantar o problema entre nós, deixar
uma preocupação e tentar soluções a
médio e longo prazo para, e por todos
nós.
(Transcrito do "Expositor Cristão",
1977, 11).
--:0:--
156
DEVOCIONAL
•
:
contra a TV, como veí:::cação de massa ("mass
:::~o gostam os comunicómau uso que se tem fei'O
~'_;estões a resolver seria,
a seleção da programaê. __ 5mO, alguns desenhos, filesporte e aténovelas codo Pica-Pau Amarelo",
_:::~ooutros programas que
ê.:TI
demais o telespectador.
:lyeria o problema em si.
continuaria, mas, se hou: Jnscientização nesse senti~_:e que o "famigerado" IBO_s. de certa maneira a mu:.gramação. Também, aque:::,oderde apelar para o go:ongressistas (Deputados e
~uristas, etc., dariam sua
na solução desse problema.
" que esta resposta à vio~'C; é um campo aberto à
:nação e daqueles que jul-:são pelo que ela apresenta
.;-am mal em si mesma. O
-.·)8 aqui, na realidade,
não
:nplesmente resolver o pro:olência na televisão brasinum ato de mágica, mas
;roblema entre nós, deixar
.pação e tentar soluções a
go prazo para, e por todos
--:
DEVOCIONAL
CHAMADOS
E ENVIADOS
'O,
'O
ito do "Expositor
Cristão",
Mário
Rehfeldt
Dirijo-me especialmente a vocês, estagiários dos 400 anos da Fórmula de
Concórdia porque esta é minha última
devoção antes de abandonarem definitivamente as salas de aulas onde convivemos três anos e meio, procurando
descobrir nosso lugar dentro da história do povo de Deus.
Já foi frisado em várias devoções
que vocês foram chamados e estão sendo enviados por Cristo tal como ele chamou e enviou os primeiros doze apóstolos. Mas, nossa igreja ensina que os
doze na realidade não têm sucessores
como o afirma a igreja romana. Eles
formam um grupo sem paralelo na histÓlia. Eles viram a Jesus e ouviram de
viva voz seu chamado: Ide! Como podemos nós nos comparar com eles? Há
tanta coisa sem similar nesses homens.
Será que também em serem chamados
e enviados não diferem de nós pois não
imitamos seus milagres nem o falar em
línguas de Pentecostes?
Ê verdade, os apóstolos foram chamados e enviados num determinado momento da história. Deus, no entanto, é
Senhor de toda a história da humanidade e não só de um determinado instante.
Ele intervém na história constantemente. Chama, isto é, separa homens
do contexto em que viviam, do seu mundo, da preocupação com ganhar sua vida, e os envia, isto é, dá-lhes uma tarefa, poucas vezes fácil e agradável, em
geral árdua e espinhosa, a tarefa de
serem os mensageiros de Deus.
Em todas as gerações acontece o
mesmo: de um lado está a multidão, o
mundo, vivendo em pecado, caminhando para a destruição; do outro lado está Deus com sua justiça mas também
com seu amor. Entre Deus e o mundo
estão os que são chamados e enviados,
os mensageiros, os anunciadores das
más e boas notícias divinas. Um re157
lance sobre a história do povo de Deus
do Antigo Testamento nos ilustra esse
fato.
Deus chamott Noé. Em meio a uma
geração perversa o chamou, separou-o
da multidão que se encaminhava para
o aniquilamento, o enviou, dando-lhe
uma tarefa: preservar a, vida animal e
humana e escapar da terrivel punição
infligida a uma gemção que não mais
merecia viver. A situação de Noé não
era cômoda, ele era um contra o mundo. Será que ele chegou a perguntar:
Porventura só eu sou diferente? Será
que só eu estou certo? Por que não
me integro no contexto? Nada havia
ele mais fora do contexto do que a arca
em terra seca que Noé construia. Mas
ele escutou o chamado. Acreditou mais
em Deu,s do que no mundo. E só ele
e sua família viram o arco-íris no final da catástrofe.
Abraão, numa geração quando literalmente todo o mundo adorava ídolos,
foi chamado e enviado. Abraão foi.
Abandonou sua terra, seus amigos, seus
parentes; e todas as famílias da terra
foram abençoadas, mas no devido tempo de Deus, dois milênios mais tarde.
Entretanto, nem todos os que foram chamados e enviados acudiram tão
prontamente como Abraão. Moisés, junto à sarça ardente, deu três desculpas,
e quando Javé insistiu pela 3" vez
Moisés respondeu: "Ah! Senhor! envia
aquele que hás de enviar, menos a
mim." Às vezes fico pensando, o que teria acontecido se Moisés não tivesse ido.
Ê claro, Deus tem todos os caminhos
a seu dispor mas ele também usa homens para atingir seu alvo. Mesmo a
contra-gosto Moisés foi, não auto-confiante, mas confiante no Senhor, não
procurando a glória de ser o grande libertador do povo, mas tão-somente para obedecer a uma ordem irreversível
do Senhor. Assim, ele tornou-se outro
fato único na história: sem ser rei, sem
usar armas, transfo~'mou um bando de
escravos fugidos num povo forte que
derrotott exércitos profíssionais e conquistou cidades cercadas de muralhas.
Moisés não o fez por si. Foi apenas o
canal do poder e da miserícórdia que
Deus derramou sobre seu povo.
Isaías, ao ser chamado em meio a
uma extraordinária
teofania em que
nem faltaram serafins com 6 asas consider07t-Se perdido e exclamou: "Ai de
158
mim, estou perdido! porque sou homem
de lábios impuros." Uma braza viva
então purificou seus lábios. Se ficou
muito queimado ou se a cicatriz permaneceu nele por muito tempo não sei,
mas as palavras de Isaías realmente parecem purificadas com fogo como ouro refinado.
Jonas, ao ser chamado, escondeu-se
no porão de um navio que ia em direção oposta à do campo de trabalho
para o qual fora enviado. E nem o ventre do grande peixe impediu que Nínive se cobrisse de pano de saco e cinza
em arrependimento por causa de sua
pregação.
Mns tenho a impressão que a situação que mais se assemelha com a do
chamado que vocês receberam, estagiários, e a tarefa para a qual estão
sendo enviados, é a descrita em Jeremias 1. 4-10.
"A m'Írn me veio, pois, a palavra do
Senhor, dizendo: Antes que eu te forrnasse no ventre 'materno, eit te conheci, e antes que sctísses da madre, te
consagrei e te constit'uí profeta às nações. Então lhe disse eu: Ah! Senhor
Deits! Eis que não sei falar; porqite
não passo de uma criança. Mas o Senhor me disse: Não digas: Não passo
de uma criança,' porqu,e a todos a quem
eu te envia~', irás; e tudo quanto eu te
mandar, fnlnrás. Não temas diante deles; porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. Depois estendeu o Senhor n mão, tocou-me na boca, e me
disse: Eis que ponho na tua boca as
minhas palccvras. Olha que hoje te constituo sobre as nações, e sobre os reinos, para arrnncares e derribares, para
destruíres e arruinares, e também para
edificnres e parn plcmtares."
Até compnrando com a missão dos
12 apóstolos, a de vocês é estonteante.
Os apóstolos foram enviados ao Império Romano, vocês ao Brasil. O Brasil
é bem maior do que era o império romano. A população brasileira é bem
maior, talvez quase o dobro do que era
a do impêrio romano. Diante de tal tarefa quem de nós não dirá: "Ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque não passo de uma criança." O termo naar em hebraico significa antes jovem e não exatamente criança.
Se quisessem os analisar este texto,
nem meia hora bastaria, talvez nem
mesmo uma hora. Mas no versículo 8
o
ineS1110
De-,;,
a Jeremias, L
envia em todé"
ta do dedo de ~-ó
age no mundo ~~:::.._
de Cristo os qUe -"e
te eterna: "?\2-.<:
porque eu sou cc:~~~::_
Nestn corTfiit~
temunhas em q::,o
Cristo forma 1)1 "
gernção, vocés
um elo para a::'
cuIo xx. E Df'
ou prata para le':cc_
ra o desespero e
a morte: o pel~ã:
pecados pela '.·ic':c
de Jesus Cristo, :--:00'
e virá nOvcuncJc-'
tra vez a nós e ~~_
pecialmente tod,:~
das as geraçõe" ~:
ca terá fim. A"-_,,,::-(Devoção p,T:'~:Seminário Concó~_ c
c"
=_
FÉ
QUE
\ytr~
!-"-.~
"Ora a fé É
se esperam, U
não se véem. _
obtiveram bOi;:
entendemos q
peln palavra
o visível veio
não aparece n' '
Dever-se-i2.
capitulo qUê' :'o__=.
