CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA - ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM SAÚDE DO HOMEM: Câncer de Próstata Isabela Cristina Honório Biondi Luciane Aparecida Negretti Maria Augusta Zörrer Franco Mollero PALMITAL 2012 2 ISABELA CRISTINA HONÓRIO BIONDI LUCIANE APARECIDA NEGRETTI MARIA AUGUSTA ZÖRRER FRANCO MOLLERO SAÚDE DO HOMEM: Câncer de Próstata Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Técnico em Enfermagem como requisito ao desenvolvimento da Monografia. Orientador: Profª. Marislene dos Santos PALMITAL 2012 3 DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho especialmente a DEUS: Pedimos força e vigor, Deus nos mandou dificuldade para nos fazer forte; Pedimos sabedoria, Deus nos deu problemas para resolver; Pedimos prosperidade, Deus nos deu energia e cérebro para trabalhar; Pedimos coragem, Deus nos mandou situações perigosas para superar; Pedimos amor; Deus nos mandou pessoas com problemas para ajudarmos; Pedimos favor; Deus nos mandou oportunidades. Não recebemos nada do que queríamos, recebemos tudo o que precisávamos, nossas preces foram atendidas! 4 AGRADECIMENTOS Agradecemos aos nossos familiares, por acreditarem e terem interesse em nossas escolhas, apoiando-nos e esforçando-se junto a nós, para que supríssemos todas elas; Agradecemos também a todos os professores que nos acompanharam durante esses dois anos de curso, em especial Marislene dos Santos, Nívea M. A. V. Damini e Claudinei A. Santos, pela dedicação em suas orientações prestadas na elaboração deste trabalho, nos incentivando e colaborando no desenvolvimento de nossas ideias; Aos nossos colegas de classe, pela paciência, pelo sorriso, pelo abraço e pela mão que sempre se estendiam quando nós precisávamos. Esta caminhada não seria a mesma sem vocês. Obrigada! 5 EPÍGRAFES “Não é o desafio com que nos deparamos, que determina quem somos e o que estamos nos tornando, mas a maneira com que respondemos ao desafio.” (Henfil) “Não existe a inteligência sem a bondade.” (autor desconhecido) “Não temos o dom divino, mas temos a sabedoria para cuidar.” (Claudinei A. Santos) “Acreditar é essencial, mas ter atitude é o que faz a diferença.” (autor desconhecido) 6 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CIMED - Centro de Informática da Medicina; FDA - Agência Americana de Controle de Medicamentos; INCA - Instituto do Câncer; PSA - Antígeno Específico Prostático; SAE - Sistematização da Assistência de Enfermagem; SBU - Sociedade Brasileira de Urologia. 7 SUMÁRIO 1. HIPÓTESE....................................................................................................10 2. JUSTIFICATIVA...........................................................................................11 3. OBJETIVO ...................................................................................................12 3.1 Geral ..........................................................................................................12 3.2 Específico ...................................................................................................12 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................13 4.1 Tipos de Pesquisas ....................................................................................13 4.2 Coletas de Dados........................................................................................13 5. INTRODUÇÃO..............................................................................................14 6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................16 7. FUNÇÃO DA PRÓSTATA............................................................................18 8. O QUE É O CÂNCER DE PRÓSTATA........................................................19 9. FATORES DE RISCO...................................................................................20 9.1 Fatores Associados.....................................................................................20 10. SINAIS E SINTOMAS.................................................................................22 11. DIAGNÓSTICO E EXAMES.......................................................................23 11.1 Tratamento................................................................................................23 11.2 Prevenção.................................................................................................23 12. O PAPEL DA ENFERMAGEM...................................................................26 8 12.1 Assistência de Enfermagem.....................................................................26 13. CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS...............................................28 14. LEI Nº 10.289/01.........................................................................................31 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................32 16. REFERÊNCIAS..........................................................................................33 9 RESUMO O Câncer de próstata é um dos tipos de câncer mais presentes em homens no mundo, e uma das maiores causas de morte por tumores malignos nos homens, e vem aumentado com os anos. As informações que se tem sobre ele são poucas, ela tem crescimento lento, é raro antes do 50 anos. Poucos são os fatores que o identificam nos homens, como idade, raça, e o histórico familiar da doença são os apontados, e as formas de rastreá-lo são o toque retal, utilizado para verificar tamanho, forma e presença de nódulos, e o PSA, que é um tipo de proteína presente na próstata, sendo que seu nível alto no sangue pode indicar o câncer, ambas as formas são ainda estudadas pelo meio científico, que evidencia controvérsias sobre a eficiência de ambas, bem como o rastreamento populacional da doença, que pesquisa na população além de outros fatores envolvidos, se ambos os exames são realizados etc. De acordo com o Instituto do Câncer (INCA), estima-se que no ano de 2010 e 2011, irão surgir 52 mil novos casos de câncer de próstata. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o câncer de próstata é o segundo maior causador de mortes no Brasil e estima-se que 400 mil homens acima de quarenta e cinco anos, tenham a doença e não tem conhecimento disso. São diagnosticados por ano 35 mil casos com 8 mil óbitos. Ainda não existem medidas de prevenção sobre o câncer de próstata. Palavras-chave: Câncer de Próstata; Rastreamento populacional; Prevenção sobre Câncer de Próstata. 10 1. HIPÓTESE Realizar uma pesquisa descrevendo sobre a Saúde do Homem – Câncer de Próstata e contribuir para desmitificar o assunto, esclarecendo à comunidade a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento precoce. 11 2. JUSTIFICATIVA Escolhemos como projeto este tema, pois o homem de hoje precisa de maior esclarecimento sobre o assunto para melhorar sua qualidade de vida. É um assunto que ainda envolve uma série de mitos e preconceitos por parte dos homens, portanto é de fundamental importância esclarecer sobre os mesmos para que possam aprender lidar melhor com seu corpo, buscando ajuda especializada, dando liberdade de expressão. 12 3. OBJETIVO (S) 3.1 GERAL Estudar os fatores que contribuem para a não aderência ao programa da saúde do homem, esclarecendo através da pesquisa soluções para maior divulgação desse programa aos homens. 3.2 ESPECÍFICO Divulgar o Programa de cuidado de Saúde do Homem que o Ministério da Saúde criou, em virtude dos diversos números de câncer de próstata que tem aumentado nos dias de hoje. Mostrar a importância de fazer os exames preventivos, realizando campanha de conscientização em relação á saúde do homem. 13 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 4.1 Tipos de Pesquisa O método escolhido foi a revisão bibliográfica, e terá a finalidade de analisar as principais opiniões e ideias descrita sobre o assunto na atualidade sobre o Câncer de Próstata. 4.2 Coletas de Dados Optamos por utilizar estudo através de pesquisas levando uma informação clara e precisa ao usuário, para isso utilizaremos vários recursos, como livros, tese de mestrado e doutorado, artigos científicos e uma ferramenta muito utilizada nos dias de hoje, a Internet. 