Seria oxigéni:, : __
fracos puIm'='ê'~ i=.
Este capítul:
Coríntios 13, _
bem como c-:,,': '" - c
alguma, uma _e
Segrada. 1:n,2. :':',-Ó:,bre este ca p1: '_~:
ximaria dos g:'ê.::-_i=,- , __ , __ '
traçou para S-,:e :-_:::'
',j,
certamente des::""~o.:rações o al'der::-", ~=
zer parte des:2. -"
da "fé dos an:i5'"
::e:dido! porque sou homem
-_:puros." Uma braza viva
~"JU seus lábios.
Se ficou
'_"do ou se a cicatriz per:e por muito tempo não sei,
--:as de Isaias realmente pa'adas com fogo como ouser chamado, esconde1c··se
um navio que ia em dià do campo de trabalho
:'ora enviado. E nem o venic peixe impediu que Nini'Oede pano de saco e cinza
:iimento por causa de sua
'J a impressão
que a
,i", se assemelha com
:e vocês receberam,
tarefa para a qual
dos, é a descrita em
situaa do
estaestão
Jere-
'Ile veio, pois, cc palavra
do
-;;c/o: Antes que eu te fore'!tre 'materno, eu te conheque saísses da madre, te
te constituí
profeta às nalhe disse eu: Ah! Senhor"
c]'le não sei fccZar; porque
:" umCi criccnça. Mas o Se'·se: Não digas: Não pCiSSO
'ça; porque a todos a qlwm
irás,' e tudo quanto eu te
. irás. Não temas diante deeu sou contigo PCiT(Cte li·Pilhor. Depois estendeu o Setocou-me
na boca, e me
':! '18
ponho ncc tua boca as
'J(/S. Olha que hoje te cons"(S
nações, e sobre os rei--)'(Incares e derribares, para
arruinares,
e também para
]J(CT(C
plantares."
?J'lTccndo com a missão dos
.'. a de vocês é estonteCinte.
foram enviados ao Impévocês ao Brasil. O Brasil
do que era o império 1'0='pulação brasileira é bem
'2 quase o dobro do que era
romano. Diante de tal ta::e nós não dirá: "Ah! SeEis que não sei falar; por~'Oode uma criança." O ter: hebraico significa antes joexatamente criança.
5semos analisar este texto,
::ora bastaria, talvez nem
~ hora. Mas no vers'ículo 8
=,
o ·mesmo Deus diz a vocês como disse
a Jeremias,
e cc todos os que enviou e
envia em todas as gerações como ponta do dedo de seu braço estendido que
age no mundo para salvar pela cruz
de Cristo os que se encaminham à morte eterna: "Não temas diante deles;
porque eu sou contigo para te livrar."
Nesta corrente de mensageiros
e testemunhas em que os 12 apóstolos de
Cristo fOrmccm apenas um elo para uma
geração, vocês foram integrados como
um elo para a última geração do século XX. E Deus dá a vocês não ouro
ou prata para levarem, mas a cura para o desespero e o único remédio para
a morte: o perdão de todos os nossos
pecados pela vida, morte e ressurreição
de Jesus Cristo, nosso Senhor, que veio
e virá nova.mente
para nos reunir outra vez a nós e todos os crentes e especialmente todos os mensageiros de todas as gerações no seu reino que nunca terá fim. Amém.
(Devoção proferida na Capela do
Seminário Concórdia - Junho de 1977).
FÉ
QUE VEM
A SER
(Hb 11.1-3)
Johcmnes
H. Rottmann
"Ora. a· fé é a certeza de cousas q1ce
se esperam,
a convicção
de fatos que
não se vêem. Pois pelCi fé os antigos
obtiverCim bom testemunho.
- Pela fé
entendemos
que foi o uníverso formado
pela pa·lavr(1. de Deus, de maneira qlW
o visível
veio (1. existir dccs causas qlce
não aparecem"
(Hebreus 11.1-3)
Dever-se-ia ler todo este grandioso
capitulo que fala da fé "dos antigos".
Seria oxigênio puro para os nossos tão
fracos pulmões da fé, neste século XX.
Este capitulo, ao lado de João 17, 1
Corintios 13, Apocalipse 7, Salmo 90
bem como outros mais, é, sem dúvida
alguma, uma das jóias da Escritura
Segrada. Uma meditação profunda sobre este capitulo certamente nos aproximaria dos grandes caminhos que Deus
traçou para sua história da salvação e
certamente despertaria em nossos corações o ardente desejo de também fazer parte desta maravilhosa corrente
da "fé dos antigos".
Tenho, no entanto, um motivo especial que faz com que, hoje, limite minhas considerações aos três primeiros
versiculos deste famoso capitulo.
Trata-se de uma pergunta que me
foi dirigida ao final de um estudo biblico sobre o retorno de Cristo: "Donde e como tem o sr. esta convicção e
certeza quanto ao retorno de Cristo?"
Hesitei quanto ao que iria responder,
porque naquele momento, de fato, não
sabia o que dizer quanto ao "donde e
como". Porém, meu interlocutor insistiu. Respondi-lhe então: "Acho que esta convicção e certeza não as tenho
de mim mesmo; elas me foram dadas
por Deus". Ele voltou a insistir: "Então o sr. nunca teve, e nunca tem dúvidas ?"
Neste instante senti-me tão próximo deste irmão, que certamente luta"
va consigo mesmo, que agarrei o seu
braço. Senti-me igualmente bem próximo daquele estudante que algumas semanas atrás dirigiu-me uma pergunta
em moldes semelhantes: "Ê pecado ter
dúvidas ?"
Dúvidas, dúvidas, sim, muitas dúvidas me assaltam. Assaltam-me nas horas de solidão, nas noites de insônia;
assaltam-me quando me preparo para
apresentar um estudo bíblico; assaltamme quando medito sobre os textos que
vou interpretar
nas aulas, nas quais
meus alunos devem sentir algo da minha convicção. São dúvidas insufladas
por aquele antigo tentador que deu
início a toda a miséria que existe aqui
na terra, nesta maravilhosa criação do
bondoso Deus, levantando a pergunta
que desde então até hoje tortura os
corações dos cristãos convictos: "Ê assim que Deus disse?" (Gn 3.1). Sim,
desde aquele momento todo o filho de
Deus experimenta, muitas vezes sob a
máscara de amigos, da ciência, da razão, o ataque frontal de seu principal
inimigo que se dirige contra sua confiança na palavra de Deus: "Ê assim
que Deus diss?"
Em tais horas de ansiedade, sofrimento e tentação espiritual, de nada me
adianta recorrer a brilhantes dissertações sobre verdades descobertas pela
mente humana, pela lógica, pela filosofia; de nada me adianta recorrer a
mim mesmo, dizendo: "Fizeste o que
estava a teu alcance - Deus não pode
exigir mais do que isto de ti ... "; de
159
nada me adianta tentar desviar a atenção para causas corriqueiras: esportes,
notícias de jornal, etc.; de nada me
adianta pensar nas belezas da música,
da natureza, do fenomenal pôr do sol
sobre as águas do Guaíba. - A única
causa que pode me ajudar nestas horas cheias de angústia é abrir a palavra de Deus, escrita e revelada precisamente para homens como eu, homens
assolados por dúvidas e perguntas.
Lembro-me, então, de Pedra, aquele homem que foi firmado sobre a rocha de sua confissão: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!" e que, no
entanto, logo após, fazendo-se de conselheiro especial e procurador de seu
Senhor, tentou demovê-Io da idéia da
morte dizendo: "Tenha paciência, Senhor! isso de modo algum te acontecerá!" (Mt 16.21 ss) E que choque não
deve ter sido para o coração deste tão
fiel seguidor de seu Senhor quando lhe
foram dirigi das as palavras: "Arreda!
Satanás; tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das causas de
Deus, e, sim, das dos homens"! Ah!
quão consolador é lembrar que este meu
irmão Pedra tambêm teve, como eu,
suas profundas dúvidas quanto ao modo de agir de Deus, tão estranho para
o raciocínio humano.
Lembro-me igualmente de Elias, este "grande" entre os homens da Antiga Aliança. Certamente não houve, na
história do povo de Deus, quem se equiparasse a ele em matéria de convicção e fidelidade' a seu Deus. Entretanto,
lá está ele, no deserto, sentado debaixo
do zimbro, pensando, quebrando a cabeça em relação à terrível situação do
povo de Deus e, finalmente, chegando
à conclusão: "Basta, Senhor! Basta!
Toma agora a minha alma, pois não
sou melhor do que meus pais". Não posso mais! Entrego-me! (1 Rs 19.4)
Lembro-me dos discípulos do Mestre.
Cursaram e formaram-se na mais alta
Academia Teológica, fundada e dirigida pelo próprio Filho de Deus. Depois
de três anos de estudo - e de um curso intensivo de Mestrado, administrado
pelo Vencedor da Morte, eles eram mestres em teologia, profundos conhecedores das "causas concernentes ao reino
de Deus". E apesar de tudo isto, quando seu Mestre estava por se despedir
deles deixando-Ihes a grande missão de
evangelizar o mundo, lá vêm eles com
160
aquela pergunta quase incompreensível,
um tanto estúpida: "Senhor, será este
o tempo em que restaures o reino de
Israel?" (At 1.6) Seria mesmo possível que eles ainda estavam presos àquela noção totalmente errônea, defendida
pela teologia racionalista da época e
aceita pela grande massa dos judeus,
da qual o Mestre tantas vezes procurara libertá-Ias? Já por ocasião do incidente em que a mãe dos seus discípulos mais destacados
(imaginemos:
tratava-se da mãe de João e Tiago!),
igualmente dominada por esta noção
falsa, solicitou: "Manda que, no teu
reino, estes meus dois filhos se assente, um à tua direita, e outro à tua esquerda" (um, o Ministro do Exterior,
o outro, Ministro da Fazenda), já nesta oportunidade o Mestre, com muita
paciência, explicara que seu reino não
seria um reino comum, terreno (cf. Mt
20.20 ss). Com certeza sempre de novo ele lhes explicara: "Não vem o reino
de Deus com visível aparência. Nem
dirão: Ei-Io aqui! ou: Lá está! porque
o reino de Deus está dentro em vós"
(Lc 17.20 ss). Esta também foi sua
declaração final ante o mais alto tribunal de seu governador: "O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para
que não fosse eu entregue aos judeus;
mas agora o meu reino não é daqui"
(J o 18.36). - E apesar de tudo, esta
pergunta!! - Sim, em meio às minhas
dúvidas, esta pergunta tola me traz um
certo consolo: "Não estás sozinho com
tuas dúvidas!"
Sim, lembro-me também do velho
João, na ilha de Patmos. Estava preso. Era o único dos Doze que ainda vivia. Fora banido - ele, bem como quase todos os lideres das igrejas da Ásia.
Daquela colina ao leste da ilha, onde
se encontrava, ele podia, em dia claro,
divisar a costa da província romana
denominada Ásia. Lá estavam membros
do corpo de Cristo, irmãos e irmãs,
"aflitas e exaustas como ovelhas que
não têm pastor" (Jo 9.36). E João
olha. Será que seu Mestre se esqueceu
dos seus que estão em aflição? Será
que se esqueceu de sua igreja aqui na
Terra? Será que ele se esqueceu da
igreja em aflição, da igreja que sofre
perseguições, que está em grande perigo de perder sua fé? - Sim, posso
imaginar a ai.;·~~:.~
quem os nleu~ 'c
nome, - POl'ér:':.
te daquela voz
águas", voz que ....
da, como não se ,.
das águas da Foz ~. '
tranqüilizou, reaf::'·,·.::-':·
João, não temas: ::=: ..
o último e aql1e'e
de: estive mort G precisava morrer : c~".:~- '.c
eis que estou vi '.'0 :. ~, , ..,. ~
culos, e tenho a.oo
do inferno", por:ai.::
(cf, Ap 1.17,18 .
E quando cte§:: :
do se torna ela:'.: :': '
da um homern 'ê:.. ~'
minhas dúvidas. ~..é.~'.
o grande tentacL:
sua existência c·:·::-,·.:
mente ataca os
insinuante perg:,:r::'
sim que Deusi:=."~
nhas mãos se ·L·::. a..
turalmente, e ck~
aquela oração d.:~ '
dia, transmitid2.
to Espírito con,
bom Salvador. G"
nossa hora exL'~:
à glória supl'en:a.
"Fé pedimo~ :..
É isto. E para "'.'
cisamos da COTI3: '.::-."
vidade do ESFí::~: :
ração, E com :" .
nosso texto, de- --, ..
autor da cane c"
e inequivocar:·~~. >
dadeira. E e~:a :,
tem duas d:i::~:-,.c·'"
sempre é -::".:-.::
fiança! e - c:" - : ,
esperança: E.< ê'
~
claramente ::õc
~. .:> ê , c c ~ - "
-COe" •••
A písti-s de
1-.c···.,,:::
.c"
. ,:
.;::
de Deus; a i.•:"":'. :C ::.: = ..,:;,
Foi a CO::::2:-:::'. a'·~·.
de Deus que :",z : ::::'.
masse, após t'ê:' '.:c:' :
gênito: "TerJ:·:: :::'_.~.homem que I':: ::.. :,':-0'
vai esmagar 8.--2.':".
verdade: EY8. 'ê:-:::-:ê::::
.'~= .,.
te; demonstro:,; -::':::ê'"
dúvidas de crú.'ê =~
palavra e pror:':õc."."a.
,~ta quase incompreensiyel.
t':lpida: "Senhor, será este
:lue restaures o reino de
1,6) Seria mesmo possí:linda estavam presos àqueê,;mEmte errônea, defendida
racionalista da época e
~rande massa dos judeus,
restre tantas vezes procu;':ls? Já por ocasião do in~',le a mãe dos seus discí.destacados
(imaginemos:
:l mãe de João e Tiago!),
.lominada por esta noção
~,u: "Manda que, no teu
:;1eus dois filhos se assen, direita, e outro à tua eso Ministro do Exterior,
,istro da Fazenda), já nes,8.de o Mestre, com muita
~plicara que seu reino não
no comum, terreno (cf. Mt
'om certeza sempre de no:,=plicara: "Não vem o reino
"1'1visível aparência. Nem
aqui! ou: Lá está! porque
Deus está dentro em vós"
3S).
Esta também foi sua
'inal ante o mais alto tri" governador: "O meu rei'ste mundo. Se o meu rei-te mundo, os meus minis,=,enhariam por mim, para
3e eu entregue aos judeus;
o meu reino não é daqui"
~ E apesar de tudo, esta
- Sim, em meio às minhas
i pergunta tola me traz um
,J: "Não estás sozinho com
,bro-me t.ambém do velho
:a de Patmos. Estava pre'lico dos Doze que ainda vi,nido ~ ele, bem como qualideres das igrejas da Ásia.
ina ao leste da ilha, onde
:a, ele podia, em dia claro,
osta da província romana
Asia. Lá est.avam membros
e Cristo, irmãos
e irmãs,
·xaustas como ovelhas que
istor" (Jo 9.36). E João
;:.,e seu Mest.re se esqueceu
:e estão em aflição? Será
eceu de sua igreja aqui na
é.
que ele se esqueceu da
flição, da igreja que sofre
que está em grande peder sua fé? ~ Sim, posso
imaginar a angústia deste homem, de
quem os meus pais tomaram o meu
nome. ~ Porém, lembro-me igualmente daquela voz "como voz de muitas
águas", voz que não pode ser silenciada, como não se pode silenciar a "voz"
das águas da Foz do Iguaçú, e que o
tranqüilizou, reafirmando: "Não temas,
João, não temas! Eu sou o primeiro e
o último e aquele que vive; é verdade: estive morto ~ tu sabes que eu
precisava morrer também por ti ~ mas
eis que estou vivo pelOS séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e
do inferno", portanto, não temas. João!
(cf.
Ap 1.17,18).
E quando chego a este ponto, quando se torna claro que não sou em nada um homem excepcional com estas
minhas dúvidas, quando reconheço que
o grande tentador, desde o início de
sua existência como Maligno, efetivamente ataca os filhos de Deus com a
insinuante pergunta: "Será mesmo assim que Deus disse?", então as minhas mãos se dobram. quase que naturalmente, e dos meus lábios brota
aquela oração dos pais da Idade Média, transmitida por Lutero: "Ao Santo Espírito com fervor fé pedimos no
bom Salvador. Guarde-nos gracioso em
nossa hora extrema, quando entrarmos
à glória suprema. Kyrieleis!"
"Fé pedimos no bom Salvador ... "
É isto. E para que isto assim seja, precisamos da constante e confortadora atividade do Espírito Santo em nosso coração. E com isto estamos diante do
nosso texto, daquela palavra em que o
autor da carta aos Hebreus tão nítida
e inequivocamente descreve a fé verdadeira. E esta fé verdadeira sempre
tem duas dimensões. A fé verdadeira
sempre é ~ olhando para trás ~ confiança! e ~ olhando para a frente ~
esperança! Estas duas dimensões estão
claramente delineadas em nosso texto.
A p-ístis do homem se refugia na p-ístis
de Deus; a nossa fé na Sua fidelidade!