14 5. INTRODUÇÃO Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o perfil do aumento da mortalidade por Câncer de Próstata, também se alterou nas últimas décadas. Em 2005, estimou-se para o Brasil, 46.330 novos casos, isto corresponde a 51 casos novos a cada 100 mil homens e assim sendo o câncer mais frequente em todas as regiões do país, um em cada seis homens com idade acima de 45 anos, pode ter a doença sem saber, revela a SBU (Sociedade Brasileira se Urologia). O número de casos novos diagnosticados de Câncer de Próstata no mundo é de 543 mil por ano aproximadamente, é o tipo de tumor mais frequente em homens. Com 1,5 milhão diagnosticados nos últimos anos, é considerado o câncer da terceira idade, cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Nos países desenvolvidos, as probabilidades de cura em cinco anos são de 64% e nos países em desenvolvimento é de 41%, a média mundial é de 58%, tornando baixa a mortalidade por Câncer de Próstata. Uns dos grandes problemas é que este tipo de câncer é duas vezes mais frequente do que o Câncer de Mama, segundo o Sistema Nacional de Auditoria, órgão do Ministério da Saúde. A lei 10.289/2001 estabeleceu o Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata e a partir daí, o INCA vem divulgando material informativo pela Internet. O Câncer de Próstata é notadamente reconhecido como um problema de saúde pública e se faz necessário apontar o que se entende por prevenção no campo da Saúde Coletiva. Czeresnia apud in Gomes (2008) diz que ações preventivas podem ser definidas como intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. As intervenções preventivas nos Hospitais, Postos de Saúde e Clínicas Médicas são tradicionais como imunizações, quimioterápicos ou intervenções educativas sobre mudanças de estilos de vida. A desinformação e a resistência dos homens de fazer o exame específico vêm devido à falta de informação sobre o exame. O homem se sente lesado e molestado em seu brio masculino, por isso a importância dos programas que levam 15 a informação direcionada aos homens, esclarece suas dúvidas dando a liberdade de expressar seu medo e sua insegurança. 16 6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O conhecimento e os métodos de diagnósticos e tratamento do câncer de próstata tiveram inicio em 1536, quando a próstata foi descrita pela primeira vez pelo médico Veneziano Niccoló Massa. Em 1593 o médico Flamengo Andréas Vesalíus fez o primeiro desenho da glândula prostática. A glândula prostática é um órgão pélvico impar que abraça a uretra logo abaixo da bexiga urinária, e é atravessado em toda sua extensão pela uretra e também é composto por cerca 30 pequenas glândulas túbulo- alveolares com mesmo números de ductos prostáticos abrindo-se independentemente na uretra. Após estudar sobre a glândula prostática, foi descoberto em 1853 o primeiro caso de câncer de próstata pelo cirurgião inglês J. Adans. Já em 1904 foi realizado a primeira prostatectomia radical no hospital Johns Hopkins pelo médico americano Hung Hampton Yourg quando o paciente já estava morto. Em 1941 – O médico canadense Charles Huggins foi o primeiro a estabelecer a relação entre o câncer de próstata e o hormônio testosterona, o combustível das células tumorais. A descoberta rendeu a Huggins o prêmio Nobel de medicina em 1996. Em 1977-O polonês Andrew Schally e o francês Roger Guillemin, ambos fisiologista naturalizados americanos, ganharam o prêmio Nobel de medicina por trabalhos sobre o hormônio GnRH, envolvido na produção de testosterona. A descoberta alavancou o tratamento à base de hormônios, muito utilizado até hoje. Em 1980- Descoberta dez anos antes, a proteína PSA foi associada pela primeira vez aos tumores de câncer de próstata. Descobriu - se que quanto mais elevado a taxa, maior o risco de desenvolver a doença. EM 1983- A braquiterapia foi estabelecida como primeira opção de tratamento em paciente com câncer em fase inicial. O método apresentou um avanço em relação à radioterapia ao preservar as células sadias da radiação. Em 1994- A FDA, a agência americana de controle de medicamentos, aprovou o exame de PSA para ser usado como prevenção ao câncer prostático. EM1995- Após estudo, surgiram as primeiras evidências científicas de que o consumo de licopeno pode prevenir o câncer de próstata. Essas substâncias 17 podem ser encontradas no tomate, ele é um antioxidante que ajuda a conter os radicais livres. Em 2005- Foi descoberto pelos pesquisadores americanos da Universidade Johns Hopkins, um novo marcador sanguíneo para o câncer de próstata, a proteína EPCA-2. Em 2008- Depois de várias pesquisas comprovou que o estilo de vida pode influenciar no desenvolvimento da doença. É muito importante fazer atividade física e uma dieta pobre em gordura, e quem leva uma vida saudável aumenta de maneira positiva o funcionamento de mais de 500 genes relacionados à doença. 18 7. FUNÇÃO DA PRÓSTATA A Próstata é um órgão pélvico ímpar, que envolve a uretra logo abaixo da bexiga e é atravessado em toda sua extensão pela uretra. A glândula prostática é composta por cerca de trinta pequenas glândulas túbulo alveolares que fazem parte do sistema reprodutor masculino, com a função de produzir um líquido leitoso, fluído e alcalino que contribui para a formação do sêmen. 19 8. O QUE É CÂNCER DE PRÓSTATA O câncer de próstata é a neoplasia maligna mais frequente no homem. Estima-se que mais de 140.000 homens tenham a doença diagnosticada por ano no Brasil, e mais de 20.000 homens irão morrer anualmente em decorrência direta da patologia. Houve um aumento significativo na detecção da patologia em decorrência do uso rotineiro do PSA (antígeno específico da próstata) na avaliação urológica. A incidência do câncer de próstata varia geograficamente, com áreas de maior ou menor prevalência. O Brasil apresenta incidência intermediária, que inclusive varia de acordo com a região e as condições socioeconômicas do local. 20 9. FATORES DE RISCO Alguns fatores têm sido estudados apesar do desenvolvimento do câncer de próstata, também não conhecido. Sendo alguns identificados, dentre eles destacam-se a: • Idade avançada; • Maior incidência em afro descendente; • Hormonais em homens que tiveram história de câncer de próstata na família, tem à maior incidência de desenvolver a doença de 3 à 10 vezes em relação à população em geral; Fatores alimentares como dieta rica em gorduras animais: carne vermelha, • cálcio, gordura, leite, entre outros; • Tabagismo; • Etilismo e • Homens que fizeram vasectomia. Nesse sentido, mais estudos estão em andamento tentando esclarecer os fatores de ricos e potenciais para o sucesso na prevenção contra o câncer de próstata. 9.1 FATORES ASSOCIADOS O câncer de próstata é o segundo câncer em incidência entre os homens do mundo. No Brasil, após o câncer de pele, o de próstata é o que apresenta maior incidência, tem crescimento lento, e é raro antes dos 50 anos. O rastreamento do câncer de próstata é realizado por meio do toque retal e da dosagem do Antígeno Específico Prostático (PSA), apresenta algumas limitações deixando 40% a 50% dos tumores fora do seu alcance, depende do treinamento e experiência do examinador e ainda existe a resistência e rejeição dos pacientes em relação a esse tipo de exame. 21 O PSA é uma glicoproteína originária na próstata, podendo estar alterado em outras patologias e resultar na realização de biópsias desnecessárias e não existe consenso entre as sociedades científicas internacionais em relação aos benefícios e riscos na utilização de programas de rastreamento populacional para o câncer de próstata. No Brasil, o Ministério da Saúde também não recomenda o rastreamento populacional para o câncer de próstata, as questões referentes ao uso do toque retal e principalmente do PSA passaram a fazer parte de inquéritos populacionais de saúde para avaliar as prevalências da realização dos exames de detecção precoce do câncer de próstata. Buscou com o presente analisar os fatores associados à realização dos exames de rastreamento para este agravo em municípios do Estado de São Paulo, no sentido de contribuir para o conhecimento das ações de prevenção e controle do câncer de próstata que vem sendo executadas. 22 10. SINAIS E SINTOMAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA A maior parte dos cânceres de próstata cresce lentamente e sem apresentar sintomas. Com o decorrer do tempo podem surgir: • Dificuldade de iniciar a micção; • Perda da força do calibre do jato urinário; • Dor ao urinar; • Várias micções noturnas; • Retenção da urina; • Dores na coluna, fêmur e bacia; • Sangue na urina; • Perda de peso e em alguns casos totalmente silencioso. 