Foi a confiança absoluta na palavra
de Deus que fez com que Eva exclamasse, após ter dado à luz seu primogênlto: "Tenho o Homem do Senhor. o
homem que foi prometido, aquele que
vai esmagar a cabeça da serpente!" É
verdade: Eva enganou-se profundament.e; demonstrou, todavia, que não tinha
dúvidas de que Deus cumpriria Sua
palavra e promessa. É esta mesma fé
na firme esperança que faz com que o
velho João exclame, nas Últimas palavras do livro das Revelações: "Amém!
Sim, vem Senhor Jesus". ~ Fé é esta
confiança que se agarra firmement.e à
fidelidade de Deus, tão claramente expressa na sua Palavra.
Lembrei-me do nosso t.exto quando,
há pouco tempo atrás, tive em mãos
o livrinho do irmão Theodor Reuter no
qual ele analisa as teorias da "Evolução" e as rejeita terminantemente,
baseando-se na palavra do nosso Deus,
afirmando com o autor da Epístola aos
Hebreus: "Pela fé entendemos que foi
o universo formado pela palavra de
Deus, de maneira que o visível veio a
existir das cousas que não aparecem".
- Ah, sim, Surgem dúvidas' Será que
foi realmente tão simples assim: pela
palavra de Deus?! Não é muito mais
plausivel acreditar nos sistemas tão minuciosamente elaborados pelos biólogos
e antropólogos ~ sistemas complicadíssimos, assim como o mundo é complicadíssimo? Não é verdade que por
mil e um argumentos os cientistas provam que nào pode ter sido um Ser
sobrenatural que criou ou fez evoluir
~ o natural? ~ Nào é verdade, também, que por trás de todas estas dúvidas e insinuações está o mesmo antigo instigador de todas as dÚvidas,
aquele que iniciou toda a miséria no
mundo com a pergunta insinuante: Será mesmo assim, como Deus disse?
Ê a fé, descrita em nosso texto, que
vence todas estas dúvidas, que se agarra confiantemente àquilo que Deus diz
em sua palavra. Porque se não for verdadeiro o que esta palavra diz sobre
os acontecimentos no início deste mundo, como poderemos confiar naquilo que
o mesmo Deus, nesta mesma palavra,
diz com respeito ao Gólgota, o túmulo
vazio, o ressurreto, a promessa do seu
retorno em glória, a nossa ressurreiçào
no dia derradeiro!? E ~ indo além neste raciocínio, assim como Paulo escreveu aos coríntios ~ "se Cristo não ressuscit.ou, é vã a vossa fé '" e ainda
mais: os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Crist.o se limita apenas a esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (1 Co 15.17-19). ~ Sim, se é
assim, entào o diabo está com a razào ~ e Deus mente.
161
Irmãos, pela graça de Deus, podemos, juntamente com Paulo, triunfar
colocando depois de tudo isto o nosso
"porém": Porém "de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos!" E porque
sei, porque estou convicto da absoluta
fidelidade de Deus, da veracidade daquilo que ele nos revelou em sua Palavra do passado, sei também, sim, estou convicto que igualmente aquilo que
Ele nos diz acerca do futuro é absolutamente certo. Pois a fé verdadeira
é "a certeza das cousas que se esperam, a convicção de fatos que não se
vêem".
Logo, não é a minha fantasia, a minha por demais ativa imaginação que,
baseada nas revelações divinas do último livro da Bíblia, faz com que eu
testifique e pregue: O nosso Senhor virá! Ele virá visivelmente! Ele virá no
momento em que nós e o mundo menos o esperarmos. O que me faz testificar é a certeza da veracidade daquilo que Deus revelou. - Ah, sim, o
diabo não me deixa em paz; ele ataca, semeando dúvidas enormes. Porém,
sempre de novo me agarro e vou continuar agarrando-me à Palavra do meu
Deus que não pode mentir.
No início desta meditação foram colocadas duas perguntas: E possível que
o cristão seja assaltado por dúvidas?
- A nossa resposta é clara e inequívaca: Sim, porque o diabo exíste e ataca! A outra: Donde temos esta convicção e certeza quanto ao retorno de
Cristo? - A nossa resposta é: Da Palavra de Deus que não mente!
Entretanto, em meio a estas perguntas e respostas devemos conscientizarnos de que por nossa própria razão e
força não podemos crer nem ter a verdadeira fé, mas que o Espírito Santo
deve mais e mais fortalecer esta fé em
nós. Por esse motivo é necessário que
aumente o espírito de oração em nossa
Igreja. Orai uns pelos outros! Orai para que Deus não permita que aqueles
que foram encarregados da pregação
vacilem, mas sim, que se firmem mais
e mais naquela fé que é "a certeza de
cousas que se esperam e a convicção
de fatos que não se vêem". Portanto:
Ao Santo Espírito com
fervor fé pedimos no bom Salvador.
Guarde-nos gracioso em nossa hora extrema, quando entrarmos à glória suprema. Kyrieleis! - Amém.
--:0:--
162
DISPOSIÇÕE
:;es:a meditação foran:
,:erguntas: Ê possíyel que
:"- assaltado por dúYidas ';'
:esposta é clara e ineq,lÍ:"que o diabo existe e ataDonde temos esta con>:,za quanto ao retorno de
'.. nossa resposta é: Da Pa.s que não mente!
::', em meio a estas perguntas devemos conscientizar,:or nossa própria razão e
.:lemos crer nem ter a vern:as que o Espírito Santo
nlais fortalecer esta fé em
'e motivo é necessário que
s~)irito de oração em nossa
'lns pelos outros! Orai pao
não permita que aqueles
encarregados da pregação
s sim, que se firmem mais
ela fé que é "a certeza de
se esperam e a convicção
não se vêem". ~
C~
Ao Santo Espírito com
edimos no bom Salvador.
gracioso em nossa hora ex:lo entrarmos à glóría su.eleis! ~ Amém.
DISPOSiÇÕES
PARA SERMÕES
17° Domingo
Mt
após a Trindade
20,1-16
Jesus responde aos que protestam
por ele se associar a pessoas que estão fora do círculo de respeitabilidade
social e religiosa.
Introdução: O fato de Jesus estar
sentado à mesa com os pecadores era,
em verdade, uma parábola de como Deus
aceita os pecadores apenas por causa
de sua bondade.
'
Tema: "Tu os ig1ialaste a nós" - v. 12
I. A parábola dos trabalhadores na
vinha ~ uma parábola do reino dos
céus ~ ilutra a bondade de Deus.
1. O dono da casa saiu para assalariar trabalhadores o dia todo.
2. A bondade do dono da casa levou-o a pagar a todos salários iguais .
3. Esta parábola ilustra o evangelho ~ a palavra de que Deus aceita
todos os homens movido por sua bondade.
rI, Para nós, que vivemos numa sociedade baseada em merecimentos, isto
é difícil de aceitar. A boa nova chocan03. por ser boa demais para ser verdadeira.
1. Nossa primeira reação à parábola é que a maioria dos trabalhadores
teve que "dar duro".
2. Depois. a bondade de Deus é motivo de queixa.
a. Vede o murmúrio contra Jesus
dos cem porcento justos, por ele se
misturar com os pecadores.
b. Quem julga merecer algo de Deus,
não pode se alegrar com sua bondade
(Mt 6.16-18; 11.19; Mc
29; 18.9ss).
2.6ss; Lc 15.
3. Traz-nos o evangelho a alegria
como devia?
a. Há membros de primeira e segunda categoria na igreja?
b. Somos capazes de afastar nossos
padrões de como aceitar um irmão e
substituí-Ios apenas com a bondade de
Deus?
lII. A boa nova da bondade de Deus
liberta-nos do medo de não alcançá-Ia
163
por nós mesmos e nos confere a alegria ante o proceder gracioso de Deus.
1. A maneira de Jesus tratar os
pecadores é motivo de júbilo para nós.
2. O evangelho é a resposta para
nossa necessidade da bondade de Deus.
3. O evangelho faz-nos olhar de nós
para o irmão, que também necessita
da bondade de Deus.
18" Domingo
Mt 21.28-32
Fantasia
após
a Trindade
ou Fedo?
Hoje, muitos pensam estar de bem
com Deus por causa do que são e do
que têm feito. Vivem assim à base de
pura fantasia. O fato ou a realidade,
porém, é outra. Na parábola dos dois
filhos, Jesus nos fala de fantasias e
fato ou realidade. Poderíamos denominar o primeiro filho de Fantasia e o
segundo de Fato.
r. Fantasia
1. Os principais sacerdotes e os anciãos viveram sob a ilusão de que o
status de filhos de Deus lhes era garantido por serem judeus e se esforçarem por levar vidas corretas. (Os fariseus também estavam incluidos v. 45
pois construiram seus sofismas sobre
qual era o maior dos mandamentos).