23 11. DIAGNÓSTICOS E EXAMES Após o diagnóstico, se confirmada a presença do câncer, serão feitos mais testes para saber se ele se espalhou para outras partes do corpo e qual tipo de tratamento será realizado. Homens acima de quarenta e cinco anos e sem histórico familiar e a partir dos quarenta anos e com antecedentes familiares, devem realizar anualmente os exames preventivos do câncer de próstata, como: • PSA - Deve ser realizado anualmente, a partir dos 45 anos, através de um exame de sangue, onde será medida a quantidade de antígeno prostático (ingrediente do sêmen). Quando muito elevada, de acordo com a idade, pode indicar anormalidade no órgão, como também câncer de próstata. • Toque Retal - Deve ser feito uma vez por ano pelo médico. É indolor e rápido, podendo indicar a presença de alguma área irregular ou anormalidade. Esse teste também detecta o câncer em homens que ainda apresentam níveis normais de PSA (igual ou menor a quatro ng/dl). • Ultrassom transretal - Detecta tumores pequenos ou localizados em áreas da próstata não alcançadas pelo toque retal. • Biópsia - Retirada de uma amostra de tecido de várias partes da próstata para confirmar a doença e saber em que estágio ela se encontra. Exame de toque retal 24 11.1 TRATAMENTO Existem várias opções para o tratamento do Câncer de Próstata, a escolha de alguns desses métodos vai depender de alguns fatores, como a idade do paciente, desenvolvimento da doença, velocidade de crescimento, estado geral de saúde do paciente e as opções de tratamento são: • Prostatectomia radical: consiste na retirada total da próstata e de suas estruturas próximas que estejam acometidas pelo câncer; • Radioterapia: realizada em pacientes que não estão aptos à cirurgia, mas com boa expectativa de vida, esse método envolve a aplicação de raios de alta energia que são capazes de destruir as células do câncer; • Terapia hormonal: esta forma de tratamento, não cura o câncer, mas reduz o seu tamanho. As terapias hormonais bloqueiam o estímulo androgênico que sustenta a maioria dos cânceres de próstata, porém este tipo de tratamento é de difícil aceitação pelos homens, uma vez que envolve razões psicológicas e cosméticas, e seus efeitos são: redução do desejo sexual, crescimento das mamas, onda de calor e impotência. • Observações: esta conduta visa preservar o paciente o máximo de tempo possível da cirurgia ou da radioterapia que só pode ser feito em pacientes com o PSA não superior a quatro. 11.2 PREVENÇÃO O conceito de prevenção em saúde se compara a uma ação antecipada com base no conhecimento da história natural, a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença, e prevenir exige obrigatoriamente fazer referência aos fatores causais ou predisponentes da doença, a prevenção primária, que em doenças onde as causas são conhecidas se orienta o uso de imunizações, alimentos específicos e proteção contra substâncias cancerígenas. No entanto, a prevenção se torna uma ação orientada para que o homem não adoeça e desfrute de uma boa qualidade de vida e adquira hábitos preventivos. Outras doenças que as causas são menos conhecidas, precisam de outro 25 tipo de ação preventiva, como fazer um diagnóstico precoce, abordagem terapêutica adequada para que se previna a incapacidade que a doença pode provocar, é a prevenção secundária, que é dividida em dois níveis: diagnóstico e tratamento precoce para interromper o processo da doença, evita futuras complicações e sequelas, e evita a morte. A partir da expectativa de prevenção, o objetivo do estudo é analisar as recomendações dadas à prevenção do Câncer de Próstata e se apresentam concordâncias ou divergências com relação ao homem no processo saúde – doença. 26 12. O PAPEL DA ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO DA POPULAÇÃO E NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA A enfermagem é tida como a arte de cuidar, porém o papel da enfermagem vai além da ação de cuidados e educação, tendo em vista que a enfermagem ainda tem uma visão limitada do cuidado que deve estar presente se houver doenças ou não. No câncer de próstata, a enfermagem deve trabalhar na educação preventiva com o paciente, orientando sobre os riscos que correm de desenvolver a doença, toda pessoa tem direito de decidir se quer ou não aprender. A responsabilidade da enfermagem é de aproveitar todas as oportunidades dentro e fora da