2. Corremos o risco de nos iludirmos de sermos filhos de Deus por causa daquilo que somos (luteranos, membros de uma congregação etc.) ou por
causa daquilo que fazemos (os dons que
Deus, em sua graça, nos concedeu podem ser motivo de orgulho).
n. Fato
1. Os principais sacerdotes e os anciãos não eram filhos de Deus porque
rejeitaram o convite do Pai de entrar
em seu reino pelo "caminho da justiça" (o perdão dos pecados). Rejeitaram a João Batista e agora estavam
rejeitando a Cristo (v. 23 "com que autoridade") .
2. Os publicanos e pecadores que
Quviram e aceitaram a pregação de
João Batista sobre o "caminho da justiça" eram verdadeiros filhos do Pai.
Estavam fazendo a vontade do Pai, aceitando o perdão que oferecia. (Aclamaram a Jesus como o Filho de Davi).
3. Provamos que somos verdadeiros
filhos do Pai, fazendo sua vontade, aceitando seu "caminho de justiça", em Je164
sus Cristo. (É este Jesus, o Cristo, que
por amor a Deus e seus irmãos, os
homens, seguiu o caminho da cruz para conseguir nossa salvação. Este Servo é nosso Senhor).
"Deus está morto" para nós enquanto procurarmos entrar no reino de Deus
com nossa própria razão e força, e continuarmos a ser pessoas frias, enquanto vivermos à base da fantasia. O fato
ou realidade "o caminho da justiça" que
parece inacreditável, é, no entanto, o
fundamento de nossa fé. Ele nos oferece hoje perdão dos pecados, vida e
salvação, novamente, em sua palavra e
no dom de Deus que é seu corpo e
sangue.
19" Domingo
CipÓS ti Trindade
o
feito
Mt 21.33-43
qu.e temos
nhor?
r.
com
o Filho
do Se-
Nesta parábola Jesus adverte os
principais sacerdotes e fariseus a respeito da sua rejeição do reino de Deus.
(O reino de Deus é a graça de Deus
operando para estabelecer seu governo
entre os homens através do perdão dos
pecados). Is 5.1-7 e as imagens do A.
T. geralmente podem ser citadas para
lançar luz sobre a parábola. Muitos o
têm rejeitado.
1. Deus enviou seus servos, os profetas, a fim de advertir Israel da sua
iniqüidade e para lhe oferecer perdão;
eles, porém, foram todos espancados,
apedrejados e mortos.
2. Deus, finalmente, e:p.viou seu Filho para eles. Foi ele que suplicou e
que os advertiu ao contar a parábola.
O Filho foi a última oportunidade de
Deus e, a rejeição do Filho significa
juizo da parte do Senhor.
3, Podemos ver que Deus cumpriu
o que os principais sacerdotes e fariseus diziam que iria ocorrer (v. 4.),
pois o evangelho foi enviado aos gentios.
O que nós temos feito com o Filho
do Senhor? "Havendo Deus, outrora,
falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes
últimos dias nos falou pelo Filho". Hb
1. 1 (Os pais de Israel se tornaram os
nossos pais).
n. Ele nos confronta também hoje.
1. Deus nos chamou para sermos
o seu novo IsraeL A:~ "- ~,
co Filho, outrora
nós com a oferta
o Filho que opera :'
2. Que resposta :~~:,'
lho?
a. Nós o temo~
mente, pela nossa °7:~:,
trazendo o juizo de = ~
b. Ou temos ac-~~:"-.
de perdão e assim 2. 2 ,~ .
lha natureza e re\'e3:~:':.
to que Deus esperE ::7 ,c.
ele nos oferece no.' '"
N os últimos dia3 -,ástico nós nos de-;~:':'.,
a segunda vinda de
mos, todavia, que
nos pode prepara:
20" Domingo
Mt 22.1-10
apÓ"
Em nossas \'idc.3
para toda a smt e
Alguns aceitamo~:
tros, por termo.' ",,,'
sideramos mais ~~':'.
tamos. Por veze3 ~,
te negligentes r.:
mos convites. H.::"
peito de um
examinar com c
vite da parte
verte a nào :00'7:'"
zermos, ele n·: __ ~::
da companhi"
mos que d',~,,__
acontecenl: " "
''-C'c'- ...
convidados l'''''' ..__
gunda é qlie: ~~,
sim procede:'oo;':
têm assinaiadc.
mentos nas
fase.)
r. Jesus .,._.
avisar aos q,-,e 3", ,
eles estavam l'ejoo::':.2',
e que, proceden:::
vam trazendo (. :":':::
mesmos.
1. Deus (:1'::2.:--::'
seu povo e ele (; :00: -,
graça. Porém c· "-~"-__
Deus foi transf-:.,';,·,,,-i.
ma questão de c:T'
alguns que ser :__
o:o~.
ente para qualificc;,.:
i,
::': este Jesus, o Cristo, qlle
='eus e seus irmãos, os
~',',o caminho da cruz pa:',,=,ssasalvação. Este Ser~e:::110r) .
morto" para nós enquan':s entrar no reino de Deus
~j::,l'ia razão e força, e canse:' pessoas frias, enquan" base da fantasia. O fato
.') caminho da justiça" que
,e:litável, é, no entanto, o
~e nossa fé. Ele nos ofeeldão dos pecados, vida e
"a mente, em sua palavra e
Deus que é seu corpo e
,c,
"pós
Ci
Trindade
o seu novo Israel. Através do seu único Filho, outrora rejeitado, ele vem a
nós com a oferta do perdão. Este é
o Filho que opera pelo evangelho.
2. Que resposta temos dado ao Filho?
a, Nós o temos crucificado, novamente, pela nossa rejeição? Estamos
trazendo o juizo de Deus sobre nós?
b. Ou temos aceitado a sua oferta
de perdão e assim afogado a nossa velha natureza e revestido a nova? É isto que Deus espera de nós. É isto que
ele nos oferece nos sacramentos.
Nos últimos dias deste ano eclesiástico nós nos devemos preparar para
a segunda vinda do nosso Senhor. Achamos, todavia, que ele é o único que
nos pode preparar.
720"
, .feito com o Filho
do Se-
parábola Jesus adverte os
:,cerdotes e fariseus a resl'ejeição do reino de Deus.
, Deus é a graça de Deus
clB estabelecer seu governo
'é,ens através do perdão dos
, .3.1-7 e as imagens do A.
~1e podem ser citadas para
".Jbre a parábola. Muitos o
e
io.
enviou seus servos, os prode advertir Israel da sua
, para lhe oferecer perdão;
foram todos espancados,
e mortos.
finalmente, e)1viou seu Fi'es. Foi ele que suplicou e
ertiu ao contar a parábola.
a última oportunidade de
rejeição do Filho significa
:'te do Senhor.
:nos ver que Deus cumpriu
'l'incipais sacerdotes e fari1 que iria ocorrer (v. 4.),
1ge1ho foi enviado aos gen,Ós temos feito com o Filho
"Havendo Deus, outrora,
~as vezes, e de muitas mapais, pelos profetas, nestes
s nos falou pelo Filho". Hb
is de Israel se tornaram os
;.
nos confronta também hoje.
nos chamou para sermos
Domingo
Mt 22.1-10
após
a Trindade
Em nossas vidas recebemos convites
para toda a sorte de acontecimentos.
Alguns aceitamos; outros adiamos; outros, por termos algo a fazer que consideramos mais importante, nós rejeitamos. Por vezes nos tornamos bastante negligentes no modo como encaramos convites. Hoje, porém, lemos a respeito de um convite que precisamos
examinar com cuidado, por ser um convite da parte de Deus. Deus nos adverte a não rejeitá-Ia, porque se o fizermos, ele nos excluirá da salvação e
da companhia dele. (Nesta parábola vemos que duas cousas muito estranhas
acontecem: a primeira é que todos os
convidados recusaram o convite; a segunda é que o rei os destruiu por assim procederem. Alguns comentaristas
têm assinalado que estes estranhos elementos nas parábolas fornecem a ênfase.)
r. Jesus contou esta parábola para
avisar aos que se opunham a ele, que
eles estavam rejeitando o reino de Deus
e que, procedendo desta maneira, estavam trazendo o juízo de Deus sobre si
mesmos.