unidade de saúde, para orientar sobre os ricos de desenvolver o câncer de próstata, divulgando as informações em locais de trabalho, domiciliares, abrigos, hospitais, postos de saúde e outros. A enfermagem tem como meta a educação na saúde e em ensinar as pessoas a viverem de maneira melhor, lutar para atingir seu potencial máximo de saúde. Isso depende da cultura e educação que estes homens tiveram para deixarem de lado o preconceito que tem de fazer os exames que poderão detectar o câncer de próstata. Devido a este preconceito, vem aumentando significadamente esse tipo de câncer, sendo então necessário o aumento da divulgação de como os exames são feitos e essa tarefa cabe para as equipes de enfermagem que tenham contato direto com a população não deixando passar a oportunidade que tiveram de explicar como são feitos os exames de câncer de próstata, orientando o paciente sempre com atenção e firmeza sobre o que está sendo falado para que o paciente se sinta seguro e confiante em ouvir e por em prática sua orientação. Demonstrar a importância da assistência do profissional de enfermagem para o paciente com essa neoplasia, em todas as etapas da doença, desde a prevenção à recuperação, a fim de garantir uma reabilitação eficaz. 12.1 ASSISTÊNCIAS DE PRÓSTATA, HUMANIZAÇÃO. ENFERMAGEM NO CÂNCER DE 27 É possível observar que pacientes atendidos humanizadamente têm o período de reabilitação mais ameno, muitas vezes tendo como resultado a diminuição do tempo de internação, proporcionando ao mesmo uma sobrevida maior e tem o seu sofrimento e de seus familiares, diminuídos. Vale ressaltar ainda, a necessidade de alguns cuidados prestados pelo profissional de enfermagem, para que sua recuperação tenha êxito, como a manutenção do ambiente tranquilo, proporcionando conforto, bem estar e garantindo a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), assim esse atendimento tem como objetivo a promoção da saúde do paciente e a prevenção de possíveis agravos, por meio do tratamento humanizado e de qualidade. Constata-se que é importante e necessário as orientações dos profissionais de saúde, enfatizando a atuação do profissional de enfermagem que atua de forma mais próxima ao paciente, onde se deve explicar quanto à importância do tratamento e facilitar os cuidados que lhe serão prestados, visando minimizar os possíveis desconfortos e oferecer maneiras de reabilitá-los. 28 13. CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Atualmente, a organização Mundial da Saúde considera o câncer como um problema de saúde pública. De acordo com dados divulgados por este órgão, há no mundo 10 milhões de pessoas com câncer e, se nenhuma alteração for feita, seremos 16 milhões de pessoas com câncer no ano de 2020. O câncer de próstata é considerado a segunda causa de óbito em homens adultos, sendo superado pelo câncer de pulmão. Para 2006, estimou-se a ocorrência de 472.050 casos novos de câncer no território nacional e de 47.280 casos novos de câncer de próstata. Os principais fatores de risco descritos para o desenvolvimento do câncer de próstata são idade avançada, etnia e predisposição familiar. O envelhecimento é considerado o fator de risco mais significante. A incidência do câncer de próstata em homens com idade superior a 50 anos é maior que 30%, aumentando progressivamente até aproximadamente 80% aos 80 anos. A incidência do câncer de próstata difere substancialmente entre os grupos étnicos. A coleta de dados foi realizada em prontuários médicos junto ao CIMED (Centro de Informática da Medicina) do HC da FMB/UNESP, nos meses de novembro e dezembro de 2003. Havia 94 prontuários que atendiam ao critério de inclusão, foram consultados 78 prontuários. Distribuição do Câncer de Próstata - grau de escolaridade: • 50% possuíam 1°grau incompleto; • 28,57% estavam cadastrados como alfabetizados; • 7,14% possuíam 1°grau completo; • 3,58% apresentavam 3°grau completo; • 3,57% possuíam 2° grau incompleto; • 2,38% o 2°grau completo; • Nulo para 3°grau incompleto; • 3,57% analfabeto; • 1,19% não constam grau de escolaridade. Distribuição do uso de tabacos-Informações de 47,72% dos prontuários: • 27% dos pacientes não faziam uso do tabaco; 29 • 11,9% faziam uso; • 8,33% eram ex-fumantes; • 52,38% dos