1. Deus chamou Israel para ser o
seu povo e ele o fez por causa de sua
graça. Porém o gracioso chamado de
Deus foi transformado por alguns numa questão de orgulho. Acreditavam
alguns que ser israelita era o suficiente para qualificá-lo para o reino de
Deus. Outros pensavam que o reino de
Deus seria um glorioso reinado terreno. Outros imaginavam que poderiam
apoderar-se do reino pela força ou pelo cumprimento da lei.
2. Quando Jesus veio e conclamou
homens para o reino, perdoando seus
pecados, muitos o rejeitaram, pois ele
e o trabalho que estava realizando não
combinavam com as idéias deles. Rejeitando a Cristo, estavam recusando o
convite de Deus para o perdão e para a comunhão com ele.
3. Jesus admoestava-se a respeito do
resultado de suas ações, advertindo que
poderiam ser substitui dos.
n. Esta parábola apresenta-nos a
advertência de que podemos ser substituídos.
1. O Israel antigo foi substituído pelo novo Israel, não devido às qualidades dos membros do novo Israel, mas
porque Deus, em sua graça, não abandonou a sua obra de estabelecer um
reino. Pertencemos ao novo Israel pela graça de Deus, fundamentado
no
perdão que ele nos dá através de JeSUEJ.
2. Mas quando o gracioso convite
de Deus é hoje oferecido, é por muitos
rejeitado. Eles têm suas próprias idéias.
A idéia de Deus e o convite de Deus
não se coadunam em seu modo de pensar, e então rejeitam o Salvador de
Deus e o seu perdão.
3. Esta parábola é ainda uma admoestação quanto ao resultado de tal
ação. É uma admoestação para nós.
Nós podemos ser substituídos e destruídos. Deus tem o direito para assim agir.
Semelhante admoestação deve levar-nos
a dar atenção como nós andamos.
II!. Esta parábola lembra-nos de
novo que pela graça nós temos um lu-
gar.
1. Julgar e destruir não é a vontade primeira de Deus. Deus deseja que
os homens sejam salvos. O que ele fez
por Israel, ele também faz por todo
o mundo através de seu Filho Jesus
Cristo. Se confessamos a Jesus como
Senhor nosso, é ísto prova que, pela
graça, temos um lugar à mesa.
2. Com receio de que a história se
repita, tomemos a sério os seus constantes convites, e sintamos novas alegrias cada vez que comermos e bebermos.
3
165
21" Domingo
Mt 22.15-21
após a Trindnde
Jesus 'um revolucionário?
Muitos, em nossos dias, afirmam que
para serem seguidores de Cristo, devem
envolver-se em toda a sorte de revoluções e agitações. Por isso perguntamos
hoje; Foi Jesus um revolucionário? As
palavras de Jesus, v. 21, nos levam a
responder com Não e Sim.
I. Contra César? Não.
1. Nos dias de Jesus muitos queriam que ele fosse um novo César. O
povo queria consagrá-lo rei. Esperava
que ele acabasse com o domínio dos
romanos e estabelecesse o reino glorioso de Israel.
2. Jesus recusou. Afirmou; "Dai a
César o que é de César". Consentiu
até em ser crucificado por soldados romanos. Sem dúvida que não aprovou
esta ação, nem outras do César romano, como não aprova muitas ações de
césares contemporâneos. Sua revolução
era de outro feitio. Seu reino não era
deste mundo.
II. Contra os inimigos de Deus?
Sim.
1. Ele curava, expelia demônios,
ressuscitava mortos, resistia às tentações de Satanás, perdoava pecados.
2. Dava a Deus o que é de Deus,
perfeitamente. Obedecia a seu Pai em
tudo,' mesmo entregando sua vida na
morte de cruz. Esta renúncia total mostra o caminho de Deus como somos capazes de prever verdadeira lealdade a
ele.
3. Ele conclama sua igreja a segui10 nesta revolução
(Ef 6.10-17) dando
a ela a força e as armas para a luta.
Não é sempre fácil traçar a separação
entre o Sim e o Não. Paulo lembra em
Ef 6. 7 que servimos a Deus e não a
homens.
Jesus não veio para ser um político, mas veio como Messias. Não veio
para convencer os homens pela força.
Veio para estabelecer um caminho de
salvação, oferecendo aos homens perdão
de seus pecados, vida e salvação nele.
Nós, que possuímos esta bênção, devemos usar a política ou qualquer outro
encargo para ajudar os homens pelos
quais Cristo morreu.
--:0:--
166
Extraído
J. Schmidt.
de C. T. M. 1972 por A.
A IGREJA
NC
'-,rava, expelia demônios,
::10rtos, resistia às tentao",ás, perdoava pecados.
Deus o que ê de Deus,
Obedecia a seu Pai em
. J entregando
sua vida na
2. Esta renúncia total mos_:") de Deus como somos ca:ever verdadeira lealdade a
-o..
:nclama sua igreja a segui--olução (Ef 6.10-17) dando
,8. e as armas para a luta.
~l'e fácil traçar a separação
- e o Não. Paulo lembra em
servimos a Deus e não a
veio para ser um políticomo Messias. Não veio
"cer os homens pela força.
estabelecer um caminho de
'erecendo aos homens perdão
:ados, vida e salvação nele.
:,ssuímos esta bênção, dever politica ou qualquer outro
:-a ajudar os homens pelos
- morreu.
"-c'
-::>
de C. T. M. 1972 por A.
A IGREJA NO MUNDO
JOhUilllES
Rottl?{~/;2;'~
R.:
Protestantismo
e Umbanda crescem
no Brasil. - Embora o Brasil seja con-
siderado o maior país católico do mundo, o evangelismo e a umbanda estão
em franca expansão, conquistando, dia
após dia, maior número de adeptos,
principalmente nas classes mais pobres,
concluiu o atropólogo Renê Ribeiro, em
longo estudo sobre igrejas e cultos no
Brasil. - Baseado em dados do rBGE,
Ribeiro afirma que o protestantismo
cresceu 176,4 por cento de 1950 a 1970.
Já a umbanda "invadiu o campo do espiritismo e conquistou as massas a partir do período de transformação social,
urbanização, industrialização e extensas
migrações rural-urbanas,
iniciado em
1930." Desde então "vem crescendo e
ganhando novos adeptos nas classes
mais pobres". - Quanto ao catolicismo,
o fenômeno já fora constatado pelo sociólogo Gilberto Freyre, que relacionou
o fato à existência de "um dualismo
que em termos atualizados poderá ser
assim caraterizado:
catolicismo popular, paico, festivo - pessoal - instrumental, predominantemente
rural, versus catolicismo romano, eclesiástico, ético, transcendental,
predominantemente
urbano". - "Mesmo assim o catolicismo ainda ê a religião maioritária dos
brancos das classes altas e médias, embora sem exclusivismo nem segregação",
observou René Ribeiro. "As várias formas do protestantismo
recrutam seus
adeptos na escala de cor e de posição
sócio-econmica, com variações segundo
a denominação estabelecida. O luteranismo liga-se às populações brancas de origem alemã do Sul do País; o presbiterianismo atinge as classes altas; os batistas são tecnicamente místicos e atraentes para a classe média-baixa em ascenção" e assim em diante.
(J ornal Evangélico)
O J ordão pOde secar. - Especialistas da Universidade de Tel Aviv concluíram que o rio Jordão, tão citado em
passagens bíblicas, poderá secar e de167
saparecer dentro de aproximadamente
cinco anos, caso os jordanianos construírem uma barragem no rio Yarmuk,
o único afluente do Jordão. - De acordo com um dos engenheiros que estudou o caso, os jordanianos não poderão
ser culpados pela construção da barragem, que deverá estar concluída até
1982. "Fomos nós quem tomamos a
iniciativa ao represarmos as águas do
Jordão. Agora, eles seguem o nosso
exemplo", concluíu. - No inverno, quando recebe as águas do Yarmuk, o Jordão, de 100 quilômetros de extensão, é
caudaloso. Torna-se, porém, um riacho
no verão. A barragem impediria que o
rio aumentasse suas águas no inverno,
provocando a seca. Todavia já existe um
plano, mirabolante até, para salvar o
rio, mas ainda não foi aprovado oficialmente.
(Jornal Evangélico)
Billy
Espírito
Graham e o pregar sobre o
Santo. - Ao conhecido evan-
gelista dos EUA foi dirigida a seguinte pergumta: "O pastor de minha igreja tem recentemente se mostrado muito interessado na obra do Espírito Santo, e de lá para cá todos os seus sermões e estudos bíblicos tem a ver só
com o Espírito Santo. O senhor acha
isto certo?" - ResposteL: "Por muito
tempo, nos parece, a obra do Espírito
Santo foi negligenciada por muitos cristãos. Isto não só foi uma infelicidade,
foi um erro, porque a Escritura freqüentemente nos fala do poder e conforto que advém do Espírito. - No entanto, o pêndulo parece que agora está se projetando em sentido contrário,
conforme sua observação. A Bíblia nos
manda evitar a concentração em um só
aspecto da vontade de Deus, negligenciando outras verdades igualmente importantes. - Quando Paulo fez uma revisão do seu ministério em Efeso, ele
podia dizer: 'Jamais deixei de vos anunciar TODO o desígnio de Deus (At 20.
27). Paulo também insistiu com o jovem pregador Timóteo para que declarasse TODAS as verdades que Deus nos
deu a conhecer (2 Tm 4.1,2). -- Além
disto devemos lembrar que Jesus disse
aos seus discípulos que o Espírito Santo não chamaria atenção sobre si mesmo, mas, ao contrário, apontaria em direção a Cristo: 'Quando vier o ConsoJador, que eu vos enviarei da parte do
168
Pai, I) Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim'
(J o 15.26). - Seja, portanto, positivo.
Busque seu pastor com amor e converse com ele sobre sua preocupação. E
bem provável que Deus esteja a desafiar seu pastor, a você, e a toda a sua
igreja a viver uma vida mais completamente sujeita a Seu Espirito e ao
TODO de sua verdade." - Um conselho sábio; uma resposta certa! - H R.
Abemdono de. batina está be.tendo recorde O total de sacerdotes católi-
cos continua decrescendo pelo quarto
ano consecutivo em todo o mundo, de
acordo com as mais recentes estatísticas da Santa Sé: De um total de 260.514
sacerdoteEl diocesanos em princípios de
1975, 1.560 (6 por cento) haviam abimdonado a batina. As desistências alcançaram um nível recorde, 7,2 por cento - 1.964 sacerdotes - em 1976. As estatísticas indicam que o número
de pessoas batiza das na fé católica romana vai a 709,5 milhões em todo o
mundo. O grupo nacional mais expressivo é constituido pelo Brasil, com 96
milhões, seguido pela Itália, com 54 milhões, e Estados Unidos, 47 milhões. Os Estados Unidos registram o maior
número de casamentos católicos desfeitos ... O número de católicos no mundo aumentou em 4,5 milhões, porém sua
proporção com a população mundial 3,9 bilhões de pessoas em 1975 - decresceu em 18,2 por cento em relação
a 1974 e a 18 por cento em relação a
1975. As estatísticas não se referem aos
católicos da União Soviética, China e
várias outras nações de regime comunista. - Os pedidos de anulação de
casamentos católicos nos Estados Unidos subiram para 42.739 - mais do
que todo o restante do mundo católico
junto. As autoridades eclesiásticas norte-americanas e holandesas despacham
os pedidos de anulação com maior rapidez: 210 casos por dia em média. O total de sacerdotes, frades e freiras
alcançou 1.446.383, sendo 968.256 freiras, 404. 783 sacerdotes e religiosos ordenados, 70.388 religiosos não ordenados e 2.686 diáconos. (Cidade do
Vaticano - UPI - Folha da Tarde,
Porto Alegre, 17.06.77).
Do Japão para a China Comunista
saindo folhetos evangélicos aos
estão
milhares. Não e~:,,-~
alguém nem pei: :'
aérea, levados pe: ~
lões cheios de :c-":::
impressos em pap",:
O trabalho é reaL::,,-_ ~
independente C·l"": ,,~~ ~ responsáveis espe',c::~
'':;
interior da Chir-,s :: é.' _'__ ~i§
pIares. De acorde· : :,_:
_
são, a polícia cl:if'~::. c: .3;
_~-=
co proibições saL~ : o
colha o tratado. __"nele, não o pa~~c
canda. Se for a~~:_~
vai ter muito tls.':c.L,
tubro - quando c.'
lógicas são as ms.:,
tipo original de e-:ê:-.~p~
tin1ato", maio 77 -=-=A mulher ;;ri,:,
rente! assim se
maz da Igreja
rev. Arthur R.
os que se orie:_: c,
schauung pela Ei':~
mas sim, evide:":ô ~,c
do de hoje, incl'.'.' ",
.ias. Dom ArE::.:'
te contrário 2.
ao ministério ,,::
blia e na Tl'a(~: ~~
"Assim conlO .:-~~~_
terar o Cred·:
Escrituras e
não temos ':
ticular) de 'c:-:~:,~
respeito d2,~ ~:' _
1l1eres res";:":'
dos EUA. s::', :
setembro c10:~.: ~
sileiro diz C,",: ~,c
ção feminina ::.: c
Anglicana ,,2.:
terços, "o cr,:.e "
para a apl·(,''-c; ~ ,
radical". O c~.'::~ :' ~
mos nós o :j~:-:-"
00
Cristo,
os al>~~~~
os concílios ec· ..::·
tã dos priru<: "
teólogos de ,,:~'': :0 _
po Kratz - e,,:::
certamente T:i'.mas é diferen'oo
dons diferemes.
,~_..
ela fosse o COTI':2::'-:',~:_
to no mundo (C-,-,: ,_c.
,c<1e.
que ce~e
-:-:-:;;-:::-::~-~:.nhode
~:'Ol·tanto,
=-::~i:::
aDIor e
posi-:i"".-G,
COr:""."êl--
;;reocupação. É
~ =)2·.:5
.. esteja a de::2~~.-0c'ê, e a. toda a i3ltd
~-_~~~·:ida lnais cOTIlpleSeu Espírito e ao
"c. ::?,de." 1.:"mconse. "s' ':,sta certa' - H R.
"'.,0
;'!fi
i;r; está- b(ltendo
n-
:t:c.: de sacerdotes católic. o ::escendo
pelo quarto
2:', todo o mundo, de
" :-::ais recentes estatístiDe um total de 260.514
é-ÔS.DOS
em principios de
,.,::' cento) haviam aban_u:-_, A.s desistências
alcan__--,,: ,'ecorde, 7,2 por cen.',::2l'dotes - em 1976. .0 indicam que o número
::zadas na fé católica 1'0-:'~!,5 milhões em todo o
::'0 nacional mais expres, ~:ijo pelo Brasil, com 96
.:::' pela Itália, com 54 mi:::s 1.:"nidos,47 milhões. -,':':idos registram o maior
'oO,mentos católicos desfei:'.:é-:'O de católicos no mun021 4,5 milhões, porém sua
:':: a população mundial :" pessoas em 1975 - de:S.2 por cento em relação
:.S por cento em relação a
,:'3ticas não se referem aos
-:"nião Soviética, China e
, nações de regime comu- pedidos de anulação de
:s.tólicos nos Estados Unipara 42.739 - mais do
-,3tante do mundo católico
::."idades eclesiásticas nor3 e holandesas despacham
.-' anulação com maior ra2.30Spor dia em média. '2.cerdotes, frades e freiras
"'0,383, sendo 968.256 frei3acerdotes e religiosos 01':388 religiosos não ordenadiáconos. (Cidade do
"L-PI - Folha da Tarde,
17.06.77) .
para a China Comunista
.folhetos evangélicos aos
milhares. Não estão indo por mão de
alguém nem pelo correio. Vão por via
aérea, levados pelo vento, presos a balões cheios de hélio. Os folhetos são
impressos em papel leve e plastificados.
O trabalho é realizado por uma missão
independente com sede em Tóquio. Os
responsáveis esperam mandar para o
interior da China três milhões de exemplares. De acordo com o diretor da missão. a policia chinesa fez distribuir cinco proibições sobre os folhetos: não recolha o tratado, não o leia, não creia
nele, não o passe adiante e não o esconda. Se for assim mesmo a polícia
vai ter muito trabalho de maio a outubro - quando as condições climatológicas são as mais indicadas para este
tipo original de evangelização. -- ("UItiri1ato", maio 77-11).
A mulher não é inferior, mas diferente! assim se expressa o Bispo Pri-
maz da Igreja Episcopal do Brasil, o
rev. Arthur R. Kratz. - O que para
os que se orientam na sua vVeltanschauung pela Bíblia não é nada novo,
mas sim, evidente, não o é para o mundo de hoje, inclusive a maioria das igrejas. Dom Arthur R. Kratz é totalmente contrário à ordenação de mulheres
ao ministério por falta de apoio na Bíblia e na Tradição Apostólica. Diz ele:
"Assim como não temos o direito de alterar o Credo, o Cânon das Sagradas
Escrituras e os Sacramentos, também
não temos o direito (como igreja particular) de alterar o sacerdócio." - A
respeito das várias ordenações de mulheres realizadas na Igreja Episcopal
dos EUA, após a Convenção Geral, em
setembro do ano passado, o bispo brasileiro diz que na aprovação da ordenação feminina naquela ala da Comunhão
Anglicana não houve a maioria de dois
terços, "o que seria o mínimo exigível
para a aprovação de uma medida tão
radical". O bispo Kratz pergunta: "Temos nós o direito de 'corrigir' Jesus
Cristo, os apóstolos, os pais da Igreja,
os concílios ecumênicos da Igreja Cristã dos primeiros séculos e eminentes
teólogos de nosso tempo?" Para o bispo Kratz - e para nós - a mulher
certamente não é inferior ao hOInem,
mas é diferente do homem e recebeu
dons diferentes, justamente para que
ela fosse o complemento do homem tanto no mundo como na igreja. - H. R.