prontuários não informaram sobre o uso do tabaco. Distribuição segundo estado civil do paciente: • 80% casados; • 8,23% viúvos; • 4,07% solteiros; • 4,07% unidos consensualmente; • 2,37% divorciados. Distribuição segundo idade dos pacientes: • 45% da mostra representando 69 a 73 anos de idade; • 23,57% de 63 a 68 anos de idade; • 13,95% de 79 a 84 anos de idade; • 20% de 74 a 78 anos de idade; • 7,09% de 59 a 63 anos de idade; • 2,37% de 54 a 58 anos de idade ; • 3,57% de 49 a 53 anos de idade. Distribuição segundo o ano do diagnóstico: • Maior concentração dos diagnósticos realizados ocorreu no ano de 2000 abrangendo 27,58% dos pacientes, seguido do ano de 2002, com 22,98% e de 2001, com 22,58%. Distribuição segundo atividades: • 63,2 aposentados; • 4% lavrador; • 8% comerciante; • 4,45% motorista; • 1,15% das demais atividades. Distribuição segundo a sintomatologia: • 15% realizaram exames preventivos, sendo que 62,5% deles em 2001; 30 • 25% em 2000; • 12,5% em 2002. Distribuição segundo realização de exames preventivos e graus de escolaridade: • 77,9% realizaram exames e tem 1°grau incompleto; • 11,11% realizaram exames e tem 1°grau completo; • 6,55% realizaram exames e tem 3°grau completo; • 5,55% analfabetos. Incidência maior ocorre em pessoas com idades mais avançadas e, também, predominantemente, entre homens casados, muitos tumores permanecem assintomáticos durante toda a vida do individuo sendo diagnosticados apenas em procedimentos de necropsia. Estudos de necropsia revelaram que 30% dos homens acima de 50 anos que morreram por outras causas apresentam focos de adenocarcinoma na próstata. Esse número aumenta para 70% em homens acima de 80 anos de idade. Afirma-se que o câncer prostático localizado raramente causa sintomas, podendo camuflar outras doenças com sintomatologia de obstrução do trato de saída vesical, retenção urinaria aguda, hematúria ou incontinência. 31 14. Lei nº 10.289/01 | Lei nº 10.289, de 20 de setembro de 2001 Atualmente, a legislação (lei nº 10.289/0) prevê que o Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata desempenhe, as seguintes atividades: - O Poder Executivo, com interferência do Ministério Publico, é autorizado e obrigado a promover e coordenar o Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata; - O Ministério da Saúde promoverá a concordância entre especialistas nas áreas de planejamento em saúde, gestão em saúde, avaliação em saúde, epidemiologia, urologia, oncologia clínica, radioterapia e cuidados paliativos sobre as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento do Câncer de Próstata, em todos os seus estágios evolutivos, para subsidiar a implantação do Programa; - Campanha institucional nos meios de comunicação, com mensagens sobre o que é o Câncer de Próstata e suas formas de prevenção; - Parcerias entre Governo Federal e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, para oferecer à população masculina acima de quarenta anos, exames para a prevenção ao Câncer de Próstata; - Parcerias com universidades, organizações da sociedade civil e sindicatos na organização de debates e palestras sobre a doença e as formas de combate e prevenção a ela. 32 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos com esse trabalho, que o Câncer de Próstata tem uma grande incidência em homens a partir dos 45 anos, há também uma grande resistência em procurarem médicos para realizarem a prevenção que consiste no exame PSA e Toque Retal, devido a mitos e preconceitos, acarretando em diagnósticos tardios, e consequentemente prognósticos ruins para pacientes com esse diagnóstico. O Ministério de Saúde diante de dados sobre a alta incidência de Câncer de Próstata instituiu o Programa Nacional de Controle de Câncer de Próstata, com o objetivo de conscientizar homens sobre a necessidade de cuidarem melhor de sua saúde através da prevenção e percebemos também que existe pouca informação sobre o Câncer de Próstata por parte da sociedade e profissionais de saúde. Portanto, é necessário mais divulgação sobre esse assunto para que haja mais prevenção, diagnósticos precoces e diminuição dos fatores de risco e prognósticos ruins. 33 16. REFERÊNCIAS 1- AMORIM, V. M. S. L et al. 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