Trinta
mil
videntes
na França.
-
Os videntes na França são tão numerosos quanto os padres - cerca de 30
mil. Só em Paris há 4 mil. Mais de
um milhão e meio de franceses vão consultá-Ios em suas casas. No caso de uma
clarividente
famosa Mme. Robin, a
maior parte dos consulentes eram pessoas do sexo feminino (860 em 1.000)
e as perguntas mais freqüentes eram
sobre o amor, o futuro e a situação presente (entre as mulheres). Os homens
tinham os mesmos interesses, mas em
outra ordem: o presente, o amor e o
futuro. A preocupação com a morte pertencia a ambos e com a mesma intensidade. O autor de um estudo sobre o
assunto, Nicolas Derst, observa que "numa consulta apenas um décimo do tempo é consagrado a prever os dias futuros. Os nove décimos restantes são
consagrados ao bate-papo, às confidências, às confissões" (Médicos da Alma
e Vampiros da Dor, na revista Ave Maria). - "Ultimato", Junho 77,13.
A Igreja
de JeStlS 1Ul China
vive.
A revista "SAM-BOTE" do Chína
Research Centre, transmite as seguintes notícias de filhos de Deus na China: "No dia 28 de julho ruiram muitas casas em Tangsham durante o terremoto, mas as dos crentes foram protegidas do mal. As casas dos crentes
na verdade estavam em regiões mais
ameaçadas que as dos íncrédulos, mas
foram protegidas e permaneceram sem
ameaça de perigo. Este fato faz-nos sentir que o Senhor Jesus merece confiança. Ele é um Deus verdadeiro, que protege os seus do mal. Espero também
ser um discípulo de Jesus ... "
" ...
Ag'"radeço-Ihes por me enviarem notícias. Possuímos aqui o Novo Testamento completo. Do Antigo Testamento temos os seguintes livros: Rute, Ester,
Jó, Provérbios. Eclesiastes, Cantares,
Lamentações, Daniel, abadias, Jonas,
Naum, Malaquias, além de trechos de
alguns outros livros. Estes são copiados e trocados. Gostariamos de ter reforçada a descrição da vinda do Espírito Santo, como está descrita em Atos,
mas falta-nos o livro de Joel. Também
não temos o pequeno livro de Habacuque, que trata da fé. Eu gostaria de
ter também o Salmo 136, que fala da
misericórdia eterna de Deus ... " - Certamente o Senhor da Igreja tem mui169
tos caminhos para fazer sua Palavra
chegar aos cristãos até na China ateista, -- H. R.
"É
uma
menina?
Então
rnata-a!"
Até tais extremos chegam os que
querem ver legali.zctdos Os ctbortos. Assim informou o geneticista Dr. Gerald
num congresso sobre o desenvolvimento da mentalidade entre as mulheres da
América do Norte: "Apesar de acreditar que uma mulher deve ser dona do
seu corpo, preocupo-me, pelo fato de se
práticar o aborto somente porque o sexo
da criança não corresponde aos desejos dos pais." - "Será um menino?",
pergunta a futura mãe ao médico após
o teste para estabelecimento do sexo do
bebê. Resposta: "Não, é uma menina."
A mãe retruca: "Ah, por favor doutor, então aborte-a!" - Já após a décima quinta semana de gravidez podese hoje estabelecer o sexo de uma criança. - O padre Philippi do posto de
aconseihamento
"Porta
Aberta"
de
Hamburgo, comenta: "O desprezo pela
vida degenera. O próximo degrau será
a eutanásia em todas as formas." "Chamada da Meia Noite" comenta sobre
isso acertadamente:
"O padre Philippi
está atrasado com sua conclusão: "O
desprezo pela vida degenera". O mundo esqueceu que o aborto - com ou
sem legalização - antes como após,
é assassínio brutal-com baixos motivos,
para não ter que deixar o próprio con-
farto. Com estas vís, repugnantes, motivos tais degenerações não são de admirar. Pelo contrário, elas demonstram
e destacam a monstruosidade do assassínio sem consideração do maravilhoso
germe da vida que o próprio Deus eterno preparou no ventre materno, veja
Salmo 139.13." - H. R.
Tóxico mortal - Atrás dos bastidores da nossa civilização milhares de jovens sucumbem diante dos tóxicos. Assim uma onda de heroina varre a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) que parece crescer diariamente e assassina mais do que nunca. Já nas primeiras seis semanas deste ano, morreram 40 pessoas por causa do uso de tóxicos. No ano passado
foram 235; entre eles muitos jovens.
O número total de viciados em heroína é calculado em 40.000. - Em Amsterdã, o centro do comércio de tóxicos
da Europa, um quilo de heroína custa
entre 40.000 e 50.000 marcos. Trazido
para a Alemanha vale 100.000 marcos
(650.000 Cruzeiros). Os viciados pagam
até 300 marcos (1.950, Cruzeiros) por
ltma grama. - É simplesmente terrível
esta arma do diabo com que ele destrai as almas e vidas de tanta gente.
É necessário também para nós abrirmos
- os olhos, porque os entorpecentes, mormente nas grandes cidades, estão envenenando muitos jovens também aqui no
Brasil. - H. R.
ÍNDICE
APRESENTANDO.
EDITORIAL Agarrado
DESTAQUE Que se pa~~~ - ---~
Deus Cha,'-,=.
~
o Prega::c:
3
-=-
A Convel'3~:
A Grandê- __
Jonas e
C:"
DOCUMENTOS A Maçc:-:?:-:~ _,
ESTUDOS BíBL::-=-:3 -
COMENTAEE 3 -
--:0:-DEVOCIONAL Chama:::.~
DISPOSIÇõES
P,-'2..". 3::::~~
A IGREJA NO :.E':\-=>:
170
-.
- --.
- ~..-.
--
-.
-
.---
íNDICE
...
-~- ... - ,.~._-~._-----~-----~_ ..-
..
••....
-
.:-.::. ..
.----------,:;
-
...
;::.
..
-
'.. ,
-.-
-
..-
-- ---~-
,------.-,-
-,
----
-------
...
H. R.
dos bas<:id,:;ci\-:lização milhares de jo-
>~rr
Z
-
A.trás
diante dos tóxicos. Asde heroina varre a Re7,'8.1 da Alemanha
(Alema2.. que parece crescer dia2.""assina mais do que nun:c'imeiras seis semanas desceram 40 pessoas por cau:.0 tóxicos. No ano passado
entre eles muitos jovens .
.)tal de viciados em heroiia em 40.000. - Em Ams,:lO do comércio de tóxicos
'"m quilo de heroína custa
'. e 50.000 marcos. Trazido
'::anha vale 100.000 marcos
'"zeiros). Os viciados pagam
c'cos (1.950. Cruzeiros) por
- É simplesmente terrível
do diabo com que ele des,as e vidas de tanta gente.
) também para nós abrírmos
.c'que os entorpecentes, mor2'l'andes cidades, estão enve;icos jovens também aqui no
:.0:-:1
,::2.
1. R.
APRESENTANDO,
113
EDITORIAL Agarrado
no sono?, 113 _
DESTAQUE Que se passa contigo?
(Jonas),
115
O Livro de Jonas, 116
Deus Chama e Envia o Pregador,
O Pregador:
118
Sua Fuga, sua Oração e Ira, 120
A Conversão do Ninivitas, 123
A Grande Compaixão de Deus, 125
Jonas e Cristo, 127
DOCUMENTOS A Maçonaria, 131
Bach, Pregador
do Evangelho, 139
ESTUDOS BíBLICOS Em Busca de Identidade, 143
As Conseqüências da Aceitação de Jesus Cristo, 146
COMENTARIOS Ler e Refletir
(Mt 6 _24-34), 150
Meu filho é Viciado, 152
A Torre que não Ficou Pronta, 153
Televisite: A Nova Moléstia da Infância, 154
Violência na TV, 154
DEVOCIONAL Chamados e Enviados, ,157
Fé DISPOSIÇõES
que vem a ser, 159
PARA SERMõES, 163
A IGREJA NO MUNDO, 167
171
Download